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Caminhando com Deus em Meio ao Sofrimento

Texto: Apocalipse 2.8-11


“Pare de sofrer!” é o slogan de uma das mais populares denominações
evangélicas brasileiras. Uma bandeira atraente e interessante. Afinal, quem não
gostaria de colocar um ponto final em tudo aquilo que lhe provoca desconforto e
incômodo? Muitas promessas são feitas neste contexto: cura de enfermidades,
problemas financeiros, dificuldades familiares, libertação de vícios e, enfim, uma
vida tranquila e feliz. Há uma promessa de que a vida cristã é como estar em uma
eterna colônia de férias, com todas as despesas pagas, onde o indivíduo não deve
passar por nenhuma preocupação. Tudo é lindo. É romântico no sentido mais
próprio da palavra. Seria muito bom se tudo fosse assim. Porém, todos nós
sabemos que isto não condiz com a realidade.

A Bíblia nos ensina que o chamado para o Evangelho não é um convite para
um mar de rosas, mas para o sofrimento. Sabemos disso pelo que a Palavra nos
ensina e também temos conhecido isto em nosso cotidiano. Não há vida cristã
indolor: há diferentes níveis de sofrimento, é verdade, mas todos os cristãos fiéis
ao Senhor neste mundo experimentam o sofrimento de alguma forma. Os
patriarcas e profetas sofreram. Os apóstolos sofreram. Aqueles que pregaram o
Evangelho antes de nós sofreram. Alguns tiveram que selar com sangue o seu
testemunho como servos de Deus. Outros, ainda hoje, estão sofrendo e morrendo
em nome do Senhor. Existem pesquisas afirmando que em 128 países no mundo
os cristãos permanecem sendo perseguidos. São mais de 215 milhões de cristãos
sofrendo perseguições. Na Coréia do Norte, que segundo a Missão Portas
Abertas é o país onde os cristãos sofrem maiores perseguições, os crentes são
colocados sob serviços forçados. Há uma paranoia ditatorial neste país e não
apenas as casas dos cristãos são invadidas, mas também suas lojas e empresas.

Em nossa realidade brasileira também se avizinha um período de mais


intensas perseguições aos cristãos. Aqui, o embate é mais ideológico e cultural.
Os valores familiares que fazem parte de nossa pregação estão cada vez mais
sendo combatidos pela mídia, tornando-se aceitáveis na sociedade. Devemos
estar preparados e preparar nossas crianças para um futuro difícil, pois a pressão
para deixar os valores sagrados do Evangelho será sempre crescente. Somente
arraigados e edificados no Senhor Jesus é que nós e as futuras gerações
conseguirão permanecer de pé.

O contexto da igreja em Esmirna era exatamente este: perseguição,


sofrimento, mortes e calúnias. Naquela cidade viveu Policarpo, que discípulo do
apóstolo João. Alguns comentaristas sugerem que ele é o “anjo”, ou seja, o pastor
da comunidade em Esmirna. Ele fora um líder fiel e zeloso no ensinamento das
Escrituras naquela igreja. O relato de seu martírio é comovente: Ele havia sido
levado preso, sendo aconselhado pelo procônsul a adorar o imperador por um
breve momento, pois assim ele ficaria livre da morte. Policarpo respondeu: “Vivi
oitenta e seis anos servindo-lhe, e nenhum mal me fez. Como poderia eu maldizer
ao meu rei, que me salvou?”.

O livro do Apocalipse é, conforme Ap 1.1, a revelação de Jesus Cristo. Ele é


tema central não apenas do Apocalipse, mas toda a Escritura. Ele é o verbo vivo
de Deus. Em outro tempo, o Senhor falou através dos profetas, mas agora Ele nos
fala através de seu próprio Filho, o herdeiro de todas as coisas e pelo qual o
universo foi criado. Logo, a mensagem do Apocalipse tem a ver diretamente
sobre quem é Jesus e sobre os seus propósitos em relação ao mundo. É este o
propósito das cartas enviadas às sete igrejas da Ásia. Estas comunidades cristãs
e todos os demais crentes no futuro devem olhar para estas mensagens e perceber
o Cristo vencedor sendo revelado.

