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TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS E ENERGIA

Energia e Transformação Química

As transformações químicas são chamadas reações químicas, estas são constituídas por reagentes
se transformando em produtos. Existem algumas leis de transformação.

A primeira destas leis é a Lei da Conservação das Massas, (enunciada por A. L. Lavoisier em 1774) e
a segunda é a Lei das Proporções Definidas. (também chamada Lei da Composição Definida).

Pode-se concluir que o sólido preto (sulfeto ferroso) produzido tem propriedades que o diferenciam do
Ferro e Enxofre, surgiu uma nova espécie de matéria. Tal processo recebe o nome de transformação
química.

Um fato de grande importância na observação das transformações químicas e físicas é que matéria e
energia estão intimamente relacionadas. Essas transformações acontecem com liberação ou
absorção de energia, por exemplo, a Energia Luminosa é absorvida na fotossíntese dos vegetais e
liberada na queima de uma vela; a Energia Elétrica é liberada em uma pilha e absorvida na recarga
de uma bateria de automóvel.

Como mencionado, a energia pode ser transformada em outra, da mesma forma que uma substância
química também pode ser transformada em interconversão de energia. Veja os exemplos:

• Numa lâmpada, a Energia Elétrica é transformada em Energia Luminosa e Térmica.

• Numa usina termelétrica, a Energia Térmica é transformada em Energia Elétrica.

• Num aquecedor solar, a Energia Solar é transformada em Energia Térmica.

• Num um ferro de passar roupa, a Energia Elétrica é transformada em Energia Térmica.

• Num motor à explosão, a Energia Térmica é convertida em Energia Mecânica.

Em uma reação química, pode haver liberação de Energia Luminosa, Elétrica, Térmica, entre outras.

A combustão é uma reação química que libera calor, Energia Térmica.

Veja algumas curiosidades:

• Na combustão completa da gasolina, álcool e óleo diesel são liberados gás carbônico, vapor de
água e Energia Térmica. A Energia Térmica é utilizada para mover motores de carros, caminhões,
tratores.

• A energia liberada na combustão do Hidrogênio com o Oxigênio, produzindo água, é utilizada para
mover os ônibus espaciais.

• A Energia Térmica liberada na combustão do gás de cozinha é utilizada no cozimento de alimentos,


no aquecimento da água dos aquecedores domésticos.

• A energia liberada na combustão em forma de calor pode ser medida em calorias ou em Joule.

Transformações Químicas

Transformações químicas são ações que resultam na formação de novas substâncias. Diferenciam-
se das transformações físicas pelo fato de que as transformações físicas apenas alteram estado e as
substâncias continuam sendo as mesmas.

Além da mudança de estado, as variações de cheiro, de cor, de densidade e de temperatura podem


ser evidências de transformações químicas. Nelas podem acontecer explosão e liberação de gases.

É possível confirmar a origem de novas substâncias comparando-se as características apresentadas


por produtos e reagentes.

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Produto é a nova substância, enquanto reagente é a substância que lhe dá origem, ou seja, a
substância inicial.

Tipos de Transformações

As transformações químicas podem acontecer das seguintes formas: por junção de substâncias, por
ação da luz, por ação do calor, por ação mecânica e por ação da corrente elétrica.

Por Junção de Substâncias

Esse tipo de transformação decorre da mistura de substâncias. Como exemplo podemos citar a
mistura de iodeto de potássio com nitrato de chumbo, o que resulta no produto iodeto de potássio.

Por Ação da Luz

Também chamada de fotólise, um exemplo de transformação química que acontece em virtude da


iluminação é a fotossíntese.

A ação de obter glicose através da luz do Sol é um processo que acontece a partir dos reagentes
dióxido de carbono e da água. Como produto, são obtidos oxigênio e matéria orgânica.

Por Ação do Calor

Também chamada de termólise, o exemplo mais simples de transformação química por ação do calor
que pode ser citado é o cozimento de alimentos.

É através do calor do fogo que a maior parte dos alimentos são transformados e podem ser
consumidos.

Por Ação Mecânica

A transformação química por ação mecânica é aquela que acontece quando há atrito entre as
substâncias, tal como a explosão por dinamite.

Por Ação da Corrente Elétrica

Também chamada de eletrólise, um exemplo de transformação química por ação de eletricidade é o


reagente cloreto de cobre em solução com água. Ao reagir, essa substância dá origem ao produto
cloro após a ação da corrente elétrica.

No processo de obtenção do alumínio, que passa por três etapas (mineração, refinaria e redução), a
eletrólise é utilizada na redução.

Relação entre Energia térmica e Calor

Se observarmos bem, podemos afirmar com toda certeza que a vida na Terra está diretamente ligada
a uma forma de energia necessária para a sobrevivência de todos os seres vivos. Essa forma de
energia é conhecida como calor. De fato, vemos que o Sol aquece nosso planeta na medida exata a
fim de garantir que as diversas formas de vida sejam preservadas. Mas e se a Terra estivesse um
pouco mais distante ou um pouco mais perto do Sol, o que aconteceria? Se isso acontecesse, talvez
a história sobre a sobrevivência na Terra seria outra, ou talvez nem houvesse vida.

Então, caso manipulemos o calor temos a possibilidade de produzir aquecimento, resfriamento e


mudanças no estado físico dos corpos. Temos a plena convicção de que os corpos, os materiais, etc.,
são formados por diversas partículas e essas partículas estão em constante movimentação. A
agitação das partículas que constituem um corpo se associa a uma energia cinética média, ou seja,
energia do movimento, que recebe a denominação de energia térmica. Sendo assim, podemos dizer
que quanto maior for a temperatura de um corpo, maior será a agitação de suas moléculas (ou
partículas) e, portanto, maior também será a sua energia térmica.

Em nossos estudos relacionados à Termodinâmica, vimos que quando colocamos dois corpos de
temperaturas diferentes (um corpo frio e um corpo quente) em um mesmo recipiente, isolado do meio,
com o decorrer do tempo, perceberemos que as temperaturas irão se igualar. Esse fato acontece pois

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um corpo de maior temperatura, ou seja, maior agitação térmica, transfere calor para o corpo de
menor temperatura, ou seja, transfere energia térmica.

A energia térmica em movimento (trânsito), provocada pela diferença de temperatura entre dois
corpos, é denominada calor.

Em Física sempre fazemos uso das unidades de medida, que na verdade são usadas para
caracterizar uma grandeza física, portanto, quando se trata de energia (calor) a unidade de medida
que utilizaremos é o joule, representado pela letra J maiúscula ou podemos usar também a caloria
(cal). O valor entre essas duas unidades ficou definida da seguinte maneira:

1 cal=4,186 J ⇒ 1 J=0,239 cal

Energia térmica

Energia térmica é a manifestação de energia na forma de calor. Em todos os átomos materiais que
formam as moléculas estão em constante movimento, quer em movimento ou vibração. Este
movimento implica que os átomos têm uma certa energia cinética que chamamos de calor, energia
térmica ou energia térmica.

Se a temperatura é aumentada para um elemento aumenta a sua energia térmica; mas desde que a
energia térmica de um corpo é aumentada quando a temperatura aumenta nas mudanças de fase (de
líquido para gás, por exemplo) a temperatura é mantida. Por exemplo, para aquecer uma panela de
água, pouco a pouco estamos a dar energia térmica e aumenta a sua temperatura, mas quando se
chega a 100 ° C (temperatura de ebulição) a energia térmica fornecida a você a partir deste momento
é usado para a mudança fase (líquido para gás, ou seja, o vapor de água), mas a não aumentar a
sua temperatura.

A transferência de energia térmica

A energia térmica pode ser transmitida de um corpo para outro de acordo com as leis
da termodinâmica em três modos diferentes:

• Transferência de calor por radiação.

• Transferência de energia térmica por condução.

• Transmissão de energia térmica por convecção.

Radiação de energia térmica é transmitida através de ondas eletromagnéticas. É a maneira em que


podemos obter a energia térmica do sol. O principal exemplo disso é encontrado na energia solar
térmica, utilizando a radiação solar para aquecer a água. A água quente obtidas a partir desses
sistemas solares geralmente utilizados para o aquecimento e para uso como água quente sanitária.

