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Quaresma 2024 - Retiro Online com o P.

Tiago de Jesus (Lucien Bunel) - Pela Cruz à Luz

Leitura da carta aos


Hebreus: (Heb 5,7-9)
«Cristo, nos dias da sua vida terrena,
apresentou orações e súplicas àquele
que o podia salvar da morte, com
grande clamor e lágrimas, e foi aten-
dido por causa da sua piedade. Ape-
sar de ser Filho de Deus, aprendeu
a obediência por aquilo que sofreu
e, tornado perfeito, tornou-se para
todos os que lhe obedecem fonte de
salvação eterna».

Um leitor apaixonado da
Epístola aos Hebreus
O P. Tiago de Jesus era um apai-
xonado pela Carta aos Hebreus. Foi
sacerdote diocesano, mas sentiu-se
atraído pelo Carmelo, fez um retiro
de 15 a 25 de julho de 1930, na co-
munidade dos Carmelitas de Lille.
Tomou por tema a leitura
dessa Epístola:
«Leio novamente esta
epístola onde podemos
recolher fórmulas tão ri-
cas de sentido e nutritivas
para a vida espiritual. Tenho uma edição
onde não se encontra nenhuma nota para
além das variantes indicadas no rodapé.
Lamento ser tão desprovido, porque teria
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gostado de fazer um estudo bastante apro-
fundado desta Epístola. Sinto-me bas-
tante ignorante da Sagrada Escritura!»

De facto, temos de corrigir esta úl-


tima frase. Temos o «testemunho»
do seu Novum Testamentum La-
tine, o texto do Novo Testamento
em latim, que o acompanhou desde
a sua entrada no Seminário Maior
de Rouen, em outubro de 1919 até
ao dia em que foi detido, a 15 de ja-
neiro de 1944. Esta obra está cheia
de notas, na sua letra fina, nas mar-
gens e nas entrelinhas, comentando
ou explicitando algumas palavras ou
expressões.

A Epístola aos Hebreus é dos textos


mais anotados. Aliás é a esta Epís-
tola que ele vai buscar a segunda lo-
cução do seu testamento espiritual
que citamos na abertura deste retiro:
«Sine sanguine non fit redemptio»
(He 9,22). O P. Tiago cita sete vezes
esta frase da Epístola aos Hebreus
nos textos que dele se conservam.
Escutando o texto da liturgia deste
quinto domingo da Quaresma e ou-
tros textos da Escritura, especial-
mente quando diz: «Tornando-Se obe-
diente até à morte e morte de cruz» (Fl 2,8),
o P. Tiago convida-nos a contemplar
a obediência do Verbo feito carne.

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A obediência de Cristo
A 16 de novembro de 1928, pregan-
do um tríduo de adoração perpétua,
o abade Bunel clama com ardor:

«E o Verbo, encarnando humilha-se, cur-


vando-Se aos desejos eternos de Deus. Fez-
Se obediente. Oh! Mundo, então pára e
olha! Tu és apenas cinza e pó, és apenas
um ser que dura um dia e ousas gritar,
no teu orgulho desmesurado “Nem
Deus, nem mestre”.

Por outro lado, vê este homem, Jesus de


Nazaré: é um homem visível, mas Ele é
um Deus invisível: a Sua natureza hu-
mana subsiste, numa personalidade divi-
na. Ele é o Filho de Deus, Ele é Aquele
que te criou e nada do que existe foi feito
sem Ele.

E eis que este Ser todo-poderoso, este ho-


mem-Deus, Se aniquila diante do Seu
Pai, Se deixa insultar, escarnecer, cruci-
ficar, e tudo isto por obediência. “Cristo
obedeceu até à morte e morte de cruz”
- Christus factus est obediens usque ad
mortem, mortem autem crucis. (Fl 2,8)
Ah! Mundo, dirias ainda que a obe-
diência te diminui, apesar de Cristo ter
santificado até este ponto esta admirável
virtude?... Terás medo de seguir um tal
Mestre?»

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Contemplando a humildade, o
abaixamento do Verbo de Deus
no mistério da Sua incarnação e
da Sua vida humana, o P. Tiago
descobre a riqueza extraordinária
da obediência.

Por isso, no retiro que dá, de 4 a 16


de agosto de 1941, no Carmelo de
Saint-Pair, exorta as Irmãs, e tam-
bém a nós, a contemplar a obediên-
cia de Cristo situando-a na perspe-
tiva da história da salvação:

«Eis a traços largos a história do mundo


e a nossa história pessoal para vermos
onde conduz o abuso da liberdade. Pre-
cisamos de confrontar a obediência ideal
de Cristo com o nosso voto de obediência.

