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Estude e aprenda sobre

HOMILÉTICA “A ciência que ensina os principais fundamentos de como


preparar e proferir sermões”.

Procura apresentar-te a Deus aprovado, como


obreiro que não tem de que se envergonhar, que
maneja bem a palavra da verdade.

2 Timóteo 2:15

ETEBES
CENTRO DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA BATISTA DO ES
Billy Graham Rodrigues
Bacharel em Teologia - Seminário Batista
do Sul/RJ

Pastor Batista a 35 anos

Atualmente Pastor na Igreja Batista da


Graça/ES

Foi Presidente da OPBB-ES por 2 anos

Professor de Homilética no CETEBES por


10 anos

É Cooperador do Ministério de
Comunicação da Convenção Batista/ES

Wolmar Craus
Coordenador Geral

Diego Juliano Bravim


Diretor

ETEBES
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SUMÁRIO
Unidade 01: Introdução ao estudo da Homilética........................................................05
1 Definição do termo ‘‘Homilética’’............................................................................05
2 O lugar e a importância da pregação na história do Cristianismo.........................05
3 Definições da pregação bíblica do evangelho......................................................06
Phillips Brooks........................................................................................................06
G. Campbell Morgan..............................................................................................06
Andrew Watterson Blackood..................................................................................06
Bernard Manning...................................................................................................06
Jerry Stanley Key....................................................................................................06
4 Análise da pregação á luz da definição de Jerry Stanley Key.................................06
O Conteúdo............................................................................................................06
O Agente................................................................................................................06
O Propósito............................................................................................................06
5 Definição dos termos e tipos de sermões................................................................07
Sermão Temático...................................................................................................07
Sermão Textual......................................................................................................07
Sermão Expositivo..................................................................................................07
6 Perigos a serem evitados quando se estuda a Homilética......................................07
7 Fontes para o estudo da Homilética........................................................................08
8 Razões por que devemos estudar a Homilética......................................................08
9 Fatores que determinam o valor da disciplina .......................................................09
Notas bibliográficas..............................................................................................09
Unidade 02: O texto bíblico do sermão.........................................................................10
1 Significado do texto................................................................................................10
2 Vantagens no uso do texto......................................................................................10
3 Como escolher o texto............................................................................................11
4 Como interpretar o texto.........................................................................................11
Unidade 03: A interpretação correta do texto bíblico...................................................12
1 Falhas na interpretação do texto............................................................................12
2 Quatro Princípios básicos na interpretação das escrituras....................................13
3.2.1 O Princípio Teológico.....................................................................................13
3.2.2 O Princípio Gramatical..................................................................................13
3.2.2.1 O significado de palavras é importante para o intérprete......................13
3.2.2.2 O fator retórico é importante. Que tipo de literatura é o texto?...............13
3.2.3 O Princípio Histórico......................................................................................13
3.2.3.1 Quem é o autor do texto? Onde escreveu e em que circunstâncias? Para
quem foi escrito o texto?..................................................................................................13
3.2.3.2 Qual é o Fundo Histórico do texto?.........................................................14
3.2.3.3 Qual é a relação entre o texto e o ensino do Novo Testamento ou Velho
Testamento? .....................................................................................................................14
3.2.4 O princípio prático, Funcional ou Homilético................................................14
3 A idéia central do texto...........................................................................................14
3.3.1 O que é a ICT?................................................................................................14
3.3.2 Características de uma ICT...........................................................................14
4 Passos necessários a uma boa interpretação........................................................15
3.4.1 Faça o seu estudo pessoal do texto...............................................................15

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SUMÁRIO
3.4.2 Depois de sua própria análise pessoal do texto, continue a pesquisar e a
estudá-lo...........................................................................................................................15
3.4.3 Agora, faça um resumo das principais idéias da passagem........................15
3.4.4 Prossiga com a definição das outras partes do seu sermão.........................16
Unidade 04: A Tese do Sermão.......................................................................................16
1 O que é a tese:.........................................................................................................16
2 A importância da tese.............................................................................................16
3 Características de uma boa tese............................................................................16
4 Como Apresentar a Tese.........................................................................................17
4.4.1 Método Formal..............................................................................................17
4.4.2 Método informal (melhor).............................................................................17
5 O lugar da tese no sermão......................................................................................17
6 Tipos de Tese............................................................................................................17
Unidade 05: Os Objetivos da Pregação.........................................................................18
1 Valor do Objetivo.....................................................................................................18
2 Os objetivos gerais da pregação............................................................................18
5.2.1 O Objetivo Evangelístico...............................................................................18
5.2.2 O Objetivo Doutrinário...................................................................................19
5.2.3 O Objetivo Ético.............................................................................................20
5.2.4 O Objetivo de Consagração .........................................................................20
5.2.5 O Objetivo Devocional ..................................................................................21
5.2.6 O Objetivo de Alento ou Pastoral ..................................................................21
3 O Objetivo Específico do Sermão............................................................................21
Unidade 06: O Tema do Sermão.....................................................................................22
1Vantagens de um bom tema....................................................................................22
2 Características de um bom tema............................................................................23
3 O Tema e sua relação com as outras partes do sermão .........................................23
4 Como anunciar o tema...........................................................................................24
5 Como formular o tema............................................................................................24
Unidade 07: Como Organizar as ideias do sermão.......................................................25
1 A importância da boa organização dos pensamentos..........................................25
2 Qualidades de um sermão bem organizado...........................................................25
3 Erros a serem evitados na organização dos pensamentos .....................................26
4 A organização e declaração das divisões do sermão............................................27
7.4.1 A relação entre o tema e os pontos ou divisões.............................................27
7.4.2 Os pontos do esboço e suas relações entre si...............................................27
5 Número de Divisões................................................................................................32
6 Como anunciar as divisões (Transição das divisões).............................................32
7 Sugestões práticas sobre a organização do sermão..............................................33
Unidade 08: A Introdução do Sermão............................................................................33
1 A Finalidade da introdução....................................................................................33
2 Características de uma boa introdução.................................................................33
3 Erros a serem evitados na introdução .....................................................................34
4 Métodos para a preparação de boas introduções.................................................34
5 Ordem de preparo da introdução...........................................................................34
Unidade 09: A Conclusão do Sermão............................................................................35

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SUMÁRIO
1 Objetivo da Conclusão...........................................................................................35
2 Características de uma boa conclusão..................................................................35
3 Erros a serem evitados na conclusão......................................................................35
4 Métodos para a preparação de boas conclusões..................................................36
Unidade 10: O Apelo na Pregação................................................................................36
1 Por que fazer o apelo...............................................................................................36
10.1.1 O apelo é bíblico.........................................................................................36
10.1.2 O apelo é histórico.......................................................................................36
10.1.3 O apelo é lógico e natural...........................................................................37
10.1.4 O apelo é psicológico.................................................................................37
10.1.5 O apelo é prático.........................................................................................37
2 Características do apelo eficiente.........................................................................37
3 Como variar os métodos usados no apelo..............................................................38
4 Sugestões acerca do apelo....................................................................................39
Unidade 11: Tipos de Sermão ........................................................................................40
1 Sermão Temático....................................................................................................40
11.1.1 Definição.....................................................................................................40
11.1.2 Princípios básicos da preparação de esboços temáticos..........................41
11.1.3 Vantagens e Desvantagens do Sermão Temático.......................................41
2 Sermão Textual........................................................................................................41
11.2.1 Definição.....................................................................................................41
11.2.2 Princípios básicos da preparação de esboços temáticos..........................42
11.2.3 Vantagens e Desvantagens do Sermão Textual...........................................42
3 Sermão Expositivo...................................................................................................42
11.3.1 Definição.....................................................................................................42
11.3.2 Princípios básicos da preparação de esboços expositivos........................43
11.3.3 Vantagens e Desvantagens do sermão expositivo......................................43
11.3.4 A diferença entre o Sermão Textual e o Sermão Expositivo.........................43

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HOMILÉTICA 1

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA HOMILÉTICA


Fonte: Pixabay - Desk

1 DEFINIÇÃO DO TERMO "HOMILÉTICA"


O termo “Homilética” deriva da palavra grega “homilia”, que quer dizer “a ciência ou arte do
discurso cristão”.

Andrew Watterson Blackwood escreveu: ‘‘A Homilética é a ciência cuja arte é a pregação e cujo
resultado é o sermão”.1

Outra definição, talvez mais completa: “A ciência que ensina os principais fundamentos de como
preparar e proferir sermões”.

O LUGAR E A IMPORTÂNCIA DA PREGAÇÃO


2 NA HISTÓRIA DO CRISTIANISMO
A pregação do Evangelho começou com João Batista (Mc
1.4).

Jesus Cristo veio como pregador (Mc 1.14,38,39; Lc 4.15-


21).

Os apóstolos, como Simão Pedro, João e Paulo, foram,


sem dúvida, grandes pregadores, como o foi Estevão (At 6.4;
10.42; 2 Tm 4.2; Tt 1.3).

A Reforma Protestante foi um movimento de retomada da


pregação, especialmente à pregação expositiva. A pregação
voltou a ser a tarefa principal para os reformadores. Os sermões
foram pregados na linguagem do povo (coisa que não acontecia
na missa), e a Bíblia, sem mistura de tradição, foi considerada a
Fonte: Pixabay - Khmer Bible
autoridade suprema.

Grandes movimentos de avivamento, através dos séculos, têm sido caracterizados por grandes
pregadores da Palavra, ungidos pelo Espírito Santo e usados poderosamente por Deus. João Wesley,
na Inglaterra; George Whitefield, na Inglaterra e na América do Norte; os americanos Charles
Finney, D. L. Moody, Billy Graham e outros de vários países.

O pregador é uma figura secundária na pregação; o conteúdo da mensagem é o principal (1 Co


1.18,21,23,24).

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05
DEFINIÇÕES DA PREGAÇÃO BÍBLICA DO
3 ENVANGELHO
PHILLIPS BROOKS: ‘‘A pregação é a comunicação da
2
verdade aos homens mediante o homem”.

