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Resumo de termoquímica

Com exceção da energia solar, a maior parte da energia utilizada no nosso dia a dia
vem de reações químicas. A combustão da gasolina, produção da eletricidade a partir
de carvão, o aquecimento de casas a partir da queima de gás natural e o uso de
baterias para alimentar dispositivos eletrônicos são exemplos de como a química é
utilizada para produzir energia. Além disso, reações químicas fornecem energia que
mantém os sistemas vivos. As plantas utilizam energia solar para realizar fotossíntese,
fato que permute o seu crescimento. Em contrapartida, as plantas fornecem alimentos
para nós, seres humanos, a parti do qual geramos a energia necessária para nos
mover, manter a temperatura corporal e realizar outras funções corporais necessárias
a vida. Nessa aula vamos explorar as relações existentes entre as reações químicas e as
variações de energia que envolvem calor. Vamos abordar especificamente a respeito
da entalpia, uma função de estado que está relacionada ao calor absorvido ou liberado
durante as transformações físicas e químicas, assim vamos compreender o que é um
processo endotérmico, o que é um processo exotérmico. Nosso objetivo é
compreender que todas reações químicas e mudanças de estado físico envolvem
liberação ou absorção de energia. Conceito de temperatura é familiar a todos nos. O
conceito de temperatura, do ponto de vista científico, deriva da observação de que
energia pode fluir de um corpo para outro quando eles estão em contato. A
temperatura é a propriedade que nos diz a direção do fluxo de energia. Assim, se a
energia flui de um corpo A para um corpo B, podemos dizer que A está a uma
temperatura maior do que B. Essa maneira de definir a temperatura também
estabelece a relação entre calor e temperatura. O calor, como fluxo de energia,
sempre passa de um sistema a uma temperatura maior para um outro a uma
temperatura menor, quando os dois estão em contato. Só há fluxo de energia e,
portanto, calor, quando há diferença de temperatura. O calor é diretamente
proporcional à diferença de temperatura entre os dois sistemas entre os quais está
havendo a transferência de calor, e não à temperatura de qualquer dos sistemas.
Sendo todos os materiais constituídos por moléculas, íons ou átomos, a temperatura
pode ser associada à energia cinética média dessas moléculas, íons ou átomos. Em
outras palavras, pode-se considerar que a temperatura expressa o maior ou menor
grau de agitação térmica das moléculas de um corpo. Quanto maior a temperatura,
maior será a agitação térmica dessas moléculas. Por que podemos afirmar que um
termômetro mede a temperatura de um corpo? Só podemos afirmar que a
temperatura lida no termômetro é a mesma temperatura do sistema porque houve
uma transferência de energia do sistema para o termômetro, quando o primeiro está a
uma temperatura mais alta. Por que ocorre essa transferência? Porque dois corpos,
objetos ou sistemas em contato tendem a igualar suas temperaturas e atingir o
equilíbrio térmico, havendo a transferência de energia sempre do corpo, objeto ou
sistema à maior temperatura para aquele à menor temperatura. Usamos nosso corpo
como um termômetro em várias situações. As mães sabem avaliar se o leite da
mamadeira do bebê está na temperatura ideal pingando algumas gotas no dorso das
mãos. De maneira semelhante, elas sabem avaliar se seu filho está febril ou não
colocando a palma da mão sobre a testa da criança. No entanto, essas sensações
muitas vezes podem nos iludir. Se você pudesse tocar dois blocos — um de madeira e
outro de alumínio — e tentem avaliar, pelo toque, suas temperaturas. Em qual você
espera que a temperatura seja menor? Se vocês pudesse tocar nesse bloco certamente
afirmariam que o bloco de metal está a uma temperatura menor. No entanto, se em
cada bloco conter um orifício para que possa ser introduzido um termômetro, vamos
determinar que a temperatura é exatamente a mesma nos dois blocos. Nem sempre a
sensação de quente e frio corresponde a uma diferença real de temperatura. No caso
estudado, o que ocorre é que a mão está numa temperatura maior que a temperatura
dos blocos. Quando a mão— uma fonte de calor —toca os blocos, há uma modificação
na temperatura dos blocos. Nessa situação, nosso corpo estava em uma temperatura
maior que a temperatura ambiente, que é também a temperatura dos blocos. Nesse
caso, houve transferência de energia do nosso corpo para os blocos. A temperatura do
metal se modifica mais rapidamente do que a da madeira, o que provoca a sensação
de que o metal está mais frio do que a madeira. Essa diferença de comportamento
entre a madeira e o metal pode ser explicada em termos de calor específico, que é
uma propriedade que ajuda a entender uma série de fenômenos cotidianos, como o
motivo por que as panelas de metal esquentam mais rapidamente do que as de barro
ou pedra. O valor do calor específico de cada material apresenta pequenas variações
com a temperatura. O calor específico pode ser definido como a quantidade de calor
que um grama de determinado material deve ganhar ou perder para que sua
temperatura varie em um grau Celsius. Um material que possua alto calor específico
aquece — e também esfria — muito mais lentamente do que um material de baixo
calor específico. O calor específico dos metais é baixo quando comparado a materiais
como argila ou pedra, usados na fabricação de panelas. Isso significa que,
considerando panelas de mesma massa, é necessário fornecer menos calor para o
metal do que para a argila para fazer com que ele atinja a temperatura de cozimento.
