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AULA #1

• ENCONTRANDO
O TESOURO

O CALVÁRIO
E A MISSA PROF. MICHEL PAGIOSSI
IMERSÃO LITÚRGICA Prof. Michel Pagiossi Silva

Parte I

O homem, o
pecado original
e a espera
por Michel Pagiossi Silva

A Criação A Queda
No início, Deus criou o homem em um O principal castigo do pecado original foi a
estado de justiça original, onde existia inimizade com Deus. Esse é um estado de
uma amizade harmoniosa entre Ele e a privação da santidade e da justiça
humanidade. Este estado foi perturbado originais. Conforme descrito no Catecismo
pelo pecado original, o qual trouxe a queda da Igreja Católica (CIC 76), o pecado
do homem. original é uma condição com a qual todos
nós nascemos, "contraída", não
"cometida". Devido à origem comum de
todos os seres humanos, este pecado é
transmitido pela natureza humana aos
descendentes de Adão, "não por imitação,
mas por propagação". A maneira como isso
ocorre é um mistério que não podemos
compreender completamente.

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A Certeza da
Vitória
A esperança nunca se perdeu, pois Deus
prometeu a vitória final sobre o pecado.
Em Gênesis 3, 15, Ele diz: "Porei inimizades
entre ti e a mulher, e entre a tua posteridade
e a posteridade dela. Ela te pisará a cabeça e
tu armarás traições ao seu calcanhar."

O Evento da
Cruz e a Santa
Missa
A Santa Missa é uma extensão do evento
do Calvário, como os ramos de uma árvore
se estendem do tronco. O sacrifício no
Calvário, onde Cristo entregou-se
obedientemente ao Pai até a morte, e
morte de cruz (Filipenses 2, 8), é o ápice
desta obediência. Na Santa Missa, nós
participamos deste sacrifício e
continuamos a obra redentora de Cristo.

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Parte II

Existência do
Sacrifício da
Missa
por Michel Pagiossi Silva

Conveniência e Como Ato de


Necessidade Culto
O Sacrifício da Cruz é único e eterno, com Em todos os tempos, o homem deve
sua eficácia estendendo-se a todos os prestar a Deus seu reconhecimento. O
homens, de todos os lugares e tempos. É sacrifício é o meio mais perfeito de
universal e perpétuo. Entretanto, o ato em demonstrar isso. É conveniente que a
si foi transitório - um Homem, um religião de Jesus possua este meio.
Holocausto submetido ao tempo.
Portanto, é necessário prolongar tal ato.

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Como Aplicação dos


Méritos de Jesus
Embora o Sacrifício seja universal, ele No entanto, para aumentar a vida
precisa ser aplicado a cada homem de sobrenatural (não para dar ou restaurar), o
maneira imediata e individual. Através da meio escolhido por Deus foi o Sacrifício do
Cruz, o homem foi libertado da escravidão Altar, que aplica os méritos da Paixão. No
do demônio, mas isso é realizado pela entanto, os Sacramentos não aplacam
aplicação dos méritos de Nosso Senhor. diretamente a Majestade Divina ultrajada,
não satisfazem pelos pecados, não
A aplicação desses méritos ocorre diminuem as penas temporais e não
especialmente através dos Sacramentos, imploram a Deus os socorros de sua graça.
que são canais divinamente instituídos Logo, era necessário outro rito para isso.
para a santificação dos homens e que
operam na alma ex opere operato, ou seja, O Sacrifício do Altar, que também possui
realizam na alma aquilo que significam. caráter propiciatório e impetratório, é
Do Batismo, que é a porta de entrada, à retirado da própria Cruz. Ele toma os
Penitência, que é a porta de restauração. méritos da Cruz, oferece-os ao Pai e d'Ele
recebe os frutos dessa redenção. Logo, o
Sacrifício atualizado é necessário.

