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HIDRÁULICA

UNIDADE – 2
ESCOAMENTO EM CONDUTOS FORÇADOS

NOTAS DE AULA PRODUZIDAS PELO


Prof. FERNANDO J. GUZZO
Parte destas notas foi extraída do
Manual de Hidráulica – Azevedo Netto
1 – DEFINIÇÃO DE CONDUTOS LIVRES: fig. 4.1
. Funcionam sempre por gravidade à pressão atmosférica;
. Mesmo que isso ocorra somente em um ponto;
. Os cursos d’água naturais são exemplos de condutos livres;
. Os coletores de esgotos e as galerias pluviais, são casos
típicos de condutos livres artificiais;
. A seção pode ser aberta ou fechada.

2 – DEFINIÇÃO DE CONDUTOS FORÇADOS:


. O líquido escoa sob pressão diferente da atmosférica;
. O conduto funciona totalmente cheio;
. Sempre fechado;
Ex.: Redes de distribuição de água, linhas de recalque, etc.
3 – TIPOS DE FLUXOS:
Slides 26 e 27 da Unidade – 0: Recapitulação de Mecânica dos Fluidos.
Os cálculos hidráulicos observam o regime uniforme e permanente.

4 – EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS: Fig. 7.5, 7.6, 7.7, etc


. Regime Laminar, o corante descreve um filete linear;
. Regime Turbulento, o corante se difundi na massa líquida;
. Velocidade crítica, é a situação de transição entre os regimes.

4.1 – NUMERO DE REYNOLDS:


Re = v . D / ۷
Re: No de Reynolds (adimensional)
v : velocidade (m/s)
D : diâmetro (m)
۷ : visc. cinemática (m2/s)
4.1.1 – REGIME LAMINAR:
. Tubulações comerciais Re ≤ 2.000

4.1.2 – REGIME TURBULENTO:


. Tubulações comerciais Re > 4.000

4.1.3 – REGIME TRANSITÓRIO:


. Tubulações comerciais 2.000 ≤ Re ≤ 4.000
. Nesta caso, não há segurança no calculo das perdas de carga.

Exercício – 1:
Uma tubulação Ф = 300 mm transporta água a 20o C com uma
vazão de 75 l/s. Determine:
a)A velocidade média de escoamento;
b)Avaliar o regime de escoamento do fluxo.
4.2 – REGIME DE ESCOAMENTO - CASOS CORRENTES:
. A velocidade da água nas canalizações varia entre 0,5 e 2,0 m/s.

. Muito baixa: em média 0,9 m/s;

. A temperatura gira em torno de 20o C, ou seja ۷ = 0,000001 m2/s;

. Nas redes de distribuição predomina o diâmetro DN 50 (mm);

. Re = v . D / ۷ = 0,9 . 0,05 / 0,000001 = 45.000; Logo Re >> 4.000;

. Geralmente as canalizações operam no regime turbulento.


Contudo isso deve ser verificado para melhor segurança na
determinação das perdas de carga.

. Para o escoamento de óleos com viscosidade superior à da água,


é possível que se depare com regime laminar.
5 – CONCEITUAÇÃO DE PERDAS DE CARGA:
. A experiência mostra que o movimento de um líquido em um
conduto se processa com dissipação de energia. fig. 7.9

5.1 – PERDA DE CARGA - REGIME LAMINAR:

. É devida exclusivamente à viscosidade do fluido;

. Pode-se imaginar uma série de lâminas viajando com


velocidades diferentes, roçando-se umas às outras provocando
atrito interno devido à viscosidade, dissipando energia;

. Junto às paredes do tubo não há movimento do fluido.


. A velocidade é máxima no eixo do tubo e zero na sua parede.
fig. x1
5.2 – PERDA DE CARGA - REGIME TURBULENTO:

. Efeito combinado de forças de viscosidade e de inércia;

. As paredes dos tubos também exercem resistência ao


movimento do fluido;

. O movimento turbulento provoca o aumento de colisões entre as


partículas do fluido e com as paredes da tubulação;

. Quanto maior a rugosidade do tubo, maior a turbulência.


6 – CLASSIFICAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA:

6.1 – PERDAS DE CARGA DISTRIBUÍDAS:


. Se desenvolvem ao longo de todo o conduto.

