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Via Sacra composta por Mons.

João Clá Dias


TERÇ A-FEIRA, 5 DE FEVEREIRO DE 200 8
Assista à dedicação da
primeira Igreja

Mons. João S. Clá Dias


dos Arautos do Evangelho
na nova TV ARAUTOS

Carta de aprovação

VIA SACRA
- São Paulo -
Março 2001
D. Emilio Pignoli

Bispo Diocesano de Campo


Limpo – SP ORAÇÃO INICIAL

Prezado Sr. João Clá Dias: “Sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15,5).
Louvado seja Jesus Cristo!

Ó meu Jesus, sem Vós nada posso fazer, meus méritos são nulos; minha
inteligência, turva; minha vontade, enferma; meus sentimentos,
Ao ler as inspiradas enlouquecidos.
meditações da Via-Sacra, que
em hora tão oportuna
“Tudo posso n'Aquele que me conforta” (Fl 4,13), em união convosco, sou
escreveu, logo me veio à
mente o tema proposto pelo capaz das mais ousadas virtudes, minha alma voa. Vós sois a fonte de todo
Santo Padre para a próxima o bem existente em mim.
Jornada Mundial da
Juventude, que se realizará no
Preparo-me neste instante para acompanhar-Vos em Vossa Via Sacra. Nela
Domingo de Ramos: “Se
alguém quiser vir após Mim, eu Vos encontrarei chagado, sem forças e ensanguentado: “Eu, porém, sou
renegue-se a si mesmo, tome um verme, não sou homem, o opróbrio de todos e a abjeção da plebe” (Sl
a sua cruz e siga-me” (Mt 21,7). Forte expressão usa a Escritura ao referir-se à Vossa Paixão.
16,24).
“Transpassaram minhas mãos e meus pés: poderia contar todos os meus
É na meditação dos
sofrimentos de Cristo que nós ossos” (Sl 21,17-18). Muito diferente está Vossa Divina figura d'Aquela que
encontraremos força para os Apóstolos contemplaram no Tabor, ou caminhando sobre as águas, ou
carregar nossa própria cruz de curando os enfermos. Nessa divina tragédia verei estampada a feiúra e a
todos os dias. Por isso a Igreja
maldade de meus pecados. A enorme quantidade de minhas faltas me
tanto recomenda o exercício
da Via-Sacra, sobretudo na confundirá de começo ao fim. Vós Vos tornastes um verme, foi possível
Quaresma. É ele também um contar Vossos ossos, morrestes por causa de meus pecados. “Ó vós todos,
meio eficaz de fazer crescer que passais pelo caminho: olhai e julgai se existe dor igual à dor que me
em nós horror ao pecado,
atormenta” (Lm 1, 12).
causa dos sofrimentos do
Salvador.
Gostaria de ressaltar alguns Ah! Senhor Jesus, perdão! Começo por Vos pedir perdão por tanta miséria
aspectos desta Via-Sacra que e pela enorme culpa que tenho em Vossos tormentos!
a tornam particularmente
recomendável.
Pareceu-me muito adequada a Por outro lado, Vós me convidais neste ato a seguir os Vossos passos:
inclusão de trechos das “Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de Mim” (Mt
Escrituras nas meditações de 10,38).
cada Estação, fundamentando
assim as reflexões feitas, e
incentivando ao mesmo Senhor! Quero não só ser digno de Vós como, muito mais, desejo ser Vosso
tempo os fiéis a se e como Vós. Aceitai meu ser com tudo o que lhe é próprio, meus bens
aprofundarem no materiais e sobrenaturais, de agora e do futuro. Tudo Vos entrego, Senhor!
conhecimento da Palavra,
E que corresponda eu às múltiplas graças que receberei durante este
recomendação insistente do
Concílio Vaticano II. O elevado exercício de piedade. Convertei-me, atraí-me inteiramente a Vós.
mesmo se diga das belas e
bem escolhidas citações de Para isto eu Vos peço a intercessão da Virgem Dolorosa. Que Ela me cubra
Sto. Agostinho, de S.
com seu maternal manto, auxiliando-me a unir-me a Vós e também a
Jerônimo e de outros Padres
da Igreja. abraçar a minha cruz. Amém.
No referente às meditações, é
preciso considerar que elas
seriam estéreis se não
levassem os cristãos a
formular propósitos de vida, I ESTAÇÃO
ou seja, à conversão interior,
pois “fé sem obras é morta”
(Tg 2,26). E nesse sentido se JESUS É CONDENADO À
pode afirmar ser esta Via-
MORTE
Sacra muito completa. Por
isso estou certo de que todos
quantos fizerem este piedoso
V/. Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos
exercício encontrarão nele um
poderoso meio de bendizemos.
santificação. O que é afinal a R/. Porque pela Vossa Santa Cruz
santidade senão a imitação de remistes o mundo.
Jesus Cristo?
Felicito pois vivamente o
Autor por tão excelente
iniciativa, que será de grande Leitura:
proveito para a Nova
Evangelização na qual estão
empenhados os Arautos do
Evangelho, Os Cavaleiros do Pilatos tornou a entrar no pretório, chamou Jesus e disse-Lhe: “Tu és o
Novo Milênio e a Associação
rei dos judeus?” Jesus respondeu-lhe: “É por ti mesmo que dizes isso, ou
Cultural Nossa Senhora de
Fátima. disseram-to outros de Mim?” Pilatos respondeu: “Porventura sou eu
Ao Autor, assim como a todos judeu? A Tua nação e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim:
os que piedosamente Que fizeste?” Jesus respondeu: “O Meu Reino não é deste mundo: se o
praticarem a devoção da Via-
Meu Reino fosse deste mundo, pelejariam os Meus servos, para que Eu
Sacra, concedo com grande
comprazimento minha bênção não fosse entregue aos judeus; mas o Meu Reino não é daqui”. Disse-lhe
pastoral. Pilatos: “Logo Tu és rei?” Jesus retorquiu: “Tu o dizes! Eu sou Rei! Para
isto nasci, e para isto vim ao mundo, a fim de dar testemunho da
verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a Minha voz” (Jo 18,33-37).
Campo Limpo, 15 de fevereiro
de 2001. Pilatos viu que nada adiantava, mas que, ao contrário, o tumulto crescia.
Fez com que lhe trouxessem água, lavou as mãos diante do povo e disse:
“Sou inocente do sangue deste homem. Isto é lá convosco!” E todo o povo
D. Emilio Pignoli
respondeu: “Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos!” Libertou
Bispo Diocesano de Campo
Limpo - SP então Barrabás, mandou açoitar Jesus e lho entregou para ser
crucificado (Mt 27,24-26).