G. CAMPBELL MORGAN: “A pregação é a proclamação da


graça de Deus, sob a autoridade do trono de Deus, visando a
atender as necessidades humanas”.3

ANDREW WATTERSON BLACKOOD: A pregação é “a


verdade de Deus apresentada por uma personalidade escolhida,
4
para ir ao encontro das necessidades humanas”.

BERNARD MANNING: “A pregação é uma manifestação do


Verbo Encarnado desde o Verbo escrito e por meio do Verbo
falado”.5

JERRY STANLEY KEY: “A pregação é a fiel exposição do


sentido correto de um ou mais textos da Bíblia, ilustrando a
exposição e aplicando-a à vida dos ouvintes, envolvendo-os de
tal maneira que são satisfeitas suas necessidades, sendo que
Fonte: npg.org.uk esta comunicação é feita por uma pessoa com uma experiência
6
real com Cristo e guiado pelo Espírito Santo”.
G. CAMPBELL MORGAN
“A pregação é a proclamação da graça de Deus,
sob a autoridade do trono de Deus, visando a
atender as necessidades humanas”.

ANÁLISE DA PREGAÇÃO À LUZ DA DEFINIÇÃO


4 DE JERRY STANLEY KEY
O CONTEÚDO da pregação é fundamental (2 Tm 4.2).
Qualquer ministério de púlpito precisa ser cristocêntrico (At
8.5; 18.28;1 Co 1.23).

O AGENTE da pregação é uma pessoa que tem uma


experiência real com Cristo, sem a qual não pode ser o
instrumento de Deus, por mais eloquente que seja, para
transformar vidas. É guiado pelo Espírito Santo. Vive em
íntima comunhão com Deus. Cultiva um profundo amor a
Jesus Cristo e às pessoas ao seu redor, e mais ainda às
pessoas sem salvação. Vive aquilo que prega. Prega aquilo
em que crê, com convicção, fé e esperança, confiando que
Deus vai abençoar e usar sua mensagem.

O PROPÓSITO da pregação é envolver os ouvintes a tal


ponto que suas necessidades sejam satisfeitas. Os apóstolos
Pedro e Paulo, exortavam, admoestavam e persuadiam os
ouvintes, procurando levá-los a decisões e ações acertadas
Fonte: Pixabay - Bible
(At 2.40; 20.31; 26.27-28).

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06 ETEBES
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5 DEFINIÇÃO DOS TERMOS E TIPOS DE SERMÕES

Fonte: Pixabay - Write

SERMÃO TEMÁTICO
É aquele cujos tópicos são extraídos do próprio tema, independentemente do texto.

SERMÃO TEXTUAL
É aquele cujos tópicos são extraídos do próprio texto, que é constituído de uma breve porção da
Bíblia. Digamos: no máximo 3 versículos.

SERMÃO EXPOSITIVO
É aquele cujos tópicos são extraídos do próprio texto, porém este sermão é baseado em um texto
relativamente longo. Um mínimo de 4 versículos, mas pode incluir um capítulo inteiro, vários capítulos,
ou até mesmo um livro inteiro da Bíblia.

O melhor tipo é o sermão expositivo. Ele garante a mensagem de Deus, honra a Bíblia,
alimenta a igreja, e alimenta e desenvolve o pregador.

PERIGOS A SEREM EVITADOS QUANDO SE


6 ESTUDA A HOMILÉTICA
O perigo de se tornar muito crítico a respeito das pregações dos outros.

O perigo de não se considerar à altura do desafio.

O perigo da artificialidade e falta de substância real.

O perigo da ênfase demasiada nas regras e na técnica da Homilética, negligenciando o lado


espiritual (1 Co 2.4,5).

As regras são fruto das experiências desenvolvidas ao longo dos anos.

Os princípios são superiores às regras e nunca mudam, enquanto as regras podem mudar de
acordo com a época, com a localidade, com a tradição ou a cultura.

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07
As regras existem para nos ajudar no preparo e na pregação de nossas mensagens. Mas sempre
devemos priorizar o preparo espiritual.

O perigo da imitação.

7 FONTES PARA O ESTUDO DA HOMILÉTICA


Livros e artigos sobre Homilética.

Sermões encontrados na Palavra de Deus (At 2 - Pedro, At 7 -


Estevão, At 17 - Paulo).

A vida dos grandes pregadores.

Sermões publicados. (Cuidado! Muitos não servem!)


Sermões ouvidos.

Críticas construtivas de amigos (Pv 15.31,32).


Fonte: Pixabay - Book
Autocrítica.

RAZÕES POR QUE DEVEMOS ESTUDAR A


8 HOMILÉTICA
Porque somos gratos a Deus por termos recebido o
grande privilégio de sermos pregadores da Palavra.

Porque a pregação é a obra prioritária dos vocacionados


para o ministério.

Por causa das falhas existentes na pregação de hoje.

Por causa dos tipos de sermões que atrapalham o culto.

Sermão anestésico Sermão-reportagem

Sermão insípido Sermão de marketing

Sermão óbvio Sermão-metralhadora

Sermão indiscreto

Por causa da situação caótica do país e do mundo.

Fonte: Pixabay - Desk Por causa da dificuldade da tarefa do pregador.

A dificuldade de explicar o significado de expressões bíblicas de difícil entendimento.

A dificuldade da condição espiritual dos nossos ouvintes.

A dificuldade de pregar uma ou mais vezes por semana, anos após ano, e ter uma boa variedade
de ideias e textos.
A dificuldade de pregar para um auditório tão heterogêneo.

08 ETEBES
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Por causa de nossas limitações pessoais.


FATORES QUE DETERMINAM O VALOR DA
9 DISCIPLINA
A convicção que tem sobre a utilidade desta matéria (O
Espírito Santo não ajuda preguiçoso! 1 Tm 4.13; 2 Tm 4.13).

Sua concepção da tarefa do vocacionado por Deus.

A maneira pela qual o aluno e o professor se adaptam um


ao outro.

O desejo do aluno de aprender a pregar e melhorar suas


mensagens.

O espírito com que aceita as sugestões do professor e dos


colegas (Pv 15.31,32).

A maneira pela qual o aluno depende do Senhor para sua


Fonte: Pixabay - Books
iluminação e ajuda.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
1
BLACKWOOD, Andrew Watterson. A Preparação de Sermões. Trad. D. Macedo. Rio de Janeiro:
JUERP/ASTE, 1984, p. 21.
2
BLACKWOOD, Andrew Watterson. A Preparação de Sermões. Trad. D. Macedo. Rio de Janeiro:
JUERP/ASTE, 1984, p. 15.
3
MORGAN, G. Campbell. Preaching. New Yor: Revell, 1937, p. 15.
4
BLACKWOOD, Andrew Watterson. Op. cit., p. 15.
5
CRANE, James D. O Sermão Eficaz. Trad. João Soares da Fonseca. Rio de Janeiro: JUERP,
1989, p. 17.
6
KEY, Jerry Stanley. O Preparo e a Pregação do Sermão. Rio de Janeiro: JUERP, 2001, p. 36.

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Fonte: Pixabay - A Book

HOMILÉTICA 1

O TEXTO BÍBLICO DO SERMÃO

1 O SIGNIFICADO DO TEXTO
O texto é a passagem bíblica que serve de base para o sermão.

COMO NASCE O SERMÃO?

Através da leitura da Bíblia.

Através das necessidades dos ouvintes.

Através das experiências pessoais.

Através da ocasião.

Através dos acontecimentos importantes. Fonte: Pixabay - Book

2 VANTAGENS NO USO DO TEXTO


O texto, quando usado corretamente, confere ao sermão a autoridade da Palavra de Deus.

Pelo uso do texto ensinamos a Palavra de Deus e levamos o povo a conhecê-la. E esta é a grande
necessidade dos nossos dias!

O texto ajuda os ouvintes a reterem as ideias principais do sermão.

O texto limita e unifica o material apresentado no sermão.

O uso do texto permite que o pregador fale sobre certos problemas que, de outra forma, seriam de
difícil abordagem no ministério do púlpito.

O uso do texto ajuda o próprio pregador a conhecer melhor as Escrituras.

Através de seu fundo histórico, o texto muitas vezes fornece bom material para a introdução do
sermão.

A pregação bíblica por textos ajuda na conversão de almas e no fortalecimento dos crentes.

10 ETEBES
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É mais fácil conseguir variedade em nossas mensagens quando usamos diferentes textos, do que
quando escolhemos temas não ligados a textos bíblicos.

3 COMO ESCOLHER O TEXTO


Escolha textos que falem primeiramente ao seu próprio coração.

Escolha textos relevantes às necessidades dos ouvintes.

Escolha textos que sejam claros no seu significado.

Salmo 1 Marcos 10.17-27 João 3.16-21


Isaías 55.1-7 Lucas 19.1-10 Atos 16.25-34

Não tenha medo de escolher textos bem conhecidos.

MAS FICA AQUI UMA ADVERTÊNCIA: textos bem conhecidos devem ser mais estudados
para descobrirmos novas idéias.

Não despreze os textos do Velho Testamento.

Faça a escolha de textos de todas as divisões da Bíblia, não negligenciando nenhuma parte.

Geralmente é melhor escolher um só texto para basear o sermão. Em alguns casos, porém, é
aceitável mais de um.

Via de regra, o texto não deve ser grande demais. Cinco a oito versículos nos parece o ideal. Mas
ele pode ser menor ou maior do que isso.

O tema do sermão deve estar de acordo com o texto, em perfeita harmonia com ele.

Sugestão: Faça uma lista de bons textos, para não ter que gastar muito tempo na procura de
um texto quando receber convite para pregar. Alguns textos, além dos já mencionados, que
servem bem para sermões, são os seguintes:

Salmo 23 Mateus 27.15-26 Lucas 14.16-24 Romanos 10.8-13


Salmo 51.1-13 Marcos 10.17-22 Lucas 15.1-7 Romanos 12.1,2
Isaías 53.1-7 Lucas 10.25-37 Lucas 15.11-24 Efésios 2.1-10
Mateus 22.41-46 Lucas 12.15-21 Lucas 16.19-31 Hebreus 12.1-3
Mateus 25.24-30 Lucas 13.1-5 Lucas 18.9-14 Apocalipse 22.17

4 COMO INTERPRETAR O TEXTO


Não use o texto como mero pretexto daquilo que se quer dizer.