6.2 – PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS:


. Um trecho de tubulação geralmente inclui peças, que provocam
choques entre as partículas resultando em perdas de carga;
. As perdas de carga localizadas podem ser desprezadas quando
a velocidade for pequena, v < 1 m/s;
. Também podem ser desprezadas quando o comprimento da
linha for maior do que 4.000 diâmetros;
. Ou ainda, quando existirem poucas peças no trecho. Caso típico
das redes de distribuição de água.
7– CALCULO DAS PERDAS DE CARGA DISTRIBUÍDAS:
(FÓRMULA UNIVERSAL – Darcy e Weisbach)
. Após inúmeras experiências com tubos de seção circular, os
pesquisadores concluíram que a resistência ao escoamento é:
Diretamente proporcional ao comprimento de canalização (área
molhada). (π.D.ℓ);
Inversamente proporcional a uma potencia “m” do diâmetro da
canalização. (1/D)m;
Diretamente proporcional a uma potencia “n” da velocidade de
escoamento. (v)n;
Variável c/ a rugosidade do tubo no regime turbulento. (k’);
Independe da posição da tubulação;
Independe da pressão interna;
Função de uma potencia “r” da relação entre a viscosidade e a
densidade da água. (μ / ρ)r.
Resultando em:
hf = k’ . π D ℓ . 1/Dm . vn . (μ / ρ)r

. Chézy e Darcy-Weisbach, chegou-se a Fórmula Universal:

hf = ƒ . ℓ / D . v 2 / 2 g

. Fórmula aplicada para escoamento de qualquer líquido em


condutos forçados;
. As pesquisas realizadas ao longo do tempo indicaram a
necessidade de ajustar os coeficientes de “v” e “D”;
. Os ajustes recaíram sobre o coeficiente de perda de carga “ƒ”,
impondo que esse parâmetro fosse uma função das variáveis:
(rugosidade, diâmetro do tubo, viscosidade, velocidade, ... )
Ou seja:
ƒ = φ (Re , e/D)
Lembrando que: Re = v . D / ۷

ƒ → coeficiente de perda de carga (adimensional);


Re→ numero de Reynolds (adimensional);
e/D→ rugosidade relativa (adimensional).

. Os valores do coeficiente “ƒ” são obtidos experimentalmente;

. Podem ser representados em formas de diagramas e tabelas;

. O diagrama de Moody, fornece “ƒ” a partir de ( Re , e/D )

. Curvas do diagrama são construídas a partir de experimentos.


8 – RUGOSIDADE DAS TUBULAÇÕES:
. Não existe uma superfície perfeitamente lisa;
. É representada pelas protuberâncias nas paredes;
. Quanto maior a rugosidade, maior a turbulência.
8.1 – RUGOSIDADE ABSOLUTA: (e)
. Medida das saliências das paredes de um tubo;
. Fornecido pelos fabricantes de tubos. tab.: 8.9 e 8.11
Segundo a ABNT:
Tubos de ferro fundido e = 0,10 mm
Tubos de PVC e = 0,06 mm
8.2 – RUGOSIDADE RELATIVA: (e/D)
Relação entre rugosidade absoluta e diâmetro do tubo.
9 – FÓRMULA UNIVERSAL – OUTRA APRESENTAÇÃO:
hf = ƒ . ℓ / D . v2 / 2 g

hf = 0,0827 . ƒ . ℓ . Q2 / D5
Demonstração x’ x’x

10 – COEFICIENTE DE PERDA DE CARGA: (ƒ)


Fatores que influenciam na rugosidade das paredes dos tubos:
. Material empregado na fabricação;
. Processo de fabricação;
. Comprimento do tubo (quantidade de juntas);
. Técnica de assentamento;
. Estado de conservação das paredes;
. Revestimento especial;
. Manutenção da tubulação (rejuvenescimento).
10.1 – COEFICIENTE DE PERDA DE CARGA:
{REGIME LAMINAR (ƒLam)}

. No Regime Laminar, (ƒLam) não depende da rugosidade do tubo.

