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Cálculo I

1. Equações 3º e 4º Graus 4
Equações Polinomiais 4
Equações Biquadradas 6

2. Limites 11
Limite de uma Função Real 13
Teorema do Valor Intermediário 14
Limite Infinito 19
Limite no Infinito 21
Propriedades dos Limites 22

3. Referências Bibliográficas 26

02
03
CÁLCULO I

1. Equações 3º e 4º Graus

Fonte: Prova Fácil Web1

A ntes de iniciar de fato a nossa


matéria que compreende o cál-
culo I vamos relembrar alguns con-
expoente 3, isto é, constitui em ser
um polinômio com 3 graus.
Podemos encontra-la com ou-
ceitos. tros nomes, bem como sendo uma
função do terceiro grau análogas às
Equações Polinomiais nomenclaturas equação cúbica, ou
ainda, como um polinômio de ter-
Note que versa sobre a equa- ceiro grau.
ção o qual tem-se sua variável inde- Sua representação gráfica é
pendente (na maioria das vezes si- como descrita a seguir:
mulada pela letra “x “) elevada ao

1 Retirado em http://provafacilnaweb.com

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CÁLCULO I

Fonte: http://querobolsa.com.br

Note que as fundamentações


Fonte: Só matemática de Girard serão as responsáveis por
estabelecer uma relação vivente em
Ainda, sua fórmula geral pode meio aos coeficientes de uma equa-
ser representada sendo como uma ção algébrica, bem como as suas raí-
equação cúbica. Isto é, sua fórmula zes. Assim, na equação do 2º grau,
geral e dada por: as afinidades são alcançadas através
das fórmulas da soma e do produto:
y = ax³ + bx² + cx + d - b/a e c/a, concomitantemente.
Assim, as equações do 3º grau
Onde: têm como lei de desenvolvimento a
 “a“, “b“, “c” e “d” representam equação algébrica: ax³ + bx² + cx +
os coeficientes, todavia, o “d”
d = 0, com a ≠ 0 junto as raízes x1, x2
designado como um termo in-
dependente; e x3. A alteração dessa equação pos-
 “x” será a variável indepen- sibilita a resolução de expressões
dente da função; matemáticas adequados para relaci-
 “y” ainda, y será a variável que onar as raízes da equação.
dependente da função.
ax³ + bx² + cx + d = a[x³ -
Note que uma função polino- (x1+x2+x3)x² + (x1*x2 + x1*x3 +
mial do terceiro grau poderá apre- x2*x3) - x1*x2*x3
sentar até três raízes reais e dis-
tintas. Essencialmente, pode ser Logo, dividindo a equação por
interpretada aplicando as Rela- a, obtemos o seguinte:
ções de Girard para resolver uma
questão contendo uma equação do
terceiro grau.

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CÁLCULO I

Desse modo, realizando uma Observe que nessa equação


igualdade em meio aos polinômios polinomial obtemos, no máximo, a
da seguinte maneira: vivência de quatro plausíveis raízes,
cujos quando correlacionadas, de-
x1 + x2 + x3 = - b/a senvolvem as consequentes expres-
x1 * x2 + x1 * x3 + x2 * x3 = c/a sões:
x1 * x2 * x3 = - d/a
x1 + x2 + x3 + x4 = - b/a
Logo, os polinômios do 4º x1 * x2 + x1 * x3 + x1 * x4 + x2 * x3 + x2
grau têm a consequente lei de for- * x4 + x3 * x4 = c/a
mação: x1 * x2 * x3 + x1 * x2 * x4 + x1 * x3 * x4
+ x2 * x3 * x4 = - d/a
ax4 + bx³ + cx² + dx + e = 0. x1 * x2 * x3 * x4 = e/a