A transferência de energia térmica por condução é experiente quando um corpo quente está em
contato físico com um corpo mais frio. A energia é sempre transmitida a partir do corpo quente para o
corpo frio. Se ambos os corpos estão à mesma temperatura, sem transferência de energia. Quando
tocamos um pedaço de gelo com parte da mão da energia térmica é transferida de nossa mão ao
gelo, assim que nós sentimos frio.

A transmissão de energia térmica por convecção ocorre quando as moléculas quentes para trás em
movimento. Vento seria o caso, capaz de se mover moléculas com alguma energia de calor a partir
de um lado para o outro.

Unidade de medida de energia térmica

As unidades de medição de energia térmica são as mesmas unidades usadas para medir a energia
como já não uma forma de energia.

A energia é medida em Joules (J) de acordo com o sistema internacional. Embora, quando se trata de
calor de energia é também muitas vezes utilizar as calorias (CAL). Uma caloria é a quantidade de
energia necessária para elevar um grama de graus celsius água. Uma caloria é igual a 4,18 joules.

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Calores de reação

Calor de reação corresponde à variação de entalpia (calor absorvido) observada em uma reação, e
sua classificação depende do tipo de reação decorrente:
Exemplos:

Reação de neutralização → calor de neutralização.

Reação de combustão → calor de combustão.

Calor de vaporização: corresponde à variação de entalpia na vaporização total de 1 mol da


substância, à pressão de 1 atm.

H2O (l) → H2O (v)

Δ H = + 10,5 Kcal / mol


(calor de vaporização da água líquida)

Calor de dissolução: é a variação de entalpia observada na dissolução de 1 mol da substância em


solvente suficiente para se considerar a solução como diluída. Se for adicionado mais solvente não
vai alterar o estado térmico do sistema.

Calor de fusão: corresponde à variação de entalpia na fusão total de 1 mol da substância, à pressão
de 1 atm.

H2O (s) → H2O (l)

Δ H = + 1,7 Kcal / mol


(calor de fusão da água sólida)

Calor de combustão: é o calor absorvido na combustão total de 1 mol da substância, em condições


ambientes (25° C e 1 atm). A combustão libera calor, ela ocorre entre um combustível e um
comburente, o combustível pode ser qualquer substância, o
principal comburente é o oxigênio.

Calor de solidificação: corresponde à variação de entalpia na solidicação total de 1 mol da substância,


à pressão de 1 atm.

H2O (l) → H2O (s)

Δ H = - 1,7 Kcal / mol


(calor de solidificação da água líquida)

Calor de condensação: corresponde à variação de entalpia na condensação total de 1 mol da


substância, à pressão de 1 atm.

H2O (v) → H2O (l)

Δ H = - 10,5 Kcal / mol


(calor de condensação do vapor de água)

Calor de formação: é a variação de entalpia constatada na formação de 1 mol de moléculas de um


determinado composto, cujos elementos estão em seu estado padrão, obedecendo às seguintes
condições: um mol de uma substância simples, estando em condições ambientes (25° C e 1 atm) e
no estado alotrópico mais estável, ou seja, sem reagir.

Calor de neutralização: é o calor absorvido na neutralização de 1 mol de H+ (aq) com 1 mol de OH-,
estando ambos em soluções diluídas.

Entalpia

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Entalpia (H) é a quantidade de energia que se encontra nas substâncias e que pode ser alterada
mediante reações químicas. Essas reações podem ser exotérmicas (aquelas que liberam calor) ou
endotérmicas (aquelas que absorvem calor).

Variação de Entalpia

Não é possível calcular a energia contida em uma substância, mas sim a variação da entalpia
mediante as suas reações.

Para esse cálculo foi estabelecida a entalpia padrão, que é igual a zero (H = 0). Nessa forma padrão,
as substâncias podem ser comparadas pois se encontram a uma temperatura de 25º C sob a pressão
atmosférica de 1atm.

De acordo com a Lei de Hess, a variação da entalpia é a entalpia final (depois da reação) menos a
entalpia inicial (antes da reação):

ΔH = Hf – Hi

É o mesmo que dizer que a variação da entalpia resulta da diferença entre a entalpia do produto e a
entalpia do reagente.

Esse cálculo é feito a partir da seguinte fórmula:

ΔH = Hp – Hr

Onde,

ΔH = variação de entalpia
Hp = entalpia do produto
Hr = entalpia do reagente

De acordo com a fórmula, a variação da entalpia é positiva quando a entalpia do produto é maior do
que a entalpia do reagente. Isso indica a ocorrência de uma reação endotérmica, pois nesse caso
houve absorção de calor.

Por outro lado, a variação é negativa quando a entalpia maior é a entalpia do reagente, o que indica a
ocorrência de uma reação exotérmica. As reações exotérmicas liberam calor.

Tipos de Entalpia

Há vários tipos de entalpia. Os principais são:

• Entalpia de formação: é a energia que resulta de uma reação química endotérmica ou exotérmica
de uma substância, a qual é calculada considerando a entalpia padrão.

• Entalpia de combustão: é a liberação de energia. Ela é sempre fruto de uma reação exotérmica.

• Entalpia de ligação: é a absorção de energia utilizada no rompimento da ligação de átomos.

Qual a Relação entre Entalpia e Entropia?

A entropia, tal como a entalpia, é uma grandeza física.

Enquanto a entalpia mede a energia, a entropia mede a desordenação das reações químicas.

Equações Termoquímicas

As equações termoquímicas são uma forma de representar os aspectos quantitativos e qualitativos


das reações químicas ou processos físicos que envolvem trocas de calor. Em uma equação
termoquímica devemos indicar os seguintes aspectos:

1- Substâncias que reagem do lado esquerdo da seta e substâncias que são produzidas do lado
direito da seta. Cada substância deve vir acompanhada do seu respectivo coeficiente

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estequiométrico, que indica a quantidade de matéria, isto é, o número de mols de reagentes e


produtos. Isso significa que a equação deve estar devidamente balanceada;

2- A equação termoquímica deve apresentar a quantidade de calor que foi perdida ou absorvida.
Esse “calor de reação” é indicado pela variação da entalpia, que é simbolizada por ΔH. Os valores
das variações de entalpia são exclusivos para cada reação e costumam ser determinados
experimentalmente. Podemos dizer que esse é o aspecto mais importante que deve aparecer nas
equações termoquímicas, que ficam com o seguinte esquema:

Reagentes → Produtos ΔH = Energia (em kJ/mol)

Por exemplo, para que 1 mol de água sólida sofra fusão, ou seja, passe do estado sólido para o
líquido, é preciso que ela absorva 7,3 kJ, o que poderia ser expresso da seguinte forma:

H2O(s) + 7,3 kJ → H2O(l)

Mas a equação termoquímica desse processo é expressa da seguinte maneira:

H2O(s) → H2O(l) ΔH = + 7,3 kJ

É interessante observar que o processo contrário, que é a solidificação (passagem da água líquida
para o estado sólido), ocorre com a liberação dessa mesma quantidade de energia. Esse processo é
expresso da seguinte forma:

H2O(l) → H2O(s) ΔH = - 7,3 kJ

Isso nos informa três aspectos importantes que precisamos saber sobre as equações termoquímicas:

2.1 - Se o valor da variação da entalpia é positivo (ΔH > 0), a reação é endotérmica, ou seja, ocorre
com absorção de calor., Mas se o valor da variação da entalpia é negativo (ΔH < 0), a reação é
exotérmica, ou seja, ocorre com liberação de calor.

2.2 - Quando escrevemos uma equação termoquímica, precisamos indicar a fase de agregação ou
estado físico em que se encontram as substâncias participantes da reação. Isso é indicado pelos
seguintes símbolos que aparecem subscritos no lado direito da substância:

sólido: (s);
líquido: (l);
gasoso: (g);
vapor: (v);
solução aquosa: (aq).

É preciso indicar também a estrutura cristalina ou variedade alotrópica*. Por exemplo: C(grafite),
C(diamante), S8(monoclínico) e S8(rômbico).

2.3 - Se invertermos a equação, precisamos inverter também o sinal da variação da entalpia.

3 - Visto que o ΔH varia em função da temperatura e da pressão, é preciso também indicar em quais
condições a reação ocorreu. Se essas informações não aparecerem na equação termoquímica, é
porque os valores de ΔH foram medidos nas condições-padrão, ou seja, na temperatura de 25ºC (298
K) e à pressão de 1 atm.

