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Transporte de

Sedimentos

Ediane Daleffe
BIBLIOGRAFIAS:

Referência: Apostila, Engº Plínio Tomaz.


Cálculo hidrológico e hidráulico para obras
municipais.
Cap. 82 – Transporte de sólidos.
SEDIMENTOS
Partículas sólidas desprendidas das rochas por meio do
intemperismo.

 Podem ser transportadas ou depositadas.

Sedimentos estão ligados a erosão hídrica e eólica,


transporte hídrico e eólico e a deposição.
TRANSPORTE DE SEDIMENTOS

“As partículas dentro de um escoamento qualquer


são erodidas ou sedimentam-se. A situação
intermediária é o transporte para jusante.”

Desta forma, o transporte de sedimentos é entendido


como todo o processo desde o desprendimento da
partícula até a sua deposição.
O fenômeno hidráulico dos escoamentos pode possuir
fronteiras fixas e fronteiras móveis.
 Fixas: tubulações possuem fronteira fixa, onde a sua
resolução pode ser feita com grande precisão.

Móveis: o problema de transporte de sedimentos deve ser


analisado cuidadosamente para cada caso.

Na prática não existem fórmulas precisas para os problemas


de escoamento em fronteiras móveis.
Na prática são conhecidos três modos de transporte
de sedimentos, que são:

 Arrastamento

 Suspensão

 Saltação
ARRASTAMENTO

transporte de sólidos em que os elementos sólidos


rolam e escorregam sobre o fundo
SUSPENSÃO

transporte sólido em que os elementos sólidos se


deslocam no seio do escoamento, podendo contatar
esporadicamente o fundo
SALTAÇÃO

transporte sólido em que os elementos sólidos se


deslocam alternadamente por pequenos saltos e por
rolamento e escorregamento sobre o fundo
A velocidade das partículas transportados por
arrastamento é sempre muito menor do que as
transportadas em suspensão, a qual se aproxima da
velocidade média do escoamento.

Além disso, as partículas em suspensão deslocam-se


permanentemente e as arrastadas movem-se de
forma intermitente.
LEI DE STOKES
É a lei que define o transporte de uma partícula sólida
em um meio líquido, assumindo que:

 as partículas não são influenciadas por outras


partículas ou pela parede dos canais e reservatórios;
 as partículas são esféricas
 a viscosidade da água e a gravidade específica
do solo são exatamente conhecidas.
Onde:
V = velocidade de deposição das partículas (m/s)
D = diâmetro equivalente da partícula (m)
 = peso específico da água
s = peso específico da partícula do sólido
µ = viscosidade dinâmica da água
 É válida para baixos números de Reynolds
(menor que cinco)

O diâmetro das esferas deve estar entre 0,0002


mm e 0,2 mm.

Usa-se a relação s /  = 2,65 - sendo a


densidade relativa do quartzo em relação a água.
EXERCÍCIO

Um reservatório de detenção para controle de


inundações tem um volume de 74.000 m³, é
enterrado na forma de um paralelepípedo com
178,00 m de comprimento, 77,00 m de largura e
profundidade útil de 5,60m. A partícula sólida tem
diâmetro de 0,075 mm conforme pesquisas
efetuadas na região. A vazão de projeto de saída
do reservatório é de 13,00m³/s.
Pergunta-se, este reservatório possui uma eficiência
de quanto para sedimentação de sólidos?
1º O tempo de deslocamento da água dentro do
reservatório é aproximadamente o volume do
reservatório (V em m³) dividido pela vazão de saída (Q
em m³/s).

2º A velocidade média da água através do reservatório


é a vazão (Q em m³/s) dividido pela área (A em m², que
é produto da largura media e a profundidade média).

3º Calcula-se o número de Reynolds para verificar se


pode ser aplicada a lei de Stokes
4ª Aplica-se Lei de Stokes
Utilize:  = 9792,34 N/m³
s = 25949,701N/m³ (peso da partícula de quartzo)
µ = 0,00101 m²/s

5º Calcula-se a profundidade necessária para deposição


dos sólidos:
Profundidade limite = tempo de deslocamento pelo
reservatório (s) . velocidade de deposição (m/s)

6º Compara a profundidade limite (início da decantação


das partículas) com o comprimento do reservatório
CONCLUSÃO
Processo de elevada complexidade física.
Existem um grande número de variáveis envolvidas
Geralmente é calculado por fórmulas com considerações
simplificadas para existir uma viabilização do processo.
Possui maior importância em obras hidráulica do que em
demais áreas.

Os problemas estudados pela sedimentologia atingem tanto os


empreendimentos, quanto a qualidade de vida da população
e o equilíbrio do meio ambiente.
EXERCÍCIO 02
Um reservatório de detenção para controle de
inundações tem um volume de 3679 m³, é enterrado
na forma de um paralelepípedo com 114,38 m de
comprimento, 30,5 m de largura e profundidade útil
de 1,07 m. A partícula sólida tem diâmetro de
0,00001525m (0,01525mm) conforme pesquisas
efetuadas na região. A vazão de projeto de saída do
reservatório é de 0,91 m³/s.
Pergunta-se, este reservatório possui uma eficiência de
quanto para sedimentação de sólidos?
ESTIMATIVA DO TEMPO DE
ESVAZIAMENTO DE UM RESERVATÓRIO

Onde:
Td = é o tempo de detenção em ( h );
Vs= volume do reservatório em (m³);
qi = vazão de pico da hidrograma de entrada (m³/s)
q0= vazão de pico da hidrograma saída (m³/s);
K= proporção do volume do trecho de subida da hidrograma de
entrada. K varia de 0 a 1.
Vr= volume da hidrógrafa de saída (m³).
1º O COEFICIENTE K
O valor de K é a proporção entre o volume do trecho de subida do
hidrograma de entrada com relação ao volume total.
Usando-se os intervalos de tempo em que foi feito o hidrograma de
entrada obtém-se a vazão total (por exemplo 141.714,4 m³) e pelo
mesmo procedimento calculamos o volume de água até a vazão de
pico (vazão máxima, por exemplo 42,3m³/s), obteremos o valor em
volume de água (por exemplo de 53.039,71m³).
O valor de k será divisão do volume de água até a vazão máxima
(53.039,71m³) pelo volume total do reservatório (141.714,4 m³)
Neste exemplo será 0,374272.
EXERCÍCIO 03
Seja um reservatório de detenção com volume de
74.000m³. A vazão máxima de saída do reservatório
é de 13m³/s e a vazão máxima de entrada é de
42,3m³/s. Utilize k = 0,374272.
Pergunta-se, qual o tempo em que as águas ficam
retidas neste reservatório?

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