Equações Biquadradas

Fonte: http://youtube.com

Veja que a resolução de uma A partir da sequência prática:


equação biquadrada em IR, isto é  Substitua x4 por y2 (ou qual-
uma equação de 4º grau, precisamos quer outra incógnita elevada
trocar sua variável, transformando- ao quadrado) e x2 por y.
a em uma simples equação do 2º  Resolva a equação ay2 + by + c
= 0.
grau. Note que agora a expressão
 Determine a raiz quadrada de
que precisa ser empregada, será:
cada uma da raízes (y'e y'') da

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CÁLCULO I

equação (SÓ MATEMÁTICA, Assim, alcançamos que para


2021). conjunto verdade será: V={ -3, -2, 2,
3}.
ay2 + by + c = 0. Mais um exemplo a seguir:
Vamos determine as raízes pa-
ra a equação biquadrada.
Desse jeito, temos que essas
duas analogias recomendam-nos x4 + 4x2 - 60 = 0.
que cada raiz positiva da equação
acima (ay2 + by + c = 0) representara Resolução:
a origem a duas raízes harmônicas Trocando x4 por y2 e x2 por y,
para a biquadrada: logo, a raiz ne- observamos que:
gativa, por sua vez, não dará origem
a qualquer raiz real para a mesma. y2 + 4y - 60 = 0
Vamos observar os exemplos a
seguir: Logo, a resolução essa equa-
Vamos determinar as raízes da ção, alcançamos o seguir:
equação biquadrada abaixo:
y'=6 e y''= -10
x4 - 13 x2 + 36 = 0.
Assim, temos que x2= y, logo:
Resolução:
Trocando x4 por y2 e x2 por y,
obtemos que:

y2 - 13y + 36 = 0
Dessa forma, chegamos que
Logo, a partir disso teremos para o conjunto verdade:
que essa equação>:y'=4 e y''=9
Bem como x2 = y, chegamos
em:

Por fim, para um último exem-


plo vamos determinar a soma das
raízes da equação.

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CÁLCULO I

Logo:

Resolução: y2 - 3y = -2
Neste caso, empregamos a se- y2 - 3y + 2 = 0
guinte aplicação: y'=1 e y''=2

Trocando y, produzimos que:

Assim, a somatória das raízes ax4 + bx2 + c = 0.


é representada por:
Logo, temos que a ≠ 0 e b e c
precisam admitir valores reais.
Desse jeito, para solucionar e
assim encontrar as suas raízes trans-
formamos em uma equação do se-
Note então que a equação bi- gundo grau. Utilizando a mudança e
quadrada é uma equação a qual pos- substituindo as incógnitas.
sui até o quarto grau, e como já men- Para melhor entendermos, co-
cionada para descobrir os valores de mo veremos a seguir. Veja que essa
suas raízes será necessário mudá-la transformação ocorre ao chegamos
para uma equação de 2º grau. às raízes da equação biquadrada.
Desse modo, essa equação
possui a sua forma geral:

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CÁLCULO I

4x4 - 17x2 + 4 = 0 → equação Logo temos que x= 1/4:


biquadrada
4(x2)2 - 17x2 + 4 = 0 → pode x = 1 /4
ser transcrita assim. x2 = y
Logo, trocando as variáveis: x2 x2 = 1/ 4
= y, isso constitui que onde for x2 co- y = ±1/2
locaremos y.
4y2 - 17y + 4 = 0 → agora solu- Desse modo, a resolução da
cionamos essa equação do 2º grau equação biquadrada é dada da se-
descobrindo x’ e x”. guinte forma:

a = 4 b = -17 c = 4 S = {-2, -1/2, 1/2, 2}


∆ = b2 - 4ac
∆ = (-17)2 - 4 . 4 . 4
∆ = 289 - 64
∆ = 225
x = - b ± √∆/2a
x = -(-17) ± √225/ 2 4
x = 17 ± 15 /8
x’ = 17 + 15/ 8 = 32 : 8 = 4
x” = 17 - 15/8 = 2/8 = 1/4

Veja que essas consistem nas


raízes da equação 4y2 - 17y + 4 = 0,
para descobrirmos as raízes da
equação biquadrada, precisamos de:

4x4 – 17x2 + 4 = 0

Logo, precisamos trocar os va-


lores de x’ e x”, para x2 = y.
Desse modo, considerando
que x = 4

x2 = y
x2 = 4
x = √4
x=±2

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CÁLCULO I

2. Limites

Fonte: Veja Abril2

N ote que quando introduzimos


cálculo I, um dos primeiros as-
suntos em que devemos empreender
domínio se o gráfico dela não exibe
pulos neste ponto 𝑎.