4 - Se aumentarmos ou diminuirmos a quantidade de matéria (mol) dos reagentes, isso não


só afetará proporcionalmente a quantidade de matéria dos produtos formados, mas também a
quantidade de energia que foi liberada ou absorvida na reação, ou seja, o valor de ΔH.

Por exemplo, considere a reação de formação de 1 mol de gás carbônico a partir de 1 mol de grafita
com 1 mol de gás oxigênio e liberação de 394 kJ de energia. A equação termoquímica que
representa essa reação química é dada por:

1 C(graf) + 1 O2(g) → 1 CO2(g) ΔH = - 394 kJ a 25ºC e 1 atm

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Se dobrarmos as quantidades de reagentes dessa reação, será formado o dobro de produto e


também será liberado o dobro de energia:

2 C(graf) + 2 O2(g) → 2 CO2(g) ΔH = - 788 kJ (ou seja, -394 . 2 kJ)

Mas também podemos representar essa equação da seguinte forma:

2 C(graf) + 2 O2(g) → 2 CO2(g) ΔH = - 394 kJ/mol

Observe que o valor de ΔH foi dado em kJ por mol, ou seja, é a energia liberada quando apenas 1
mol reage. Veja mais um exemplo:

Considere a seguinte reação:

2 NH4NO3(s) - 411,2 kJ → 2 N2(g) + O2(g) + 4 H2O(l)

A equação termoquímica que representa essa equação pode ser expressa por:

2 NH4NO3(s) → 2 N2(g) + O2(g) + 4 H2O(l) ΔH = - 205,6 kJ/mol de NH4NO3(s)

Quando 2 mol de NH4NO3(s) reagiram, foram liberados 411,2 kJ de energia. Então, para 1 mol de
NH4NO3(s), será liberada a metade de 411,2, isto é, 205,6.

Por outro lado, se reduzirmos a quantidade de matéria dos reagentes à metade, os produtos e a
energia liberada também diminuirão proporcionalmente:

½ C(graf) + ½ O2(g) → ½ CO2(g) ΔH = - 197 kJ (ou seja, -394 . ½ kJ)

ou

½ C(graf) + ½ O2(g) → ½ CO2(g) ΔH = -394 kJ/mol

5 - Quando todos os participantes de uma reação estão no estado padrão, ou seja, na forma
alotrópica mais estável, a 1 atm e a 25ºC, a variação de entalpia é indicada por ΔH0 (variação de
entalpia-padrão).

Lei de Hess

Proposta em 1840 pelo químico Germain Henry Hess, a Lei de Hess foi elaborada através de estudos
experimentais onde Hess percebeu que a energia liberada por uma reação química não depende da
forma com que a reação foi realizada, mas apenas de seu estado inicial e final. Essa observação foi
importante na época, pois permitia que reações difíceis de serem estudadas tivessem seus valores de
variação de energia calculados.

O calor de uma reação química sob pressão constante é expresso como a variação de entalpia do
sistema. Logo, podemos escrever:

qreação = ΔHreação = Hprodutos - Hreagentes

Por convenção quando a variação de entalpia é negativa a reação libera calor e é chamada
exotérmica, caso a variação de entalpia seja positiva a reação é endotérmica, absorvendo calor. Uma
vez que a entalpia é uma função de estado ela depende apenas dos estados iniciais e finais do
sistema e não do caminho que este percorreu. Sabemos hoje então, que a lei de Hess é uma
consequência da entalpia ser uma função de estado e da conservação de energia.

Considere a seguinte reação hipotética e sua entalpia:

A+2B → P ΔHI

Imagine que existam duas formas de realizar essa reação, a primeira forma direta como mostrada
acima e a segunda através de um intermediário C:

A+B → C ΔHII

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B+C → P ΔHIII

Segundo a lei de Hess a variação de entalpia total nos dois casos deve ser igual, pois os estados
iniciais e finais são os mesmos. Logo concluímos que:

ΔHII + ΔHIII = ΔHI

Perceba que podemos somar reações químicas para obter uma nova reação. Da mesma forma
podemos somar entalpias para obter uma entalpia total. É possível também inverter uma reação,
mudando o sinal de ΔH. Como exemplo, considere as seguintes reações de combustão:

C+12O2→CO

ΔH = -110 kJ/mol

CO+12O2→CO2

ΔH = -283 kJ/mol

Somando as equações podemos determinar a entalpia de combustão completa do carvão:

C+12O2+CO+12O2→CO+CO2

ΔH = -110 kJ/mol - 283 kJ/mol

Simplifica-se a expressão removendo compostos que aparecem tanto nos produtos quanto nos
reagentes e somando os coeficientes dos que aparecem duplicados no mesmo lado:

C+O2→CO2

ΔH = -393 kJ/mol

Em química existem infinitas reações que podem ser estudadas. Ao invés de criar tabelas de ΔH para
várias reações definiu-se o conceito de entalpia padrão de formação. A entalpia padrão de formação
de um composto é a variação de entalpia envolvida na formação dessa substância, em condições
padrão, partindo de seus elementos em suas formas mais comuns. As reações de formação de
algumas substâncias são apresentadas a seguir.

Ca+12O2→CaO

ΔHºf CaO = -635,09 kJ/mol

H2+S+2O2→H2SO4

ΔHºf H2SO4 = -909,27 kJ/mol

2C+3H2+12O2→C2H5OH

ΔHºf C2H5OH = -277,69 kJ/mol

Conhecendo as entalpias de formação dos reagentes e produtos é possível determinar a variação de


entalpia de qualquer reação utilizando a Lei de Hess.

Reações de oxirredução

As reações de oxirredução envolvem a transferência de elétrons entre átomos, íons ou moléculas.

Em uma reação de oxirredução ocorrem mudanças no número de oxidação (nox). A oxirredução


consiste nos processos de oxidação e redução:

• Oxidação: Resulta na perda de elétrons e aumento do nox.

• Redução: Resulta no ganho de elétrons e diminuição do nox.

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Ao mesmo tempo que um elemento cede elétrons, outro irá recebê-los. Assim, o número total de
elétrons recebidos é igual ao total de elétrons perdidos.

São exemplos de reações de oxirredução a combustão, corrosão e fotossíntese.

Exemplos

Conforme o elemento que recebe ou doa os elétrons temos as seguintes denominações:

• Agente Redutor: Aquele que sofre oxidação, provoca a redução e aumenta o seu número de nox. É
o que perde elétrons.

• Agente Oxidante: Aquele que sofre redução, provoca a oxidação e diminuiu o seu número de nox. É
o que ganha elétrons.

O número de oxidação representa a carga elétrica de um elemento no momento em que participa de


uma ligação química.

Essa condição é relacionada com a eletronegatividade, que é a tendência que alguns elementos
apresentam para receber elétrons.

1. Observe o primeiro exemplo, note que na reação entre o Ferro e o Cloro ocorre mudança do
número de oxidação. O Cloro por ser mais eletronegativo ganha elétrons:

2. Reação entre o Ferro e o Oxigênio. O oxigênio é mais eletronegativo e acaba por receber elétrons
e diminuindo o seu número de oxidação.

Balanceamento das equações de oxirredução

As reações de oxirredução são aquelas em que ocorre transferência de elétrons de uma espécie
química para outra, sendo que o átomo ou íon que recebe elétrons tem a sua carga ou número de
oxidação (Nox) diminuido, e dizemos que ele sofreu uma redução. Por outro lado, a espécie que
perde os elétrons, sofre oxidação, tendo o seu Nox aumentado.

Portanto, ao realizar o balanceamento de equações que representam as reações de oxirredução,


pretendemos igualar o número de elétrons que foram perdidos e recebidos. E para tal precisamos
primeiramente determinar os Nox de todos os elementos das substâncias nos reagentes e nos
produtos, e, com isso descobrir quantos elétrons foram transferidos e quais espécies sofreram
redução e oxidação.

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Se você tem alguma dúvida sobre como determinar o Nox de um elemento na substância, leia o
texto Número de Oxidação (Nox).