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Provas de Sua
Existência
MELQUISEDEQUE

Davi afirma que o Messias será sacerdote


segundo a Ordem de Melquisedeque (Sl
109,4). Logo, o sacrifício é parte desse
sacerdócio. Assim, a forma e o rito de
Melquisedeque devem prefigurar aquele
do Messias. Ora, em Gênesis (14,18) se diz
que sua oblação é de... Pão e Vinho!

MALAQUIAS

"Não tenho nenhuma complacência


convosco – diz o Senhor dos exércitos – e
nenhuma oferta de vossas mãos me é
agradável. Porque, do nascente ao poente,
meu nome é grande entre as nações e em
todo lugar se oferecem ao meu nome o
incenso, sacrifícios e oblações puras. Sim,
grande é o meu nome entre as nações – diz o
Senhor dos exércitos" (Ml 1, 10-11).

Este texto prediz a celebração perpétua e


universal da Santa Missa, prevendo o fim
dos Sacrifícios judaicos, seja porque os
sacerdotes eram negligentes e
irreverentes, seja porque surgiria um novo
culto que seria universal. No texto
original, se utiliza a palavra "minchach",
que se traduz por "oblatio", ou seja... um
sacrifício incruento!

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Provas de Sua
Existência
NOSSO SENHOR

As palavras "Fazei isto em memória de Esses termos enfatizam a natureza


mim!" (Lucas 22, 19) são instruções sacrificial da Eucaristia e a profundidade
diretas de Jesus durante a Última Ceia, do amor e da compaixão de Cristo pela
uma ordem que institui a Eucaristia e dá humanidade. A Santa Missa é, portanto,
origem ao sacramento da Missa na não apenas uma celebração, mas também
tradição cristã. uma re-presentação do sacrifício de
Cristo, uma oportunidade para os fiéis
As palavras "datur" e "effundetur" provêm entrarem em comunhão com Ele e
do Latim e são usadas nas narrativas da participarem dos benefícios da Sua paixão,
Última Ceia nos Evangelhos. morte e ressurreição. É uma memória viva
que não é apenas um mero recordar dos
"Datur", que significa "é dado", é utilizada eventos, mas sim uma realidade mística
na narrativa de Lucas: "E, tomando um pão, em que os fiéis são convidados a participar
havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, ativamente do mistério da salvação.
dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é
dado; fazei isto em memória de mim" (Lucas
22, 19). Aqui, Jesus está oferecendo o pão,
que simboliza o seu corpo, que será dado
ou sacrificado para a salvação da
humanidade.

"Effundetur", que significa "será


derramado", é utilizada na narrativa de
Mateus: "Porque isto é o meu sangue, o
sangue do novo testamento, que é
derramado por muitos, para remissão dos
pecados" (Mateus 26, 28). Aqui, Jesus está
falando do vinho, que simboliza o seu
sangue, que será derramado na sua
crucificação, novamente para a salvação
da humanidade.

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Provas de Sua
Existência
SÃO PAULO

