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Crescimento das gotas por

Colisão e Coalescência
Colisões podem ocorrer a partir de diferentes respostas das
gotículas com as forças gravitacional, elétrica e aerodinâmica.

O efeito gravitacional predomina nas nuvens, ou seja, as gotas


grandes caem mais rápido que as pequenas, logo passando e
capturando uma fração das gotículas que ficam ao longo do seu
caminho.

O efeito elétrico e turbulento necessário para produzir um número


comparável de colisões, deve ser muito maior do que usualmente
existe na natureza. Em tempestades entretanto, campos elétricos
intensos criam efeitos locais significativos
Uma vez que a gota cai, ela irá colidir com somente uma fração das
gotículas em seu caminho, porque algumas gotículas serão expelidas
pelo fluxo de ar em volta da gota.

Dessa maneira, podemos definir a eficiência de colisão como a razão


das gotículas com raio “r” que serão varridas ao longo do caminho
pela gota coletora que irá colidir com elas.

Neste sentindo temos que a eficiência de colisão depende do tamanho


da gota coletora e do tamanho das gotículas a serem coletadas
A colisão não garante
coalescência, pois quando um
par de gotas colide várias
interações são possíveis:
1) Rebatem a parte;
2) Coalescem;
3) Coalescem temporariamente
e se separam, aparentemente
retendo suas identidades
inicias;
4) Coalescem temporariamente
e se quebram em várias
gotículas menores
Para gotas com raios menores
que 100 m as interações (1) e
(2) são as mais importantes
Dessa maneira podemos definir a Eficiência de Coalescência como
sendo a razão entre o número de gotículas que coalesceram pelo
número de colisões que ocorreram na gota coletora.

O crescimento de gotas pelo processo de colisão-coalescência é


governado pela eficiência de coleta, que é o produto das eficiências
de colisão e de coalescência.

Observações em laboratório indicam que para gotículas com raios


menores que 100 μm a eficiência de coalescência é ~ 1 e a eficiência
de coleta é igual a de colisão.
Definindo a velocidade de queda dos
hidrometeoros
a) Velocidade Terminal das gotículas
temos que a Força de Fricção em um fluido viscoso pode ser
definida como:

FD  6rV , r  50m

onde  é a viscosidade, “r” é o raio da gota e V é a velocidade.

Já a Força gravitacional pode ser definida como:

FG  4r 3 l   ar g  4r 3 l g

Sendo l a densidade do liquido e ar a densidade do ar e g a


aceleração da gravidade
Quando FD=FG temos que Velocidade da gota (V) atinge a
velocidade terminal, VT
Logo temos que VT pode ser expresso como:

2 2 l
VT  r g
9 

R (m) VT (cm/s)
1 0,012
10 1,2
30 10,9
50 30,2
 CD Re 
Em termos do número de Reynolds     
 24 

2 2 l
VT  r g
9  C D Re 
 
 24 
onde  é a viscosidade dinâmica, Re é o número de Reynolds, CD é
o coeficiente de arrasto.

Para gotas bem pequenas, a solução de Stokes para um fluxo ao


longo de esferas mostra que:

C D Re
1
24
logo, temos que a velocidade terminal pode definida como:

2 2 l
VT  r g  K1r 2
9 

onde K1 ~ 1,19 x106 cm-1s-1.

Esta dependência quadrática da velocidade terminal é conhecida


como lei de Stokes e aplica-se para gotículas com raios menores
que 30 m.
Para raios no intervalo de: 40 m à 0.6 mm,

VT  K 3 r

, sendo que

1
K3  8x10 , (s )
3
Para gotículas com raios no intervalo de: 0.6 mm à 2 mm, temos
que CD é alto, e torna-se independente do Re e pode ser aproximado
a CD ~ 0.45, logo
VT  K 2 r1/ 2
, sendo que

1/ 2
 0 
K 2  2,2 x10   cm1/ 2 s 1
3

  
onde  é a densidade do ar e o = 1,20 kg/m3 à P = 101.3 kPa e
T = 20 oC
(b) Eficiência de Colisão Xo é a distância do colisão

X 02 X 02
E R, r   
 R  r 2
R  r 2

A eficiência de colisão é
igual a fração das gotículas
com raio “r” que são
varridas pela gota coletora
de raio “R” que colide com
elas.
A E(R,r) pode ser
interpretada como sendo a
probabilidade de colisão de
uma gotícula se ela
estivesse em um volume
cheio de gotículas
Área máxima para a colisão aglutinadas.
Gota Coletora

