Termodinâmica

1. Termometria 4
Conceitos Iniciais 4
Temperatura 6
Visão Microscópica da Temperatura 8
Escalas Termométricas 9
Escala Celsius 10
Escala Fahrenheit 11
Escala Kelvin 12

2. Dilatometria 15
Dilatação Térmica 17
Dilatação Linear 17
Dilatação Superficial 20
Dilatação Volumétrica 22
Dilatação de Sólidos Vazados 23

3. Propagação de Calor 26
Calor 26
Condução Térmica 27
Convecção Térmica 27
Radiação Térmica 29

4. Referências Bibliográficas 32

02
03
APOSTILA DE TERMODINÂMICA
1. Termometria
Conceitos Iniciais
N os primórdios da história da
humanidade o ser humano
possuía certa dificuldade em se
adaptar a fenômenos naturais.
Um de seus inúmeros desafios
em busca da sobrevivência era
dominar o meio em que estava
inserido e adaptá-lo de acordo com
suas necessidades.
1 Retirado em: https://www.tricurioso.com/
Fonte: TriCurioso1
Com o desenvolvimento da
racionalidade e do pensamento
lógico foram possíveis conquistas
que, embora pareçam simplórias ao
vislumbre contemporâneo, foram
essenciais à sobrevivência e à
perpetuação da espécie humana até
aos dias de hoje.
Conforme Musitano:
“A primeira energia natural
utilizada pelo homem de forma
intencional foi o fogo. Quando
4
APOSTILA DE TERMODINÂMICA
um raio, que anunciava uma
tempestade, incendiava uma
árvore, o homem pré-histórico
não conseguia ainda ter
controle sobre ele. Se o fogo
adquirido a partir desse
episódio se apagasse, era
necessário aguardar por outros
incêndios para que se pudesse
obter fogo novamente. Mas este
fogo já o ajudou bastante a
cozinhar seu alimento, a
iluminar algum lugar na hora
desejada, em seu aquecimento
e também para se proteger de
animais que não se
aproximavam do fogo. (2013,
s/n)
Fonte: Dicas e Curiosidades
Ainda conforme Avelar:
“O domínio do fogo representa
o primeiro grande avanço
tecnológico da história. A
compreensão dos fenômenos
térmicos passou a ser uma
necessidade para a huma-
nidade. O desenvolvimento e o
conhecimento mais aprofun-
dado de técnicas de obtenção de
fontes de calor permitiram ao
homem maior possibilidade de
uma vida mais longa e
confortável. ” (2018, s/n)
Com o advento do domínio do
fogo vieram também aplicações de
suas qualidades térmicas e ao estudo
físico do calor (produção e
transmissão), temperatura,
dilatação e contração dos corpos,
maquinas térmicas etc, dá-se o
nome de Termologia ou
Termofísica.
O ponto de partida para a
compreensão dos fenômenos
estudados pela termologia é a
compreensão da diferença dos
termos “calor” e “temperatura”.
Embora muitas vezes utilizados
como sinônimos no senso comum,
no campo científico estes são
conceitos totalmente diferentes.
Costumamos falar
corriqueiramente em um dia quente
que está fazendo calor, ou que a
temperatura está alta, porém,
conforme Machado:
“A temperatura está associada à
matéria, ela mede o grau de
agitação das partículas
(moléculas, átomos, íons). Já o
calor é uma forma de energia
em trânsito e que se manifesta
quando há uma diferença de
temperatura no espaço. ” (2017,
pág. 39)
Um fato interessante sobre o
calor é que, quando dois corpos com
agitação de partículas diferentes,
um com maior agitação (logo, maior
5
APOSTILA DE TERMODINÂMICA

calor) e um com agitação menor A lei zero da termodinâmixa

(logo, menos calor, são postos em
contato, o corpo com maior calor
tende a se agitar menos, fazendo
com que o menos agitado se agite
mais, ocorrendo uma transferência
de calor, sempre do meio mais
concentrado para o menos
concentrado, conforme
exemplificam as imagens abaixo:
afirma que se dois corpos A e B estão
em equilíbrio térmico com um
terceiro corpo C, então, A e B estão
em equilíbrio térmico entre si.
Tendo feito esta delimitação
inicial é importante ser mais
específico quanto ao conceito de
temperatura.
Temperatura

Normalmente, para se indicar

a temperatura de um corpo, toma-se
Transferência outro como corpo de referência,
a de calor b assim como na mecânica. Por
exemplo, sabe-se que uma barra de
Corpo Corpo metal incandecente está mais
com mais Com menos quente que uma barra de metal
calor calor resfriada, por isso a barra
incandescente apresenta uma
temperatura superior à da resfriada.

a b

Corpo com Corpo com

a mesma a mesma
quantidade quantidade
de calor de calor
Fonte: Russia Beyond
Fonte: Desenvolvido pelo autor
No Brasil adota-se a escala
A este equilíbrio entra dois Celsius para representação de
corpos com calor diferentes chama- temperatura. Tal escala foi
se equilíbrio térmico. oficializada em 1742 pelo astrônomo