Interprete-o historicamente: Quem escreveu esta passagem? Em que época, lugar e sob quais
circunstâncias foi escrita? A quem foi dirigida? Com que propósito foi escrita? Use um bom comentário
bíblico para responder a estas perguntas. Consulte também uma enciclopédia bíblica, se o termo exigir
conhecimentos históricos ou técnicos particulares.
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Interprete-o literariamente: Compreendo o significado de cada palavra contida neste texto? Se
não, devo procurar o dicionário para remediar a falta. Às vezes não será suficiente um dicionário comum,
e tornar-se-á necessário consultar um dicionário bíblico.

Não estude o texto sem considerar o contexto (aquilo que vem antes e depois do texto).

Interprete-o e aplique-o de acordo com o sentido real. Para isso deve verificar se a linguagem é
“literal” ou “simbólica”.

Consulte outras versões da Bíblia. Isto lhe ajudará a entender melhor certas idéias do texto.

Consulte os textos paralelos indicados nas referências de rodapé, na Bíblia, ou numa


Concordância ou Chave Bíblica.

HOMILÉTICA 1

A INTERPRETAÇÃO CORRETA DO TEXTO BÍBLICO


Fonte: Pixabay - Printing Plate

1 FALHAS NA INTERPRETAÇÃO DO TEXTO


Alguns confiam em sua própria eloquência e não dão suficiente atenção à busca do sentido real do
texto.

Alguns confiam em seu conhecimento geral da Bíblia, achando que podem substituir os fatos
específicos do texto escolhido com suas ideias a respeito do significado do texto.

Alguns utilizam excessivamente material de fontes extrabíblicas para substituir o material que
deveria ser extraído do texto.

Alguns tem preguiça de estudar adequadamente o texto que servirá de base para os sermões.

Alguns não tem noção do trabalho necessário para se tornar um intérprete das Escrituras.

Alguns se ocupam com trivialidades, roubando assim o tempo que poderia ser dedicado ao estudo
e à preparação para pregar.

Alguns não tem noção da importância da tarefa de interpretar a Bíblia.

Alguns negligenciam ou não entendem a fraseologia do texto.

Alguns negligenciam ou não consideram o contexto.

Alguns espiritualizam impropriamente o texto.

12 ETEBES
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Alguns acham que não é necessário estudar o texto, porque o Espírito Santo “vai dar a
mensagem” na hora da pregação.

Alguns não tomam um cuidado especial na interpretação das narrativas de histórias na Bíblia.

Alguns só consideram as ideias que reforçam suas opiniões e convicções.

QUATRO PRINCÍPIOS BÁSICOS NA


2 INTERPRETAÇÃO DAS ESCRITURAS
3.2.1 – O PRINCÍPIO TEOLÓGICO
É necessário que o intérprete tenha tido uma experiência real com Cristo e compreenda as doutrinas
ensinadas na Bíblia. Senão, ele não conseguirá interpretar fiel e corretamente a Palavra de Deus (1 Co
2.14 e 12).

3.2.2 – O PRINCÍPIO GRAMATICAL


3.2.2.1 – O significado de palavras é importante para o intérprete:
Qual é a etimologia ou história das palavras principais do texto? (Sua origem, a história de seu uso,
etc.)

Como foram usadas estas palavras na época do autor? (Por outros autores, na literatura do período,
etc.)

O autor usou estas palavras ou vocábulos em outros livros? (Exemplo: Quem escreveu a carta aos
Hebreus? Poderia ter sido o apóstolo Paulo? Por que alguns creem que não?)

Há outras traduções destas palavras ou vocábulos? (Exemplo: Que significa a palavra “caridade”
em 1 Co 13?)

Qual é a relação delas ao contexto imediato? (Exemplo: Mt 25.14-30 – o que significa a palavra
“talento”?)

Qual é o tempo dos verbos? (Exemplo: 1 Jo 3.6 e 9)

3.2.2.2 – O fator retórico é importante. Que tipo de literatura é o texto?


É poesia hebraica? (Então, há uma série de fatores que influenciará a interpretação!)

É literal ou figurativo? (Exemplos: Comer o corpo e beber o sangue de Cristo (Jo 6.53,54); cortar a
mão ou o pé ou arrancar o olho que lhe escandalizar (Mt 18.8,9).

É uma parábola?

3.2.3 – O PRINCÍPIO HISTÓRICO


3.2.3.1. Quem é o autor do texto? Onde escreveu e em que circunstâncias? Para quem
foi escrito o texto?
Exemplo: Quem escreveu o livro do Apocalipse? Onde estava quando o escreveu? Isso pode ter
afetado o uso da linguagem apocalíptica? Outro exemplo: O livro de Eclesiastes, o livro que tem sido
chamado o mais “traiçoeiro” para interpretar!

ETEBES
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3.2.3.2. Qual é o Fundo Histórico do texto?
Isso revela algum costume especial da vida do povo daquela época? (Exemplos: “segunda milha” –
de quem era a lei da primeira milha? Outro exemplo: O véu. Quem não usava o véu entre as mulheres da
época do Apóstolo Paulo?)

A arqueologia ou geografia das terras bíblicas revela alguma coisa sobre o texto? (Exemplo: A
descida de Jerusalém em direção a Jericó. Lucas 10.25-34).

3.2.3.3. Qual é a relação entre o texto e o ensino do Novo Testamento ou o Velho Testamento?

O Velho Testamento deve ser interpretado à luz do Novo Testamento. (O Novo Testamento é a chave
na interpretação do Velho Testamento. Ver relação entre o livro de Levítico e a Carta aos Hebreus.
Compare também Números 21.9 com João 3.14-16).

A Bíblia deve ser interpretada à luz da revelação progressiva. Exemplo: Ainda é valida a lei de “olho
por olho e dente por dente”?

3.2.4 – O PRINCÍPIO PRÁTICO, FUNCIONAL OU HOMILÉTICO


Qual é a aplicação do texto à situação atual, contemporânea? Isso é muito
importante!

Faça a aplicação à sua própria vida e a vida dos ouvintes.

Exemplos:

1 O véu: Não pregamos que seja necessário o uso do véu hoje em dia. Naquela época era
necessário o uso do véu para não trazer escândalo ou suspeita ao novo movimento em franca expansão
no Império Romano. Então o princípio é de não fazer algo que possa servir de tropeço ou escândalo,
fazendo com que algumas pessoas não se interessem mais no Evangelho.

2 Comer carne oferecida aos ídolos; a aplicação é praticamente a mesma.

3 A IDÉIA CENTRAL DO TEXTO


3.3.1 - O QUE É A ICT?
É uma frase breve, com no máximo 16 a 18 palavras, capaz de traduzir a mensagem como dirigida
aos seus primeiros destinatários.

3.3.2 - CARACTERÍSTICAS DE UMA ICT


Ser uma frase com sentido completo.

Ter o verbo principal no passado.

Ser clara e objetiva.

Ser concisa e comunicativa.

Ter a capacidade de identificar o texto em


Fonte: Pixabay - Reader
pauta.

Exemplos no texto de Lc 15.25-32:

14 ETEBES
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ICT 1: Incapacitado de amar e compreender, o irmão do pródigo ficou do lado de fora da festa.

ICT 2: Ao declarar-se o único homem certo, o irmão do pródigo revelou seus próprios erros.

PASSOS NECESSÁRIOS A UMA BOA


4 INTERPRETAÇÃO
O primeiro passo é a escolha e estudo do texto bíblico. Para que sejamos pregadores da Palavra de
Deus é necessário cultivar o hábito de começar nossos sermões, sempre que for possível, com a base
bíblica, interpretando bem o texto. MAS COMO FAZER ISSO?

PEÇA PRIMEIRO A ORIENTAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO PARA O SEU ESTUDO.


3.4.1. FAÇA O SEU ESTUDO PESSOAL DO TEXTO.
(Muitos começam o estudo do texto lendo o que os comentaristas dizem a respeito dele. Mas é muito
melhor que o pregador faça seu “estudo bíblico indutivo”: ver livros sobre este método de estudo
bíblico).

Leia o texto tantas vezes quanto possível, e, se possível, utilizando mais de uma tradução ou versão
da Bíblia.

Faça um esboço analítico da passagem, escrevendo a essência do conteúdo de cada versículo.


Procure diagramar cada oração gramatical, vendo o sujeito, o verbo e os complementares. Lembre-se
que este esboço não é do sermão mas do conteúdo do texto!

Se for possível, leia a passagem nas línguas originais (Grego ou Hebraico).

Pense, medite e reflita sobre a passagem. (Lembre-se que a preparação espiritual são fundamentais
no preparo de qualquer sermão!)

Quando possível, discuta o texto com alguém, como a esposa ou algum amigo.

3.4.2 – DEPOIS DE SUA PRÓPRIA ANÁLISE PESSOAL DO TEXTO, CONTINUE A


PESQUISAR E A ESTUDÁ-LO.
Este é o “estudo bíblico dedutivo”. Veja aquilo que os estudiosos e outros intérpretes dizem a
respeito do seu texto, comparando as idéias deles às suas próprias idéias:

Em bons comentários exegéticos, que são os mais importantes.

Em comentários devocionais e livros de sermões ou estudos sobre o texto.

Agora escreva de novo o esboço analítico do seu texto, a luz das informações mais amplas e
precisas. (Esta é a revisão do que se fez no item 4.2)

3.4.3 – AGORA, FAÇA UM RESUMO DAS PRINCIPAIS IDÉIAS DA PASSAGEM.


Descubra a idéia central do texto. Existem algumas idéias ou temas secundários? Lembre-se que o
verdadeiro sermão bíblico tem que ter uma base em alguma verdade básica do texto, preferivelmente na
“idéia central do texto”!

