Você está na página 1de 9

VIA SACRA

ORAÇÃO INICIAL

Padre: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.


R: Amém.

A Cruz de Cristo nos convida a olhar sempre para o outro com misericórdia
e amor; ensina-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro destas pessoas
e lhes estender a mão. Tantos rostos acompanharam Jesus no seu caminho
até a Cruz: Pilatos, o Cireneu, Maria, as mulheres… Também nós diante
dos demais podemos ser como Pilatos que não teve a coragem de ir contra
a corrente para salvar a vida de Jesus, lavando-se as mãos.
A Cruz de Cristo nos ensina a ser como o Cireneu, que ajuda Jesus levar
aquele madeiro pesado, como Maria e as outras mulheres, que não tiveram
medo de acompanhar Jesus até o final, com amor, com ternura. E você como
é? Como Pilatos, como o Cireneu, como Maria?
Queridos irmãos, levemos as nossas alegrias, os nossos sofrimentos, os
nossos fracassos para a Cruz de Cristo; encontraremos um Coração aberto
que nos compreende, perdoa, ama e pede para levar este mesmo amor para
a nossa vida, para amar cada irmão e irmã com este mesmo amor. Assim
seja!
Deus santo, Deus forte,
Deus imortal, tende piedade de nós!

PRIMEIRA ESTAÇÃO
(Jesus é condenado à morte)
Padre: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
Resp: Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Narrador: Pilatos fez com que lhe trouxessem água, lavou as mãos diante
do povo e disse: “Sou inocente do sangue deste homem”. Libertou então
Barrabás, mandou açoitar Jesus e O entregou para ser crucificado.
Leitor: Senhor, ajuda-nos a recusar a água de Pilatos porque não lava as
mãos antes, suja-as com sangue inocente.

PRECE LITÂNICA
Do poder de Satanás e das seduções do mundo
R. Livrai-nos, Senhor
Dos enganos do medo e da angústia
R. Livrai-nos, Senhor
Da dureza de coração e da incapacidade de amar
R. Livrai-nos, Senhor
Deus santo, Deus forte,
Deus imortal, tende piedade de nós!

SEGUNDA ESTAÇÃO
(Jesus é carregado com a Cruz)

Padre: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.


Resp: Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Narrador: Ele próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção
ao lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota (Jo 19, 17). Em verdade,
Ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos
(Is 53, 4).

PRECE LITÂNICA
Olhai para a vossa Igreja que atravessa o deserto
R. Consolai-nos, Senhor
Padre: Olhai para a humanidade, aterrorizada pelo medo e pela angústia
R. Consolai-nos, Senhor
Olhai para os doentes e moribundos, oprimidos pela solidão
R. Consolai-nos, Senhor

Deus santo, Deus forte,


Deus imortal, tende piedade de nós!

TERCEIRA ESTAÇÃO
(Jesus cai pela primeira vez)

Padre: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.


Resp: Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Narrador: “O castigo que nos salva pesou sobre Ele, e fomos curados
graças às suas chagas (Is 53, 5).

Leitor: Ele bem poderia negar-Se a continuar a Sua Via Sacra. Bastaria todo
o ocorrido para justificar uma incapacidade de prosseguir. Mas, Ele deseja
ensinar-nos a nunca desanimar, a jamais desistir. Neste passo, Ele
demonstra estar disposto a nos reerguer de nossas quedas, por piores que
sejam.
PRECE LITÂNICA
Na hora da provação e desorientação
R. Socorrei-nos, Senhor.
Na tentação e na fragilidade
R. Socorrei-nos, Senhor.
No combate contra o mal e o pecado
R. Socorrei-nos, Senhor.

QUARTA ESTAÇÃO
(Jesus encontra sua Mãe)

Padre: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.


Resp: Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Narrador: “Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração” (Lc 2, 51).
Devia Ela lembrar-se com exatidão das palavras do Arcanjo São Gabriel
durante a Anunciação: “Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e
o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; reinará eternamente na casa
de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lc 1, 32­33).

Leitor: Mas como será esse trono e esse reino, Ela deveria pensar; se meu
Filho é uma só chaga da cabeça aos pés, sem forças sob o peso da cruz?
Maria, por sua sabedoria, conhecia profundamente a imensa gravidade do
pecado. Mas seria necessário levar as coisas a esse ponto? Quem poderia
imaginar cena mais trágica? Uma espada de dor penetrou em sua alma
puríssima e ali depositou um sofrimento lancinante.

Salve, Regina, Mater misericordiae


Vita, dulcedo, et spes nostra, salve
Ad te clamamus, exsules filii Hevae
Ad te suspiramus, gementes et flentes
In hac lacrimarum valle
Eia, ergo, advocata nostra, illos tuos
Misericordes oculos ad nos converte
Et Jesum, benedictum fructum ventris tui
Nobis post hoc exilium ostende
O Clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria
Deus santo, Deus forte,
Deus imortal, tende piedade de nós!