6
APOSTILA DE TERMODINÂMICA

e físico sueco Anders Celsius (1701- nitrogênio em liquefação, sob a

pressão de 1 atm, apresenta a
1744), daí o nome adotado.
temperatura de -196 °C.
A base adotada por Anders foi
a água. Ele definiu como 0 °C (lê-se
zero graus celsius) o ponto em que o
gelo (água em estado sólido) torna-
se líquido, o que é conhecido como
fusão.
Também utilizando a água, o
ponto 100 °C (lê-se cem graus
celsius) é a temperatura em que a
substância passa do estado líquido Fonte: Infosolda
ao gasoso, fenômeno que é
conhecido como vaporização. Os corpos também podem
apresentar temperaturas muito
Lembrando que estas elevadas, como aquelas que
temperaturas são fixas quando em ocorrem nas estrelas. ” (2017,
nível do mar, ou seja, a 0 metros de pág. 39)
altitude, podendo variar de acordo
com o local que o observador se A nossa estrela, o Sol, por
encontra. exemplo, possui temperatura de
Além do Brasil diversos outros 5.505 °C em sua superfície e
países no mundo adotam esta escala aproximadamente 15.000.000 °C
como oficial, devido ao fato de ser a em seu núcleo.
escala mais simples e de ser possível
sua reprodução em qualquer canto
do planeta, afinal, ao nível do mar, a
água sempre vira gelo e ferve no
mesmo ponto, e agora também na
mesma temperatura.
Machado informa que:

“Temperaturas ambientes
típicas são próximas de 20 °C, e
a temperatura interna do
organismo humano é próxima
de 38 °C. Alguns corpos são tão
frios que apresentam
temperaturas muitos graus
abaixo de 0 °C. Por exemplo, o
Fonte: Revista Galileu