Meditação:

Jesus não nega Sua condição de Rei, nem sequer descarta a hipótese de
estender a toda Terra Seu império. Ao afirmar não ser o Seu reino deste
D. Emilio Pignoli ao lado do mundo, não deixa de querer ser o rei de nossos corações. Ele irá Se
autor.
entregar nas mãos dos carrascos por amor a nós; neste momento de Sua
Arquivo do blog prisão, não devemos oferecer-Lhe nossos corações?
▼ 2008 (4) Jesus, Rei de meu coração, significa submeter-Lhe minha vontade, meu
▼ Fevereiro (4) querer. Eu não devo estimar nada nem a ninguém, acima de Jesus. Para
Mons. João S. Clá Dias Ele, toda minha admiração e fervor.
VIA SACRA - São Não quero ser neutro face a esse profundo desejo de Jesus. Essa foi a
Paulo...
grande falta cometida por Pilatos: a neutralidade diante de um apelo
III ESTAÇÃO JESUS
divino e de uma criminosa acusação. Se eu não entregar meu coração a
CAI PELA
PRIMEIRA VEZ V/. Jesus, já na primeira Estação desta Via Sacra, no momento de Sua prisão,
Nó... eu serei outro Pilatos: “Fez com que lhe trouxessem água, lavou as mãos
VII ESTAÇÃO JESUS diante do povo e disse: ‘sou inocente do sangue deste homem. Isto é lá
CAI PELA
convosco!’ E todo o povo respondeu: ‘caia sobe nós o seu sangue e sobre
SEGUNDA VEZ V/.
nossos filhos!’ Libertou então Barrabás, mandou açoitar Jesus e Lho
Nós ...
XI ESTAÇÃO JESUS É entregou para ser crucificado” (Mt 27,24-26).
PREGADO NA CRUZ Jesus está a implorar meu coração neste passo da Paixão, Ele quer a minha
V/. Nós... santificação.

Conheça o autor
desta Via Sacra (Breve pausa para reflexão)

http://www.joaocladias.org.b
r Oração:

Pensamentos de Ó meu adorável Jesus, comove-me ver-Vos preso, condenado à morte e


Santos considerado como inferior a Barrabás. Vejo o enorme peso de meus
"Deus Pai deu ao mundo seu pecados no ódio dos que Vos rejeitam. Aceitai, Senhor, meu pobre coração
Unigênito só por meio de e assumi-o como Rei e Senhor absoluto. Estou seguro de que se assim o
Maria. Por mais suspiros que fizerdes, jamais Vos ofenderei.
deram os patriarcas, por
mais rogos que fizeram os Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória
profetas e os santos da antiga
lei durante quatro mil anos V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.
para possuir este tesouro, só R/. Tende piedade de nós.
Maria o mereceu e achou V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis
graça diante de Deus pela defuntos.
força de suas súplicas e a R/. Amém.
alteza de suas virtudes".
(São Luis Maria Grignion de
********
Montfort)

"Eis como se ama! Não parece


ser assim que do alto da cruz
o nosso Salvador nos fala a II ESTAÇÃO
todos, quando, em vez do
sofrermos um pouco, JESUS CARREGA A CRUZ ÀS
abandonamos as obras do seu COSTAS
beneplácito e até por vezes
chegamos a renunciar à sua
graça e ao seu amor? Pela sua V/. Nós Vos adoramos , ó Cristo, e
parte, amou-nos ele até à
Vos bendizemos.
morte, e não desceu da cruz
senão depois de ter deixado R/. Porque pela Vossa Santa Cruz
nela a vida". (Santo Afonso remistes o mundo.
Mª de Ligório)

"Levai alegremente vossa


cruz e os veréis abrasados do
divino amor, porque sem Leitura:
cruzes e sem dor não se vive
no amor". (São Luis Maria
Grignion de Montfort)
Levaram então consigo Jesus. Ele próprio carregava a Sua Cruz para
"Ó meu Jesus, vós que por
fora da cidade, em direção ao lugar chamado Calvário, em hebraico
meu amor vos não poupastes
a vós mesmo, imprimi em Gólgota (Jo 19,17).
mim a vossa paixão, para que Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os
por toda a parte tenha diante nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por
de meus olhos as vossas
Deus e humilhado (Is 53,4).
chagas, e não encontre
repouso senão em vós, e na
meditação dos vossos
sofrimentos". (São
Boaventura)
Meditação:

Jamais um romano poderia ser condenado à morte de crucifixão, por ser


símbolo máximo de desonra reservada aos piores criminosos. O sinal da
vergonha por excelência foi abraçado por Jesus, “Ele próprio carregava a
sua Cruz...”
Bem se poderia ver naquela Cruz a imagem de nossos pecados. “Quem
pode, entretanto, ver as próprias faltas?” (Sl 18,13). Quem entenderá o
pecado? Este é o pior de todos os males, o ato de maior oposição a Deus.
Naquela cruz estavam todos os meus pecados. Entretanto, o Divino
Redentor é Rei tão grandioso que transformará a cruz em objeto de
elevada nobreza e distinção. Ela será colocada no alto das fachadas das
igrejas, nas coroas dos reis e será a paixão dos santos.
Que devo eu oferecer a Jesus neste momento em que O vejo beijar a Cruz?
Indulgências da
Via-Sacra (Breve pausa para reflexão)
Além dos méritos adquiridos
pelo exercício da Via-Sacra,
podemos também facilmente
Oração:
ser beneficiados pelas
indulgências concedidas pela
Igreja a quem cumprir Ó Jesus meu! Ao ver-Vos ajoelhado para abraçar a Cruz, lanço-me a
determinadas condições. Vossos pés contrito e humilhado. Quantas e inúmeras vezes Vos ofendi! Eu
Pela obtenção de indulgências me transformei no horror do universo inteiro, em todas as ocasiões que
nos é perdoada total ou pequei contra Vós. Perdão, Senhor, perdão! Consumi todas as minhas
parcialmente a pena devida culpas na Vossa infinita misericórdia e transformai-as em mais uma coroa
pelos nossos pecados, ou seja, de Vossa glória.
o Purgatório após a morte. As
indulgências podem também Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória
ser aplicadas às almas de
pessoas já falecidas. V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.
Requisitos para se obter R/. Tende piedade de nós.
indulgência plenária com a V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis
Via-Sacra. defuntos.
Pode-se obter indulgência R/. Amém.
plenária rezando a Via-Sacra
de acordo com o costume, que
*******
consiste em fazer as leituras,
orações e meditações de cada Postado por **** às 09:28 Nenhum comentário:

Estação diante do respectivo


quadro, ou cruz, colocados SEG UNDA-FEIRA, 4 DE FEVEREIRO DE 20 0 8
habitualmente ao longo das
paredes das Igrejas. Quando a
Via-Sacra é rezada em
conjunto e há dificuldade de
III ESTAÇÃO
todos se movimentarem
JESUS CAI PELA PRIMEIRA
ordenadamente, de uma
VEZ
Estação para outra, basta que
o dirigente se desloque.
É necessário ainda, além da V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos
repulsa de todo o afeto a bendizemos.
qualquer pecado, até venial, o R/. Porque pela Vossa Santa Cruz
cumprimento das três remistes o mundo.
condições seguintes: confissão
sacramental, comunhão
eucarística e oração nas Leitura:
intenções do Sumo Pontífice
(costuma-se rezar um Pai- Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagava por nossas
Nosso, uma Ave-Maria e um iniquidades. O castigo que nos salvou pesou sobre ele, e fomos curados
Glória). Uma confissão pode graças às suas chagas (Is 53,5).
valer para se obterem todas as Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caído na terra, não
indulgências plenárias morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto. Quem ama a sua vida,
durante o período de um mês. perdê-la-á; mas quem odeia a sua vida neste mundo, conservá-la-á para
(Cfr. MANUAL DAS a vida eterna (Jo 12,24-25).
INDULGÊNCIAS, normas e
concessões, ed. Paulus, 4ª
edição, 1990).
Meditação:
Palavras de João
Paulo II durante a Terríveis são os nossos crimes, eles fazem cair um Deus feito homem!
Via Sacra no Não era longo o caminho até o Calvário, mas Jesus ainda cairá duas vezes
Coliseu, abril de mais. O esgotamento produzido pela flagelação, sucedida da coroação de
espinhos, a noite sem dormir... O peso de nossas ofensas O faz perder as
2000 forças.
Bem poderia negar-Se continuar Sua Via Sacra. Bastaria todo o ocorrido
até aqui para justificar uma incapacidade de prosseguir. Mas, Ele deseja
ensinar-nos a nunca desanimar. Neste passo, Ele demonstra estar disposto
a nos reerguer de nossas quedas, por piores que sejam.

(Breve pausa para reflexão)

Oração:
Que significa ter parte na
cruz de Cristo? Quer Ó Jesus, castigado por meus crimes e esmagado por minhas infidelidades,
dizer experimentar no quanto Vos adoro e Vos agradeço por quererdes reerguer-me de minhas
Espírito Santo o amor quedas. Elevai-me desta situação em que me encontro, produzi em mim
que esconde atrás de si a uma verdadeira conversão, para que eu retorne ao caminho de minha
cruz de Cristo. Quer dizer salvação e nunca desanime. Que eu deteste tudo aquilo que me separa de
reconhecer, à luz deste Vós, morra para o pecado e jamais desconfie do Vosso socorro.
amor, a nossa própria
cruz. Quer dizer carregá- Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.
la sobre nossos ombros e,
movidos cada vez mais
por este amor, caminhar. V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.
Caminhar através da R/. Tende piedade de nós.
vida, imitando Aquele V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis
que "suportou a cruz sem defuntos.
temer a ignomínia, e está R/. Amém.
sentado à direita de
Deus" (Eb 12,2).
*******
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ariali

V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos


bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.

Leitura:

Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Eis que este Menino está
destinado a ser causa de queda e de soerguimento para muitos homens
em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, a fim de serem
revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada
transpassará a tua alma” (Lc 2,34-35).
Ó vós todos, que passais pelo caminho: olhai e julgai se existe dor igual à
dor que me atormenta (Lm 1,12).

Meditação:

“Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração” (Lc 2,51). Devia
Ela lembrar-se com exatidão das palavras do Arcanjo São Gabriel durante
a Anunciação: “Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo, e o
Senhor Deus Lhe dará o trono de Seu pai Davi; e reinará eternamente na
casa de Jacó, e o Seu reino não terá fim” (Lc 1,32-33).
“Mas como seriam esse trono e esse reino – deveria penar Ela – se meu
Filho é uma só chaga da cabeça aos pés, sem forças sob o peso da Cruz?”.
Maria, por sua sabedoria, conhecia profundamente a imensa gravidade do
pecado. Mas seria necessário levar as coisas a esse ponto? Quem poderia
imaginar cena mais trágica? Uma espada de dor penetrou sua alma
puríssima e ali depositou um sofrimento lancinante.

(Breve pausa para reflexão)

Oração:

Ó Virgem Dolorosa, perdão! Perdão pela grande culpa que tenho neste
passo da Paixão. Reconheço as minhas faltas e Vos agradeço por Vos
terdes associado aos tormentos de Vosso Divino Filho para me redimir. Ó
celeste Corredentora, invoco essa sagrada troca de olhares entre Mãe e
Filho, em circunstâncias tão dramáticas, para implorar perdão. Somando o
amor de todos os anjos e santos até o fim do mundo, em nada se
compararia ao amor de um Deus a Sua Mãe, ou ao da Mãe a seu Filho
Deus. Bastaria essa relação de olhares para restaurar minha inocência
perdida. É o momento, ó Maria Santíssima: restaurai-me em minha
inocência!

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.


R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis
defuntos.
R/. Amém.

**********

V ESTAÇÃO

SIMÃO CIRENEU AJUDA JESUS A


CARREGAR A CRUZ

N/.Nós vos adoramos, ó Cristo,


e Vos bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.

Leitura:

Esperei em vão quem tivesse compaixão de mim, quem me consolasse e


não encontrei (Sl 68, 21).
Depois de terem escarnecido d'Ele, tiraram-Lhe a púrpura, deram-Lhe de
novo as vestes e conduziram-No fora para o crucificar. Passava por ali
certo homem de Cirene, chamado Simão, que vinha do campo, pai de
Alexandre e de Rufo, e obrigaram-no que lhe levasse a Cruz (Mc 15, 20-
21).

Meditação:

Aí está diante de nossos olhos o Criador do universo já quase sem fôlego e


sem forças. Receiam os soldados romanos que venha a morrer o Divino
condenado, antes mesmo de chegarem ao Gólgota. É urgente encontrar
alguém que O auxilie a terminar o percurso. Quem poderia ser? Pois
ajudar a carregar aquele objeto de infâmia – a cruz – era ocasião para toda
espécie de humilhações.
O centurião que comandava os soldados romanos vê Simão. Quem era ele?
Sabe-se somente que era de Cirene, que vinha do campo e que era pai de
Alexandre e Rufo. Quase um anônimo. Embora tenha sido obrigado a levar
a Cruz com Jesus, de alguma forma cooperou com a obra de Redenção.
Oh! exemplo extraordinário para mim! Mesmo sendo inocente – se assim
o for, tanto melhor – e muito mais se eu for pecador, devo lembrar-me das
palavras do Divino Mestre: “Quem não toma a sua cruz e não Me segue,
não é digno de Mim” (Mt 10,38).
É indispensável eu tomar a minha cruz, ou seja, aquela responsabilidade,
aquela humilhação, a cruz da honestidade e da retidão de consciência, da
prática da virtude. É preciso que eu seja perfeito.
A minha via é a de Jesus. É necessário eu sofrer e morrer com Ele para,
depois, com Ele ressuscitar. É pela Cruz que se chega à luz.

(Breve pausa para reflexão)

Oração:

Ó Jesus que neste passo de Vossa Paixão pedis a minha ajuda, aqui estou
para Vos servir, Senhor! Com o auxílio de Vossa graça, estou disposto a
enfrentar a opinião dos outros e levar ao alto o estandarte da prática da
virtude. Quero seguir-Vos com minha cruz. Ajudai-me a ajudar-Vos,
Senhor, e que eu jamais Vos ofenda pela covardia diante das risotas dos
outros. Que Vossos mandamentos sejam minha lei e a minha vida. Quero
carregar minha cruz e seguir-Vos.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.


R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis
defuntos.
R/. Amém.