Para melhor compreender a riqueza que o


voto de obediência traz à alma, é preciso
olhar para o efeito da desobediência nos
Anjos e no primeiro homem, ambos cria-
dos “à imagem de Deus”. Lucifer, o mais
belo dos Anjos, julga-se capaz de ser “como
Deus”, de ser ele próprio o artesão da sua
própria felicidade e recusa-se a servir. Ime-
diatamente, ele e os outros anjos rebeldes,
foram para o inferno, quer dizer conhece-
ram a privação de Deus: o ser, constante-
mente sedento de infinito, é atraído para
este infinito que nunca poderá abraçar.

Ao homem feliz no Paraíso, Satanás so-


pra o mesmo veneno de querer “ser como
Deus!”, conhecer o bem e o mal. O sinal
de amor pedido por Deus era bem peque-
no. Adão e Eva recusaram-se a dá-lo…
desobedecem… e é a morte, a perda de to-
dos os dons… esta é a terrível concupiscên-
cia da qual São Paulo traça aos Romanos
as tristes consequências… desde então será
necessário morrer para voltar à vida em
Cristo.

Jesus restabeleceu a ordem, dando todos os


sinais nos testemunhos da verdadeira e com-
pleta obediência, desde o princípio da vida
até à Paixão e à Cruz. Fez a vontade do
Pai até ao limite. A vontade do Pai tinha
sido o seu alimento ao longo de toda a sua
vida. No último momento, constata que
esta vontade está inteiramente completa,
que “tudo está consumado”. Foi também
nesse momento que Cristo alcançou a sua
grande vitória e entrou na plena posse do
Céu.

Agora, estamos chamados a modelar a nos-


sa obediência pela Sua. “É normal que
por vezes a obediência custe.” Lembremo-
nos então que viemos para obedecer e na
obediência se joga o preço da morte e da
vida. Quem é obediente também canta as
suas vitórias e entra já, a partir desta vida
e para toda a eternidade, na intimidade de
Deus».

Fazer a vontade do Pai


O P. Tiago contempla da vida de
Cristo Jesus a cumprir em tudo a
vontade do Pai. Citará muitas vezes
o episódio do Getsémani: «Não se
faça a minha vontade, mas a Tua» -
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Fiat voluntas tua. (Lc 22,42).
A 29 de setembro de 1936, escreve a
um amigo:

«Não deixe de fazer oração por causa das


suas preocupações. O sofrimento é uma ora-
ção tão forte! Deixe-se desapegar da terra,
pelas suas provações e, libertado, repouse
em Deus sem perturbação nem inquieta-
ção. Diga e repita a Deus: Fiat voluntas
tua!»
Ele sabe o quanto custa dizer Fiat.
Em 1929, quando deseja entrar para
o Carmelo, o seu bispo escreve para
Roma, mas o pedido não é atendi-
do. Então o P. Tiago confidencia à
prioresa do Carmelo de Havre:
«Lutei durante dois dias contra mil sen-
timentos de tristeza, abatimento, desenco-
rajamento e principalmente de revolta. A
minha vontade era mesmo repetir ao bom
Deus um Fiat sincero, apesar de experi-
mentar maus pensamentos, com a minha
sensibilidade cheia de orgulho a invadir-
me o espírito».
Com o sopro do Espírito Santo, conse-
guirá ter a força e ânimo para dizer
este Fiat, repeti-lo no campo de de-
portação e ainda ajudar os seus com-
panheiros tão sofridos pronunciá-lo
também. Muitos testemunhos o ates-
tam.
M. Zamansky, que era prisioneiro
com ele no campo Royallieu, dá o
seguinte testemunho. Quando o P.
Tiago soube que ia partir num desses
comboios, em direção a Leste:

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«Vimo-los partir. O P. Tiago ia entre eles,
com a cara cheia da mesma paz que nós lhe
conhecíamos, mas com um olhar e uma ati-
tude sérios. A entrega de si mesmo a Deus
só se pode fazer na totalidade, sem segundos
pensamentos, sobretudo sem esperar alter-
nativa. E creio que era isso que o P. Tiago
dizia, no último minuto em que o vi: “Fiat
voluntas tua”».