7
APOSTILA DE TERMODINÂMICA
A temperatura é uma grandeza
escalar, não dependendo de direção
e sentido para ser medida. Quando
se afirma que um corpo está a 120
°C, por exemplo, você consegue ter
uma noção do quão quente ele está.
Conforme Machado:
“As grandezas físicas
associadas à matéria dividem-
se em duas categorias: as
intensivas e as extensivas. O
valor de uma grandeza
intensiva não se altera pelo
fato de a matéria ser dividida
em duas ou mais partes. A
temperatura é uma grandeza
assim. Considere, por exemplo,
uma jarra com 1 litro de água a
20 °C. Se essa água for
repartida em vários copos, a
água em cada um continuará a
20 ºC. Ao contrário, uma
grandeza extensiva tem o
seu valor alterado pelo fato de a
matéria ser dividida. No
exemplo dado, a massa de água
em cada copo é uma fração da
massa da água na jarra. Assim,
a massa é uma grandeza
extensiva. ” (2017, pág. 39,
grifos nossos)
O fato de a temperatura ter
propriedade intensiva é útil em
alguns casos. Por exemplo, ao
analisar uma caixa com 100 abelhas
e querendo se determinar a
temperatura de uma delas, se todas
possuem a mesma temperatura
então a temperatura do grupo será a
temperatura de uma abelha.
Visão Microscópica da
Temperatura
Sendo que toda a matéria é
constituída por átomos e moléculas
o fenômeno da temperatura também
pode ser visualizado de modo
microscópico.
Os sólidos são relativamente
simples de serem compreendidos,
pois neles temos átomos e moléculas
oscilando em torno de posições
fixas. Nos gases os átomos e
molécula são livres. Já o líquido é
um intermediário entre o sólido e o
gás.
A física moderna compreende
bem o funcionamento dos sólidos e
gases, mas encontra certa
dificuldade de compreender os
líquidos.
O que os três estados têm em
comum é que as partículas estão em
movimento. A esse movimento
chamamos de energia cinética.
Quando analisamos, por exemplo, a
energia cinética de dois corpos que
se encontram parados em relação ao
outro, como uma mesa e uma
cadeira dispostas em repouso, a
energia cinética resultante será nula.
Entretanto, em relação ao Sol,
qualquer destes objetos possui uma
energia cinética bastante grande.
Em qualquer estado que se
encontre a matéria é possível pensar
em sua energia cinética média. Para
8
APOSTILA DE TERMODINÂMICA
se calcular essa média seria
necessário calcular a velocidade e
massa de cada uma das moléculas de
determinado objeto. Pode ser difícil
realizar este cálculo, mas conceber
indiretamente é possível, pois a
energia cinética média define a
noção de temperatura, à qual somos
habituados a medir constantemente.
Não existe temperatura onde
não há matéria, não sendo lógica,
portanto, a pergunta: “Qual é a
temperatura do vácuo? ”, pois não
existem átomos ou moléculas ali.
Dizer que a energia cinética de
um sólido aumenta é o mesmo que
dizer que suas vibrações
moleculares estão aumentando, de
modo que irão ocupar um espaço
maior, que irá gerar a dilatação, que
será estudada mais à frente.
Sobre os gases pode-se afirmar
que não possuem volume e forma
definidos, ocupando todo o volume
que podem quando postos em um
recipiente qualquer. Suas moléculas
ficam em colisão constante com as
paredes deste recipiente.
Aumentando a temperatura de
um gás suas moléculas irão colidir
mais rápido e com maior
intensidade na parede do recipiente,
aumentando assim sua pressão. O
mesmo efeito pode ser produzido
diminuindo o volume do recipiente
em que o gás esta inserido,
resultando num aumento de
temperatura.
Fonte: IFCE
Escalas Termométricas
A temperatura de um corpo
pode ser medida utilizando
instrumentos chamados
termômetros. Os termômetros
podem possuir diferentes escalas,
sendo as mais conhecidas a Celsius,
Fahrenheit e Kelvin.
Para se construir uma escala
termométrica é necessário em
primeiro lugar escolher a grandez
termométrica, ou seja, algo que irá
variar linearmente com a variação
de temperatura. Podem funcionar
como grandezas termométricas: o
comprimento de uma coluna capilar
de mercúrio, o tamanho de uma
barra de cobre, uma resistência
elétricaou até mesmo uma pressão
exercida por um gás.
9
APOSTILA DE TERMODINÂMICA
Em segundo lugar é necessário
colocar o aparelho criado em
contato com a referência que será
mensurada.
Fonte: Gazeta do Povo
Exercício Resolvido 1. (UFRN)
Antes de medir a temperatura de um
paciente, uma enfermeira verifica
que o termômetro clinico indica
35 °C. Em seguida, usando esse
termômetro, ela mede a portanto, é a letra “d”.
temperatura do paciente,
encontrando o valor de 38 °C. Isso
significa que:
a. o termômetro e o paciente têm a
mesma quantidade de calor.
b. o paciente e o vidro do
termômetro possuem o mesmo
coeficiente de dilatação térmica.
c. o paciente e o mercúrio do
termômetro possuem o mesmo
coeficiente de dilatação térmica.
d. o termômetro e o paciente estão
em equilíbrio térmico à temperatura
de 38 °C.
e. houve transferência de
temperatura do paciente para o
termômetro.
Obviamente o termômetro não
tem a mesma quantidade de calor
que o paciente, visto que o calor é o
trânsito da energia térmica de um
corpo para outro.
A dilatação térmica acontece
em muitos casos envolvendo metais
e objetos tridimensionais, não
existindo relações com o corpo
humano mencionadas em materiais
didáticos e trabalhos acadêmicos.
Já a alternativa “e” troca o
conceito de temperatura pelo
conceito de calor, pois este último é
que é transmitido de um corpo a
outro. A alternativa correta,
Escala Celsius
Os órgãos sensitivos não são
confiáveis para medir temperaturas,
portanto, faz-se necessária a criação
de escalas de temperaturas com
grandezas bem definidas.
Entre as mais conhecidas está
a escala Celsius e conforme já
descrito anteriormente é baseada na
convenção de que, sob a pressão de 1
atm, as temperaturas de fusão do
gelo e de ebulição da água são iguais
a 0 ºC e 100 ºC, respectivamente.
10
APOSTILA DE TERMODINÂMICA
Um termômetro que utiliza o
grau celsius como medida é divido
em cem partes iguais, sendo por
isso, muitas vezes a temperatura
mencionada como “graus
centígrados”.
Fonte: Dreamstime
Escala Fahrenheit
Utilizada em muitos países de
língua inglesa a escala fahrenheit foi
criada pelo cientista alemão Daniel
Fahrenheit e é simbolizada por ºF. A
temperatura de fusão do gelo nesta
escala é 32 ºF e a de ebulição da água
212 ºF. Percebe-se que a variação de
ambas as temperaturas nesta escala
é de 180 graus, em contraste com os
100 graus da escala celsius. Alguns
termômetros são graduados nas
duas escalas, conforme imagem
abaixo:
Diz a lenda que Daniel teria
utilizado como referenciais a
temperatura do dia mais frio de
1727, na Islândia, marcada por um
amigo como sendo 0 ºF e 100 °F
como a temperatura do corpo da sua
esposa, embora esta curiosidade
careça de fontes.
A cada grau variado na escala
celsius varia 1,8 grau na escala
fahrenheit. Para realizar a conversão
de uma escala de temperatura para
outra procede-se da seguinte forma:
 Para converter graus Celsius
em graus Fahrenheit,
multiplique por 1,8 e adicione
32.
 Para converter graus
Fahrenheit em graus Celsius,
subtraia 32 e divida por 1,8.
Exercício Resolvido 2: Se estou
conversando por ligação telefônica
com um amigo que está nos Estados
Unidos e seu termômetro marca
100 ºF, como posso saber qual a
temperatura correspondente na
escala celsius?
Resolução: Basta seguir os passos
mencionados acima.
11
APOSTILA DE TERMODINÂMICA
Em primeiro lugar subtraia
32 º da temperatura indicada em ºF.
100 ºF – 32 º = 68 ºF
Em seguida divida o resultado
da subtração por 1,8:
68 ºF/1,8 ≈ 37,7 ºC
O mesmo princípio pode ser
aplicado para transformar uma
temperatura de celsius para
fahrenheit, invertendo as operações.
Exercício Resolvido 3. Se uma
temperatura de 50º C for convertida
em ºF, qual será seu valor?
Resolução: Em primeiro lugar se
multiplica a temperatura indicada
em celsius por 1,8:
50 ºC ∙ 1,8 = 90 º
Em seguida adicione 32 º ao
valor:
90 º + 32 º = 122 ºF
Escala Kelvin
Também conhecida como
escala absoluta, é muito utilizada
por cientistas, sendo adotada
inclusive pelo SI (Sistema
Internacional de Unidades). É
chamada escala absoluta, pois, o 0 k
(lê-se zero kelvin e não zero grau
kelvin) é a temperatura hipotética
em que a agitação de partículas
cessaria.
Segundo Machado:
“Até onde sabemos, não existe
um limite superior para a
temperatura da matéria. Nas
estrelas, a matéria acha-se no
estado de plasma, e a
temperatura pode atingir
bilhões de graus. Ao contrário,
existe uma temperatura
mínima para a matéria. À
medida que uma substância é
resfriada, a agitação molecular
diminui, e, se a temperatura
pudesse chegar ao valor -273,15
ºC (-459,7 ºF), o movimento
molecular cessaria. De fato, não
é possível a temperatura
abaixar até -273,15 ºC, embora
seja possível aproximar-se
desse número indefinidamente.
Atualmente, os físicos
experimentais conseguem fazer
a temperatura descer a valores
extremamente próximos a esse
limite. Em aboratórios
avançados de baixa
temperatura, certas
substâncias são resfriadas,
ficando a décimos de
bilionésimo de graus acima da
temperatura mínima. ” (2017,
pág. 41)
Para converter um valor da
escala celsius para a escala kelvin
soma-se o valor indicado na escala
celsius 273.
12
APOSTILA DE TERMODINÂMICA
Exercício Resolvido 4. O ponto
de fusão do gelo é 0 ºC. Qual será seu
valor caso medido pela escala
kelvin?
Resolução: Conforme mencionado
acima, soma-se o valor a 273:
0º C + 273 = 273 K
É importante salientar que o
kelvin não deve ser precedido pelas
palavras “grau” ou “graus” ou pelo
símbolo °, como em grau celsius e
grau fahrenheit.
Para converter uma unidade
de medida de kelvin para fahrenheit
basta multiplicar o valor por 1,8 e
subtrair 459,7 do resultado obtido.
Já se o caso é o oposto, e quer
se converter um valor da escala
kelvin para a escala celsius, deve-se
subtrair 273.
Exercício Resolvido 5. O ponto
de ebulição da água na escala kelvin
é 373 K. Qual será seu valor caso
medido pela escala celsius?
Resolução: Conforme mencionado
acima, subtrai-se do valor 273:
373 K – 273 = 100 ºC
Exercício Resolvido 6. Se o valor
393 K precisa ser convertido para
ºF, qual será seu valor na nova
escala?
Resolução: Em primeiro lugar
multiplica-se o valor por 1,8:
393 K ∙ 1,8 = 707,4
Em seguida, subtraia 459,7 do
valor obtido:
707,4 – 459,7 = 247,7 ºF
O mesmo princípio pode ser
aplicado para transformar uma
temperatura de fahrenheit para
kelvin.
Exercício Resolvido 7. Se uma
temperatura de 176 ºF precisa ser
convertida para K, qual será seu
valor na nova escala?
Resolução: em primeiro lugar se
adiciona 459,7 ao valor indicado:
176 °F + 459,7 = 635,7
Em seguida, divida o valor
obtido por 1,8:
635,7/1,8 = 353,17 K
13
APOSTILA DE TERMODINÂMICA

