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Escoamento em Tubulações

Tubo: - conduto usado para transporte de


fluidos;
- normalmente de seção transversal
circular.
Seção cheia (seção plena), em geral estão sob
pressão maior que atmosférica.
Quando não estão sob pressão funcionam como
canais com superfície livre
a) Conduto forçado - o líquido escoa sob pressão diferente da
atmosférica.
- a canalização funciona, normalmente
totalmente cheia;
- e o conduto é sempre fechado.

b) Condutos livres - pressão igual à atmosférica.


- funcionam sempre por gravidade.

Exemplos: As canalizações de distribuição de águas nas


cidades, sempre devem funcionar como condutos forçados.
Nesse caso, os tubos são fabricados para resistir à pressão
interna estabelecida.
Os rios e canais constituem o melhor exemplo de
condutos livres. Os coletores de esgoto, normalmente também
funcionam como condutos livres.
Exemplos de Condutos:

Condutos Forçados Condutos Livres


Encanamentos Canaletas
Canalizações ou tubulações Drenos
sob pressão
Canalizações ou tubulações Interceptores de esgoto
de recalque
Canalizações ou tubulações Pontes, canais
de sucção
Sifões Coletores de esgoto
Canalizações forçadas de Cursos de água natural
usinas hidroelétricas
 Como distinguir tubo, tubulação, cano e encanamento:

 Tubo: uma só peça, normalmente cilíndrica e de


comprimeno limitado pelo tamanho de fabricação ou
transporte. De modo geral se aplica a material fabricado
de diâmetro não muito pequeno. Ex. Tubo de ferro
fundido, tubo de concreto, etc

 Tubulação: conduto constituído de vários tubos (várias


peças) ou tubulação contínua fabricada no local. Também
chamada de tubulação ou encanamento

 Cano: peça normalmente cilíndrica. Nome utilizado


normalmente a materiais de pequeno diâmetro. Ex cano
de PVC, aço galvabizado. Termo utilizado em instalações
prediais
Experiência de Reynolds: Movimento
Laminar e Turbulento

Através de uma de suas experiências realizadas


em 1883, observou o comportamento dos líquidos em
escoamento, definindo então estes movimentos
(comportamentos) com laminar ou turbulento.
Após suas investigações teóricas e
experimentais, trabalhando com diferentes diâmetros e
temperaturas, concluiu que o melhor critério para se
determinar o tipo de movimento em uma canalização
não se prende exclusivamente ao valor da velocidade,
mas ao valor de uma expressão sem dimensões, na
qual se considera, também, a viscosidade do líquido.
Se o escoamento R> 4.000 – Regime
Turbulento;
Se o escoamento R< 2.000 – Regime
Laminar

vD
Re =
υ
V = velocidade do fluído (m/s)
D = diâmetro da canalização (m)
υ = viscosidade cinemática (m²/s)
Conceito Generalizado do Número de
Reynolds

vD
Para seções circulares: R e = υ

4 RH v RH é o raio
Para seções não-circulares: R e = onde,
hidráulico. υ

Para canais ou condutos livres: R e= vH


υ
Regime de Escoamento nos Casos
Correntes

Na prática, o escoamento da água, do ar e de outros


fluidos pouco viscosos se verifica em regime
turbulento.
A velocidade média de escoamento, em
canalizações de água, geralmente varia em torno de
0,90 m/s (entre 0,5 e 2 m/s). Seja a temperatura média
da água admitida 20°C. Para essa temperatura a
viscosidade cinemática é:

υ = 0,000001 m²/s
−6
 Em uma canalização de diâmetro relativamente
pequeno como por exemplo, 50mm, teríamos:

vD 0,90 x0,05
R = = = 45.000
e
υ 0,000001
 Valor bem acima de 4.000. Para diâmetros
maiores, os valores de R e seriam bem
superiores.
 O contrário se verifica quando se trata de
líquido muitos viscosos, como óleos pesados,
etc.
Perdas de Carga: Conceito e Natureza

A resistência ao escoamento no caso do regime laminar é


devida inteiramente à viscosidade. Embora essa perda de energia
seja comumente designada como perda por fricção ou por atrito,
não se deve supor que ela seja devida a uma forma de atrito como a
que ocorre com os sólidos. Junto às paredes dos tubos não há
movimento do fluido. A velocidade se eleva de zero até o seu valor
máximo junto ao eixo do tubo. Pode-se assim imaginar uma série
de camadas em movimento, com velocidades diferentes e
responsáveis pela dissipação de energia.

