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Nome completo do(a) autor(a) para registro de ISBN: Dr. Paulo Sérgio Custódio
Nome completo do(a) revisor(a) técnico(a): Me. Alexandre Alex Barbosa Xavier
Introdução
Olá, caro estudante! Nesta Unidade nós iremos estudar a termodinâmica e os
seus principais aspectos e relações. A termodinâmica é o ramo da física que
estuda o calor, energia, temperatura e suas relações. Veremos que todos os
processos físicos envolvem a energia e o calor, e a menos de processos muito
elementares, todos eles geram ou absorvem calor, geram desordem no universo e
os seus aspectos são fundamentais na compreensão dos fenômenos da vida.
Bons estudos!
Neste segmento vamos definir calor e temperatura e entender que são conceitos
muito diferentes, vamos lá?
Outro instrumento que pode ser usado para medir a temperatura, é o nosso tato.
No entanto, ao usarmos o contato da pele para aferir uma escala de temperatura,
iremos obter medidas muito limitadas e grosseiras, suscetíveis a erros.
Exemplo: Uma geladeira vai contra esta lei da natureza (violação aparente, é
claro) mas para fazê-lo consumimos energia (elétrica) que trabalha com a
expansão de fluidos especiais. Esta montagem permite que uma região interna da
geladeira fique com temperatura muito mais baixa do que o ambiente, mas é um
processo não-espontâneo.
Uma vez que dois corpos atinjam o equilíbrio térmico, as suas temperaturas se
tornam iguais, fato que pode ser facilmente verificado com um termômetro digital.
Importante:
1) o produto de um parâmetro intensivo vezes um extensivo é um parâmetro
extensivo, por exemplo: pressão vezes volume: PV é um parâmetro extensivo,
Por exemplo, podemos ter uma xícara de café “bem quente” em cima de uma
mesa: haverá troca de calor entre a mesa e a xícara.
Uma placa de área A e espessura dx, apresenta uma taxa de fluxo de calor, P, se
houver uma diferença de temperatura na direção dx e esta fórmula é:
P= ( dQdt )=kA|dTdx |
(potência P é igual à dQ sobre dt que é igual a k vezes a área A vezes
dT sobre dx)
O valor de P é a potência (energia por segundo, sua medida é Watts (W) que flui
Note que: como o espaço entre a Terra e o Sol é vácuo, o único mecanismo de
transferência de energia entre o Sol e o nosso planeta só pode ocorrer via a
radiação eletromagnética (outro nome é radiação térmica).
( )
−1
T
λ max=0,289 cm
K
Termômetros
A medida de temperatura se dá por meio do termômetro, e há termômetros de
diversos tipos, apropriados a escalar de temperatura que podem não ser
adequados para outros instrumentos.
A primeira escala usando este método é a escala Celsius. Nesta escala, a mistura
de gelo e água em equilíbrio marca o zero da escala: zero graus Celsius.
Este é o ponto de congelamento da água: 0ºC.
Na outra extremidade, verificamos uma mistura de vapor de água e água, a
pressão de uma atmosfera. Este é o ponto de vaporização da água e a ele
define-se 100 graus Celsius: 100ºC.
Você sabia?
T C =T −273 , 15
(temperatura T na escala Celsius é igual à T menos 273,15)
Ou seja, o zero na escala Kelvin corresponde a:
T C =−273.15 ºC
NOTA: Uma temperatura na escala Celsius lê-se assim: 15 graus Celsius, mas na
escala Kelvin não há o grau: lê-se 15 Kelvin, simplesmente.
Finalmente, a escala Fahrenheit é muita usada nos USA e a relação dela com a
Celsius é:
9
T F = T +32ºF
5 C
(temperatura na escala Fahrenheit é 9 quintos da temperatura Celsius mais 32).
Uma dada porção de matéria terá temperatura mais alta se a velocidade média
de suas moléculas aumentar, ou seja, a distribuição da agitação molecular é o
que define a temperatura.
Agora fica claro que calor e temperatura são conceitos muito diferentes: o calor é
a quantidade de energia que pode ser transferida entre sistemas devido a uma
diferença de temperatura entre eles e a temperatura está relacionada à agitação
molecular média dos constituintes da amostra em estudo.
