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UM DIALOGO DE AMOR

A oração é um pouco de Combate, alegria, dialogo, encontro ......

A oração é essencialmente um dialogo

Por ser um dialogo a oração é uma meditação na qual eu reflito sobre algumas coisas,
na qual tento esvaziar-me de mim mesmo ou discernir as paixões e estados da minha
alma.
Antes de tudo a oração é um dialogo com alguém, um outro que está em mim.
Alguém que me olhe, me fala, me escuta.
A oração é um face a face o Deus que me criou, que me ama e me salva. O nosso
mundo corre o risco de andar a deriva em relação a oração: o risco de confundi-la
com praticas meditativas.
O homem que é feito para Deus, quando é ferido por sua experiência de vida
centraliza-se naturalmente em si mesmo, fecha-se. A oração corre o risco de
transformar-se em um dialogo consigo mesmo, entre dias partes de si:
- aquela que tem sede de algo mais, de libertar-se de suas preocupações e andar nos
caminhos de Deus;
- e aquela que vive debaixo da influencia das paixões desordenadas.
Este tipo de dialogo não é ainda o contato com Deus, o qual exige uma saída de si
mesmo.

A oração é um Olhar

A verdadeira oração não fica somente no nível emocional. Apesar da oração implicar
o corpo inteiro, a afetividade e as emoções que existem em cada um de nós, a oração
fica, no entanto, essencialmente no nível da alma espiritual, ou seja, da inteligência e
da vontade nas quais se encontram a fé, a esperança e a caridade.
A fé nos permite conhecer a Deus na verdade. A esperança e a caridade aperfeiçoam
a nossa vontade e a torna capaz de nos unir a Deus. Por isso, quando decidimos rezar
precisamos ficar debaixo do olhar de Deus, tal como Ele se revela a nós na fé da
igreja e não tal como O imagino ou O sinto.
Esta dimensão de fe é fundamental na oração. Só podemos tocar Deus através dos
dons da fé, da esperança e da caridade, que são chamadas de virtudes teologais.
O ato da fé é o coração da oração. Ele permite colocar em ordem as nossas emoções:
podemos ter a impressão de que o Senhor está ausente, posso sentir-me tal como um
galho seco esquecido num lugar perdido, pouco importa. A fé nos faz acreditar que
Deus está presente, que Ele me olha e me ama.
“TU ÉS PRECIOSO AOS MEUS OLHOS, ÉS HONRADO E EU TE AMO” me
diz a Palavra de Deus. O escudo da fé e a espada da Palavra serão nossa defesa contra
todos os ataques do demônio na nossa imaginação e na nossa memória.

A oração é uma resposta de amor ao Deus que me espera

Este Deus que me ama e sob o olhar do qual eu fico, eu quero ama-lo. Entro num
Dialogo de Amor com Ele. Eu quero amar este outro que está em mim e que ao
mesmo tempo é mais intimo do que eu sou de mim mesmo. Por isso eu me decido a
amá-lo. Por mais fraco que seja, não importa. Quando uma mãe se debruça sobre o
seu filho e ele sorri balbuciando, isto basta para faze-la feliz. Ela ficará à espera de
uma outra resposta de amor quando ele tiver 5, 10, ou 20 anos. Deus também não
espera de nos uma resposta perfeita, mas proporcional ao que possamos dar hoje.
Aquela resposta de amor jorra da nossa vontade livre, não dos nossos sentimentos.
Na oração, eu posso sentir uma grande paz, ou, ao contrario, ficar inquieto, disperso.
Novamente, vamos ter a certeza de que, apesar das nossas emoções, do que posso
estar sentindo, Deus age em nossos corações de dissermos SIM a ELE.
Deus não fixa um encontro de amor sem operar uma transformação em nossa alma.
Assim acontece a obra da sua graça.
A oração é então este momento abençoado no qual Deus nos transforma com a sua
graça sobrenatural, libertando-nos de nós mesmos e levando cada um de nos no seu
coração. A oração é assim a linguagem da esperança.
Alguns conselhos

- O inicio da Oração é fundamental:


É preciso tomar uma decisão livre: a decisão de voltar-se resolutamente para Deus e
assim sair de si mesmo. Isto pode acontecer através do louvor e da ação de graças.
Esta maneira de se colocar na presença de Deus é um ato de fé e constituí o “método”
mais simples e imprescindível para começar a rezar. Posso também colocar-me na
presença de Deus através de um gesto ou atitude: beijar um crucifixo, venerar um
ícone, ajoelhar-me. Todos os meus gestos devem demonstrar este ato de fé. Se o
nosso tempo de oração fosse somente tentativas para voltar a estar na presença de
Deus, seria “perfeito”. A oração é geralmente um grande combate entre nossas
duvidas, culpas, escrúpulos e preocupações e o ato de fé que se fundamenta na
Palavra de Deus tal como é ensinada na igreja. Então, para ficar pacificado diante
destas preocupações tal como nos pede São Paulo que nos disse: “NÃO VOS
INQUIETEIS COM NADA”, precisamos repetir e apoiar-nos sempre nesta palavra
que fortalece nossa confiança em Deus, que não pode enganar-se nem enganar-nos.
O fim da oração é igualmente importante:
Quando termino minha oração, tudo recomeça! Devo continuar com Jesus (mesmo de
dormi).... Devo ter esta determinação clara e audaciosa de sair com esta disposição
interior e aquela vontade firme de continuar o dialogo com Deus ao longo do meu
dia: “Eu sei que não estou sozinho. Alguém está presente, a todo instante, do meu
lado e me sustenta com seu amor”.
O momento de oração que eu dedico gratuitamente a Deus, deve continuar no
quotidiano da minha vida, com o que se chama de orações espontâneas. Elas são tal
como gritos que damos sem cessar para Deus. Teresa D’Avila aconselha: Diga cem
vezes por dia a Jesus que você o ama. Isto é a Chave da vida interior, que é uma vida
recolhida em Jesus no coração do mundo. Para lembrar-se destas orações espontâneas
pode-se recorrer a pequenos truques tal como: cada vez que abro uma porta lembro-
me de Jesus e digo: “JESUS, TU ESTÁS AQUI COMIGO. OBRIGADO”.
A vida quotidiana, as preocupações.... nos centralizam em nós mesmos, mesmo
fazendo nos viver no superficial. A vida interior fruto da oração, se edifica graça a
essas numeras e constantes saídas de nos mesmos para voltarmos para Deus. No
começo será somente uma ou duas vezes por dia, mais é preciso chegar até 50, 100
vezes. 100 vezes correspondente a 100 segundos, ou seja, menos de 2 minutos, no
entanto, isto transforma a nossa vida inteira.
É o segredo da paz e da alegria, frutos do amor que nos volta para Deus e para os
irmãos e irmãs em Deus.
Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao vosso!
Ó Maria, Mãe puríssima, rogai por nós!

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