Quando o escoamento se faz em regime turbulento, a


resistência é o efeito combinado das forças devidas à viscosidade e
à inércia. Nesse caso, a distribuição de velocidades na canalização
depende da turbulência, maior ou menor, e esta é influenciada pelas
condições das paredes. Um tubo com paredes rugosas causaria
maior turbulência.
.
Classificação das Perdas de Carga
Na prática, as canalizações não são constituídas exclusivamente por
tubos retilíneos e de mesmo diâmetro. Usualmente, incluem ainda peças
especiais e conexões que, pela forma e disposição, elevam a turbulência,
provocam atritos e causam o choque de partículas, dando origem a perdas
de carga. Além disso, apresentam-se nas canalizações outras
singularidades, como válvulas, registros, medidores, etc., também
responsáveis por perdas.
Devem ser consideradas, pois, as perdas apresentadas a seguir:
a) Perda por resistência ao longo dos condutos: ocasionada pelo
movimento da água na própria tubulação. Admite-se que essa perda seja
uniforme em qualquer trecho de uma canalização de dimensões
constantes, independentemente da posição da canalização. Por isso
também podem ser chamadas de perdas contínuas.

b) Perdas locais, localizadas ou acidentais. Provocadas pelas peças


especiais e demais singularidades de uma instalação.
Essas perdas são relativamente importantes no caso de canalizações
curtas com peças especiais; nas canalizações longas, o seu valor
freqüentemente é desprezível, comparado ao da perda pela resistência ao
escoamento.
Perda de Carga ao Longo das Canalizações.
Resistência ao Escoamento.

Poucos problemas tiveram tanta atenção e foram investigados quanto


a perda de carga. Após exaustivas experiência a fórmula de Darcy-
Weisbach ou ainda a fórmula universal determina para uma tubulação a
perda de carga, que pode ser expressa em:

hf =perda de carga (m)


2
Lv f = valor do atrito da tubulação

hf = f v =velocidade do líquido (m/s)

D2 g L = comprimento da tubulação (m)


D = diâmetro da tubulação (m)
g = força da gravidade (m²/s)
Natureza das Paredes dos Tubos

Analisando-se a natureza ou rugosidade das


paredes, devem ser considerados:
a) o material empregado na fabricação dos tubos;
b) o processo de fabricação dos tubos;
c) o comprimento de cada tubo e número de
juntas na tubulação;
d) a técnica de assentamento;
e) o estado e conservação das paredes dos
tubos;
f) a existência de revestimento especiais;
g) o emprego de medidas protetoras durante o
funcionamento.
Que medidas foram adotadas na canalização que leva água do
vertedor (barragem) até o lago dourado?
Um fenômeno que pode ocorrer nas canalizações é
a deposição progressiva de substâncias contidas
nas águas e a formação de camadas aderentes,
incrustações que reduzem o diâmetro útil dos
tubos e alteram a sua rugosidade. Isso ocorre no
caso de águas muito duras, com teores elevados
de certas impurezas. O mais comum é a
deposição progressiva de cálcio em águas
calcáreas.

Tubo novo Incrustação Corrosão Tuberculização


Perdas de Carga Localizadas

Essas perdas são denominadas locais,


localizadas, acidentais ou singulares, pelo fato de
decorrerem especificamente de pontos ou partes
bem determinadas da tubulação ao contrário do
que acontece com as perdas em conseqüência do
escoamento ao longo dos encanamentos.
Perda de Carga Devida ao Alargamento
Brusco de Seção
A velocidade v1 na seção menor será bem maior que a
velocidade v2 havendo, portanto, partículas fluidas mais
velozes (animadas da velocidade v1) que se chocam com
partículas mais lentas de velocidade v2 Na parte inicial da
seção alargada forma-se um anel de turbilhões que absorve
energia. :

v −2v1v2 +v (v1 −v2)


2 2 2
hf = 1
= 2

2g 2g
Expressão Geral das Perdas Localizadas
De um modo geral, todas as perdas podem ser
expressas sob a formula abaixo, onde o k pode ser
obtido experimentalmente para cada caso.

