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Introdução
Dirigente: Queridos irmãos e irmãs, nos reunimos nesta hora, para reviver junto a
Jesus a profunda experiência na cruz. Unidos a Cristo no madeiro da cruz vamos
recordar e meditar junto ao Senhor, as sete palavras que brotaram do fundo do seu
coração. As três primeiras tem em vista o próximo. As quatro últimas são dirigidas ao
Pai na sua intimidade de Filho...
PRIMEIRA PALAVRA
Dirigente: PALAVRA DOS HOMENS
“Tu que destróis o Santuário e o reconstróis em três dias, salva-te a ti mesmo”. (Mt
27,40)
PALAVRA DE JESUS: UMA PALAVRA DE PERDÃO
“Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem”. (Lc 23,34)
SEGUNDA PALAVRA
Dirigente: PALAVRA DOS HOMENS
“Jesus, lembra-te de mim, quando vierdes em teu Reino.” (Lc 23,42)
PALAVRA DE JESUS: UMA PALAVRA DE ESPERANÇA
“Em verdade eu te digo, hoje estarás comigo no paraíso.” (Lc 23,43)
Leitor2: Quando Cristo profere a segunda Palavra na Cruz, observamos dois ladrões
crucificados, um de cada lado. Nestes dois ladrões vemos a prefiguração de duas
atitudes que podemos abraçar em nossa vida: a atitude do desespero em meio ao
sofrimento, zombando da salvação e, por conseguinte do Salvador; e a atitude de
reconhecimento e confissão do pecado, resignação em meio ao sofrimento presente,
com vistas na esperança da glória futura.
TERCEIRA PALAVRA
Dirigente: PALAVRA DOS HOMENS
“Pôs em Deus a sua confiança; que Deus o livre agora, se o ama, pois ele disse: ‘Eu sou
o Filho de Deus’.” (Mt24,43)
PALAVRA DE JESUS: UMA PALAVRA DE GENEROSIDADE
“Mulher, eis aí o teu filho (...) Filho, eis aí a tua mãe.” (Jo 19,26-27)
Leitor3: Na terceira Palavra na Cruz, em meio a todo o sofrimento, Jesus mais uma vez,
numa prova inequívoca de amor à humanidade, nos dá a graça de termos a Sua santa
Mãe por nossa mãe! É arrebatador constatar como Jesus numa atitude de grandioso
afeto e nobreza, encerrou oficialmente seu relacionamento com a humanidade na qual
se encarnara para redimi-la. A última palavra de Jesus direcionada à humanidade foi a
entrega de sua Mãe como nossa Mãe.
Dirigente: Quem melhor do que a mãe de Jesus, para assumir como uma presença
doce e materna, a igreja que surge com os discípulos? Somente Maria e os Apóstolos,
que amavam e se comprometeram totalmente com a Boa Nova da Salvação, poderiam
conduzir com a mesma perfeição e compromisso de Cristo esse itinerário que a igreja
toda deveria percorrer. Esta é a hora de Maria. Nosso Pai Santo Agostinho nos disse:
“Ele, que é homem, encomenda (Maria) a um homem, a outro homem. Isso é o que
Maria deu a luz. Já havia chegado aquela hora a qual ele havia se referido quando disse:
Ainda não chegou minha hora”. (Tratado do Evangelho de João 8, 9).
Se estas buscando aproximar-se de Deus: “Eis aí a tua Mãe!”
Se não sabes fazer uma oração: “Eis aí a tua Mãe!”
Se a cruz esta pensando no teu caminhar: “Eis aí a tua Mãe!”
QUARTA PALAVRA
Dirigente: PALAVRAS DOS HOMENS
“Logo um deles corre a tomar uma esponja que embebeu em vinagre; e, fixando-a na
extremidade de um caniço, ofereceu-lhe de beber. Os outros disseram: ‘Espera! Vejamos
se Elias virá salvá-lo’.” (Mt 27,48-49).
PALAVRA DE JESUS: UMA PALAVRA DE DEBILIDADE
“Tenho sente.” (Jo 19,28)
Leitor4: Na quarta Palavra de Cristo na Cruz, Ele expressa a debilidade de seu corpo em
meio aos tormentos suportados até aquele instante, e exausto pela perda de sangue e
água durante todo esse martírio, diz aos que ali contemplavam sua dor: “Tenho sede”.
“Puseram fel no meu alimento, na minha sede deram-me vinagre para beber”. (Sl
68,22). Qual a razão mais profunda desse episódio? É um verdadeiro mistério. Jesus
derramara boa quantidade do seu Sangue durante a flagelação. Além desse sentido
físico, a sede de Jesus significava algo mais: o Divino Redentor tinha sede da glória de
Deus e da salvação das almas. E o que lhe oferecem? Um soldado lhe apresenta, na
ponta de uma vara, uma esponja empapada de vinagre, a posca, o vinho estragado. Era
a bebida dos condenados.