**********

VI ESTAÇÃO

VERÔNICA ENXUGA O ROSTO


DE JESUS

V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos


bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.

Leitura:

Aos que me feriam, apresentei as espáduas, e as faces àqueles que me


arrancavam a barba; não desviei o rosto dos ultrajes e dos escarros. Mas
o Senhor Deus vem em meu auxílio; eis por que não me senti desonrado
(Is 50, 6-7).
Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz de Vossa face. Confiado na Vossa
justiça, eu contemplarei a Vossa face; ao despertar, saciar-me-ei com a
visão de Vossa imagem (Sl 4,7; 16,15).

Meditação:

Gesto comovedor! Quanto eu gostaria de ter feito o mesmo: enxugar o


rosto de Jesus. Sangue, suor e lágrimas de um Deus a rolarem pela
Sagrada Face. Somente a memória dos que estavam ali presentes – e
puderam contemplar a mais bela de todas as fisionomias, marcada pela
mais aguda das dores – guardou aquela cena pungente. Homem como nós,
também Ele é sensível a um gesto de afeto.
“Vera icona”, ou seja, verdadeira imagem. Esse é o significado do nome
daquela que se compadeceu de Jesus e Lhe enxugou o rosto. Que lhe
poderia oferecer Ele, naquele momento, em retribuição por tão distinta
atitude? Sua verdadeira Face. Jesus quis deixar-nos esta preciosa
mensagem: sempre que, de alguma forma, eu Lhe enxugar a Face, Sua
fisionomia se estampará em minha alma, serei outro Cristo. Sim,
“Christianus alter Christus”, o cristão é um outro Cristo.
Se, na vida de todos os dias, me empenhar em auxiliar o próximo a trilhar
as vias do Evangelho, da Salvação, a face de Cristo se fixará em meu
espírito, eu me tornarei semelhante a Ele. Pois o amor torna aquele que
ama semelhante ao objeto amado.
Neste trecho da Via-Sacra, Jesus e Verônica me convidam a imitá-los. Que
em minha existência eu não perca uma só oportunidade de enxugar a
Sagrada Face de Jesus, e assim possa apresentar-me no dia de meu juízo
como um verdadeiro espelho da santidade d'Ele.

(Breve pausa para reflexão)

Oração:

Ó adorável e Sagrada Face de Jesus! Perdão por todos os meus egoísmos.


Perdão por tanta dureza de coração. Quantas vezes eu não fui indiferente
em relação ao Vosso sangue, suor e lágrimas! Quantos não Vos
encontraram durante Vossa Paixão e pouco se importaram diante de
Vossas dores! Não terei sido um destes, até o presente momento?
Compreendo agora, por um auxílio de Vossa graça, o Vosso mandamento:
“Amai-vos uns aos outros, como Eu vos tenho amado” (Jo 13, 34). Vós
quereis de mim que eu seja atencioso com os necessitados de meu auxílio,
bondoso para com os humildes, forte para com os orgulhosos. Estou
disposto a proceder assim.
Ó diligente Verônica, ajudai-me a ser fiel neste chamado de Jesus. Que eu
O imite a cada segundo em minha vida, e assim receba, em minha alma, a
verdadeira imagem de nosso Redentor.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.


R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis
defuntos.
R/. Amém.

**********
Postado por **** às 08:10 Nenhum comentário:

DOMINGO, 3 DE FEV EREIRO DE 2008

VII ESTAÇÃO

JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ

V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos


bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.

Leitura:

Todos nós andávamos desgarrados como


ovelhas, seguíamos cada qual nosso caminho; o Senhor fazia recair sobre ele o
castigo das faltas de todos nós. Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca,
como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do
tosquiador (Is 53, 6-7).
O Senhor torna firmes os passos do homem e aprova os seus caminhos. Ainda que
caia, não ficará prostrado, porque o Senhor o sustenta pela mão (Sl 36, 23-24).

Meditação:

Nada acontece a Jesus sem um profundo significado. Tudo n'Ele é simbólico e tem
sua razão de ser. Essa segunda queda acentua ainda mais a noção de quanto
pesam, sobre seus sagrados ombros, os nossos pecados.
Suas forças vão enfraquecendo a cada passo e, apesar do auxílio do Cireneu, a
Cruz vai se tornando esmagadora. Quem, ao cair pela segunda vez naquelas
circunstâncias, não se deixaria permanecer no solo? Teria chegado a oportunidade
para desistir. Como eram suaves aquelas pedras do caminho em comparação com
os sofrimentos que ainda viriam pela frente.
Ademais, quis Jesus mostrar-nos qual deve ser a extensão de nossa confiança,
mesmo quando recaímos em nossas faltas. O Salvador está sempre disposto a nos
perdoar e para isto é fundamental nunca desanimarmos. Tendo Ele assumido
nossas culpas, jamais deixará de nos reerguer. Duvidar da misericórdia infinita de
Deus, tão desejoso de nos perdoar e salvar, é uma ofensa ainda pior do que o
próprio pecado, segundo ensina Santo Agostinho.

(Breve pausa para reflexão)

Oração:

Uma segunda queda, Ó Jesus! Vejo bem o quanto Vos pesam os meus crimes. As
pedras do caminho são meus crimes. Certamente elas Vos prestaram algum apoio
nesta aflição. Se elas fossem dotadas de inteligência e vontade, começariam a
soluçar de compaixão por acompanharem de perto Vossos passos.
Ah, Senhor Jesus, compadecei-Vos de minha pobre alma! Tocai-a com a Vossa
graça, concedendo-lhe uma viva experiência de Vossa dor. Que jamais eu me
deixe levar pelo desânimo.
Pelos infinitos méritos dessa Vossa segunda queda, confirmai-me na Vossa graça,
por Maria Santíssima eu Vo-lo imploro.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.


R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis defuntos.
R/. Amém.

*********

VIII ESTAÇÃO

JESUS CONSOLA AS FILHAS DE


JERUSALÉM

V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos


bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.

Leitura:

Seguia-O uma grande multidão de povo e de mulheres que batiam no peito e O


lamentavam. Voltando-Se para elas, Jesus disse: “Filhas de Jerusalém, não
choreis sobre Mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre vossos filhos. Porque
virão dias em que se dirá: Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os
peitos que não amamentaram! Então dirão aos montes: Caí sobre nós! E aos
outeiros: Cobri-nos! Porque, se eles fazem isto ao lenho verde, que acontecerá ao
seco?” (Lc 23, 27-31).

