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AULA 05 – CONDUTOS FORÇADOS

Prof. Me. Laydson Moura Fernandes Amorim


Tipos de escoamento
Condutos Forçados

1. Condutos forçados
1.1. Definição:
Denominam- se condutos sob pressão ou condutos forçados, as
canalizações onde o líquido escoa sob uma pressão superior à
atmosférica.
Condutos Forçados

1. Condutos forçados
1.1. Definição:
As seções desses condutos são sempre fechadas e o líquido escoa
enchendo-as totalmente; são, em geral, de seção circular.
Condutos Forçados
1.2. Comparação – Condutos forçados x Condutos livres
Condutos forçados
➢ seção plena, fechada,
pressão maior que
atmosférica, gravidade
ou bombeamento.
Condutos livres
➢ seção aberta ou fechada, mas
pressão na superfície é
atmosférica, gravidade.
➢ Ex: rios, córregos, ribeirões,
canais artificiais, galerias, etc.
Condutos Forçados
2. Experiência de Reynolds
2.1. Histórico - escoamento de líquidos em condutos forçados

a) Perdas de carga são proporcionais à velocidade de escoamento


- Gotthilf Heinrich Ludwig HAGEN (Prússia, 1830): hf α V
- Jean-Louis-Marie POISEUILLE (França, 1840): hf α 𝑉 𝑛 ; n ≡ 2
Condutos Forçados
2. Experiência de Reynolds
2.1. Histórico - escoamento de líquidos em condutos forçados
b) Osborne REYNOLDS (Irlanda do Norte e Inglaterra, 1883):
Condutos Forçados
2. Experiência de Reynolds
Regime Laminar:
•O corante não se mistura com o
fluido, permanecendo na forma
de um filete no centro do tubo;
•O escoamento processa-se sem
provocar mistura transversal entre
escoamento e o filete, observável
de forma macroscópica;
•Como “ não há mistura”, o
escoamento aparenta ocorrer
como se lâminas de fluido
deslizassem umas sobre as outras.
Condutos Forçados
2. Experiência de Reynolds
Regime de Transição:
•O filete apresenta alguma mistura
com o fluido, deixando de ser
retilíneo sofrendo ondulações;
•Essa situação ocorre para uma
pequena gama de velocidades e liga
o regime laminar a outra forma mais
caótica de escoamento;
•Foi considerado um estágio
intermediário entre o regime laminar
e o turbulento;
Condutos Forçados
2. Experiência de Reynolds
Regime de Turbulento:
•O filete apresenta uma mistura
transversal intensa, com dissipação
rápida;
•São perceptíveis movimentos aleatórios
no interior da massa fluida que
provocam o deslocamento de moléculas
entre as diferentes camadas do fluido
(perceptíveis macroscopicamente);
•Há mistura intensa e movimentação
desordenada;
Condutos Forçados
2. Experiência de Reynolds
Reynolds observou que o fenômeno estudado dependia das seguintes
variáveis:
ρ–massa específica do fluido;
v–velocidade média do escoamento;
D–diâmetro interno da tubulação;
μ–viscosidade do fluido.
Exemplo
a) Qual o número de Reynolds para o escoamento de água a 20ºC num
tubo de 50 mm de diâmetro com velocidade de escoamento de 1 m/s?

b) Qual deveria ser a velocidade de escoamento do exemplo anterior


para que o regime se tornasse laminar?
Condutos Forçados

Obs.: O regime de escoamento laminar ocorre quando


- V é muito baixa
- D é muito pequeno
- Viscosidade é muito alta
.

Na maioria dos casos trabalha-se com regime de escoamento turbulento


Condutos Forçados
3. Distribuição de velocidade em tubos

- Limites de velocidade em escoamento de líquidos


- Mínimo: evita sedimentação de partículas
(movimento laminar)
Água não tratada: 0,4 m/s
Esgoto: 0,6 m/s
Água tratada: sem limite mínimo
- Máximo: evita perda de carga excessiva e
desgaste prematuro de condutos
V ≤ 2,5 m/s
Medida prática: Vmax = 2,0 m/s
Condutos Forçados
4. Perdas de carga