I. CRISTO: AQUELE QUE VENCEU O SOFRIMENTO (v. 8)


Jesus se apresenta como o primeiro e o último, ou seja, Ele é o Senhor da
História. Além disso, Ele afirma ser aquele que foi morto e reviveu. Ele, portanto,
já havia experimentado o sofrimento da morte física. Assim, ele poderia pastorear
o seu povo diante o sofrimento e da iminência da morte.

1. A missão de Cristo, Fp 2.8


Jesus veio ao mundo com uma missão bem clara: morrer em favor e no lugar dos
eleitos. O Senhor não veio ao mundo em passeio, mas com uma missão. Deus
enviou seu filho unigênito ao mundo como um missionário. Em seu ministério
terreno, o Senhor ensinou a Palavra, curou aos enfermos e oprimidos pelo diabo,
confrontou os religiosos de seu tempo e realizou diversos milagres. Mas a missão
de Jesus na encarnação era derramar o sangue na Nova Aliança em favor dos
eleitos.

Por várias vezes os seus discípulos foram avisados sobre a sua morte e
ressurreição, mas esta mensagem quase sempre não foi por eles absorvida. E
quando Pedro apercebeu-se desta palavra, começou a repreender o Senhor,
dizendo que isto não era para acontecer. O Senhor foi tentado a abandonar a
missão e, mais do que isto, a se permitir viver sob a autocomiseração. Jesus
repreende a Pedro, deixando claro que a autopiedade não é inofensiva: é obra de
Satanás.
2. A pregação de Cristo, Mt 16.24,25
Ao pregar o Evangelho, Jesus falou repetidamente sobre o sofrimento. No sermão
do monte, por exemplo, ele fala que os discípulos seriam bem-aventurados
quando fossem injuriados e perseguidos com mentiras por causa dEle. Ele fala
aos Doze que haveriam casas onde eles não seriam recebidos. Eles seriam
entregues aos tribunais, a presença de governadores e de reis, seriam açoitados.
Enfim, a mensagem do Evangelho traria confronto, e não conforto.

A vida dos apóstolos e a história da Igreja elucidam esta realidade. Esqueçamos,


portanto, os sermões triunfalistas que aparecem na mídia. Seja a nossa dedicação
em nos debruçar sobre as Escrituras e aprender que o Evangelho fala sobre porta
estreita e caminho apertado.

3. O exemplo de Cristo, 1Pe 2.21


Jesus ao encarar o sofrimento também nos mostra como nós devemos enfrentar
os dias difíceis. O Senhor passou o Getsêmani de joelhos para passar o Calvário
de pé. Não vemos um Salvador ranzinza e infeliz diante da dor. Ele experimenta
a morte física e, mais que isto, a separação de Deus Pai no Gólgota, mas não se
torna um homem amargurado. Ele não revida os ultrajes, não ameaça diante dos
maus tratos. Ele não se desespera, não se desencanta. Ele não faz caso da desonra,
pois sabe da alegria que lhe está proposta.

Precisamos aprender com o exemplo de Jesus. Ficamos ansiosos e irritados no


sofrimento. Na verdade, ficamos insuportáveis diante da dor. Reclamamos que
as pessoas estão distantes de nós no sofrimento, mas isto acontece também por
causa da amargura que assumimos em nossas vidas. O nome Esmirna deriva da
palavra mirra, que é uma árvore cujo caule é usado na fabricação de perfumes.
Quando esmagada, a mirra exala um doce aroma. Assim também devemos ser
como Igreja de Deus: quando pressionados, que o doce perfume de Cristo (e não
nossa amargura) seja percebido.

II. CRISTO: AQUELE QUE VENCEU O SOFRIMENTO (v. 9)


Ele conhece as obras de seu povo. E este conhecimento vem do convívio
dEle com a Igreja. O Evangelho nos ensina que Jesus está conosco por todos
os dias, até a consumação dos séculos.
1. Um.
2. Dois.
3. Três.
III. CRISTO: AQUELE QUE PARTICIPA DO SOFRIMENTO DO SEU
POVO
1. Um.
2. Dois.
3. Três.
IV. CRISTO: AQUELE QUE PREMIA O SOFRIMENTO DO SEU POVO
1. Um.
2. Dois.
3. Três.

Conclusão

Soli Deo Gloria!

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