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Dados fornecidos pelo cliente:

Tabela 1 - Dado fornecido pelo cliente

Tipo de processo realizado pela maquina Centrifugação para filtragem e/ou separação
de materiais
Tipo de material processado Cascalho com materiais mais densos
dissolvidos, tal como ouro
Região de operação Poxoréu – MT
Limitação de espaço fisico 15m^2
Capacidade mínima de processamento 10 Kg/h
Tempo operação diária 3h
Nível máximo de ruido 75 db por 2 hr (nível da fala humana) controle
de vibrações da máquina as fundações,
Contaminação máxima ao final do processo 5%
Plano de manutenção Não existe
Em uma breve pesquisa sobre as localidade onde o equipamento deve funcionar, percebeu-se
que a região predominantemente solos do tipo Latossolo, o qual apresenta comumente
densidades aparentes variando entre 1,1 a 2,95 g/cm³. Também observou-se que é possível que
haja ouro em rochas do tipo arseno pirita a uma densidade variandode 5,9 a 6,4 g/cm³. Assim
assume-se que na pior das situações, o solo tenha a máxima densidade apresentada e que o
minério tenha a mínima densidade.

A separação ocorre pela diferença de velocidade entre as partículas, as partículas mais densas
levaram mais tempo para serem arremessadas fora do cone, enquanto as partículas mais leves
serão facilmente arrastadas para fora deste.

Para encontrar-se uma rotação adequada de funcionamento, foram feitas as seguintes


considerações a principio:

 Todas as particulas estão imersas na água


 O sistema é acelerado suavemente de forma que a água possui a mesma velocidade
angular que o cone, como se a lamina d'agua fosse um corpo rígido;
 Uniformidade na dimensão das particulas de Minério de Ouro e argila
 Todas as partículas de Minério de Ouro ou argila são aproximadamente esféricas;
 Desconsiderado efeito de choque e atrito entre as particulas
 Considera-se alimentação da centrífuga de forma semi-contínua, onde primeiro se
adiciona água a centrífuga já ligada, logo em seguida adiciona-se fracionadamente a
quantidade de material a ser processada, somente após processamento dessa quantidade
que se inicia novo ciclo de trabalho.
 Para que se garanta um boa dissolução da argila e satisfação da operação recomenda-se
uma mistura contenha 10 volumes de água para 1 volume de argila.

A partir destas considerações, é possível determinar o tempo em que cada partícula leva para ser
sedimentada, ou seja para que seja separada do fluído na qual esta suspensa. Esta velocidade de
sedimentação é obtida pela seguinte relação:

F c + F d + F E =0
Fc = força centrífuga

Fd = força de arraste provocada pelo escoamento da água

FE = Força de empuxo atuando sobre a partícula

π
F c =m∗ω 2∗r = ∗ρ s∗d3∗ω2∗r
6

d = diâmetro da partícula aproximadamente esférica, considera-se que o diâmetro médio é 2mm

ω = velocidade angular

r = raio, ou distancia da partícula até o centro de rotação, Considera-se neste caso o raio como o
raio da parede

ρs = é a densidade do material a ser sedimentado (minério)

ρ∗π 3 2
F E =ρ∗V ∗⃗a = ∗d ∗ω ∗r
6

ρ = densidade do fluido

V = volume deslocado

Cd∗π 2 2
∗d ∗v s
4
F d= ∗ρ
2

Cd = coeficiente de arraste. Considere Cd = 0.45 para esfera

vs = velocidade da partícula de movendo no fluido, ou velocidade terminal da particula

fazendo os devidos arranjos chega-se a seguinte relação:

v S=

ω2∗r∗d∗ρ s−ρ
3∗ρ

Como a partícula não possui aceleração, já a soma das forças agindo sobre esta é igual a zero,
esta se movimenta a velocidade constante. Através então de uma decomposição vetorial é
possível conhecer a velocidade na qual a partícula irá se movimentar de forma ascendente no
cone.

v st =v s∗sen ( α )

Onde α é o ângulo de inclinação do cone.

Após feitas estas considerações sabe-se que o bocal de entrada do material tem seção circular
com diâmetro de 1polegada = 25,4mm. Como o dado inicial aponta para um fluxo mássico de
10kg/h de material, é possível prever a quantidade de material que deverá sair pelo topo do
cone, já que o regime é permanente. Do mesmo modo usando a suposição de que a mistura é
diluída em uma porção de 10:1 volumes de água, é possível prever o consumo de água para uma
hora de operação. Tem que então:

ṁ¿ =m˙out

A¿∗ρ∗v s t = Aout ∗ρ∗v st out


¿

Pela relação acima descobre-se a área ocupada pelo fluido e pelo material de sedimentação no
topo do cone. Como o interesse é em descobrir o consumo de água para operação ao longo de
uma hora. Toma-se a vazão de saída do material é:

mp= A out∗ρ∗( v out −v st out )

mp = é o fluxo mássico de água através do cone

v_out = é a velocidade de saída da água do cone, dada por:

v out =r∗ω

A_out = é a soma da área ocupada pelo fluido na saída e pela argila

A diferença de velocidades é explicada pelo fato que parte da energia do fluido é transferido a
argila na forma de arraste aerodinâmico para carrega-lo para fora da borda de saída.

Resultados
Tabela 2 - Dados de saída do cone centrifugo

Raio na boca do cone (R1) 100mm


Raio no fundo do cone 25mm
Altura do cone 188mm
Velocidade de rotação do cone 300RPM

Figura 1 - tempo de sedimentação em função do raio de centrigação


A acima mostra de forma clara como a partícula de argila se sedimenta mais rapidamente que a
partícula de minério. Isso ocorre pela alta densidade da partícula de minério e consequente
maior momento de inercia. Logo a tendência é que a partícula de argila seja rapidamente
arrastada para fora do cone enquanto a partícula de minério ainda ganha velocidade.

