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06/02/2023 10:09 Equação quadrática – Wikipédia, a enciclopédia livre

Equação quadrática
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Em matemática, uma equação quadrática ou equação do


segundo grau é uma equação polinomial de grau dois.[1][2][3]
A forma geral deste tipo de equação é:[1][2][3] y  := f(x) =
, em que x é uma variável, sendo a, b e c
constantes, com a ≠ 0 (caso contrário, a equação torna-se
linear (equação de primeiro grau)). As constantes a, b e c, são
chamadas respectivamente de coeficiente quadrático,
coeficiente linear e coeficiente constante ou termo livre.

A variável x representa um valor a ser determinado, e também


é chamada de incógnita. O termo "quadrático" vem de
quadratus, que em latim significa quadrado. Equações
quadráticas podem ser resolvidas por meio da fatoração, do
completamento de quadrados, do uso de gráficos, da aplicação
do método de Newton ou do uso de uma fórmula. Um uso
frequente das equações do segundo grau é em modelos simples As soluções de uma equação
de cálculo das trajetórias de projéteis em movimento. quadrática correspondem às
intersecções com o eixo x, das
abcissas (raízes) de uma função
Fórmula geral das raízes polinomial do segundo grau. No
caso da figura, as raízes da função
Uma equação do segundo grau da forma y  := f(x) = são e
cujos coeficientes são números reais ou
complexos possui duas soluções, chamadas de raízes ou zeros
da equação. São elas:

e .

Resumidamente, pode-se enunciar a fórmula geral também como:

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em que o símbolo ± indica que uma das soluções é obtida através da soma e a outra por meio da
diferença. Em Portugal é conhecida por fórmula resolvente e no Brasil, essa fórmula é conhecida
como fórmula de Bhaskara, mas em outros países é conhecida simplesmente como a fórmula
geral para resolução da equação polinomial do segundo grau ou ainda em países como a Índia,
como fórmula de Sridharacharya.[4]

Teorema da fórmula geral das raízes

Método por Transformação de Tschirnhaus

y := f(x) =

Tomamos o valor de como a soma de e

Neste passo tomamos o valor de = para anular o coeficiente de

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Método por completamento de quadrados

A solução da equação do segundo grau utiliza um método astucioso: o completamento de


quadrados (inspirado, por sua vez, nos produtos notáveis) que permite simplificar a equação ao
extrair a raiz quadrada ao eliminar o termo em :

Se então:

y := f(x) =

Colocamos os termos do binômio como as raízes quadradas de ax² e de ?²

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ou ainda a seguinte prova:

y := f(x) =

animação do metodo de completar


o quadrado

Método 1

Outra forma de resolução é dada por

y := f(x) =

Logo, tem-se, por definição de módulo, que:

Se Se

Portanto,

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Método 2

Alternativamente, pode-se considerar a seguinte prova:

y := f(x) =

Casos particulares

b=0

É uma equação no formato y  := f(x) = que pode ser resolvida levando-se em conta
que:

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para a equação terá duas raízes reais simétricas. No caso as raízes serão complexas
com e complexamente simétricas, ou seja:

c=0

É uma equação no formato y := f(x) = cuja solução pode ser obtida considerando-se
que:

De fato, neste caso tem-se necessariamente que ou sendo esta última


alternativa equivalente a Se os coeficientes forem reais, as também serão.

b=0ec=0

Neste caso particular, temos simplesmente: y := f(x) = cuja raiz dupla é 0.

Discriminante e o estudo das raízes


Na fórmula acima, a expressão que aparece sob a raiz quadrada é chamada de discriminante da
equação quadrática, e é comumente denotada pela letra grega delta maiúsculo:

Dessa forma, pode-se reescrever a fórmula resumidamente como:

Uma equação quadrática com coeficientes reais tem duas raízes reais, ou então duas raízes
complexas. O discriminante da equação determina o número e a natureza das raízes. Há apenas
três possibilidades: (Lembrando que todo polinômio de grau n, tem até n raízes; no caso particular
de grau 2, então, deve haver até duas raízes.)

Se a equação tem duas raízes reais e distintas:

No caso de equações quadráticas com coeficientes inteiros, se o discriminante for um quadrado


perfeito, então as raízes são números racionais — em outros casos eles podem ser irracionais
quadráticos.

Se a equação tem duas raízes reais e iguais:

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Se a equação não possui qualquer raiz real. Em vez disso, ela possui duas raízes
complexas distintas, que são conjugadas uma da outra:

onde i é a unidade imaginária.