QUINTA ESTAÇÃO
(Jesus é ajudado por Simão de Cirene a levar a Cruz)
Padre: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
Resp: Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Narrador: Simão de Cirene, tu és um pequeno, um pobre, um desconhecido
agricultor, de quem não falam os livros de história. E todavia tu fazes a
história! Escreveste um dos capítulos mais belos da história da humanidade:
tu levas a cruz de um Outro, tu levantas aquele peso impedindo que esmague
a vítima. Tu devolves dignidade a cada um de nós recordando-nos que só
seremos nós mesmos se deixarmos de pensar em nós próprios.

PRECE LITÂNICA
Olhai para a vossa Igreja que atravessa o deserto
R. Consolai-nos, Senhor
Olhai para a humanidade, aterrorizada pelo medo e pela angústia
R. Consolai-nos, Senhor
Olhai para os médicos e agentes de saúde, extenuados pela fadiga
R. Consolai-nos, Senhor
Deus santo, Deus forte,
Deus imortal, tende piedade de nós!

SEXTA ESTAÇÃO
(Verónica limpa o rosto de Jesus)

Padre: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.


Resp: Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Narrador: O rosto de Jesus está banhado de suor irrigado de sangue coberto
de escarros insolentes. Quem terá a coragem de se aproximar? Uma mulher!
Uma mulher adianta-se mantendo acesa a lâmpada da humanidade… e
enxuga o Rosto: e revê o Rosto! Quantas pessoas há hoje sem rosto! De fato,
só está vivo quem arde de amor e se inclina sobre Cristo que sofre e espera
em quem sofre: hoje! Sim, hoje! Porque amanhã será demasiado tarde.

(https://youtu.be/VvIc5J_qb4Y)

Ó vós todos que passais pelos caminhos,


parai e vede se existe dor tão
grande quanto a minha dor.
parai e vede se existe dor tão
grande quanto a minha dor

PRECE LITÂNICA
Da fome, da carestia e do egoísmo
R. Salvai-nos, Senhor
Das doenças, das epidemias e do medo do irmão
R. Salvai-nos, Senhor
Da loucura devastadora, dos interesses impiedosos e da violência
R. Salvai-nos, Senhor
Deus santo, Deus forte,
Deus imortal, tende piedade de nós!

SÉTIMA ESTAÇÃO
(Jesus cai pela segunda vez)
Padre: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
Resp: Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Narrador: Não te irrites contra os que fazem o mal, nem invejes os que
praticam a iniquidade. Pois bem cedo secarão como o feno, e como a erva
viçosa murcharão. Ainda um pouco, e o ímpio desaparecerá; se procurares o
seu lugar, não o encontrarás. Os mansos, porém, possuirão a terra, e gozarão
de imensa paz (Salmo 37, 1-2.10-11).

Cananeus por ti batera,


bateu-me uma cana à toa;
dei-te cetro e realeza,
tu, de espinhos a coroa!

Deus santo, Deus forte,


Deus imortal, tende piedade de nós!

OITAVA ESTAÇÃO
(Jesus encontra as mulheres de Jerusalém)

Padre: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.


Resp: Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Narrador: Umas mulheres seguiam Jesus no caminho do Calvário,


chorando! Jesus olhou para elas com carinho e disse: “Não chorem por
mim, mas por vocês mesmas e seus filhos!”
Leitor: Senhor Jesus, veja o pranto de tantas mães que sofrem por causa
de seus filhos e consolai todos os que choram pela morte das vítimas do
coronavírus!

PRECE LITÂNICA
Olhai para a vossa Igreja que atravessa o deserto
R. Consolai-nos, Senhor
Olhai para a humanidade, aterrorizada pelo medo e pela angústia
R. Consolai-nos, Senhor
Olhai para os doentes e moribundos, oprimidos pela solidão
R. Consolai-nos, Senhor
Deus santo, Deus forte,
Deus imortal, tende piedade de nós!

NONA ESTAÇÃO
(Jesus cai pela terceira vez)
Padre: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
Resp: Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Narrador: Aí está, diante dos meus olhos, e sob o peso da cruz, a luz do
mundo caída ao chão pela terceira vez. De que serviu o Cireneu para
carregar a Cruz? Por que não tomou ele sobre seus ombros pelo menos a
parte mais pesada? Se os soldados haviam já decidido convocar
compulsoriamente o Cireneu, não lhes faltava compreensão para perceber o
estado de esgotamento de sua vítima. Por que lhe exigem continuar a
caminhada? Uma vez mais é a imagem da nossa miséria. Assim somos nós.
Leitor: Senhor Jesus, que quisestes participar da fraqueza e do sofrimento
de toda humanidade, curai os doentes de coronavírus, protegei os mais
idosos, defendei o pessoal médico-sanitário, daí esperança a todos os que
vivem na incerteza e na angústia!

