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DEVOCIONAIS

GRUPOS FAMILIARES 2024


Devocionais 2024 IGREJA PRESBITERIANA REDENÇÃO
CONGREGAÇÃO VIDEIRA
// Grupos Familiares

Produção: Alisson Pedrosa


Revisão: Ruan Teixeirense e Assis Rodrigues
Sugestões de Músicas: Assis Rodrigues
Supervisão: Jefferson Quirino e Thiago Dantas
Diagramação e arte: Thiago A. Nunes | thiagoanunes.com

Esse texto foi produzido para uso da Igreja Presbiteriana Redenção e não
pode ser utilizado com nenhuma finalidade comercial. Todos os direitos
sobre o livro são reservados. Você não tem permissão para vender este
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// Grupos Familiares

Sumário
Igreja e Discipulado

GF 1 4
O Evangelho é sobre Jesus Cristo

GF 2 7
A cruz diante dos nosso olhos

GF 3 10
A unidade do corpo

GF 4 13
O Samaritano é o meu próximo

GF 5  17
Alguém como nós

GF 6 20
Nem tudo me é lícito

GF 7 24
A verdade é o oposto das sombras

GF 8 28
Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?

GF 9 32
Vivendo em amor cruciforme

GF 10  35
Vamos pecar para que a graça aumente?
3

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GF 1
O Evangelho é sobre Jesus Cristo

MÚSICA DE ABERTURA: É O TEU POVO

Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual


recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois
salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos
que tenhais crido em vão.

Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo


morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi
sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E
apareceu a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi visto por mais de
quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive
até agora; porém alguns já dormem. Depois, foi visto por Tiago,
mais tarde, por todos os apóstolos e, afinal, depois de todos, foi
visto também por mim, como por um nascido fora de tempo.

1 Coríntios 15:1-7

O que estava acontecendo?

A sociedade grega de Corinto era fortemente marcada por um


pensamento helenista derivado do platonismo, a ideia de que a matéria
é intrinsecamente má. Alguns dos irmãos da igreja em Corinto, influen-
ciados por essa cosmovisão, colocavam em cheque a realidade da ressur-
reição do corpo no futuro escatológico. O apóstolo Paulo, para combater
esse falso ensino, relembra a essência do evangelho que ele pregou e
que eles receberam e creram. Ele destaca a base do evangelho: a morte
e ressurreição de Cristo conforme as Escrituras. Paulo lista testemu-
nhas oculares desses eventos, ressaltando a historicidade e validade
do evangelho de Cristo. Podemos observar que de acordo com Paulo, o
evangelho possui as seguintes características:

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1. O Evangelho é Bíblico (“segundo as Escrituras”)


O Evangelho já estava pré-anunciado na forma de promessa em
toda a Escritura do Antigo Testamento. Sendo assim, a única fonte do
evangelho é a Escritura Sagrada e ele jamais pode ser obtido por meio
de revelações e/ou opiniões pessoais.

2. O Evangelho é histórico (“foi sepultado e apareceu”)


Deus não espera que acreditemos em um mito com um belo fundo
moral. Nossa fé é em Jesus Cristo que encarnou, viveu, morreu e ressus-
citou na história.

3. O Evangelho é Teológico (“morreu pelos nossos pecados”)


O evangelho não consiste apenas em fatos históricos, mas também
na correta interpretação do significado desses eventos. Cristo não
apenas morreu na história, ele morreu pelos nossos pecados a fim de
nos reconciliar com Deus.

4. O Evangelho é o mais importante: Jesus Cristo (“antes de


tudo…Cristo)
Para Paulo o cerne do Evangelho pode ser facilmente encontrado
na vida e obra de nosso Salvador Jesus Cristo. Nada pode ser colocado
no lugar de Cristo. Perder isso de vista é perder tudo, é o mesmo que “ter
crido em vão”.

O que isso significa para nós hoje?

Há uma triste tendência da igreja atual de desviar o foco do Evan-


gelho para temas secundários. Paulo adverte contra isso, destacando
que o coração da fé está na obra redentora de Cristo. É vital resistir à
tentação de relegar o Evangelho a um papel secundário em meio às
demandas da cultura contemporânea.
Muitas vezes preferimos dar a Deus um papel de coadjuvante no
drama da redenção e a redefinimos de acordo com nossa própria pauta de

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dramas e gostos pessoais: “cultura cristã”, “cosmovisão cristã”, “família


cristã”, “sexualidade cristã”. Todos esses são temas que devem ser ensi-
nados. Na verdade, as Escrituras trazem muita sabedoria sólida sobre
essas questões. Mas elas não são o evangelho.
A menos que Cristo seja publicamente exibido como crucificado
diante de nós, dia após dia, na Palavra e nos Sacramentos nós, seremos
como os fariseus que questionaram Jesus sobre casamento, sexualidade,
família, divórcio, adultério, política e impostos. Cheios de conteúdos
“importantes” perderemos de vista o próprio evangelho da salvação, o
Deus encarnado diante dos nossos olhos.

Como devo orar sobre esse assunto?

Agradecimento pela Verdade do Evangelho: Ore agradecendo a Deus


pela veracidade e poder do Evangelho. Agradeça por Cristo ter morrido
e ressuscitado conforme as Escrituras, proporcionando salvação.
Pedido por Foco no Essencial: Ore para que, em meio às demandas
diárias, você e outros cristãos possam manter o Evangelho como o centro
de suas vidas. Peça discernimento para não se perder em questões
secundárias.
Reconhecimento da Importância Histórica: Reconheça diante de
Deus a importância da historicidade do Evangelho. Peça por uma fé
fundamentada na realidade dos eventos descritos nas Escrituras.
Proteção contra Distrações: Ore por proteção contra as distrações
e tentações de desviar o foco do Evangelho para temas que, embora
importantes, não devem substituir a centralidade de Cristo.
Sensibilidade ao Espírito Santo: Peça ao Espírito Santo para capaci-
tá-lo a viver uma vida que reflete a centralidade do Evangelho. Que suas
ações, palavras e pensamentos sejam moldados pela verdade transfor-
madora de Cristo.

MÚSICA DE ENCERRAMENTO: SOLAS DA REFORMA

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GF 2
A cruz diante dos nosso olhos

MÚSICA DE ABERTURA: JESUS É O CENTRO

Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos


olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado?

Gálatas 3.1

O que estava acontecendo?

A carta aos Gálatas foi escrita por Paulo para corrigir distorções
teológicas na igreja da Galácia. O apóstolo estava preocupado com a
influência de ensinamentos que misturavam a salvação pela fé em Cristo
com a observância rigorosa da lei judaica.
Assim que retornou de sua primeira viagem missionária à região da
Galácia, o apóstolo Paulo recebeu notícias de que judaizantes estavam
pervertendo o evangelho e levantando suspeitas sobre a sua autoridade
nas igrejas recém fundadas.
Os crentes gálatas estavam sendo seduzidos por ensinamentos que
desviavam o foco da cruz de Cristo como o único meio de salvação. Eles
estavam sendo tentados a confiar em suas próprias obras e méritos,
negligenciando a simplicidade da fé em Jesus.
Paulo, com zelo, advertiu os gálatas da loucura de trocar o evangelho
da fé pelas obras da lei e pelo mérito humano e diz com todas as letras:
Cristo não foi exposto diante dos olhos de vocês como crucificado?
Para o apóstolo, a sua pregação, foi tão viva, que era como se os
gálatas tivessem estado no Gólgota, contemplando a crucificação do
Senhor com seus próprios olhos. A centralidade da cruz não pode ser
perdida, pois se houvesse alguma outra forma de salvar os pecadores,
a cruz teria sido uma atrocidade evitável. Mas se Deus sacrificou seu
próprio filho no madeiro, segue-se que não havia outra forma de expiar
os pecados. Se alguma coisa puder ser acrescentada ao sacrifício de
Cristo, então Cristo morreu em vão.