Meditação:

Em Sua Via Sacra, rumo ao Calvário, uma grande multidão seguia Jesus. Porém,
nem todos eram bons. Ali estavam, aqueles que haviam pedido Sua morte,
ansiosos por assistirem a Seu último suspiro. Não se pode descartar a hipótese da
presença de alguns homens bons e aflitos com o enorme crime que diante de seus
olhos se desenrolava. Mas, também eles se mantinham na mesma inação covarde
que levara os Apóstolos a abandonarem o Divino Mestre.
Somente as mulheres “batiam no peito e O lamentavam”. São elas mais sensíveis
à contrição, à penitência e à compaixão. Sua comovida piedade as levava a sofrer
com Jesus, o Bom Pastor, que havia feito o bem até com Sua sombra, por todos os
lugares onde passara. Quantos beneficiados por Ele não estariam em meio à
multidão...
Entretanto, a sentença já havia sido decretada. Os soldados romanos não tinham
outra alternativa senão a de executá-la, e com a crueldade tão comum e freqüente
com que eram tratados os prisioneiros naqueles tempos.
“... Se eles fazem isto ao lenho verde” – Jesus, a Inocência e a Santidade, com
brutalidade máxima era conduzido pelos soldados romanos. “Que acontecerá ao
lenho seco?” – qual seria a violência a ser empregada num futuro não muito
distante, pelos mesmos romanos, contra o povo ali representado? A
responsabilidade pelo pecado de deicídio pesava sobre todos, e por isso Jesus
profetizou o castigo que cairia sobre os habitantes daquela cidade: “chorai sobre
vós mesmas e sobre vossos filhos”.
Jesus, embora mergulhado nos tormentos da Paixão, caminhava para o triunfo do
cumprimento de Sua missão. Seus sofrimentos eram uma nova coroa de glória, e
por isso afirmou: “não choreis sobre Mim”. Na sua infinita justiça, Jesus advertia
as mulheres da necessidade de repararem o pecado coletivo. Não bastava
comoverem-se com a tragédia de um Deus injustiçado. Era indispensável aplacar
a cólera divina contra a nação, pelo crime cometido.

(Breve pausa para reflexão)

Oração:

Ó Jesus, Senhor da Justiça que a todo bem premiais e a todo mal castigais, dai-me
a graça de ter plena consciência de minhas loucuras, crimes e pecados, a fim de
pedir-Vos perdão com sinceridade. Quanto mais profundamente eu reconhecer
minhas faltas, melhor será meu arrependimento e ampla será a Vossa absolvição.
Vejo agora com toda clareza o quanto tinha razão Santo Agostinho ao afirmar
serem os pecados coletivos castigados nesta Terra. Compreendo quanto devemos
repará-los a fim de se evitar a santa ira de Deus.
Não quero deixar de Vos confessar, Senhor, todo o horror que penetrou em minha
alma diante de tanta covardia. Ninguém para Vos defender! Dai-me, Senhor, a
graça de jamais ter vergonha de defender Vossa honra. E Vos peço perdão por
todas as minhas infidelidades nesta matéria.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.


R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis defuntos.
R/. Amém.

*********

IX ESTAÇÃO

JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ

V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos


bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.

Leitura:

Mas aprouve ao Senhor esmaga-lo pelo sofrimento. Era desprezado, era a escória
da humanidade, homem das dores, experimentado nos padecimentos. Como
aqueles diante dos quais se cobre o rosto, era amaldiçoado e não fazíamos caso
dele (Is 53, 2,10).
Também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo para que sigais os Seus
passos. Carregou os nossos pecados em Seu corpo sobre o madeiro para que,
mortos aos nossos pecados, vivamos para a justiça (I Pe 2, 21,24).

Meditação:

“Eu sou a luz do mundo; aquele que Me segue não andará em trevas, mas terá a
luz da vida” (Jo 8,12).
Aí está, diante de meus olhos e sob o peso da cruz, a luz do mundo caída ao chão
pela terceira vez. Cruz essa, símbolo de meus pecados, banhada já pelo
preciosíssimo e adorável Sangue do Redentor.
Várias incógnitas cercam essa terceira queda de Jesus. De que apoio servia o
Cireneu para carregar a Cruz? Por que não tomou ele sobre seus ombros a parte
mais pesada? Se os soldados haviam já decidido convocar compulsoriamente o
Cireneu, não lhes faltava compreensão para perceber o estado de esgotamento de
sua vítima. Por que lhe exigem continuar a caminhada?
Uma vez mais, imagem de nossa miséria. Assim somos nós. Os nossos melhores
atos de virtude vêm sempre embebidos das falhas que tanto atormentam a delicada
e sensível consciência dos santos. “Afinal, não pecarei mais”, foi o último gemido
lançado por São Luís Grignion de Montfort, antes de expirar. Por isso me
pergunto diante desta cena: se eu fosse o Cireneu, teria procedido de outra forma?
Quantas e quantas vezes não fui relaxado no cumprimento de meus deveres, na
prática da virtude, no evitar as ocasiões que me levam ao pecado... Como estou
longe da perfeição, deixando Jesus ser quase esmagado sob o peso da Cruz, sem
me preocupar em ajudá-Lo!
Por outro lado, Jesus me repete: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6).
Ele me dá o divino exemplo: não devo me apoiar nas inconsistentes promessas
humanas; só no sobrenatural está o meu amparo e proteção. Nem o ressentimento
pode ser a minha lei. Se me abandonam ou me perseguem, e caio sob o madeiro
das decepções, jamais o desânimo me abaterá, desde que siga o exemplo de meu
Divino Mestre: retomar a cruz e chegar ao fim.
Sempre há mais para dar, mesmo quando o fôlego parece já não existir. Essa é
também umas das lições contidas nesta Estação.

(Breve pausa para reflexão)

Oração:

Ó meu Jesus, perdão! Perdão por sobrecarregar Vossos sagrados ombros com o
peso de meus pecados. Como esgotam eles Vossas forças por causa de seu número
e gravidade!
Perdão por ser relaxado no cumprimento de meu dever. Sei bem que não sendo
perfeito como nosso Pai celeste é perfeito, torno ainda mais pesada a Vossa cruz.
Sou eu também a causa desta Vossa terceira queda.
Eu Vos agradeço o exemplo de generosidade e entrega total que neste passo da
Paixão me dais e Vos rogo graças eficazes para Vos servir continuamente com
amor desinteressado e ânimo forte.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.


R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis defuntos.
R/. Amém.

*********

X ESTAÇÃO

JESUS É DESPOJADO DE SUAS


VESTES

V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos


bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.

Leitura:

Tomaram as Suas vestes e fizeram dela quatro partes, uma para cada soldado. A
túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura. Disseram, pois, uns
aos outros: “Não a rasguemos, mas deitemos sorte sobre ela para ver de quem
será”. Assim se cumpria a Escritura: Repartiram entre si as Minhas vestes e
deitaram sorte sobre minha túnica (Jo 19, 23-24).