PRECE LITÂNICA
Olhai para a vossa Igreja que atravessa o deserto
R. Consolai-nos, Senhor
Olhai para a humanidade, aterrorizada pelo medo e pela angústia
R. Consolai-nos, Senhor
Olhai para os doentes e moribundos, oprimidos pela solidão
R. Consolai-nos, Senhor
Deus santo, Deus forte,
Deus imortal, tende piedade de nós!

DÉCIMA ESTAÇÃO
(Os soldados repartem entre si as vestes de Jesus)
Padre: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
Resp: Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?


Eles repartem entre si as minhas vestes
E sorteiam entre si a minha túnica
Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe
Ó minha força, vinde logo em meu socorro!

Padre: Tende compaixão de nós, Senhor.


Resp: Porque somos pecadores.
Deus santo, Deus forte,
Deus imortal, tende piedade de nós!

DÉCIMA PRIMEIRA ESTAÇÃO


(Jesus é pregado na Cruz)
Padre: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
Resp: Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?


Cães numerosos me rodeiam furiosos
E por um bando de malvados eu fui cercado
Transpassaram minhas mãos e os meus pés
E agora eu posso contar todos os meus ossos

Padre: Tende compaixão de nós, Senhor.


Resp: Porque somos pecadores.
Deus santo, Deus forte,
Deus imortal, tende piedade de nós!

DÉCIMA SEGUNDA ESTAÇÃO


(Jesus morre na Cruz)
Padre: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
Resp: Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Narrador: Ajoelhemo-nos.

Ó Pai, em tuas mãos, eu entrego o meu espírito


Senhor, eu ponho em vós minha esperança
Que eu não fique envergonhado eternamente!
Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito
Porque vós me salvareis, ó Deus fiel!

A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio


E afirmo que só vós sois o meu Deus!
Eu entrego em vossas mãos o meu destino
Libertai-me do inimigo e do opressor!

Mostrai serena a vossa face ao vosso servo


E salvai-me pela vossa compaixão!
Fortalecei os corações, tende coragem
Todos vós que ao Senhor vos confiais!

Padre: Tende compaixão de nós, Senhor.


Resp: Porque somos pecadores.
Deus santo, Deus forte,
Deus imortal, tende piedade de nós!

DÉCIMA TERCEIRA ESTAÇÃO


(Jesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe)

Padre: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.


Resp: Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Salve, Regina, Mater misericordiae


Vita, dulcedo, et spes nostra, salve
Ad te clamamus, exsules filii Hevae
Ad te suspiramus, gementes et flentes
In hac lacrimarum valle
Eia, ergo, advocata nostra, illos tuos
Misericordes oculos ad nos converte
Et Jesum, benedictum fructum ventris tui
Nobis post hoc exilium ostende
O Clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria

Ó Maria, naquele Filho Tu abraças cada filho e sentes o transe de todas as


mães do mundo. Ó Maria, as tuas lágrimas correm de século em século e
banham os rostos e choram o pranto de todos. Ó Maria, Tu conheces a dor…
mas crês! Crês que as nuvens não apagam o sol, crês que a noite prepara a
aurora. Ó Maria, Tu que cantaste o Magnificat, entoa-nos o cântico que
vence a dor como um parto do qual nasce a vida. Ó Maria, roga por nós!
Roga para que chegue também a nós o contágio da verdadeira esperança.

Deus santo, Deus forte,


Deus imortal, tende piedade de nós!

DÉCIMA QUARTA ESTAÇÃO


(Jesus é sepultado)
Padre: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
Resp: Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do livro dos Salmos 16, 9-11


Leitor: O meu coração se alegra e a minha alma exulta, e até o meu corpo
descansa tranquilo. Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos
mortos, nem deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção. Dar-me-eis a
conhecer os caminhos da vida; alegria plena em vossa presença, delícias
eternas, à vossa direita.
NARRADOR: Às vezes a vida parece-se com um longo e triste Sábado
Santo. Tudo parece ter acabado, parece que triunfa o malvado, parece que o
mal é mais forte que o bem. Mas a fé faz-nos ver mais longe, faz-nos
vislumbrar as luzes dum novo dia para além deste dia. A fé garante-nos que
a última palavra cabe a Deus: somente a Deus! A fé é, na verdade, uma
pequena lâmpada, mas é a única lâmpada que ilumina a noite do mundo: e a
sua luz humilde funde-se com as primeiras luzes do dia: o dia de Cristo
Ressuscitado. Assim, a história não acaba no sepulcro, antes, explode no
sepulcro: assim tinha prometido Jesus, assim aconteceu e acontecerá!

ORAÇÃO (Todos): Senhor Jesus, quando está para consumar-se a nossa


Sexta-feira Santa e se repete a angústia de tantos Sábados Santos, dá-nos a
fé tenaz de Maria para crer na verdade da Páscoa; dá-nos o seu olhar cândido
para ver os clarões que anunciam o último dia da história: «um novo céu e
uma nova terra» já iniciados em Ti, Jesus Crucificado e Ressuscitado.
Amém!
Deus santo, Deus forte,
Deus imortal, tende piedade de nós!

Você também pode gostar