Faça a escolha da idéia dentro do texto que você quer usar como base para o sermão, lembrando
sempre do contexto e a necessidade de ser fiel a ele. Verifique se a sua interpretação e quaisquer
inferências que você tira do texto são realmente fiéis ao sentido do texto. (Exemplo negativo: Alguns
fazem a inferência de que Atos 16.33 ensina o batismo infantil: “E logo foi batizado, ele e todos os
seus”. Pensemos os pensamentos de Deus!)
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3.4.4 – PROSSIGA COM A DEFINIÇÃO DAS OUTRAS PARTES DO SEU SERMÃO.
Tais como o tema, a tese, os objetivos, o esboço, a introdução, a conclusão, o apelo, as ilustrações, as
aplicações práticas e pessoais, etc.

Fonte: Pixabay - Book

HOMILÉTICA 1

A TESE DO SERMÃO

1 O QUE É A TESE?
A tese, também chamada de proposição, é uma declaração simples da idéia central do sermão numa
breve sentença afirmativa. Em outras palavras, é aquilo que você vai tentar explicar ou provar durante o
sermão. A tese é realmente uma síntese do sermão.

2 A IMPORTÂNCIA DA TESE
A tese ajuda o pregador a ficar no caminho certo.

A tese ajuda a congregação a acompanhar a mensagem de modo fácil e inteligente.

3 CARACTERÍSTICAS DE UMA BOA TESE


Deve expressar a idéia central do texto básico, já
expressa através da ICT.

Deve ser uma sentença declarativa (afirmativa).

Deve ser expressa com o verbo no presente.

Deve ser uma frase com um sentido completo.

Deve ser clara, objetiva.

Deve ser breve e enfática (no máximo dezesseis


palavras). Fonte: Pixabay - Studying

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4 COMO APRESENTAR A TESE
4.4.1 – MÉTODO FORMAL
“A verdade que me proponho a apresentar é...” (tese)

4.4.2 – MÉTODO INFORMAL (MELHOR)


“Vamos considerar a verdade que...” (tese)

“O texto é um exemplo da verdade que...” (tese)

“Você já pensou sobre o fato que...” (tese)

“A minha intenção hoje nesta mensagem é ilustrar o fato que...” (tese)

5 O LUGAR DA TESE NO SERMÃO


A tese pode ser apresentada em qualquer parte da introdução do sermão.

A tese também pode ser repetida em qualquer parte do sermão, e até pode ser uma frase que
será repetida várias vezes durante a mensagem, para gravá-la bem na mente do ouvinte.

6 TIPOS DE TESE
A tese pode ser uma avaliação ou expressar um julgamento.

Exemplos:

“A oração traz inúmeras bênçãos”.

“As boas intenções não justificam atitudes ou ações erradas”.

A tese pode tratar de uma obrigação ou dever.

Exemplos:

“É necessário que o crente demonstre interesse nas pessoas sem Cristo, testemunhando
diariamente de sua fé em Cristo”.

“É preciso que cada crente exerça um ministério de intercessão”.

A tese pode falar de uma atividade ou atitude, sem especificar uma obrigação.

Exemplos:

“Os crentes podem tornar-se mais eficientes na vida devocional”.

“O crente, com a ajuda de Cristo, pode vencer as provações da vida”.

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Fonte: Pixabay - Dart

HOMILÉTICA 1

OS OBJETIVOS DA PREGAÇÃO

1 VALOR DO OBJETIVO
A determinação do objetivo constitui um guia indispensável na preparação da mensagem.

Muitas vezes ele ajuda a determinar o tema e até o texto que serão utilizados na pregação.

Ajuda a selecionar melhor e limitar as ideias a serem usadas no desenvolvimento da


mensagem.

Ajuda a determinar a sequência de ideias a serem apresentadas no sermão.

Ajuda o sermão a ser mais claro no seu desenvolvimento.

Ajuda o pregador a lembrar que o sermão é um meio e não um fim.

Dá ao pregador motivos para se esperar frutos de suas mensagens.

Ajuda o pregador a depender mais de Deus, porque sem a ajuda de Deus nunca poderá atingir a
meta ou alvo estabelecido.

2 OS OBJETIVOS GERAIS DA PREGAÇÃO


Existem 6 objetivos gerais e todos os sermões se enquadram em um ou mais deles. Muitos autores
dizem que é impossível ter mais de um objetivo geral, mas a própria experiência do obreiro revela que
em algum momento ele pode ter o objetivo de evangelizar, mas ao mesmo tempo dar algo mais na
mensagem para conseguir uma maior consagração dos crentes.

5.2.1 – O OBJETIVO EVANGELÍSTICO


Seu objetivo principal é conquistar os perdidos para Cristo (At 26.15-18).

Considerações básicas a respeito desse objetivo:

É preciso ter uma convicção profunda da situação de todos que não tem Cristo no coração! Estão
perdidos em seus pecados, sem esperança neste mundo e na eternidade!

É preciso crer na possibilidade da salvação e transformação das pessoas sem Cristo (Rm 1.16).

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É preciso compreender o que está envolvido numa experiência de conversão, quando alguém tem
um encontro pessoal com Cristo. O novo convertido se arrepende e é perdoado, tem uma nova
motivação e comunhão com Deus, mas todos os vícios não são vencidos de forma automática, nem
todos os problemas são resolvidos com facilidade.

Algumas críticas quanto à pregação evangelística hoje em dia:

Alguns alegam que a pregação evangelística é a pregação de um evangelho que é fácil demais, e
se torna em falso evangelho. É o “evangelho de bênçãos”.

Muitas vezes as mensagens evangelísticas são mensagens negativas com muito


sensacionalismo, para espantar, amedrontar ou manipular os ouvintes.

Outros criticam os sermões evangelísticos dizendo que muitos deles não recebem a atenção e
preparo necessários. Não se deve pensar que quando se trata de sermões evangelísticos qualquer
coisa serve!

Uma outra crítica bem merecida é que existe muita repetição em mensagens evangelísticas de um
grande número de pregadores, não existindo uma boa variedade de temas e ideias.

Sugestões a respeito da pregação de sermões evangelísticos:

Coloque o máximo de esforço na pregação de sermões evangelísticos, pois eles devem ser os
melhores sermões que pregamos!

Os sermões evangelísticos não devem ser muito compridos, abusando da boa vontade dos
ouvintes, especialmente os não crentes.

Devem ser pregadas as grandes doutrinas bíblicas nos sermões evangelísticos, como a fé em
Cristo, o pecado, a graça, o amor de Deus, a segunda vinda de Cristo, o céu, o inferno, etc.

Os sermões evangelísticos devem ser pregados com espírito de urgência, porque pode ser que
alguém que ouve a mensagem evangelística esteja escutando o evangelho pela última vez.

É preciso pregar com o espírito de amor e compaixão, reconhecendo que nós também estaríamos
em uma situação semelhante e lamentável das pessoas sem Cristo, talvez enterrados no lamaçal do
pecado, se não fosse a maravilhosa graça de Deus que nos alcançou!

Espere as bênçãos de Deus quando você prega sermões evangelísticos!

5.2.2 – O OBJETIVO DOUTRINÁRIO


Funções do Sermão Doutrinário:

1 Leva os crentes a crescerem em Cristo.

2 Dá aos crentes uma boa base doutrinária para fazer escolhas e tomar decisões na vida.

3 Ajuda a preparar os crentes contra a entrada de heresias e os estragos de falsas doutrinas.

4 Ajuda a animar os crentes, para que sejam mais ativos.

5 Contribui para o crescimento intelectual e espiritual do pregador.

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Qualidades Essenciais do Sermão Doutrinário:

1 Deve ser simples, tanto em seu vocabulário quanto em sua elaboração.

2 Deve ser positivo.

3 Deve fundamentar-se na verdade, e não no erro.

4 Deve ser prático, atendendo as necessidades espirituais e doutrinárias dos ouvintes

Observação: A doutrina estará presente em todos os sermões, qualquer que seja o seu
objetivo geral.

5.2.3 – O OBJETIVO ÉTICO


Seu objetivo é ajudar os crentes a pautarem sua conduta diária e suas relações sociais de acordo com
os princípios bíblicos.

Problemas morais e éticos que devem ser focalizados no púlpito:

Dez Mandamentos, Sermão do Monte, namoro, noivado, casamento, vida em família, divórcio, sexo,
vícios (tais como a bebida alcoólica, o cigarro e as drogas), honestidade, preconceito, cobiça, inveja,
amor, amor aos inimigos, as amizades, pensamentos puros, pornografia, televisão, tentação, pobreza,
fome, o serviço cristão aos necessitados, a língua, a ira, o temperamento, delinqüência, crime, ajuda a
ex-presidiários, menores abandonados, a ação social, a paz internacional, a ecologia, e muitos outros.

5.2.4 – O OBJETIVO DE CONSAGRAÇÃO


Funções do Sermão de Consagração:

1 Visa uma maior dedicação dos crentes à causa de Deus.

2 Visa ajudar os crentes a descobrirem e desenvolverem seus dons.

3 Visa ajudar os crentes na constante batalha contra o pecado.

Requisitos para que possamos ser bem sucedidos na pregação de sermões de consagração:

1 O próprio pregador deve ser consagrado!

2 É preciso conhecer as falhas e fraquezas do povo, os seus problemas e seu testemunho diante do
mundo.

3 É preciso crer que Deus pode atuar para melhorar a situação, crendo que a igreja se tornará cada
vez mais uma igreja consagrada e atuante.

4 É preciso crer que Deus distribuiu os dons espirituais e não deixa nenhuma igreja sem pessoas
que têm um grande potencial.

5 É preciso crer que Deus continua escolhendo e vocacionando obreiros para a sua seara.

6 É preciso pregar sermões de consagração com amor e um espírito compassivo, em vez de


condenar o povo. A tendência de muitos pregadores é de pregar às pessoas ausentes, “tirando o
recalque” nas pessoas presentes, que são os irmãos mais fiéis! Neste sentido, o conteúdo das
mensagens deve ser mais positivo do que negativo.

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7 É preciso que os sermões de consagração sejam sermões que apelem à lógica e à razão
(inteligência), bem como à vontade e às emoções.