Meditação:

Quem poderia imaginar tão grande humilhação? Jesus, o próprio criador do pudor
e deste dotado no grau mais perfeito, é despojado de Suas vestes diante de toda
aquela gente. Talvez para reparar a imoralidade e falta de modéstia dos trajes de
épocas futuras. De modas que receberiam a grave censura de Nossa Senhora em
Fátima.
Quatro soldados disputaram a pouca herança da Divina Vítima. A pobreza
d'Aquele Deus era tal que, à hora de Sua morte, não Lhe restava senão a roupa
com a qual estava vestido. Nova lição para mim, que sou dominado pela mania de
juntar tesouros neste mundo.
Sobre a túnica decidiram jogar a sorte, por concluírem os soldados tratar-se de
uma peça de elevado valor, pois não tinha uma só costura de alto a baixo. Era
tecida com arte requintada. Quem a fizera? Maria Santíssima, Sua Mãe! A missão
salvífica e universal de Jesus se representa assim neste passo, pois Ele, que era
pobre, usava no entanto uma veste preciosa, simbolizando através desses extremos
harmônicos que veio salvar pobres e ricos.
Quatro são os cantos da terra e em quatro se repartem os Seus pertences. É um
belíssimo símbolo da expansão da mais alta das obras de Jesus, a Santa Igreja que
tomaria conta da extensão do mundo.
Por outro lado, a Santa Igreja é simbolizada em sua unidade perfeita pela túnica
sem costura. Ela reclama uma união total entre todos os seus fiéis, não
comportando a menor divisão.
E qual o significado da sorte lançada sobre a túnica? É a figura da graça divina,
segundo Santo Agostinho, pois os planos misteriosos de Deus estão muito acima
dos méritos humanos. Tudo é decidido por Ele.

(Breve pausa para reflexão)

Oração:

Ó meu Jesus, mais uma vez, perdão! Qual não será a gravidade da minha culpa
neste momento tão angustiante de Vossa Paixão? De quantas vezes me acusará
minha consciência da falta de pudor? Não terei eu ofendido a modéstia, fazendo
uso de trajes indignos de um cristão?
Perdão, Jesus! E ao mesmo tempo assisti-me com Vossa santa graça a fim de eu
respeitar com delicadeza de consciência a Vossa Lei.
Que eu ame a unidade de Vossa Santa Igreja e batalhe por sua expansão no mundo
inteiro, jamais fazendo acepção de pessoas nessa tarefa, para ajudar-Vos a salvar
pobres, ricos, ou qualquer classe de almas.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.


R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis defuntos.
R/. Amém.

*********
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SÁBADO, 2 DE FEVE REIRO DE 2008

XI ESTAÇÃO

JESUS É PREGADO NA CRUZ

V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos


bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.

Leitura:

Chegados que foram ao lugar chamado Calvário, ali O crucificaram, como


também os ladrões, um à direita e outro à esquerda. Pilatos redigiu uma inscrição
e a fixou por cima da Cruz. Nela estava escrito: “Jesus de Nazaré, rei dos
judeus” (Lc 23, 33; Jo 19,19).
Junto à Cruz de Jesus estavam de pé Sua mãe, a irmã de Sua mãe, Maria, mulher
de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu Sua mãe e perto d'Ela o
discípulo que amava, disse à Sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho”. Depois disse ao
discípulo: “Eis aí tua mãe”. E dessa hora em diante o discípulo A levou para a
sua casa (Jo 19, 25-27).

Meditação:

Por fim chega Jesus ao Calvário, lugar onde, segundo uma piedosa e antiga
tradição, Adão havia sido sepultado. Ali abundara o pecado, ali transbordaria a
graça.
Crucificado! Aquela mesma Cruz que tanto Lhe pesava sobre os ombros seria Seu
instrumento de morte. Os braços abertos para atrair a Si a humanidade inteira, sem
distinção de pessoas de qualquer espécie, conforme afirma S. João Crisóstomo. Já
em estado pré-agônico, enormes cravos perfuram Suas sagradas mãos e divinos
pés, levando-O a contorcer-Se de dores.
O requinte de maldade de seus acusadores chega ao ponto de O crucificarem entre
dois ladrões para ser considerado também como tal.
E Pilatos, como bom representante de todos os que procuram tomar uma posição
de neutralidade entre o Bem e o Mal, ao mesmo tempo em que condenava à morte
Jesus, quis reconhecer sua realeza sobre o povo que exigia a crucifixão d'Ele.
Terminava assim, de “lavar” as mãos do sangue do Inocente.
Ao pé da Cruz, enquanto os soldados repartiam entre si os haveres materiais do
Divino Crucificado, Ele entregava Sua preciosa herança – Maria Santíssima – ao
discípulo amado, num último e supremo gesto de amor filial. Também ali estavam
as Santas Mulheres, dignas de admiração por sua corajosa determinação de
permanecer junto à Cruz, os olhos postos no Salvador, insensíveis ao ódio dos
fariseus que pusera em fuga os Apóstolos. Mas, exemplo sem igual nos dá a Mãe
de Deus, como lembra Teófilo: “Imitai, ó mães piedosas, esta que tão heroico
exemplo deu de amor maternal a seu amantíssimo Filho único; porque nem vós
tereis mais carinhosos filhos, nem esperava a Virgem o consolo de poder ter
outro”.

(Breve pausa para reflexão)

Oração:

Eu Vos dou graças, Ó Jesus meu! Reconstituo, nesta meditação, o drama da


loucura de amor de um Deus por Suas criaturas. Se fosse eu o único a haver
pecado, Vosso procedimento não teria sido outro. Por isso, afirmo com toda
certeza: Vós fostes crucificado por mim. Nada faltou para Vos fazer sofrer até o
extremo da dor.
Que Vossa crucifixão arranque de minha alma os caprichos e os vícios que me
desviam de Vós. Quantos apegos, quantas paixões, quantos delírios... Concedei-
me as mesmas graças derramadas sobre o bom ladrão e possa eu, assim, um dia
estar convosco no Paraíso.
Que eu escolha sempre a posição do Bem e jamais siga as vias de Pilatos.
Em relação àqueles que são meus, jamais tenha eu um amor egoísta, impedindo-os
de cumprirem sua vocação.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.


R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis defuntos.
R/. Amém.

*********

XII ESTAÇÃO

JESUS MORRE NA CRUZ

V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos


bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.

Leitura:
Em seguida, sabendo Jesus que tudo
estava consumado, para se cumprir penamente a Escritura, disse: “Tenho sede”.
Havia ali um vaso cheio de vinagre. Os soldados encheram de vinagre uma
esponja e, fixando-a numa vara de hissopo, chegaram-lha à boca. Havendo Jesus
tomado do vinagre, disse: “Tudo está consumado”. Inclinou a cabeça e rendeu o
espírito.
Vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro que com Ele
foram crucificados. Chegando, porém, a Jesus, como O viessem já morto, não
Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados abriu-Lhe o lado com uma lança
e imediatamente saiu sangue e água (Jo 19, 28-30; 32-34).