Agora, vejamos um exemplo para visualizar como fazer isso. Abaixo temos a reação de oxirredução
entre o cobre metálico e o nitrato de hidrogênio, com produção de nitrato de cobre II, monóxido de
nitrogênio e água:

Cu(s) + HNO3(aq) → Cu (NO3)2(aq) + NO(g) + H2O(l)

1º passo – Determinar o Nox:

Cu(s) + HNO3(aq) → Cu (NO3)2(aq) + NO(g) + H2O(l)


↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓
0 +1,+5,-2 +2,+5,-2 +2,-2 +1,-2

Observe que o Cu teve seu Nox aumentado de zero para +2, o que significa que ele é a espécie que
sofreu oxidação. Já o N é o que sofreu redução, pois o seu Nox diminuiu de +5 para +2.

Agente oxidante: HNO3;

Agente redutor: Cu(s).

2º passo - Determinar a variação do Nox (ΔNox) para verificar o número de elétrons transferidos:

Cu = ΔNox = 2 – 0 = 2
N = ΔNox = 5 – 2 = 3

Observação importante: Os valores encontrados para os ΔNox permanecem estes porque nas
substâncias existem apenas um átomo de nitrogênio e de cobre. Mas, se fosse mais de dois átomos
teríamos que levar isso em consideração.

Por exemplo, considere a seguinte oxidação: C2O42- → CO2. Aqui, o carbono teve seu Nox
aumentado de +3 para + 4, e o? Nox daria igual a 1. Mas temos que todo carbono presente em
C2O42- se oxidou, ou seja, cada átomo de carbono perdeu 1 elétron. Como em C2O42- existem 2
átomos de carbono, então, o número total de elétrons perdidos é igual a 2.

3º Passo – Inverter os valores de ΔNox pelos coeficientes das substâncias:

Visto que o ΔNox do Cu deu 2, então esse será o coeficiente da substância que contém o N, que no
primeiro membro é o HNO3 e no segundo membro da equação é o NO. E visto que ΔNox do N deu 3,
então esse será o coeficiente da substância que contém o Cu, que no primeiro membro é o Cu e no
segundo membro da equação é o Cu(NO3)2.

Observe que, assim, o número total de elétrons perdidos é igual ao número total de elétrons
recebidos:

Número de elétrons perdidos e recebidos é igual

Observação importante: Nesse caso, todas as substâncias envolvidas contêm a mesma quantidade
de átomos de Cu e de N. Porém, se acontecer de essa quantidade for diferente, nós devemos
escolher o membro que tiver a maior quantidade de átomos que sofrem redução e oxidação.

Aqui nós vamos escolher trabalhar com as substâncias do segundo membro, porque é o maior
numero de substancias.

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Fica assim, então:

Cu(s) + HNO3(aq) → 3 Cu (NO3)2(aq) + 2 NO(g) + H2O(l)

4º passo: Continuar balanceando pelo método de tentativas:

* Se no segundo membro temos 3 Cu, esse será seu coeficiente no primeiro membro. E no segundo
membro temos 8 N (lembre-se de multiplicar o índice pelo coeficiente em cada substância e depois
somar com o que tiver nas outras substâncias), então esse será o coeficiente de HNO3 no primeiro
membro.

3Cu(s) + 8 HNO3(aq) → 3 Cu (NO3)2(aq) + 2 NO(g) + H2O(l)

* Agora sabemos que a quantidade de átomos de H no primeiro membro é de 8, então o coeficiente


de H2O no segundo membro será 4 (porque tem que multiplicar pelo índice “2”):

3 Cu(s) + 8 HNO3(aq) → 3 Cu (NO3)2(aq) + 2 NO(g) + 4H2O(l)

Por fim, vamos verificar se o balanceamento está correto vendo se a quantidade de átomos de
oxigênios é igual nos dois membros:

3 Cu(s) + 8 HNO3(aq) → 3 Cu (NO3)2(aq) + 2 NO(g) + 4 H2O(l)


O = 8 . 3 = 24 | O = (2 . 3 . 3) + 2 + 4 = 24

Portanto, o balanceamento está correto.

Potencial de Redução

Em reações de oxirredução um reagente atua como oxidante, recebendo elétrons enquanto um


segundo atua como redutor, fornecendo elétrons. Essas reações podem ser utilizadas para
gerar corrente elétrica e estão associadas com uma diferença de potencial, ou energia potencial.
Caso essa diferença de potencial exista a reação ocorrerá de forma espontânea, esse é o caso de
células voltaicas, ou pilhas. Caso contrário é necessário fornecer energia para que a reação ocorra,
nesse caso o processo é chamado de eletrólise.

A espontaneidade de uma reação redox depende da tendência de um dos reagentes receber elétrons
em relação ao outro. Por exemplo se um reagente A tem uma maior tendência em receber elétrons,
ou seja, é um agente oxidante mais forte, que o reagente B, podemos prever uma reação redox onde
A oxida o reagente B. Esse tipo de análise pode ser utilizado para determinar se uma reação redox
ocorrerá espontaneamente ou não.

O potencial de uma semi-reação é utilizado para medir essa tendência das substâncias em serem
oxidadas ou reduzidas, entretanto uma vez que essa grandeza é relativa ela deve ser medida em
relação a um referencial. No caso dos potenciais de redução é, por convenção, utilizado o potencial
do hidrogênio como referência, sendo este estabelecido como zero. Podemos escrever para o
hidrogênio:

2H+(aq)+2e−⟶H2(g)Eo=0,00V

O eletrodo desenvolvido para produzir essa semi reação é o eletrodo padrão de hidrogênio (EPH).
Outras semirreações tem seus potenciais avaliados em relação ao EPH. Por exemplo:

F2(g)+2e−⟶2F−(aq)Eo=+2,87V

Cu2+(aq)+2e−⟶Cu(s)Eo=+0,34V

Zn2+(aq)+2e−⟶Zn(s)Eo=−0,76V

Onde um valor positivo indica que a semi-reação é favorável em relação à referência. Por exemplo a
redução do flúor (F) tem uma energia E = +2,87 V em relação à hidrogênio (H), logo o flúor é capaz
de oxidar hidrogênio molecular para formar fluoreto e íons de hidrogênio. A reação completa será:

F2(g)+H2(g)⟶2F−(aq)+2H+(aq)

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Podemos fazer uma análise semelhante para qualquer par de reagentes. Para isso basta calcular a
diferença de potencial da reação entre eles utilizando o potencial de redução padrão:

E=Ered−Eoxi

Onde Ered é o potencial padrão de redução da espécie sendo reduzida e Eoxi é o potencial padrão
de redução da espécie sendo oxidada. Por exemplo, o potencial de uma reação onde o cobre é
reduzido e o zinco é oxidado é:

E=+0,34V−(−0,76V)=1,10V

O valor positivo indica que essa reação ocorre espontaneamente.

Cu2+(aq)+Zn(s)⟶Cu(s)+Zn2+(aq)Eo=+1,1V

Observe que se invertermos o agente redutor e oxidante o sinal do potencial muda. Nesse caso, se o
zinco fosse o agente oxidante o potencial seria -1,10 V indicando que a reação não ocorre
espontaneamente.

Cu(s)+Zn2+(aq)⟶Cu2+(aq)+Zn(s)Eo=−1,1V

Potencial-Padrão de Redução nas Pilhas

Cada metal possui uma capacidade própria de doar elétrons, diferente da capacidade de outros
metais. Essa diferença de reatividade pode ser vista, por exemplo, ao compararmos a oxidação do
ferro e a do ouro. O ferro se oxida facilmente com o ar, enferrujando ao longo do tempo; já o ouro
dificilmente se oxida.

Por essa grande resistência às substâncias corrosivas, o ouro é indicado para obturações ou para
implantes de dentes; pois ele resiste à corrosão de substâncias presentes na saliva. Além disso,
sarcófagos das múmias dos faraós que datam de 1400 a.C. foram recobertos por ouro e podem ser
vistos assim até hoje.