8 É preciso oferecer sugestões práticas para o povo, bem como oportunidades para desenvolverem
os seus dons. É bom levar o povo a agir!

5.2.5 – O OBJETIVO DEVOCIONAL


Definição

O sermão com este objetivo enfatiza a relação do crente para com Deus e fala de sua comunhão com
Ele. Enquanto o sermão com o objetivo ético trata do relacionamento horizontal (do homem para com o
homem), o sermão com o objetivo devocional trata do relacionamento vertical (do homem para com
Deus). Este tipo de sermão não deve ser confundido com a parte do culto às vezes chamada de
“devocional” ou “meditação” de poucos minutos em algum culto, congresso ou assembléia
convencional!

Assuntos de Sermões Devocionais:

Adoração, louvor, comunhão com Deus através da oração individual ou coletiva, o estudo da Palavra
de Deus, etc.

5.2.6 – O OBJETIVO DE ALENTO OU PASTORAL


Assuntos para sermões com objetivo de alento:

O sofrimento, a morte, as ansiedades e preocupações, o falso sentimento de culpa, a solidão, como


enfrentar as adversidades, medo e pânico, o problema da dúvida, a depressão e o desespero, a paz
interior, etc. Há ensino bíblico sobre estes e muitos outros problemas da vida.

Sugestões:

Não deve haver um culto sequer sem alguma parte visando confortar o povo e ajudá-lo no meio dos
problemas que o cerca. Pode ser um cântico ou um hino, uma leitura bíblica, ou um momento de
intercessão por problemas específicos que os crentes estão enfrentando. Mas além disso, deve ser
pregado com certa frequência sermões com este objetivo.

Quando estiver em dúvida, pregue um sermão de alento, pois sempre há pessoas que dele
precisam. Há um coração partido e quebrantado em cada banco, alguém que precisa de esperança.

Alguns textos para sermões de alento: Js 1.1-9; Jó (vários textos); Sl 23, 24, 46, 91, 121; Mt 6.25-
34; Jo 14.1-6; Rm 8.26-39; 1 Co 15.50-58; 2 Co 1.1-11; 4.7-10; 12.7-10; Fp 4.4-13, 19, etc.

3 O OBJETIVO ESPECÍFICO DO SERMÃO


Definição:

É o alvo imediato de cada sermão, à luz da verdade apresentada nele. É a declaração daquilo que nós
queremos que os ouvintes façam.

Exemplos:

A Levar os ouvintes a receberem o novo nascimento como o único meio ou caminho de salvação.

B Levar os ouvintes a compreenderem melhor o plano de Deus para a evangelização de todos os


povos e línguas, para que se consagrem e façam sua parte em favor de missões. Sintetizado: Levar os
ouvintes a se consagrarem mais e a participarem mais na obra missionária.
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C Que os irmãos dilacerados pela dor, possam deixar que Deus torne em triunfo a tragédia que eles
estão passando.

D Tema: “ARREPENDER-SE OU PERECER”

Texto: Lc 13.1-5

Objetivo Geral: Evangelístico

Objetivo Específico: Quero que meus ouvintes, tão indiferentes ao pecado, venham a sentir
de tal maneira o perigo em que incorrem, que se arrependam, entregando-se à misericórdia de
Deus.

Observação: O objetivo específico não faz parte do sermão em si. Ele serve apenas para
orientar a preparação e a pregação do sermão.

Fonte: Pixabay - Ideia

HOMILÉTICA 1

O TEMA DO SERMÃO

COMO NASCE UM SERMÃO?

Quando se descobre a idéia que se quer pregar. Na maioria das vezes essa idéia nasce
relacionada com uma passagem das Escrituras Sagradas.

Porém, às vezes, a idéia do sermão também nasce sem ter um texto bíblico estabelecido. Isso
acontece, por exemplo, quando o pregador quer falar sobre uma doutrina, como a fé, a graça, o
céu, ou o inferno. Nesses casos o pregador deve combinar ou “casar” o assunto do seu
sermão com um texto da Palavra de Deus. Senão, ele estará falando da sua própria sabedoria e
não da Palavra de Deus!

1 VANTAGENS DE UM BOM TEMA


Serve como alicerce na construção do sermão. Valoriza a mensagem.

Desperta a atenção do ouvinte. Ajuda o pregador a não se desviar do assunto.

Possibilita a inserção no boletim da igreja Possibilita melhor sistema de arquivamento.

Ajuda a alcançar os que vão passando.

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2 CARACTERÍSTICAS DE UM BOM TEMA
Deve ser preciso e exato.

Deve ser claro e simples.

Deve ser interessante mas não sensacional.

Deve ser expresso em palavras de hoje e não de ontem.

Deve representar um assunto que o pregador possa pregar.

Deve ser breve, mas não abrupto. (2 a 7 palavras)

Deve ser específico, e não geral. Fonte: Pexels - Ann Poan

Deve ser oportuno, relevante e de acordo com as necessidades dos ouvintes.

Deve ser positivo e não negativo.

O TEMA E SUA RELAÇÃO COM AS


3 OUTRAS PARTES DO SERMÃO
Relação do Tema Com o Texto

O tema é derivado do texto.

Relação do Tema Com a Tese

A tese diz aquilo que vamos fazer com o tema.

Relação do Tema Com o Objetivo Específico

O objetivo específico deve ser derivado do tema de forma natural, concordando com a ênfase do
tema.

Relação do Tema Com a Introdução e a Conclusão

O tema deve ser objeto da introdução e conclusão. Ele deve ser apresentado de forma clara na
introdução. A conclusão deve finalizar e completar o tema.

Relação do Tema Com o Corpo do Sermão

Cada ponto deve estar intimamente ligado ao tema.

Um ponto não pode ser igual ao tema. (Não se pode dividir alguma coisa e ter uma parte igual ao
todo!)

O ideal é que a soma dos pontos seja igual ao tema.

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4 COMO ANUNCIAR O TEMA
“Nosso assunto hoje é...”

“O título do sermão que Deus tem colocado em meu coração para esta hora é...”

“Gostaria que pensássemos hoje sobre...”

“Desejo falar nesta manhã sobre o seguinte tema...”

Observação: O tema pode ser anunciado antes, durante ou até mesmo no final da introdução do
sermão.

5 COMO FORMULAR O TEMA


Tema em Forma de Pergunta

“Vale a Pena Viver?”

“Onde Você Passará a Eternidade?”

Tema em Forma de Uma Declaração

“Deus Pode Cuidar dos Seus Problemas!”

“Falta-te Uma Coisa!”

Tema em Forma de Uma Frase

“O Culto Que Agrada a Deus”

“Como Evitar a Frieza Espiritual”

Tema em Forma de Um Mandamento ou Ordem Bíblica

“Enchei-vos do Espírito”

“Sede Santos” Fonte: Pixabay - Question

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Fonte: Pixabay - Books

HOMILÉTICA 1

COMO ORGANIZAR AS IDÉIAS DO SERMÃO

A IMPORTÂNCIA DA BOA ORGANIZAÇÃO


1 DOS PENSAMENTOS
Para o Pregador

Promove a clareza de idéias.

Promove a unidade de pensamento.

Ajuda o pregador a descobrir o tratamento correto de um assunto.

Dá ao pregador uma visão global do sermão.

Ajuda o pregador a ficar mais livre do esboço.

Torna o pregador mais criativo.

Para a Congregação

Esclarece as idéias do sermão.

Ajuda a recordar os aspectos principais do sermão.

QUALIDADES DE UM SERMÃO BEM


2 ORGANIZADO
Unidade

Significa que o sermão deve ter uma mensagem apenas; uma só idéia central, um só tema, um só
objetivo específico e os seus pensamentos e exemplos devem concordar com o tema e o fim escolhidos.

EXEMPLO NEGATIVO:

Tema: “A SALVAÇÃO, DOM DE DEUS” 2 A SALVAÇÃO É DOM DE DEUS

Texto: Ef 2.8,9 3 JESUS MORREU PARA NOS SALVAR

1 A SALVAÇÃO NÃO VEM DAS OBRAS 4 CORNÉLIO NÃO FOI SALVO PELAS OBRAS

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EXEMPLO POSITIVO:

Tema: “SALVAÇÃO PELA GRAÇA”

Texto: Ef 2.8,9

1 A SALVAÇÃO É ALCANÇADA PELA GRAÇA PORQUE NÃO DEPENDE DAS OBRAS (v. 9)

2 A SALVAÇÃO É ALCANÇADA PELA GRAÇA PORQUE É UM DOM GRATUITO DE DEUS (v.


8b)

3 A SALVAÇÃO É ALCANÇADA PELA GRAÇA PORQUE É UM ATO QUE EXIGE FÉ (v. 8a)

Ordem Lógica

Significa que deve haver uma ordem lógica entre as divisões do sermão.

Proporção

Significa que cada divisão do sermão deve receber o mesmo tempo de discussão para não acontecer
desequilíbrio.

Progresso

Significa que o sermão deve marchar para o seu objetivo de maneira crescente.

ERROS A SEREM EVITADOS NA


3 ORGANIZAÇÃO DOS PENSAMENTOS
Evite um método que sirva para qualquer texto.

Exemplos: Comentários explicando o texto, sem nenhuma divisão ou esboço.

Evite escolher um texto para apenas tirar algumas “lições” dele. Muitas vezes estas “lições” são
apenas pensamentos do pregador, fruto de sua imaginação, que ele “pendura” no texto.

Evite o esboço formado por certas categorias de palavras, sem conteúdo em si.

Exemplo:

Quando se deu?

Onde se deu?

Com que se deu?

Exemplo:

O significado O lugar

A necessidade O tempo Fonte: Pixabay - Books

Os meios As consequências

Este tipo de esboço mata a criatividade do pregador!

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Tome cuidado de não desviar as divisões do tema escolhido, levando o esboço para outra direção.