Meditação:

Jesus é a Sabedoria de Deus encarnada. Tudo n'Ele acontece por altíssimas


razões. Por isso diz o Evangelista: “Sabendo Jesus que tudo estava consumado”,
ou seja, naquela hora extrema, Jesus ia conferindo os fatos com as profecias e ao
verificar a ausência de um detalhe “para se cumprir plenamente a Escritura,
disse: ‘Tenho sede’”. Se faltassem provas para demonstrar Sua divindade, esta
seria uma: a extrema superioridade de espírito com que vivia todos os episódios
da Paixão.
Afirma Santo Agostinho que o vinagre simboliza o vinho dos patriarcas e dos
profetas que se azedara em seus descendentes. “Um vaso cheio de vinagre”, ou
seja, um coração cheio de maldade.
“Inclinou a cabeça e rendeu o espírito”. A este respeito afirma Santo Agostinho:
“Quem pode dormir quando quer, como Jesus morreu quando quis?”. E no mesmo
sentido, lemos em São João Crisóstomo: “Por Seus atos indica o Evangelista que
Ele era Senhor de todas as coisas”.
“Saiu sangue e água”, que simbolizam os Sacramentos da Igreja, indispensáveis
para nossa salvação. São João emprega o verbo “abrir” para significar a abertura
da porta da qual nasceria a Santa Igreja. “Por esta razão – diz Santo Agostinho –
foi formada a primeira mulher da costela de Adão adormecido, e este segundo
Adão (Jesus), inclinando a cabeça, dormia na Cruz, para que fosse fundada Sua
esposa (a Igreja) e nascesse de Sua costela durante o sono. Oh, morte que os
mortos ressuscitas! Que há mais puro do que este sangue? E mais saudável do que
esta ferida?”

(Breve pausa para reflexão)

Oração:

Ó meu Jesus, prova de maior amor não há! Vós destes Vossa preciosíssima
vida por mim! E que Vos devo dar eu? Que poderia receber de mais
grandioso? Pensar que esse mesmo sacrifício se renova todos os dias sobre
o altar, de forma incruenta, podendo me beneficiar dele totalmente! Ah,
Senhor, aceitai meu pobre ser, meu corpo, minha alma, meus parentes,
tudo o que me pertence agora e no futuro, até os meus méritos. Tudo é
Vosso, Senhor, e a Vós entrego em retribuição, por meio de Maria
Santíssima.
Vós me ensinais neste passo o quanto devo agir com equilíbrio, dominando
minhas paixões em todas as circunstâncias da vida. Nenhuma impaciência,
febricitação ou nervosismo. Sempre Vos tomarei como exemplo, cofiando
mais e mais no poder de Vossa graça.

Alma de Cristo, santifica-me.


Corpo de Cristo, salvai-me.
Sangue de Cristo, inebriai-me.
Água do lado de Cristo, lavai-me.
Paixão de Cristo, confortai-me.
Ó bom Jesus, ouvi-me.
Dentro de vossas chagas, escondei-me.
Não permitais que de Vós me separe.
Do espírito maligno, defendei-me.
Na hora de minha morte, chamai-me.
E mandai-me ir para Vós.
Para que Vos louve com vossos santos,
Por todos os séculos dos séculos. Amém.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.


R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis
defuntos.
R/. Amém.

********

XIII ESTAÇÃO

JESUS É DESCIDO DA CRUZ

V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos


bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.

Leitura:

Depois disso, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas


ocultamente, por medo dos judeus, rogou a Pilatos a autorização para
tirar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu. Foi, pois, e tirou o corpo de Jesus.
Acompanhou-o Nicodemos (aquele que anteriormente fora de noite ter
com Jesus), levando umas cem libras de uma mistura de mirra e aloés.
Tomaram o corpo de Jesus e O envolveram em panos com os aromas,
como os judeus costumam sepultar (Jo 19, 38-40).

Meditação:

Morto Jesus, aplacada estava a fúria de seus inimigos... Terrível engano!


Basta considerar as perseguições havidas nestes dois milênios de
cristianismo, do Coliseu até aos numerosos mártires de nossa época.
E por onde andavam os doze Apóstolos? Por que não foram adorar o Corpo
de Jesus, antes de ser sepultado? Se a razão era o temor, não poucas
justificativas deveria ter José de Arimateia, pois “era discípulo de Jesus,
mas ocultamente, por medo dos judeus”.
A Providência traça com perfeição as linhas da História. José de Arimateia,
além de ser nobre, era muito relacionado com Poncio Pilatos, reunindo
portanto as condições favoráveis para dele obter a autorização necessária
para que Jesus não fosse enterrado como um condenado qualquer, mas
sim como uma pessoa ilustre. Quem, a não ser José, teria coragem de se
apresentar ao governador romano para lhe pedir o corpo de um
crucificado? Por isso, a respeito dele comenta São João Crisóstomo: “Veja-
se o valor deste amor: põe-se em perigo de morte atraindo sobre si as
inimizades de todos, por seu afeto a Jesus Cristo...”.
Que graça única destes a este José! A de poder descer da Cruz, com o
auxílio de Nicodemos, o Divino Corpo de Jesus. Por respeito, ou por outras
razões ainda mais elevadas, o Evangelho não descreve as dores da Mãe de
Deus nesta hora tão dramática, Ela, que conferia e guardava no coração
todos os acontecimentos! Como teria recebido em seus braços Aquele
corpo inanimado, todo ferido e ensanguentado?
O Evangelista faz notar nem o fato de terem seguido, no sepultamento, o
ritual costumeiro. Tudo conduzia à mais alta simbologia: os panos eram de
linho, não de seda, nem bordados a ouro; e o linho só depois de muito
alvejado se torna branco. “Significa que o corpo d'Aquele que foi tomado
da terra (isto é, da Virgem) pelo trabalho da Paixão, chegou ao candor da
imortalidade”, diz São Jerônimo. É esta a razão pela qual a Santa Igreja
não celebra o Santo Sacrifício do Altar sobre seda ou qualquer outro
tecido, por mais rico que seja, mas sobre linho branco.

(Breve pausa para reflexão)

Oração:

Ó Sagrado Corpo de Jesus, Vós Vos encontrais separado de Vossa


Santíssima alma, mas ainda unido à Divindade e, portanto, absolutamente
adorável. Vendo-Vos assim sem vida, sinto meu coração gemer. Essas
mãos que restituíram a Malco a orelha cortada, deram ordens aos mares e
às tempestades, expulsaram os vendilhões do Templo, fizeram o bem por
todo Israel, já não se articulam. Vossos pés que caminharam sobre as
águas e cruzaram todas as distâncias de Vossa nação em busca dos
necessitados, não se movem. Vossa voz que fazia estremecer os fariseus,
mas perdoava com doçura os pecadores arrependidos e arrancou de seu
túmulo a Lázaro ressurrecto, já não se faz ouvir. Vosso olhar que santificou
Pedro, agora é vítreo. Uma só chaga Vos cobre de alto a baixo.
Ó Virgem Dolorosa, eu Vos imploro a insigne graça de manter diante de
mim, pelo resto de minha vida, essa terrível imagem da gravidade do
pecado. Se houvesse eu cometido um só pecado e fosse o único em todo o
gênero humano, aí estaríeis Vós com esse Corpo sagrado em Vossos
virginais braços, por minha causa. Perdão, minha Mãe, perdão! E ajudai-
me a nunca mais pecar!

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.


R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis
defuntos.
R/. Amém.

*********

XIV ESTAÇÃO

JESUS É SEPULTADO

V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos


bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.