é o de limites. Ele tem várias apli-


cações, entretanto a sua essência
versa em considerar e delinear o
comportamento de funções e além
disso é o fundamento para a defini-
ção de derivadas. Para compreen-
dermos o que consiste no limite é
imprescindível uma introdução ba-
silar sobre continuidade.
Veja que uma função 𝑓 é profe-
rida contínua em um ponto 𝑎 do seu Fonte: Lessa (2020)

2 Retirado em http://veja.abril.com.br

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CÁLCULO I

Nesta circunstância, observe Assim, na notação usual, mi-


que o gráfico da função 𝑓 é contínua nutamos:
sendo assim no ponto 𝑎, isto é, não
existe nenhuma cessação ou salto. limx→af(x)=f(a)
Por outro lado, observe o caso
abaixo: Entretanto, se caso a função 𝑓
não for contínua em 𝑎, e insistirmos
atribuí-la um limite 𝐿, temos que:

limx→af(x)=L

Logo, 𝐿 consiste no valor que 𝑓


precisaria ter em 𝑎. Note a seguir
uma imagem para melhor compre-
endermos:

Fonte: Lessa (2020)

Observamos que a função rea-


liza um salto na sua simulação gráfi-
ca, mais exatamente no valor em que
admite a função no ponto 𝑎, sendo
assim, ela não será contínua em 𝑎.

Observe novamente o primeiro


gráfico, onde a função é contí-
nua em 𝑎. As setas indicam que
a medida que 𝑥 se aproxima de
𝑎, pela direita ou pela esquerda,
os valores de 𝑓(𝑥) se aproxi- Fonte: Lessa (2020)
mam de 𝑓(𝑎). Consequente-
mente, quanto mais próximo 𝑥
estiver de 𝑎, mais próximo 𝑓(𝑥) Então temos, no caso em que 𝐿
estará de 𝑓(𝑎). De uma forma ≠ 𝑓(𝑎). Logo, 𝐿 versará no valor que
intuitiva, podemos dizer que se 𝑓 precisaria ter em 𝑎 para assim ser
𝑓 é contínua em 𝑎, então o li-
mite de 𝑥 tendendo a 𝑎, da fun- considerada contínua.
ção 𝑓(𝑥) é igual a 𝑓(𝑎) (LESSA,
2020).