Dirigente: Um dos grandes Santos e Teólogos da Igreja afirma, que Jesus não diz que
tem sede, somente para que seja consumada a profecia do Antigo Testamento. Essa
“sede” de Jesus, não era um fator simplesmente biológico, decorrente das circunstâncias
da Paixão. Essa “sede” de Jesus era algo mais profundo. É a sede de almas, a sede de
levar a salvação a cada ser humano da face da terra. Nosso Pai Santo Agostinho
questiona: “Desejaria Ele beber, realmente, quando dizia à samaritana: Dai-me de
beber? E quando diz sobre a Cruz: Tenho sede? Do que teria sede senão de nossa
entrega a Ele, de nossas boas obras?” (Comentário ao Salmo 34, Sermão II, 4). Sua
sede espiritual foi grande, isto é, foi o desejo ardente que tinha de salvar todos os
homens e de sofrer ainda mais por nós.
Jesus, de salvar toda a humanidade, tu dizes: “Tenho sede!”
De comunicar a vida divina às almas dos pecadores, tu dizes: “Tenho sede!”
De nossa companhia e da nossa amizade, tu dizes: “Tenho sede!”
QUINTA PALAVRA
Dirigente: PALAVRAS DOS HOMENS
“Às três horas Jesus gritou com voz forte: ‘Eli, Eli lama sabactani?’ Ao ouvi-lo, alguns
dos que ali estavam diziam: ‘Eis que ele chama Elias!’” (Mc 15,34-35)
PALAVRA DE JESUS: UMA PALAVRA DE SOLIDÃO
“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mc 15,34; Mt 27,46)
Leitor5: Nesta quinta Palavra de Cristo na Cruz, ele expressa a dor de carregar em seu
corpo santo, todo o pecado da humanidade, a fim de redimi-la. Tal dor é manifestada
com a oração do salmo 21: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? As chagas
abertas no corpo santo de Jesus, revelam o grande desejo de Deus em experimentar a
autêntica dor física dos homens, a dor que oprime os corações, a dor da privação da
liberdade, a dor que dilacera a alma e deixa um grande vazio, uma grande perda de
sentido, a dor do grande abandono.
Dirigente: Cremos que não pode existir algo mais doloroso, do que presenciar o objeto
mais amado e querido, ser destruído ou carcomido, perdendo assim sua identidade e
liberdade, que revelam a profunda essência do amor de Deus nos homens e mulheres
tão amados. Nosso Pai Santo Agostinho nos disse: “Aquela Cruz era uma escola; nela
ensinou o Mestre ao ladrão. O madeiro de um crucificado se converteu em cátedra de
um mestre”. (Sermão 234, 2). Deixemo-nos ser ensinados por tão grande Mestre. Cada
insulto, cada chicotada, cada ferida aberta, cada rosto de prazer diante do filho de Deus
crucificado, cada cuspida, cada blasfêmia ou desvalorização do sagrado, é expressão do
rosto da humanidade inteira que ao pecar continua abandonando Deus na cruz, para se
deixar acompanhar pelas más companhias, do egoísmo, da fé pouca, da falta de amor,
de perdão, de gratuidade e doação.
Escutemos a voz de Jesus nos pobres de espírito: “Meu Deus, meu Deus, por
que me abandonaste?”
Escutemos a voz de Jesus nos desconsolados: “Meu Deus, meu Deus, por que
me abandonaste?”
Eu nunca saia de nossos lábios a reclamação sem fé: “Meu Deus, meu Deus,
por que me abandonaste?”
Leitor6: Essa penúltima Palavra de Cristo na Cruz vem selar todas as profecias a seu
respeito. Nestes momentos finais Cristo nos diz com essa Palavra que toda a vontade do
Pai para nos salvar foi cumprida Nele e por Ele. Jesus nos ensina a perseverar em nossa
fé até o fim. Confiando Nele não devemos jamais olhar para trás, mas, seguir sempre
em direção ao alvo, à nossa meta: a salvação que nos é ofertada gratuitamente por
Deus. No “consumado” de Cristo, vemos a consumação dos planos de Cristo para a
humanidade. Jesus no auge do sofrimento tem a capacidade de reconhecer que todo o
sofrimento está descrito passo a passo, no coração do Pai, pois se fez necessário que
nosso Salvador padecesse para que se realizasse a salvação dos homens.
Dirigente: Pelo Filho, nos tornamos filhos, pelo sacrifício do Filho nos tornamos filhos
salvos. Esta é a nossa humanidade redimida por Jesus, a humanidade forte e salva pelo
sangue do Filho de Deus, capaz de viver uma entrega constante e radical ao plano de
Deus. Nosso pai santo Agostinho nos disse: “O que Jesus te ensinou pendente da cruz,
não querendo dela descer, senão que fosses forte em teu Deus?” (Comentário ao Salmo
70, 1).
BÊNÇÃO FINAL