ƒLam = 64 / Re

. Aplicando a mesma Fórmula Universal:

hf = 0,0827 . ƒLam . ℓ . Q2 / D5
10.2 – COEFICIENTE DE PERDA DE CARGA:
{REGIME TURBULENTO (ƒ)}
10.2.1 - EQUAÇÃO DE VON KÁRMAN - Para tubos lisos:
1/√ƒ = 2 ℓog ( Re . √ƒ ) – 0,8

Esta equação não leva em conta a rugosidade do tubo.


Sem muita aplicação prática.

10.2.2 - EQUAÇÃO DE COLEBROOK - Para tubos rugosos:

1/√ƒ = - 2 . ℓog ( e / 3,7 D + 2,51 / Re √ƒ )


11 – EMPREGO DO DIAGRAMA DE MOODY:
. Diagrama de Moody, fig.8.9, para resolver a equação de Colebrook;
. Entrando-se com (e/D); com Re, obtém-se o coeficiente “ƒ”.

12 – EMPREGO DE TABELAS:
. As tab. 8.14 - b permitem o calculo direto das perdas de carga “hf”.

. Vazão de escoamento (l /s)


Entra-se com: . Diâmetro da tubulação (mm)
. Rugosidade absoluta “e” (mm)

Obtém-se: . Velocidade de escoamento (m/s)


. Perda de carga “hf” (m/ 100 m)

. Tabelas preparadas para condições mais desfavoráveis de escoamento ou


seja: temperatura da água 4o C altas densidade e viscosidade.

O Diagrama de Moody pode ser usado para outras condições, qualquer Re.
13 – EXPERIÊNCIA DE NIKURADSE:

Convalida a utilização da Rugosidade Relativa


(e/D) associada ao Numero de Reynolds, como
parâmetros para a obtenção do Coeficiente de
Perda de Carga “ƒ”.

Nikuradse, testou três tubos de diferentes


rugosidades “e” e de mesma rugosidade relativa
(e/D) e obteve o mesmo coeficiente (ƒ) para um
determinado Numero de Reynolds (Re).
Exercício – 2: Uma tubulação com diâmetro D = 300 mm e coeficiente de
rugosidade e = 1,00 mm, transporta água a uma temperatura de 20o com uma
vazão de 60 l/s. Determinar o coeficiente de perda de carga.
Exercício – 3: Considerando o mesmo exercício anterior, determinar a perda
de carga em um trecho de tubulação com 1 km de extensão, empregando a
fórmula Universal.
Exercício – 4: Considerando o mesmo exercício anterior, determinar a perda de
carga empregando as tabelas 8.14 – b.
Exercício – 5: Determinar a perda de carga, utilizando a fórmula Universal e a
equação de Colebrook, gerada em um trecho de 200 m de tubulação com
diâmetro 500 mm, quando se transporta água bruta com uma vazão de 200 l/s.
A temperatura da água é 4o C, e a rugosidade absoluta da tubulação é 1 mm.
Exercício - 6: Dois reservatórios situados respectivamente nas cotas + 30,00
m e 0,00 m, estão interligados por uma adutora em fofo, DN = 500 mm, que
transporta água a uma temperatura de 20º C. Essa adutora tem 3000 m de
comprimento e parte e chega tangenciando as lajes de fundos desses
reservatórios. Calcular a vazão aduzida quando o reservatório inferior estiver
vazio e o superior com uma lâmina d’água de 3,00m.
Ressalta-se que segundo recomendação da ABNT, Devem-se utilizar
preferencialmente a Fórmula Universal para os cálculos das perdas de carga.
Para tubos de fofo e = 0,1 mm
14– CALCULO DAS PERDAS DE CARGA DISTRIBUÍDAS:
(MÉTODOS EMPÍRICOS)
. A Fórmula Universal apresenta o inconveniente de ter
precisado de aferição do coeficiente “ƒ”;
. Pesquisadores desenvolveram equações empíricas a partir
dos seus experimentos;
. Desde a apresentação da Fórmula de Chézy – 1775, surgiram
quase uma centena de outras fórmulas;
. Só se aplicam ao líquido e às condições ensaiadas;
. Pressupõem o escoamento turbulento;
. Há campanhas da ABNT pelo abandono das Fórmulas
Empíricas, que recomenda “preferencialmente” o emprego dos
métodos científicos, por ex. a Fórmula Universal.