Da mesma forma, a panela de metal vai esfriar mais rapidamente, pois a quantidade
de calor que ela deve ceder ao ambiente para esfriar é bem menor que no caso, por
exemplo, da argila. Podemos explicar a diferença entre as sensações provocadas pela
madeira e pelo metal também em termos de calor específico. Como o calor específico
do metal é menor, ele sofre uma variação de temperatura maior do que a da madeira
ao entrar em contato com nossa mão, atingindo mais rapidamente a temperatura de
nosso corpo. Essa rápida variação de temperatura do metal nos dá a sensação de frio.
Essas situações são importantes para evidenciar a grande diferença que existe entre
nossas noções cotidianas de calor e a noção científica. A noção científica estabelece
que o calor depende da relação entre dois sistemas. Assim, não tem sentido, do ponto
de vista da ciência, falar do calor de um corpo ou de um sistema, já que só existirá
calor quando existir diferença de temperatura entre dois sistemas ou entre duas
partes de um mesmo sistema. É possível estabelecer a relação entre calor e diferença
de temperatura, por meio do cálculo da quantidade de calor transferida entre duas
massas iguais de água, a diferentes temperaturas. Na linguagem cotidiana, estamos
acostumados a considerar o calor como diretamente proporcional à temperatura. Será
que sempre há mais calor quando a temperatura é mais elevada. Vamos imaginar que
vocês misturem quantidades iguais de água (50 mL, por exemplo) a temperaturas
diferentes. Por exemplo, misture quantidades iguais de água a 20 e a 40 °C e depois
repita o mesmo procedimento para água a 60 e a 70 °C. Qual das duas situações
envolverá maior quantidade de calor, ganho ou perdido? Provavelmente você vai
imaginar que no sistema onde tem maior temperatura a quantidade de calor será
maior? Porém, usando a expressão Q = m c T, o cálculo das quantidades de calor
ganho e perdido indicará que houve maior troca de calor entre os sistemas que
estavam a uma temperatura mais baixa, pois a diferença de temperatura entre eles (20
e 40 °C, aproximadamente) é maior que entre os sistemas a temperaturas mais
elevadas (60 e 70 °C, aproximadamente). Esse dado normalmente contraria nossas
expectativas de que a uma temperatura maior corresponde maior quantidade de calor.
Observe por esse exemplo o quanto os conceitos científicos de calor e temperatura
são diferentes dos nossos conceitos cotidianos. Muitas vezes assumimos que calor está
relacionado diretamente à temperatura. Calor, relaciona-se a diferença de
temperatura entre dois sistemas. Experimentalmente como podemos determinar a
quantidade de calor? Calorímetro é um instrumento utilizado para fazer estudos sobre
a quantidade de calor liberado ou absorvido durante transformações físicas e
químicas. Através de um calorímetro é possível medir experimentalmente os valores
do calor liberado ou absorvido por uma determinada amostra material. A energia
liberada pela amostra aquece determinada quantidade de água, tornando possível a
medição da variação da temperatura e a calcular a quantidade de calor. Os
calorímetros mais comuns são calorímetro de água e calorímetro bomba que
normalmente é utilizado para medir a quantidade de calor liberada na combustão de
uma amostra de um alimento, ou seja, o conteúdo energético dos alimentos.