Leitura:

No lugar em que Ele foi crucificado havia um jardim, e no jardim um


sepulcro novo, em que ninguém ainda fora depositado. Foi ali que
depositaram Jesus por causa da Preparação dos judeus e da proximidade
do túmulo. Depois (José de Arimateia) rolou uma grande pedra à
entrada do sepulcro e foi-se embora. Maria Madalena e outra Maria
ficaram lá, sentadas defronte do túmulo (Jo 19, 41-42; Mt 27, 60-61).

Meditação:

Maria deu a luz um único Filho. Seu claustro materno não foi habitado
por mais ninguém, a não ser Jesus. Assim também o Santo Sepulcro. O
tempo avançava, eram demoradas as diligências para obterem a permissão
de Pilatos, descer da Cruz o Corpo sagrado do Senhor não era operação
rápida, todas as circunstâncias favoreceram a escolha de um túmulo nas
proximidades. Sepulcro virgem, pois nem antes, nem depois, algum outro
nele fora sepultado.
“Mais uma vez os acontecimentos são conduzidos pela Sabedoria de Deus.
Evitou-se assim qualquer sombra de dúvida sobre a Ressurreição. Foi
Jesus que ressuscitou e não o cadáver de qualquer outra pessoa. E dada a
proximidade do Sepulcro, tornou-se mais fácil comprovar, tanto pelos
discípulos quanto pelos soldados romanos postos ali pelos fariseus, a
falsidade da suposição do roubo de Seu Corpo.
“O Salvador foi depositado num túmulo que não era o Seu, dando assim a
conhecer que morria pela salvação dos outros; por que haveria de ser
colocado num sepulcro próprio Quem não havia morrido por Si? Por que
haveria de ter túmulo na terra Aquele cujo trono permanecia no Céu? Por
que haveria de ter sepultura própria Quem não esteve no sepulcro mais do
que três dias, não como morto, mas como que descansando num leito? O
sepulcro é a habitação da morte; não era necessário, portanto, que Cristo,
que era a vida, tivesse habitação de morte; nem necessitava habitação de
defunto Quem nunca morre” (Santo Agostinho).
Uma grande pedra nos separa, neste momento, do Corpo Sagrado de
Jesus. Quem tivesse Fé, poderia adorar a Jesus em Corpo e Divindade
presente no Sepulcro, e d'Ele se beneficiar recebendo graças concedidas
diretamente pelo Salvador. Esse foi o grande consolo das Santas Mulheres.
“Depois que o Corpo do Senhor foi sepultado (os outros foram para casa)
unicamente continuaram ali as mulheres, que mais O haviam amado...”
(São Remígio).
“As mulheres perseveraram em seu dever, esperando o que Jesus havia
prometido; por esta razão mereceram ser as primeiras que viram a
Ressurreição, porque ‘quem persevera até o fim, se salvará’” (São
Jerônimo).
Felizes as Santas Mulheres! Mais felizes ainda somos nós, pois temos a
Jesus em Corpo, Sangue, Alma e Divindade na Eucaristia. Nela nós O
adoramos, não com “uma grande lápide” de permeio, mas tão somente
através dos véus das Sagradas Espécies e da custódia.

(Breve pausa para reflexão)

Oração:

Ó meu Jesus morto e sepultado, aqui me encontro eu, em companhia das


Santas Mulheres para Vos adorar. Com elas Vos peço a graça de jamais me
separar de Vós e, permanecendo assim unido habitualmente a Vós por um
dom sobrenatural, possa com São Paulo afirmar: “já não sou eu que vivo, é
Cristo Jesus que vive em mim” (Gal 2, 20).
Sim, Vós sois morto e colocado num túmulo para que eu tenha vida e de
maneira superabundante. Que a vida neste transe, afastada de Vós,
penetre no mais fundo de minha alma, a ponto de participar do Vosso
próprio poder: “Tudo posso n'Aquele que me conforta” (Fl 4,13).
A Vós, ó Virgem, recorro a fim de que me obtenhais de Jesus sepultado, a
confirmação na graça de Deus para, um dia, seguindo os Vossos caminhos
e os d'Ele, possa eu ressuscitar para a glória.

Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

V/. Sagrado Coração de Jesus, vítima dos pecadores.


R/. Tende piedade de nós.
V/. Pela misericórdia de Deus descansem em paz as almas dos fiéis
defuntos.
R/. Amém.

*********

ORAÇÃO FINAL

Ó Virgem Dolorosa, ao terminar este exercício de piedade tão elevado e


proveitoso para minha pobre alma, meus olhos se voltam para Vós. Ao
longo de cada passo desta Via Sacra fui favorecido por Vossa maternal
ajuda; todos os meus bons movimentos interiores tiveram em Vossa
bondade a sua causa. Virtudes e dons desabrocharam em meu espírito por
iniciativa e mediação de Vossa misericórdia.
Vêm-se à lembrança, neste momento, as aflições afloradas em Vosso
Sapiencial e Imaculado Coração, ao ouvirdes as palavras do velho Simeão,
ou mesmo ao perderdes Jesus Menino no Templo. Preparações e
prefiguras da divina tragédia que agora se encerra nesta meditação. Uma
espada de dor transpassou Vosso Coração, Jesus está morto e sepultado.
Entretanto, por um privilégio todo especial, Jesus Hóstia permaneceu em
Vosso claustro interior, durante todo o tempo da Paixão. Sim, após terdes
comungado durante a Santa Ceia, as Sagradas Espécies não se
deterioraram em Vós. Desde aquele momento, o dom da permanência
Eucarística Vos foi concedido.
Que Sagrado Mistério! Toda a Paixão de Jesus desenrolou-se em seus
mínimos pormenores, no mais íntimo de Vosso puríssimo claustro
materno. Por isso, quero adorar a Jesus desde Sua prisão no Horto das
Oliveiras até Seu sepultamento, na Sagrada Eucaristia que se conservou
em Vós. N'Ela se deu a Flagelação, a Coroação de Espinhos, a subida ao
Calvário, a Crucifixão, Morte e Sepultamento. N'Ela a Divina Alma do
Salvador se separou do adorável Corpo, mantendo-se sempre a união com
a Divindade.
Em Vós, ó Virgem Dolorosa, recordo a síntese de todos os episódios por
mim meditados. Que graças místicas não Vos devem ter sido concedidas
em meio àquelas angústias! Graças de sentir em Si mesma as próprias
dores do Redentor. Não é sem razão que, debaixo de certo ângulo, Vós
podeis ser chamada de Corredentora.
E é a Vós “que recorro e de Vós me valho, gemendo sob o peso de meus
pecados”, na inabalável convicção de que “nunca se ouviu dizer que algum
daqueles que têm recorrido à Vossa proteção, implorado Vossa assistência
e reclamado Vosso socorro, fosse por Vós desamparado”. É a Vós que
recorro, imploro e reclamo pelo perdão de meus pecados, pela minha
salvação eterna e pela total santificação de minha alma.
E muito Vos peço ainda pela sociedade em geral, e pela própria Santa
Igreja Católica Apostólica e Romana, para que cheguem à plenitude de seu
esplendor e graça, e possa assim ser realizada a proclamação universal do
triunfo de Vosso Imaculado Coração:
“Por fim Meu Imaculado Coração triunfará!”. Amém.

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