Isso também pode ser visualizado quando analisamos pilhas de diferentes metais. Por exemplo,
observe duas pilhas diferentes em que se utiliza o mesmo eletrodo de cobre (placa de cobre
mergulhada em um recipiente contendo uma solução de sulfato de cobre (CuSO4)):

Na primeira pilha (à esquerda), o eletrodo de zinco está agindo como ânion (polo negativo da pilha),
pois ele está oxidando e assim doando elétrons para o cobre, que é o cátodo (polo positivo), e que
está reduzindo. Isso é mostrado pelas semirreações que ocorrem nessa pilha e por sua reação
global, escritas abaixo:

Semirreação do ânodo: Zn (s) → Zn2+(aq) + 2 e-


Semirreação do cátodo: Cu2+(aq) + 2e- →Cu(s)___________
Reação global da pilha: Zn(s) + Cu2+(aq)→ Zn2+ (aq) + Cu(s)

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Já no segundo caso, o cobre está funcionando como o ânodo, pois dessa vez é ele quem está
doando elétrons para o eletrodo de prata. A prata, portanto, é o cátodo que está recebendo os
elétrons:

Semirreação do ânodo: Cu(s) → Cu 2+ (aq) + 2e-


Semirreação do cátodo: 2 Ag + (aq) + 2e- → Ag (s)______
Reação global da pilha: Cu(s) + 2Ag + (aq) → Cu2+(aq) + Ag (s)

Isso nos ajuda a perceber que o zinco é o que tem mais facilidade para oxidar-se em relação ao
cobre e à prata. Já a prata é a que tem mais facilidade para se reduzir. Assim, o potencial de redução
(Ered)* ou potencial-padrão de redução (E0red) desses três elementos segue a seguinte ordem
crescente:

Assim, se quisermos saber se um determinado metal irá oxidar-se ou se seus íons serão reduzidos
em uma pilha, é necessário primeiro verificar qual é o outro metal presente nessa pilha.

O potencial de redução possui o mesmo valor do potencial de oxidação, porém com sinais opostos.
Abaixo listamos uma tabela com os potenciais de redução de alguns metais:

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*A IUPAC (União Internacional da Química Pura e Aplicada) aconselha que se trabalhe


preferencialmente com potencial-padrão de redução e não o de oxidação.

Eletrólise

Uma pilha é um sistema eletroquímico espontâneo que gera energia elétrica a partir de energia
química.

A eletrólise, porém, é exatamente o contrário da pilha, pois se trata de um processo não espontâneo
que converte a energia elétrica em energia química.

A eletrólise é muito utilizada na indústria, pois por meio dela é possível isolar algumas substâncias
fundamentais para muitos processos de produção, como o alumínio, o cloro, o hidróxido de sódio, etc.
Além disso, também é um processo que purifica e protege (revestimento) vários metais.

A eletrólise se dá apenas com fornecimento de energia por meio de um gerador, como uma pilha, por
exemplo. Para entender como ela acontece, observe o esquema a seguir:

O gerador “puxa” os elétrons do polo positivo (ânodo) da cuba eletrolítica e os transfere para o polo
negativo (cátodo). Isso é mostrado pelas semirreações:

1ª Semirreação: o gerador atrai os ânions A- para o polo positivo e os força a perder elétrons:

A- A0 + elétron

2ª Semirreação: o gerador faz com que os cátions C+ recebam os elétrons:

C+ + elétron C0

Existem dois tipos principais de eletrólise: a eletrólise ígnea e a eletrólise aquosa. Entenda a
diferença entre elas a seguir:

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• Eletrólise Ígnea: ocorre quando a passagem de corrente elétrica se dá em uma substância iônica
liquefeita, isto é, fundida. Daí a origem do nome “ígnea”, uma palavra que vem do latim, ígneus, que
significa inflamado, ardente.

Esse tipo de reação é muito utilizado na indústria, principalmente para a produção de metais. Veja o
exemplo de eletrólise do NaCl (cloreto de sódio – sal de cozinha), com produção do sódio metálico e
do gás cloro:

Semirreação no cátodo: Na+ + e- → Na . (2)


Semirreação no ânodo: 2 Cl- → Cl2 + 2e-____
Reação global: 2 Na+ + 2 Cl- → 2 Na + Cl2

• Eletrólise Aquosa: nesse caso, fazem parte os íons da substância dissolvida (soluto) e da água. Na
eletrólise do cloreto de sódio em meio aquoso são produzidos a soda cáustica (NaOH), o gás
hidrogênio (H2) e o gás cloro (Cl2). Note como se dá:

Dissociação do NaCl: 2 NaCl- → 2 Na+ + 2 Cl-


Autoionização da água: 2 H2O → 2 H+ + 2 OH-
Semirreação no cátodo: 2 H+ + 2e- → H2
Semirreação no ânodo: 2 Cl- → Cl2 + 2e-____________________
Reação global: 2 NaCl- + 2 H2O → 2 Na++ 2 OH- + H2 + Cl2

Solução cátodo ânodo

Observe que foram formados dois cátions (Na+ e H+) e dois ânions (Cl- e OH-). Porém, apenas um
cátion (H+) e um ânion (Cl-) sofreram as descargas do eletrodo, os outros íons foram apenas
espectadores nessa eletrólise.

Isso ocorre em todas as eletrólises em meio aquoso: apenas um dos cátions e um dos ânions são
participantes. Para determinarmos quais serão os participantes e quais serão os espectadores, existe
uma ordem de facilidade de descarga, conforme mostrado na lista abaixo:

Desse modo, consultando a lista, vemos que o cátion H+ tem mais facilidade de descarga que o
Na+ que é um metal alcalino. E, com respeito aos ânions, o Cl- é um ânion não oxigenado e mais
reativo que OH-.

Aplicações da Eletrólise

Muitos materiais e compostos químicos são produzidos a partir do processo de eletrólise, por
exemplo:

• alumínio e cobre

• hidrogênio e cloro em cilindro

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• bijuterias (processo de galvanização)

• panela de pressão

• roda de magnésio (calotas dos carros).

Leis da Eletrólise

As Leis da Eletrólise foram desenvolvidas pelo físico e químico inglês Michael de Faraday (1791-
1867). Ambas as leis regem os aspectos quantitativos da eletrólise.

A primeira Lei da Eletrólise tem o seguinte enunciado:

“A massa de um elemento, depositada durante o processo de eletrólise, é diretamente proporcional à


quantidade de eletricidade que atravessa a célula eletrolítica”.

Q=i.t

Onde,

Q: carga elétrica (C)


i: intensidade da corrente elétrica (A)
t: intervalo de tempo da passagem da corrente elétrica (s)

A segunda Lei da Eletrólise tem o seguinte enunciado:

“As massas de vários elementos, quando depositadas durante a eletrólise pela mesma quantidade de
eletricidade são diretamente proporcionais aos respectivos equivalentes químicos”.

M=K.E

Onde,

M: massa da substância
K: constante de proporcionalidade
E: equivalente-grama da substância

Classificação

O processo de eletrólise pode ocorrer através da fusão ou da dissolução:

Eletrólise Ígnea

A eletrólise ígnea é aquela que se processa a partir de um eletrólito fundido, ou seja, pelo processo
de fusão. Como exemplo, vamos usar o NaCl (Cloreto de Sódio). Quando aquecemos a substância a
808 °C, ele se funde e os íons presentes (Na+ e Cl-) passam a ter maior liberdade de movimento, no
estado líquido.

Quando a corrente elétrica passa na célula eletrolítica, os cátions de Na+ são atraídos pelo polo
negativo, chamado de catodo. Já os ânions de Cl-, são atraídos pelo polo positivo, ou o anodo. No
caso do Na+ ocorre uma reação de redução, enquanto no Cl-, ocorre uma reação de oxidação.

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Esquema da Eletrólise Ígnea do NaCl

Eletrólise Aquosa

Na eletrólise aquosa, o solvente ionizante utilizado é a água. Em solução aquosa, a eletrólise pode
ser realizada com eletrodos invertes ou eletrodos ativos (ou reativos).

Eletrodos Inertes: a água da solução se ioniza de acordo com a equação:

H2O ↔ H+ + OH-

Com a dissociação do NaCl temos:

NaCl → Na+ + Cl-

Assim, os cátions H+ e Na+ podem ser descarregados no polo negativo, enquanto os ânions OH- e
Cl- podem ser descarregados no polo positivo.

Esquema da Eletrólise Aquosa do NaCl

Nos cátions ocorrem uma reação de redução (redução catódica), enquanto nos ânions, uma reação
de oxidação (oxidação anódica).

Assim, temos a reação de eletrólise:

2 NaCl + 2 H2O → 2 Na+ + 2 OH- + H2 + Cl2

A partir disso, podemos concluir que as moléculas de NaOH permanecem em solução, enquanto o
H2 é liberado no polo negativo e o Cl2, no polo positivo.