Basicamente, seu funcionamento consiste em colocar uma amostra do alimento em
uma câmara de combustão que contém oxigênio e que fica mergulhada em um frasco
de aço contendo água, que é revestido por um material isolante, para evitar que
ocorram perdas de calor com o meio. Então, uma descarga elétrica provoca a queima
da amostra e um termômetro mede a temperatura inicial da água (cujos valores da
massa e do calor específico são conhecidos) e a temperatura final. Com isso, calcula-se
a variação da temperatura (ΔT) e descobre-se o calor liberado por meio da seguinte
fórmula: Q = m . c . ΔT. É crescente o interesse pelo valor calórico dos alimentos. Será
que faz sentido em falarmos em caloria vazia ou caloria negativa? A expressão
"calorias vazias" sinaliza alimentos que dão energia, mas não acrescentam nenhum
outro nutriente importante para a nossa saúde, como vitaminas, minerais e fibras,
entre outros. Mesmo quando estamos com a saúde plena e em absoluto repouso,
nosso organismo gasta energia para manter nossas funções vitais, como a temperatura
corporal constante, a respiração, o coração batendo, sangue circulando, rins
trabalhando, fígado metabolizando alimentos, etc. Esse estado é denominado
metabolismo basal. Situações como doenças, sustos, estudo, trabalho, prática de
exercícios físicos, etc. levam o organismo a consumir mais energia, acima do requerido
pelo metabolismo basal. A soma da atividade metabólica nessas situações mais o
metabolismo basal é chamado de taxa metabólica e representa as necessidades
calóricas do organismo de cada indivíduo. As embalagens de alimentos fornecem uma
média das necessidades calóricas da população em geral, ou seja, tal alimento fornece
determinada porcentagem de nutriente que supre uma porcentagem do conteúdo
calórico “para uma dieta de 2 000 kcal” ou “2 500 kcal”. Sua necessidade calórica,
porém, pode ser maior ou menor do que isso. E como a necessidade calórica varia de
pessoa para pessoa, o ideal é que ela seja calculada por um médico ou nutricionista.
Não existe alimento com caloria negativa, a eficácia da perda de peso está relacionada
ao BALANÇO ENERGÉTICO NEGATIVO, através da redução da ingestão calórica dos
alimentos e aumento o gasto energético através do exercício físico regular. As reações
químicas podem liberar ou absorver calor? Para responder essa pergunta é necessário
relacionar as variações de energia no mundo microscópico com a energia cinética e
potencial das substancias em nível molecular. Toda substância apresenta uma certa
quantidade de energia armazenada, denominada de energia interna. Por definição, a
soma das energias cinéticas e potenciais corresponde a energia interna. Energia
interna é resultante de movimentos de translação, rotação e vibração, e das interações
inter e intramoleculares entre núcleos e elétrons. Qualquer substância possui certa
quantidade de energia interna armazenada em seu interior, parte na forma de energia
química e parte na forma de energia térmica. A variação de energia interna de um
sistema devida a perda ou ganho de calor depende do processo pelo qual o calor é
transferido. Tem-se que: quando a energia interna total dos reagentes (energia inicial)
for maior do que a energia interna total dos produtos formados (energia final), a
reação irá liberar energia — em forma de calor, por exemplo (reação exotérmica). A
combustão completa de qualquer combustível orgânico (que possui átomos de
carbono) leva a formação de gás carbônico ou também chamado de dióxido de
carbono (CO2) e água (H2O), caracterizada como exotérmica, portanto, libera calor. Por
sua vez, Quando a energia interna total dos reagentes (energia inicial) for menor do
que a dos produtos formados (energia final), a reação somente poderá ser processada
se puder absorver em forma de calor, por exemplo (reação endotérmica). Na reação
da fotossíntese em que água e gás carbônico reagem produzindo glicose, é preciso
fornecer energia para que a mesma ocorra, essa reação é caracterizada como
endotérmica, absorve calor. Para poder investigar o calor liberado ou absorvido em um
processo químico à pressão constante, os químicos conceituaram a grandeza entalpia,
simbolizada por H. A função entalpia foi introduzida por Gibbs, um dos fundadores da
termodinâmica moderna. A entalpia de um sistema é uma grandeza (expressa em
unidade de energia) que informa a quantidade de energia desse sistema que poderia
ser transformada em calor em um processo à pressão constante. É uma propriedade
extensiva de uma substância, que está relacionada com o calor de reação (Qp), e
permite calcular o calor absorvido ou desprendido numa reação química A variação de
entalpia em uma reação química depende apenas dos estados inicial e final da reação,
entalpia é função de estado, independe do caminho de reação. Por conveção,
processos exotérmicos, aqueles que liberam calor tem H<0 e os endotérmicos H>0.
