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QUE É EVANGELISMO?

(John Armstrong)

Será que existe um assunto de maior interesse do que o evangelismo, para aqueles que estão
vitalmente ligados a Jesus Cristo? Na verdade, mesmo aqueles pertencentes às denominações mais
liberais, têm tido um interesse cada vez maior pelo assunto nas últimas décadas, isso devido ao
declínio no número de membros de suas respectivas igrejas.

O interesse pelo evangelismo tem sido o foco das atenções da igreja cristã desde o seu início.
Jesus não ensinou aos Seus discípulos que após a descida do Espírito Santo sobre eles: “sereis
minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”? (Atos
1:8). Nós lemos em Atos 8:4, “os que foram dispersos iam por toda parte pregando a Palavra”. Quando o
Espírito Santo veio sobre a igreja incipiente, a promessa de Atos 1:8 aplicava-se a todos, não
somente aos apóstolos. A obra da evangelização tem sido uma preocupação constante para a Igreja
como um todo e especialmente em épocas de reforma e reavivamento derramadas pelo Espírito.
Embora evangelismo e reavivamento não sejam a mesma coisa - o que se constitui em um erro
comum cometido nos últimos 50 anos no movimento evangélico ocidental - não podemos orar por
despertamento espiritual e permanecer desobedientes à comissão do evangelismo e das missões.
Conforme escreveu John Blanchard, “nenhuma igreja é obediente, se não for evangelística”. Um
evangelismo do tipo melhor e mais eficaz será uma evidência de qualquer reavivamento
verdadeiro que nós possamos experimentar em nossa geração.

Mas o que é evangelismo? Por que deveríamos nos envolver com ele? Quais são os métodos
que as Escrituras nos autorizam a usar para alcançar homens e mulheres com a mensagem de
Cristo? O que a teologia tem a ver com o evangelismo?

Por mais de uma geração, o evangelismo no Ocidente tem sido feito dentro de um vácuo
doutrinário. Muito do que tem sido exportado para outros campos da missão cristã, reflete a
mesma superficialidade e confusão doutrinária. Chegou o momento de refletir seriamente sobre
muito do que está sendo feito hoje, em nome do evangelismo. Se o que estamos fazendo é um
evangelismo verdadeiro, bem estruturado, ou é somente atividade constante, ou ainda pior do que

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isso, uma atividade prejudicial, então precisamos questioná-lo com base no princípio da “sola
scriptura”.

O resultado desse vácuo doutrinário pode ser visto em nossa preocupação com métodos
evangelísticos, às expensas da exclusão virtual da compreensão e concentração sobre a questão “o
que é o evangelho em si mesmo?”. Será que as mensagens que estão sendo pregadas, os padrões de
apresentação e os livretos distribuídos são verdadeiramente fiéis à mensagem do evangelho? As
campanhas em massa, os ministérios de longo alcance televisionados e por rádio, as numerosas
agências para-eclesiásticas têm procurado conquistar as multidões para Cristo. Qual é o resultado
de quase um século de tais esforços bem intencionados?

O que é, portanto, o evangelismo? Respondo da seguinte forma: “é pregar o evangelho com a


intenção de conquistar verdadeiros seguidores de Cristo”. O evangelho são as boas-novas. A
palavra grega para evangelho é a palavra da qual obtemos a nossa expressão “boas-novas”. O
verbo usado para pregação do evangelho é o mesmo usado para designar a atividade de
evangelização. O substantivo “evangelho”, ocorre mais de 75 vezes nos escritos do Novo
Testamento. O verbo, “evangelidzomai” ocorre mais de 50 vezes. É freqüentemente traduzido
como “pregar”. James I. Packer expande essa curta definição de evangelismo, dizendo que
evangelizar é: “Apresentar Jesus Cristo aos pecadores, de modo a que eles possam vir a colocar sua
confiança em Deus, através d’Ele recebê-lo como seu Salvador e servi-lo como seu Rei na
comunhão de Sua Igreja”.