. No quadro 8.1, estão relacionadas 40 fórmulas práticas.


14 . 1 – CRITÉRIO PARA USO DE FÓRMULAS EMPÍRICAS:
. Deve-se conhecer a origem da fórmula para a sua segura
aplicação. Isto é, em que bases se processou o experimento;
. Graves erros podem decorrer com fórmulas inadequadas;
. Resultados com fórmulas diferentes podem variar em 100%.

14.2 – FÓRMULA DE DARCY - Condutos cilíndricos:

hf = 8.ƒ.ℓ.Q2 / π2.g.D5
Sendo:
hf : Perda de carga (m)
f: Coeficiente de atrito de Darcy (tab. 8.2 e 8.3)
ℓ: Comprimento da canalização (m)
v: Velocidade média (m/s)
g: Aceleração da gravidade (9,81 m/s2)
14.2.1 – INCONVENIENTE DO USO DA FÓRMULA DE DARCY:
. O principal inconveniente da Fórmula de Darcy é o fato de que
os valores atribuídos ao coeficiente “f”, tab.: 8.2 (p/ tubos novos)
e tab.:8.3 (p/ tubos velhos);

. Não leva em conta o envelhecimento gradativo das tubulações.

. Fica sem sentido falar em tubo novo ou tubo velho.

Observa-se que a Fórmula de Darcy é muito semelhante à


Fórmula Universal, só que com o coeficiente “ƒ” ainda não
desenvolvido.
14.3 – FÓRMULA DE HAZEN § WILLIAMS:
. Hazen § Williams se apoiaram em milhares de dados para
desenvolver sua fórmula empírica.
. Em 1903 uma fórmula prática foi escrita:

j = k . v1,85 / D1,17

Fórmula de Hazen § Williams expressa unidade SI:

j: perda de carga (m/m)

j = (10,643 . Q1,85)÷(C1,85.D4,87) Q: vazão (m³/s)

D: diâmetro (m)

C: coef. de rugosidade (adim.)

“C”: depende da natureza e estado do tubo – Quadro 8.3


14.3.1 – VANTAGENS DA FÓRMULA DE HAZEN-WILLIAMS:
Fórmula resultou de estudo estatístico c/ milhares de dados;
Foi avaliada para diversos tipos de materiais (tubos);
O coef. “C” não foi afetado pela necessidade de correção dos
expoentes de “v” e “D” como ocorreu com o coef. “ƒ”;
Exaustivas pesquisas sobre o coef. “C”, vem acompanhando
a evolução dos materiais e seus envelhecimentos;
Pode ser aplicada para diâmetros entre 50 e 3500 mm.

A tab.: 8.14a, permite calcular a perda de carga em (m/100 m),


a partir da vazão, do diâmetro e do coef. “C”.
15 – ENVELHECIMENTO DAS TUBULAÇÕES:
Principalmente os tubos de aço e ferro fundido envelhecem:
fig. 7.10 e tab. 7.1
. pH baixo corrosão
. pH alto incrustação

15.1 – Influência do envelhecimento na rugosidade:


Em um projeto, a fixação do coeficiente de rugosidade deve
observar a vida útil esperada do tubo.

15.2 – Influência do envelhecimento no coef. “C”.


“C” varia com o tempo e a qualidade da água. fig. 8.1 e 8.2

15.3 – Influência do envelhecimento no coef. “f”.


f = φ (Re , e/D)
Expressão de Colebrook para variação da rugosidade (e) com o
tempo (t):

e = eo + α t

eo : rugosidade do tubo novo (m)


e : rugosidade do tubo após t anos (m)
t : tempo de utilização do tubo (anos)
α : taxa de crescimento da aspereza (m/ano)
sendo:

2 log α = 6,6 - pH

α em (mm/ano) tab. 8.13


15.4 – Manutenção das tubulações:
. O aumento da rugosidade pode ser corrigido com limpeza
mecânica e/ou química. fig. yy e yyy

16 – PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS:


. São perdas locais, acidentais ou singulares;
. Ocorrem em pontos específicos da tubulação.