No capítulo 10 de sua primeira carta aos Aqui, o apóstolo está ressaltando a


Coríntios, o apóstolo Paulo faz uma exclusividade do sacrifício de Cristo. O
distinção clara entre os sacrifícios pagãos sacrifício pagão e a Eucaristia são
e o sacrifício de Cristo, que é celebrado na incompatíveis porque cada um expressa e
Eucaristia. Ele faz isso para enfatizar a promove a lealdade a uma entidade
exclusividade e a singularidade da diferente. A Eucaristia é a celebração do
comunhão cristã. sacrifício de Cristo por nós, estabelecendo
uma união íntima com Ele. Participar de
No início deste capítulo, Paulo descreve sacrifícios pagãos, por outro lado, implica
como os israelitas participaram de rituais lealdade a outros deuses ou forças
que eram prefigurações do batismo e da espirituais.
Eucaristia durante a travessia do Mar
Vermelho e a jornada pelo deserto. Apesar Portanto, Paulo está alertando os coríntios
disso, eles caíram em idolatria e para evitarem os sacrifícios pagãos, não
imoralidade, e foram punidos por Deus. por causa do alimento em si, mas por
Paulo usa esses exemplos para advertir os causa do que ele representa - uma
cristãos coríntios contra a complacência e fidelidade dividida. Ele está chamando-os
a confiança excessiva em sua salvação. a uma fidelidade total e exclusiva a Cristo,
que é expressa e alimentada pela
Ele então adverte os coríntios contra a participação na Eucaristia.
participação nos rituais pagãos,
especificamente aqueles que envolvem
comer alimentos sacrificados a ídolos. TRADIÇÃO
Paulo argumenta que, assim como a
Eucaristia estabelece uma comunhão com Até a Revolução Protestante, ninguém
Cristo, comer alimentos oferecidos a ousou recordar a Liturgia como simples
ídolos estabelece uma espécie de banquete. Este fato enfatiza a
comunhão com os demônios por trás continuidade e a reverência da tradição
desses ídolos. litúrgica cristã.

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Parte III

Essência do
Sacrifício da
Missa
por Michel Pagiossi Silva

A ceia, a morte Na Ceia


de Jesus e a Antes da traição, Nosso Senhor se oferece

Missa: um só no Pão e no Vinho. Ele faz a oblação por si


mesmo e a si mesmo. Há uma oblação real,

sacrifício embora não seja cruenta, é sacramental e


figurativa: a consagração em separado das

relativo espécies representa a imolação da cruz.

A essência do Sacrifício da Missa depende


da Ceia Pascal e do Sacrifício da Cruz (daí a
preferência do Concílio Vaticano II em No Sacrifício
usar o termo "Mistério Pascal"). Três
momentos distintos, mas formando um da Cruz
único movimento: "o mesmo sacerdote que
oferece, a mesma vítima que é imolada". É um ato absoluto, figurado na Ceia e
renovado no Altar. Jesus é
simultaneamente o pontífice e a vítima,
Ele oferece e é oferecido. Na cruz a
imolação é real e a oblação também. O
corpo de Cristo é submetido ao fogo do
sofrimento fora das portas da cidade, e o
seu sangue é derramado pela humanidade.

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Na Santa Missa
É essencialmente o Sacrifício da Cruz, com
o mesmo sacerdote, a mesma vítima. Na
cruz, a sociedade potencialmente se unia a
Jesus, no Altar se une em ato. Na cruz,
Jesus se oferece por si mesmo, no Altar por
meio de seus ministros.

Imolação da
Vítima no
Sacrifício da
Missa
A alimentação se dá por meio da vítima
imolada e todo sacrifício possui uma. As
palavras da consagração tornam presentes
no Altar a vítima imolada, mas igualmente
gloriosa que, por sua impassibilidade,
reina no Céu.

A Missa,
oblação real da
vítima imolada
na cruz
Há uma diferença apenas acidental: não
mais Nosso Senhor, mas Seu Ministro, que
oferece a mesma vítima. A Santa Missa é
Sacrifício relativo, ou seja, oblação de uma
vítima já imolada.

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Parte IV

Essência do
Sacrifício da
Missa
por Michel Pagiossi Silva

Noção
O Sacrifício da Missa é rico em significados
e frutos:

É um sacrifício Latrêutico: A Santa


Missa representa o ato supremo de
adoração pela humanidade resgatada
pelo supremo pontífice.

É um sacrifício Eucarístico: A Santa


Missa é um hino magnífico de ação de
graças a Deus por sua ação na História.

É um Sacrifício Satisfatório: O pecador


oferece a Deus o Cordeiro Imaculado. A
aplicação dos méritos de Jesus restitui
ao homem o direito ao perdão e à
misericórdia divina.

É um sacrifício de súplica: É pela Santa


Missa que se vem o socorro de Deus,
que o faz abrir o tesouro de seus bens.