2. Dilatometria

Fonte: Pexels2

O resfriamento ou aquecimento
de um corpo faz com que suas
moléculas se ajuntem ou se afastem.
é importante deixar um vão entre as
barras de metal, pois com o
aquecimento solar podem ocorrer
Dependendo da temperatura, um dilatações na linha causando
material pode até mesmo mudar seu descarrilhamento dos vagões.
estado de matéria (passando de
líquido a gasoso, ou de sólido a Junta de dilatação em linha férrea
líquido etc). Ao estudo sistemático
de dilatação dos corpos chama-se
dilatometria.
A dilatometria faz
contribuições notáveis à engenharia
e ao planejamento geral de
segurança em diversas construções.
Por exemplo, em linhas ferroviárias Fonte: Brasil Escola

2 Retirado em: https://www.pexels.com/

15
APOSTILA DE TERMODINÂMICA
Exemplo do que pode ocorrer sem
o espaço para a dilatação
Fonte: Bremandi
Sem a junta de dilatação,
quando aquecidas, as barras podem
se encurvar (imagem acima) ou até
mesmo causar uma ruptura na linha
(imagem abaxo).
Fonte: Toda Matéria
Juntas de dilatação também
são deixadas em pontes e viadutos
para evitar deformidades que
possam provocar acidentes.
Junta de dilatação em viaduto
Fonte: AEC
Outro exemplo pode ser visto
nos cabos das linhas de transmissão
de alta potência, onde são deixadas
folgas para o encolhimento dos fios
em baixas temperaturas e de
esticamento em períodos de calor e
acontece não apenas em decorrência
das mudanças na temperatura
ambiente, mas também com as
mudanças da corrente na linha de
transmissão, ocasionando
aquecimento maior por efeito Joule
quando a potência transmitida
aumenta.
Fonte: Pixabay
16
APOSTILA DE TERMODINÂMICA