16.1 – Expressão geral das perdas localizadas:

hf = k . v2/2g

k obtido experimentalmente tab. 7.2


16.2 – Método dos comprimentos virtuais:
. Adiciona-se à extensão da canalização, comprimentos
correspondentes à mesma perda de carga que essas peças
causariam.

. Uma peça corresponde um determinado comprimento fictício de


canalização.

. tab. 7.6 e ábaco 7.19: obtêm-se os comprimentos equivalentes;

. tab. 7.7: o comprimento equivalente em numero de diâmetros.


17 – PERFIL HIDRÁULICO DAS TUBULAÇÕES:

. No movimento uniforme (velocidade não varia entre dois pontos.


v1 = v2), a declividade da linha piezométrica é constante;

17.1 Linha de Carga e Linha Piezométrica: fig. 9.1

. Linha de Carga:
Representa as 3 cargas: (posição, pressão e velocidade)

. Linha Piezométrica:
É representada pelas cargas: (posição e pressão);
É a linha registrada no piezômetro;
É a linha de pressão.
17.1.1 – Consideração Prática:
. Como as velocidades nas canalizações são baixas (média de
0,9 m/s) pode-se admitir a coincidência dessa duas linhas:
v2 / 2g = 0,92 / 2 . 9,81 = 0,04 m ou 4 cm.

18 – POSIÇÕES DAS CANALIZAÇÕES:

18.1 – 1a Posição:
. A canalização fica abaixo da linha piezométrica: fig. 9.4
. As canalizações são instaladas no mínimo, a 4m abaixo da linha
piezométricas;
. Ventosas e descargas são inseridas. fig. 9.5
18.2 – 2a Posição:
. A canalização coincidente com a linha piezométrica. fig. 9.7
. É o caso dos condutos livres;

18.3 – 3a Posição:
. A canalização fica acima da linha piezométrica e abaixo da
linha piezométrica absoluta. fig. 9.8
. A linha piezométrica absoluta considera a pressão atmosférica;
. É o caso do sifão verdadeiro, necessita de escorva;

18.4 – 4a Posição:
. A canalização corta a linha piezométrica absoluta mas fica
abaixo do plano de carga piezométrico. fig. 9.9
. Funciona como se fossem 2 trechos distintos.
. É como se existisse uma caixa de passagem no ponto mais alto.
. Nesse ponto o escoamento é semelhante a um vertedor.
. Há uma grande redução de vazão
18.5 – 5a Posição:
. A canalização corta a linha piezométrica, mas fica abaixo da
linha de carga absoluta. fig. 9.10
. É um sifão precário.

18.6 – 6a Posição:
. A canalização fica abaixo somente do plano de carga
absoluto. fig. 9.11
. É um sifão nas piores condições possíveis.

18.7 – 7a Posição:
. A canalização corta o plano de carga absoluto. fig. 9.12
. O escoamento por gravidade é inviável.
19 – PROBLEMAS HIDRAULICAMENTE DETERMINADOS:
1O – Tipo:
Dados: Perda de carga e Vazão;
Determinar: Diâmetro e Velocidade.

2O – Tipo:
Dados: Perda de carga e Diâmetro;
Determinar: Vazão e Velocidade.

3O – Tipo:
Dados: Perda de carga e Velocidade;
Determinar: Diâmetro e Vazão.

4O – Tipo:
Dados: Diâmetro e Vazão;
Determinar: Perda de carga e Velocidade.
5O – Tipo:
Dados: Velocidade e Vazão;
Determinar: Perda de carga e Diâmetro.

6O – Tipo:
Dados: Diâmetro e Velocidade;
Determinar: Perda de carga e Vazão.

. Esses problemas são resolvidos são facilmente resolvidos com


o auxilio da tab. 8.14 (a) – Hazen-Williams.

Re > 4000 Escoamento turbulento.


20 – MATERIAIS EMPREGADOS NAS CANALIZAÇÕES:
20.1 – Diâmetros Comerciais de tubos:
. Catálogos de Ferro Fundido – Classes de Pressão;
. Catálogos de PVC - Classes de Pressão.