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Modo de aplicação
OFERENTES: No coração da liturgia cristã FRUTO SATISFATÓRIO: O fruto
está o Santo Sacrifício da Missa, que é satisfatório do Santo Sacrifício da Missa é
oferecido pelo sacerdote, pela Igreja e, particularmente significativo. Este é o
acima de tudo, por Jesus Cristo, que é o efeito de purificação e santificação que a
oferente principal. Este aspecto tríplice da Missa tem naqueles que participam dela
oferenda destaca o papel central de Cristo com fé e amor. Este fruto pode
como mediador entre Deus e a manifestar-se com o tempo, como na
humanidade, o papel do sacerdote como remissão gradual dos pecados e na
representante de Cristo e da Igreja na transformação progressiva do caráter
terra, e o papel da Igreja como o corpo moral. Em alguns casos, pode manifestar-
místico de Cristo, unido na adoração e no se imediatamente, como quando é
serviço a Deus. aplicado às almas que estão no Purgatório
e que não têm mais a capacidade de ajudar
a si mesmas.
FRUTOS: Os frutos do Santo Sacrifício da
Missa são abundantes e multifacetados.
Eles incluem o louvor e adoração à FRUTO IMPETRATÓRIO: O fruto
Majestade Divina (fruto latrêutico), ação de impetratório do Santo Sacrifício da Missa
graças pelo dom da redenção (fruto refere-se à intercessão de Jesus Cristo ao
eucarístico), satisfação pelos pecados e a Pai em nosso favor. Este é um aspecto
promoção da santidade (fruto satisfatório), central da Missa, em que Cristo, como
e a intercessão por necessidades nosso Sumo Sacerdote, apresenta as
espirituais e temporais (fruto suplicante). nossas necessidades a Deus e pede a Sua
misericórdia e ajuda.

Finalmente, é importante notar que,


embora o Santo Sacrifício da Missa tenha
valor infinito, devido à dignidade infinita
de Jesus Cristo que o oferece, a aplicação
desse valor é finita. Isso se deve à natureza
finita da humanidade e à nossa capacidade
limitada de receber e responder à graça de
Deus. Cada Missa é uma nova
oportunidade de entrar mais
profundamente na comunhão com Deus e
de se beneficiar dos frutos do sacrifício de
Cristo na cruz.

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Associação dos
fiéis no Santo
Sacrifício
Pelo Batismo, todos os fiéis são Porém, esta união ao sacrifício de Cristo
incorporados ao sacerdócio comum dos não é algo que ocorre automaticamente.
fiéis, que é diferente do sacerdócio Exige uma disposição interior e uma
ministerial ordenado, mas ainda assim intenção consciente de nossa parte.
participa do único sacerdócio de Cristo. Devemos procurar unir-nos a Jesus de
Este sacerdócio comum permite a todos os todo o coração, oferecendo-nos com Ele
batizados, independentemente da sua ao Pai, e pedindo-Lhe que aceite nossos
função ou estado na Igreja, participar sacrifícios como parte do Seu próprio
ativamente no culto e no serviço de Deus. sacrifício. Isto pode envolver uma
renovação da nossa consagração batismal,
No coração deste sacerdócio comum está o em que nos entregamos a Deus e
chamado para unir nossos próprios prometemos viver de acordo com o Seu
sacrifícios ao sacrifício de Cristo. Este é chamado.
um aspecto essencial da participação na
Santa Missa. Na Missa, Cristo se oferece ao Participar ativamente da Santa Missa
Pai como vítima perfeita em reparação dessa maneira pode transformar a nossa
pelos pecados da humanidade. Quando nos experiência do culto e abrir-nos a uma
unimos a este sacrifício, oferecendo maior receptividade à graça de Deus. Não
nossos próprios sofrimentos, lutas e somos meros espectadores na Missa, mas
esforços no amor de Deus e do próximo, co-participantes no sacrifício de Cristo,
participamos de uma maneira muito real chamados a oferecer-nos com Ele por
na redenção do mundo. amor a Deus e à salvação do mundo.

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