Dilatação Térmica muito frios, pois rios e lagos não

congelam uniformemente,
Com raras exceções os mantendo o estado líquido abaixo de
materiais se dilatam quando uma superfície de gelo que é
aquecidos e se contraem quando formada devido à resfriação.
resfriados. Visto que a matéria é
formada por átomos, estes
aumentam sua vibração e tendem a
se distanciar quando aquecidos. O
efeito contrário é produzido quando
se resfria um corpo, pois diminuem-
se suas vibrações e os átomos
tendem a se ajuntar. Como visto no
Fonte: UFRN
capítulo anterior, mesmo com todas
as tentativas a este respeito, não foi
Dilatação Linear
possível alcançar o 0 K (zero kelvin),
que seria a temperatura em que o Os corpos dilatam
movimento atômico cessaria. tridimensionalmente, porém, às
Uma das exceções que pode vezes é interessante analisar a
aqui ser mencionada é a água. dilação deles em somente uma das
Quando aquecida, suas moléculas se dimensões. Na dilatação linear, uma
contraem e quando resfriada se haste metálica de comprimento L0 à
expandem, por isso sua dilatação é temperatura t0, quando aquecida
conhecida como anômala (fora da uniformemente, apresentará um
ordem, diferente do normal). comprimento L e uma temperatura
Segundo Machado “Quase todas as t.
substâncias se dilatam com o
aquecimento, sendo a águauma
exceção. Entre 0 ºC e 4 ºC, ela se
contrai quando aquecida e se
expande quando resfriada. ” (2017,
pág. 48)
O gelo é mais volumoso e
menos denso que a água, por isso ele
flutua. Este comportamento é
importante para permitir a
manutenção da vida em ambientes Adaptado de: Colégio Cristo Rei

17
APOSTILA DE TERMODINÂMICA

À variação de temperatura O autor (2017) ainda traz uma

chamamos ∆t, e à dilatação linear tabela de valores de dilatação linear
∆L. para sólidos comuns, apresentada
Sobre o assunto, Machado abaixo:
complementa afirmando que:
Coeficientes de dilatação linear
“Desde que a variação da
temperatura não seja muito Material α (∙10-6 ºC-1)
grande, ∆L é proporcional a ∆t.
Assim [...] se ∆t fosse o dobro,
∆L também seria o dobro; se ∆t Alumínio 23
fosse o triplo, ∆L seria o triplo;
e assim por diante. Além disso, Cobre 17
a dilatação ∆L também é
proporcional ao cumprimento
inicial L0. De fato, como ∆L é Aço comum 11
proporcional a ∆T e a L0,
significa que ∆L é proporcional Titânio especial 10
ao produto L0∆t. Introduzindo
uma constante de
proporcionalidade α, a equação Vidro comum 9,0
para calcular a dilatação
térmica é a seguinte: Vidro pirex 3,0

∆L = L0α∆t
Nessa equação, α é chamado de
coeficiente de dilatação térmica
linear, valor que depende do
material da barra. ” (2017, pág.
48)
Em outras palavras, a líquido quente em um copo de vidro
dilatação linear possui três
características:
 A dilatação linear ΔL é
diretamente proporcional à
variação de temperatura Δt.
 A dilatação linear ΔL é
diretamente proporcional ao
comprimento inicial Lo.
 A dilatação linear ΔL depende
do material de que é
constituído o corpo.
Fonte: Machado, 2017
É interessante ressaltar que o
vidro não suporta impactos
mecânicos e dilatações térmicas
localizadas. Quando se coloca um
de paredes grossas o risco de
ruptura é maior do que em um copo
de paredes finas, pois o calor será
menos distribuído. Já o vidro pirex
sofre pouca dilatação térmica e por
isso pode ser levado ao forno (idem,
2017).
Quando duas barras de
materiais diferentes são soldadas é
obtida uma lâmina bimetálica que

18
APOSTILA DE TERMODINÂMICA

submetida à uma variação de Esquema de elétrico

temperatura ∆t se curvará para o
lado da barra de menor coeficiente
de dilatação, quando aquecida e
para o lado da barra de maior
coeficiente de dilatação, quando
resfriada.
Fonte: UFRGS

O mesmo princípio é utilizado

em freezers, geladeiras e aparelhos
de ar-condicionado, pois, quando o
ambiente atinge determinada
temperatura, o aparelho deixa de
refrigerar. Por este motivo, visando
a economia de energia, é ideal que
somente se abra a geladeira (ou
freezer) quando se tem certeza do
que irá retirar ou colocar nela,
Fonte: Fundamentos da Física
evitando assim a necessidade de
novo resfriamento. Para evitar
Essa curvatura é utilizada em
gastos gerados pelo ar-condicionado
termostatos simples, que são
é bom que se mantenha o ambiente
constituídos de duas lâminas de
fechado, impedindo trocas de calor
materiais diferentes e que à
com o ambiente externo através de
temperatura ambiente possuem o
portas e janelas.
mesmo comprimento. Quando
aquecidas, por exemplo, em ferros
elétricos, fornos de fogão elétrico
etc, as lâminas se curvam e desligam
automaticamente um circuito
impedindo o aquecimento acima de
uma temperatura determinada,
sendo com isso possível determinar
a temperatura para uma receita
específica no forno elétrico ou a
temperatura ideal para não danificar Fonte: Globo
um tecido no caso do ferro elétrico.