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Paulo exorta os Gálatas a voltarem sua confiança somente para o


Senhor que se sacrificou por eles, crendo que isso é absolutamente sufi-
ciente para que sejam perdoados de seus pecados e possam viver em
comunhão com Deus, pois é somente por meio da cruz que nós somos:
Justificados: nossos pecados são imputados a Cristo (ele recebe
nossa punição) e por estarmos unidos a ele, sua justiça é imputada a nós
(recebemos dele os méritos de uma vida de perfeita obediência e santi-
dade). Assim, Deus antecipa seu julgamento escatológico e nos declara
justos pelos méritos do Senhor Jesus Cristo.
Adotados: somos aceitos por Deus como parte de sua família e
somos feitos herdeiros com Cristo do reino celestial, desfrutando de
todos os benefícios da paternidade divina: cuidado, amor e disciplina.
Redimidos: somos libertos da escravidão ao pecado e do domínio
de satanás, comprados pelo sangue do Senhor Jesus Cristo para viver
em novidade de vida em obediência e serviço ao Rei do Universo.

O que isso significa para nós hoje?

Vivemos em uma era onde a busca por validação e aceitação muitas


vezes nos leva a procurar a aprovação através de nossas próprias reali-
zações e méritos. A pressão cultural e social pode nos tentar a adotar
uma mentalidade de “faça por merecer”, onde buscamos constante-
mente alcançar padrões para sermos dignos de aceitação. Esta menta-
lidade permeia até mesmo a igreja, levando alguns a pensar que podem
ganhar o favor de Deus por meio de suas próprias obras.
No entanto, a carta aos Gálatas nos lembra que a graça de Deus
é um presente gratuito, recebido pela fé em Jesus Cristo. Em nossos
dias, é crucial aplicar essa verdade da seguinte forma:
Liberte-se do Legalismo: Muitos transformam a vida cristã em
regras de homens, “não coma isso, não toque naquilo”, não se vista assim
e não faça daquela forma. Segundo a advertência de Paulo, os que trans-
formam o evangelho em lista de regras caíram da graça.
Cultive uma Fé Autêntica: Sua fé deve estar alicerçada em Cristo,
Cristo somente, sua vida, sua obra, sua Pessoa. Não nutra a falsa espe-
rança de que a prática de rituais vazios e superficiais têm o poder de salvar.

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Não Existe Competição Espiritual: Em uma sociedade competitiva,


é fácil cair na armadilha de comparar nossas realizações espirituais com
as dos outros. Reconheça que a cada um é dada uma porção de graça
diferente para sua santificação e progresso na fé.
Tenha Empatia: Você não é menos pecador do que seus irmãos. A
graça que te encontrou é a mesma que Deus também concedeu a ele.
Lembre-se cada pecado seu foi responsável por um inferno inteiro de
sofrimento que Cristo teve que suportar. Perdoe da mesma forma que
você foi perdoado.

Como Devo Orar sobre o Assunto:

Gratidão pela Graça: Agradeça a Deus pela Sua graça manifesta


na crucificação de Cristo. Reconheça a suficiência da obra redentora de
Jesus e a gratuidade da salvação pela fé.
Guarda contra Distorções Teológicas: Ore por discernimento para
identificar e resistir a ensinamentos que distorcem a simplicidade do
evangelho. Peça ao Espírito Santo que o guie na compreensão correta
das Escrituras.
Crescimento na Fé: Ore por um crescimento constante na sua fé
em Jesus Cristo. Peça para ser fortalecido diariamente na compreensão
da crucificação e ressurreição como fundamentos da sua salvação.
Testemunho Eficaz: Ore para que, em meio às complexidades da
vida, o seu testemunho seja marcado pela simplicidade e poder da
mensagem da cruz. Que outros possam ser atraídos para Cristo através
da sua vida.
Compreensão Profunda da Graça: Peça a Deus para aprofundar a sua
compreensão da Sua graça. Que você seja constantemente lembrado de
que a salvação é um dom, não merecido por obras, mas recebido pela fé.

MÚSICA DE ENCERRAMENTO: MISTERIOSA TRAGÉDIA

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GF 3
A unidade do corpo

MÚSICA DE ABERTURA: RENDEI LOUVOR

Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do


Senhor indignamente será culpado de pecar contra o corpo e
o sangue do Senhor. Examine-se o homem a si mesmo, e então
coma do pão e beba do cálice. Pois quem come e bebe sem
discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria
condenação. Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes,
e vários já dormiram. Mas, se nós nos examinássemos a nós
mesmos, não receberíamos juízo.

1 Coríntios 11:27-31

O que estava acontecendo?

Em Corinto, a Ceia do Senhor era celebrada junto a um banquete


de amor (festa ágape), mas os cristãos mais abastados agiam de forma
egoísta, antecipando-se e consumindo tudo antes da chegada dos menos
favorecidos. Esse comportamento gerava desrespeito e humilhação aos
membros mais pobres, levando Paulo a advertir que, ao agirem assim,
não estavam celebrando a Ceia do Senhor, mas suas próprias refeições.
Isso refletia uma divisão prejudicial entre ricos e pobres, contrária ao
ideal cristão de comunhão e igualdade.
Nesse contexto,o apóstolo destaca a importância de celebrar a
Ceia do Senhor de maneira digna, respeitando a santidade do corpo e
sangue de Cristo. Participar de forma “indigna” traz consigo o juízo de
Cristo, sendo considerado como profanação desses elementos sagrados.
A profanação envolve tratar algo espiritualmente significativo como
comum. A Ceia do Senhor é uma prática sagrada, e a igreja deve abor-
dá-la com respeito.

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Paulo adverte sobre o perigo de participar indignamente, alertando


que um exame pessoal é necessário. Note que Paulo não proíbe a obser-
vância da ceia do Senhor por participantes indignos, pois todos são peca-
dores e participam da celebração por pura graça e não por méritos. O
que o apóstolo proíbe é a participação indigna. O autoexame mencio-
nado por ele não é para detectar pecados não confessados, mas para
garantir que a participação seja digna, exigindo o discernimento do
corpo de Cristo, que é a igreja. A união da igreja é crucial, e qualquer
observância da Ceia marcada por divisões é condenada. O problema na
igreja de Corinto era de espírito faccioso. Em vez de “discernir o corpo”
(1Co 11.29) -isto é, “a unidade e a interdependência das pessoas na igreja,
o corpo de Cristo”, os coríntios mais ricos desrespeitavam seus irmãos
mais pobres durante a celebração e, com isso, transformaram a ceia
do Senhor em motivo de zombaria. O partidarismo que corria solto na
igreja se manifestava no terrível abuso dessa celebração. Infelizmente,
alguns membros da igreja estavam fracos e doentes, e alguns até haviam
morrido prematuramente. Esse julgamento divino e essa ação disciplinar,
contudo, deviam-se à sua participação indigna, e não ao fato de serem
participantes indignos.

O que isso significa para nós hoje?

Nas igrejas de hoje, imediatamente antes da observância da ceia


do Senhor é usual ler a narrativa de instituição, fornecer instruções a
respeito de quem pode participar e ter um período breve de autoexame
para que os indivíduos prestes a participar confessem seus pecados
pessoais e se tornem participantes dignos. Essa prática não era o que
Paulo tinha em mente quando disse: “Cada um, pois, examine a si mesmo,
e dessa forma coma o pão e beba o cálice. Pois quem come e bebe sem
discernir o corpo, come e bebe juízo para si” (1Co 11.28,29). A autoavaliação
não tem como objetivo procurar pecados remanescentes que ainda não
foram confessados. É óbvio que devemos sempre refletir sobre nossa
conduta e confessar nossos pecados diante do trono da graça, mas não
é isso que Paulo tem em mente nesse texto.
O autoexame que antecede a ceia do Senhor tem o propósito espe-
cífico de identificar relacionamentos rompidos, comportamentos que
causam divisão, desrespeito e tratamento indevido a irmãos em Cristo.
Se a autoavaliação revelar esses problemas, o cristão deve tomar provi-

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dências decisivas e imediatas para corrigir o modo incorreto de tratar


os outros e promover a reconciliação, restaurando a unidade do corpo
de Cristo que é a igreja.