Essa definição deixa claro que evangelismo não equivale a apelar por decisões através de
uma forma especializada ou obter resposta aos nossos apelos. Não é tão pouco reorganizar a vida
familiar ou salvar o casamento com novas técnicas de aconselhamento. Não, o evangelismo pode
até mesmo terminar com alguns casamentos e freqüentemente dividirá famílias, o que se tornará
cada vez mais aparente à medida que nossa cultura se torna cada vez mais hostil às suas raízes
cristãs. Nosso Senhor não trouxe uma espada de divisão? (Mt.10:34-39; Lc.14:25-27).

O evangelismo deve, portanto, ter um evangelho adequado. Isso é o que chamamos de


teologia prática. Essa prática adequada é revelada nas palavras e obra dos apóstolos e do próprio
Cristo. Não somos livres para estruturarmos nossos próprios métodos de acordo com nossos
caprichos. Não é a compreensão adequada da suficiência da Palavra escrita que nos compele a
deduzir a partir da mesma, à medida que trabalhamos pela conversão de homens e mulheres?
Pessoalmente, estou convencido de que esse deve ser o tema atual entre os evangélicos, os quais

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praticam uma postura social e política conservadora, baseada no tipo de prática cristã popular
durante as últimas décadas. Essa prática não se parece com nada que exista no Novo Testamento.
O resultado é um tipo espúrio de evangelismo que tem sido muito prejudicial em nossa época.

Nós precisamos não somente de um reavivamento de poder para que vejamos as conversões
se multiplicando dentro da comunidade visível da igreja, bem como na cultura de uma forma
geral, mas também necessitamos de uma reforma completa de nossos métodos e maneiras de
evangelização.

Ernest Reisinger está certo em acrescentar a tudo isso que necessitamos de um motivo
correto. Ele escreve: “Qual é o motivo correto na evangelização centralizada em Deus? Há dois motivos
corretos: 1) Amor a Deus e preocupação com a Sua glória. 2) Amor pelo homem e preocupação com seu bem
estar... Como glorificamos a Deus?... fazendo Sua vontade - e é Sua vontade que tornemos conhecido Seu
nome e Sua imagem de salvação...Ele nos incumbiu da tarefa de levar Sua mensagem a todo o mundo; dessa
forma, nosso motivo inicial deve ser amor a Deus e preocupação com a Sua glória. Isso é expresso na
obediência à Sua vontade revelada. Portanto, se formos obedientes na difusão da mensagem de Deus, Ele será
glorificado, a despeito dos resultados. Os resultados estão fora de nosso alcance, de nossa habilidade e, graças
a Deus, fora de nossa responsabilidade.”

Em relação ao segundo motivo, John Blanchard está certamente correto ao escrever: “o


evangelismo é moralmente correto - é o pagamento de um débito”. Um débito de amor que devemos a
Deus e ao homem. Se amarmos nosso próximo, então devemos nos esforçar para fazer brilhar
sobre ele a luz do evangelho, de todas as maneiras possíveis. Conforme Vance Havner
resumidamente coloca, “todo cristão é um agente postal de Deus. Sua obrigação é transmitir as
boas-novas dos céus.”

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- TREINAMENTO BÁSICO DE EVANGELISMO PESSOAL -

1ª PARTE – QUESTÕES INICIAIS

PRIMEIRA QUESTÃO: EVANGELIZAR É REALMENTE DIFÍCIL?

“Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação;
e ai de mim, se não anunciar o evangelho!” (1 Coríntios 9.16)

A ideia pessimista de que evangelizar é uma das tarefas mais difíceis para um cristão
foi a saída que encontramos para durante muito tempo conciliar a nossa acomodação com
uma “boa” (leia-se esfarrapada) desculpa.

Na realidade, o culto próprio e natural para qualquer cristão é apresentar o seu corpo
(pés e voz) como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm
12.1). E não há muita coisa mais importante para Deus que nós
podemos fazer através do nosso corpo do que evangelizar.

Difícil, mesmo, para um cristão será ter que encarar o “Todo cristão ou é um
missionário ou é um
que está em Ezequiel 3.18:
impostor”.

“Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; e tu não o Charles Spurgeon


avisares, nem falares para avisar o ímpio acerca do seu mau
caminho, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua
iniqüidade, mas o seu sangue, da tua mão o requererei”. (Ezequiel
“Como irei sentir-me no
3.18)
dia do juízo final se
passarem diante de meus
PENSE NISSO: EVANGELIZAR NÃO É DIFÍCIL. olhos todas as oportuni-
dades que perdi, e ficar
DIFÍCIL SERÁ TER QUE PRESTAR CONTAS DE TODAS AS NOSSAS provado que minhas
OMISSÕES CONFORME EZEQUIEL 3.18. desculpas não foram
SEGUNDA QUESTÃO: POR QUE, ENTÃO, A MAIORIA DOS mais que meros disfarces
CRENTES NÃO EVANGELIZA? para meu orgulho e
acovardamento?”
Dr. W. E. Sangster
“E recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e
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ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins
da terra”. (Atos 1.8)

“Evangelismo é uma
igreja avivada indo”.

Leonard Ravenhill

"Embora o avivamento e
o evangelismo estejam
intimamente
relacionados, na verdade
são duas obras distintas.
O avivamento é uma
experiência da Igreja; o
evangelismo, a expressão
dela".

Paul S. Rees

Quando os apóstolos foram revestidos do poder do


Espírito Santo, nada (perseguição, timidez, medo ou falta de
"À medida que uma
preparo) foi desculpa para a pregação ousada e perseverante da
igreja se mostra santa, o
Palavra do evangelho.
seu testemunho de Cristo
“Recebereis a virtude do Espírito Santo... e ser-me-eis será igualmente
testemunhas”! poderoso”.

O poder do Espírito Santo não foi apenas a única Charles Spurgeon


ferramenta outorgada por Jesus à igreja; foi a única que, de fato,
ela precisava.
“Considero verdadeiro
Jesus não só nos deixou uma ordem (“ide”) como
cristão aquele que não se
também nos municiou de tudo que precisávamos para cumpri-
envergonha do
la: o pleno e suficiente revestimento do Espírito Santo (Atos 1.8).
evangelho e que não é
uma vergonha para ele”.

Matthew Henry
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A MAIORIA DOS CRENTES NÃO EVANGELIZA PORQUE NÃO POSSUEM UMA VIDA CHEIA DO ESPÍRITO
SANTO.

2ª PARTE – O QUE DIZER NO EVANGELISMO PESSOAL?

Não há salvação sem arrependimento; não há


arrependimento sem convicção de pecado; e não há convicção
de pecado sem o confronto com a Lei de Deus.
“Se dependesse de mim,
eu declararia uma
NÃO HÁ SALVAÇÃO SEM ARREPENDIMENTO moratória da pregação
pública nos EUA por um
“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados
ou dois anos. Depois
os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela
disso, chamaria todo
presença do Senhor”. (Atos 3.19)
aquele que já usou as
“Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a ondas de rádio e os
salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo púlpitos para pregar a
opera a morte”. (II Co 7.10) santidade de Deus, a
justiça de Deus e a Lei de
“...Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia Deus até que os
agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam.” pecadores clamassem: ‘O
(Atos 17.29-30) que devemos fazer para
“E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se, e glorificaram a Deus, sermos salvos?’ Então, eu
dizendo: Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento os levaria para um canto
para a vida”. (Atos 11.18) e lhes exporia o
Evangelho”.

Se o próprio Senhor Jesus ordenou que o Paris Reidhead


arrependimento fosse pregado a todas as nações (Lucas 24.47),
por que será que a palavra “arrependimento” aparece tão raramente no discurso evangelístico
moderno?

...

“Estamos omitindo palavras que podem ofender, tais como ‘arrependimento’ e ‘inferno’,
para fazer com que a mensagem seja mais aceitável, ou será que nós mesmos estamos nos
tornando aceitáveis para um mundo que odeia Deus?”

(Ray Comfort)

NÃO HÁ ARREPENDIMENTO SEM CONVICÇÃO DE PECADO

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A mensagem “Jesus morreu na cruz por você” ou “Jesus te ama”, por si só, não tem o
efeito de gerar arrependimento.

É como dizer a uma pessoa que não se percebe como doente que alguém vendeu tudo
o que tinha para lhe providenciar a cura. A não ser que a pessoa se convença de que está
mortalmente doente, achará tal sacrifício uma loucura e, ainda, ficará ofendida pela alegação
de que está doente, sendo que ela pensa que não está.

“Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem (...)”. (I Coríntios 1.18a)

Grande contradição:

O QUE O HOMEM DIZ:

“Eu sou bom!”


X

O QUE A BÍBLIA DIZ DO HOMEM:

“Não há ninguém justo ou bom”.


(Salmos 14.1-3, Romanos 3.23, Isaías 64.6 etc).

...

“A prova derradeira de que alguém é pecador é que ele não conhece seu próprio pecado.
Nosso trabalho é fazer com que ele o veja”.

(Martinho Lutero)

...
“Todo homem sabe que
“Os homens têm de ser trazidos ao conhecimento de si tem pecado, mas nem
mesmos, antes de se renderem a Deus. Os homens estão todos estão convictos da
caídos de tal maneira, que temos de remover deles toda culpa e do mal causados
esperança na carne, antes de serem trazidos a Deus. Isso é pelo pecado. Contudo, sem
importante em tudo, mas é especialmente importante na isso, o homem não pode
evangelização”. perceber o método de
salvação do evangelho.
(Paul Washer)
Abaixo a pregação insossa
e monótona do amor de
Jesus que não tem
discernimento de
Se tivermos a habilidade de mostrar àquela pessoa os
santidade ou moralidade”.
sintomas visíveis e invisíveis de sua doença, e ela tiver a nítida
Charles Finney
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convicção de que está enferma para a morte, aí então a notícia de que alguém a amou tanto
que lhe providenciou a única cura possível não será mais uma tolice nem uma ofensa; mas,
será, de fato, uma boa notícia.

Somente quando um pecador consegue se enxergar sob perspectiva e começa a sentir


nojo das bolotas do pecado que tem desejado comer; somente quando, enfim, percebe o seu
estado de podridão, decaimento moral e afastamento de Deus, é que terá condições de se
quebrantar em arrependimento a ponto de dizer “pequei contra o céu e perante ti; já não sou
digno de ser chamado teu filho” (Lucas 15.18).

Esse é um exemplo de verdadeiro arrependimento.

Nesse caso, a mensagem do Evangelho não será loucura nem ofensa, mas será o
poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (I Coríntios 1.16, 18).

NÃO HÁ CONVICÇÃO DE PECADO SEM O CONFRONTO COM A SANTA LEI DE DEUS

“Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a
boca esteja fechada e todo mundo seja condenável diante de Deus. Por isso nenhuma carne será
justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o pleno conhecimento do pecado”.
(Romanos 3.19-20)

...
“A única maneira de sabermos se estamos pecando é conhecer a Lei moral de Deus”.
(Jonathan Edwards)
...
“O problema das pessoas que não estão buscando o Salvador nem a salvação é que elas
não entendem a natureza do pecado. É função peculiar da Lei trazer tal compreensão à
mente e à consciência do homem”.
(Martyn Lloyd-Jones)
...
“Outrora eu vivia sem a Lei; mas assim que veio o mandamento, reviveu o pecado (Rm
7.9). Assim ocorre também com os que se fiam que suas “boas” obras fazem deles pessoas
justas, e com os orgulhosos descrentes. Por não conhecerem a Lei de Deus, que está
apontada em sua direção, é impossível que conheçam o seu pecado. Se conhecessem a Lei,
também conheceriam o seu pecado; e o pecado para o qual agora estão mortos se
tornaria vivo neles”.
(Martinho Lutero)
...

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“É um erro terrível mostrar certas passagens que tratam de outros assuntos a um homem
que ainda não está plenamente convencido de seu pecado. Ele precisa da Lei... Não lhe
ofereça a consolação do evangelho até que ele veja e saiba que é culpado diante de Deus”.
(D. L. Moody).
...
“Para que o evangelismo seja efetivo, pregue 90% Lei e 10%
graça.” “A graça de Deus não
pode ser fielmente
(John Wesley).
pregada aos não crentes
... até que a Lei seja
“Não podemos chegar a Cristo a fim de sermos justificados até pregada e a natureza
que, literalmente, tenhamos ido a Moisés para sermos corrupta do homem seja
condenados”. exposta. É impossível
uma pessoa perceber
(John Stott) plenamente sua
necessidade da graça de
“De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, Deus até que veja quão
para que pela fé fôssemos justificados”. (Gálatas 3.24) terrivelmente longe está
dos padrões da Lei de
Deus”.
3ª PARTE – COMO RESSALTAR A GRAÇA?
John MacArthur Jr.
“Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o
pecado abundou, superabundou a graça”. (Romanos 5.20)

É um grave erro dizer que uma ênfase evangelística sobre a Lei e o pecado ofusca a
graça de Deus.

