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PILARES PORTUÁRIOS
A ação da passagem da corrente marítima pela estaca promove uma força global de
arraste dada pela equação:
1
FD = C D ρU 02 D
2
U0D
Re =
ν
Este fato pode ser explicado na Mecânica dos Fluidos (Fenômenos de Transporte)
pela transição da camada limite do escoamento de laminar para turbulenta,
diminuindo a esteira de escoamento a jusante, com a redução do arraste sobre o
obstáculo.
Além da força estática vista no item acima, poderá ocorrer também uma ação
dinâmica em virtude da passagem das correntes marítimas pelas estacas, devido à
liberação alternada de vórtices (redemoinhos) na esteira de jusante do escoamento.
fK D
S=
U0
em que D é o diâmetro da estaca, U0 é a velocidade do fluido e S é uma constnate
numérica denominada número de Strouhal, a qual depende do número de Reynolds
do escoamento, porém seu valor é aproximadamente:
S ≅ 0,2
1
L = cK ρU 02 D sen (2πf K t )
2
A importância dos efeitos das forças periódicas decorre das vibrações que as
mesmas podem excitar. Estas vibrações, caso haja perigo de ressonância, podem
produzir efeitos perigosos que afetam a segurança das estacas. A ressonância pode
ocorrer quando houver coincidência entre a freqüência de emissão dos vórtices e,
portanto, dos impulsos, e a freqüência de vibração própria das estacas. Isto pode
ocorrer principalmente na fase construtiva da obra quando é mais baixa a
freqüência própria das estacas.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO:
Seja determinar a ação de uma corrente marítima sobre a estaca da figura abaixo,
constituída de um tubulão com chapa de aço de 3/8”, no diâmetro de 1,30m, com
enchimento de concreto e armadura adicional com 12 ferros no diâmetro de 1”. A
estaca está implantada numa profundidade de 32m e sujeita à ação de uma corrente
marítima de velocidade U0 de até 1,5 m/s.
Dados:
SOLUÇÃO:
EFEITO DINÂMICO
AS × E S + AC × EC
EP =
AS + AC
Achapa =
π × 1,3 2
−
(
π × 1,3 − 3 8 × 0,0254 )
2
= 0,01938m 2
4 4
AS = 0,01938+0,00608 = 0,02546 m2
1,3 2
m = (1034 + 2500) × π × = 4.690,76kg / m 3 / ml
4
Calcula-se o fator:
EJ 3.343.692.800 × 0,140
= = 315,9043
m 4690,76
k = 0,560 ; l = 32 m
f1 = k/l2 × 315,9043 = 0,560/322 × 315,9043 = 0,1727 / seg
fK D
S=
U0
em que fK = f1 daí:
f1 D 0,1727 × 1,3
U0 = = = 1,12m / s
S 0,2
Logo, como a velocidade de corrente marítima é de até 1,5 m/s, haveria sim
possibilidade de ressonância em algum momento que a corrente marítima tivesse
sua velocidade da ordem de 1,12 m/s.
Logo, não há como a velocidade máxima de corrente marítima é de até 1,5 m/s, não
haveria mais possibilidade de ressonância após o contraventamento da estaca no
topo.
A avaliação das forças das ondas sobre as estacas e tubulões portuários é feita com
base no campo de velocidades determinado pelo movimento ondulatório, em
particular pela componente horizontal u da velocidade orbital da partículas fluidas.
agK cosh[K (d + z )]
u= cos(Kx − σt )
σ cosh (Kd )
∂
F = ∫ ρv(v • dA) + ∫ (ρv )dV
A V ∂t
η = a cos σt
H gT cosh[2π (d + z ) / L ] − 2πt
u= cos
2 L cosh (2πd / L ) T
A força exercida pela onda sobre a estaca pode ser então definida pela Fórmula de
Morrison:
F = FD + FM
πD 2 π cosh K (d + z ) − 2πt
FM = C M ρg H sen
4 L cosh Kd T
(t ) η η
M = ∫ ( z + d ) FD dz + ∫ ( z + d ) FM dz obtendo o momento resultante.
−d −d
(t ) (t ) (t )
F = FD + FM para a resultante das forças e,
(t ) (t ) (t )
M = M D + M M para a resultante dos momentos.
Sendo que:
(t )
1
F D = CD ρgDH 2 k d
2
(t )
πD 2
F M = C M ρg Hk m
4
1 2πt 2πt
kd = n cos cos
4 T T
1 − 2πt
km = tanh Kd sen
2 T
(t ) (t )
M D = FD × d × s d
(t ) (t )
M M = F M × d × sm
1 1 1 1 − cosh (2 Kd )
sd = + +
2 2n 2 2 Kd senh (2 Kd )
1 2 Kd
n= 1 + como havia sido definido anteriormente.
2 senh (2 Kd )
Para aplicação das fórmulas acima, em função das aproximações da teoria linear
das ondas de Airy, é necessário que:
D
< 0,05 condição que normalmente se verifica.
L
C D ≅ 1,05 e C M = 1,40
Quando a freqüência das ondas não estiver muito afastada da freqüência própria das
estacas, torna-se necessário fazer um cálculo dinâmico. Para isso, recorremos aos
conhecidos métodos da análise dinâmica das estruturas, como veremos na Nota de
Aula 12 seguinte.
EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO:
SOLUÇÃO:
para d = 15 m:
L 2πd
= tanh fazendo-se as tentativas necessárias encontramos:
L0 L
2π 2π
para L = 109,1 m : 0,698 = 0,698 Daí: K = = = 0,057
L 109,1
2 × 0,057 × 15
n = 0,51 + = 0,819
senh (2 × 0,057 × 15)
H b 1 1 C0
= 0 • H = H0 × 0,935 = 2,80 m H = 2,80 m
H0 b 2n C
(t )
1 1 2πt 2πt
F D = CD ρgDH 2 k d com kd = n cos cos
2 4 T T
(t )
πD 2 1 − 2πt
F M = C M ρg Hk m com km = tanh Kd sen
4 2 T
(t ) (t )
1 − cosh Kd
M M = F M × d × sm com sm = 1 +
Kd senh Kd
(t ) (t ) (t )
M = MD+ MM ou seja, M = 5,798 + 5,575 = 11,373 tf×m
M = 11,373 tf × m