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veementemente
Créditos: Caravaggio
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Não era de fugir
Tomé confia em Jesus, ama-O e não tem reservas com o Mestre. Seu
desejo de segui-Lo fica claro quando o Cristo fala da casa do Pai e de
um lugar que irá preparar para eles. Vemos Tomé questionar Jesus:
“Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o
caminho?” (cf. Jo 14, 5).
Talvez, ele não tenha parado na experiência vivida por seus irmãos e
queria fazer sua experiência própria.
Com todo amor que ele sentia por Jesus, o desejo de estar ao lado d’Ele
e com o sentimento de culpa (como os outros apóstolos também
sentiam) por tê-Lo abandonado em Sua agonia, Tomé não aceitará
apenas ouvir de seus irmãos: “nós vimos o Senhor”. Para ele, não
bastava ouvir, porque não queria parar na experiência feita por Pedro,
João e os outros.
Tomé não aceitava apenas ouvir a narração de Madalena, que contou
com detalhes o momento em que encontrou-se com o Mestre. Tomé,
ousadamente, expressa seu desejo profundo. Quem sabe, além da
dúvida nas palavras de seus irmãos, ele revela a agonia pessoal de sua
alma? Ele quer fazer a sua experiência e, ouvir seus companheiros, fez
aumentar o desejo dele.
Ouvir e atender
Tomé é um homem que não tem medo, um homem que sabe o que quer.
Não apenas isso, mas também, pede ao Senhor, expõe-se e, com isso,
compromete-se; e Deus não deixa de ouvir e atender a esse homem.
Como Tomé, você precisa pedir a Deus aquilo de que necessita para crer
mais. Esse homem não permitiu que sua fé estacionasse, pois vendo sua
debilidade, sua descrença, coloca diante de Deus seu coração.
Homens que não têm reservas diante do Senhor são os que tocam na
intimidade do Rei. Tomé deu a Deus seus limites e Ele o fez adentrar em
Sua intimidade.
Tomé: homem de fé
Autor: Pr. Welfany Nolasco Rodrigues
-Tema: FÉ
João 11.16; 14.5; 20.24-28 e 21.2
-Introdução: O discípulo Tomé se tornou conhecido por sua dúvida, mas na verdade
era um homem de fé. Se analisarmos toda a sua trajetória podemos perceber mais
momentos bons ao lado do Mestre do que apenas o episódio em que duvidou. Além
disso, o que deve determinar sua história é se continuou seguindo a Cristo, mesmo
depois de duvidar por um momento. O seu final tem mais importância do que
incidentes de percurso.
A fé nos dá coragem!
2- Fé para Entender:
João 14.5 “Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais; como saber
o caminho?”.
3- Fé para Questionar:
João 20.25 “Disseram-lhe, então, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele
respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o
dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei”.
Quando Tomé ouviu a respeito da ressurreição de Jesus, logo duvidou (João 20.24).
Agiu pela lógica humana. Estava desiludido com tantos aborrecimentos. Mas os outros
discípulos também estavam confusos, só não tiveram coragem de questionar. Na
verdade Tomé acreditava em Jesus, mas não conseguia entender o sentido de
ressurreição ainda (João 20.27-29).
Se Tomé fosse tão descrente como tantos o acusam, poderia continuar duvidando
depois de ver Jesus (João 20.27, 28). Podemos perceber em Tomé um desejo de crer,
mesmo não tendo a fé necessária para o momento. Seu questionamento era em
buscar de crer mais e experimentar pessoalmente e não em recusar a verdade. Deus
quer que tenhamos uam fé inteligente (Romanos 12.1,2). Quando levantamos
questões sobre os mistérios de Deus só encontramos as respostas que vêm da fé.
Alguns dias depois de ter o encontro com Jesus ressuscitado, Tomé continua ainda
junto com os discípulos. Sua presença no meio do grupo de discípulos mostra o seu
desejo de esperar o retorno do Mestre. Graças à sua esperança, Tomé teve mais uma
oportunidade de ver o Cristo Ressurreto quando Jesus operou novamente o milagre
da pesca maravilhosa e renovou o chamado de Pedro (João 21.4-17). A fé nos dá
esperança de receber a resposta de Deus sempre.