Pelo contrário: é o destaque do pecado que faz sobressair ainda mais a graça
(Romanos 5.20), assim como é a negritude da noite que faz ressaltar o brilho das estrelas.

Jesus ensinou sobre isso na casa de Simão (Lucas 7.36-48), ao dizer, a respeito da
mulher pecadora que o adorava de forma humilde e intensa, que “os seus muitos pecados lhe
são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama” (v. 47).

Compreender qual era o tamanho real da dívida (Salmos 130.3) e qual era sua
consequência (Romanos 6.23), assim como reconhecer a incapacidade absoluta de quitá-la
(Marcos 8.37), é que torna o perdão dessa dívida tão maravilhoso e, também, é o que glorifica
ainda mais o perdoador.

“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda
pecadores”. (Romanos 5.8)
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EVANGELISMO MODERNO VS. EVANGELISMO BÍBLICO.

...

“Quando tratamos o pecado de maneira superficial, estamos antes de tudo lutando contra
o Espírito Santo. ‘Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado’ (Jo 16.8). Há muito
pregadores populares em nossos dias que estão mais preocupados em dar às pessoas ‘a
melhor vida agora’ do que preocupados com a eternidade. E se gabam do fato de que não
mencionam o pecado em sua pregação. Posso dizer isto: o Espírito Santo não tem nada a
ver com o ministério deles, pois, se tivesse, estaria agindo contra si mesmo. Quando não
lidamos com os homens e sua condição depravada de maneira específica, fervorosa e
amorosa, o Espírito Santo não está conosco”.

(Paul Washer)

...

“Os homens, para serem verdadeiramente ganhos, precisam ser ganhos pela verdade”.

(Charles Spurgeon)

4ª PARTE – PRINCÍPIOS PARA UMA ABORDAGEM BÍBLICA

“Quem observa o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará. Assim como
tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da mulher
grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas. Pela manhã semeia a
tua semente, e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se
aquela, ou se ambas serão igualmente boas”. (Eclesiastes 11.4-6)

1) NÃO ESPERE UMA SITUAÇÃO PERFEITA PARA EVANGELIZAR

A ordem é que evangelizemos “a tempo e fora de tempo” (2 Timóteo 4.2). Temos que
criar as oportunidades, e não ficar esperando até que as circunstâncias estejam perfeitas. Do
contrário, nunca agiremos.

Lembre-se: a maioria dos seus medos sobre evangelismo jamais vão se concretizar.

2) EVANGELISMO TEM A VER COM DEUS E O PERDIDO. O EVANGELISTA É A MENOR PEÇA DO


QUEBRA-CABEÇA

O evangelista não deve superestimar sua participação no processo de evangelização,


nem a um extremo de pensar que a conversão do pecador depende dele (a obra de

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convencimento do pecado é do Espírito Santo, cf. João 16.8), nem ao outro de colocar suas
desculpas à frente do que Deus deseja realizar.

Nós somos pequenos demais dentro do plano de Deus para salvação do mundo (e das
pessoas singularmente) para que façamos tantas objeções imaturas, orgulhosas e covardes
sobre “se”, “como”, “quando” e “porque” evangelizar!

Na realidade, nós só fazemos parte desse filme por misericórdia do seu produtor (o
soberano e amoroso Pai). Os papéis principais são estrelados por Jesus e o pecador.

Devemos, portanto, ser eternamente gratos a Deus por Ele ter nos incluído em seu
plano de evangelização do mundo. Que grande privilégio nos foi concedido: de, mesmo sem
merecimento algum, sermos portadores da maravilhosa mensagem da cruz!

“O semeador saiu a semear” (Marcos 4.3), e a parábola não fala mais no semeador, só
na semente (o evangelho) e o solo (coração do perdido). E ainda nos julgamos o personagem
principal do evangelismo... Quanta presunção!