Quando falamos fluxo de calor nos segmentos acima, estamos sendo um tanto
redundantes pois o calor já é um fluxo em si, mas a ideia é apenas reforçar o
significado. Lembrando: este fluxo só pode ocorrer via condução, convecção ou
radiação, não existe outro meio para a troca de calor entre os corpos. Pode haver
uma combinação entre eles em uma dada situação.
Vimos que a expansão de um líquido ou gás pode ser usada para determinar um
tipo de termômetro, mas vamos estudar como ocorre esse tipo de expansão?
Você sabia?
O avião já aposentado Concorde era um avião francês, supersônico que fazia
linha comercial entre a França e USA. Este avião sofria uma grande dilatação
térmica por conta de sua grande velocidade, da ordem de 10cm ou mais (a
dilatação). Os painéis internos obedeciam a esta folga, já pensada pelos
engenheiros. Ele também tinha que ser necessariamente branco por conta da
absorção da energia solar.
Exemplo: um anel de metal possui um furo de raio a e o anel tem raio b. Quando
ele é aquecido na chama de um maçarico, ele se expande, incluindo o furo
interno:
#PraCegoVer: um anel de metal quando é aquecido sob uma chama terá suas
dimensõ es ampliadas, o mesmo ocorrendo com o furo no centro deste anel.
Vamos praticar?
Calcule a energia calcule os pontos de vaporização e congelamento da água, na
escala Fahrenheit.
9
T F = T +32=0+32=32ºF => congelamento
5 C
9
T F = 100+32=212ºF => vaporização
5
Note que o importante aqui é que o sistema como um todo está em repouso
com relação a um bom sistema de referência onde as medidas dos parâmetros
macroscópicos pode ser efetuada. Os seus constituintes atômicos e moleculares
Você o conhece?
Ludwig Boltzmann, físico austríaco (1844-1906) Boltzmann fez muitas
contribuições importantes para o desenvolvimento da teoria cinética dos gases,
eletromagnetismo e termodinâmica. Seu trabalho pioneiro no campo da teoria
cinética conduziu ao ramo da física conhecido como mecânica estatística.
Vamos considerar o primeiro caso: uma porção de material recebe uma dada
quantidade de calor, mas não muda o seu estado, muda apenas a sua
temperatura.
∆ Q=mc ∆ T
(delta Q é igual à massa m vezes o calor específico c vezes a
variação de temperatura delta T)
Por sua vez, o calor latente caracteriza a quantidade de calor de que uma
substância precisa para mudar de estado, sem mudar a sua temperatura (ou a
mudança é muito pequena).
Trabalho e Calor
⃗
F ( r )=−G
r( )
MT m
2
⃗e
B Vf Vf
W =∫ ⃗
F . d ⃗r =−∫ PAdr=−∫ PdV
A Vi Vi
Vf
W =−∫ PdV
Vi
PV =N k B T =nRT
(pressão P vezes o volume V é igual a N vezes a constante de Boltzmann, vezes
a temperatura T que é igual ao número de moles n vezes a constante de gases
ideais vezes a temperatura T)
{
N :número de partículas
n :número de moles
−23 −1
k B : cte .de Boltzmann=1 , 38 ×10 J K
−1 −1
R: cte . dos gases ideais=8 , 31 J mol K
∆ U =∆ Q+ ∆ W
Delta U é igual a delta Q mais delta W
Onde: ∆ W é o trabalho realizado sobre o corpo.
Muitos livros escrevem na forma equivalente:
∆ U =∆ Q−∆ W
Delta U é igual a delta Q menos delta W
Não existem outras possibilidades: a energia interna varia pela troca de calor e/ou
pela realização de trabalho.
Processo Termodinâmicos
O estado de um gás é a coleção dos valores das suas variáveis macroscópicas, e
processo termodinâmico é uma trajetória que leva um gás de um estado inicial a
um estado final. Há vários tipos de processos a serem explorados agora.
