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São Paulo
2019
FELIPE MUZEL GOMES
São Paulo
2019
DEDICATÓRIA
Muito Obrigado!
.
INTRODUÇÃO
1 https://en.oxforddictionaries.com/definition/postmodernism
2 Geisler, Normam L.. Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu . Editora Vida. Edição do Kindle.
1. OS FUNDAMENTOS BÍBLICOS E TEOLÓGICOS DA ORAÇÃO
3 Gênesis 4.26
4 Pieratt, 1999, p. 10.
5 Disponível em: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/319/a-historia-da-oracao
6 Gênesis 18.23
7 Pieratt, 1999, p. 57.
8 Salmos 25.22 e 79.1
grandiosidade, soberania, força e poder de Deus. Por sua vez, na ocasião em que
os filhos de Moabe e os filhos de Amom, juntamente com alguns meunitas,
declararam guerra contra o rei de Judá, Josafá, este ficou apavorado, amedrontado.
Josafá, então, pôs-se a buscar ao Senhor. “(...) Não és tu que dominas sobre todos
os reinos dos povos? Na tua mão, está a força e o poder, e não há quem te possa
resistir”9.
9 2 Crônicas 20.1-6
10 1 João 5.14
11 Aulén, 2002, p. 324.
12 Disponível em: http://www.portalolm.com.br/2012/12/quando-deus-rejeita-a-oracao/
13 Êxodo 3.9
14 Jeremias 7.16-20
“Istar”, uma deusa assíria e babilônica também chamada de
Astarote ou Astarte, a esposa de Baal ou Moloque. Tais cultos
envolviam prostituição15.
Jesus foi um homem de oração. Apesar de ser Filho de Deus, orou por si
mesmo, pelos seus discípulos e pela unidade da igreja. Logo em seu batismo, Jesus
orou. Neste momento sublime, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Ele.
E aconteceu que, ao ser todo o povo batizado, também o foi
Jesus; e, estando ele a orar, o céu se abriu, e o Espírito Santo
desceu sobre ele em forma corpórea como pomba; e ouviu-se
uma voz do céu: Tu és o meu Filho amado, em ti me
comprazo20.
21 Mateus 7.7-8
22 Ibid., 17.21
23 Lucas 6.12-13
24 Ibid., 9.28-29
25 Wycliffe, Dicionário Bíblico p. 1956-1957.
Jesus também orou no Getsêmani. Foi dito aos seus discípulos: “Orai, para
que não entreis em tentação. Ele, por sua vez, se afastou, cerca de um tiro de
pedra, e, de joelhos, orava, dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice;
contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua. [Então, lhe apareceu um anjo do
céu que o confortava. E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu
que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra.]” 26. A oração
de Cristo foi intensa e árdua, com gemidos inexprimíveis. As gotas de sangue
sugerem uma perigosa condição conhecida como hematridose, a efusão de sangue
pela transpiração27. Sua vontade humana foi anulada para o cumprimento da
vontade do Pai. Mesmo diante da morte iminente, Cristo perseverou no cumprimento
de sua missão e oração.
Após sua morte e ressurreição, Cristo, juntamente ao Pai, está intercedendo
por nós28. Hernandes Dias Lopes aponta que Jesus não apenas falou de oração; ele
orou29.
26 Lucas 22.40-44
27 Bíblia de Estudo MacArthur, p. 1369.
28 Romanos 8.34
29 Lopes, 2015 p. 11.
30 Atos 1.14 e 2.42
31 SBB, 2008, p. 644.
proibidos de falar em o nome de Jesus, eles, em comunhão com outros irmãos,
clamaram a Deus: “Ouvindo isto, unânimes, levantaram a voz a Deus e disseram:
Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há; que
disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo:
Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs?
Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o
Senhor e contra o seu Ungido;”32. Suas petições foram seguidas de adoração. Tal
oração aponta perfeitamente o princípio de adoração ao Senhor e conhecimento das
Escrituras em suas falas. Neste ato de súplica, eles citaram um salmo Messiânico de
Davi33.
Na medida em que a igreja crescia e o evangelho avançava, foi necessário
haver uma melhor estrutura nos moldes do serviço diaconal. Em prol das demandas
em atender as viúvas helenistas, houve uma convocação por parte dos doze
apóstolos aos discípulos para a instituição dos diáconos, para servirem às mesas.