EXEMPLO NEGATIVO:

Tema: “A VERDADE QUE NOS LIBERTA”

Texto: Jo 8.32

Esboço:

1 QUE É A LIBERDADE?

2 QUE É A VERDADE?

EXEMPLO POSITIVO:

Tema: “A VERDADE QUE NOS LIBERTA”

Texto: Jo 8.32

Esboço:

1 A VERDADE APONTA-NOS O PECADO (v. 21-24)

2 A VERDADE MOSTRA-NOS COMO SOMOS ESCRAVOS DO PECADO (v. 34)

3 A VERDADE APONTA-NOS O LIBERTADOR (v. 36, 12, 24b)

Evite esconder o tema e os pontos do esboço!

Observação: Evite também “abrir parêntesis” durante o sermão!

A ORGANIZAÇÃO E DECLARAÇÃO DAS


4 DIVISÕES DO SERMÃO
Existem certos princípios que ajudam o pregador na organização e declaração do seu esboço:

7.4.1 – A RELAÇÃO ENTRE O TEMA E OS PONTOS OU DIVISÕES.


O tema deve abranger o pensamento de todas as divisões; cada divisão deve ajudar no
desenvolvimento do tema.

Cada divisão deve discutir apenas uma faceta do tema.

Nenhuma divisão deve ser igual ao tema.

A soma total das divisões deve completar o pensamento do tema.

Exemplo: 1º Ponto + 2º Ponto + 3º Ponto = Tema

7.4.2 – OS PONTOS DO ESBOÇO E SUAS RELAÇÕES ENTRE SI.


As divisões devem ser distintas entre si.

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EXEMPLO NEGATIVO:

1 BARTIMEU ERA CEGO

2 BARTIMEU ERA CEGO MESMO

3 BARTIMEU NÃO ENXERGAVA NADA

Cada divisão deve ter mais ou menos o mesmo tempo de discussão no desenvolvimento do esboço
(proporção).

As divisões devem ser organizadas em ordem lógica e de interesse crescente para alcançar um bom
clímax.

As divisões devem ser formuladas em termos claros e concisos. Nada de pontos obscuros e
incompreensíveis!

Deve ser utilizado um bom sistema de numeração nas divisões e sub-pontos.

EXEMPLOS:

ASSIM OU ASSIM E NÃO ASSIM


I– 1. 1.
1. 1.1 1.1
2. 1.2 1.2
II – 2. 2.
III – 3. 3.

A introdução, o corpo do sermão (que são as divisões) e a conclusão não recebem número no
esquema do sermão.

Exemplo:

INTRODUÇÃO

I–

II –

III –

CONCLUSÃO

Certos itens fazem parte do desenvolvimento e não levam número no esboço. Exemplos: A
interpretação do texto, as ilustrações e a aplicação feita nos pontos, não são divisões nem sub-divisões.

A formulação das divisões deve ter significado contemporâneo e não puramente histórico.

A introdução, o corpo do sermão (que são as divisões) e a conclusão não recebem número no
esquema do sermão.

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Exemplo:

INTRODUÇÃO

I–

II –

III –

CONCLUSÃO

Certos itens fazem parte do desenvolvimento e não levam número no esboço.

Exemplos: A interpretação do texto, as ilustrações e a aplicação feita nos pontos, não são divisões
nem sub-divisões.

A formulação das divisões deve ter significado contemporâneo e não puramente histórico.

EXEMPLO 1 (NEGATIVO):

Tema : “A CHAMADA DE ISAÍAS”

Texto: Is 6.1-8

1 ISAÍAS FOI CHAMADO PORQUE CONHECIA A DEUS (vs.1-4)

2 ISAÍAS SENTIU O SEU PECADO (v. 5)

3 ISAÍAS FOI PURIFICADO DO SEU PECADO (vs. 6,7)

4 ISAÍAS OUVIU A VOZ DE DEUS (v. 8)

5 ISAÍAS ESTAVA PRONTO PARA OBEDECÊ-LA (v. 8)

EXEMPLO 2 (POSITIVO):

Tema : “O JOVEM QUE DEUS CHAMA”

Texto: Is 6.1-8

Frase de Transição: O jovem que Deus chama:

1 É AQUELE QUE CONHECE A DEUS (vs.1-4)

2 É AQUELE QUE SENTE O SEU PECADO (v. 5)

3 É AQUELE QUE É PURIFICADO DO SEU PECADO (vs. 6,7)

4 É AQUELE QUE ESTÁ ATENTO À VOZ DE DEUS (v. 8)

5 É AQUELE QUE ESTÁ PRONTO PARA OBEDECÊ-LA (v. 8)

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EXEMPLO 3 (NEGATIVO):

Tema : “ABRAÃO E A CHAMADA DIVINA”

Texto: Gn 12.1-4

1 ABRAÃO ATENDEU A CHAMADA DIVINA PORQUE OUVIU A VOZ DE DEUS (v. 1a)

2 PARA ATENDER A VOZ DIVINA ABRAÃO PRECISOU RENUNCIAR (v. 1b)

3 ABRAÃO ATENDEU A CHAMADA PARA IR À TERRA DESCONHECIDA, NÃO SABENDO O


QUE LHE ACONTECERIA (v. 1c)

4 ABRAÃO ATENDEU A CHAMADA PARA TORNAR-SE EM BÊNÇÃO (v. 2c)

EXEMPLO 4 (POSITIVO):

Tema: “ATENDENDO A CHAMADA DIVINA”

Texto: Gn 12.1-4

Frase de Transição: Para atender a chamada divina:

1 É NECESSÁRIO OUVIR A VOZ DE DEUS (v. 1a)

2 É PRECISO TER O ESPÍRITO DE RENÚNCIA (v. 1b)

3 É NECESSÁRIO ESTAR PRONTO PARA IR ONDE DEUS INDICAR (v. 1c)

4 QUANDO ATENDEMOS A CHAMADA DIVINA, NÓS NOS TORNAMOS EM BÊNÇÃO (v. 2c)

EXEMPLO 5 (NEGATIVO):

Tema : “GIDEÃO, UM SERVO DE DEUS”

Texto: Jz capítulos 6 e 7

1 GIDEÃO FOI UM SERVO DE DEUS QUE TEVE UMA EXPERIÊNCIA PESSOAL COM DEUS
(6.22, 34)

2 GIDEÃO DEMONSTROU SER HUMILDE, CORAJOSO, OBEDIENTE E SUBMISSO À


VONTADE DE DEUS (6.15; 6.25, 7.15-17; 6.25-27; 7.1-8)

3 GIDEÃO TORNOU-SE VITORIOSO (v. 7.19-22)

EXEMPLO 6 (POSITIVO):

Tema : “UM JOVEM A SERVIÇO DE DEUS”

Texto: Jz capítulos 6 e 7 (versículos selecionados)

Frase de Transição: Um jovem a serviço de Deus:

1 TEM UMA EXPERIÊNCIA PESSOAL COM DEUS (6.22, 34)

2 É HUMILDE (6.15)

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3 É CORAJOSO (6.25, 7.15-17)

4 É OBEDIENTE E SUBMISSO À VONTADE DE DEUS (6.25-27, 7.1-8)

5 É VITORIOSO (7.19-22)

Vamos agora fazer um exercício prático, fazendo uma análise de um esboço, utilizando algumas
regras aprendidas aqui:

EXEMPLO NEGATIVO:

Tema: “O MARAVILHOSO CONVITE DE JESUS”

Texto: Mt 11.28-30

1 JESUS AQUI ESTÁ FAZENDO UM CONVITE

2 O CONVITE É PARA OS CANSADOS E OPRIMIDOS

3 OS CANSADOS SÃO CONVIDADOS

4 MATEUS FOI CONVIDADO PARA SEGUIR A JESUS

5 JESUS CONVIDA AQUELES QUE ESTÃO CANSADOS DE SEUS PECADOS

EXEMPLO 1 (POSITIVO):

Tema : “O CONVITE MAIS PRECIOSO DA BÍBLIA”

Texto: Mt 11.28-30

Frase de Transição: Existem vários motivos porque este pode ser considerado o convite mais
precioso da Bíblia. É o convite mais preciso da Bíblia:

1 PORQUE É PARA TODOS (“todos”)

2 PORQUE VEM DE ENCONTRO ÀS NOSSAS NECESSIDADES (“cansados e oprimidos”)

3 PORQUE MOSTRA O VERDADEIRO CAMINHO DO DESCANSO E DA PAZ (“achareis


descanso para as vossas almas”)

4 PORQUE VEM DE QUEM POSSA RESOLVER OS NOSSOS PROBLEMAS (“vinde a MIM e EU


vos aliviarei”)

EXEMPLO 2 (POSITIVO):

Tema : “UM MARAVILHOSO CONVITE PARA VOCÊ!”

Texto: Mt 11.28-30

Frase de Transição: Este convite de Jesus para você é maravilhoso porque:

1 É UM CONVITE QUE VEM DE QUEM POSSA CUMPRIR SUAS PROMESSAS (v. 28a)

2 É UM CONVITE PARA OS QUE CARREGAM FARDOS PESADOS (v. 28b)

3 É UM CONVITE PARA SUBMETER-SE A CRISTO (v. 29a)

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4 É UM CONVITE QUE, UMA VEZ ACEITO, TRAZ PAZ E O VERDADEIRO DESCANSO (v. 29b)

5 NÚMERO DE DIVISÕES
O número de divisões do sermão depende do tema a ser
tratado e do conteúdo do texto. Deve ser óbvio, entretanto, que
não pode haver menos de duas divisões e, em geral, não
devem ser mais do que cinco.

COMO ANUNCIAR AS
6 DIVISÕES (Transição
das Divisões)
Alguém tem comparado um sermão a uma viagem: os
ouvintes, como os viajantes, precisam saber onde estão e que
parte da “viagem” acabou.

A frase de transição é importante no preparo do sermão. Muitas


vezes uma frase serve de ponte para apresentar o ponto
seguinte. Todos conhecem a forma mais tradicional de passar de
uma parte para outra:
Fonte: Pixabay - Running Track
“Em 1o lugar...”, “Em 2o lugar...”, etc.

Mas não é bom usar exclusivamente este método. Outras frases servem, tais como:

“Uma das idéias que encontramos no texto que acabamos de ler é...”

