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Contemporânea
Prof. Pastor Acácio Lopes de Amarante
2008
Copyright © UNIASSELVI 2008
Elaboração:
Prof. Pastor Acácio Lopes de Amarante
271.79
A485h Amarante, Acácio Lopes de
História da igreja antiga à contemporânea / Acácio Lopes
de Amarante.
Indaial :Uniasselvi, 2008.
191 p. : il
ISBN 978-85-7830-576-5
1. Igreja – história.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Impresso por:
Apresentação
Prezados acadêmicos!
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS...................................................... 1
VII
TÓPICO 5 – A VIDA DA IGREJA.......................................................................................................33
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................33
2 A VIDA DA IGREJA ..........................................................................................................................33
2.1 AS PRIMEIRAS PERSEGUIÇÕES................................................................................................35
2.2 OS PRIMEIROS MÁRTIRES..........................................................................................................37
2.3 OS IMPERADORES E AS PERSEGUIÇÕES...............................................................................39
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................46
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................47
VIII
TÓPICO 4 – MOVIMENTOS PRÉ-REFORMISTAS.......................................................................109
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................109
2 MOVIMENTOS PRÉ-REFORMISTAS............................................................................................109
2.1 AS CAUSAS.....................................................................................................................................109
2.2 O CONFLITO INTERNO...............................................................................................................111
2.2.1 João Wycliffe...........................................................................................................................111
2.2.2 João Huss................................................................................................................................112
2.3 MOVIMENTOS INTERNOS.........................................................................................................113
2.3.1 O Concílio de Constança......................................................................................................113
2.4 O CONCÍLIO DE BASILÉIA.........................................................................................................114
2.5 A INFLUÊNCIA DA RENASCENÇA..........................................................................................114
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................116
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................117
TÓPICO 1 – A REFORMA.....................................................................................................................121
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................121
2 REFORMA.............................................................................................................................................121
2.1 MARTINHO LUTERO NA ALEMANHA..................................................................................123
2.2 ULRICH ZUÍNGLIO (OU HULDREICH ZWÍNGLIO) NA SUÍÇA.......................................126
2.3 JOÃO CALVINO (1509-1564) EM GENEBRA............................................................................127
2.4 OS HUGUENOTES NA FRANÇA...............................................................................................130
2.5 JOÃO KNOX NA ESCÓCIA........................................................................................................131
2.6 OUTROS MOVIMENTOS REFORMISTAS.................................................................................131
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................132
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................136
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................137
TÓPICO 2 – A CONTRA-REFORMA.................................................................................................139
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................139
2 A CONTRA-REFORMA.....................................................................................................................139
2.1 OS JESUÍTAS...................................................................................................................................140
2.2 A INQUISIÇÃO...............................................................................................................................141
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................142
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................147
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................148
IX
2.1.1 Os Fariseus..............................................................................................................................158
2.1.2 Os Saduceus............................................................................................................................158
2.1.3 Os Zelotas...............................................................................................................................158
2.1.4 Os Essênios.............................................................................................................................159
2.2 O ISLAMISMO................................................................................................................................159
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................161
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................162
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................189
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Está unidade de ensino está dividida em seis tópicos, sendo que, no final
de cada um deles, você encontrará atividades que contribuirão para a
apropriação dos conteúdos.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Neste trabalho, propõe-se uma reflexão resumida da História da Igreja nos
três primeiros séculos. O mundo romano sob o governo do imperador Augusto
expandia-se territorialmente, as artes floresciam, a engenharia arquitetônica era
muito avançada e o sistema religioso, sob o jugo do paganismo, foi distribuído
em várias seitas. Observava-se, ainda, a intervenção divina na preparação do
mundo, para receber o Messias de Israel e o Salvador da humanidade, usando,
nesta preparação, os três principais povos da época: os gregos, os romanos e os
judeus; cada um destes dando sua parcela de contribuição para que consolidasse
a “plenitude dos tempos” no dizer do apóstolo Paulo em (Gl 4:4).
3
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
A Palestina esteve sob jugo romano de 63 a.C. até 135 d.C. Herodes, o
Magno era o rei da Judéia quando Jesus nasceu. Pode-se descrever a situação de
Roma no período do Advento e a vida de Cristo da seguinte maneira: política,
religiosa e social. Cada uma será abordada nos itens a seguir.
4
TÓPICO 1 | O MUNDO ROMANO E O ADVENTO DO CRISTIANISMO
2.2.1 O Animismo
5
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
2.2.5 O Judaísmo
6
TÓPICO 1 | O MUNDO ROMANO E O ADVENTO DO CRISTIANISMO
7
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu:
8
AUTOATIVIDADE
9
10
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Conforme listado anteriormente, o povo grego constituiu, juntamente com
os romanos e os judeus, uma das nações colaboradoras na preparação do mundo
para o advento de Cristo e, conseqüentemente, do cristianismo. Isto porque, os povos
que viviam nas regiões do Mediterrâneo tinham sido grandemente influenciados
pelo espírito do povo grego. A influência dos helenos se fez presente e marcou
profundamente as civilizações dos mais distantes países e das principais cidades do
mundo da época. Considerando que o domínio político imperial estava nas mãos
dos romanos e o mundo era tão influenciado pela cultura grega, os historiadores
referem-se ao mundo antigo como o mundo greco-romano.
2 A INFLUÊNCIA DA CULTURA
A cultura helênica atingiu seu ápice em Atenas, por volta do quinto século
antes de Cristo e no século quatro se espalhou por todo o Leste do Mediterrâneo.
O principal responsável pela difusão da cultura grega foi Alexandre, o Grande
(356-323 a.C.), rei da Macedônia. Embora seu reinado tenha sido curto, Alexandre
conquistou o Império Persa e estabeleceu um Império Grego, sua fama se espalhou
por todo o mundo habitado da época, perdurando até nossos dias. Através das
conquistas de Alexandre, a cultura helênica foi se desenvolvendo, se espalhando
e se impondo por toda parte, onde quer que chegassem as tropas.
11
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
3 A INFLUÊNCIA DA LÍNGUA
4 A INFLUÊNCIA DA FILOSOFIA
Não houve, no mundo antigo, nenhum povo cuja vida intelectual fosse
tão vigorosa e desenvolvida quanto eram os gregos. Eles abordavam temas que
para outras nações eram indiferentes, como por exemplo, a existência de Deus;
do homem; a origem e o significado do universo; a relação entre o bem e o mal
etc. Todos esses temas, e outros afins, se tornaram objeto de pesquisa para os
pensadores gregos. Eles não só tornavam esses assuntos objeto de meditação,
mas se sentiam fascinados por eles. Não é sem motivo que a Grécia é considerada
o berço da filosofia. Este é um dos fatores que muito influenciaram a pesquisa
12
TÓPICO 2 | A CONTRIBUIÇÃO DOS GREGOS
13
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu:
14
AUTOATIVIDADE
2 Por que seria importante que os povos falassem uma mesma língua?
15
16
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Com o propósito de enviar o Redentor para toda a humanidade, Deus
planejou tudo conforme propusera em Seu coração. Entretanto, para que as
Boas Novas do Reino fossem difundidas por todos os lugares, haveria alguns
imprevistos que, se não fossem tomadas providências antecipadas, poderiam se
tornar um entrave à propagação do evangelho. Como se mencionou anteriormente,
os romanos foram também usados neste aspecto.
2 A EXTENSÃO TERRITORIAL
Já foi dito que a formação do Império Romano teve início por volta do
oitavo século antes de Cristo, começando com um conjunto de várias pequenas
províncias até se transformar no mais poderoso de todos os Impérios. Este
Império começou a despontar enquanto Alexandre Magno conquistava o Oriente
e esmagava o imbatível poderio persa. Ainda no terceiro século, os romanos já
dominavam toda a península itálica. Desta maneira, quando surgiu o cristianismo,
os romanos eram os senhores da terra. Ainda que houvesse algumas regiões
que não se achavam sob o seu domínio, por volta do ano cinqüenta depois de
Cristo, a vastidão do Império era notável, abrangendo todas as terras por onde o
cristianismo seria propagado durante os três primeiros séculos da era cristã.