∆ U =+∆ W
delta U é igual a mais delta W
Ou seja, em um processo adiabático, nenhum calor entra ou sai do sistema,
portanto, qualquer mudança na energia interna só pode se originar em trabalho
realizado sobre o sistema (ou por ele). O trabalho realizado sobre um gás em um
processo adiabático é:
W= ( P Vγ −1
f −P V
f
) i i
o trabalho W é igual a Pressão final vezes Volume final menos Pressão inicial
vezes Volume inicial tudo dividido por gamma menos 1
O índice: γ é chamado índice adiabático do gás, e ele é dado pela razão dos
calores específicos a pressão e volume constantes:
γ=
( )
Cp
Cv
γ=
( ) Cp 5
=
Cv 3
Exemplo: se você jogar uma lata de aerosol em uma fogueira, o volume da lata é
constante. No entanto, calor é transferido da fogueira para a lata, a pressão
interna do gás aumenta e a lata pode eventualmente explodir, como
consequência.
P∝ ( NTV )
Pressão como função do volume é proporcional ao número de partículas vezes a
temperatura T divido pelo volume V
Em processos isotérmicos, a energia interna não muda, desta forma temos:
∆ U =∆ Q+ ∆ W =0⇒ ∆ Q=−∆ W
A variação delta U da energia interna é igual a delta Q mais delta W que é igual a
zero, o que implica que delta Q é igual a menos delta W
( )
Vf Vf Vf
nRT 1 V
W =−∫ PdV =−∫ dV =−nRT ∫ dV =−nRTln f
Vi Vi
V V
Vi
Vi
Caso
A conversão de energia em trabalho é apenas uma pequena fração da energia
consumida pela corpo humano. Mesmo em repouso, consumimos cerca de
100Watts, na manutenção de todos os órgãos e tecidos. A fonte de energia,
evidentemente vem dos alimentos. A digestão é o processo que tem como função
quebrar os alimentos em moléculas que reagem com o oxigênio no interior das
células. Estas, são reaçõe de oxidação e geram radicais livres. Nestas reações há
liberação de energia (variação de entalpia) ao se produzirem moléculas de ATP
(adenosina tri-fosfato). Esta é a fonte de energia utilizável pelo organismo. A
reação básica envolve a glicose:
−1
C 6 H 12 O6+ 6 O2 → 6 H 2 O+6 C O2 +686 kcal mol
3.2.2 Entalpia
A entalpia H é uma grandeza que mede quanta energia pode ser removida sob a
forma de calor, em uma dada reação ou processo. Nas reações químicas
medimos a entalpia em kJ mol−1 (lê-se: quilo-Joule por mol).
H=U + PV
entalpia H é igual a U mais Pressão P vezes Volume V
Temos várias entalpias: entalpia de fusão, vaporização, de ligação, etc. Essas
funções estimam o quanto de energia uma dada reação pode liberar a pressão
constante.
A entalpia classifica os tipos de reação em exotérmica, onde há a liberação de
calor para o ambiente ou endotérmica, quando o calor é absorvido. Na verdade, o
que importa é a variação na entalpia, pois esta variação relaciona-se com a
quantidade de calor liberada ou absorvida:
{∆ΔHH>0< 0⇒⇒exotérmica
endotérmica
Vamos praticar?
Determine a equação de estado de um gás que sofre expansão adiabática
relacionando pressão e volume.
Solução:
Como exemplo, vamos demonstrar aqui como podemos calcular o processo
adiabático em um gás, ou seja, determinar a relação entre P e V se o processo
ocorre adiabaticamente, ou seja, sem troca de calor.
Se um processo é adiabático, a variação de calor é zero, logo, a variação da
energia interna do gás vai para a variação na sua temperatura:
3
∆ U = nR ∆T
2
Aqui, o calor específico a volume constante é C e é dado pela cte. dos gases:
3
C= R
2
(O calor específico C é igual a 3 meios da constante dos gases ideais)
PdV +VdP=nRdT
−PdV
Mas: ndT = , logo:
C
−R
PdV +VdP= PdV
C
(pressão P vezes delta V mais volume V vezes delta P é igual a menos R dividido
por C vezes a pressão P vezes delta V)
Ou:
dP dV
+γ =0
P V
γ
lnP+ γlnV =cte⇒ P V =cte
(o logaritmo de P mais gamma vezes o logaritmo de V é igual a uma constante
que implica que a pressão P vezes o volume elevado à constante gamma é igual
a uma constante).
dS= ( dQT )
(dS é igual a dQ sobre T)
Por caminho queremos dizer que o sistema sai de uma configuração inicial (certos
valores de temperatura, pressão, volume, etc) e vai para outra configuração, por
exemplo em um diagrama PV, como vimos previamente.