A fé traz esperança!
5- Fé para Perseverar:
Atos 1.13 “Quando ali entraram, subiram para o cenáculo onde se reuniam
Pedro, João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de
Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, filho de Tiago”.
Quando Jesus subiu aos céus (Atos 1.9), os discípulos ficaram orando até que o
Espírito Santo descesse sobre eles no Pentecostes, Tomé ainda estava lá entre os
primeiros cristãos. Tomé perseverou em oração. Sua perseverança é uma prova de fé.
Agora estava mais fortalecido e poderia suportar as dificuldades cheio do Espírito
Santo. Se torno um homem de fé independente das dificuldades.
Jesus comparou a fé com uma semente de mostarda muito pequena, mas que
cresce (Lucas 17.6). Isso nos ensina que ainda que nossa fé seja pequena, ela
pode crescer. Se por algum momento você fraquejou na fé, continue buscar mais
fé e se fortaleça. Se algum dia você duvidou, nada te impede de crer a partir de
agora.
São Tomé é conhecido popularmente como o “sem fé”. O seu nome é citado constantemente quando
queremos falar para alguém não duvidar. Mas será que é assim mesmo? Será que ele não teria algo
para acrescentar à nossa vida cristã, à nossa fé?
Tentarei responder essas perguntas inspirado em algumas passagens do Evangelho de São João,
onde aparece Tomé, e em uma catequese que o Papa emérito Bento XVI deu sobre São Tomé, no
dia 27 de setembro de 2006.
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A primeira coisa que proponho é compreendermos melhor o sentido do seu nome. Ele deriva de uma
raiz hebraica ta’am que significa “junto”, “gêmeo”. Ele também é chamado no Evangelho algumas
vezes de Dídimo (cf. Jo 11,16; 20, 24; 21,2), que no grego significa precisamente “gêmeo”.
Agora que compreendemos um pouco melhor o seu nome vejamos algumas de suas características
que nos tem muito a ensinar.
A primeira delas é que Tomé era um homem de valor. Esse valor é mostrado quando Jesus, em um
momento crítico de sua vida, decide ir a Betânia para ressuscitar o seu amigo Lázaro. Betânia fica
muito próxima a Jerusalém, cidade onde as autoridades judias já haviam decidido que Jesus deveria
morrer. Existia um perigo real de Jesus e os Apóstolos serem capturados e mortos. Surge então a voz
corajosa de Tomé: “Vamos nós também, para morrermos com Ele” (Jo 11, 16)
Bento XVI fala que “sua determinação de seguir o Mestre é deveras exemplar e oferece-nos um
precioso ensinamento: revela a disponibilidade total de aderir a Jesus, até identificar o próprio
destino com o d’Ele e querer partilhar com Ele a prova suprema da morte”.
Tenho esse valor de seguir a Jesus em todos os momentos, especialmente os mais difíceis? Ou diante
das dificuldades, quando me perseguem ou zombam da minha opção pelo Senhor a minha fé
fraqueja e desisto? Animo outros a não desistirem?
Outra lição que aprendemos de Tomé é que ele era um homem que não tinha medo de perguntar,
de buscar a verdade. Ele não podia viver com uma pergunta sem resposta.
Essa característica está presente no episódio da Última Ceia.
Naquela ocasião, Jesus, predizendo a sua morte iminente, anuncia que vai preparar um lugar para os
discípulos para que eles estejam onde Ele estiver; e esclarece “E, para onde Eu vou, vós sabeis o
caminho” (Jo 14,4). É então que Tomé questiona: “Senhor, não sabemos para onde vais, como
podemos nós saber o caminho?” (Jo 14, 5). E aí que recebe a célebre resposta de Jesus: “Eu sou o
Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). “Portanto, Tomé é o primeiro a quem é feita esta
revelação, mas ela é válida também para todos nós e para sempre. Todas as vezes que ouvimos ou
lemos estas palavras, podemos colocar-nos com o pensamento ao lado de Tomé e imaginar que
o Senhor fala também conosco como falou com ele.” (Bento XVI)
Portanto, essa passagem nos dá a convicção de que temos o direito, por assim dizer, de pedir
explicações a Jesus, de conversar com Ele com confiança e pedir que nos ajude a compreender
aquilo que não entendemos, aquilo que acontece em nossas vidas. Ele certamente nos ouve e nos
ajuda a compreender, nos diz quem somos. Eu dialogo com Jesus? Rezo com confiança,
procurando conhecê-Lo mais e me conhecer? Busco no Senhor o sentido para a vida, a chave
para compreender as coisas que acontecem comigo?