17
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
O direito romano foi um dos legados mais importantes deixados por Roma
às gerações que lhes sucederam. O antigo direito consuetudinário, isto é, baseado
no uso e nos costumes, passou a ser direito escrito com a Lei das 12 Tábuas,
que é considerada a mais antiga lei de Roma. O sistema jurídico dos romanos
resultou não somente da necessidade de governar os diferentes povos dos países
conquistados mas, também, da natural substituição de antigos costumes por
certos princípios gerais que se foram condensando através dos editos dos pretores.
2.1 A SEGURANÇA
18
TÓPICO 3 | A CONTRIBUIÇÃO DOS ROMANOS
19
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu:
20
AUTOATIVIDADE
21
22
UNIDADE 1
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos a valiosa contribuição dos judeus na preparação
do mundo para o Advento de Cristo, através da preservação de sua pureza religiosa
e sua esperança pelo Messias. Depois de preparar o berço e receber o Messias, coube
também aos judeus a disseminação do evangelho para o mundo de então.
Deus prometera a Abraão que lhe daria, por herança, a terra de suas
peregrinações, a qual se tornaria uma possessão perpétua dos descendentes do
patriarca. A partir de então, Canaã passou a ser vista pelos descendentes de Abraão
como a “Terra Prometida” ou a “Terra da Promessa”. Certa ocasião, Deus revelou
para Abraão que a sua descendência viveria em uma terra estrangeira, seria
escravizada, mas que, passado determinado tempo (quatrocentos e trinta anos)
23
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
Séculos mais tarde, houve uma fome terrível que atingiu toda a terra e
Jacó, deixando a terra de Canaã ou Palestina, foi viver no Egito com todos os seus
descendentes, pois só ali, onde José, filho de Jacó, era governador, havia alimento.
Aproximadamente, um século se passou até que chegou o momento da morte de
José, o qual alimentara, juntamente com todo o seu povo, a visita do Libertador
que os tiraria do Egito e os conduziria de volta à Terra Prometida. Entretanto,
essa visitação do Senhor não acontecera e, nos momentos que antecederam à sua
morte, José procurou fortalecer seus irmãos para que estes não desanimassem,
porque o Senhor cumpriria a promessa feita aos seus antepassados: “E disse José
a seus irmãos: Eu morro; mas Deus vos visitará, e vos fará subir desta terra para
a terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó.” (Gn 50:24 ARC).
24
TÓPICO 4 | A CONTRIBUIÇÃO DOS JUDEUS
O povo de Israel, portanto, pautava sua ética e sua vida moral nos ditames
expressos no Antigo Testamento, cujos valores devem ser observados e vividos
por todos os homens e em todas as épocas. Esse padrão de vida, tanto moral
quanto espiritual, expresso nos Dez Mandamentos e ampliados por Jesus Cristo
no Sermão do Monte, registrado nos capítulos cinco a sete do evangelho segundo
são Mateus, é o mais completo e o mais eficaz na solução de todos os problemas
que afligem o homem. Todos estes problemas têm uma única raiz – o pecado. E
este será combatido e derrotado quando o indivíduo se dispuser a conhecer e
a colocar em prática os ensinamentos éticos e morais registrados nas Sagradas
Escrituras, os quais os judeus não só preservaram, mas também o transmitiram
e deixaram como um precioso legado para todos os homens, de todas as épocas.
25
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
26
TÓPICO 4 | A CONTRIBUIÇÃO DOS JUDEUS
Estas instruções foram dadas aos discípulos depois que o Senhor Jesus
Cristo ressuscitou, momentos antes de sua ascensão aos céus. Portanto, coube ao
povo judeu dar início à propagação do evangelho, fazendo através de intensas
perseguições. Contudo, não desfaleceram. Pelo contrário, quanto mais eram
perseguidos, tanto mais aumentava o número de pessoas salvas. Isto, porque,
o próprio Deus, na pessoa do Espírito Santo, não só os encorajava, mas também
lhes dava orientações quanto aonde ir e o que falar. Mesmo porque, não podia ser
diferente, como também não o pode ser hoje, uma vez que a salvação é uma dádiva
de Deus, através do sacrifício de Seu filho na cruz. Ele mesmo enviou o Espírito
Santo para guiar e fortalecer a Sua Igreja através dos milênios, até que decidiu
arrebatá-lo para viver consigo por toda a eternidade. Esta Igreja, desde os seus
primórdios, tem sobrevivido graças à atuação divina, pois tem sido perseguida,
execrada e, além de ultrajes e todo tipo de calúnia, muitos foram sacrificados nas
mais diversas modalidades de tortura e crueldade, pelo fato de testemunhar as
grandezas de Deus e proclamar a salvação dos pecadores.
27
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
É com Jesus Cristo que começa o cristianismo. Entanto, não veio Ele de
inopino, sem que houvesse antes uma preparação. Desde séculos esteve essa
preparação se fazendo. São Paulo, homem de cultura e de visão, conhecedor
do ambiente político e social de sua época tanto quanto da história e das velhas
profecias do seu povo judaico, reconheceu isso. Daí afirmar: “Vindo a plenitude
dos tempos, Deus enviou o seu Filho”. Os cristãos, melhor que qualquer
outro tipo de gente, reconhecem essa preparação, a qual pode parecer para os
outros mera casualidade. Nós, que sabemos que Deus dirige todas as coisas,
nitidamente a percebemos. Vejamos, então, o momento em que Cristo veio,
essa hora que o Apóstolo denomina “plenitude dos tempos”. E verificaremos
que três povos exerciam influência no mundo: romanos, gregos, judeus.
28
TÓPICO 4 | A CONTRIBUIÇÃO DOS JUDEUS
NOTA
29
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
NOTA
Algumas palavras são grafadas de modo diferente hoje. Entretanto, foi mantida
a fidelidade ao texto original. Inclusive expressões e concordâncias verbais.
FONTE: SILVA, Natanael Duval da. A Igreja Militante. Porto Alegre, Editora Metrópole: 1951.
30
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você viu:
31
AUTOATIVIDADE
32
UNIDADE 1
TÓPICO 5
A VIDA DA IGREJA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos acerca da vida da Igreja em seus primórdios,
bem como as primeiras perseguições. No ardor das perseguições, muitos cristãos
pagaram com a própria vida o preço de sua nova fé. Também contemplaremos,
neste tópico, a danosa atuação dos imperadores contra o cristianismo.
2 A VIDA DA IGREJA
Passados, aproximadamente, vinte anos depois da crucificação do Senhor
Jesus, em todos os centros mais importantes de civilização no entorno do mar
Mediterrâneo, havia grupos de seguidores de Cristo. Ao estudarmos o Novo
Testamento, principalmente o livro de Atos dos Apóstolos, encontramos menção
de cristãos procedentes de várias regiões como: Roma, Corinto, Éfeso, Etiópia,
bem como Alexandria, no Egito, e muitas outras cidades espalhadas por toda
a vastidão do Império Romano. No capítulo dois, do livro mencionado, está
registrada a descida do Espírito Santo, no Dia de Pentecostes, e mais de uma
dezena de regiões diferentes estavam ali representadas e se maravilhavam ao
ouvir os indoutos discípulos falando uma linguagem que cada grupo entendia
em sua própria língua.
33
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
34
TÓPICO 5 | A VIDA DA IGREJA
No capítulo sete deste mesmo livro bíblico, temos o relato das acirradas
discussões, as quais culminaram com a morte de Estevão por apedrejamento.
35
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
36
TÓPICO 5 | A VIDA DA IGREJA
Como se pode observar, não foi o povo, mas, sim, os líderes religiosos
que queriam a morte do Senhor, mesmo diante das ponderações de Pilatos. Estes,
sabendo que a lei romana, que apesar de dura e cruel com os criminosos, jamais
condenaria um inocente, inflamaram a multidão, constrangendo-a a pedir a
libertação de um perigoso homicida e a condenação do inocente Filho de Deus.
37
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
Mateus, que também se chamava Levi, filho de Alfeu (Mc 2.14 ARC).
Era coletor de impostos e, no exercício desta função, foi chamado pelo Mestre
para segui-lo. Segundo a tradição histórica, depois da ascensão do Senhor
Jesus, pregou o evangelho na Palestina pelo espaço aproximado de quinze anos
e depois passou a viajar para outros países anunciando o evangelho. Algum
tempo depois, sofreu martírio pela espada na Etiópia.
João Marcos. João é seu nome judaico; e Marcos é seu nome romano.