19
APOSTILA DE TERMODINÂMICA
Exercício Resolvido 8. Uma
lâmina bimetálica é constituída por
duas lâminas, uma de cobre (αCu = 17
∙ 10-6 ºC-1) e outra de zinco (αZn = 30
∙ 10-6 ºC-1), com as mesmas
dimensões, a 0 ºC, soldadas entre si
e fixadas a uma parede, como
mostra a figura abaixo. A respeito
desse assunto, assinale o que for
correto e dê a soma das alternativas
corretas.
01) A lâmina se curvará para cima se
a temperatura for maior que 0 ºC.
02) A lâmina se curvará para baixo
se a temperatura for maior que 0 ºC.
04) A lâmina se curvará para cima se
a temperatura for menor que 0 ºC.
08) A lâmina se curvará para baixo
se a temperatura for menos que 0
ºC.
16) A lâmina se curvará para baixo
sempre que a temperatura for
diferente de 0ºC.
Resolução: A lâmina de zinco
possui um coeficiente de dilatação
superior em relação à lâmina de
cobre, portanto, a temperaturas
acima de 0 ºC ela irá se dilatar mais,
encurvando a lâmina bimetálica
para cima. Em casos onde a
temperatura for inferior a 0 ºC, a
lâmina de zinco irá se retrair mais,
encurvando a lâmina bimetálica
para baixo. Sendo assim, as
alternativas 01 e 08 estão corretas e
as alternativas 02 e 04 estão
incorretas. Visto que a alternativa 16
diz que a lâmina sempre se curvará
para baixo com temperaturas
diferentes de 0 ºC e tendo em mente
que em temperaturas superiores a 0
ºC a lâmina se curvará para cima, ela
também é uma alternativa incorreta.
Ou seja, a soma das alternativas
corretas é: 09
Dilatação Superficial
A dilatação superficial é
basicamente a dilatação da área de
um objeto, pois serão consideradas
duas dimensões, sendo comumente
superfície como placas.
A fórmula algébrica da
dilatação superficial é dada por:
∆A = A0 ∙ β ∙ ∆T
Onde ∆A é a variação da área,
A0 a área inicial, β o coeficiente de
dilatação superficial (que é o
resultado do produto de duas vezes
20
APOSTILA DE TERMODINÂMICA
α que é o coeficiente de dilatação
térmica linear) e ∆T a variação da
temperatura.
Exercício Resolvido 9. Uma laje
é exposta ao Sol pela manhã quando
a temperatura está 20 ºC. Sabendo
que sua área é de 50 m2, que o
coeficiente de dilatação linear do
concreto vale 10 ∙ 10-6 ºC-1 e que a
temperatura medida diretamente no
concreto, ao meio-dia atinge 50 ºC,
a dilatação superficial sofrida será:
a. 1,5 ∙ 10-2 m2
b. 3,0 ∙ 10-2 m2
c. 4,5 ∙ 10-2 m2
d. 6,0 ∙ 10-2 m2
e. 9,0 ∙ 10-2 m2
Resolução: Sendo a temperatura
inicial 20 ºC e temperatura final
50 ºC basta realizar o cálculo para se
chegar à variação de temperatura:
∆T = Tf - Ti
∆T = 50 – 20 = 30 ºC
Feito isto, converta o ∆A = 3 ∙ 104+(-6)
coeficiente de dilatação linear α,
pelo coeficiente de dilatação
superficial, multiplicando-o por 2:
β=2∙α
β = 2 ∙ 10 ∙ 10-6
β = 20 ∙ 10-6 ºC-1
Tendo encontrado os dados
necessários para a realização do
exercício basta substituir os dados
na fórmula:
∆A = A0 ∙ β ∙ ∆T
∆A = 50 ∙ 20 ∙ 10-6 ∙ 30
Realizando as operações com
os números, com exceção da
potência de dez tem-se:
∆A = 30000 ∙ 10-6
Para se ter um valor em
notação científica é necessário que o
número multiplicando a potência de
dez esteja entre um e dez. O número
trinta mil também pode ser escrito
como 3 ∙ 104 e, tendo isto em mente,
substituiremos o valor na fórmula:
∆A = 3 ∙ 104 ∙ 10-6
Na multiplicação de potências
de mesma base mantém-se a base e
soma-se os expoentes:
Realizando a soma obtemos:
∆A = 3 ∙ 10-2 m2
Portanto, a alternativa correta é a
apresentada na letra “b”.
21
APOSTILA DE TERMODINÂMICA
Dilatação Volumétrica
No caso da dilatação
volumétrica, também conhecida
como dilatação cúbica, o coeficiente
de dilatação será igual em todas as
direções, tridimensionalmente.
Para calcular o volume que foi
expandido após o aquecimento de
um material com dilatação
isotrópica (igual em todas as
direções) utiliza-se a seguinte
fórmula:
∆V = V0 ∙ γ ∙ ∆T
Onde ∆V é a variação do volume, V0
o volume inicial, γ o coeficiente de
dilatação volumétrico (que é o
resultado do produto de três vezes α
que é o coeficiente de dilatação
térmica linear) e ∆T a variação da
temperatura.
Exercício Resolvido 10. Uma
estatueta de ouro foi aquecida de
25 ºC até 75 ºC, observando-se um
aumento de 2,1 cm2 em seu volume.
Sendo 14 ∙ 10-6 o coeficiente de
dilatação linear do ouro, qual era o
volume inicial dessa estatueta?
Resolução: Sendo a temperatura
inicial 25 ºC e temperatura final
75 ºC basta realizar o cálculo para se
chegar à variação de temperatura:
∆T = Tf - Ti
∆T = 75 – 25 = 50 ºC
Feito isto multiplica-se o valor
do coeficiente de dilatação linear por
3 para obter o coeficiente de
dilatação volumétrica:
γ=3∙α
γ = 3 ∙ 14 ∙ 10-6
γ = 42 ∙ 10-6
Tendo encontrado os dados
necessários para a realização do
exercício basta substituir os dados
na fórmula:
∆V = V0 ∙ γ ∙ ∆T
2,1 = V0 ∙ 42 ∙ 10-6 ∙ 50
Realizando as operações com
os números, com exceção da
potência de dez tem-se:
2,1 = V0 ∙ 2100 ∙ 10-6
Para se ter um valor em
notação científica é necessário que o
número multiplicando a potência de
dez esteja entre um e dez. O número
dois mil e cem também pode ser
escrito como 2,1 ∙ 103 e, tendo isto
em mente, substituiremos o valor na
fórmula:
2,1 = V0 ∙ 2,1 ∙ 103 ∙ 10-6
22
APOSTILA DE TERMODINÂMICA