Como devo orar sobre esse assunto?

Agradecimento e Adoração: Ore expressando gratidão a Deus pela


instituição da Ceia do Senhor. Adore-O pela obra redentora de Cristo
simbolizada neste ato e pela oportunidade de participar desse momento
significativo na comunidade cristã.
Confissão e Autoexame: Dedique tempo antes da ceia para refletir
sobre sua própria vida. Confesse qualquer atitude egoísta, divisionista,
fofoca, desrespeito ou falta de empenho em servir outros membros da
igreja. Peça ao Espírito Santo que revele áreas que precisam de correção.
Coragem para Corrigir Comportamentos: Caso identifique compor-
tamentos inadequados durante o autoexame, ore por coragem e sabe-
doria para corrigi-los. Peça a Deus que guie suas ações para promover
um ambiente saudável e respeitoso na comunidade cristã.
Reconciliação e Unidade: Interceda por qualquer relacionamento
rompido ou divisão na igreja. Peça a Deus a graça e a sabedoria para tomar
a iniciativa na reconciliação e promover a unidade entre os membros.

MÚSICA DE ENCERRAMENTO: ALTO PREÇO

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GF 4
O Samaritano é o meu próximo

MÚSICA DE ABERTURA: SÊ MINHA VIDA

Um perito na lei levantou-se para pôr Jesus à prova e


perguntou-lhe: “Mestre, que hei de fazer para herdar a vida
eterna?” Perguntou-lhe Jesus: “Que está escrito na Lei? Como
interpretas?” Ele respondeu: “‘Ame o Senhor, o seu Deus, de
todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças
e de todo o seu entendimento’ e ‘Ame o seu próximo como a si
mesmo’”. Disse Jesus: “Você respondeu corretamente. Faça isso,
e viverá”. Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: “E
quem é o meu próximo?”

Em resposta, Jesus disse: “Um homem descia de Jerusalém para


Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram
as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto.
Um sacerdote descia por aquele caminho, mas, quando o viu,
passou pelo outro lado. Assim também um levita; chegou ao
lugar e o viu, passando pelo outro lado. Mas um samaritano,
estando de viagem, chegou onde ele estava e, vendo-o, teve
compaixão dele. Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas,
derramando nelas vinho e óleo. Depois, colocou-o sobre o seu
próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele.

No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e disse-lhe:


‘Cuide dele. Quando voltar, eu pagarei todas as despesas que
você tiver’. Qual destes três você acha que foi o próximo do
homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” O perito na lei
respondeu: “Aquele que teve misericórdia dele”. Jesus lhe disse:
“Vá e faça o mesmo”.

Lucas 10. 25-37

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O que estava acontecendo?

Um perito da lei tentando colocar Jesus à prova lhe fez a seguinte


pergunta em última análise: “quem é meu próximo?”. Jesus não responde
a pergunta de forma direta, mas conta uma parábola que lhe servirá de
resposta. A conclusão da parábola é absolutamente inesperada para o
perito da lei.
Jesus começa a história falando da estrada de Jerusalém para Jericó.
Referir-se à estrada de modo específico ajuda o público a se identificar
com o perigo extremo do deserto da Judeia — quente, seco, desabitado
e com ameaça de salteadores, enquanto, nos seus pouco mais de 24
quilômetros de extensão, a estrada sinuosa descia quase 1.200 metros
de altitude, do monte do Templo em Jerusalém até Jericó, às margens do
rio Jordão — e com a difícil situação do homem abandonado para morrer.
A direção para onde iam também salta aos olhos. Qualquer que fosse
a pureza ritual que talvez os religiosos quisessem proteger enquanto
iam para Jerusalém (pressupondo que pensassem que o homem estava
morto e, portanto, impuro), o serviço sacerdotal não lhes dava nenhuma
desculpa para seu descaso quando desciam de Jerusalém para casa,
em Jericó.
Na parábola, o levita e o sacerdote compartilham um único papel de
exemplo negativo, e o samaritano apresenta o contra exemplo chocante.
A impressionante inversão de expectativas convencionais sobre quem
deveria ter sido o herói não deve ser perdida de vista. Na cabeça do
perito da lei, o sacerdote e/ou o levita seriam os heróis. Lembre-se de
que a rixa entre os samaritanos e os judeus já prevalecia há séculos. Na
cabeça de um judeu piedoso, um samaritanos, representava a completa
antítese de alguém abençoado por Deus. Por diversas razões históricas,
políticas e religiosas judeus e samaritanos se odiavam de morte.
Repare no que acontece aqui. O perito da lei pergunta “quem é o meu
próximo?”, Jesus conta a parábola como resposta e pergunta de volta
“quem foi o próximo do homem que estava em necessidade?”. A resposta
óbvia: O Samaritano. Mas o perito da lei sequer tem coragem de dizer
isso e responde “aquele que teve misericórdia para com ele”. É nítido que
Jesus contou a parábola para dizer, ou fazer o próprio perito da lei dizer,
que o próximo dele era o Samaritano, aquele a quem ele mais odiava.

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O que isso significa para nós hoje?

1. Os crentes são chamados a demonstrar compaixão por qualquer


um que esteja em necessidade. Quando olhamos para a história sob
essa ótica, somos lembrados de que, em nosso mundo, há pessoas
ao nosso redor que precisam de misericórdia: física, emocional e
espiritual. Partilhamos da compaixão do samaritano pelas muitas
pessoas necessitadas em nosso mundo, ou temos nos tornado
insensíveis por ficarmos a vida inteira assistindo a milhares de atos
de violência na televisão, nos filmes e até em situações reais que
aparecem nos noticiários?
2. 2- Quanto da “atividade da igreja” tem impedido você de realizar a
verdadeira obra do Senhor em nosso mundo? Você não perde um
chá de fralda, um lanche ou uma resenha. Mas quantas vezes você
esteve presente nas orações, vigílias, evangelismos e ajuda aos
necessitados?
3. 3- Um sacerdote deveria ter oferecido ajuda, mas não ofereceu. Um
levita deveria ter oferecido ajuda, mas não o fez. Agora um israe-
lita comum, um agricultor ou um pedreiro, virá e acabará sendo o
herói. Em vez disso, enormes ondas de choque devem ter atingido
os ouvintes de Jesus quando eles reconheceram que o samaritano
era o herói. Assim, surge a terceira e mais radical aplicação dessa
parábola: o meu maior inimigo é o próximo a quem eu devo amar. É
fácil amar seus familiares e amigos da igreja, “até os ímpios amam
seus amigos e familiares”. Mas e quanto aquela pessoa que repre-
senta a completa antítese das suas crenças, o completo oposto dos
seus valores, o espectro inverso do seu pensamento político? Você
o ama? Você teria a ousadia de compartilhar com ele seu bem mais
precioso, o evangelho da salvação?

Como devo orar sobre esse assunto?

Sensibilidade e Percepção: Ore para que Deus sensibilize seu


coração às necessidades ao seu redor, permitindo-lhe perceber as dores
e carências daqueles que cruzam seu caminho diariamente.

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Quebra de Preconceitos e Estereótipos: Ore sinceramente pedindo


a Deus que quebre quaisquer preconceitos e estereótipos que possam
existir em seu coração. Peça a Deus para ajudá-lo a amar e servir aqueles
que são diferentes de você.
Coragem para Amar os “Inimigos”: Busque coragem e graça para
amar aqueles que podem representar a antítese de suas crenças e
valores. Ore para que Deus o capacite a compartilhar o evangelho mesmo
com aqueles que você considera distantes ou diferentes.
Transformação do Coração de Indiferença: Confesse a Deus
momentos em que você foi indiferente às necessidades dos outros. Ore
pela transformação de seu coração, pedindo a Deus que o torne sensível
e ativo no cuidado pelo próximo.