De que forma podemos mostrar se uma reação está liberando ou absorvendo calor?
Uma representação pode ser feita através das equações termoquímica, que é a
equação química que simboliza uma determinada reação química, e o valor de
variação de entalpia. Para representar uma equação termoquímica é necessário
atentar-se a alguns detalhes, como o calor liberado ou absorvido em uma reação
depende dos estados físicos dos reagentes e produtos, é necessário especificar o
estado físico de cada substância, a variação de calor da reação ( H), variedade
alotrópica quando existir, as alotropias apresentam entalpias diferentes, as formas
alotrópicas mais estáveis, nas condições padrão tiveram o valor zero atribuído às suas
entalpias; por exemplo, o carbono na forma grafite e o carbono na forma diamante,
onde o carbono na forma grafite é a mais estável nas condições ambientes e apresenta
a entalpia igual à zero e o carbono diamante apresenta entalpia diferente de zero, as
condições físicas em que ocorre a reação, ou seja, temperatura e pressão. As entalpias
dos reagentes e produtos aumentam com a temperatura. Conforme já apresentado a
variação de entalpia em uma reação química depende apenas dos estados inicial e final
da reação, logo, variação de entalpia pode ser expressa pela diferença entalpia dos
produtos e a entalpia dos reagentes. Caso a reação apresente uma variação de
entalpia menor que zero (ΔH < 0), então as reações serão classificadas como reações
que perderam mais energia no processo de quebra das ligações dos reagentes e
formação da ligação nos produtos: esse processo é denominado exotérmico. Quando
um processo exotérmico ocorre em um sistema à pressão constante, esse sistema
libera calor para o ambiente e sua entalpia diminui, em termos quantitativos a entalpia
dos reagentes tem que ser maior do que a entalpia dos produtos. Se a variação de
entalpia der um valor positivo (ΔH > 0), então as reações serão classificadas como
reações que ganharam mais energia no processo de quebra das ligações dos reagentes
e formação da ligação nos produtos, e o nome para ela será endotérmico. Quando um
processo endotérmico ocorre em um sistema à pressão constante, esse sistema
absorve calor do ambiente e sua entalpia aumenta. Em termos quantitativos a entalpia
dos reagentes tem que ser menor do que a entalpia dos produtos. O sentido da seta
será sempre do reagente para o produto. Os valores de ΔH para diferentes reações são
tabelados, não precisa memorizar tais valores. Os valores de H são pré-estabelecidos
e encontrados em tabelas, para aqueles compostos que estejam na sua forma mais
estável a 1 atm de pressão, ou seja, no estado padrão. Contudo, quando empregamos
informação tabelada é necessário ressaltar em que condições ela foi determinada
experimentalmente para que saibamos, por consequência, a que condições ela se
aplica. Por esse motivo, os químicos criaram o conceito de estado-padrão de uma
substância. Estado padrão de uma substância é a fase mais estável que ela existe: 1
atm de pressão e geralmente 25 °C. São indicadas pelo índice superior (°). Sendo assim,
a entalpia padrão de reação, é a entalpia de reação quando os reagentes, em seus
estados padrão, transformam-se em produtos também em seus estados padrão.
Convencionou-se entalpia zero para determinadas substâncias simples, em razão de
não ser possível medir o valor real da entalpia de uma substância. Terá entalpia zero
qualquer substância simples que se apresente nos estados físico e alotrópico mais
comum, a 25ºC e 1atm de pressão. Por que é importante conhecer os valores de ΔH?