Numa entrevista dada no convento dos


Carmelitas de Avon, o senhor Michel de
Bouard conta que, estando com o P. Tia-
go no bloco da quarentena, no campo de
Mauthausen, ele lhe tinha dito que tinha
feito um voto, para o caso de sair vivo
daquele inferno. O P. Tiago refletiu por
um curto instante e disse-lhe:

devemos tentar a Deus, é Ele quem de-


cide. Diga “Fiat voluntas tua” - Faça-
se a Tua vontade! (Cf. Mt 26,42)».

O senhor Bouard continuou: «Refleti e


compreendi que o verdadeiro pen-
samento da fé mais profunda, a
mais alta, é dizer: “Seja feita a Tua
vontade”.
Dizer Fiat voluntas tua como ele fazia mui-
tas vezes de manhã, na parada, invadida
com o fumo do crematório, era difícil que
pronunciasse este Fiat sem hesitação. Dan-
do-me esta instrução, o P. Tiago, mais uma
vez, mostrava-me a meta, o cume onde era
necessário tentar chegar».

O P. Tiago não se limitou a pregar


esta entrega à Providência divina: ele
viveu-a até ao fim na sua carne.
Quando pregou o retiro no Carmelo
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de Pontoise, na meditação intitulada
«Esperança e entrega», citou o livro
de Job e concluiu assim:

«“Mesmo que me tire a vida, não ten-


ho outra esperança senão Deus.” (cf. Job
13,15). Eis uma alma que sabe o que é a
Esperança, que sabe o que é ter confiança
em Deus e dizer: “Pai Nosso, seja feita
a Vossa vontade!”».

No concreto da vida
A 20 de setembro de 1936 em Cha-
ville, o P. Tiago deu um retiro para
as pessoas que pertenciam à Ordem
Terceira Carmelita, hoje chamada a
Ordem Secular do Carmelo. São pes-
soas leigas, homens e mulheres, casa-
dos ou celibatários, que exercem uma
vida profissional e/ou familiar e que,
estando no mundo, querem viver a
espiritualidade do Carmelo. As pala-
vras que ele lhes dirige conservam a
sua atualidade e pertinência para nós
hoje:

«Toda a vida tem um sentido particular,


uma vocação especial.
Por consequência, devo conduzir a minha
vida com um fim determinado: tenho uma
missão a desempenhar. E a minha missão
consiste em viver para Deus, para O conhe-
cer, para O sentir e O ver para sempre no
Céu. Viver para Deus aqui na terra si-
gnifica conformar toda a minha vontade,
que dirige todo o meu ser, com a vontade de
Deus; conformar a minha vontade com a
Deus que me é indicada pela Lei natural,
pela lei positiva, pelo Decálogo de Deus,
pelo Evangelho, pelas obrigações especí-
ficas do meu dever de estado, da minha
Regra da Ordem Terceira.
Assim, devo viver para Deus, fazendo a
cada minuto o que me é imposto pela lei
que rege a minha atividade.
Não pensemos que as mais belas orações
são aquelas que consistem em nos recol-
hermos na solidão duma capela. “O mais
belo louvor é fazer em todo o momento o
que a vontade de Deus quer que eu faça”.
O que a vontade de Deus pede é que o nos-
so ser cante incessantemente a Sua glória,
vivendo atentos à Sua ação na nossa vida.
Louvar a Deus é isso, é respeitar a Deus
e a Deus servir.
Fazer o que Ele quer, fazê-lo como Ele
quer e fazê-lo porque Ele quer.
E vede, quando sabemos estas verdades,
quando pertencemos inteiramente a Deus,
quando temos apenas uma função na Ter-
ra, que é a de louvar a Deus, viver total-
mente para Deus, transformar toda a nos-
sa vida num canto magnífico e silencioso
de amor de Deus e de adoração a Deus, a
vida torna-se muito simples, porque pouco
importa se as mãos estão a fazer alguma
coisa, pouco importa a situação em que
Deus nos coloca, pouco importam as ocu-
pações que temos durante o dia, que sejam
mais ou menos consideradas aos olhos do
mundo.
Que importância tem isso aos olhos de
Deus? O olhar de Deus procura sempre
e por todo o lado o nosso coração, a nossa
vontade, a nossa atenção. E só importa
uma coisa na terra: querer o que Deus
quer.
Fazer tudo por obediência, por Deus, essa
é a função essencial, uma função muito
simples, que significa que não procuremos
a Deus fazendo tal ou tal coisa, mas que
sirvamos a Deus sempre, seja qual for a
atividade que estejam a exercer as nossas
faculdades: servimos a Deus ao varrer, ao
dormir, se é hora de dormir, ao rezar se
está na hora da oração, dando uma aula,
recitando o Ofício… Servimos a Deus em
tudo isso, desde que tudo isso seja o nosso
dever de estado.
E aos olhos de Deus não há obrigações
mais ou menos importantes: o que há são
corações mais ou menos cheios de amor.
Colocar em tudo uma soma inestimável de
amor. Ter como disposição fundamental a
preocupação única de amar a Deus, de
servir a Deus, fazendo com muita sereni-
dade o que Deus pede, como uma ocupa-
ção muito especial.
Em tudo isto existe uma possibilidade
surpreendente de amor e as almas não se
diferenciam aos olhos de Deus senão pela
intenção que existe no seu amor».