MÚSICA DE ENCERRAMENTO: ALTO PREÇO

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GF 5
Alguém como nós

MÚSICA DE ABERTURA: PERANTE O TRONO

Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que


adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com
toda a firmeza à fé que professamos, pois não temos um sumo
sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas,
mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de
tentação, porém, sem pecado. Assim sendo, aproximemo-nos
do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos
misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento
da necessidade.

Hebreus 4:14-16

O que estava acontecendo?

A carta aos Hebreus foi escrita para uma comunidade cristã composta
principalmente por judeus convertidos ao cristianismo. O autor destaca
a supremacia de Jesus Cristo sobre todas as coisas e apresenta um argu-
mento poderoso para encorajar os crentes a permanecerem firmes em
sua fé, mesmo enfrentando perseguições e desafios.
No Antigo Testamento, o sumo sacerdote era uma figura crucial
que mediava entre Deus e o povo, fazendo expiação pelos pecados por
meio do sacrifício de animais. O escritor aos Hebreus aponta que Jesus,
como sumo sacerdote, é ainda mais extraordinário, pois Ele não apenas
ofereceu a si mesmo como sacrifício, mas também Se identifica plena-
mente com a humanidade, tendo experimentado as mesmas tentações,
mas sem pecado.
Mas como tal coisa poderia acontecer? Se quisermos permanecer ao
lado da Escritura, precisamos afirmar duas coisas: 1) Jesus Cristo jamais

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pecou - não deve haver dúvidas em relação a isso. 2) Jesus Cristo foi
genuinamente “tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas
sem pecado” (Hebreus 1.15) Cristo não apenas não tinha pecado empiri-
camente, mas também era logicamente impossível para ele pecar. Sendo
assim, ele foi genuinamente tentado, enquanto permanecia impecável.
Ainda nos resta lidar com o seguinte constrangimento: como o Cristo
impecável foi realmente tentado? Suas tentações foram peças fictícias
de caráter apenas ilustrativo e didático?
As tentações de Jesus foram completamente genuínas e nunca
devem ser tidas apenas como um exemplo. A vida de perfeita santidade
de Jesus e sua resistência inabalável diante das tentações não foram
alcançadas por sua impecabilidade intrínseca, mas pelo esforço e desen-
volvimento de sua vontade humana na direção e capacitação do Espírito
Santo de Deus. Jesus resistiu às tentações e foi “obediente até a morte
de cruz” (Filipenses 2.8), não por recorrer à sua natureza divina, mas
por meio da utilização dos recursos que lhe foram dados em sua huma-
nidade plena: meditação na Palavra, jejum e oração. Não é uma coinci-
dência suas tentações terem ocorrido logo após o seu batismo, onde ele
foi repleto do Espírito e logo após o mesmo Espírito tê-lo conduzido ao
deserto e o sustentado durante 40 dias de jejum e oração.
Na verdade, as tentações de Cristo foram muito piores do que as
nossas. Jesus perseverou até o fim na luta contra todas as tentações,
sentindo todo o poder de atração e convencimento das palavras de
Satanás, de uma forma que nós, que resistimos apenas por um mísero
intervalo de tempo, não podemos compreender. A intensidade das suas
tentações foi, assim, aumentada em muito maior medida do que os seres
humanos caídos já puderam enfrentar. Como afirmou John Murray: “sua
santidade impecável intensificou a angústia da tentação. Quanto mais
santa a pessoa, mais excruciante é o encontro com a atração oposta”

O que isso significa para nós hoje?

Compreender que Jesus viveu como um de nós, enfrentando tenta-


ções com recursos humanos, faz toda a diferença. A encarnação de Deus
nos ensina que Jesus nasceu na plenitude da humanidade. Ele nasceu,

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em outras palavras, na experiência mortal completa. Isso nos mostra


que também podemos vencer as nossas próprias tentações. Os mesmos
recursos oferecidos a Cristo por Deus, como Sua Palavra, a oração e o
poder do Espírito, também estão disponíveis para nós.
No entanto, é importante lembrar que precisamos usar esses recursos
diligentemente. Não podemos esperar que nossa mente seja saturada com
a Palavra de Deus ou que tenhamos uma vida de oração fervorosa auto-
maticamente. Devemos reconhecer que a graça de Deus nos capacita,
mas também exige nossa participação ativa. Podemos ter esperança em
seguir o exemplo de Jesus, que resistiu completamente à tentação como
um ser humano dedicado à Palavra de Deus, à oração e à dependência
do Espírito. Se desejamos compartilhar de Sua vitória sobre a tentação,
devemos também dedicar-nos a fortalecer nossa mente e alma.

Como devo orar sobre esse assunto?

Gratidão: Agradeça a Deus pela provisão de Jesus como nosso sumo


sacerdote, que entende nossas fraquezas e nos convida a nos aproxi-
marmos do trono da graça com confiança.
Força na Luta contra o Pecado: Ore por força e resistência contra
as tentações cotidianas, considerando que seu Sumo Sacerdote sofreu
angústias piores do que as suas e assim pode se compadecer grande-
mente de você.
Misericórdia e Graça Pessoal: Identifique áreas específicas em
sua vida onde você precisa da misericórdia de Deus e Sua graça trans-
formadora. Ore fervorosamente para que o Espírito Santo derrame sua
compaixão e te sustente da mesma forma que sustentou Jesus no deserto.
Compreensão maior da Pessoa de Cristo: Peça a Deus para ajudá-lo
a compreender mais profundamente a experiência de Jesus como
sumo sacerdote, reconhecendo a relevância prática dessa verdade em
sua jornada espiritual diária. Ore por mais desejo de estudar a Bíblia e
entender as verdades nela contida.

MÚSICA DE ENCERRAMENTO: JESUS É O CENTRO

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GF 6
Nem tudo me é lícito

MÚSICA DE ABERTURA: É O TEU POVO

“Tudo me é lícito”, mas nem tudo convém. “Tudo me é lícito”, mas


eu não deixarei que nada me domine. “Os alimentos são para o
estômago, e o estômago, para os alimentos”, mas Deus destruirá
ambos. O corpo, porém, não é para a imoralidade sexual, mas
para o Senhor, e o Senhor, para o corpo. Deus, pelo seu poder,
ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará.

1Co 6.12-14

O que estava acontecendo?

“Tudo me é lícito” É provável que em algum momento o apóstolo


Paulo ensinou aos coríntios sobre liberdade cristã, mas agora seu ensino
estava sendo deturpado por meio da utilização irresponsável dessa frase
na igreja. Possivelmente um lema (uma espécie de slogan) do partido
que defendia a libertinagem. Em todo caso, Paulo cita o slogan da igreja
para refutá-lo logo em seguida, qualificando a frase com um mas/porém
para provar que tudo não é um absoluto irrestrito. Em Cristo, nós somos
chamados à liberdade e não à libertinagem. Há limites morais; nem tudo
convém, nem tudo edifica algumas coisas escravizam.
“Os alimentos foram feitos para o estômago [...]” Provavelmente
mais um ditado conhecido, sugerindo aos coríntios que, assim como
a pessoa cede ao apetite da fome, sendo essa a função do estômago,
assim o impulso físico para a indulgência sexual deveria ser satisfeito.
Na cabeça dos coríntios a imoralidade sexual era tão natural para o corpo
quanto o alimento era natural para o estômago. Paulo contesta o argu-
mento: estômago e alimentos são puramente temporais. Mas o corpo,

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não; Se o estômago corresponde à comida, o corpo não corresponde à


imoralidade, mas ao Senhor.
“Deus, pelo seu poder, ressuscitou o Senhor e também nos ressus-
citará” O corpo não é irrelevante para o Senhor. Pelo contrário, nossos
corpos serão ressuscitados no último dia. A ressurreição dominava o
pensamento cristão primitivo, como vemos nos primeiros capítulos de
Atos, e, na verdade, em todo o Novo Testamento. Ter o Pai ressuscitado
ao Filho dentre os mortos, e não simplesmente ter feito a Sua alma
persistir durante a dissolução do corpo, aponta claramente para a digni-
dade intrínseca do corpo. A vida corporal guarda, qual relicário, valores
permanentes. A ressurreição nos proíbe avaliar levianamente o corpo.
Se este há de ser ressuscitado, não deve ser menosprezado como se
houvesse de ser destruído. Que isto se deve à iniciativa divina é salien-
tado na referência a pelo seu poder. Observe a correspondência exata.
Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos, e
o destino de ambos é a destruição. O corpo é para o Senhor e o Senhor
para o corpo, e se tem por certa a ressurreição de ambos.