Vivia em Jerusalém e foi discípulo do apóstolo Pedro. Segundo a tradição
histórica, Marcos foi o fundador da igreja em Alexandria no Egito. Foi nesta
cidade que ele foi amarrado à cauda de um animal e arrastado pelas ruas até
morrer.
Lucas. Era homem culto e exercia a medicina. Ele foi seguidor de Paulo
e, provavelmente, seu médico particular. Escreveu o evangelho que leva seu
nome e também o livro de Atos dos Apóstolos. É considerado o primeiro
historiador da Igreja e apologista literário do cristianismo. Foi martirizado e
morreu enforcado em uma oliveira na Grécia.
João. Escreveu o evangelho que leva seu nome, três epístolas e o livro
do Apocalipse. Segundo a tradição, foi o único que, ainda que torturado, não
morreu em conseqüência do martírio. Ele foi colocado dentro de uma caldeira
de óleo fervente e, posteriormente foi desterrado para a ilha de Patmos
para morrer ali. Contudo, depois de receber a revelação do Apocalipse, foi
reconduzido para a cidade de Éfeso, onde assumiu o bispado das igrejas da
Ásia por volta de 66 e exerceu este ministério por aproximadamente vinte e
cinco anos. Teve morte natural e faleceu por volta dos anos 98 a 100.
38
TÓPICO 5 | A VIDA DA IGREJA
André. Foi martirizado e teve seu peito atravessado por uma lança,
vindo a falecer.
FONTE: OLIVEIRA, Raimundo F. de. História da Igreja. Campinas, SP: EETAD, 1984.
39
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
40
TÓPICO 5 | A VIDA DA IGREJA
Oto (69). Reinado muito curto e não temos mais informações a seu respeito
ou de seu relacionamento com o cristianismo.
41
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
Vitélio (69). Não sabemos quanto tempo reinou, mais foi muito pouco, se
observarmos que o governo do Império, no ano 69, passou por mãos de quatro
governantes.
Tito (79-81). Seu nome completo era Titus Flavius Vespasianus; era filho
de Vespasiano, a quem sucedeu no trono. Também sucedera seu pai no comando
das forças romanas e ficou muito conhecido como general Tito, que comandou o
exército romano e foi o responsável pela queda de Jerusalém (70).
42
TÓPICO 5 | A VIDA DA IGREJA
43
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
44
TÓPICO 5 | A VIDA DA IGREJA
FONTE: ROPS, Daniel. A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires, São Paulo: Quadrante, 1988.
UNI
45
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você viu:
46
AUTOATIVIDADE
47
48
UNIDADE 1
TÓPICO 6
OS PAIS DA IGREJA
1 INTRODUÇÃO
Embora, nesta unidade, estejamos comentando a História da Igreja nos
três primeiros séculos, achamos, por bem, ao falarmos dos Pais da Igreja, estender
os comentários até Agostinho, que viveu entre o quarto e o quinto séculos (354-
430). Faremos menção de seu nome, o de Eusébio, o de João Crisóstomo, os quais,
embora antes de Agostinho, também viveram e testemunharam após o terceiro
século, nas próximas unidades. Somente neste. estamos dedicando um capítulo
para falarmos especificamente sobre os Pais da Igreja, os quais defenderam com
denodo a fé cristã; sendo que a maioria deles foi punida com a tortura e a morte;
padecendo toda sorte de crueldade em defesa de sua fé, naquele que também
padeceu toda sorte de crueldade para, finalmente, padecer a morte mais cruel
e vergonhosa: a morte na cruz. Isso ele fez, para garantir a vida eterna a todos
quantos venham nele crer. Portanto, compete a nós, salvos por ele, corresponder
a seu sacrifício, testemunhando fielmente o seu amor, a sua graça e a sua salvação.
Para nos estimular, temos os marcantes exemplos destes homens que, embora
sendo servos, se tornaram para nós os maiores heróis, que chamamos “Pais da
Igreja” ou “Apologistas”.
2 EXEMPLOS DE FÉ E CORAGEM
49
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
50
TÓPICO 6 | OS PAIS DA IGREJA
51
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
arena, palco dos jogos olímpicos e o maior teatro aberto da Ásia Menor. Ele foi
preso durante a perseguição imposta pelo imperador Antonino, o Pio, e ameaçado
de ser estraçalhado pelas feras, mas não demonstrou nenhum temor, mantendo-
se firme e fiel a Cristo. O imperador ordenou que ele dissesse: “fora com os
ateus”, ou seja, os cristãos que eram chamados ateus por não crerem nos deuses
do paganismo, cultuados pelos romanos. Ele obedeceu à ordem, e disse “fora com
os ateus”, mas estendeu o braço em direção às arquibancadas lotadas de pagãos,
que zombavam e se alegravam com a perspectiva de um grande espetáculo.
52
TÓPICO 6 | OS PAIS DA IGREJA
Irineu (125-202 – 130-200). Suas datas são incertas, mas de acordo com as
fontes pesquisadas, seria uma das duas mencionadas ou, pelo menos, próximo
a elas. Ele viveu em Esmirna e foi discípulo de Policarpo e Papias. Era muito
respeitado como um notável apologista e combatente do gnosticismo. Não
há muitas informações a seu respeito, contudo, seus escritos foram de vital
importância no combate às heresias, principalmente, contra os ensinos gnósticos.
Era um dos pais orientais da Igreja e, em conformidade com a teologia geral de seu
tempo, acreditava que a oportunidade de salvação ultrapassa a morte biológica
do indivíduo. Em sua interpretação, à luz de (I Pe 3.18-4.6), Irineu argumentava
que mesmo após a morte, o homem pode se arrepender e ser salvo. Isto porque,
segundo seus argumentos em defesa da eficácia do ministério de cristo no hades,
esse local teria se tornado um fértil campo missionário.
53
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
54
TÓPICO 6 | OS PAIS DA IGREJA
55
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
DICAS
Conheça mais sobre Eusébio de Cesaréia lendo sua obra História Eclesiástica,
Coleção Patrística, da Editora Paulum, 2000.
56
TÓPICO 6 | OS PAIS DA IGREJA
pelo Oriente, ele visitou Cálcis, no deserto da Síria, e também Antioquia da Síria,
além de Constantinopla no Egito. Depois voltou para Roma e tornou-se secretário
do papa Damasco.
57
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
de três anos de instrução com o bispo Melécio, de Antioquia, ele foi batizado
como cristão. Em 370, Crisóstomo se recusou ser eleito bispo, porquanto desejava
internar-se em um mosteiro e prosseguir com a vida monástica. Tendo sua mãe
como principal opositora quanto às suas vocações monásticas, ele só decidiu
assumir a vida de eremita depois que ela faleceu. Como tal, ele passou a viver
numa caverna, em uma das colinas da cidade, tendo-a como residência durante
algum tempo. Ele se submetia a rigorosas penitências, era uma sujeição tão dura,
que sua saúde foi grandemente prejudicada, principalmente devido à severidade
das penitências a que se obrigava.
Devido aos problemas de saúde, causados pelo rigoroso estilo de vida que
levava, ele foi forçado a voltar para Antioquia, por volta de 380. Naquele mesmo
ano, foi nomeado como diácono, em 386, tornou-se ancião ou presbítero. Após
um ano de presbiterato, foi feito patriarca de Constantinopla. Ele se envolveu
em controvérsias em torno de Orígenes, quando alguns dos origenistas, que
estavam sendo perseguidos por defenderem algumas idéias do mestre, pediram-
lhe guarida e ele não se negou a dar-lhes proteção. A sentença era: “Aquele que
defende um herege deve sofrer como herege”. João tentou, de todas as maneiras,
ajudar na solução do problema, mas suas tentativas foram zombeteiramente
rejeitadas pelos acusadores. Diante das muitas inverdades que eram divulgadas,
as imperatrizes Eudóxia decretaram o banimento de João Crisóstomo. Até que a
punição sofrida por Crisóstomo foi muito branda, se comparada ao que aconteceu
com os demais origenistas perseguidos. Muitos foram maltratados, injuriados e
mortos, até mesmo através de ações de militares, mas, segundo os perseguidores
afirmavam, essa era a justiça santa.