“Uma outra verdade que o texto nos ensina é...”

“Além disso...”

“Outra vez...”

“Novamente...”

Mas deve-se tomar cuidado com palavras transitórias como “Finalmente...” E se usadas mais de
uma vez é fatal! Poucos ouvirão o resto do sermão!

Às vezes a transição faz um resumo do ponto anterior, acrescenta uma frase que serve de ponte para
o ponto seguinte, e termina com uma breve declaração do ponto em si. Aqui está um exemplo:

“É claro, então, que é tempo de ceifar porque queremos cumprir a vontade de Deus em
nossas vidas. Mas há um outro motivo porque é chegada a hora da ceifa: É porque os campos
estão brancos para a ceifa”.

Além das palavras ou frases de transição, também as pausas, a mudança de tom ou volume de voz
ou na fisionomia, etc., ajudam as transições a ficarem mais claras.

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32 ETEBES
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SUGESTÕES PRÁTICAS SOBRE A
7 ORGANIZAÇÃO DO SERMÃO
Aprenda a criticar os seus próprios esboços e sermões à luz dos princípios e regras aprendidos.

É bom, também, pedir a ajuda de algum amigo de vez em quando para avaliar os sermões quando
pregados. (Por exemplo, quando se prega numa série de conferências em uma igreja em que um amigo
é pastor).

Lembre-se que as regras homiléticas não dão vida aos sermões quando pregamos. Cada sermão,
desde o início da preparação, deve ser saturado com oração!

Isto também não significa que as regras não sejam importantes!

Fonte: Pixabay - literature

HOMILÉTICA 1

A INTRODUÇÃO DO SERMÃO

1 A FINALIDADE DA INTRODUÇÃO
Despertar a atenção dos ouvintes e provocar interesse no sermão.

Preparar os ouvintes para que possam entender e apreciar o tema tratado no sermão.

Captar a simpatia dos ouvintes.

Começar com algo relevante à vida dos ouvintes, e ligar esta idéia ao tema e ao texto da
mensagem.

2 CARACTERÍSTICAS DE UMA BOA INTRODUÇÃO


Deve ir direto ao assunto. Deve ser interessante e criadora.

Deve ser breve e proporcional (10 a 15% do Deve ser oportuna para a ocasião ou situação.
sermão).
Deve ser cortês e amigável.
Deve ser simples e clara no seu estilo e
conteúdo. Deve ser bem preparada.

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33
3 ERROS A SEREM EVITADOS NA INTRODUÇÃO
Evite pedir desculpas.

Evite o começo que é dramático demais.

Evite apresentar argumentos e idéias que vão aparecer mais tarde no corpo do sermão.

Evite sobrecarregar a introdução com muitas idéias.

Evite contar piadas.

MÉTODOS PARA A PREPARAÇÃO DE


4 BOAS INTRODUÇÕES
Utilizando o tema do sermão. Utilizando uma ilustração.

Utilizando o próprio texto. Utilizando o fundo histórico do texto.

Utilizando a ocasião da reunião. Utilizando uma entrevista.


Fonte: Pixabay - Darts

Focalizando um problema. Utilizando uma pergunta.

Utilizando uma frase notável. Utilizando algum tipo de produto áudio-visual.

5 ORDEM DE PREPARO DA INTRODUÇÃO


Há uma corrente de opinião que diz que a introdução deve ser a última parte do sermão a ser
preparada. Mas há um outro grupo de autoridades neste campo que diz que uma vez que o texto foi
escolhido e estudado, o objetivo do sermão estabelecido, o tema, a tese, e o esboço, que o próximo
passo é pensar na melhor maneira de introduzir o sermão.

Sugestão do professor: Use o método que lhe for mais natural. O que serve para uma
pessoa talvez não sirva para você.

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34 ETEBES
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Fonte: Pixabay - Strategy

HOMILÉTICA 1

A CONCLUSÃO DO SERMÃO

1 OBJETIVOS DA CONCLUSÃO
Fechar o sermão de forma adequada e eficiente.

Persuadir os ouvintes à ação.

CARACTERÍSTICAS DE
2 UMA BOA CONCLUSÃO
Deve ser apropriada.

Deve ser clara e específica.

Deve ser calorosa.

Deve ser mais positiva do que negativa.

Deve ser bem breve e proporcional (10 a 15% do sermão).

Deve ser cuidadosamente preparada.


Fonte: Pixabay - Checklist

3 ERROS A SEREM EVITADOS NA CONCLUSÃO


Não introduzir pensamentos novos.

Não fique avisando que vai concluir.

Evite o esgotamento físico.

Evite piadas.

Evite pedir desculpas.

Não fique preso às anotações. Fonte: Pixabay - Mistake

Evite mexer com alguma coisa, tal como relógio, hinário, óculos, etc.

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35
MÉTODOS PARA A PREPARAÇÃO DE
4 BOAS CONCLUSÕES
Recapitulação

Aplicação

Apelo

Ilustração
Fonte: Pexels - Shane Aldendorff
Exortação

Fonte: Pixabay - Children

HOMILÉTICA 1

O APELO NA PREGAÇÃO

1 POR QUE FAZER O APELO


10.1.1 O APELO É BÍBLICO
Êx 32.26 At 3.19
Js 24.15 At 19.8,26
Is 55.1-6 At 20.20,31
Mt 3.5,6 At 26.28
Mt 10.32,33 At 28.23
Mc 5.25-34 Rm 10.10
At 2.40 Ap 22.17

10.1.2 O APELO É HISTÓRICO


Grandes evangelistas e pregadores ao longo dos séculos têm incluído o apelo em seus sermões:

Charles Finney, John Wesley, Luiz Palau,

Dwight L. Moody, Charles Spurgeon, Nilson Fanini, etc.

Billy Sunday, Billy Graham, Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Spurgeon

36 ETEBES
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10.1.3 O APELO É LÓGICO E NATURAL
Um pescador, depois de muita despesa e tempo gasto, não permitiria que os peixes pescados
escapassem.

Um fazendeiro, depois de ter preparado a terra, semeado a boa semente, cuidado das tenras plantas
que apareceram, na hora da ceifa, não deixaria tudo apodrecer.

Da mesma maneira, não há nada mais lógico e natural do que o pregador fazer o apelo ao chegar à
conclusão de sua mensagem. O apelo representa o momento da colheita, quando se colhe aquilo que
vem sendo plantado e cultivado.

10.1.4 - O APELO É PSICOLÓGICO


Deus usa o sermão evangelístico para tocar nas emoções, aspirações e desejos do ouvinte não
crente! Mas a hora da emoção passa logo. O inimigo das nossas almas, Satanás, trabalha
freneticamente para arrancar a Palavra pregada e não permitir que frutifique nos corações e
pensamentos dos ouvintes não crentes. Por isso, a pessoa sem Cristo precisa fazer a sua decisão
enquanto o Espírito Santo está tocando fortemente em seu coração.

10.1.5 - O APELO É PRÁTICO


Porque permite a identificação dos interessados e dos novos convertidos.

Porque fortalece a fé e é o começo de um bom testemunho.

Porque abre o caminho para outras pessoas mais tímidas fazerem suas decisões por Cristo.

Porque é motivo de inspiração para a igreja.

2 CARACTERÍSTICAS DO APELO EFICIENTE


O apelo deve ser claro e específico.

O apelo deve ser breve.

O apelo deve ser baseado no argumento mais forte do sermão.

O apelo deve ser feito no espírito de oração e dependência do Espírito Santo (Jo 16.8).

O apelo deve ser feito no espírito de fé e confiança (Is 55.11; Sl 126.6).

O apelo deve ser feito com cortesia e sem coação.

O apelo deve ser feito honestamente, sem enganar.

O apelo deve ser feito aos motivos íntimos.

Alguns deles são: o apelo ao dever supremo de amar a Deus acima de todas as coisas; o apelo para
receber a Cristo como Salvador, a fim de que sua vida tenha propósito e significado; o apelo à gratidão,
por tudo o que Deus tem feito pelo pecador e por todos nós; ao desejo de ser perdoado e liberto dos
pecados; ao desejo de sentir-se amado por Deus; ao desejo de se tornar feliz; ao desejo de ter um
grande amigo, que é Cristo; ao desejo de ter paz e segurança num mundo inseguro; ao desejo de ser
bom, puro, e vencer a tentação e o mal; ao desejo de exercer uma influência benéfica sobre os outros; ao
desejo de se livrar do sentimento de culpa; ao desejo de evitar ir para o inferno; ao desejo de estar no céu

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com Jesus depois da morte; à necessidade de unir todos os familiares em Cristo; o apelo aos pais não-
crentes, para servirem de exemplo aos filhos, recebendo a Cristo como Senhor e Salvador; o apelo à
maior aventura dos homens: viver a vida controlada pelo Espírito de Deus; o apelo para ser tudo o que
Deus quer que sejamos.

O apelo deve ser natural, de acordo com a personalidade do pregador.

O apelo deve ser feito com espírito compassivo.

O apelo deve ser bem preparado e não improvisado.

O apelo deve ser variado quanto ao método, não caindo em rotina.

3 COMO VARIAR OS MÉTODOS USADOS NO APELO


Pode-se usar um tipo de pré-apelo quando os ouvintes não são conhecidos.

É possível, por exemplo, fazer uma pergunta no início da mensagem como uma destas: "Quantas
pessoas aqui esta noite tem a certeza da salvação?" ou "Quantas pessoas aqui hoje são
membros de uma igreja evangélica?". Assim é possível conhecer melhor os ouvintes.

Mas existe um outro tipo de pré-apelo. Alguns pregadores explicam vez por outra o que está envolvido
no apelo antes de começar o sermão. Eles dizem mais ou menos assim: "No final desta mensagem eu
vou pedir a você que nunca experimentou a transformação que vem por meio de uma experiência
com Cristo a fazer algo fora do comum. Vou pedir que você tome uma decisão baseada na
mensagem que Deus tem para nós hoje, e ainda vou pedir que venha aqui à frente como sinal que
Deus esteja atuando em sua vida e que você deseja que Cristo seja o seu Salvador e Senhor".
Quando estes pregadores chegam ao final de suas pregações, eles explicam mais uma vez aquilo que
as pessoas sem Cristo precisam fazer. Estes pregadores tem a convicção que o preparo dos ouvintes
antes da mensagem produz uma resposta melhor, mais séria e mais bem pensada.