O que isso significa para nós hoje?

Em primeiro lugar, precisamos parar de usar a frase “tudo me é lícito”


como se tivesse sido escrita pela pena inspirada do Apóstolo. A intenção
de Paulo ao citar a frase da igreja de Corinto era de corrigir sua licencio-
sidade indulgente e não validá-la. Deus em Cristo nos libertou do pecado
e do domínio de satanás para vivermos em novidade de vida, em confor-
mação constante com a santidade do próprio Senhor. É evidente que a
liberdade cristã nunca pode ser comparada com a libertinagem mundana.
O cristão é livre do pecado para viver uma vida que glorifica a Deus, em
obediência ao padrão moral que ele mesmo revelou na Escritura.
Não podemos permitir que uma cultura de licenciosidade se instale
na igreja, pois “um pouco de fermento leveda toda a massa”. A exor-
tação mútua e a disciplina eclesiástica são os meios que Deus instituiu
para tratar e expurgar o pecado do meio da igreja e devem sempre ser
encarados com temor e tremor, pois Deus certamente “disciplina aqueles
a quem ama”.

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A imoralidade sexual não pode de forma alguma ser tolerada entre


aqueles que se chamam filhos de Deus. O mundo tenta de todas as
formas convencer que o adultério, o sexo fora do casamento, a mastur-
bação e a pornografia são normais, fazem parte de nossa natureza e
instintos sexuais, de que é impossível refreá-los pois “estão para o corpo
assim como o estômago para os alimentos”. Mas não, Paulo é enfático em
dizer que o corpo não foi criado para o sexo, mas “PARA O SENHOR”. O
comportamento sexual tem um papel na criação de Deus e deve estar
subjugado à sua vontade revelada. O sexo é um presente de Deus para
ser usado na glorificação de seu nome e jamais deve ser encarado como
indulgência para satisfação de uma “fome” animalesca. Todos aqueles
que foram regenerados pelo Espírito Santo podem, e devem, refrear
seus desejos sexuais e usá-los apenas da forma prescrita por Deus. Não
somos escravos dos nossos desejos, somos escravos de Cristo.
O Senhor se importa com aquilo que fazemos em nossos corpos e
por meio deles. É esse mesmo corpo que temos agora que será ressus-
citado e revestido de glória quando o Senhor se manifestar. Aquilo que
fizermos com nossos corpos será trazido à luz no dia do Julgamento
final. Que o Senhor nos livre da vergonha de, após convertidos, profa-
narmos o corpo que ele resgatou com seu sangue e fez nele habitar o
seu próprio Espírito.

Como devo orar sobre esse assunto?

Confissão: Confesse humildemente qualquer área em sua vida em


que tenha distorcido a liberdade em Cristo. Reconheça diante de Deus
se houve momentos em que agiu de maneira contrária aos princípios
morais revelados na Escritura. Peça ao Espírito Santo discernimento
para compreender a verdadeira natureza da liberdade cristã. Busque
capacitação para resistir às influências da cultura que podem deturpar
a liberdade em Cristo.
Arrependimento e Renovação: Arrependa-se de qualquer envolvi-
mento com a imoralidade sexual, reconhecendo que o seu corpo foi feito
para o Senhor.

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Força contra Tentação: Peça a Deus para fortalecê-lo contra as


tentações da cultura que normaliza práticas contrárias aos princípios
divinos. Busque o poder do Espírito Santo para refrear desejos e viver de
acordo com a vontade de Deus.
Louvor pela Promessa da Ressurreição: Celebre a promessa da
ressurreição e a transformação futura dos corpos dos crentes. Compro-
meta-se a viver uma vida digna dessa esperança, reconhecendo a impor-
tância de cada ação praticada em seu corpo.

MÚSICA DE ENCERRAMENTO: RENOVA-ME SENHOR JESUS

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GF 7
A verdade é o oposto das sombras

MÚSICA DE ABERTURA:
PRA TE ADORAR (EM ESPÍRITO, EM VERDADE)

Jesus declarou: “Creia em mim, mulher: está próxima a hora


em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte, nem em
Jerusalém. Vocês, samaritanos, adoram o que não conhecem; nós
adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus.
No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os
verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade.
São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é
necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em
verdade”.

João 4.21-24

O que estava acontecendo?

Os Samaritanos haviam criado há alguns séculos uma forma de juda-


ísmo concorrente àquele centralizado em Jerusalém. Para os Samari-
tanos, a Torah representava a única revelação de Deus e o monte Gerizim,
na cidade de Siquém (Sicar) era o verdadeiro local escolhido por Deus
para seu culto oficial. É evidente que os Judeus discordavam dos Sama-
ritanos e isso só contribuia para o aumento da animosidade entre eles.
Em seu encontro com Jesus, a mulher samaritana, vendo que ele
tinha capacidade profética, não perde tempo e lhe faz a pergunta de
quem realmente estava certo, os judeus ou os samaritanos?
A resposta de Jesus: “os verdadeiros adoradores adorarão o Pai
em espírito e em verdade” tem pelo menos três nuances de significado.
Estou convencido de que o terceiro é o mais importante.

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1. Adoração em espírito e verdade é a adoração que corresponde à


natureza de Deus como espírito. É, portanto, o oposto do culto morto.
Por que eu digo isso? Devido ao próprio contexto que nos guia. O
verso 24 deixa claro que a adoração em espírito e verdade é uma
adoração que é controlada ou que corresponde à natureza de Deus
como espírito. Concluímos então que ela conduzida e guiada pelo
Espírito de Deus, o Rio de Águas vivas que fluem no interior do seu
povo, aqueles que se dispõem a adorar ao Senhor com todo o seu
coração. Por isso, também não está limitada a um espaço físico ou
a uma dimensão material.
2. Adoração em espírito e verdade é a adoração conduzida à luz e em
submissão à revelação divina. É, portanto, o oposto da adoração
ignorante. Há uma ênfase nisso no contexto. João 4:22 diz: “Vocês,
samaritanos, adoram o que não conhecem; nós adoramos o que conhe-
cemos, pois a salvação vem dos judeus”. É necessário conhecer a
Deus corretamente para adorá-lo corretamente.
3. Adoração em espírito e verdade é adoração em termos das reali-
dades do evangelho trazidas pela vinda do Messias. É, portanto, o
oposto do culto às sombras do Antigo Testamento. O contexto de
João 4:24 é preenchido com uma ênfase na vinda da nova era de
realização, na qual as sombras da ordem temporária do Antigo Testa-
mento passam (vv. 21, 23 e 25). A verdade na Bíblia não é apenas
o oposto da falsidade (ou mentira); é também o oposto da sombra.
João 1:17 é claro: “Porque a lei foi dada por meio de Moisés; a graça
e a verdade foram realizadas por meio de Jesus Cristo”. Nesse ponto,
ouça as palavras de João Calvino: E aqui, novamente, deve ser obser-
vado que a verdade não é comparada com a falsidade, mas com o
acréscimo externo das figuras da Lei.