58
TÓPICO 6 | OS PAIS DA IGREJA
Após sua conversão, Agostinho retornou a Tagaste, sua terra natal, vendeu
todo o seu patrimônio e distribuiu o dinheiro entre os pobres, ficando apenas com
uma casa, a qual transformou em uma comunidade monástica. A partir de então,
passou a viver como monge em companhia de seu filho Adeodato e seus amigos.
Adeodato, porém, jovem de brilhante intelecto, faleceu logo, aos dezenove anos.
Agostinho não alimentava nenhum desejo de se tornar padre, mas foi conduzido
nesta direção pelas circunstâncias e pela sua própria convicção. Em 391, foi ordenado
sacerdote, numa cidade (moderna Anaba, na Argélia), próxima de Hipona; em
395/6, foi ordenado bispo auxiliar de Hipona e, pouco tempo depois, se tornou
oficialmente o bispo da diocese. Agostinho mostrou ser um exímio administrador,
pregador, autor, polemista, correspondente e se destacou como escritor.
59
UNIDADE 1 | A IGREJA NOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS
DICAS
Confissões: Edições Paulinas; esta obra figura também na coletânea “Os Pensadores”, da
Editora Nova Cultural.
60
TÓPICO 6 | OS PAIS DA IGREJA
61
RESUMO DO TÓPICO 6
62
AUTOATIVIDADE
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64
UNIDADE 2
DE CONSTANTINO ATÉ A
RENASCENÇA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Está unidade de ensino está dividida em quatro tópicos, sendo que, no
final de cada um deles, você encontrará atividades que contribuirão para a
apropriação dos conteúdos.
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66
UNIDADE 2
TÓPICO 1
OS MOVIMENTOS HERÉTICOS
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estaremos refletindo sobre os principais movimentos
heréticos que ameaçaram a Igreja a partir do quarto século, suas doutrinas e o
perigo que representavam.
2 OS MOVIMENTOS HERÉTICOS
NOTA
Heresia: Termo derivado do vocábulo grego haíresis, que significa: partido, facção,
opinião, escolha, preferência, seita etc. Entretanto, no campo religioso, o termo adquiriu
conotações diferentes, pois quando se usa o vocábulo seita, normalmente se refere a algum
movimento de conotação religiosa, cuja doutrina, embora travestida de religiosidade, entra em
choque com os ensinamentos das escrituras sagradas.
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UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
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UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
2.1 O GNOSTICISMO
DICAS
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TÓPICO 1 | OS MOVIMENTOS HERÉTICOS
Quando Paulo escreveu sua epístola Aos Colossenses, foi motivado pela
visita que recebera de Epafras, o qual lhe narrara às dificuldades pelas quais passava
a Igreja, principalmente devidas à penetração das heresias gnósticas em suas
fileiras. Para combater esse perigo, Paulo escreveu sua carta instruindo e exortando
a igreja a perseverar em sua fé, bem como resistir à falsa doutrina que a ameaçava.
Entretanto, já no mundo antigo, havia muitas variedades dessa heresia, sendo que,
ao chegar a Colossos, esse movimento trazia um elemento judaico muito evidente.
Os pais da Igreja acima mencionados, por considerar que o gnosticismo tinha
suas raízes na filosofia grega, também o chamava de sabedoria grega; Harnack,
contudo, chamava o movimento de helenização aguda do cristianismo. Não se
pode definir, com precisão, o gnosticismo, pois nele se fundem vários elementos
como a filosofia grega, as religiões pagãs recheadas de mistérios, o judaísmo e
o cristianismo, além do mais, no mundo pré-cristão, já se vinculara às religiões
misteriosas do paganismo, bem como às religiões místicas orientais.
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UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
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TÓPICO 1 | OS MOVIMENTOS HERÉTICOS
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UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
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TÓPICO 1 | OS MOVIMENTOS HERÉTICOS
FONTE: GEISLER, Norman L.; FEINBERG, Paul D. Introdução à Filosofia: Uma perspectiva cristã.
São Paulo: Vida Nova, 1996. p. 5.
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UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
NOTA
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TÓPICO 1 | OS MOVIMENTOS HERÉTICOS
A bem da verdade, não temos como interpretar a revelação sem fazer uso
da razão, ou seja, a religião crê na revelação, enquanto que a filosofia fornece
ferramentas que ajudam a compreendê-la ou interpretá-la.
Por outro lado, a distinção entre o bom raciocínio e o mau não pode ser
definida cientificamente, uma vez que a capacidade de se fazer tal distinção é
pressuposta por todos os pensadores, sejam científicos ou não. Assim, o chamado
sistema filosófico da lógica nem sempre pode ser definido como realmente
verdadeiro. Mesmo porque, cada ser pensante (pressupondo que todo homem
pensa) tem seu modo próprio de raciocinar e, conseqüentemente, tem sua lógica
própria que não é, necessariamente, a lógica. Esse modo próprio de raciocinar
implica em uma filosofia própria de cada indivíduo que nem sempre reflete o
que a filosofia chama de lógica. A teoria do conhecimento, ou epistemologia, por
exemplo, tem progredido muito pouco, se comparada com as questões levantadas
pelos primeiros filósofos há quase três milênios.
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UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
A pergunta que se faz é: por que não introduzir a Bíblia nas Universidades,
para que os acadêmicos tomem conhecimento acerca do relato da criação e
possam compará-la com outras teorias e assumir uma postura própria que lhe
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TÓPICO 1 | OS MOVIMENTOS HERÉTICOS
79
UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
Uma série de sínodos foi estabelecida para por um fim ao conflito entre
Ário e o bispo Alexandre. Nesses sínodos, buscava-se estabelecer a paz e a
harmonia entre os seguidores de Alexandre e os adeptos do arianismo, mas tudo
foi em vão. O sínodo convocado por Alexandre reconheceu a paz, mas condenou
Ário como anátema. Ário então publicou um manifesto repudiando aquela
paz. Foi nesta altura que Ário procurou apoio e auxílio de seu amigo e antigo
companheiro de escola, Eusébio de Nicomédia, ao lado de quem se refugiou.
Enquanto isto, Alexandre enviava cartas a todos os seus companheiros de
episcopado, declarando a excomunhão de Ário, mas este, apoiado por Eusébio,
continuava a defender sua posição.
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TÓPICO 1 | OS MOVIMENTOS HERÉTICOS
sua doutrina, em Jesus, o Logos (perfeita natureza divina) assumiu corpo físico,
tornando-se meramente humano. Não havia, portanto, duas naturezas em uma
só pessoa, porque o Logos (espiritual e divino) manipulava o corpo humano.
Negando assim, o grande mistério da encarnação, a união hipostática.
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UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
82
TÓPICO 1 | OS MOVIMENTOS HERÉTICOS
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UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
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TÓPICO 1 | OS MOVIMENTOS HERÉTICOS
Entretanto, isto agora já não acontecia. O povo vinha à igreja, não com
o propósito de cultuar a Deus, mas, simplesmente, para assistir (e não para
participar) aos rituais litúrgicos, porque, ser cristão, passara ser apenas cumprir
as leis do Império e isto não inferia em compromisso espiritual, mas simplesmente
um compromisso legal.
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UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
DICAS
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu:
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AUTOATIVIDADE
88
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos o surgimento do papado, a tirania papal, as
interferências da Igreja nos governos temporais e os resultados que atingiram
toda a cristandade da Idade Média.
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UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
Até hoje os papas são tratados como uma divindade infalível e estão
sempre se intrometendo nos governos das nações. No Brasil, por exemplo,
quando um cristão dá testemunho de um milagre operado por Deus, em nome do
Senhor Jesus, a mídia procura um padre (Quevedo), para saber se a igreja católica
reconhece o milagre. Aliás, muitos padres no Brasil se tornaram verdadeiros astros
de televisão, (Quevedo, Antônio Maria, Marcelo Rossi são alguns exemplos).
