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Nas palavras de Bernard de Clairvaux: "A justiça busca apenas os meritos da questão,

enquanto a compaixão considera apenas a necessidade". A compaixão, não a justiça,


motivava o Médico dos médicos que "não [veio] chamar justos, e sim pecadores, ao
arrependimento" (Lc 5:32). Vamos conhecer essas quatro pessoas aflitas e ver o que
Cristo fez para suprir suas necessidades.

A viúva: UMA SITUAÇÃO de DESESPERO


(Lc 7:11-17)
Naim ficava a cerca de 40 quilômetros de Cafarnaum - pelo menos um dia de viagem e,
no entanto, Jesus foi até lá sem ninguém ter pedido que o fizesse. Uma vez que os
judeus sepultavam seus mortos no mesmo dia em que faleciam (Dt 21:23; At 5:5-10), é
bem provável que Jesus e seus discípulos tenham chegado às portas da cidade no final
do dia em que o menino faleceu. Podemos observar quatro encontros específicos,
ocorridos às portas da cidade naquele dia.

O encontro de dois grupos. Não nos resta outra coisa a fazer senão nos maravilhar
com a providência de Deus ao ver Jesus encontrar a procissão do funeral no momento
em que se dirigia ao local de se- pultamento. Ao obedecer à vontade do Pai, Jesus vivia
de acordo com um cronograma divino (Jo 11:9; 13:1). O Salvador compassivo sempre
nos ajuda quando mais precisamos (Hb 4:16).
Que contraste entre o grupo que seguia Jesus e o que seguia a viúva e seu filho morto!
Jesus e seus discípulos alegraram-se com as bênçãos do Senhor, mas a viúva e seus
dessa mulher. Jesus dirigia-se à cidade, enquanto os pranteadores dirigiam-se ao
cemitério.
Em termos espirituais, cada um de nós se encontra em um desses dois grupos. Se
crermos em Cristo, estamos indo para a cidade (Hb 11:10, 13-16; 12:22). Se estamos
"mortos nos nossos pecados", já estamos no cemitério e sob a condenação de Deus (Jo
3:36; Ef 2:1-3). Precisamos crer em Jesus Cristo e ser ressuscitados dentre os mortos
(Jo 5:24; Ef 2:4-10).

O encontro de dois filhos únicos. Um estava vivo, mas destinado a morrer, o outro
estava morto, mas destinado a viver. Aplicada a Jesus, a designação unico significa
"singular" o "inigualável". Jesus não é um "filho" no mesmo sentido que eu sou, pois
vim a existir pela concepção e nascimento. Uma vez que Jesus é o Deus eterno, sempre
existiu. O título Filho de Deus declara a natureza divina de Cristo e seu relacionamento
com o Pai, ao qual o Filho sujeita-se espontaneamente desde a eternidade. Todas as
Pessoas da divindade são iguais, mas dentro da Trindade, cada uma ocupa um lugar
específico e realiza uma tarefa específica.
O encontro entre dois sofredores . Jesus, o "homem de dores", não teve dificuldade
em se identificar com o sofrimento da viúva. Não apenas estava aflita como também
se encontrava sozinha numa sociedade sem recursos para cuidar de viúvas. O que seria
feito dela? Jesus sentiu a dor que o pecado e a morte haviam trazido ao mundo e
tomou uma atitude.
O encontro entre dois inimigos. Jesus enfrentou a morte, "o último inimigo" (1 Co
15:26). Quando pensamos na dor e tristeza que a morte causa a este mundo, de fato é
um inimigo terrível, e somente Jesus Cristo é capaz de nos dar a vitória (ver 1 Co 15:51
- 58; Hb 2:14, 15). Jesus só precisou proferir uma palavra e o menino voltou à vida com
saúde.
O menino deu dois sinais de vida: sentou-se e falou. O "esquife" ao qual o texto se
refere era, provavelmente, uma espécie de maca aberta, não um caixão fechado, de

diz o que falou, mas devem ter sido palavras interessantes! Num gesto de grande
ternura, Jesus pegou o menino e o entregou à mãe, agora transbordando de alegria. A
cena toda lembra o que acontecerá quando Cristo voltar e reencontrarmos nossos
entes queridos que estão na glória (1 Ts 4:13-18).
O povo reagiu glorificando a Deus e identificando Jesus com o Profeta dos judeus pelo
qual haviam esperado (Dt 18:15; Jo 1:21; At 3:22, 23). Não demorou que a notícia
desse milagre se espalhasse. As pessoas animaram-se ainda mais para ver Jesus, e
grandes multidões o seguiam (Lc 8:4, 19, 42).

Jesus realizou um grande milagre ao curar o servo do centurião.


Realizou um milagre ainda maior ao ressuscitar o filho da viúva.
Neste capítulo, porém, realizou o maior milagre de todos ao
salvar essa mulher de
seus pecados e ao transformá-la numa nova pessoa. Não há
prodígio que se compare ao milagre da salvação, pois ele supre
as maiores necessidades, redunda em tudo o que há de mais
duradouro (eterno) e exige em pagamento o preço mais alto de
todos.
Simão estava cego para a mulher e para si mesmo. Via seu
passado, enquanto Jesus via seu futuro. Fico imaginando
quantos pecadores rejeitados encontraram a salvação pelo
testemunho dessa mulher no Evangelho de Lucas. Ela nos
incentiva a crer que Jesus pode transformar qualquer pecador
num filho de Deus.
Todavia, o perdão de Deus não é automático; é possível rejeitar
sua graça, se assim o desejarmos. Em 1830, um homem chamado
George Wilson foi preso por roubar correspondências, infração
passível da pena de morte por enforcamento. Algum tempo
depois, o presidente Andrew Jackson concedeu o indulto a
Wilson, mas ele o recusou! As autoridades ficaram confusas:
deveriam libertar ou enforcar Wilson?
Assim, consultaram John Marshall, presidente do Supremo
Tribunal, que lhes deu sua decisão: "O indulto é um pedaço de
papel, cujo valor é determinado pela aceitação da pessoa a ser
perdoada. Caso seja recusado, não é um indulto. George Wilson
deve ser enforcado".
Se ainda não aceitou o perdão de Deus, este é o momento de crer
e de ser salvo.

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