A próxima característica veremos na cena mais conhecida sobre a sua vida: a cena do Tomé
incrédulo, que acontece oito dias depois da Páscoa.
Num primeiro momento, ele não tinha acreditado que Jesus apareceu aos outros discípulos durante a
sua ausência e disse: “Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse
sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito” (Jo 20, 25). “No fundo, destas palavras
sobressai a convicção de que Jesus já é reconhecível não tanto pelo rosto quanto pelas chagas.
Tomé considera que os sinais qualificadores da identidade de Jesus são agora sobretudo as
chagas, nas quais se revela até que ponto Ele nos amou. Nisto o Apóstolo não se
engana.” (Bento XVI)
"Tomé responde com a profissão de fé mais maravilhosa de todo o Novo
Testamento: "Meu Senhor e meu Deus!" (Jo 20, 28)."
Sabemos que oito dias depois Jesus volta a aparecer aos discípulos e Tomé está
presente. Então o Senhor fala para ele: "Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos!
Estende tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!" (Jo 20,
27). Tomé responde com a profissão de fé mais maravilhosa de todo o Novo
Testamento: "Meu Senhor e meu Deus!" (Jo 20, 28). Frase que até os dias de
hoje respondemos com muita fé e devoção quando Jesus sacramentado é elevado
pelas mãos do sacerdote durante a Santa Missa.
O evangelista prossegue com uma última palavra de Jesus a Tomé: "Porque me viste, acreditaste.
Felizes os que, sem terem visto, crerão" (cf. Jo 20, 29). Esta frase também pode ser conjugada no
presente; "Bem-aventurados os que creem sem terem visto". Jesus enuncia aqui um princípio
fundamental para todos os cristãos que virão depois de Tomé.
LEIA MAISPor que existe uma pedra chamada São Tomé?
Bento VXI, sobre essa passagem, comenta que o “caso do Apóstolo Tomé é importante para nós
pelo menos por três motivos: primeiro, porque nos conforta nas nossas inseguranças; segundo
porque nos demonstra que qualquer dúvida pode levar a um êxito luminoso além de qualquer
incerteza; e por fim, porque as palavras dirigidas a ele por Jesus nos recordam o verdadeiro
sentido da fé madura e nos encorajam a prosseguir, apesar das dificuldades, pelo nosso caminho
de adesão a Ele.”
Uma última passagem em que aparece Tomé demonstra uma última lição, que podemos dizer que é
o fruto do amadurecimento de sua fé no Senhor: a aparição do Ressuscitado na pesca milagrosa no
Lago de Tiberíades (cf. Jo 21,2). Ele é mencionado no relato imediatamente após o nome de Pedro:
sinal evidente da grande importância de que gozava no âmbito das primeiras comunidades cristãs.
Em seu nome foram escritos depois os Atos e o Evangelho de Tomé, ambos apócrifos, mas que são
importantes para o estudo das origens cristãs.
Tomé havia mudado. Ele já não estava ausente quando Jesus se manifestou. Acompanhou o Senhor
em todos os momentos. Sua fé madura permitiu que ele desse muitos frutos
apostólicos. Segundo uma antiga tradição, Tomé evangelizou primeiro a Síria e a Pérsia (assim
refere já Orígenes, citado por Eusébio de Cesareia, Hist. eccl. 3, 1), depois foi até à Índia ocidental
(cf. Atos de Tomé 1-2 e 17ss.), de onde enfim alcançou também a Índia meridional.