O que isso significa para nós hoje?

Se a adoração na igreja estiver dissociada de um estudo e ensino


bíblicos profundos, estaremos apenas produzindo barulho e delírio. É
impossível adorar a um deus desconhecido e o Deus verdadeiro se revela

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exclusivamente por sua Palavra. Segue-se que devemos nos empenhar


ao máximo em aprender sobre ele nessa Palavra revelada.
O formalismo vazio e ritualístico não deve existir em nosso meio. Deus
é espírito e importa que o adoremos em espírito. Não podemos honrá-lo
com nossos lábios, mas com os corações distantes e insensíveis à reali-
dade magnífica do evangelho da salvação. Ser reformado não implica
em frieza espiritual. Pelo contrário, o verdadeiro conhecimento de Deus
deve encher nossos corações com empolgação, dinamismo, disposição
para o serviço, alegria em cultuar e fome por Deus.
Devemos pregar, cantar e orar as realidades da plenitude da reve-
lação de Deus em Cristo. Nosso culto não pode se restringir à revelação
do Antigo Testamento, pois “o propósito da Lei era Cristo”. Nossos louvores
e orações devem transbordar de exaltação a pessoa e obra de Cristo e
seu Espírito.
Não precisamos de um monte, não existem mais levitas, não existem
mais sacerdotes e tampouco altares, não precisamos de shofar, nem de
arca da aliança, muito menos de uma réplica do templo de Salomão,
não precisamos rodear muros, nem derramar óleo ungido em objetos,
não é necessário fazer purificação cerimonial e nem abater animais. As
promessas materiais a Israel foram substituídas por promessas espiri-
tuais que se cumprirão no irromper da era escatológica. Nós não possui-
remos o lugar “onde colocarmos a planta dos pés”, nós não “comeremos
o melhor dessa terra” [...] Infelizmente, há irmãos no meio reformado que
insistem que nós devemos cantar apenas os cânticos da Antiga Aliança,
mas Jesus nos adverte que nossa adoração não deve ser restringida em
seu canto à revelação preliminar, típica e sombria do Antigo Testamento.

Como devo orar sobre esse assunto?

Entendimento Profundo: Peça ao Espírito Santo para capacitá-lo


a compreender profundamente a verdade revelada na Palavra de Deus.
Busque um desejo ardente de estudar e conhecer mais sobre Deus por
meio da Bíblia.

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Renovação do Coração e Adoração Genuína: Ore por uma renovação


do seu coração, para que sua adoração seja genuína, não apenas com
os lábios, mas também com o coração. Peça por uma paixão e alegria no
culto que reflitam o verdadeiro conhecimento de Deus em Cristo.
Rejeição do Formalismo Vazio: Rejeite qualquer formalismo vazio
ou ritualismo em sua adoração pessoal e na vida da igreja. Ore por uma
compreensão clara de que Deus é espírito, e Sua adoração deve ser em
espírito e em verdade.
Celebração da Plenitude em Cristo: Celebre a plenitude da reve-
lação de Deus em Cristo e a obra do Espírito Santo em sua vida. Agra-
deça por Cristo ter cumprido as demandas da lei em seu lugar e lhe renda
todo louvor.

MÚSICA DE ENCERRAMENTO: MINHA VIDA ENTREGO A TI

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GF 8
Quem é este que até o vento e o mar lhe
obedecem?

MÚSICA DE ABERTURA: JESUS É O CENTRO

Naquele dia, ao anoitecer, disse ele aos seus discípulos: “Vamos


para o outro lado”. Deixando a multidão, eles o levaram no barco,
assim como estava. Outros barcos também o acompanhavam.
Levantou-se um forte vendaval, e as ondas se lançavam sobre o
barco, de forma que este ia se enchendo de água. Jesus estava
na popa, dormindo com a cabeça sobre um travesseiro. Os
discípulos o acordaram e clamaram: “Mestre, não te importas
que morramos?” Ele se levantou, repreendeu o vento e disse
ao mar: “Aquiete-se! Acalme-se!” O vento se aquietou, e fez-se
completa bonança. Então perguntou aos seus discípulos: “Por
que vocês estão com tanto medo? Ainda não têm fé?” Eles
estavam apavorados e perguntavam uns aos outros: “Quem é este
que até o vento e o mar lhe obedecem?”

Marcos 4.35-41

O que estava acontecendo?

Nesse episódio específico, Jesus está ensinando uma série de pará-


bolas sobre o Reino de Deus para uma multidão à beira do mar da Galileia.
Após um dia de ensino, Jesus decide atravessar o lago com seus discípulos
para a outra margem. Ao anoitecer, enquanto atravessam o mar (também
conhecido como lago de Genesaré), surge uma tempestade repentina
com ventos fortes e ondas que começam a inundar o barco. Jesus, no
entanto, está dormindo na popa do barco. Preocupados com a tempes-
tade, os discípulos acordaram Jesus e perguntaram se ele se importa

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que eles estão prestes a perecer. Em resposta, Jesus se levantou, repre-


endeu o vento e falou ao mar, ordenando que se acalmasse. A tempes-
tade imediatamente se tranquiliza, e há uma grande bonança.
Esse episódio destaca o poder de Jesus sobre a natureza e como
Ele é capaz de controlar as forças da criação, tendo a pergunta final dos
discípulos sobre quem é Jesus destacado a revelação gradual de Sua
divindade aos seguidores. Além disso, revela a capacidade do Cristo
proteger e cuidar seus discípulos durante as tempestades da vida, aliás,
estamos falando daquele que não só doma a natureza como também
venceu a própria morte.

O que isso significa para nós hoje?

A respeito da tempestade, podemos tirar 4 aplicações:


1. Tempestades da Vida Existem: As tempestades são inevitáveis e
democráticas, atingindo a todos, sejam ricos ou pobres, cultos ou
iletrados.
2. Tempestades são Imprevisíveis: Elas chegam sem aviso prévio,
pegando as pessoas de surpresa, como doenças súbitas, divórcios
traumáticos, entre outros.
3. Tempestades são Inadministráveis: Muitas vezes, as coisas fogem
do controle, e aquilo que parecia fácil de resolver se transforma em
algo difícil e desafiador.
4. Tempestades são Pedagógicas: Deus utiliza as tempestades para
ensinar lições profundas, tonificar a alma e conduzir a uma experi-
ência mais profunda com Ele.

Em relação ao comportamento de Jesus diante da tempestade


podemos aprender o seguinte:

1. Presença de Jesus: Jesus está conosco em todas as circunstâncias,


sendo maior que qualquer problema.

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2. Paz de Jesus: A paz vem do entendimento de que, apesar da tempes-


tade, tudo está sob o controle de Jesus.
3. Poder de Jesus: Jesus tem poder sobre a natureza, demônios, enfer-
midades e até mesmo sobre a morte.

Podemos também responder a pergunta dos Discípulos: “quem é


esse que até o vento e o mar lhe obedecem?”