Evangelismo tem a ver com Deus alcançando o perdido.

Nós somos meros coadjuvantes, indignos de, a qualquer pretexto, seja por ação ou
omissão, atrapalhar esse maravilhoso encontro.

3) NOSSA TAREFA É LANÇAR A SEMENTE. OS RESULTADOS PERTENCEM A DEUS

Claro que nós todos queremos ver, no fim, almas salvas, batizadas e discipuladas. Mas
nossa ocupação inicial em termos de evangelização deve ser a quantidade e a qualidade de
nossa semeadura.

Quantidade – A cada virada de ano muitos crentes fazem votos de ganhar pelo menos
uma pessoa para Cristo naquele ano, e para isso... acabam evangelizando uma pessoa só!
Nenhum agricultor que quer ver uma grande colheita plantaria apenas uma semente. Quanto
mais sementes plantadas, maior a probabilidade de se colherem frutos.
Outros, mais pessimistas, dizem que não adianta pregar em certa localidade a
pretexto de que as pessoas dali não aceitam ouvir. Regras de estatística exigem, para uma
amostragem com 95% de certeza, que em uma cidade de 100 mil habitantes sejam
entrevistados pelo menos 2 mil. A não ser que tenhamos abordado um número representativo
não poderemos afirmar com segurança que a abordagem direta do Evangelho não funciona ali.
Qualidade – Devemos nos assegurar de que, ao final de uma conversa evangelística,
nós transmitimos tudo que o pecador deveria saber para receber a salvação. Se investirmos
tempo com uma pessoa perdida, e se ela nos dedicou sua atenção, mas não comunicamos o
Evangelho de forma clara, fiel e completa, a responsabilidade de Ezequiel 3.18 ainda pesará
sobre nós. Mas toda essa ideia não significa, em sentido inverso, que devamos “lavar as mãos”

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ou ficar indiferentes quanto à salvação de uma pessoa depois de evangelizada uma
vez. Devemos, por amor a Cristo e a ela, instá-la a tempo e fora de tempo ao arrependimento e
à fé em Jesus, especialmente quando essa pessoa permanece ao nosso alcance.

5ª PARTE – PERIGOS DO EVANGELISMO A LONGO PRAZO

1) AS PESSOAS MORREM

2) QUANTO MAIS INTIMIDADE, MAIS DIFÍCIL

“Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os
mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo,
redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina”. (II Timóteo 4.1-2)

Ao apelar para Timóteo para que pregasse a Palavra em todas as ocasiões, o apóstolo
Paulo apresenta (cremos que não por acaso) o juízo de Deus como um fato duro e real que
deve ocupar, mover e martelar a mente e a disposição do evangelista.

Aquele que deseja pregar o evangelho deve manter o julgamento final (Hebreus
9.27) sob constante perspectiva.

Exatamente como todo o bombeiro é desafiado à constante vigilância para o caso de


um eventual incêndio, todo evangelista deve manter em mente a iminência da morte e do juízo
de Deus. Nós, da Caravana do Arrependimento, cremos que foi ideia do diabo retirar o fator da
urgência do evangelismo, a fim de que muitas pessoas vão para o inferno sem a oportunidade
de serem confrontadas com a mensagem poderosa do Evangelho.

“Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que
aparece por um pouco, e depois se desvanece”. (Tiago 4.14)

Nós temos que sempre encarar o evangelismo como sendo a última oportunidade de a
pessoa ouvir, ou até mesmo a nossa última oportunidade de pregar.

EVANGELISMO É COISA SÉRIA PORQUE LIDA COM ETERNIDADE. NUNCA PERCA ISSO DE VISTA.

Além disso, a experiência tem demonstrado que quanto mais tempo se leva até que se
introduzam assuntos espirituais numa conversa com amigos mais difícil se torna. Ao contrário
do que se supõe, a intimidade tem se revelado mais um fator dificultador do que facilitador. A
prova disso é que geralmente é muito mais fácil criar coragem para abordar pessoas
desconhecidas com o Evangelho do que amigos íntimos e parentes.