“Nesta perspectiva missionária terminamos a nossa reflexão, expressando votos de que o exemplo
de Tomé corrobore cada vez mais a nossa fé em Jesus Cristo, nosso Senhor e nosso Deus .”
(Bento XVI)
TOMÉ, O APÓSTOLO DE JESUS
O que estava por trás da incredulidade de Tomé, o apóstolo de Jesus? Ele não era o
único incrédulo; os outros discípulos também mostraram incredulidade em alguma
situação. Tomé teve a ousadia de dizer o que sentia e de querer mais de Jesus.
Os outros discípulos também foram questionados por Jesus sobre fé, por exemplo:
1) Quando Jesus acalma uma tempestade (Mt 8: 26a – o Mestre lhes perguntou:
“Por que sois tímidos, homens de pequena fé?”).
2) Quando Pedro pediu para andar sobre as águas também, mas duvidou e quase
afundou (Mt 14: 31-33); os discípulos também ficaram atônitos naquele momento
(Mc 6: 51b-52) e a bíblia diz que eles não haviam compreendido o milagre da
multiplicação dos pães e peixes porque o seu coração estava endurecido.
3) Quando os discípulos não puderam expulsar o espírito maligno do jovem
possesso (Mt 17: 20). Jesus lhes respondeu: “Por causa da pequenez da vossa fé”.
4) Quando Jesus falou sobre a Sua morte que estava por vir, mas eles não
compreendiam (Mc 9: 31-32; Lc 9: 44-45; Lc 18: 31-34), e a bíblia diz que isso
estava encoberto para eles (Lc 9: 44-45; Lc 18: 31-34).
5) Quando Jesus disse aos discípulos que Lázaro havia morrido, mas Ele o
ressuscitaria para que eles pudessem crer Nele. Neste episódio, Tomé diz aos
outros discípulos: “Vamos também nós para morrermos com ele” (Jo 11: 15-16).
6) Quando Jesus ressuscitou e apareceu primeiro a Maria Madalena, e ela e as
outras mulheres anunciaram o fato aos discípulos, mas eles não creram em suas
palavras (Mc 16: 9-14; Lc 24: 9; 11); mais tarde, o Senhor se manifestou para
mais dois deles, os que iam a caminho de Emaús, mas os onze também não
acreditaram em seu testemunho (Lc 24: 13-35). Quando Jesus apareceu
pessoalmente para eles, Ele “lhes censurou a incredulidade e a dureza de coração,
porque não deram crédito aos que o tinham visto já ressuscitado” (Mc 16: 14). Em
Lc 24: 38; 41; 45 está escrito: “Mas ele lhes disse: Por que estais perturbados? E
por que sobem dúvidas ao vosso coração?... E, por não acreditarem eles ainda, por
causa da alegria, e estando admirados, Jesus lhes disse: Tendes aqui alguma coisa
de comer?... Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras”.
Pedro e João entraram no túmulo vazio e viram apenas o lenço e os lençóis que
envolveram a cabeça e o corpo de Jesus, e confirmaram que o corpo do Senhor não
estava mais ali, mas Maria Madalena ainda não o tinha visto ressuscitado. E a bíblia
reafirma a falta de compreensão dos dois discípulos quanto à ressurreição do
Mestre: “Pois ainda não tinham compreendido a Escritura, que era necessário
ressuscitar ele dentre os mortos” (Jo 20: 9).
Quando Jesus apareceu aos discípulos pela primeira vez após Sua ressurreição,
Tomé não estava com eles. E a bíblia diz: “Ora, Tomé, um dos doze, chamado
Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe, então, os outros
discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o
sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo
algum acreditarei” (Jo 20: 24-25). E depois, a bíblia diz:
• Jo 20: 26-29: “Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus
discípulos, e Tomé, com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no
meio e disse-lhes: Paz seja convosco! E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as
minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo,
mas crente. Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu! Disse-lhe Jesus:
Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram”.