Agora a Igreja passou a receber não só as ofertas dos fiéis, mas foram-
lhe doadas muitas extensões de terras, como também inúmeros
edifícios construídos para fins religiosos. Assim a Igreja tornou-se rica
e proprietária na Europa Ocidental. Por exemplo, a Igreja dominava
a quarta parte dos territórios da França, Alemanha e Inglaterra. Ela
possuía de igual modo muitos bens na Itália e na Espanha. Rendas
incalculáveis de todas essas terras enchiam os cofres da Igreja, isso
sem falar do dinheiro arrecadado na venda das indulgências. Uma
disposição do papa Simplício (468-483) determinava a divisão da
renda da igreja em quatro partes: uma para o bispo (papa), uma para
os demais clérigos, uma para manutenção do culto e dos edifícios, e a
última para os pobres. (OLIVEIRA, p.63, 1984)
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TÓPICO 2 | A IGREJA NO APOGEU DA IDADE MÉDIA
ATENCAO
Não temos informações acerca dos motivos que levam os papas a ocultar suas
verdadeiras identidades e adotarem pseudônimos acrescidos de números. Por exemplo,
o polonês Karol Józef Wojtyla, penúltimo papa, adotou o nome de João Paulo II, do latim
Joannes Paulus Secundus. O alemão Joseph Alois Ratzinger, papa atual, adotou o nome de
Bento XVI, do latim Benedictus Sextus Decimus.
A Bíblia afirma que todos os homens pecam e que não há homem que
não peque (I Rs 8:46; Ec 7:20; Rm 3:23). Ainda assim, a Igreja Romana insiste em
afirmar que o papa é infalível. São detalhes curiosos e ao mesmo tempo estranhos,
para os quais não temos explicação.
DICAS
No site: http://miriamz.sites.uol.com.br/CatolicismoVaticano/CTtodos_Papas_
Igreja.htm, encontra-se uma lista completa de todos os papas, com o pseudônimo em
português, com o respectivo número, bem como o tempo de duração do pontificado.
91
UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
As alegações, para justificar que Pedro tenha sido o primeiro papa, são tão
absurdas que desafiam os maiores eruditos. Teria Deus se encarnado na pessoa
de Cristo, para depois ser substituído por Pedro, por João Paulo, ou Bento XVI?
Se assim for, o homem perde seu tempo em rezar ou orar a Deus, se é verdade
que o papa está no lugar d’Ele. Qual será a língua que toda a humanidade terá
que aprender para se comunicar com o Deus Bento XVI? É preciso refletir....
93
UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
ainda mais difícil a luta do cristianismo para se manter como uma religião pura,
como o era em seus primórdios. Com a corrupção do próprio clero, que se vendia
ao Estado, em troca de posição política e sua ambição de poder, complicou ainda
mais a situação do cristianismo, pois, além de ter que lutar contra o paganismo,
agora tinha que enfrentar também os poderes externos, para se manter.
94
TÓPICO 2 | A IGREJA NO APOGEU DA IDADE MÉDIA
2.6 AS CRUZADAS
LEITURA COMPLEMENTAR
Rodrigo Cavalcante
Cruzada
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TÓPICO 2 | A IGREJA NO APOGEU DA IDADE MÉDIA
O EXÉRCITO DE CRISTO
A HERANÇA DA CRUZADA
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UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
Esta faixa do texto traz uma versão para as Cruzadas que, segundo o autor,
não aprendemos na escola – O modo como os muçulmanos vêem o conflito. Para
os muçulmanos, foi a invasão sanguinária de bárbaros fanáticos e cruéis.
A INVASÃO BÁRBARA
O LEGADO DA BRIGA
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TÓPICO 2 | A IGREJA NO APOGEU DA IDADE MÉDIA
DICAS
1. The Oxford Ilustred History of The Crusades: Jonathan Riley-Smith (org.), Oxford
University Press, Reino Unido, 2001.
6. Islamic World, Ilustred History: Francis Robinson, Cambridge University Press, Reinno
Unido 2002.
7. Uma História dos Povos Árabes: Albert Hourani, Companhia das Letras, 1991.
Um estudo mais completo e mais detalhado sobre as cruzadas pode ser encontrado na obra de
Daniel-Rops, A Igreja das Catedrais e das Cruzadas, listada na bibliografia ao final deste caderno.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu:
100
AUTOATIVIDADE
101
102
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Abordaremos, neste tópico, o poder, a soberba e a elevação da Igreja,
bem como a sua influência na economia, na política e na religiosidade daquele
período histórico.
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UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
Visto que a Igreja Católica Romana da Idade Média contava com muitas
terras, viu-se muito envolvida no arranjo do feudalismo. Assim, a Igreja Católica
Romana adquiriu um imenso poder secular e econômico, por meio desse sistema,
chegando a rivalizar com os governos, que também estavam envolvidos no mesmo
tipo de arranjo da sociedade. Dentro dos grandes movimentos econômicos do
mundo, o feudalismo acabou sendo substituído pelo capitalismo. O feudalismo,
visto que escravizava os homens, conforme fazem todos os sistemas econômicos,
quando abusam dos direitos individuais, foi um degrau de melhoramento além
da escravidão legalizada (CHAMPLIN, v. 2, p. 722, 1996).
Uma vez por ano, todos os fiéis deveriam confessar seus pecados
ao sacerdote. O sacerdote julgava a gravidade dos pecados e aplicava uma
penitência correspondente. Essas penitências eram em forma de peregrinações,
jejuns, sacrifícios, autoflagelação etc. Era uma forma de chantagem, o homem
104
TÓPICO 3 | A IGREJA E O ESTADO: O PODER E A INFLUÊNCIA DA IGREJA
evitava pecar não por se julgar necessitado de santificação, mas por medo das
penitências. Cumprida a penitência imposta, o sacerdote tinha o poder divino de
perdoar o pecado e absolver o penitenciado.
105
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu:
106
AUTOATIVIDADE
107
108
UNIDADE 2
TÓPICO 4
MOVIMENTOS PRÉ-REFORMISTAS
1 INTRODUÇÃO
No último tópico da unidade 2, estudaremos os conflitos que despertaram
o sonho pela Reforma e as principais personagens, que lutaram pela concretização
desse sonho, bem como, a influência do renascimento cultural que reavivou o
sonho e contribuiu para a preparação do berço da Reforma.
2 MOVIMENTOS PRÉ-REFORMISTAS
2.1 AS CAUSAS
109
UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
110
TÓPICO 4 | MOVIMENTOS PRÉ-REFORMISTAS
Por outro lado, os ímpios, ainda que ostentem títulos de nobreza, como
reis ou papas, não tinham tal direito. Ele argumentava que os clérigos, que
viviam em pecado, perdiam o direito outorgado aos mordomos de Deus e,
conseqüentemente, deviam ser depostos de seus cargos e privados de seus bens.
111
UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
Ele fez os votos sacerdotais, cuja vocação fora escolhida pelo desejo de
obter prestígio, segurança, independência financeira e convivência na sociedade
acadêmica. Nesse período, porém, passou pela experiência da conversão e
passou a nutrir maior interesse por crescimento espiritual. Ele foi nomeado
reitor e pregador na capela de Belém, em Praga, o quartel general do movimento
reformista tcheco, em 1402. Apesar de influenciado pelas obras de Wycliffe,
Huss devia ainda a alguns teólogos tchecos, como Mateus de Janov, o seu
desenvolvimento teológico.
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TÓPICO 4 | MOVIMENTOS PRÉ-REFORMISTAS
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UNIDADE 2 | DE CONSTANTINO ATÉ A RENASCENÇA
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TÓPICO 4 | MOVIMENTOS PRÉ-REFORMISTAS
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RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você estudou:
116
AUTOATIVIDADE
117
118
UNIDADE 3
PLANO DE ESTUDOS
Está unidade de ensino está dividida em sete tópicos, sendo que, no final
de cada um deles, você encontrará atividades que contribuirão para a
apropriação dos conteúdos.
TÓPICO 1 – A REFORMA
TÓPICO 2 – A CONTRA-REFORMA
119
120
UNIDADE 3
TÓPICO 1
A REFORMA
1 INTRODUÇÃO
Estudaremos, nesse tópico, sobre os movimentos reformistas e a
consolidação da Reforma Protestante na Europa, através de vários representantes,
como: Martinho Lutero, Ulrich Zuínglio, João Calvino e João Knox.
2 REFORMA
Na unidade anterior, já tratamos, de maneira bem restrita, sobre os
movimentos pré-reformistas. Contudo, para adentrarmos ao estudo da Reforma
propriamente dita, uma rápida reflexão se faz necessária.
121
UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
Não a Igreja Cristã ou de Cristo, mas a igreja de Roma e dos papas. O povo de
Roma obrigou os cardeais a elegerem Urbano VI, para substituir Gregório XI (assim
se denominam os papas, nomes fictícios e números). Urbano se tornara inimigo dos
cardeais e eles elegeram Clemente VII, o qual mudou novamente o trono papal para
a França. Agora, existiam dois papas eleitos pelo mesmo colégio de cardeais.