Gota coletada
Gota coletada
Gota Coletora
Equação de Crescimento por
Colisão/Coalescência
Suponha uma gota coletora de raio R e
velocidade Terminal V2, caindo em
uma população uniforme de gotículas
menores com raio “r” e velocidade
terminal V1.
Durante uma unidade de tempo, a gota
coletora irá coletar diversas gotículas
de raio “r” em um volume descrito
por:
Vol = Área x Altura

dV   R  r  V2  V1 dt
2
Assumindo que durante esta coleta tenhamos um crescimento
contínuo, a massa da gota coletora irá crescer:

dM  Wl dV

onde Wl é o conteúdo de água líquida (massa de água líquida por


unidade de volume)

dM  WdVl   R  r  V2  V1 Wl dt


2
como a gota coletora somente coleta uma fração das gotículas,
temos que:

dM   R  r  V2  V1 Wl E R, r dt


2

onde E(R,r) é a eficiência de coleta que é o produto da eficiência


de colisão pela eficiência de coalescência,
2
E  R, r  
X 0

R  r 2

quando as gotículas são iguais em tamanho e menores que 100


microns, é usualmente assumido que a eficiência de coalescência
= 1, logo eficiência de coleta = eficiência de colisão.
Dessa maneira temos:

  R  r  V2  V1 Wl E R, r 


dM 2

dt

mas como a massa da gota coletora pode ser expressa por:

4 3
M  R  l
3

4 3 4
dM  d   l R    l 3R 2 dR  4 l R 2 dR
3  3
então

  R  r  V2  V1 Wl E R, r 


dM 2 dR
 4 l R
2

dt dt

dR R  r  V2  V1 
2
 E R, r Wl
dt R 2
4 l
Assumindo que E(R,r) e Wl são constantes e que a V2 >> V1 e que
R  r  2
1
2
R

A equação de crescimento pode ser descrita como:

dR V2 EWl

dt 4 l

MODELO DE BOWEN
Por exemplo, para sabermos como uma gota cresce a partir de
um processo de colisão coalescência, podemos assumir que a
gota coletora segue a lei de Stokes, logo

V2  CR 2

Usando, o modelo de Bowen temos:

2
dR V2 EWl CR EWl
   K1 R 2

dt 4 l 4 l

CEWl
K1   cte
4l
Então integrando de um estágio inicial Ro até R(t)
podemos saber qual será o raio da gota no instante t

R (t ) t
dR

Ro
R 2
 K1  dt
0

R0
R(t ) 
1  K1 R0t
Porém se queremos saber qual o tamanho da gota quando ela
esta dentro de uma nuvem analisamos a sua variação com a
altura, ou seja, dR/dz

Assumindo que
R  r  2
1
2
R

dR dR dz dR dz dR
   u  V2 
dt dt dz dz dt dz
Velocidade = vel. Vertical
– velocidade terminal
dR dR
 u  V2   V2  V1 EWl
dt dz 4 l

Integrando de R0 até R(t) a gota sai de uma altura Z0 e chega a Z

4  l u  V2 
Rf z

R0 V2  V1 E dR  z0Wl dz


Wl  f ( z )
,

Agora se quisermos saber qual é o raio que emerge da


base da nuvem, temos que:
z0

 W dz  0
z0
l

Assumindo que V2 >> V1 e V2  CR


2

u
Rf 
R0C
o raio final depende somente da velocidade da corrente
ascendente.
2,5 km

R0 = 20 um 1 m/s
Wl = 1 g/m3

Gotas
coletadas 0,5 m/s
1,1 km
r=10 um

Eficiência de
Coalescência= 1
2,5 km

R0 = 20 um 1 m/s
Wl = 1 g/m3

Gotas
coletadas
r=10 um 1,1 km
Eficiência de 0,5 m/s 2,25 X
Coalescência= 1
Distribuição de Gotículas
S1 = 10 m S2 = 20 m

(a) Todas as colisões possíveis

(b) Somente colisões entre a S1


Distribuição de Gotículas
S1 = 10 m S2 = 20 m

(c) Somente colisões entre as goticulas S1 e S2


(d) Somente colisões entre as goticulas S2
Condensação e Coalescência via
processo Estocástico
(a) Sem Condensação

(b) Com Condensação

Fig 8.12. Yau e Rodgers, Adaptado


De Ryan, 1974)
Nc(cm-3)=105 S0.63
Nc(cm-3) = 1450 S0.84.

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