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A Igreja Primitiva era a igreja do tempo dos apóstolos, ou seja, a comunidade que viveu os primeiros
anos da Igreja Cristã. A história da Igreja Primitiva se desenvolveu desde a primeira metade do século 1
d.C. até o final do mesmo século ou o início do seguinte quando provavelmente morreu João, o último
apóstolo de Jesus.
Inclusive, o período da Igreja Primitiva faz parte de um período maior da história do Cristianismo
chamado de “Igreja Antiga”. Esse período se estende até os anos 600 d.C., quando teve início a Igreja
Medieval. Então para muitos comentaristas, a designação “Igreja Primitiva” é usada principalmente
para identificar a Igreja do período dos apóstolos dentro dessa divisão maior que compreende toda a
Igreja Antiga.
Então quando o Império Romano despontou, ele se aproveitou daquela unidade cultural e idiomática
para trazer uma realidade singular. Diferentemente de outros impérios, o Império Romano conseguiu
manter a paz em todo o seu domínio de forma incrível. Havia a famosa Pax Romana, com tropas
imperiais mantendo a paz e a autoridade do imperador em toda a extensão do império.
Consequentemente, houve grande prosperidade, riqueza e desenvolvimento. A infraestrutura pública
do Império Romano era algo sem igual para os padrões da época. Todo o império era ligado por
estradas que facilitavam o comércio e a comunicação.
Então foi nesse cenário que o Evangelho começou a ser pregado, fazendo a Igreja Primitiva crescer
rapidamente de Jerusalém para as cidades mais longínquas do mundo greco-romano, cumprindo-se a
promessa do Senhor Jesus de que suas testemunhas pregariam o Evangelho “tanto em Jerusalém,
como em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra” (Atos 1:8).
Mas sabemos que biblicamente homens e mulheres são iguais perante o Senhor. Ambos são criados
à imagem de Deus e desfrutam das mesmas bênçãos da salvação em Cristo (Gênesis 1:26,27; Gálatas
3:28). No entanto, também sabemos que a igualdade bíblica entre homens e mulheres não significa
que não haja uma distinção de papeis e funções instituída por Deus. A liderança eclesiástica, por
exemplo, foi confiada por Deus ao homem (cf. 1 Timóteo 3; Tito 1).
Mas isso não implica no desprezo das mulheres ou na diminuição do papel exercido por elas na Igreja.
Muito pelo contrário! A atuação das mulheres na membresia da Igreja Primitiva é uma prova muito
clara disso. Na verdade, as mulheres são citadas com destaque antes disso, ainda durante o ministério
terreno de Jesus. Elas foram responsáveis em grande parte por dar suporte ao ministério itinerante de
Cristo e seus discípulos. Foram elas, inclusive, as primeiras testemunhas da ressurreição de Jesus.
Esse empenho das mulheres continuou durante a história da Igreja Primitiva. Então como Dorcas, por
exemplo, as mulheres eram discípulas de testemunho notável (cf. Atos 9:36); como Priscila, elas
explicavam com clareza o Evangelho (Atos 18:26); como Lídia, elas abrigavam missionários (Atos
16:14,15); como Maria, mãe de João Marcos, elas abriam suas casas para a Igreja Primitiva se reunir
(Atos 12:12); como as filhas do evangelista Filipe, elas profetizavam (Atos 21:9); como Febe, elas
serviam à Igreja (Romanos 16:1); como Evódia e Síntique, elas eram cooperadoras dedicadas na obra
do Senhor (Filipenses 4:2,3).
A Igreja Primitiva estava espalhada por todo o Império Romano em várias comunidades locais. Essas
comunidades locais eram regidas por presbíteros (bispos) que pastoreavam e ensinavam a igreja
através da Palavra de Deus. Havia também nas comunidades locais os diáconos, que cuidavam de
outros assuntos importantes da comunidade, como por exemplo, a assistência aos necessitados.
No tempo da Igreja Primitiva não havia templos para reunião da comunidade cristã. Os crentes de
Jerusalém até usavam o Templo para orar. Praças e sinagogas espalhadas por todo o Império Romano
muitas vezes também serviam de lugar para a pregação do Evangelho.
Mas como Igreja, os crentes se reuniam, principalmente, nas casas uns dos outros. Por exemplo: a casa
de Maria, a mãe de João Marcos, era um ponto de encontro da igreja de Jerusalém. Outro exemplo é a
casa de Filemom que servia de lugar de reunião para a igreja de Colossos (Filemom 1:2). Entre as
reuniões da Igreja Primitiva estavam a celebração da Ceia do Senhor, a confraternização chamada de
“Festa Ágape”, e reuniões de adoração, oração e ensino da Palavra.
Nesse último ponto, a Igreja Primitiva viu seus grandes líderes sendo um a um martirizado, mas
manteve firme seu compromisso com Cristo. Além disso, obviamente a Igreja Primitiva teve um papel
fundamental para que o Evangelho chegasse até nós e hoje pudéssemos estar aqui servindo ao
Senhor.
Mas a Igreja Primitiva também tinha os seus problemas. A Igreja Primitiva era duramente atacada por
heresias disseminadas por falsos mestres e algumas vezes suas comunidades acabavam abrigando
essas pessoas.
Mas apesar de todos os seus problemas, a Igreja Primitiva prevaleceu e foi a primeira base missionária
que internacionalizou a pregação do Evangelho. Um grupo inicial de pouco mais de cem pessoas em
Jerusalém no primeiro século, se tornou uma multidão incontável dedicada a fazer com que o nome de
Cristo seja glorificado.
Isso mostra que a realidade da Igreja não repousa sobre as habilidades humanas. A principal qualidade
da Igreja está no fato de ela ter sido alcançada pela graça de Deus. A Igreja pertence ao Senhor e Ele é
quem preserva o seu povo firme até o fim (1 Coríntios 1:8). Foi assim com a Igreja Primitiva, é assim
com a Igreja atual, e continuará assim até o dia em que Cristo vier buscar a sua Igreja.