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CÁLCULO I

Limite de uma Função Real que |f(x)−L|<ε para todo x satisfa-


zendo 0<|x−a|<δ.
Como já mencionamos se f
uma função real acentuada sobre o 4. No caso em que um dos limites
intervalo (a,b) menos quiçá no pon- laterais não existe ou no caso de am-
to x=c que compete a intervalo (a,b), bos existirem, mas com valores dife-
Le e Ld números reais. Articulamos rentes, dizemos que a função não
que: tem limite no ponto em questão.
Fonte: Sodré (2020)
1. O limite lateral de fà direita do
ponto c é igual a Ld, se os valores da Note que o próximo resultado
função se aproximam de Ld, quando assegura que uma função não pode
x se aproxima de c por valores (à di- beirar a dois limites distintos ao
reita de c) maiores do que c. Em sím- mesmo tempo e este aspecto é cu-
bolos: nhado sendo como o teorema da
unicidade, porque afiança que se o
limx→c+f(x)=Ld limite de uma função é vivente, logo,
ele necessita ser único.
2. Limite lateral de f à esquerda Quando se refere a unicidade
de c é igual a Le, se os valores da fun- do limite temos que:
ção se aproximam de Le, quando x se
aproxima de c, por valores (à es- Se limf(x)=A e limf(x)=B
querda de c) menores que cc. Em quando x→c, então A=B.
símbolos: Demonstração: Se ε> é arbi-
trário, então existe δ1>0 tal que
limx→c−f(x)=Le f(x)−A|<ε/2 sempre que
0<|x−a|<δ1.
3. Quando o limite lateral à es- Como também temos por hi-
querda Le é igual ao limite lateral à pótese que existe δ2>0 tal que
direita Ld, diz-se que existe o limite |f(x)−B|<ε/2 sempre que
da função no pont cc e o seu valor é 0<|x−a|<δ2 então, tomando
Ld=Le=L. Com notações simbólicas, δ=mind1, d2>0, obtemos
escrevemos: |f(x)−A|<ε/2 e |f(x)−B|<ε/2 sempre
que 0<|x−a|<δ e pela desigualdade
limx→cf(x)=L, significando triangular, temos:
que, para qualquer ε>0 e arbitrário, |A−B|=|A−f(x)+f(x)−B|≤|A−f
existe um δ>0, que depende de ε, tal (x)|+|f(x)−B

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CÁLCULO I

E como ε>0ε>0 é arbitrário, ma da reta e a outra, que denomina-


temos: remos R-, apresenta os pontos que
|A−B|<ε estão abaixo da reta. Bem como f(a)
Então |A−B|=0, o que garante < y0 < f(b), precisamos alcançar:
que A=B.
Exercício: Se |z|<ε para todo A = (a, f(a)) ∈ R−, B = (b, f(b)) ∈
ε>0, mostre que z=0. R+.
Fonte: Sodré (2020)
Note que o gráfico de f será em
Teorema do Valor Intermediá- forma de uma curva contínua li-
rio gando todos os pontos. Desse modo,
é natural asseverar que esta curva
Vemos caso tenhamos que f necessita tocar a reta horizontal em
consiste em uma função contínua no determinado ponto (x0, y0).
intervalo fechado [a, b]. Isto consti- Este ponto compete ao gráfico,
tui que, para todo c ∈ (a, b), teremos de forma que f(x0) = y0 (mostrado a
que limx→c f(x) = f(c). Logo: abaixo).
Em suas extremidades do in-
tervalo a definição de continuidade Em outras palavras, “se você
se expressa por meio de limites late- está dentro de uma sala que não tem
rais: janelas e tem somente uma porta, a
única maneira de sair da sala ´e pas-
lim x→a+ f(x) = f(a), lim x→b− f(x) sando pela porta...” O argumento ge-
= f(b). ométrico que usamos acima pode
ser formalizado matematicamente.
Desse modo, para fixar os pen- A sua conclusão ´e um importante
samentos vamos conjecturar que resultado que enunciamos abaixo.
f(a) < f(b) e ponderar um número y0 Teorema 1 (Teorema do Valor Inter-
tal que f(a) < y0 < f(b). mediário). Suponha que f ´e uma
Logo, a reta horizontal y = y0 função contínua no intervalo fe-
decompõe no plano cartesiano em chado [a, b]. Se y0 ´e um valor entre
duas porções avulsas: uma delas, f(a) e f(b), então existe pelo menos
que denominaremos de R+, apre- um x0 ∈ [a, b] tal que f(x0) = y0.
senta todos os pontos que estão aci- Fonte: UNB (s/a)

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CÁLCULO I

Fonte: UNB (s/a)

Vejamos que no enunciado su- y0 = f(a) e, neste caso o teorema cla-


pra, como não estamos conjectu- ramente é verdadeiro bastando to-
rando f(a) < f(b), a citação “entre f(a) marmos x0 = a, por exemplo.
e f(b)” precisa ser compreendida Fonte: UNB (s/a)
como em meio ao menor e o maior
deles. Logo, antes de comparecer
As figuras acima ilustram pri- atenções vamos considerar que a
meiro o caso f(a) < f(b) e, em se- conclusão do teorema pode ser falsa,
guida, o caso f(a) > f(b). Se tivermos caso a função f não seja contínua. A
f(a) = f(b), então a única opção seria título de exemplo simples é a função
a seguir:

Fonte: UNB (s/a)

Vejamos a seguir dois exem- Exemplo 1: Vamos usar o TVI para


plos elucidando a aplicação do TVI- encontrar aproximações para uma
Teorema do Valor Intermediário. raiz da função

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CÁLCULO I

f(x) = x 3 − 2x 2 − 4x − 2. máximo 2. Ou seja, que partindo da


posição x = 4, se caminharmos 2
Uma conta simples mostra que unidades no sentido da esquerda ou
f(2) = -10, de modo que o ponto (2, 2 unidades no sentido da direita 2
f(2)) está abaixo do eixo Ox. Por ou- seguramente encontraremos uma
tro lado, como f(6) = 118, o ponto (6, raiz.
f(6)) se situa acima do eixo Ox. Para a aproximação, escolhe-
Sendo f contínua, o seu gráfico deve mos o ponto médio do intervalo [2,
ligar esses dois pontos com uma 6], que é exatamente x = 4. Se você
curva suave, sem saltos. considera que um erro de tamanho 2
A curva deve então intercep- não ´e aceitável, pode melhorar a
tar o eixo Ox em um ponto cuja abs- aproximação usando o TVI mais
cissa é uma raiz de f(x). Vamos colo- uma vez: calculamos f(4) = 14 e per-
car as coisas na notação do teorema: cebemos que x = 4 não ´e uma raiz.
a função f é contínua no intervalo [2, Se considerarmos o intervalo [4, 6],
6], por ser um polinômio. Além temos que f(4) e f(6) são positivos.
disso, se considerarmos d = 0, temos Assim, pode ser que o gráfico não
que cruze o eixo Ox quando ligamos os
pontos (4, (f4)) e (6, f(6)). Porém,
f(2) = −10 < d < 118 = f(6). olhando para o outro extremo do in-
tervalo [2, 6], temos que
Segue do Teorema 1 que existe
x0 ∈ [2, 6] tal que f(x0) = d = 0. f(2) = −10 < 0 < 14 = f(4),
Logo, a função f possui pelo menos
uma raiz no intervalo [2, 6]. E, portanto, o TVI nos garante
Fonte: UNB (s/a) que existe uma raiz no intervalo [2,
4].
Note que o teorema não nos Fonte: UNB (s/a).
possibilita encontrar a raiz. Nada
obstante, como compreendemos Resultando como antes, pode-
que no intervalo [2, 6] tem-se uma mos ponderar x = 3 (consisti no pon-
raiz, podemos articular que x = 4 é to médio do intervalo [2, 4]) sendo
uma raiz aproximada. assim a raiz aproximada. O erro in-
Todavia, nesta aproximação, cumbido agora será no máximo 1.
estaremos caindo em um erro de no

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CÁLCULO I

Fonte: UNB (s/a)

Logo, para concluirmos a Como


questão notando que, para o primei-
ro passo do processo mencionado, é f(0) = −1 < 0 < 1 = f(1),
necessário encontrar valores a e b
bem como os sinais de f(a) e f(b) são O TVI implica a existência de
contrários. uma raiz no intervalo [0, 1],
Apesar que isto possa parecer Fonte: UNB (s/a)
complexo e contraditório, você ca-
rece concordar que é mais simples Quer dizer que na equação em
do que tentar achar a raiz esponta- questão tem uma solução neste in-
neamente, também mais em cir- tervalo.
cunstância em que a expresso da Sendo que P0 qualquer ponto
função f será mais complexa. no plano da Terra, que considerare-
Para melhor compreendermos mos em ser uma esfera. Ou seja, a
vamos analisar mais um exemplo: semirreta que liga P0 ao centro do
plano fura a superfície em um outro
1. Vamos verificar que a equação ponto P ′ 0, que denominaremos de
antípoda do ponto P0.
√3 x = 1 − x Vamos utilizar o TVI para
comprovar o seguinte aspecto curi-
Possui pelo menos uma solu- oso: em algum instante de tempo,
ção. Para tanto, observe inicialmen- tem um ponto sobre o equador da
te que as soluções da equação acima Terra no qual a temperatura será a
são precisamente as raízes da função mesma do seu ponto antípoda.