Na multiplicação de potências com um espaço vazio, a região

de mesma base mantém-se a base e vazada se comporta como se fosse
soma-se os expoentes: constituída do material que está o
seu redor, ou seja, o aumento do
2,1 = V0 ∙ 2,1 ∙ 103+(-6) “furo” será proporcional ao aumento
2,1 = V0 ∙ 2,1 ∙ 10-3 da peça em que está inserido.

Isolando o valor a ser Chapa com cavidade circular

encontrado, ou seja, o volume inicial
tem-se:

2,1
V0 =
2,1∙ 10−3

Multiplicando ambos os lados

da fração por 2,1 obtem-se:
Chapa após aquecimento
1
V0 =
1 ∙ 10−3

Quando se tem o numeral um

sobre uma base com expoente
negativo, o sinal do expoente abaixo
da fração poderá ser invertido desde
que, para isso, a base da potência
troque de lugar, como observado
abaixo:

1
V0 = = 1 ∙ 103 cm2 ou ainda
1 ∙ 10−3
Fonte: Desenvolvida pelo autor.
1000 cm2
Exercício Resolvido 11. Um
Dilatação de Sólidos mecânico de automóveis precisa
Vazados solicitar um anel que está
fortemente preso a um eixo. Sabe-se
Quando um sólido possui um que o anel é feito de aço, de
espaço vazado em sua superfície, coeficiente de dilatação linear
como por exemplo uma porca, anel,
tubo ou simplesmente uma placa

23
APOSTILA DE TERMODINÂMICA

1,1 ∙ 10-5 ºC-1. O eixo, de alumínio, Caso somente o anel seja

tem coeficiente 2,3 ∙ 10-5 ºC-1.
Lembrando que tanto o aço quanto o
alumínio são bons condutores
térmicos e sabendo que o anel não
pode ser danificado e que não está
soldado ao eixo, o mecânico deve:
a. aquecer somente o eixo.
b. aquecer o conjunto (anel + eixo)
c. resfriar o conjunto (anel + eixo)
d. resfriar somente o anel.
e. aquecer o eixo e, logo após,
resfriar o anel.
resfriado, sua contração irá danificá-
lo, pois as medidas do eixo de
alumínio continuarão as mesmas,
desclassificando assim a alternativa
“d”.
Entretanto, se o conjunto
(anel + eixo) for resfriado, como o
coeficiente de dilatação do alumínio
é maior, sua contração também será,
soltando-o do anel de aço sem
danificá-lo, sendo, portanto, a
alternativa correta a letra “c”.

Fonte: Nakata

Resolução: Tendo em mente que o

coeficiente de dilatação do alumínio
é maior que o do aço, sua dilação ou
contração com a mudança de
temperatura será maior.

Caso o mecânico aqueça o

conjunto (anel + eixo), com o
aumento maior do eixo de alumínio
ocorrerão danos ao anel de aço,
portanto, desconsideramos as
alternativas “a”, “b” e “e”.

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APOSTILA DE TERMODINÂMICA

3. Propagação de Calor

Fonte: Rota3

Calor determinar qual a temperatura

apresentada por um corpo. Quanto

T odo corpo possui uma energia

interna. Muitas vezes o corpo
pode, também, apresentar uma
mais agitadas estiverem as
partículas de um corpo, maior será
sua temperatura, e o contrário
energia externa, como a energia também pode ser verificado, pois
cinética ou energia potencial quanto menos agitadas estiverem
gravitacional. Toda a matéria possui suas partículas, menos temperatura
agitação molecular. Esta agitação irá ele apresentará.