Aquele que, junto com o Pai e o Espírito Santo, estava na


eternidade antes da criação do universo, todas as coisas foram
feitas por intermédio Dele, e sem Ele, nada do que foi feito se
fez. Este é o mesmo que é a semente da mulher, nascido para
esmagar a cabeça da serpente, conforme os patriarcas falaram
e os profetas apontaram. Ele é o maravilhoso conselheiro, Deus
forte, o pai da eternidade, o príncipe da paz. Ele é o sol da
justiça, a brilhante Estrela da Manhã. O Messias prometido, o
Filho de Deus, que nasceu de mulher e sob a lei para ser o nosso
Redentor. Ele é o verbo eterno, pessoal divino auto-existente, o
criador que se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e
verdade. Vimos a Sua glória, como a do unigênito do Pai. Ele é
aquele que afirmou ser “Eu sou” antes que Abraão existisse. Ele
é o pão da vida, a luz do mundo, a porta das ovelhas, o bom
pastor, o caminho, a verdade e a vida. Ele é a videira verdadeira,
o cabeça, o fundamento, o dono, o edificador, o protetor e o rei
da igreja. Ele foi cuspido, esbofeteado, espancado e vilipendiado,
mas transformou o patíbulo de horror no instrumento de Sua
própria salvação. Ele foi pregado na cruz, naquele leito vertical
da morte, matou a morte e ressuscitou gloriosamente. Agora, Ele
está assentado à direita de Deus, e pessoalmente, visivelmente,
audivelmente, repentina e gloriosamente voltará. Ele julgará as
nações, e nós reinaremos com Ele para sempre, desfrutando da
Sua glória, sem dor, lágrima, luto ou tristeza. Este é o amado da
nossa alma, nosso glorioso Redentor. A Ele seja toda a honra,
glória e louvor agora e pelos séculos eternos. Aleluia e amém.

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Como devo orar sobre esse assunto?

Confronto com as Tempestades: Fale abertamente sobre as tempes-


tades que você enfrenta, seja física, emocional ou espiritualmente.
Expresse suas preocupações, medos e desafios específicos.
Confiança na Presença de Jesus: Confie na presença de Jesus em
meio às tempestades da vida, assim como Ele estava presente no barco
durante a tempestade no mar da Galileia.
Reconhecimento do Poder de Jesus: Reconheça o poder de Jesus
sobre as áreas problemáticas da sua vida, assim como Ele acalmou a
tempestade com uma palavra. Peça intervenção divina em suas situa-
ções desafiadoras.
Aprendizado com as Tempestades: Esteja aberto ao aprendizado
que Deus deseja trazer por meio das tempestades em sua vida. Peça
sabedoria para compreender as lições profundas que podem surgir
durante os momentos difíceis.

MÚSICA DE ENCERRAMENTO: MINHA ALMA ESPERARÁ POR TI

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GF 9
Vivendo em amor cruciforme

MÚSICA DE ABERTURA: RENDEI LOUVOR

Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora


sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a
que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser
servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado
em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até
à morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou à mais alta
posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que
ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo
da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para
a glória de Deus Pai.

Filipenses 2:5-11

O que estava acontecendo?

O apóstolo Paulo vem exortando os crentes de Filipos a uma dispo-


sição mental humilde e de serviço em amor fraternal (Fp. 2.1-4). A partir
do verso 6 ele irá exemplificar sua exortação usando o amor sacrificial de
Jesus Cristo. Na mente de Paulo, Cristo é ao mesmo tempo um exemplo
que estabelece um novo paradigma de obediência para os crentes e
também o Senhor exaltado que deve ser obedecido. Por razões técnicas,
o trecho que estamos estudando é considerado uma espécie de hino,
composto pelo próprio apóstolo, ou incorporado em seu texto para servir
de exemplo.
Podemos dividir o hino cristológico de Filipenses em dois grandes atos:
1. Humilhação (v. 6-8): Os três verbos principais aqui são: “não consi-
derou”, “esvaziou-se” e “humilhou-se”. O texto afirma que Cristo
tomou a decisão de NÃO fazer uma coisa, mas sim outra. Esse algo

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a mais veio em dois estágios paralelos, mas distintos, consistindo


em duas ações radicalmente auto envolvidas e doadoras: encar-
nação (“esvaziou-se”) e morte (“humilhou-se”). Toda a sequência de
atos de auto humilhação de Cristo se assemelha muito ao cântico
do Servo Sofredor em Isaías. O padrão de ação que Paulo estabe-
lece segue da seguinte forma: embora x, não fez y, mas sim z, onde
embora tenha um status possuído, não tomou uma atitude egoísta,
mas sim uma atitude alternativa e altruísta.
2. Exaltação (v. 9-11): O poema descreve a resposta em dois estágios
à morte voluntária, obediente e reveladora de Cristo: exaltação por
Deus e aclamação pela criação. A expressão “por isso” enfatiza a
exaltação de Deus como uma consequência direta da obediência
de Cristo.

O texto, então, se concentra na história de Cristo em relação a Deus


e a todas as criaturas, mas não extrai nenhuma lição espiritual ou ética
explícita dessa história. É aqui que entra a criatividade de Paulo. O após-
tolo encontra na história poética de Cristo uma narrativa não apenas
da obediência ou fidelidade do servo a Deus, mas também do amor ao
próximo que é o autossacrifício; de poder que se esvazia em vez de servir
a si mesmo; e de esperança de que o sofrimento para Deus seja sempre
seguido pela promessa de vindicação e exaltação. Essa história não é,
todavia, simplesmente uma narrativa sobre a obediência de Cristo e suas
consequências para Ele; o resultado final é a proclamação universal de
seu senhorio-e assim a salvação até os confins da terra. Portanto, o poema
torna-se para Paulo a estrutura narrativa para uma vida de serviço cruci-
forme e testemunho de fé, amor, poder e esperança, enquanto a comu-
nidade filipense enfrenta os desafios da oposição e da discórdia. Viver
dessa forma é ter a “mente de Cristo”.

O que isso significa para nós hoje?

A admoestação de Paulo sobre o dever dos filipenses imitarem a


Cristo pode ser extrapolada para nosso contexto de forma completa-
mente direta. Tudo que o apóstolo disse aos crentes de Filipos aplica-se
aos crentes de hoje da mesma forma. Devemos ter uma disposição mental

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semelhante a de Cristo. Não devemos nos apegar a posses ou status


adquirido, mas antes devemos nos esvaziar de nós mesmos, considerar
os outros como superiores e agir de forma altruísta sabendo que nossa
recompensa virá dos céus, no dia da vindicação do Senhor Jesus Cristo.
Nossas vidas devem estar estruturadas em torno dos princípios
cruciformes apresentados por Paulo. Devemos dar um testemunho vivo
de fé, amor, poder que se esvazia e esperança, enfrentando desafios com
a confiança de que a recompensa virá do Senhor.
Devemos proclamar ativamente o senhorio de Jesus Cristo em
nossa vida diária. Compartilhando o Evangelho com coragem e vivendo
de maneira que aponte para Cristo como Senhor, reconhecendo que, no
final, todos se curvarão diante d’Ele.

Como devo orar sobre esse assunto?

Confissão: Faça uma reflexão sincera sobre áreas em sua vida em


que você pode não estar vivendo de acordo com a humildade exemplifi-
cada por Cristo. Confesse quaisquer atitudes egoístas e falta de serviço
aos outros.
Petição: Ore para que Deus conceda a você uma disposição mental
semelhante à de Cristo, capacitando-o a se esvaziar de si mesmo, servir
com amor sacrificial e considerar os outros como superiores.
Ação de Graças: Agradeça a Deus pela esperança e promessa de
vindicação e exaltação, semelhantes àquelas experimentadas por Cristo
após Sua obediência e sacrifício.
Intercessão: Interceda por outros, pedindo a Deus que capacite
os crentes a viverem uma vida cruciforme, enfrentando os desafios da
oposição e da discórdia com fé, amor, poder e esperança.
Compromisso: Comprometa-se, em oração, a buscar ativamente
viver de acordo com os princípios apresentados no hino cristológico,
buscando imitar a vida de Cristo em sua jornada diária.

MÚSICA DE ENCERRAMENTO: PODER DA CRUZ

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GF 10
Vamos pecar para que a graça
aumente?

MÚSICA DE ABERTURA: PORQUE ELE VIVE

Que diremos então? Continuaremos pecando para que a graça


aumente? De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o
pecado, como podemos continuar vivendo nele? Ou vocês não
sabem que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus,
fomos batizados em sua morte? Portanto, fomos sepultados
com ele na morte por meio do batismo, a fim de que, assim
como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do
Pai, também nós vivamos uma vida nova. Se dessa forma fomos
unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos
também na semelhança da sua ressurreição. Pois sabemos que o
nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do
pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado;
pois quem morreu foi justificado do pecado. Ora, se morremos
com Cristo, cremos que também com ele viveremos.