f(x) = √3 x − 1 + x.

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CÁLCULO I

Fonte: UNB (s/a)

Desse modo, a intuição física g(θ) = T(θ) − T(θ + π), ∀ θ ∈ [0, π],
nos possibilita assegurar que a fun-
ção T é contínua, uma vez que os Que mede a diferença de tem-
pontos próximos na superfície da peratura entre dois pontos antípo-
terra possuem temperaturas próxi- das. Note que
mas.
Vamos considerar agora a fun- g(0) = T(0) − T(π), g(π) = T(π) −
ção contínua

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CÁLCULO I

T(2π) = T(π) − T(0) = −g(0). Se e, por conseguinte, 1 x2 fica arbitra-


g(0) = 0, riamente amplo quando adotamos
valores de x acompanhantes de p =
Então a temperatura nos pon- 0. -4 -2 2 4 2 4 6 8 10 Para recomen-
tos P0 e Pπ são iguais. Caso contrá- dar este aspecto escrevemos:
rio, devemos ter g(0) 6= 0.
Neste caso, como g(π) = -g(0), lim x→0 f (x) = +∞.
os sinais de g(0) e g(π) são opostos.
Segue então do TVI que g(θ0) = 0 Vale ressaltar que nessa cir-
par algum θ0 ∈ (0, π). Assim, os cunstância, não se tem:
pontos Pθ0 e Pθ0+π estão sob a
mesma temperatura. lim x→0 f (x).
Fonte: UNB (s/a)
Desse modo, diversas vezes
Dessa forma, o argumento aci- mencionamos a este aspecto como f
ma conservar-se válido para qual- (x) discrepa para +∞ quando x vai a
quer outra forma escalar que diver- zero. Note que a reta vertical x = 0 é
sifica ininterruptamente sobre a su- denominada uma assíntota vertical
perfície da Terra, a título de exem- do gráfico de f.
plo, a pressão, ou a elevação. Dando uma definição (Limite
Ainda, não necessitamos nos Infinito), que consiste em seja f uma
desconjuntar sobre o equador, toda- função e p um ponto de ajuntamento
via sim sobre qualquer circunferên- de Df . Logo, proferimos que:
cia máxima, a título de exemplo to-
das aquelas fantasiosas que produ-
zem a longitude de um ponto na su-
perfície terrestre.

Limite Infinito

Conjecturamos a função:
Fonte: Carvalho (2020)

f (x) = 1 /x2. Logo, quando p consiste no


ponto de ajuntamento à direita (es-
Veja que quando o x se beira querda) de Df.
de p = 0, x 2 ainda se aproxima de 0 Vejamos um exemplo a seguir:

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CÁLCULO I

Fonte: Carvalho (2020)


Fonte: Carvalho (2020)
Agora considerando as propri-
Definindo a reta x = p será de- edades dos limites infinito, vejamos
nominada como assíntota vertical que seja L um valor real. Tal que:
do gráfico da função f caso algum
das seguintes condições jazerem sa-
tisfeita:

Fonte: Carvalho (2020)

Veja que a proposição conse-


guinte será muito benéfica para cal-
cular limites. Observe a proposição:

Fonte: Carvalho (2020)

Lembre-se que as proprieda-


des acima são apropriadas se no lu-
Fonte: Carvalho (2020) gar de x → p, utilizamos x → p + ou
x → p -.
Ou seja, dependerá das condi- Ainda, vale ressaltar que as
ções da proposição. Agora provando propriedades acima recomendam
a Proposição: como operar com os Símbolos +∞ e
−∞.