Pode-se fazer um pedido para os decididos levantarem uma das mãos.

Pode-se fazer o pedido para ir à frente.

Pode-se pedir aos que aceitam a Cristo como Salvador que se coloquem de pé, enquanto os
outros ouvintes permanecem sentados.

Pode-se fazer um apelo progressivo, perguntando quantas pessoas estão querendo as orações
do povo de Deus. Depois da oração em favor daqueles que levantaram a mão, o apelo continua. Uma
advertência: Este método não deve ser usado como "truque", só para conseguir "decisões".

Pode-se convidar o ouvinte indeciso a ficar após o culto para uma conversa a respeito daquilo que
está envolvido em receber a Cristo como Salvador.

Pode-se convidar os que gostariam de saber mais sobre a fé em Cristo a assistir a uma classe de
doutrinas.

Pode-se fornecer um cartão aos visitantes que desejarem receber uma visita de alguém da igreja
que possa explicar mais sobre a salvação e a vida em Cristo.

Pode-se perguntar quais são os crentes que estão orando especificamente em favor de algum não
crente, que está presente naquele culto e que precisa decidir-se, para que levantem uma das mãos. Há
um momento de oração em favor destas pessoas e aí o apelo continua.

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Pode-se pedir àqueles que já são crentes e que estão preocupados com a salvação de um não
crente presente naquele culto, para ir discretamente e dar uma palavra àquele amigo não crente.

Pode-se mostrar exemplos, solicitando a todos que são crentes e que são felizes por serem
crentes a se manifestarem, levantando uma das mãos. Aí o pregador termina com o apelo aos não
crentes para levantar a mão ou ir à frente.

Pode-se usar um breve testemunho.

Pode-se apelar àquelas pessoas que tem aceitado a Cristo há algum tempo, porém, sem dar a sua
profissão de fé, que reafirmem a decisão de seguir a Cristo.

Pode-se usar um versículo bíblico apropriado, e depois prosseguir o apelo.

Pv 28.13

Mt 10.32, 33

Hb 3.7,8a

1 Jo 1.9

É muito oportuno fazer o apelo do próprio batistério, depois de realizar os batismos.

4 SUGESTÕES ACERCA DO APELO


Normalmente aquele que prega deve fazer o apelo.

Incentive os que recebem a Cristo nos seus lares ou em outro lugar para confirmar sua decisão no
primeiro culto possível da igreja.

Embora o apelo deva ser breve, não devemos apressá-lo demais.

Os membros de igreja precisam ser instruídos quanto à sua cooperação e participação nos
momentos de apelo.

É necessário ter uma equipe de pessoas preparadas para lidar com os decididos, pois muitas
decisões não são completas ou maduras.

É preciso que a comissão de integração de novos decididos da igreja tenha um plano de integração
dos decididos.

Muitas vezes, a música é importante durante o apelo.

Eis algumas sugestões:

É possível ter um fundo musical enquanto se procede com o apelo.

A congregação pode cantar um hino de apelo.

O coro pode cantar um hino, com a congregação em oração.

Ou até mesmo pode-se ter um solo apropriado de vez em quando, também com os ouvintes com
os olhos fechados e em oração.

Nunca comece com um apelo “difícil” para depois torná-lo mais “fácil”.
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Exemplo negativo deste tipo de apelo seria começar com um apelo para ir à frente, e ninguém vem;
depois pedir para que o decidido levante a mão, quando também não há nenhuma manifestação; e
terminar o apelo perguntando se não há pelo menos alguém que gostaria de receber as orações do povo
de Deus, ou alguém que gostaria de ir para o céu! Fazer assim é vulgarizar o apelo e torná-lo sem efeito.

Para ter bons resultados evangelísticos, é preciso pregar sobre as grandes doutrinas, como a
natureza pecaminosa do homem, o arrependimento, a confissão dos pecados, o amor de Deus, a cruz
de Cristo, a ressurreição de Cristo, e outras. Não ofereça uma “graça barata”!

Procure sempre novas ideias a respeito de como fazer melhor o apelo.

Fonte: Pixabay - afterlife

HOMILÉTICA 1

TIPOS DE SERMÃO

1 SERMÃO TEMÁTICO
11.1.1 - DEFINIÇÃO
É aquele cujas divisões principais são extraídas do próprio tema, independentemente do texto.

Exemplos

A Tema: "CAUSAS PARA A ORAÇÃO NÃO RESPONDIDA"

1 PEDIR MAL (Tg 4.3)

2 PECADO NO CORAÇÃO (Sl 66.18)

3 DUVIDAR DA PALAVRA DE DEUS (Tg 1.6-7)

4 VÃS REPETIÇÕES (Mt 6.7)

5 DESOBEDIÊNCIA À PALAVRA (Pv 28.9)

6 PROCEDIMENTO ERRADO NAS RELAÇÕES CONJUGAIS (1 Pe 3.7)

B Tema: "QUANDO ORAR"

1 ORAR TODOS OS DIAS (Sl 5.3)

2 ORAR EM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS (Fp 4.6)

3 ORAR ATÉ CONSEGUIR A RESPOSTA (Lc 18.1-8)

40 ETEBES
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11.1.2 - PRINCÍPIOS BÁSICOS DA PREPARAÇÃO DE ESBOÇOS TEMÁTICOS
Unidade

Ordem Lógica ou Cronológica

Proporção

Progresso

11.1.3 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SERMÃO TEMÁTICO


Vantagens

É o de divisão mais fácil.

Facilita a pregação de sermões doutrinários, éticos e evangelísticos, que precisam basear-se em


diferentes partes da Bíblia.

Desvantagens

O sermão pode ter cara de bíblico desprezando a hermenêutica.

Pode levar o pregador à preguiça mental.

Observação: Seja qual for a desvantagem, porém, é bom lembrar que a responsabilidade
não é do método em si, mas do pregador, que deve utilizá-lo corretamente e com o melhor
aproveitamento possível.

2 SERMÃO TEXTUAL
11.2.1 - DEFINIÇÃO
É aquele cujas divisões principais são extraídas do próprio texto, que é constituído de uma breve
porção da Bíblia. Digamos: no máximo 3 versículos.

Exemplos

A Tema: ‘‘CRISTO É TUDO PARA O SER HUMANO’’

Texto: Jo 14.6

1 ELE É O CAMINHO PARA O CÉU: ‘‘Eu sou o caminho’’

2 ELE É A VERDADE QUE ORIENTA: ‘‘a verdade’’

3 ELE É A VIDA QUE SALVA: ‘‘e a vida’’

B Tema: ‘‘SALVAÇÃO PELA GRAÇA’’

Texto: Ef 2.8-9

Frase de Transição: A salvação é alcançada pela graça...

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1 PORQUE NÃO DEPENDE DAS OBRAS (v. 9)

2 PORQUE É UM DOM GRATUITO DE DEUS (v. 8b)

3 PORQUE É UM ATO QUE EXIGE FÉ (v. 8a)

C Tema: ‘‘O SEGREDO DE VIVER BEM’’

Texto: 1 Pe 3.10-12

1 CONSISTE EM TRAZER A LÍNGUA SEMPRE REFREADA (v. 10a)

2 CONSISTE EM REPUDIAR A MENTIRA (v. 10b)

3 CONSISTE EM SER INIMIGO DO MAL E AMIGO DO BEM (v. 11a)

4 CONSISTE EM SER AMIGO DA PAZ (v. 11b)

11.2.2 - PRINCÍPIOS BÁSICOS DA PREPARAÇÃO DE ESBOÇOS TEMÁTICOS


Unidade

Ordem Lógica

Proporção

Progresso

11.2.3 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SERMÃO TEXTUAL


Vantagens:

É profundamente bíblico.

Exige do pregador um conhecimento profundo das Escrituras.

Obriga o pregador a estudar constantemente a Bíblia.

É muito apreciado pelo povo.

Desvantagens

O método não pode ser aplicado a todos os textos.

O texto pode conter mais idéias.

3 SERMÃO EXPOSITIVO
11.3.1 - DEFINIÇÃO
É aquele cujas divisões principais são extraídas do próprio texto, porém este sermão é baseado em
um texto relativamente longo. Um mínimo de 4 versículos, mas pode incluir um capítulo inteiro, vários
capítulos, ou até mesmo um livro inteiro da Bíblia.

42 ETEBES
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Exemplo

A Tema: ‘‘O MELHOR AMIGO’’

Texto: Jo 11.1-6, 19-44

1 JESUS É UM AMIGO AMOROSO (v. 3-5)

2 JESUS É UM AMIGO COMPREENSIVO (v. 21-36)

3 JESUS É UM AMIGO PODEROSO (v. 37-44)

11.3.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA PREPARAÇÃO DE ESBOÇOS EXPOSITIVOS


Unidade

Ordem Lógica

Proporção

Progresso

11.3.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SERMÃO EXPOSITIVO


Vantagens

Este método honra as Escrituras.

O sermão expositivo segue a mais nobre tradição da Igreja Cristã.

O sermão expositivo de boa qualidade alimenta o povo.

O sermão expositivo faz com que o pastor possa crescer ano após ano.

Desvantagens

É mais difícil de preparar.

Exige mais tempo de preparação.

11.3.4 DIFERENÇAS ENTRE O SERMÃO TEXTUAL E O SERMÃO EXPOSITIVO


O sermão textual limita-se a até três versículos da Bíblia, enquanto o expositivo pode usar uma
narrativa ou um conceito de um ou mais capítulos, ou até de um livro inteiro da Bíblia.

O sermão textual extrai as divisões principais do texto, mas as subdivisões são construídas conforme
a argumentação do pregador, enquanto o sermão expositivo constrói as subdivisões a partir das
circunstâncias do texto.

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