21 – VELOCIDADE DE FLUXO NAS CANALIZAÇÕES:


21.1 – Velocidade mínima:
. Fixada para evitar deposição de sólidos nas canalizações;
. Varia de 0,25 a 0,40 m/s

21.2 – Velocidade máxima:


. Visa limitar perdas de cargas;
. Evitar erosão e corrosão;
. Condições econômicas.
22–PRÉ-DIMENSIONAMENTO DAS CANALIZAÇÕES: Tab. 9.2

23 – ANCORAGEM DAS CANALIZAÇÕES:


Determinadas juntas geram graus de liberdade nas canalizações
que devem ser combatidos com ancoragens. fig. 10.12
Anel de travamento. Junta travada
Graves riscos de acidentes.
23.1 – Calculo do Empuxo:
. Provém do desequilíbrio interno (área x pressão) em
determinadas conexões de uma linha.
. A fig. 10.14 apresenta as expressões para o calculo do empuxo
em determinadas conexões.
E: (Kgf); P: (Kgf/cm²); A: (cm²); .... A = π . Dext² / 4

Exercício:
Calcular o empuxo resultante em uma curva horizontal de 45o de
uma canalização D = 500 mm, sujeita a uma pressão de 60 m.c.a
24 – VENTOSAS:
. Funcionam automaticamente para admissão e expulsão de ar
nos condutos forçados;
. São posicionadas nos pontos altos, e extremidades bloqueadas;
. Expulsam o ar deslocados para os pontos altos;
. Admitem ar em situações de sub-pressão;
. Evitam colapso das canalizações.

24. 1 – Tipos de Ventosas:


- Ventosas Simples:
Expulsam e admitem ar.

- Ventosas Duplas:
Providas de dois compartimentos. Um com orifício pequeno e o
outro com orifício grande.
Ventosas Triplas:
. Têm tripla função;
. Funcionam durante o enchimento, o esvaziamento e a operação
da linha;
. Expulsam e admitem ar.

24.2 – Seleção de Ventosas:


. O gráfico fig. 10.38 seleciona ventosas de tríplice função.
. Entra-se com:
Vazão da linha (l/s)
Sobre pressão ou depressão na ventosa: (Δ pressão interna – pressão
atmosférica) = 3,50 m.c.a
. Obtém-se a ventosa selecionada.

24.3 – Localização das Ventosas: Quadro 10.1


O ar é carreado na canalização se a vágua ≥ vc.
Vc = 1,36 (g . D . sen β)
Vc: vel. Crítica (m/s); g: aceleração grav (m/s²) ; D: (m); β : ângulo
descendente
25 – SISTEMAS DE TUBULAÇÕES:
Tem-se um sistema de tubulações quando:
. Tubulações mudam de diâmetros no percurso;
. Entram ou saem vazões;
. Existem linhas paralelas;
. Ou outras situações são apresentadas.

25.1 – Definições:
. Nó: Representa uma quebra de continuidade na tubulação;
Em um nó tem-se: ΣQ(entrada) = ΣQ(saída) fig. 13.1

. Trechos, Malhas, Anéis: fig. 13.2

25.2 – Tubulações Complexas: fig. 13.3


. Em série ............ Em paralelo ............... Malhada
25.3 – Encanamentos Equivalentes:
Um sistema é equivalente a outro quando é capaz de conduzir a
mesma vazão com a mesma perda de carga.

25.3.1 – Uma Tubulação Simples Equivalente a Outra:


( D1 , K1 )
Tubulação 1 :
L1

( D2 , K 2 )
Tubulação 2 :
L2

A condição de equivalência é que para uma mesma vazão (Q) se


tenha a mesma perda de carga (hf1 = hf2)
25.3.1.1 - Empregando a Fórmula Universal tem-se:

L2 = L1 . (K1/K2) . (D2/D1)5

. Sendo K = 0,0827 f
. Essa equação só é resolvida por tentativa, pois f = φ (Re, e/D)

. Se os coeficientes de rugosidade forem iguais tem-se:

L2 = L1 . (D2/D1)5
25.3.1.2 – Empregando a Fórmula de Hazen-Williams
DEDUÇÃO
L2 = L1 . (C2/C1)1,85 . (D2/D1)4,87

Se os coeficientes de rugosidade forem iguais tem-se

L2 = L1 . (D2/D1)4,87

Ambas as equações são resolvíveis.