4.1. Conceito
▪ Teorema de Bernoulli:
- soma das energias não é igual em dois pontos da tubulação
- Perda de energia = PERDA DE CARGA
▪ Movimento laminar: perda devido à força de viscosidade (atrito
interno)
▪ Movimento turbulento: perda devido à viscosidade e à inércia (atrito
interno e externo)
▪ Princípio de Lavoisier: Perda de carga = energia transformada em calor
Condutos Forçados
4. Perdas de carga
4.2. Classificação
Perda de carga (hf – frictional head loss)
a) Distribuída – ao longo da tubulação (ℎ𝑓1−𝑝 𝑒 ℎ𝑓𝑝−2 )
b) Localizada – peça e singularidades nas tubulações (ℎ𝑓𝑝 )
Pressão em Conduto Sem Escoamento
Pressão em Conduto Sem Escoamento
Condutos Forçados
4. Perdas de carga
a) Distribuída – ao longo da tubulação
Distribuída ao longo do comprimento da canalização.
Ocorre devido ao atrito entre as diversas camadas do escoamento
e ainda ao atrito entre o fluido e as paredes do conduto (efeitos
da viscosidade e da rugosidade);
Condutos Forçados
4.3. Determinação da perda de carga principal (distribuída na
tubulação)
a) Características do escoamento de líquidos:
A perda de carga é:
- INDEPENDENTE do material da tubulação no ESCOAMENTO
LAMINAR;
- DEPENDENTE do material da tubulação no ESCOAMENTO
TURBULENTO;
- diretamente proporcional a Vm (ou Qm); m = potência de V ou de Q
- diretamente proporcional a L
- inversamente proporcional a Dn; n = potência de D
- independente da posição da canalização (no escoamento permanente)
- independente da pressão sob a qual o líquido escoa
Condutos Forçados
4.3. Determinação da perda de carga principal (distribuída na
tubulação)

Cálculo da perda de carga


Variáveis envolvidas:
K – coeficiente que representa a natureza
do material da canalização
V – velocidade do escoamento
L – comprimento da canalização
D – diâmetro
Condutos Forçados
➢Fórmulas empíricas de perda de carga
- Obtidas em laboratórios
- Válidas para condições específicas
• Grupo de materiais;
• Tipo de liquido;
• Temperatura do liquido;
• Faixa de diâmetros;
• Geralmente para escoamento turbulentos.
Componentes:
hf – perda de carga, mca
Q – vazão, m3/s
V – velocidade, m/s
L – comprimento, m
D – diâmetro, m
CONDUTOS FORÇADOS
➢Fórmula de Hazen-Willians (1920)
- Aplicação:
• Todos os materiais;
• Diâmetro de 50 a 300 mm;

10,65 ∗ 𝑄1,85 ∗ 𝐿
𝐻𝑓 =
𝐶 1,85 ∗ 𝐷4,87

Hf – perda de carga (mca)


Q – vazão (m³/s)
L – comprimento (m)
D – diâmetro (m)
C – coeficiente de rugosidade do material (Tabelado)
CONDUTOS FORÇADOS
➢Fórmula de Hazen-Willians (1920)

a) Determine o diâmetro de um tubo de PVC para as condições do esquema acima:


b) Qual seria a perda de carga se fossem utilizados tubos com diâmetros de 50 ou 75 mm?
c) Como a máxima perda de carga sem bombeamento é de 65 mca, não é possível escoar 5 L/s com tubos de
50 mm (hf = 107,39 mca). Portanto, haverá uma diminuição da vazão. Qual será a vazão se forem utilizados
tubos com diâmetro de 50 mm?
CONDUTOS FORÇADOS
➢Fórmula de Hazen-Willians (1920)

No ponto de uma tubulação de PVC de 100 mm de diâmetro,


distante 610m do reservatório que o alimenta, situado 42,70m
do nível d'água deste reservatório, a pressão mede
3,5Kgf/cm². Qual a velocidade do escoamento?
CONDUTOS FORÇADOS
➢Fórmula de Hazen-Willians (1920)
No ponto de uma tubulação de PVC de 100 mm de diâmetro, distante 610m do
reservatório que o alimenta, situado 42,70m do nível d'água deste reservatório, a
pressão mede 3,5Kgf/cm². Qual a velocidade do escoamento?
Resolução:
CONDUTOS FORÇADOS
➢Fórmula de Hazen-Willians (1920)

Uma canalização nova de ferro fundido de 600 mm de


diâmetro e 1600 m de comprimento, sai de um reservatório e
descarrega livremente no ar. Se o centro de sua boca estiver
3m abaixo do volume d'água no reservatório e for ela
assentada a declividade de 2 por 1000, qual será a
descarga? (Usar Hazen-Williams).
CONDUTOS FORÇADOS
➢Fórmula de Hazen-Willians (1920)
Uma canalização nova de ferro fundido de 600 mm de diâmetro e 1600 m de
comprimento, sai de um reservatório e descarrega livremente no ar. Se o centro de
sua boca estiver 3m abaixo do volume d'água no reservatório e for ela assentada
a declividade de 2 por 1000, qual será a descarga? (Usar Hazen-Williams).
Resolução:
CONDUTOS FORÇADOS
Por uma tubulação incrustada, em tubos de ferro fundido de 150 mm de diâmetro, a
água circula com 2,44 m/s de velocidade média. Em um ponto deste conduto a pressão
é de 27,36m, enquanto que no ponto B, distante 30,51 e 0,92m abaixo de A, a
pressão vale 23,80m. Qual o provável valor do coeficiente de atrito "c" da fórmula de
Hazen-Williams?

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