122
TÓPICO 1 | A REFORMA
Deus, Pedro, jamais pretendeu tomar o lugar de Cristo para se tornar senhor da
Igreja, da mesma maneira que a humilde Maria jamais teve a pretensão de se
tornar mediadora entre Deus e os homens).
Foram essas, entre muitas outras ocorrências, que levaram Wycliffe, Huss,
Savonarola entre outros, a se levantarem, mesmo sob ameaças de ex-comunhão
e morte, para defenderem a verdadeira bandeira do cristianismo, que era
viver e divulgar a salvação em Cristo. De 1409 a 1449, a Europa ficou dividida
eclesiástica e politicamente, o que tornou evidente a urgente necessidade de uma
reforma interna na Igreja, pois afinal, quem fora o escolhido para ocupar o trono?
Urbano VI ou Clemente VII? Qual o local escolhido para o estabelecimento do
trono? Roma, na Itália, ou Avignon, na França. Para resolver essas questões, vario
concílios se reuniram. Pisa (1409), Constança (1414-1418), Basiléia (1431-1449) e
Florença (1438-1449).
123
UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
124
TÓPICO 1 | A REFORMA
indivíduo tinha garantido o perdão dos pecados, bem como a entrada no céu. Não
havia necessidade de conversão e nem mesmo de arrependimento, pois o preço
da salvação já estava pago, através da compra de indulgências. Quem coordenava
essa indústria monetária era João Tetzel, um astuto agente do arcebispo Alberto.
Tetzel proferia seus convincentes discursos, que, com uma maligna erudição,
conseguia induzir o povo a se livrar da perdição, sem necessidade de um novo
nascimento, bastando apenas pagar o preço que era cobrado. Enquanto ele
discursava, seus agentes distribuíam as indulgências e recolham o dinheiro.
DICAS
Um presente que Lutero deu ao seu povo foi traduzir a Bíblia para sua
própria língua e torná-la acessível para toda a população alemã. Martinho Lutero
veio a falecer a 18 de fevereiro de 1546, em Eisleben e foi sepultado na Igreja do
Castelo, em Wittdenberg.
126
TÓPICO 1 | A REFORMA
127
UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
128
TÓPICO 1 | A REFORMA
Dali, foram para Estrasburgo, onde, por três anos, Calvino pastoreou uma
igreja protestante formada por franceses exilados devido às fortes perseguições
em Paris. Entretanto, a situação de Genebra foi se tornando cada vez pior. Então
o povo, desesperado e reconhecendo a importância da obra de Calvino para com
a vida religiosa e política da cidade, apelou para que ele voltasse. Embora com
relutância, Calvino acabou cedendo ao apelo e voltou para Genebra.
129
UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
Em 1562, foi deflagrada a guerra que, durante quase trinta anos, por pouco
não levou a França à ruína. Nessa guerra, os huguenotes eram comandados pelo
almirante Coligny e pelo príncipe Conde, contra a rainha Catarina de Médicis,
que, subjugada pelo clero romano, se dispôs a destruir a fé reformada na França,
ainda que fosse preciso recorrer aos mais requintados métodos de crueldade.
O partido católico romano era comandado pelos jesuítas e por Filipe II, rei da
Espanha. Em 1572, num período de relativa paz, muitos dos huguenotes, dentre
os mais nobres da França, se reuniram em Paris, para a cerimônia de casamento
de Henrique de Navarra, um de seus líderes.
luta teve fim, com a promulgação do célebre Edito de Nantes pelo rei Henrique
IV, o qual definia a posição da Igreja Reformada Francesa. O Edito garantia a
liberdade de consciência, mas limitava a liberdade dos protestantes. Esse Edito
foi revogado em 1685 e a Igreja Protestante voltou a sofrer novas perseguições.
Knox fora padre católico romano em 1530, mas esse período inicial de
sua carreira eclesiástica ficou perdido na obscuridade, não se sabendo, portanto,
como teria se dado a sua conversão. Por influência de Knox, o Livro de Oração,
em 1552, declarava que o ato de ajoelhar-se, por ocasião da celebração da
eucaristia, não constituía uma adoração a qualquer presença corpórea de Cristo
nos elementos da ceia.
para o povo inglês, cuja cultura não aceitaria o governo de uma rainha. Por outro
lado, o interesse de Henrique VIII por Ana também não era bem visto pelo povo.
O papa, porém, por motivos políticos, não atendeu ao pedido de Henrique, o
qual não admitia que sua vontade fosse contrariada. Diante disso, o rei decidiu
livrar o povo inglês do domínio papal. Ele conseguiu do arcebispo de Cantuária
uma declaração de ilegalidade de seu casamento com Catarina e a legalidade de
sua união com Ana Bolena.
O papa, por sua vez, decidiu punir Henrique com a ex-comunhão por causa
do ocorrido. A resposta deste veio através de um ato do parlamento, em 1534.
Esse ato declarava o rei Henrique III como chefe supremo da Igreja Anglicana.
O clero, que se submeteu a Henrique, fez uma declaração pública de que o papa
não tinha mais nenhuma jurisdição religiosa na Inglaterra. Há de lembrar que
o papa que o excomungou, não tinha moral para fazê-lo, pois ele também tinha
muitos filhos ilegítimos, como resultado de sua vida de prostituição, como a
história pode comprovar. A atitude de Henrique VIII libertou o povo inglês do
jugo papal, mas a reforma religiosa mesmo só veio a se consolidar treze anos mais
tarde, no reinado de Carlos VI. Este, por influência dos nobres que governaram o
país durante sua menoridade, bem como através de um decreto do parlamento,
decretou o fechamento dos mosteiros e declarou a Inglaterra um país protestante
e o culto, na Igreja, passou a ser celebrado de acordo com as idéias da reforma.
Insatisfeita com o desenrolar dos fatos, a rainha Maria liderou uma violenta
reação contra o Protestantismo. Seu objetivo era fazer com que a Igreja voltasse ao
domínio do Catolicismo romano, como era antes de Henrique VIII. Para conseguir
seu intento, ela revogou todos os atos do parlamento e dos reis anteriores, que
favoreciam o Protestantismo. As principais vítimas dos ataques foram os líderes,
dentre os quais se destacam os bispos Ridley e Latimer. Com a morte de Maria,
a Inglaterra tornou-se ainda mais protestante do que nunca. Sua sucessora
Isabel, desde cedo, já demonstrara sua simpatia pelo Protestantismo. Ela muito
contribuiu para a formação de uma Igreja Nacional Protestante. Com um rápido
desenvolvimento político e econômico, a Inglaterra tornou-se um dos principais
baluartes da causa protestante em toda a Europa e em outras partes do mundo.
132
TÓPICO 1 | A REFORMA
LEITURA COMPLEMENTAR
A REFORMA
I - O GOLPE DECISIVO
Não desejava fundar outra igreja. Queria uma reforma no seio da própria
igreja. Porém, houve cisão na Igreja, ficando de um lado o Protestantismo e de
outro lado o Romanismo.
Lutero foi realmente o homem escolhido por Deus para vibrar o golpe
decisivo.
II - OS PRINCÍPIOS DA REFORMA
133
UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
Lutero
• 1507 – Primeira missa de Lutero, que é tomada pelo sentimento de sua própria
indignidade. O desespero é vencido, entretanto, pela dedicação ao estudo e ao
ensino.
• 1514 – O papa Leão X concede a indulgência para todo fiel que, havendo
confessado e comungado, contribuía para a construção da Basílica de São
Pedro.
134
TÓPICO 1 | A REFORMA
• 1518 – As teses espalham-se por toda a Alemanha. Lutero ganha adeptos a cada
dia. Chamado a Roma, recorre a Frederico, eleitor da Saxônia, desejando ser
ouvido em território do Império.
135
UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
• 1534 – Publicação da Bíblia, traduzida para o alemão, por Lutero. Com essa
obra, Lutero se transformara radicalmente o idioma de seu povo, lançando as
bases do alemão moderno.