Não estamos dizendo que não devemos aprofundar relacionamentos com as pessoas
que evangelizamos. Em absoluto: as estatísticas mostram que a maioria das pessoas são
ganhas para Cristo através do testemunho de amigos e parentes. O que defendemos aqui é
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que, ao cultivarmos esses relacionamentos, seja com pessoas novas que conhecemos nas ruas
seja com aquelas que já fazem parte de nosso convívio, quanto mais cedo pregarmos o
Evangelho, e da forma mais completa possível, melhor.

BIBLIOGRAFIA:

ARTIGO TEÓLOGICO ESTUDO DA EVANGELIZAÇÃO CENTRADA EM DEUS,EM CONTRASTE


COM A EVANGELIZAÇÃO CENTRADA NO HOMEM,COMO TEM SIDO EM NOSSOS DIAS (
JOSÉ SANTANA DÓRIA MESTRANDO EM TEOLOGIA).MINISTÉRIO DE EVANGELISMO
CARAVANA DO ARREPENDIMENTO. SOCIEDADE SEM PECADO ( JHON MACARTHUR).
EVANGELHO DE DEUS VS EVANGELHO DO HOMEM ( PAUL WASHER)

MINISTRANTE: PR JOSELI MOREIRA DA SILVA (61- 983104029)

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Versículos para Evangelização

1 – Por que preciso ser salvo?


Romanos 3:10-12 – … Não há um justo, nem um …
Romanos 3:23 – … todos pecaram e destituídos ….
João 3:3,5 – aquele que não nascer de novo, …
Mateus 25:41,43 – Apartai-vos de mim, malditos, para …
Lucas 16:24 – … manda a Lázaro, que …
Romanos 5:18a – … por uma só ofensa veio o juízo sobre …
Romanos 6:23a – … o salário do pecado é a morte …
Marcos 9:43-44 – … inferno … o fogo que nunca se apaga …
Apocalipse 20:15 – E aquele que não foi achado escrito …
Apocalipse 21:8 – … quanto aos tímidos … lago que arde com …

2 – Como ser salvo por …


2.1 – Reconheça a necessidade
Isaías 64:6 – … imundo … trapo da imundícia …
Hebreus 11:6 – … sem fé é impossível …
2.2 – É de Graça - Efésio. 2.8-9
2.3 – Pela Fé - Tito 3:5; Romanos 4:2-8.
2.4– Seguir a Jesus
João 14:6 – … caminho …verdade … vida;
João 3:3,5 – … aquele que não nascer de novo …
Atos 4:12 – … debaixo do céu nenhum outro nome …
1Timóteo 2:5 – … um só Mediador …

3 – Que acontecerá se eu crer – aceitar Cristo como meu único e total Salvador e Senhor –
controlador?
3.1 – Tornar-me-ei filho de Deus.
João 1:12 – Mas, a todos quantos o receberam, …
3.2 – Serei perdoado e justificado. Atos 13:38
3.2 – Começarei a ter uma nova vida.
2Coríntios 5:17 – … se alguém está em Cristo, nova criatura …

4 – Qual a melhor ocasião para se salvo?


Lucas 12:20 – … Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e …
2Coríntios 6:2; Hebreus 3:7-8 – HOJE
Salmos 95:7-9; Provérbios 27:1; 29:1; Isaías 55:6; Atos 17:30.

5 – Salvação é possível? Deus quer me salvar?


Romanos 5:6-8;
1Timóteo 1:15 … para salvar os pecadores …
Mateus 11:28-30 … vinde a mim …
Apocalipse 3:20 – .. estou à porta, e bato;…

6 – Então, como ser salvo?


Arrependa-se!
Lucas 13:3 – … se não vos arrependerdes …
Atos 3:19 – “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para…
Converta-se!
Mateus 18:3 – … se não vos converterdes e não …
Creia!
Atos 16:31 – … Crê no Senhor Jesus Cristo e …
João 3:18 – Quem crê nele não é condenado; mas …
Receba Cristo como seu único e total Salvador e Senhor!
João 1:12 – Mas, a todos quantos o receberam … filhos de Deus …
Romanos 10:9-10 – … boca confessares … em teu coração creres
Confesse a Cristo publicamente!
Mateus 10:32-33 –… qualquer que me confessar diante dos homens, eu..
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