Figura 2 - velocidade terminal da partícula

Outro parâmetro que indica o quão eficiente é a separação é o critério de concentração CC que
faz uma relação entre a densidade da partícula de minério e as partículas de argila. Na figura
abaixo é apresentado o significado do critério de concentração.

ρ m−1
CC =
ρs−1

Figura 3 - Representação de tabela do significado do critério de concentração


%DADOS DE ENTRADA:
rho=1000; %[kg/m^3]massa específica de água
rho_s=5900; %[kg/m^3] massa específica do minério de ouro
rho_a=2950; %[kg/m^3] massa específica aparente da argila
vol_H2O=10^-6; %[m^3]volume de uma elemento de água de 1 cm^3
d_s=0.002; %[m] diametro de uma partícula de minerio de ouro
R0=0.025 %[m] Raio do fundo do cone
R1=0.10 %[m] Raio na boca do cone
R=[R0:(R1-R0)/100:R1]; %[m] vetor de Raio da centrifuga
H=0.25; %[m] altura total do cone
h=(H*R0)/R1; %[m] altura da parte imaginária do cone
alpha=atan((R1-R0)/(H-h)) %[rad] angulo do cone em relação ao eixo de rotação
h0=0.8; %altura incial da água na centrífuga
Cx=0.5; %Coeficiente de arraste da particulas. Cx_esfera=0.45, como as particulas são de
forma aleatória porém aproximadamente esféricas, considera-se Cx um pouco maior
omega=300*(pi/30) %[rad/s] velocidade mínima para que a água escoe ascendentemente do
funco do cone para a boca

%DADOS DO CONE
% |--R1---|
% |_______| _________
% \\\\\\\| |
% \\\\\\| |
% \\\\\| |
% \===| ____ H
% |\ | | |
% |\| h |
% | \| ___|___|_
% | |
% |_R0|
%considere as medidas dadas acima para o cone
Vt=(pi*R1^2)*(H^3 - h^3)/(3*H^2); %[m^3] volume total do cone
CC=(rho_s-1)/(rho_a-1) %Criterio de concentracao
v_in_a=10/(3600*pi*(0.0125^2)*rho_a); %[m/s] velocidade média de entrada de argila na
centrifuga processar 10kg/h considerando o bocal de entrada um tubo de 1"
v_in=(((10/rho_a)*10)*rho)/(3600*pi*(0.0125^2)*rho_a); %[m/s] velocidade média de entrada
da água na centrífuga, considerando que é usado um volume de 10:1 de água para uma
completa dissolução
%DADOS DE SAÍDA:
for i=1:length(R)
u_s(i)=sqrt(R(i)*omega^2*d_s*(rho_s-rho)/(3*rho)); %[m/s] velocidade terminal radial da
particula de minerio
u_a(i)=sqrt(R(i)*omega^2*d_s*(rho_a-rho)/(3*rho)); %[m/s] velocidade terminal radial da
particula de argila
u_at(i)=u_a(i)*sin(alpha); %[m/s] velocidade terminal ascendente da particula de argila
u_st(i)=u_s(i)*sin(alpha); %[m/s] velocidade terminal ascendente da particula de minério
t_s(i)=u_s(i)/(9.81*(rho_s-rho)/rho_s); %[s] tempo de sedimentacao de uma particula de
minerio
t_a(i)=u_a(i)/(9.81*(rho_a-rho)/rho_a); %[s] tempo de sedimentacao de uma particula de
minerio do instante em que m[aquina inia operacao ate regime permanente.
v_a=max(u_a); %[m/s] velocidade de saida da argila da centrifuga
end
l_a=(v_in_a*0.0125^2)/(2*R1*v_a); %[m] altura da lamina de argila ocupada na sasída
v_out=omega*R1; %[m/s] velocidade de saída da água da centrífuga
l=(v_in*0.0125^2)/(2*R1*(v_out)); %[m] altura da lamina de água ocupada na saída
At_out=2*pi*(l+l_a); %[m^2] área total de descarte na boca da centrífuga
mp=rho*At_out*(v_out-v_a); %[kg/s] vazão massica de água na centrífuga
Vcon=mp*3600/rho; %[m^3] volume de água consumido para uma hora de operação
Quadro 1 - programa para calculo da rotação adequada

Após estas conclusões fez-se um modelagem prévia do cone centrífugo da qual se obteve a
massa do mesmo e o momento de inercia, o qual é importante para avaliação do torque mínimo
necessário para movimentar o mesmo.

Tabela 3 - Dados do cone

Material do cone AL A110.0 H12


Massa do cone 350g
Momento de Inercia 0,000847 kg.m^2
Momento de Inercia com nível de 50% 0,001105 kg.m^2
Tempo máximo de aceleração 0,027 s
Aceleração angular 1163,5 rad/s^2
Torque mínimo solicitado no eixo 1,3 N.m

Como o torque é dado pela equação a seguir, e se deseja que o regime seja estável o mais breve
possível, então a aceleração é tomada para o tempo de sedimentação encontrado.

T eixo=I∗α

I = momento de inercia

α = aceleração

aceleração angula é dada por:

d (v ) 300 RPM rad


=α = =1163,5 2
d (t ) 0,027 s s

Assim o torque solicitado no eixo é:

T eixo=1,3 Nm

Desta forma temos que um motor que oferte no mínimo 41,6W se faz necessário.

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