Romanos 6.1-8

O que estava acontecendo?

O capítulo 6 inicia, com uma pergunta retórica: “Permaneceremos


no pecado, para que seja a graça mais abundante?”. Paulo respondeu não
apenas com a negativa, mas com repúdio, dizendo: “De modo nenhum!”.
A grande preocupação de Paulo é que os que foram justificados
foram justificados para a santidade. Não fomos justificados pela nossa
santidade ou por meio da nossa santidade, mas para a nossa santidade
para que possamos crescer em conformidade com a imagem de Cristo.

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Para compreender o que Paulo está ensinando aqui, é importante


olhar o modo como ele articula fortemente a ideia de nossa união mística
com Cristo. Pelo Espírito Santo, cada pessoa que crê em Cristo se une a
ele espiritualmente. Se somos crentes, estamos em Cristo e Cristo está
em nós.
A igreja invisível é constituída por todos os que estão em Cristo Jesus,
todos os que participam dessa união mística com ele. Nessa passagem,
Paulo leva a ideia de nossa união mística adiante. Ele nos diz que, não
apenas os nossos pecados são imputados a Cristo na sua morte na cruz,
os benefícios da sua ressurreição transferidos a nós e os benefícios de
sua justiça imputada a nós por procedimento legal, mas há também uma
verdadeira união espiritual com o nosso Salvador.
Num sentido espiritual, morremos com ele no Calvário. Quando
ele foi para a cruz, não foi para si próprio, mas pelas suas ovelhas. Ele
fez uma obra que não poderíamos fazer por nós mesmos. Foi o nosso
pecado que ele carregou em sua morte; por isso, quando morreu, não
morreu simplesmente por nós; nós, pela virtude dessa união espiritual,
morremos com ele.

O que isso significa para nós hoje?

Pense nas bênçãos que recebemos em nossa vida. Pense em quantas


vezes temos reclamado sobre o que não recebemos. Pense em quantas
vezes estamos descontentes e insatisfeitos com a maneira pela qual
Deus tem nos ajudado e, em seguida, olhe ao redor do mundo e veja a
multidão que não tem ideia do que significa estar unido a Cristo pelo
poder do Espírito. Se estamos morando numa cabana ou vivendo com
uma dor ou doença crônica, mas recebemos a obra da regeneração em
nossa vida, não podemos fazer nada a não ser louvar a Deus eternamente,
porque recebemos uma pérola de grande valor. Já fomos ressuscitados
da morte. Já vamos viver na eternidade porque o aguilhão da morte foi
removido. A morte não pode destruir o que Deus regenerou.
Estamos em novidade de vida. Nossa vida foi transformada.Como
pode alguém receber a Cristo como Salvador, mas não como Senhor?

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Como pode alguém estar morto, reviver e não ser diferente? Como
alguém que está na escravidão pode ser libertado e não ser transfor-
mado? A maior mudança pela qual passamos na vida acontece quando
nascemos de novo. Mudamos da morte espiritual para a vida espiritual,
da escravidão para a liberdade.
Pauloestá pedindoqueconsideremosoque aconteceu. Nós morremos
com Cristo; fomos ressuscitados pelo poder de sua ressurreição. Num
certo sentido, há uma estranha combinação entre o imperativo e o indi-
cativo. Uma vez que esse é o nosso modo de ser, então devemos nos
comportar dessa maneira. Devemos viver como pessoas que têm uma
nova vida, pois, se somos regenerados temos uma nova vida e se somos
justificados, somos novas criaturas. Agora que Deus nos resgatou da
morte, ele espera que vivamos para ele o resto de nossos dias.

Como devo orar sobre esse assunto?

Agradecimento pela União com Cristo: Comece agradecendo a


Deus pela união mística com Cristo, pela obra que Ele realizou na cruz e
pela verdade de que, espiritualmente, morremos com Ele.
Conscientização da Nova Vida: Ore para que Deus aumente a sua
consciência da nova vida que você tem em Cristo. Peça para compre-
ender profundamente a transformação que ocorreu quando você nasceu
de novo.
Pedir Discernimento: Peça a Deus discernimento para reconhecer
como a regeneração impactou sua vida diária. Ore para que o Espírito
Santo revele áreas em que você pode viver de maneira mais alinhada
com a nova vida que recebeu em Cristo.
Louvor pela Libertação da Escravidão do Pecado: Louve a Deus pela
libertação da escravidão do pecado. Reconheça a grande mudança que
ocorreu ao passar da morte espiritual para a vida espiritual.
Compromisso com uma Vida Transformada: Comprometa-se diante
de Deus a viver uma vida transformada. Reconheça que, como regene-
rados, somos chamados a viver para Ele o resto de nossos dias.

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Gratidão pela Ressurreição: Agradeça a Deus pela ressurreição,


que removeu o aguilhão da morte. Reconheça a promessa da vida eterna
e a transformação que a ressurreição de Cristo trouxe à sua existência.

MÚSICA DE ENCERRAMENTO: SÊ MINHA VIDA

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Bibliografia Complementar:

BALCH, D. L.; STAMBAUGH, J. E. O Novo Testamento em seu ambiente social. São Paulo:
Paulus, 2008.

BLOMBERG, Craig. Introdução aos Evangelhos. São Paulo: Vida Nova, 2009.

BLOMBERG, Craig. Introdução de Atos a Apocalipse. São Paulo: Vida Nova, 2019.

BRUCE, F.F. Israel and the nations. Illinois: InterVarsity Press, 1997

BRUCE, F.F. Paulo, o apóstolo da graça. São Paulo: Shedd Publicações, 2003.

CARSON, D.A; MOO, D.J; MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida
Nova. 1997.

ESLER, Philip Francis. The Social and Political Motivations of Lucan Theology. Cambridge
University Press, 1989.

GOODMAN, Martin. Rome and Jerusalem: The Clash of Ancient Civilizations. Oxford:
Vintage, 2008.

GREEN, Joel B. The world of the New Testament. Grand Rapids: Baker, 2013.

HORSLEY, R.A; HANSON, J.S. Bandidos, profetas e messias. São Paulo: Paulus, 1997.

HORSLEY, R.A. Paulo e o Império. São Paulo: Paulus, 2004.

HORSLEY, R.A. Jesus e o Império. São Paulo: Paulus, 2004.

HORSLEY, R.A. Jesus e a espiral da violência. São Paulo: Paulus, 2010.

JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

MEEKS, Wayne. Os primeiros cristãos urbanos. São Paulo: Paulus, 2015

MONTANELLI, Indro. História de Roma, da fundação a queda do império. Coimbra: Edições


70, 2022.

MURPHY-O’CONNOR, Jerome. Paulo, biografia crítica. São Paulo: Paulus, 2007.

REINKE, A.D. Os outros da Bíblia. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2019

REINKE, A.D. Aqueles da Bíblia. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2021

SCHURER, Emil. HIstória do Povo judeu no tempo de Jesus Cristo vol. 1,2,3 e 4. São Paulo:
Ebenezer, 2023.

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SORDI, Marta. The Christians and the Roman Empire. London: Routledge, 1994

SUETÔNIO. A vida dos doze Césares. Brasília: Edições do Senado Federal, 2012.

TÁCITO. Anais. Rio de Janeiro: W.M. Jackson Inc. 1950.

WITHERINGTON III, Ben. História e histórias do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova,
2005.

WITHERINGTON III, Ben. New testament history: a narrative account. Grand Rapids: Pater-
noster press, 2001.

WRIGHT, N.T. O novo testamento e o povo de Deus. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2022.

WRIGHT, N.T. Paulo, uma biografia. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2018.

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