2 hf =perda de carga (m)


v
hf = K
K = valor do atrito da tubulação
v =velocidade do líquido (m/s)
2g g = força da gravidade (m²/s)

Dados experimentais demonstram que o valo de K é praticamente constante


para valores de Reynolds superiores a 50.000. Assim pode-se considerar
constante o valor K para uma determinada peça, desde que o escoamento
seja turbulento, independente do diâmetro e da velocidade do fluído
Tabela: 7.3, pg 122
Perda de Carga na Entrada de uma
Canalização.
A perda de carga que se verifica na entrada de uma canalização
dependerá bastante das condições que caracterizam o tipo da
entrada.
A disposição mais comum, denominada normal, é aquela em
que a canalização faz um ângulo de 90° com as paredes ou com o
fundo dos reservatórios, constituindo uma aresta viva. Para essas
condições, o valor de K é bem determinado, podendo ser tomado
igual a 0,5.
No caso de tubulação reentrante, constituindo a entrada
clássica de Borda (designação dada em homenagem ao grande
hidráulico do século XVIII), as condições são desfavoráveis e K
assume um valor igual a 1. Se as entradas forem arredondadas, o
valor de K cairá sensivelmente, igualando-se a 0,05 sempre que for
obedecida a forma de sino.
 (a) Reentrante ou de Borda; K = 1.
 (b) Normal; K = 0,5.
 (c) Forma de sino; K = 0,05.
 (d) Concordância com um peça adicional
(redução), K = 0,10
Perda de Carga na Saída das Canalizações.

Podem ocorrer duas situações no ponto de descarga das


canalizações. Se a descarga for feita ao ar livre, haverá um jato na
saída da canalização, perdendo-se precisamente a energia de
velocidade: K = 1. Se a canalização entrar em um reservatório,
caixa ou tanque, haverá um alargamento de seção, caso em que a
perda corresponderá a um valor de K compreendido entre 0,9 e 1.

Em meio Ao ar
afogado
livre
K = 0,9 a 1
K=1
Perda de Carga em Válvulas de Gaveta
As válvulas e os registros podem oferecer uma grande
resistência ao escoamento. Mesmo quando totalmente abertos,
haverá uma perda de carga sensível devido à sua prórpia
construção.
Para as válvulas de gavetas totalmente abertas, o valor de K
pode variar desde 0,1 até 0,4, conforme as características de
fabricação: 0,2 é um dado médio representativo.

Tab: pg 123 -7.4


Perda de Carga em Válvula-Borboleta

As válvulas-borboleta são de aplicações cada vez mais


generalizadas em obras hidráulicas.
O valor de K dependerá do ângulo

Tab: pg 124 – 7.5


Perda de Carga devida ao Estreitamento
de Seção
A perda decorrente da redução brusca de diâmetro,
1
de um seção A para uma seção A , é dada por
2
2
v2
h f = K
2g
4 A2 
sendo K = 1 − 
9 A1 
Se a redução de diâmetro for gradual, a perda será
menor. Nesse caso, o valor de K, geralmente, está
compreendido entre 0,04 e 0,15.
Perda de Carga devida ao Alargamento
Gradual de Seção
Verifica-se, experimentalmente, que os valores de K
dependem da relação entre os diâmetros inicial e final,
bem como os do comprimento da peça. Para as peças
usuais, encontra-se que:

( v1 − v 2 ) 2
hf = k
2g

β 5° 10° 20° 40° 60° 80° 120°

K 0,13 0,17 0,42 0,90 1,10 1,08 1,05


Método dos comprimentos virtuais
Uma canalização que compreende diversas peças especiais e
outras singulares, sob ponto de vista de perdas de carga equivale
a um encanamento retilíneo de comprimento maior. É nessa
simples idéia que se baseia um novo método de grande
utilidade na prática para a consideração das perdas locais.
O método consiste em se adicionarem à extensão da
canalização, para simples efeito de cálculo, comprimentos tais
que correspondam à mesma perda de carga que causariam as
peças especiais existentes na canalização. A cada peça especial
corresponde um certo comprimento fictício e adicional.
Levando-se em consideração todas as peças especiais e demais
causas de perdas, chega-se a um comprimento virtual de
canalização.
Valores práticos

Os dados apresentados foram em grande parte calculados pelo


prof. Azevedo Netto, com base na fórmula de Darcy-Weisbach em
sua apresentação americana, tendo sido adotados valores precisos
de K. Em parte eles se baseiam também nos resultados das
investigações feitas por autoridades no assunto, tais como os
departamentos especializados do Governo Federal Norte-
Americano, da Crane Co., etc.
Os comprimentos equivalentes, embora tenham sido
calculados para tubulações de ferro e aço, poderão ser aplicados
com aproximação razoável ao caso dos encanamentos de cobre ou
latão.
Base de cálculo para os
comprimentos virtuais

- Inicialmente se efetua a somatória das perdas


localizadas em peças especiais (curvas, tês, válvulas,
etc) Tabela pg 127 – 7.6
- Faz-se a somatória dos comprimentos do encanamento
(em m) (perdas ao longo da tubulacão)
- A perda total é a somatória das perdas localizadas e das
perdas ao longo do encanamento.

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