Nós pouco sabemos a respeito da personalidade dos discípulos. Tomé, até hoje, foi
colocado como o incrédulo entre todos eles, mas como vimos, essa era uma
característica básica presente em todo o grupo, simplesmente por se tratar de
seres humanos comuns que tinham o grande desafio de conviver com o Filho de
Deus para aprender a superar limites e realizar milagres. Tomé, provavelmente, era
um tipo mais racional que necessitava de demonstrações mais palpáveis do poder
divino para vir a crer, ou necessitava de mais informações para conseguir assimilar
as experiências; talvez, até, sua atitude mais prática e intelectual fosse uma
maneira do seu ego lidar com as dificuldades emocionais. Podemos dizer que o
caráter de todos os discípulos precisava ser transformado por Jesus para eles
exercerem seus ministérios na terra de maneira mais conveniente. Outra
característica que podemos deduzir de Tomé, além da sua racionalidade, era a
obediência e a lealdade, pois o comentário que fez no episódio da morte de Lázaro
nos faz pensar que ele levava em consideração a fidelidade a Jesus e o senso de
grupo (“Vamos também nós para morrermos com ele” – Jo 11: 15-16).
O segundo comentário que Ele fez foi durante a Última Ceia, quando perguntou a
Jesus para onde Ele iria e qual o caminho que ele (Tomé) deveria seguir. Isso
mostra mais uma vez que nenhum deles estava entendendo verdadeiramente o que
aconteceria em poucas horas com Seu Mestre. Entretanto, Tomé ousou uma
pergunta e o Senhor permitiu que isso ficasse registrado para todos os que viessem
a crer Nele: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão
por mim”. Filipe também não entendia o que Jesus dizia, mas também ousou
perguntar-Lhe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe,
há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem vê a mim vê o
Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está
em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que
permanece em mim, faz as a suas obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em
mim; crede ao menos por causa das mesmas obras”.
Tomé deve ter se sentido preterido ou excluído da bênção de poder ver o Senhor
após Sua ressurreição, por isso pode ter assumido uma atitude mais drástica
(quarta atitude de Tomé) como, por exemplo, superar a incredulidade (já que não
tinha experimentado ainda o entendimento como os outros) com um desafio a
Jesus. Se ele fazia parte do grupo, também tinha direito à “sua fatia do bolo”. A
ousadia interior o fez pedir mais do Senhor, provavelmente uma atitude ousada
do espírito em confronto com a incredulidade da carne (Jesus havia dito no
Getsêmani: “O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” – Mc 14: 38.
Isso servia não só para Pedro, João e Tiago, mas para todos; para Tomé também).
Dessa forma, Ele ousou pedir mais de Deus. O interessante é que Jesus sabia que
ele não estaria ali na Sua primeira visita e permitiu que tudo isso acontecesse, mais
uma vez, para que nós, hoje, pudéssemos aprender com um irmão e sermos
edificados. Quando o Senhor apareceu e o destacou do grupo, chamando-o em
particular, muito provavelmente a reação de Tomé foi de um grande temor, pois
Jesus conhecia todas as coisas e sabia o que se passava no seu coração. A Sua
repreensão foi ao mesmo tempo uma forma de incentivar a ousadia e a fé
colocadas no espírito do discípulo como que dizendo: “É isso que eu desejo que
todos os meus filhos façam: que tomem sua decisão e se posicionem, expulsando a
incredulidade, me buscando de maneira mais profunda, até pedindo para tocar nas
minhas chagas, como uma forma de ser tratado poderosamente em sua própria
carne”. Tomé tinha vivido com Jesus o mesmo tempo que os demais discípulos,
porém, ainda dependia da presença física do Mestre ali com ele para se sentir capaz
de permanecer seguindo Sua doutrina. Talvez fosse isso que estivesse precisando:
ser tocado mais fortemente para se libertar das amarras da insegurança e da
incredulidade e voar alto segundo o projeto do Pai para Ele. Tinha conseguido a
resposta ao seu desafio.
Jesus iniciou Seu ministério com doze homens carnais e doentes, emocional e
espiritualmente, mas o terminou com onze discípulos prontos para receber a força
do Pai e poder dar início ao Seu projeto para todos nós.