136
RESUMO DO TÓPICO 1
137
AUTOATIVIDADE
138
UNIDADE 3
TÓPICO 2
A CONTRA-REFORMA
1 INTRODUÇÃO
A partir desse tópico, analisaremos a reação da Igreja Romana e sua
violência através da Inquisição, bem como a perseverança dos fiéis protestantes
diante das ameaças sofridas.
2 A CONTRA-REFORMA
A Igreja Católica Romana passava por um terrível período de decadência
quando irrompeu a Reforma protestante. Os papas, preocupados unicamente com
suas vidas privadas e totalmente alheios aos assuntos religiosos, pareciam não
perceber o que ocorria à sua volta. Sua indiferença quanto a vida religiosa da Igreja
era tamanha, que vinte e cinco anos se passaram até que, em 1541, o papa João
Paulo III começou a esboçar um gesto de reação contra o Protestantismo, o qual
já dominava praticamente toda a Europa. De Leão X até João Paulo III, o papado
estava imerso no mais profundo sono de uma vida luxuosa regada a todo tipo
de imoralidade e não puderam vislumbrar, nos protestos religiosos da Alemanha,
algo de proporções maiores do que o simples delírio de um monge embriagado.
O papa João Paulo III (1534-1549) vivia na opulência e sua vida moral
não era condizente com a de um sacerdote de Deus. Pelo contrário, sua moral, se
é que existia, era tão degradante quanto à dos demais clérigos. Apesar de tudo,
ele compreendeu a gravidade da situação e criou uma comissão para avaliar a
situação e apresentar propostas para a solução. Entretanto, o relatório com as
propostas apresentadas jamais foram postos em prática. Finalmente, em 1541, o
clero foi despertado de sua indiferença e começou a empregar medidas radicais,
com o propósito de reprimir o protestantismo. Em tese, os objetivos eram:
expurgar a Igreja, banindo o clero maculado por imoralidades, deter o avanço
do Protestantismo e restaurar o poder que então estava debilitado. Para esse
combate, o clero romano recorreu a três forças: A Sociedade de Jesus (Jesuítas), o
Concílio de Trento e a Inquisição.
139
UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
2.1 OS JESUÍTAS
Tratava-se de uma ordem, a organização criada e liderada pelo espanhol
Inácio de Loyola (1491-1556), cujo maior sonho era se tornar famoso como
soldado, mas, aos 28 anos, esse sonho foi destruído, antes de se realizar, quando
foi ferido e ficou aleijado para o resto da vida. Sua ambição, então, passou a ser
direcionada para outro objetivo: tornar-se um grande santo. Para tanto, reconheceu
a necessidade de se aproximar de Deus, pelo que, então, decidiu se abrigar em
um convento e mudar de vida. Seu propósito era seguir as pisadas de Lutero.
Contudo, estava perfeitamente convicto de que a Igreja Romana era a legítima
representante de Deus na terra e, portanto, a ela se devia prestar total devoção.
Então, se colocou a serviço do clero (da Igreja), com os seguintes objetivos: trazer
de volta os dissidentes, quebrar as forças de seus oponentes e destruir totalmente
todos os ensinos que estivessem em desacordo com os ditames da Igreja.
140
TÓPICO 2 | A CONTRA-REFORMA
2.2 A INQUISIÇÃO
A Inquisição, também chamada de Tribunal do Santo Ofício, foi um
instrumento que a Igreja católica Romana utilizou para massacrar os cristãos que,
após várias tentativas frustradas, aliadas aos mais cruéis assassinatos (João Huss,
por exemplo), decidiram promover a necessária Reforma.
DICAS
Para uma reflexão mais detalhada sobre a Inquisição, acesse o site: www.
bíbliaworld net/igreja/estudo/Airton Evangelista da Costa; sob os títulos: Inquisição nunca
mais, As fogueiras da Inquisição I, As fogueiras da Inquisição II.
141
UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
LEITURA COMPLEMENTAR
OS MÉTODOS DE TORTURA
142
TÓPICO 2 | A CONTRA-REFORMA
CRUELDADE E MATANÇA
143
UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
“Em toda a sua calamitosa história, a Igreja Católica nada mais tem feito
que perseguir o homem, sob o sofisma de agir em nome de Deus. Vejamos os
morticínios que ela levou a efeito: As cruzadas à Terra Santa custaram à humanidade
o sacrifício de dois milhões de vítimas; de Leão X a Clemente IX (papas) os
sanguinários agentes do catolicismo, que dominavam a França, a Holanda, a
Alemanha, a Flandes e a Inglaterra, realizaram a tenebrosa São Bartolomeu, de que
já falamos, degolando, massacrando, queimando mais de dois milhões de infiéis,
enquanto a Companhia de Jesus, obra do abominável Inácio de Loyola, cometia as
maiores atrocidades, chegando mesmo a envenenar o Papa Clemente XIV. O seu
agente S. Francisco Xavier, em missão no Japão, imolava cerca de quatrocentos
mil nipônicos; as cruzadas levadas a efeito entre os indígenas da América,
segundo Las Casas, bispo espanhol e testemunha ocular de perseguição e autos-
de-fé, sacrificaram doze milhões de seres em holocausto ao seu Deus; a guerra
religiosa que se seguiu ao suplício do Padre João Huss e Jerônimo de Praga, contou
mais de cento e cinqüenta mil vidas imoladas à Igreja Romana; no século XIV, o
grande Cisma do Ocidente cobriu a Europa de cadáveres, dado que nada menos
de cinqüenta mil vidas foram o preço cobrado pela ira papal; as cruzadas levadas
a efeito a partir de Gregório VII (papa), roubaram à Europa cerca de trezentos mil
homens, assassinados com requintes de selvageria; nas terras do Báltico, os frades
cavaleiros, além de uma devastação e pilhagem completa, ainda sacrificaram mais
de cem mil vidas; a imperatriz Teodora, dando cumprimento a uma penitência
imposta pelo seu confessor, fez massacrar cento e vinte mil maniqueus, no ano
de 845; as disputas religiosas entre iconoclastas e iconólatras devastaram muitas
províncias, resultando ainda no sacrifício de mais de sessenta mil cristãos
degolados e queimados. A Santa Inquisição, na sua longa e tenebrosa jornada,
levou aos mais horrorosos suplícios, inclusive às fogueiras, algumas centenas de
milhares de pobres desgraçados; segundo o Barão d´Holbach, a Igreja Católica
Romana, pelos seus papas, bispos e padres, é a responsável pelo sacrifício de cerca
de dez milhões de vidas. Que mais é preciso dizer”?
OS INSTRUMENTOS DE TORTURA
144
TÓPICO 2 | A CONTRA-REFORMA
Numa outra versão, a roda era usada para dilacerar o corpo dos condenados.
Neste caso, em lugar de brasas, colocavam instrumentos pontiagudos sob a roda.
145
UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
146
RESUMO DO TÓPICO 2
147
AUTOATIVIDADE
148
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Serão abordados, nesse tópico, os movimentos filosóficos e as influências
que os mesmos exerceram para a secularização do Cristianismo.
2.1 O ILUMINISMO
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UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
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TÓPICO 3 | O CRISTIANISMO EM CONFRONTO COM A REALIDADE
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UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
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TÓPICO 3 | O CRISTIANISMO EM CONFRONTO COM A REALIDADE
153
RESUMO DO TÓPICO 3
154
AUTOATIVIDADE
155
156
UNIDADE 3
TÓPICO 4
RELIGIÕES HISTÓRICAS
1 INTRODUÇÃO
Analisaremos, neste tópico, as principais religiões históricas, como eram
as suas doutrinas e suas formas de culto.
2 RELIGIÕES HISTÓRICAS
2.1 O JUDAÍSMO
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UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
2.1.1 Os Fariseus
2.1.2 Os Saduceus
2.1.3 Os Zelotas
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TÓPICO 4 | RELIGIÕES HISTÓRICAS
2.1.4 Os Essênios
2.2 O ISLAMISMO
159
UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
160
RESUMO DO TÓPICO 4
161
AUTOATIVIDADE
162
UNIDADE 3
TÓPICO 5
TEÓLOGOS EM DESTAQUE
1 INTRODUÇÃO
Battista Mondin, em sua obra, Os Grandes Teólogos do Século Vinte,
publicada por Edições Paulinas, nos apresenta, em seu primeiro volume (1979),
uma lista de dez teólogos católicos que, em sua opinião, merecem destaque por
representarem a teologia católica desde o concílio de Trento (1545) até o concílio
Vaticano II (1962); e no segundo volume (1987), uma lista de onze teólogos
protestantes. Com base na leitura desse livro, a seguir são relacionados os
principais teólogos tanto católicos quanto protestantes. Nesta obra, o acadêmico
encontrará informações mais completas e mais detalhadas.