Geometria
Se , , e forem números reais, o problema de resolver a equação
quadrática y := f(x) = é equivalente a encontrar
os valores de para os quais a função quadrática y  :=
- cujo domínio frequentemente se restringe
aos números reais - cruza o eixo das abscissas em um gráfico de
. Isto é, os valores de para os quais . De fato, dada
uma parábola cuja geometria esteja fixa (não haja deformações na
forma de esticamentos ou achatamentos), o número de soluções
para a função quadrática correspondente dependerá
exclusivamente do transladamento da parábola ao longo do eixo
das ordenadas (eixo y). Para uma parábola com concavidade Para a função quadrática: f(x) =
voltada para o semieixo y positivo, há três possibilidades de x2 − x − 2 = (x + 1)(x − 2) de
localização para o mínimo global: ele pode estar localizado uma variável real x, as abcissas
"abaixo" do eixo x, resultando em duas raízes distintas devido a dos pontos nos quais o gráfico
duas intersecções da função com o mesmo; pode estar intersecta o eixo horzontal, x =
tangenciando o eixo x, situação na qual a raiz é dupla e é a própria −1 e x = 2, são as soluções da
abscissa do ponto de mínimo; e ele também pode estar acima do equação quadrática: x2 − x − 2 =
eixo x, não o interseccionando e indicando a não existência de 0.
raízes (dentro do domínio dos números reais). Um raciocínio
similar é aplicável a uma parábola com concavidade voltada para o semieixo y negativo, podendo o
máximo global estar "acima" de, tangenciar, ou estar "abaixo" do máximo global.

Disto segue que:

O gráfico corta o eixo x em dois pontos.


O gráfico apenas toca o eixo x em um ponto.
O gráfico não corta o eixo x em nenhum ponto.

Ademais, é interessante notar que são necessárias apenas três coordenadas distintas em um gráfico
para determinar inteiramente uma curva de polinômio de segundo grau.

Perfil da parábola

A parábola de um polinômio de segundo grau possui apenas um máximo ou mínimo global. O


perfil que a curva assume em um gráfico depende fundamentalmente dos coeficientes a, b e c,
como se vê a seguir:[5]
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a: Determina a concavidade da parábola. Valores negativos de a conferem à curva


concavidade para baixo (aspecto de ∩), e valores positivos concavidade para cima (aspecto
de U). Além disso, o módulo de a determina a abertura dessa concavidade.
b: De interpretação mais difícil, a variação de b desloca a curva numa trajetória parabólica.
c: Determina em que valor a curva corta o eixo y. Precisamente, no eixo y tem-se logo
a função reduz-se a

Essas relações podem ser melhores entendidas nesta página (em inglês) (https://www.geogebra.or
g/m/RVF4GYcX) que contém um gráfico interativo.

Solução gráfica para equações do tipo x² − 2ax + b² = 0

Na geometria, cada segmento representa um número real positivo que é sua medida em alguma
unidade. Antes de existir o conceito de número real, na Grécia antiga, número significava número
natural. Os gregos buscavam representar todas as grandezas por segmentos de reta, pois toda
grandeza pode ser representada por um segmento de reta de algum tamanho, sendo possível
realizar operações de adição, subtração, multiplicação por um número natural ou divisão em partes
iguais com esses segmentos.

As construções geométricas, usando régua e compasso, são operações com segmentos que
respeitam certas regras. Podemos interpretar geometricamente a equação da
seguinte forma, sendo e dados, a solução da equação é o segmento tal que a área do quadrado
de lado adicionada à área do quadrado de lado é igual à área do retângulo de base e altura .
Para determinar o segmento que representa vamos, inicialmente, aplicar a fórmula geral da
equação do segundo grau:

Observe que representa o cateto de um triângulo retângulo que possui hipotenusa e o


outro cateto . Desta forma, dados os segmentos e com podemos construir o triângulo
retângulo com hipotenusa e catetos e . Tracemos a
circunferência com centro em e raio e prolonguemos a hipotenusa até intersectar a
circunferência, obtendo os pontos de interseção e , então .

Portanto, as soluções e da equação


estão representadas na figura abaixo pelos segmentos e .

De fato, e .

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Fatoração (ou factorização) da equação quadrática


O termo

é um fator do polinômio

se e somente se r é uma raiz da equação quadrática

Segue da fórmula quadrática que

No caso especial em que a quadrática possui duas raízes iguais ( isto é, discriminante
nulo), o polinômio quadrático pode ser fatorado como

Relações entre coeficientes e raízes

Fórmulas de Viète

As fórmulas de Viète fornecem uma relação simples entre as raízes e de um polinômio e seus
coeficientes. No caso do polinômio quadrático elas tomam a seguinte forma:
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Estas igualdades seguem diretamente da relação:

que pode ser comparada termo a termo com:

Denotando como a soma da raízes, e o produto entre elas, a equação pode ser reescrita da
seguinte maneira:

Em alguns casos simples, o uso dessas propriedades permite que se deduza quais são as raízes,
pela simples inspeção visual e tentativa de composição de dois números que satisfaçam as relações
dadas para a soma e para o produto das raízes. A equação por exemplo, tem
e os quais fornecem facilmente por inspeção as raízes e

A primeira das duas fórmulas fornece também uma expressão conveniente ao traçar o gráfico de
uma função quadrática. Uma vez que o gráfico é simétrico com relação a uma reta vertical
passando pelo vértice da parábola, quando há duas raízes reais a abscissa do vértice está localizada
na média aritmética das duas raízes, isto é, seu valor é dado pela expressão:

A outra coordenada pode ser obtida através da substituição do resultado anterior na expressão
quadrática, resultando em

Assim, o gráfico da função será sempre uma parábola com vértice em

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Para um estudo mais detalhado do gráfico, ver função quadrática.

Instabilidade da equação
quadrática

Em termos práticos, as fórmulas de Viète


fornecem um método útil para a busca de
raízes de uma quadrática no caso em que
uma raiz é bem menor do que a outra. Se |x 
1| << |x 2|, então x 1 + x 2 ≈ x 1, e tem-se a
estimativa:
Gráfico de duas avaliações da menor raiz de uma
quadrática: avaliação direta através da fórmula quadrática
(preciso no pequenos valores de b) e uma aproximação
para raízes amplamente espaçadas (preciso para grandes
Da segunda fórmula de Viète resulta: valores de b). A diferença atinge um mínimo nos pontos
grandes, e o arredondamento provoca rabiscos na curva
acima deste valor mínimo.

Estas fórmulas são mais fáceis de avaliar do que a Fórmula de Bhaskara sob a condição de que
uma raiz é grande e uma pequena, porque a fórmula de resolução de equações quadráticas avalia a
raiz menor como a diferença entre dois números praticamente iguais (no caso em que b é grande),
o que causa erros de arredondamento em avaliações numéricas. A figura ao lado mostra a
diferença entre (i) um calculo direto usando a fórmula de Bhaskara (preciso quando as raízes têm
valores próximos) e (ii) uma avaliação baseada na aproximação das fórmulas de Viète dadas acima
(precisa quando as raízes estão bem separadas). Conforme o coeficiente linear b aumenta,
inicialmente a fórmula quadrática é precisa, e a fórmula aproximada melhora sua precisão,
levando a pequenas diferenças entre os métodos ao aumentar b. No entanto, em algum ponto a
fórmula de Bhaskara começa a perder precisão devido aos erros de arredondamento, enquanto o
método aproximado continua a melhorar.

Outro algoritmo robusto e menos propenso a erros de arredondamento envolve a utilização da


seguinte fórmula, assumindo e

Aqui, sgn é a função sinal, em que é 1 se é positivo, e -1 se é negativo. Isso evita certos
problemas de cancelamento na conta.

Essas situações de instabilidade são frequentes em projetos de amplificadores, nos quais é


desejável raízes bastante separadas para garantir uma operação estável.

Outras relações entre as raízes

Denotando-se as raízes de uma equação do segundo grau por e sua soma por e
seu produto por verificam-se as seguintes relações entre as raízes:
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Expressão envolvendo as raízes Definição Relação com e

Notas e referências
1. Morgado, José. «Equação do 2° grau» (http://www.ipv.pt/millenium/16_ect1.htm). Universidade
do Porto
2. Oliveira, Naysa Crystine Nogueira. «Equação do segundo grau» (https://www.infoescola.com/m
atematica/equacao-do-segundo-grau/). InfoEscola
3. «O que é uma Equação Quadrática?» (https://www.matematica.pt/faq/equacao-quadratica.ph
p). matemática.pt
4. Refatti & Bisognin (2005), p. 2.
5. https://www.geogebra.org/m/RVF4GYcX

Bibliografia
MURAKAMI, Gelson Iezzi Carlos. "Fundamentos da Matemática Elementar - Volume 1". 8ª
Edição. São Paulo: Atual, 2004. ISBN 85-357-0455-8
Refatti, Liliane Rose; Bisognin, Eleni. Aspectos Históricos e Geométricos da Equação
Quadrática (http://sites.unifra.br/Portals/36/tecnologicas/2005/Aspectos.pdf).
Elon Lages Lima, Paulo Cezar Pinto Carvalho, Eduardo Wagner, Augusto César Morgado. A
Matemática do Ensino Médio - Volume 1. 5ª Edição. Capítulo 6. SBM, 2001. ISBN 85-85818-
10-7
WAGNER, Eduardo. Teorema de Pitágoras e Áreas. Rio de Janeiro, IMPA, 2017. ISBN: 978-
85-244-0342-2.

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