Você sabia?
Na física moderna a entropia dos sistemas materiais é proporcional ao volume da
matéria, mas de acordo com as melhores teorias da astrofísica os buracos negros
possuem entropia mas que é proporcional à área desses objetos. Esta mudança
de comportamento ainda é tema de muita investigação na física.
S=k B ln ( Ω )
Solução:
O número de microestados é: Ω=23=8, pois podemos ter: 000, 001,
010,011,100,101,110, 111.
Logo, a entropia de um sistema do sistema é: S=ln ( Ω )=ln ( 8 )=2 ln (2)
Fizemos: k B=1 , que é uma escolha muito usada de sistemas de unidades.
Irreversibilidade
Se você rodar o filme ao contrário, ninguém terá dúvida quanto ao fato de você ter
rodado o filme na sequência invertida: futuro para passado. Por isso, o aumento
da entropia também estabelece uma seta para o tempo: dizemos que o tempo
flui do passado para o futuro obedecendo ao aumento da entropia do Universo!
Esta seta do tempo tem natureza estatística. O ramo da Ciência que estuda as
bases microscópicas da Termodinâmica é a Mecânica Estatística.
Vamos ver outro exemplo: você tem uma caixa vazia (inicialmente sem gás) e um
frasco pequeno de vidro dentro dela, com gás.
Quando você quebra o frasco, as moléculas de gás dele começam a ocupar todo
o volume disponível da caixa, de modo espontâneo.
A probabilidade dele voltar a ocupar apenas o frasco (voltar para ele) não é zero,
mas é um valor tão pequeno, tão irrisório que a probabilidade de tal evento é
dQ
dS ≥
T
(delta S é maior ou igual a delta Q sobre T)
W =Q1−Q2
(W é igual a Q1 menos Q2)
Q2
η=
Q1−Q2
(eta é igual a Q2 sobre a diferença Q1 menos Q2)
Por exemplo, um refrigerador não opera em ciclo de Carnot, mas é bem próximo
disso, de modo que podemos usar esta expressão para o seu rendimento, como
valor aproximado.
dG=−SdT +VdP+ ∑ μ j d N j
j
Vamos praticar?
PdV
Temos: dQ=dW =PdV , logo: dS=
T
Integrando:
( )
V2
PdV V2
Δ S=∫ =N k B ln
V1 T V1
P N
Pois no processo isotérmico: = k
T V B
Conclusão
Muito bem! Chegamos ao final da terceira unidade. Esta unidade foi muito
importante para você estudante ter um contato com as noções de calor, trabalho,
como as reações podem gerar calor, quais reações são espontâneas e quais não
são. Também vimos que as máquinas térmicas não são ideais: algum desperdício
na conversão de calor e trabalho sempre ocorre.
dQ
*a) Quando: dS=
T
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dQ
b) Quando: dS >
T
dQ
c) Quando: dS ≥
T
dQ
d) Quando: dS ≤
T
dQ
e) Quando: dS=2
T
a) η=49 % *
b) η=53 %
c) η=100 %
Bibliografia
1) HEWITT, P. G., Física Conceitual, 12ª ed, editora Bookman, Porto Alegre,
2015.
2) HELERBROCK, R., "Sistema Internacional de Unidades"; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/sistema-internacional-
unidades-si.htm. Acesso em 27 de abril de 2021.
3) HALL, S. J.; Biomecânica básica, 7ª ed, editora Guanabara Koogan, Rio de
Janeiro, 2016.
4) HALLIDAY,D.; RESNICK,R., Fundamentos de Física, 8ª ed, Rio de Janeiro,
LTC,
5) WHITE, F.M., Mecânica dos Fluidos, 7ª ed, editora McGraw-Hill, Porto
Alegre, 2011.
6) DOCA, R.H. et al, Tópicos de Física, editora Saraiva, São Paulo, 2012.
7) C. Ross Ethier and Craig A. Simmons; Introductory biomechanics: from
cells to organisms, Cambridge University Press, 2007.