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CÁLCULO I

Assim, por exemplo, se L ∈ R, Logo, o comportamento de h


para z grandes:
L±∞=±∞, ∞.(−∞) =−∞ e
L.(±∞)=±∞(∓∞)se L>0(L<0).

Também temos indetermina-


ções, por exemplo,

∞ − ∞, −∞ + ∞, 0 . ∞.

Limite no Infinito

Iremos analisar por agora o


comportamento de h(x)=1/x, uma
vez quando x cresce arbitrariamente
(x→∞) ou mesmo quando x decresce
arbitrariamente (x→−∞).
Desse modo, observando as ta-
Logo, o caminho que h per-
belas temos que:
corre em x pequenos:

Fonte: Sodré (2020)

Desse jeito, ao arquitetar o


gráfico de h, notamos que tem uma
reta (assíntota) horizontal que con-
siste em uma reta y=0, que jamais
toca a função, entretanto se beira a
ela em +∞ e em −∞.

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CÁLCULO I

limx→∞f(x)=L ou limx→−∞f(x)=L

Propriedades dos Limites

Como vimos em diversas fun-


ções do Cálculo podem ser alcança-
das como somas, quociente, diferen-
ças, produtos e potências de funções
simples. Assim, todas as circunstân-
cias abaixo, ponderamos x→ax→a.

Fonte: Sodré (2020) Se f(x)=C onde C é constante,


então
Note que obtemos assim uma
definição geral, conglomerando tal limf(x)=limC=C
circunstância:
Olhe que definindo considera- Se k e b são constantes e
mos que seja f uma função acentu- f(x)=kx+b, então
ada para todos os valores dentro do
intervalo (a,∞). limf(x)=lim(kx+b)=ka+b
Ponderamos:
Se f e g são funções, k uma
constante, A e B números reais e
além disso limf(x)=A e limg(x)=B,
então:
Logo, quando consideramos
para todo ε>0, tem um número real lim(f±g)(x)=[limf(x)]±[limg(x)]=A
M>0 tal que |f(x)−L|<ε continua- ±B
mente que x>M.
Igualmente, formalizamos as- lim(f⋅g)(x)=[limf(x)]⋅[limg(x)]=A⋅B
sim o conceito de assíntota horizon-
tal. lim(k⋅f)(x)=k⋅limf(x)=k⋅A
Ainda, trazendo uma definição
articulamos que a reta y=L será uma lim(f)n(x)=(limf(x))n=Na
assíntota horizontal do gráfico de f,
caso se: lim(f÷g)(x)=[limf(x)]÷[limg(x)]=A
÷B, se B≠0.

22
CÁLCULO I

limexp[f(x)]=exp[limf(x)]=exp(A)

Se acontecer uma das situa-


ções abaixo:
a. limf(x)=0
b. limf(x)>0 e n é um número na-
tural
c. limf(x)<0 e n é um número na-
tural ímpar

Então:

Fonte: Sodré (2020)

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CÁLCULO I

Materiais Complementares

Links “gratuitos” a serem con-


sultados para um acrescentamento
no estudo do aluno de assuntos que
não poderão ser abordados na apos-
tila em questão:

Aulas sobre limites

Introdução-ao-Cálculo.pdf

pucgoias.Introdução_ao_cál-
culo.pdf

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CÁLCULO I

3. Referências Bibliográficas
CARVALHO, Alexandre Nolasco de. Aula STOODI. Equação de 3º grau: saiba tudo
11 - Limites Infinitos e no Infinito. Univer- sobre esse assunto! 2021. Retirado em:
sidade de São Paulo, São Carlos/SP, Brasil, https://www.stoodi.com.br/blog/mate-
2020. matica/equacao-de-3-grau/

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