Conhecer tais valores permite fazer uma série de previsões importantes. Podem-se
comparar combustíveis quanto à energia que fornecem, podem-se realizar previsões
sobre quanto se deve fornecer de energia para que certos processos ocorram ou sobre
a necessidade de manter certos sistemas refrigerados durante reações exotérmicas
para que o calor liberado não cause acidentes. Embora o conhecimento de valores de
ΔH seja importante, há reações difíceis de realizar na prática. Há vários motivos para
essa dificuldade; algumas são explosivas, outras muito lentas e há também aquelas
que apresentam rendimento muito baixo ou que formam outros produtos além dos
desejados (isto é, outras reações, indesejáveis, ocorrem simultaneamente). A variação
de entalpia de uma reação pode ser medida por calorimetria (usando os calorímetros)
ou através da chamada Lei de Hess. Quem percebeu e postulou a possibilidade de
calcular o valor da entalpia de formação das substâncias através do valor da entalpia
das reações foi o médico suíço Henri Hess. Assim sendo a Lei de Hess permite fazer
uma previsão do ΔH de uma reação sem realizá-la, desde que se disponha de alguns
outros valores adequados de ΔH. A lei de Hess estabelece que se se uma equação
química puder ser escrita como a soma de 2 ou mais etapas, a variação de entalpia da
equação global é igual à soma das variações de entalpia das etapas. A Lei de Hess é
uma lei experimental fundamental no estudo das reações Termoquímica. Será que se
eu alterar as quantidades de reagentes e de produtos isso altera os valores de
variações de entalpia? As variações de entalpia são especificas para a reação que está
ocorrendo. Carbono grafite é um condutor elétrico, e por isso possui aplicações em
eletrônica, como em eletrodos e baterias. Por exemplo deseja-se saber qual a variação
de entalpia na reação entre carbono grafite e oxigênio. Mas, essa reação é muito difícil
de realizar na prática; uma parte do carbono pode queimar até formar dióxido de
carbono (CO2) e uma outra parte pode permanecer sem queimar. Por isso, é bastante
difícil medir o ΔH dessa reação. Pode-se imaginar que essa reação ocorra em duas
etapas: A primeira a oxidação do carbono a monóxido de carbono. A segunda etapa é a
oxidação do monóxido de carbono a dióxido de carbono. Esse processo que ocorre em
duas etapas, é um exemplo de sequência de reações, uma serie de reações em que os
produtos de uma reação são os reagentes de outra reação. Combinando tais equações
(explica), tem-se que a equação da reação total, o resultado final da sequência, é a
soma das equações das etapas intermediárias. Neste exemplo não foi necessário
ajustar as quantidades de produtos ou inverter o sentido de reação, a simples soma
das equações termoquímica nos permitiu calcular o valor de variação de entalpia de
reação desconhecido. Vejamos uma situação em que será necessário fazer mudanças
na equação termoquímica. As equações intermediárias são ajustadas de acordo com a
equação de formação do dióxido de carbono (invertidas, muda-se o sinal da ∆H; ou
multiplicadas para acertar os coeficientes estequiométricos) e somadas como se
fossem equações matemáticas. Como já destacado a quantidade de calor liberada ou
absorvida em uma reação depende, em primeiro lugar, das quantidades dos reagentes
e dos produtos que participam da reação. Então qualquer alteração na equação
termoquímica vai resultar em mudanças nos valores de entalpia. (Explicar). Lembre-se
que dióxido de enxofre é um gás denso de inalação extremamente irritante e tóxico.
Ao usar a Lei de Hess, é útil representar de maneira esquemática os dados de entalpia
em um diagrama de níveis de energia. Nestes diagramas, as diversas substâncias
estudadas, os reagentes e produtos em uma reação química, por exemplo são
colocados em uma escala arbitrária de energia. A entalpia relativa de cada uma das
substancias é dada pela sua posição no eixo vertical, e as diferenças numéricas na
entalpia são mostradas pelas setas verticais. Esses diagramas fornecem uma
perspectiva visual da magnitude e direção das variações de entalpia e mostram como
as entalpias das substâncias estão relacionadas. Veja que os elementos C e oxigênio
estão na entalpia de maior nível. A reação do carbono com oxigênio para formar
dióxido de carbono diminui a entalpia para 393,5 Kj. Isso pode ocorrer em uma única
etapa, mostrado aqui a esquerda, ou em duas etapas, via formação inicia de monóxido
de carbono, como mostrado a direita. A variação de entalpia de uma reação é uma
função de estado, isto é, a variação de entalpia ocorre quando os reagentes
transformam-se em produtos não depende do caminho percorrido. Os diagramas de
energia ilustram esse ponto. Muitas vezes queremos saber a variação de entalpia para
uma etapa de uma reação. Se soubermos a variação total e as variações de entalpia
para todas as etapas, exceto uma, então a variação desconhecida pode ser calculada.