Na ocasião, foram escolhidos sete diáconos com boa reputação, cheios do Espírito e
sabedoria. Com a oração e imposição de mãos houve a consagração desses
homens ao ministério de diaconia. O parecer agradou toda a comunidade34.
Diante das variadas exigências que havia na comunidade cristã, era
necessário e fundamental que eles cultivassem o foco da vocação apostólica. Era de
suma importância o princípio da devoção, meditação e oração diante de Deus.
Na vocação apostólica, quanto à jornada da oração como preparo espiritual, o
apóstolo Paulo primou por esta prática de suma importância para o crescimento
espiritual. Em oração, Paulo teve uma visão espiritual.35 Na largada de suas viagens
missionárias, na direção do Espírito Santo, Barnabé e Saulo foram enviados. “E,
servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora,
Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e
impondo sobre eles as mãos, os despediram”36.
Fica evidente que, nos tempos bíblicos, os apóstolos praticavam as
“disciplinas espirituais”. Este termo foi designado por Richard J. Foster, em seu livro
“Celebração da Disciplina”, como sendo as que atendem os seguintes elementos:
32 Atos 4.24-26
33 Salmos 2.1-2
34 Atos 6.1-6
35 Atos 9.11,12
36 Atos 13.2,3
meditação, oração, jejum, estudo, simplicidade, solitude, submissão, serviço,
confissão, adoração, orientação e celebração37. Sobre tais disciplinas, ele depõe o
seguinte:
37 Foster, 2006, p. 3 e 9.
38 Foster, 2006, p. 9 e 10.
piedosa marcada pela diligência à oração. A reforma foi possível mediante às
experiências da oração e intercessão.
A seguir, seguem as experiências de oração de Martinho Lutero e a teologia
de oração de João Calvino, grandes reformadores do final do século XV e início do
século XVI. Vale o complemento da experiência de oração registrada nos
movimentos pietista, puritano e dos morávios. Por fim, segue a reflexão teológica da
oração como meio de graça.
Os fiéis não oram para contar a Deus o que Ele não sabe; para
pressioná-lo ou apressá-lo quando demora, mas sim a fim de
alertar a si mesmos para buscá-lo, para exercitar a fé
meditando em suas promessas, livrando-se de suas cargas ao
se elevarem a seu íntimo51.
Quanto à oração feita em público, Calvino apontou que a oração deveria ser
simples, objetiva e direta55. “A linguagem nem sempre era necessária, mas a oração
verdadeira não podia carecer de inteligência e de afeto de ânimo”56.
Em sua época, Calvino dizia que as orações públicas não deveriam ser
proferidas em grego entre os latinos ou em latim entre os ingleses e franceses, mas
deveria ser feita na língua comum, para que todos pudessem entendê-las, pois as
orações deveriam ser usadas para edificação de toda a igreja, que não seria
beneficiada nem um pouco por sons não inteligíveis. 57 Calvino levou com seriedade
o princípio de oração. Segundo ele, “A oração é um dever compulsório de todos os
dias e de todos os momentos da nossa vida.” Calvino ainda salientou: “Os crentes
genuínos, quando confiam em Deus, não se tornam por essa conta negligentes à
oração”58.
No aspecto da petição e ação de graças, Calvino fez a seguinte diferenciação.
Segundo o reformador, pela petição expomos nossos desejos a Deus, pedindo de
Sua bondade em primeiro lugar, as coisas que visam e servem à Sua glória, e
depois, as coisas que nos são úteis e das quais temos necessidade. No aspecto da
ação de graças, segundo Calvino, os cristãos devem reconhecer os benefícios que o
Senhor nos faz e deve se confessar para a glória de Deus, remetendo à Ele, todas
53 Ibid., p. 228.
54 Ibid., p. 228.
55 Ibid., p. 229.
56 Costa, 2006, p. 44.
66 Ibid., p. 24.
67 Ibid., p. 32.
68 Ibid., p. 16.
69 Ibid., p. 292.
vontade e com fartura. Por meio de uma meditação séria e
constante descobrirás que esse assunto abençoado da oração
de Cristo também te fará abençoado e te fará semelhante ao
próprio Cristo. Como te parecerá vã e vazia toda a glória do
mundo, quando fores elevado até este Monte da
Transfiguração! Aqueles que vivem na zona tórrida jamais
sentem frio algum, e tu, que descobrires que esta oração de
Cristo é cheia de vida e vigor em teu coração, jamais terás
motivo para te queixares daquela estagnação, formalidade e
frieza, que são fardos que provocam muitos gemidos nos
outros70.