Esse processo resultará na equação equivalente:

2 NaCl + 2 H2O → 2 NaOH + H2 + Cl2

Eletrodos Ativos: nesse caso, os eletrodos ativos participam da eletrólise, no entanto, sofrem uma
corrosão.

Como exemplo, temos a eletrólise em solução aquosa do sulfato de cobre (CuSO4):


CuSO4 → Cu2 + SO 2-4
H2O → H+ + OH-

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Esquema da Eletrólise Aquosa do CuSO4

Nesse caso, o anodo de cobre sofrerá uma corrosão:

Cu0 → Cu2+ + 2e-

Isso ocorre pois de acordo com os potenciais-padrão dos eletrodos, a corrente elétrica tem mais
facilidade em retirar os elétrons do Cu0 do que do SO 2-4 ou do OH-.

Sendo assim, no polo negativo ocorre a seguinte reação de eletrólise:

2e- + Cu2+ → Cu

Já no polo positivo, temos a reação de eletrólise:

Cu → Cu2+ +2e-

Por fim, ao somarmos as duas equações de eletrólise temos como resultado o zero.

Quer saber mais sobre o tema? Leia os artigos:

• Íon, Cátion e Ânion

• Reações Químicas

• Reações de oxirredução

Pilha e Eletrólise

A eletrólise é baseada num fenômeno inverso ao da pilha. Na eletrólise, o processo não é


espontâneo, como acontece nas pilhas. Ou seja, a eletrólise converte a energia elétrica em energia
química, já a pilha gera energia elétrica a partir de energia química.

Leis da Eletrólise

As leis que regem a eletrólise são as leis que relacionam as massas das substâncias produzidas nos
eletrodos e as quantidades de energia gastas na eletrólise. Essas leis foram estabelecidas pelo físico-
químico inglês Michael Faraday, em 1834.

Primeira Lei da Eletrólise ou Lei de Faraday

“ A massa da substância eletrolisada em qualquer dos elementos é diretamente proporcional à


quantidade de carga elétrica que atravessa a solução.”

Onde:
m = massa da substância
k = constante de proporcionalidade
Q = carga elétrica (Coulomb)

Segunda Lei da Eletrólise

“ Empregando-se a mesma quantidade de carga elétrica (Q), em diversos eletrólitos, a massa da


substância eletrolisada, em qualquer dos eletrodos, é diretamente proporcional ao equivalente-grama
da substância. “

m = massa da substância (g)


k2 = constante de proporcionalidade
E = equivalente-grama

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Unindo as duas leis, temos:

Estudamos na Física que:

Onde:
Q = carga elétrica (C)
i = intensidade da corrente elétrica (A)
t = tempo (s)

Então temos a seguinte expressão:

A constante K chamada de constante de Faraday é equivalente a

Unindo todas estas informações, temos a equação geral da eletrólise:

A carga elétrica de 96500 coulomb recebe o nome de faraday (F).

1 Faraday
- É a carga elétrica que produz um equivalente-grama de qualquer elemento em uma eletrólise.
- Equivale aproximadamente a 96.500 Coulomb
- Equivale a carga de um mol (6,02.1023) de elétrons ou de prótons.

Reações Nucleares

Quando dois núcleos se movem um em direção ao outro e, apesar da repulsão coulombiana, se


aproximam o suficiente para que haja interação entre as partículas de um com as partículas do outro
pela força nuclear, pode ocorrer uma redistribuição de núcleons e diz-se que aconteceu uma reação
nuclear.

Usualmente, as reações nucleares são produzidas bombardeando-se um núcleo alvo com um projétil
que pode ser algum tipo de partícula ou núcleo pequeno, de modo que a repulsão coulombiana não
se torne um obstáculo muito grande. As reações que envolvem energias não muito grandes ocorrem
em duas fases. Na primeira fase, o núcleo alvo e o projétil se agrupam, formando o que se chama de
núcleo composto num estado altamente excitado. Na segunda fase, o núcleo composto decai por
qualquer processo que não viole os princípios de conservação.

Por exemplo, uma partícula a com uma energia cinética de cerca de 7 MeV colide com um núcleo de
nitrogênio 14. O resultado é um núcleo composto que consiste de todos os núcleons da partícula a e
do nitrogênio 14 num estado altamente excitado. Esse núcleo composto, sendo constituído de 9
prótons, é um núcleo de fluor. Como esse núcleo composto está num estado altamente excitado,
pode-se esperar que ele emita uma partícula (ou um fóton) no processo de passagem a um estado
menos excitado ou ao estado fundamental do núcleo filho.

Cinética das reações nucleares

Essas reações são interessantes porque produzem prótons e nêutrons com grandes energias
cinéticas. Por outro lado, as partículas a de fontes radioativas naturais são efetivas para produzir
transformações nucleares apenas em núcleos com números atômicos menores que Z = 19
(correspondente ao potássio) devido à intensidade da repulsão coulombiana entre essas partículas a

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e os núcleos atômicos alvo. Nêutrons, ao contrário, podem penetrar, em princípio, qualquer núcleo, já
que não são repelidos pelos prótons.

Reações artificiais

Os núcleos radioativos artificiais são produzidos por reações nucleares. Os elementos transurânicos,
em particular, são normalmente produzidos pela captura de nêutrons seguida de decaimento b-.

Por outro lado, o que se chama de espalhamento é a reação nuclear em que projétil e partícula
liberada são a mesma partícula. O espalhamento é elástico quando, durante o processo, não varia a
energia cinética da partícula, e inelástico, caso contrário.

Fissão nuclear

A fissão é a divisão do núcleo de um átomo, pelo bombardeamento com nêutrons, em dois núcleos
menores com liberação de grande quantidade de energia.

A quantidade de energia armazenada nos núcleos atômicos é incomparavelmente maior que a


armazenada nas ligações químicas presentes nas camadas eletrônicas. Só para se ter uma idéia, se
todos os núcleos de 1 kg de urânio-235 se desintegrassem por fissão, seria liberada mais de um
milhão de vezes a quantidade de energia produzida na combustão de 1 kg de petróleo.

Em 1934, o físico italiano Enrico Fermi, descobriu como liberar energia armazenada nos núcleos dos
átomos, através da reação de fissão nuclear em cadeia. Em 1938, Hahn e Strassmann, repetindo a
mesma experiência, constataram a existência de bário-142 entre os produtos obtidos. No mesmo ano,
Meitner e Frisch explicaram o fenômeno admitindo a quebra ou fissão ou desintegração do átomo de
urânio-235.

Fusão nuclear

A fusão nuclear é o processo pelo qual átomos menores (hidrogênio 1H1, deutério 1H2, etc.) são
agregados, produzindo átomos maiores (trítio 1H3, hélio 2He3 ou hélio 2He4) com liberação de
grande quantidade de energia. Reações desse tipo ocorrem no Sol e estrelas.

É muito difícil se fazer aqui na Terra a fusão nuclear devido a exigência de temperaturas elevadíssima
(300 000 000ºC) e de recipientes capazes de suportar essa temperatura, o que seria ideal pois não
deixa rejeitos radioativos como na fissão.

Essa façanha só foi realizada, até hoje, nas bombas de hidrogênio com o auxílio de uma bomba
atômica que, ao explodir, fornece a temperatura necessária para a fusão do hidrogênio. Em outras
palavras, a bomba atômica funciona como espoleta da bomba de hidrogênio; desse modo, são
conseguidas explosões de até 500 megatons (2,092 x 1018 J), o que equivale a energia liberada pela
explosão de 500.000.000 toneladas de TNT.

A primeira bomba de hidrogênio foi construída por Edward Teller e seus colaboradores e explodiu em
1952.

Segundo as estimativas dos cientistas, a utilização de forma economicamente viável e segura, da


energia produzida pela fusão nuclear ocorrerá somente no final do próximo século.

Radioatividade: Conceitos básicos

Existem na natureza alguns elementos fisicamente estáveis, cujos átomos, ao se desintegrarem,


emitem energia sob forma de radiação, daí o nome de radioatividade, que é exatamente essa
propriedade que os átomos têm de emitir radiação (transmitir energia por meio do espaço na forma de
partículas ou ondas). A radioatividade ocorre porque as forças de ligações do núcleo são insuficientes
para manter suas partículas perfeitamente ligadas.