Será que podemos empregar a Lei de Hess nos processos de mudança física? Destaco
que, para que cada mudança de estado físico ocorra é necessário absorção ou
liberação de energia. Uma mudança de estado físico consiste em uma alteração, por
exemplo, entre sólido e líquido ou entre líquidos e gás. As moléculas de um sólido ou
de um liquido ficam juntas devido as atrações intermoleculares. Mudanças de fase em
que as moléculas ficam mais separadas, como a fusão ou vaporização requerem
energia para superar essas forças, e são portanto, endotérmicas. Mudanças de fase
que aumentam o contato entre as moléculas, como a condensação ou solidificação,
são exotérmicas. A variação de entalpia de liquefação é o inverso da variação de
entalpia de vaporização, observe que a entalpia de solidificação é o inverso da entalpia
de fusão. Pelo diagrama, está claro que qualquer uma das variações de entalpia pode
ser obtida a parti do valor de outras duas. Algebricamente verifica-se que a entalpia de
sublimação é dada pela entalpia de fusão e vaporização. A Lei de Hess demonstra que
tanto partindo de uma reação direta como de uma sequência de reações, a variação de
energia é sempre a mesma. Nos exemplos anteriores foi visto como estimar o valor de
H partindo de uma sequência de reações. Mas, como é possível determinar o valor de
variação de entalpia para uma reação sob condição padrão partindo de uma reação
direta? Para isso podemos utilizar entalpias padrão molares de formação de reagentes
e produtos juntamente com a equação ∆𝐻°(𝑟𝑒𝑎çã𝑜)=∑𝐻°(𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠)−
∑𝐻°(𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠). Essa equação é uma consequência lógica da definição de entalpia
padrão da reação e da Lei de Hess. Nessa equação a letra grega signa maiúscula
significa soma. Para encontrar a variação de entalpia padrão da reação, é preciso
adicionar as entalpias molares de formação dos produtos, cada uma multiplicada pelo
coeficiente estequiométrico n, e subtrair desses valores a soma das entalpias molares
de formação dos reagentes, cada um multiplicado por seu coeficiente estequiométrico.
Imagine que você comeu aquelas balas lotadas de sacarose, ou seja de açúcar.
Suponha que você queira saber quanta energia é necessária para a combustão de 1
mol de sacarose. Para fazer isso você vai usar as entalpias de formação dos produtos e
dos reagentes. Esses dados são tabelados. Valores de entalpia de formação podem ser
usados para comparar as estabilidades de compostos relacionados. Conforme já dito a
equação ∆𝐻°(𝑟𝑒𝑎çã𝑜) = ∑𝐻°(𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠)− ∑𝐻°(𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠) é uma aplicação da Lei de
Hess. Uma vez que a entalpia independe do caminho que leva à transformação dos
reagentes em produtos. Podemos imaginar uma rota alternativa para determinar a
entalpia de combustão, que envolva a conversão dos reagente metano e oxigênio em
dióxido de carbono e agua. Note que as variações de entalpia desses processos são as
entalpias de formação dos reagentes e dos produtos.

Já aprendemos em outras aulas que em uma reação química, as ligações existentes


são quebradas e novas são formadas. A quebra de uma ligação é sempre
endotérmica, enquanto que a formação de uma ligação é sempre exotérmica. Aqui
temo um exemplo de três equações estequiométricas de combustão, qual dessas
reações é mais poluente? Para afirmar qual é mais poluente é necessário
determinar qual libera mais gás carbônico. Nós já vimos duas estratégias para
estimar os valores de entalpia de reação, seja através das entalpias de formação ou
através da combinação de reações, em ambas as situações leva-se em
consideração dados tabelados, previamente fornecidos. Será que há uma terceira
possibilidade? Podemos ainda estimar as entalpias de reação se conhecemos as
variações de entalpia que acompanha a quebra e a formação das ligações. Para isso
novamente podemos recorrer a Lei de Hess. Olhando para equação química que
simboliza uma reação de combustão do metano tem-se que são rompidas 4
ligações C-H de uma espécie gasosa e duas ligações oxigênio entre os átomos de
oxigênio. Do lado dos produtos são formadas quatro ligações carbono e oxigênio e
duas ligações entre hidrogênio e água. Nós podemos estimar as entalpias de
reação se conhecemos as variações de entalpia que acompanham a quebra e a
formação de ligações. Os valores de entalpia média estão relacionados em tabelas.
Observe que todas as entalpias de ligação são positivas. A gasolina é o combustível
mais poluente, por que libera maior quantidade de dióxido de carbono. Através
deste exemplo vimos o quanto é importante conhecer e interpretar os valores de
variação de entalpia.

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