3 Retirado em: https://www.rota-tr.com/

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APOSTILA DE TERMODINÂMICA
O calor é a energia térmica em
transmissão de um corpo a outro.
Nenhum corpo transmite ou recebe
temperatura, mas sim o calor.
Quando um corpo mais agitado
molecularmente é aproximado de
um menos agitado, logo o calor será
transferido e ambos estarão em
equilíbrio térmico. Existem três
formas mais estudadas de trocas de
calor entre corpos, que serão vistas a
seguir.
Condução Térmica
Um dos meios pelo qual o
calor pode ser transferido é a
condução térmica. Sendo o corpo
constituído por partículas, quando é
aquecido em um ponto, acaba por
transmitir calor por todo o material.
Um exemplo comum de
transferência de calor por condução
térmica acontece quando se expõe a
extremidade de uma haste metálica
sobre uma fonte de calor, e, em
pouco tempo, toda a haste está
elevando sua temperatura.
Adaptado de: Brasil Escola
Para haver condução é
necessária a existência de meio
material, não havendo obviamente
condução no vácuo.
A condução é possível em
materiais sólidos, líquidos e gasosos,
mas ocorre preferencialmente no
estado sólido.
Os metais são os melhores
condutores térmicos por possuírem
elétrons livres, sendo também bons
condutores elétricos.
As modernas panelas de aço
inox possuem cabos desse mesmo
material que é um bom condutor de
calor, porém, não queimam as mãos
das pessoas, porque possuem um
formato vazado, facilitando a troca
de calor por convecção, que será a
próxima forma de transmissão de
calor a ser estudada.
Convecção Térmica
A transferência de calor por
cenvecção térmica ocorre somente
nos fluidos (líquidos e gases).
Na convecção térmica o
transporte de energia ocorre através
do transporte de matéria. Por
exemplo, se um líquido x é colocado
em um recipiente com uma fonte de
calor localizada abaixo do mesmo,
logo o líquido do fundo irá receber
calor, tornando-se menos denso e
realizando um movimento
ascendente, direcionando-se à parte
27
APOSTILA DE TERMODINÂMICA
superior do recipiente. Em
contrapartida, o líquido acima, com
menos calor e, portando, mais
denso, tende a descer para o fundo
do recipiente, onde irá repetir o
procedimento criando o que é
conhecido por corrente de
convecção enquanto houver fonte de
calor.
Fonte: Mundo Educação
O ar, por ser um fluído,
também pode propiciar a
propagação do calor por convecção.
Um exemplo da aplicação deste
princípio para benefício humano foi
a criação de balões, que utilizam
uma fonte de calor para aquecer o ar
atmosférico, que menos denso irá
subir ao topo da parte interna do
balão, resfriando-se e descendo,
num movimento contínuo, criando
correntes de convecção que mantém
o interior do balão com densidade
inferior à da atomosfera que o
circunda, possibilitando assim seu
voo.
Fonte: Peixe Urbano
Os conhecimentos sobre a
convecção também possibilitaram a
criação de ar-condicionados e
aparelhos de refrigeração.
Fonte: Abril
Note que, na instalação de um
ar-condicionado, o aparelho é fixado
na parte superior da parede do
ambiente que irá refrigerar. Isto
acontece, pois, o ar mais frio
distribuído pelo aparelho, por ser
mais denso que o ar contido no
ambiente, tende a descer, forçando o
28
APOSTILA DE TERMODINÂMICA
ar mais quente a subir, criando
assim uma homogeinização da
temperatura do local e o resfriando,
deixando a temperatura menor que
a externa.
De modo semelhante, a
geladeira que contém ar frio em seu
freezer, quando devidamente
fechada, permite com que o ar frio
desça refrigerando os alimentos. O
ar quente que pode ser liberado por
algum alimento contido na geladeira
irá ascender chegando até o freezer,
onde será refrigerado e novamente
irá descer. É importante que as
prateleiras da geladeira sejam
vazadas, isto é, que permitam a
movimentação de ar entre os
compartimentos para a boa
refrigeração como um todo.
Fonte: Descomplica
Radiação Térmica
Diferente da convecção e da
condução, a radiação térmica
(também conhecida como
irradiação) não necessita de um
meio material para se propagar,
sendo possível sua ocorrência
mesmo no vácuo.
A transmissão de energia por
irradiação pode ocorrer por ondas
eletromagnéticas, tais como ondas
de rádio, de luz e ainda dos raios
ultravioletas, porém, quando ocorre
através de raios infravermelhos
estamos nos referindo à irradiação
térmica, que é o que nos interessa na
termodinâmica.
Adaptado de: Brasil Escola
Um dos exemplos de radiação
térmica é o trajeto percorrido pela
energia solar no vácuo até sua
chegada à Terra.
Exercício Resolvido 12. (CEFET-
MG-2014) No senso comum, as
grandezas físicas calor e
29
APOSTILA DE TERMODINÂMICA

temperatura geralmente são eleve, transferindo calor por

interpretadas de forma equivocada. convecção.
Diante disso, a linguagem científica
está CORRETAMENTE empregada
em:
a. “Hoje, o dia está fazendo calor”.
b. “O calor está fluindo do fogo para
a panela”.
c. “A temperatura está alta, por isso
estou com muito calor”.
d. “O gelo está transmitindo
temperatura para a água no copo”.

Resolução: Sabendo que a

temperatura não se propaga,
somente o calor, é evidente que a
alternativa “d” está incorreta.

“Estar com calor” ou ainda “estar

fazendo calor” também é incorreto,
pois, o calor é a energia em
propagação de um corpo a outro,
invalidando as alternativas “a” e “c”.
Fonte: Unicamp
Logo, a alternativa correta é a letra
“b”.

Um excelente exemplo de
aparelho que dificulta as três formas
de propagação de calor
mencionadas anteriormente é a
garrafa térmica. Suas paredes
espelhadas dificultam a propagação
do calor por radiação, o vácuo entre
as paredes atrapalha a transferência
de calor por condução e convecção e
a tampa evita que o ar sobre o café se

30
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APOSTILA DE TERMODINÂMICA

4. Referências Bibliográficas
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termologia. 2018. Disponível em:
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