O urânio-235, o césio-137, o cobalto-60 e o tório-232 são exemplos de elementos fisicamente


instáveis ou radioativos. Eles estão em lenta e constante desintegração, liberando energia por meio
de ondas eletromagnéticas (raios gama) ou partículas subatômicas com altas velocidades (partículas
alfa, beta e nêutrons).

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Conceitos básicos:

- Matéria: tudo que ocupa lugar no espaço e possui massa. É a energia condensada (E = mc2).
- Corpo: uma porção da matéria.
- Objeto: uma porção da matéria transformada em algo útil.
- Energia: propriedade que confere aos corpos a capacidade de realizar trabalho. Todo sistema
possui energia, seja ela mecânica, elétrica, magnética, química ou outra qualquer, assim concluímos
que todos podem, sob determinadas condições, realizar trabalho.
- Trabalho: fenômeno que se observa quando a energia de um sistema se transforma ou é transmitida
a outro sistema. As unidades de energia e trabalho são as mesmas.
a) Joule (J): definido como sendo o trabalho executado por uma força de 1N ao mover uma massa
num percurso de 1 m.
b) Coulomb (C): é a quantidade de carga que escoa de um condutor, quando ele passa por uma
corrente de 1 ampère.
c) Unidade erg: equivale ao trabalho de uma força de 1 quando desloca uma massa qualquer por um
percurso de 1 cm.
d) Elétron-Volt (eV): bem como seus múltiplos (KeV, MeV, GeV), como medida de energia de uma
radiação. Elétron-Volt é a quantidade de energia cinética adquirida por um elétron, que é acelerado a
partir do repouso, por uma diferença de potencial de 1V.

- Fissão nuclear: Em 1938, Otto Hanh, Lise Meitner e Fritz Strassmann comprovaram a presença de
Ba 139 após o bombardeamento, com nêutrons, de uma placa de U-235. Esses átomos menores
foram formados em divisões (fissões) dos núcleos pesados de urânio, liberando uma quantidade
enorme de energia.
- Uma reação nuclear de fissão ou reação em cadeia ocorre quando um Nêutron rápido, não muito
rápido (relativístico), penetra o núcleo do átomo, provocando transformações intermediárias.

Exemplo: O átomo do Urânio 235, obtido do U 238, reage dessa forma:


U 235 + n1 -------- U 236 instável ------- Ba 144 + Kr 90 + 2 n1

No ato da quebra do núcleo existe a chance de formarem-se centenas de outros elementos, todos
radioativos, como Césio, etc. liberando nêutros e energia, além de partículas alfa, beta, gama, etc. de
baixa energia. Fragmentos da fissão de 166 MeV, partículas beta e neutros rápidos 18 MeV, raios
gama 10 MeV, nêutros térmicos 6 MeV, totalizando 200 MeV liberados pela reação de fissão do U
235. Esta unidade (ev) é usada em física nuclear como Elétron-Volt e representa a energia, trabalho,
no elétron, cuja carga é 1,6 x 10-19 (coulombs) quando este se desloca a uma velocidade constante
por meio da diferença de potencial de um volt.

- Fusão nuclear: A reação de fusão é um processo de união de núcleos menores e


consequentemente obtenção de núcleos maiores, nas estrelas, como o Sol, onde ocorrem reações a
partir de núcleos de átomos de hidrogênio, que se fundem formando o elemento hélio. Dos núcleos
de quatro átomos de hidrogênio, cuja massa dos quatro prótons sofre aumento quando dois prótons
são transformados em nêutrons, de massa maior, ocorre contínua irradiação de energia (luz, calor...).
Essa energia provém de reações de fusão nuclear.

- Radiação corpuscular: Partículas subatômicas de alta velocidade (alta frequência): elétrons-,


prótons+, nêutrons, alfa, beta, gama,...
- Eletromagnética: Oscilações elétrica e magnética (ondas) que não têm massa.
- Campo eletromagnético: é um distúrbio elétrico e magnético oscilante que se espalha como uma
onda no espaço vazio, o vácuo.

A qualidade e a quantidade de raios-X produzidos podem ser controladas ajustando-se as grandezas:

- Tensão - Kilovoltagem (kV); diferença de potencial (ou “potencial para aumentar a energia dos
elétrons”). Elétrons com mais energia adquirida por meio de kV mais alto produzem raios-X mais
penetrantes e em maior quantidade.
- Corrente - Miliamperagem (mA); quantidade ou número de elétrons que passam a cada segundo do
catodo para o ânodo.
- Tempo de exposição (s); duração do pulso

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- Luz; a parte visível do espectro eletromagnético, que compreende desde os raios ??até as ondas
longas de rádio.

Os limites dos intervalos de comprimento de onda das diferentes cores do espectro da luz visível são
arbitrários, as cores passam umas para as outras gradualmente. Na retina humana chegam
simultaneamente ondas com comprimentos de onda de 3900 a 7700 Å, o cérebro interpreta essa
radiação como sendo luz branca. Em outras palavras, a luz branca é a mistura de todas as cores do
espectro da luz visível.

A onda viaja a uma velocidade constante chamada de “velocidade da luz, c”, que é de
aproximadamente 3 X 108 m.s-2, um campo eletromagnético possui dois componentes, um campo
elétrico que age sobre as cargas das partículas (tanto estacionárias quanto em movimento) e um
campo magnético que age apenas sobre partículas carregadas em movimento.

O campo eletromagnético é caracterizado por um comprimento de onda, lambda, que é a distância


entre picos vizinhos da onda, e sua frequência, ni (ni que é a frequência da radiação, letra do alfabeto
grego, que tem som de “ni”), que é o número de vezes por segundo em que sua dispersão em certo
ponto retorna ao valor original (a frequência é medida em hertz, e 1 Hz = 1 s-1). O comprimento e a
frequência de uma onda são relacionados pela equação h ni = c, assim, quanto mais curto é o
comprimento de onda, maior é a frequência. As características de uma onda também são reportadas
fornecendo-se seu número de ondas da radiação, onde: v' = (v/c) = (1/lambda).

O número de ondas pode ser interpretado como o número inteiro de comprimentos de onda em um
dado intervalo de comprimento físico. Números de onda são normalmente reportados como
centímetros recíprocos (cm-1); assim, um número de ondas de 5 cm-1 indica que existem 5
comprimentos de onda completos em um centímetro. As relações E = hv e v = cv' podem ser
combinadas para converter energia em números de onda.

A intensidade da radiação é determinada pelo número de fótons no raio: um raio intenso apresenta
um grande número de fótons; um raio fraco apresenta um pequeno número de fótons. O olho humano
pode responder ao estímulo de um único fóton; uma lâmpada com potência de 100 W (1 watt = 1 Js-
1) gera em torno de 1019 fótons por segundo, mas mesmo assim leva muitas horas para gerar um
único mol de fótons. A energia de cada fóton é determinada por sua unidade de frequência de acordo
com a equação E = hni.

Todas as ondas podem ser descritas por três parâmetros:

- Amplitude
- Comprimento de onda
- Período

A amplitude da onda está relacionada com a sua intensidade. O comprimento de onda e o período
estão relacionados com a repetição no espaço e no tempo.

Fusão Nuclear

Fusão Nuclear é a junção de átomos que têm núcleos leves. Da junção desses átomos, resulta
um átomo com núcleo mais pesado.

Submetidos a uma temperatura bastante elevada (cerca de 10 milhões de graus Celsius), o deutério
(H2) e o trítio (H3), que são isótopos de hidrogênio (H), se unem. Dessa união resulta a liberação de
uma grande quantidade de energia e são formados núcleos de hélio.

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O processo de fusão nuclear dá origem ao funcionamento das bombas de hidrogênio (as bombas
atômicas mais destrutivas que existem). Da fusão decorre também a produção de energia solar.

Reator de Fusão Nuclear

A fusão nuclear libera bastante energia. Por esse motivo há um compromisso muito grande da
comunidade científica em tornar possível a energia nuclear como uma opção energética a partir do
processo de fusão.

Para esse fim, é necessário um reator capaz de produzir e controlar a fusão nuclear.

Tokamak é o nome que se dá aos reatores que estão sendo desenvolvidos em vários locais do
mundo.

Quais as suas Vantagens?