2 TEÓLOGOS EM DESTAQUE
163
UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
● Karl Barth. Sua teologia da Palavra de Deus surgiu como uma reação contra
o liberalismo que imperava em sua época. Seu principal argumento é que a
teologia tem que estar voltada para os interesses da comunidade (igreja).
164
TÓPICO 5 | TEÓLOGOS EM DESTAQUE
165
RESUMO DO TÓPICO 5
166
AUTOATIVIDADE
● Tillich
● Barth
● Chardin
● Rahner
● Schillebeeckx
● Lonergan
167
168
UNIDADE 3
TÓPICO 6
RELIGIÕES E SEITAS
1 INTRODUÇÃO
São centenas de religiões e seitas espalhadas pelo mundo. Considerando o
limite de espaço, abordaremos duas religiões seculares, duas religiões não cristãs,
o espiritismo e duas de suas ramificações, ou formas de cultos.
2 RELIGIÕES SECULARES
2.1 HUMANISMO
2.1.1 Existencialismo
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UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
2.2.1 Hinduísmo
2.2.2 Budismo
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TÓPICO 6 | RELIGIÕES E SEITAS
● Quarta Nobre Verdade: conduz ao término de toda dor, por meio da vereda de
oito passos.
2.3 ESPIRITISMO
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UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
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TÓPICO 6 | RELIGIÕES E SEITAS
2.3.1 Umbanda
2.3.2 Candomblé
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UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
DICAS
CABRAL, J. Religiões, Seitas e Heresias – À Luz da Bíblia. Rio de Janeiro: Universal, 1986.
CHAVES, José Reis. A Face Oculta das Religiões. São Paulo: Martin Claret, 2000.
CHAVES, José Reis. A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência. São Paulo: Martin Claret, 2000.
MARTI, Walter. O Império das Seitas. Belo Horizonte: Betânia, 1992. (4 volumes)
MATHER, George A. NICHOLS, Larry A. Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo. São Paulo: Vida, 2000.
McDOWELL, Josh. STEWART, Don. Entendendo as Religiões não Cristãs. São Paulo: Candeia, 1992.
McDOWELL, Josh. STEWART, Don. Entendendo o Oculto. São Paulo: Candeia, 1992.
McDOWELL, Josh. STEWART, Don. Entendendo as Seitas. São Paulo: Candeia, 1992.
McDOWELL, Josh. STEWART, Don. Entendendo as Religiões seculares. São Paulo: Candeia, 1992.
FILHO, Tácito da Gama Leite. Seitas Espíritas. Rio de Janeiro: JUERP, 1994.
FILHO, Tácito da Gama Leite. Seitas Mágico-Religiosas. Rio de Janeiro: JUERP, 1994.
FILHO, Tácito da Gama Leite. Seitas Neo-Pentecostais. Rio de Janeiro: JUERP, 1994.
FILHO, Tácito da Gama Leite. Seitas Proféticas. Rio de Janeiro: JUERP, 1994.
FILHO, Tácito da Gama Leite. Seitas Orientais. Rio de Janeiro: JUERP, 1994.
174
RESUMO DO TÓPICO 6
175
AUTOATIVIDADE
A partir da leitura que você, caro acadêmico, realizou deste tópico, reflita
e depois teça um comentário sobre as crenças, doutrinas salvíficas e rituais
espíritas, comparando-os com o Evangelho e a salvação através de Jesus Cristo.
176
UNIDADE 3
TÓPICO 7
1 INTRODUÇÃO
O cristianismo, através dos séculos, vem se ramificando em denominações.
Periodicamente, surge uma nova corrente ou denominação evangélica em todo
o mundo. Neste tópico estaremos refletindo sobre algumas denominações, bem
como sua chegada e desenvolvimento no Brasil.
2 A IGREJA LUTERANA
177
UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
2. O Credo Niceno.
3. O Credo de Atanásio.
4. A Confissão de Augsburg.
6. A Fórmula de Concórdia.
A Igreja Luterana chegou ao Brasil por volta de 1800, com os alemães que
emigraram para o Sul do país. Eles representavam o Protestantismo Confessional,
um ramo do que fora excluído da igreja oficial da Alemanha. No Brasil, estão
divididos em três Sínodos: O Sínodo do Rio Grande de Sul, que abrange também
a parte meridional de Santa Catarina; O Sínodo de Santa Catarina, que também
abrange o Paraná; e o Sínodo do Brasil Central, que inclui as cidades do Rio de
janeiro, de São Paulo e de Minas Gerais.
3 A IGREJA ANGLICANA
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TÓPICO 7 | RAMIFICAÇÕES DO CRISTIANISMO: CHEGADA E DESENVOLVIMENTO NO BRASIL
4 A IGREJA PRESBITERIANA
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UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
5 A IGREJA BATISTA
180
TÓPICO 7 | RAMIFICAÇÕES DO CRISTIANISMO: CHEGADA E DESENVOLVIMENTO NO BRASIL
6 A IGREJA METODISTA
2. se vires Deus em todas as coisas, e fizeres tudo para ele, então todas as coisas
serão fáceis;
3. faze todo o bem que puderes, por todos os meios possíveis, em todos os
sentidos, a todas as pessoas, enquanto puderes.
3. os metodistas foram repelidos pela Igreja Anglicana, que lhes vedou o púlpito,
proibindo que lhes fosse servir a Ceia do Senhor. Por esta razão, os irmãos
Wesley passaram a ministrar a ceia para seus próprios membros;
181
UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
A Igreja Assembléia de Deus não foi fundada por esta ou por aquela
pessoa, pois ela surgiu como resultado de um grande movimento pentecostal no
início do século passado. Houve um derramamento do Espírito santo em várias
partes do planeta. Eram cristãos de várias denominações que se organizaram em
grandes grupos, para orarem em busca de avivamento. Não foi um movimento
localizado, mas ocorreu em diferentes lugares nos Estados Unidos e na Europa.
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TÓPICO 7 | RAMIFICAÇÕES DO CRISTIANISMO: CHEGADA E DESENVOLVIMENTO NO BRASIL
183
UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
Esses dezoito irmãos pediram aos missionário Berg e Vingren que lhes
desse orientação espiritual naquele momento tão difícil. Foi assim que, juntos,
esses irmãos, sob a liderança dos missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg
foram, a 18 de junho de 1911, à rua Siqueira Mendes 67, na cidade de Belém, Estado
do Pará; e ali fundaram a Assembléia de Deus no Brasil. Infelizmente, várias
denominações se uniram para perseguir e combater o Movimento Pentecostal.
184
TÓPICO 7 | RAMIFICAÇÕES DO CRISTIANISMO: CHEGADA E DESENVOLVIMENTO NO BRASIL
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UNIDADE 3 | A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS E CONTEMPORÂNEOS
nossas enfermidades (Mt 8:16,17; I Pe 2:24) e ele mesmo afirma que veio como
servo e não para ser servido (Mc 10:45). A cura divina, como pilar da doutrina
quadrangular, é simbolizada na cor azul, cor do céu, donde vem a nossa cura.
Portanto, o Rosto de Boi simboliza o Senhor Jesus Cristo como O Grande Médico,
Senhor da Cura Divina.
186
RESUMO DO TÓPICO 7
187
AUTOATIVIDADE
188
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor de. Geografia Bíblica. São Paulo: CPAD, 1987.
CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos. São Paulo: Vida Nova,
1988.
DUSSEL, Enrique (Org.). 500 Anos de História da Igreja na América Latina. São
Paulo: Paulinas, 1992.
GONZÁLEZ, Justo L. A Era dos Gigantes. São Paulo: Vida Nova, 1980.
LEITE FILHO, Tácito Gama. Seitas Neopentecostais. São Paulo: JUER, 1994.
NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã. São Paulo: Casa Editora
Presbiteriana, 1985.
189
NOVA Enciclopédia Ilustrada da Folha: São Paulo: 1996.
SILVA, Natanael Duval da. A Igreja Militante. Porto Alegre: Metrópole, 1951.
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ANOTAÇÕES
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