Orar é uma adoração tão solene de Deus que exige que dela
participe o homem todo: a parte intelectual — todo nosso
discernimento, inventividade e memória — bem como todo o
coração, vontade e sentimentos — e, sim, o corpo também. E,
além disso, também se requer que o Espírito de Deus ilumine a
mente e santifique o coração, pois meros discernimento e
inventividade sem que o Espírito de Deus os avive são como
um sacrifício sem fogo. Ah! se, então, todas essas coisas
precisam estar presentes, não teremos de exclamar “Quem
está apto a orar?.72
70 Ibid., p. 538-539.
71 Ibid., p 549.
72 Ibid., p. 556-557.
73 Ibid., p. 1230-1231.
uma paixão por oração. Ele escreveu a seguinte frase em seu diário: “Adoro orar. É
isso que afivela toda a armadura do cristão”74.
Henry ainda escreveu três estudos com orientações sobre a oração: começar
o dia com Deus, passar o dia com Deus e terminar o dia com Deus. O âmago do
método de Henry é orar a Palavra de Deus de volta para Deus. O método de Henry
incluía adoração, confissão, petição por nós mesmos, ações de graças, intercessão
por outros e conclusão75.
80 Ibid., p. 214.
81 Disponível em: https://www.revistaimpacto.com.br/os-moravios-e-missoes/
82 Zuben, 2015, p. 18.
84 Ibid., p. 612.
85 Aulén, 2002, p. 322.
86 Ibid. p. 323-324.
87 Beecke, Joel R. Jones, Mark. 2016, p. 1224.
88 Ibid., p. 1227.
maneira individualista. A ênfase dos reformadores está no seu
sentido comunitário. Somos sacerdotes uns dos outros,
devendo orar, interceder e ministrar uns aos outros. À luz do
Novo Testamento, todo cristão é um ministro (diákonos) de
Deus, o que ressalta as ideias de serviço e solidariedade (...)89.
crescimento-da-igreja/
106
Jones-Lloyde, 2017, p.30.
reformando”107. Esta frase é de extrema relevância quanto a aplicação dos diversos
assuntos temáticos da teologia bíblica, considerando a oração.
A experiência da oração na igreja evangélica contemporânea ainda precisa
seguir os moldes dos reformadores: “Igreja Reformada, sempre se reformando.” Pela
experiência negativa e positiva deste escrito, percebe-se a necessidade da igreja em
aprender e praticar a oração em todos os seus aspectos.
É relevante buscar conhecimento e prática nesta área. Os discípulos de Jesus
disseram: “Senhor, ensina-nos a orar”108. Não podemos ignorar que muitas igrejas
contemporâneas evangélicas tem investido em oração. Hoje, existem cultos,
seminários e congressos específicos referentes à oração e intercessão, bem como
vários livros publicados quanto à conclamação à oração. Hernandes Dias Lopes
afirma que: “Não basta conhecer os princípios bíblicos sobre oração; precisamos
orar. Não basta ler livros sobre oração; precisamos orar. Não basta pregar sobre
oração; precisamos orar”109. O apelo e incentivo do nobre autor são de que a igreja
de Cristo precisa orar, dar continuidade à perseverança da oração.
Aulén afirma que a oração é o fator constituinte da igreja e que sem ela, a
igreja deixa de existir.
111
Êxodo. 24.18
112
Lucas 9.28
113
Lopes, 2015, p. 44
114
Ibid. p. 45
115
Calvino, 2016, p. 95.
feitas súplicas, orações, intercessões e ações de graças por
todos os homens116
116
Disponível em: http://reformados21.com.br/2016/08/03/a-importancia-da-oracao/
117
Disponível em: http://www.ipib.org/blog-dos-ministerios-e-secretarias/74-ministerio-da-
educacao/musica-e-liturgia/2255-a-oracao-publica-no-culto
enfocando intencionalmente a intercessão pelos plantadores de
igrejas, pelos não-cristãos, novos convertidos, e pelo envio de
mais obreiros118.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
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