Deixemo-nos interpelar pelas pala-


vras do P. Tiago. Perguntemos-lhe
como viver a obediência no concre-
to da vida. Como procuramos fazer
a vontade de Deus? Recordando-nos
que a vontade de Deus é a nossa san-
tificação. (cf. 1Ts 4,3)

Frei Didier-Marie GOLAY,


ocd (convent de Paris)
Orar todos os dias da semana
Semana 5
Segunda-feira, 18 de março:
Na escola de Cristo

Giotto - « Entrée dans Jérusalem »


«Peço-Te, ó meu Menino Jesus, que sejas o
meu educador. Ensina-me iluminar e a man-
ter no meu coração o fogo sagrado do teu di-
vino Amor. Acima de tudo, ensina-me a tudo
suportar pacientemente e depois a desejar
tudo ardentemente!...» (Padre Tiago, Martyr
de la charité, p. 50)
«Só tendes um Mestre, Cristo. » (Mt 23,10)
O Senhor Jesus é o meu verdadeiro Mestre,
aquele que me educa em profundidade?

Terça-feira, 19 de março:
Confiar em São José

Bartolomé Esteban Murillo -


« Saint Joseph et l’Enfant Jésus »
«Creio que vivemos num tempo em que é
muito necessário ‘vigiar’. De repente, os mais
diversos acontecimentos podem exigir de nós
o sacrifício da própria vida. Como é bom, em
tempos como estes, abandonarmo-nos sem
preocupação nem vão temor nas mãos da Di-
vina Providência.» (Carta de 1938)
«José fez como o anjo lhe ordenara. (Mt 1,24)
Como vivo concretamente a minha confiança
na Providência divina, assumindo ao mesmo
tempo as minhas responsabilidades?

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Quarta-feira, 20 de março: Saber
quem sou

«A educação, para ser frutuosa, exige mui-


tas condições que se podem resumir assim:
saber o que se quer, saber o que se pode
fazer, saber criar o ambiente adequado.
(Bulletin en Famille n°1 de 1935)
«Não sabeis que sois o templo de Deus
e que o Espírito de Deus habita em vós?
(1Cor 3,16)
Tomo algum tempo para a formação, para
saber quem sou diante de Deus?

Quinta-feira, 21 de março:
Escolher a retidão

«Ser santo é ser um homem em todo o


sentido da palavra. E ser homem é guardar
o sentido da honra, ter gosto em viver de
consciência reta e vontade de nunca tor-
near o meu dever. » (Bulletin en Famille...
Quand même de 1942)
«Já te foi revelado, ó homem, o que é
bom, o que o SENHOR requer de ti: nada
mais do que praticares a justiça, amares a
lealdade e andares humildemente diante
do teu Deus. (Mi 6,8)
Como posso ser mais reto, mais justo na
minha vida?

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Sexta-feira, 22 de março:
A vontade de Deus

«Não importa se chove ou se o sol brilha,


se o que se me oferece é a alegria ou,
pelo contrário, a dor, se surgem contradi-
ções ou honras (...)! A nossa riqueza (...) é
que seja a vontade de Deus que as traga!»
(Sermão de 1929)
«Deus quer que todos os homens sejam
salvos e cheguem ao conhecimento da
verdade. (1 Tm 2,4)
Faço minha a vontade de Deus?

Sábado, 23 de março:
O dom de si

Juillet 1931 le Père Jacques célébrant


la messe à un camp de guides

«Não chega dizer a Deus ‘Ó Senhor, eu


amo-vos!’ O verdadeiro amor é o dom
de si mesmo. » (Dito de 1932 ou 1933)
«Jesus levantou-se da mesa, tirou o man-
to, (…) e começou a lavar os pés dos seus
discípulos. » (Jo 13,4-5
Preparo o meu coração para entrar com
Jesus na Sua Paixão de amor.

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