A energia gerada pela fusão nuclear seria uma forma que garantiria segurança e limpeza ambiental.
Isso porque, a fissão nuclear produz energia principalmente através do urânio (um dos principais
elementos radioativos).

Uma vez que a quantidade de combustível utilizado é menor, decorre que a radioatividade também
seja inferior e, logo, também seja menor a produção de lixo nuclear.

O combustível utilizado para fusão pode ser obtido na água do mar e no trílio do próprio reator
nuclear. Na fissão, é o urânio que é utilizado para esse fim, mas esse não é facilmente extraído.

Fusão

A fusão nuclear é um processo em que dois núcleos se combinam para formar um único núcleo, mais
pesado. Um exemplo importante de reações de fusão é o processo de produção de energia no sol, e
das bombas termonucleares (bomba de hidrogênio).

Em futuros reatores de fusão nuclear a reação entre dois diferentes isótopos de hidrogênio
produzindo hélio deverá ser utilizada para produção abundante de energia.

2H + 3H ----> 4He + n

Esta reação libera uma quantidade de energia mais de um milhão de vezer maior que a que temos
em uma típica reação química, como a queima de gás de cozinha. Está enorme quantidade de
energia é liberada nas reações de fusão porque quando dois núcleos leves se fundem, a massa do
núcleo produzido é menor que a soma das massas dos núcleos iniciais.

Mais uma vez, a equação de Einstein E=mc2, explica que a massa perdida é convertida em energia,
carregada pelo produto da fusão. Embora a fusão seja um processo energeticamente favorável
(exotérmico) para núcleos leves, ele não ocorre naturalmente aqui na Terra, devido as dificuldades
naturais para se aproximar os reagentes (devido a repulsão eletrostática entre os dois núcleos) para
que as forças nucleares possam atuar.

Reações de fusão estão acontecendo por bilhões de anos no universo. De fato, as reações de fusão
são responsáveis pela produção de energia na maioria das estrelas, incluindo o nosso sol. Cientistas
na Terra foram capaz de produzir reações de fusão nuclear somente nos últimos 60 anos. Fusão
entre núcleos mais pesados são produzidas, em pequenas quantidades, corriqueiramente em
aceleradores de partículas. Podemos dizer que a fusão nuclear é a base de nossas vidas, uma vez
que a energia solar, produzida por esse processo é indispensável para a manutenção da vida na
Terra.

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TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS E ENERGIA

Quando uma estrela é formada, ela consiste inicialmente de hidrogênio e hélio criados no Big-Bang, o
processo que deu origem ao universo. Devido o enorme campo graviacional, átomos de hidrogênio
na estrela colidem e fundem formando núcleos de hélio. Posteriormente o hélio, colidindo com o
hidrogênio e outros núcleos de hélio, vai dando origem aos elementos mais pesados.

Essas reações continuam, até que o núcleo de ferro é formado (número de massa cerca de 60). A
partir do Fe, não ocorre mais fusão na estrela pois o processo passa a ser energeticamente
desfavorável. Quando uma estrela converteu uma apreciável fração de seu hidrogênio e hélio em
elementos mais pesados, ela passa para a etapa final de sua vida. Algumas estrelas passam a se
contrair, numa bola constituida em grande parte de ferro. Entretanto, se a massa da estrela for
suficientemente grande, uma tremenda, violente e brilhante explosão pode ocorrer.

A estrela subtamente se expande e produz, num pequeno intervalo de tempo, mais energia que o sol
irá produzir em toda sua vida. Quando isso ocorre, dizemos que a estrela se tornou uma supernova.
Quando a estrela está na fase supernova, muitas reações nucleares importantes acontecem.

Na explosão, os núcleos são acelerados a velocidades muito mairores que as que eles normalmente
tinham na estrela. Na nova condição, os núcleos em alta velocidade colidem e podem agora fundir,
produzindo os elementos com massa maior que a do ferro. A energia extra vinda da explosão é
necessária para superar a enorme força repulsiva entre os núcleos devido a carga elétrica nuclear.

Elementos como chumbo, ouro e prata encontrados na Terra foram antes restos da explosão de uma
supernova. O ferro que encontramos em grande parte da superfície daTerra, bem como em seu
núcleo deriva-se tanto de restos de supernovas quanto de estrelas

Desintegração radioativa, ou decaimento radioativo, é o nome dado ao fenômeno da transformação


de um átomo em outro por meio da emissão de radiação a partir de seu núcleo instável.

O núcleo de um átomo é instável quando a combinação do número de prótons e do número de


nêutrons em seu interior não confere estabilidade. De uma forma geral, o núcleo é instável se seu
número de prótons é igual ou superior a 84.

Veja os tipos de radiação que participam de uma desintegração radioativa, bem como os resultados
desse fenômeno natural.

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Tipos de radiações envolvidas na desintegração radioativa

a) Radiação alfa

Radiação composta por dois prótons e dois nêutrons. Apresenta as seguintes características:

• Representada pelo símbolo α;

• Apresenta número de massa igual a 4;

• Apresenta número atômico igual a 2;

• Desloca-se pelo ar com cerca de 10% da velocidade da luz;

• Apresenta um baixo poder de penetração na matéria.

b) Radiação beta

Radiação composta por um elétron formado a partir da conversão de um nêutron em próton, neutrino
e beta. Apresenta as seguintes características:

• Não apresenta número de massa;

• Possui número atômico igual a -1;

• Representada pelo símbolo β;

• Desloca-se pelo ar com cerca de 90% da velocidade da luz;

• Apresenta um poder de penetração na matéria intermediário.

c) Radiação gama

É uma onda eletromagnética originada a partir das emissões alfa e beta do núcleo de um átomo,
sendo, por isso, uma radiação não formada por partículas. Apresenta as seguintes características:

• Não apresenta massa nem número atômico;

• Representada pelo símbolo γ;

• Desloca-se pelo ar com cerca de 100% da velocidade da luz;

• Apresenta o maior poder de penetração na matéria.

Tipos de desintegração radioativa

a) Decaimento alfa (Primeira lei de Soddy)

Quando o núcleo de um átomo instável elimina uma radiação alfa, forma-se um novo núcleo (um novo
átomo) cujo número atômico é duas unidades menor que o átomo de origem e o número de massa é
quatro unidades menor que o átomo de origem, como podemos observar no exemplo abaixo:

92U238 → 2α4 + 88Ra234

O núcleo do Urânio (cujo número atômico é 92 e o número de massa é 238), ao eliminar uma
radiação alfa, forma o átomo de rádio (cujo número atômico é 88 e o número de massa é 234).

b) Decaimento beta (Segunda lei de Soddy)

Quando o núcleo de um átomo instável elimina uma radiação beta, forma-se um novo núcleo (um
novo átomo) cujo número atômico é uma unidade maior que o átomo de origem e o número de massa
é o mesmo que o do átomo de origem, como podemos observar no exemplo abaixo:

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92U238 → -1β0 + 93Np238

O núcleo do Urânio (cujo número atômico é 92 e o número de massa é 238), ao eliminar uma
radiação beta, forma o átomo de neptúnio (cujo número atômico é 93 e o número de massa é 238).

c) Decaimento gama

Como a radiação gama não apresenta massa e número atômico, quando um átomo a elimina de seu
núcleo, permanece da mesma forma, ou seja, com o mesmo número de prótons e nêutrons em seu
interior.

92U238 → 0γ0 + 92U238

Logo, a emissão de radiação gama não promove a transformação de um átomo em outro.

Relação entre meia-vida e desintegração radioativa

Denomina-se de meia-vida o tempo que um determinado material radioativo leva para perder metade
do seu poder radioativo, o que ocorre por meio de sucessivas desintegrações. O radioisótopo césio-
137, por exemplo, apresenta uma meia-vida de 30 anos, ou seja, após 30 anos (seta azul), ele terá
metade da sua capacidade radioativa.

100% de radiação → 50% de radiação → 25% de radiação → ...

Como a radiação alfa é composta por uma massa igual a 4, quando um material decai, eliminando
alfa, sua massa diminui quatro unidades. Durante a meia-vida de um radioisótopo, sua massa diminui
constantemente. Assim, durante a meia-vida do césio, por exemplo, além da radiação, a massa
também é reduzida pela metade.

80 gramas → 40 gramas → 20 gramas ...

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