Exercício – 1
Determinar o comprimento de uma tubulação com diâmetro de
500 mm, equivalente a uma tubulação com diâmetro de 600 mm
com 1000 m de comprimento. Ambas as linhas são novas e de
ferro fundido.

Exercício – 2
Para o mesmo exercício anterior, suponha que a tubulação com
diâmetro 500 mm tenha 25 anos de uso. Empregar a fórmula de
Hazen-Williams.
25.3.2 – Tubulações em Série:
. É o que geralmente ocorre na prática;

. É uma seqüência de tubos de diâmetros diferentes


acoplados entre si.
D1 , k1 D2 , k2
Tubulação 1 : Q
L1 L2

De , ke
Tubulação 2 : Q
Le

A condição de equivalência, é que para uma mesma


vazão “Q” se tenha a mesma perda de carga total em
ambas as tubulações:
ou seja:
. Na tubulação 1: hf = hf1 + hf2
. Na tubulação 2: hfe
Portanto: hfe = hf = hf1 + hf2

25.3.2.1 - Empregando a Fórmula Universal:

Expressão generalizada para n trechos de tubulações:


Le ke / De5 = L1 k1 / D15 + L2 k2 / D25 + .... + Ln kn / Dn5

Se os coeficiente de rugosidade forem iguais tem-se:


Le / De5 = L1 / D15 + L2 / D25 + .... + Ln / Dn5

Sendo k = 0,0827 f
25.3.2.2 - Empregando-se a Fórmula de Hazen-Williams:
Dedução:

Expressão generalizada para n trechos de tubulações:

Le / (De4,87.Ce1,85) = L1 / (D14,87.C11,85) + L2 / (D24,87.C21,85) + .. + Ln / (Dn4,87.Cn1,85)

Se os coeficiente de rugosidade forem iguais tem-se:

Le / De4,87 = L1 / D14,87 + L2 / D24,87 + .... + Ln / Dn4,87


Exercício 3:
Uma adutora com diâmetro 800 mm, em ferro fundido,com 10 km
de extensão, opera a 25 anos com uma vazão de 500 l/s. Deseja-
se ampliar essa linha por mais 8 km, utilizando-se tubos novos do
mesmo material.
Determinar a perda de carga resultante, aplicando a fórmula de
Hazen-Williams:
25.3.3 – Tubulações em Paralelo:
É quando duas ou mais tubulações unem-se em dois pontos
conhecidos;

A vazão em cada tubo é função do diâmetro, comprimento,


coeficiente de rugosidade e da diferença de pressão entre os dois
pontos.
D1, k1, Q1
Tubulação 1:
L1
+
D2, k2, Q2
Tubulação 2:
L2

=
De, ke, Qe
Tubulação e:
Le
A diferença de pressão (perda de carga) é a mesma para todos
os tubos do sistema.
Em cada um dos dois pontos extremos só pode haver uma única
pressão. Ou seja:
hfe = hf1 = hf2 = hf3 = hfn

A soma das vazões em cada tubo é igual a vazão total de


escoamento;
Qe = Q1 + Q2 + Q3+ .... + Qn

27.3.3.1 - Empregando a Fórmula Universal:


√De5 / Le ke = √ D15 / L1 k1 + √ D25 / L2 k2 + .... + √ Dn5 / Ln kn

Se os coeficientes de rugosidade forem iguais tem-se:


√De5 / Le = √ D15 / L1 + √ D25 / L2 + .... + √ Dn5 / Ln
25.3.3.2 – Empregando a Fórmula de Hazen-Williams:
DEDUÇÃO

De2,63.Ce / Le0,54 = D12,63.C1 / L10,54 + D22,63.C2 / L20,54 + ...+ Dn2,63.Cn / Ln0,54

Se os coeficientes de rugosidades forem iguais:

De2,63 / Le0,54 = D12,63 / L10,54 + D22,63 / L20,54 + ..+ Dn2,63 / Ln0,54


Exemplo 4:
Há cerca de 20 anos implantou-se o sistema adutor representado
a seguir. Deseja-se substituir esse sistema por uma única
adutora (nova em ferro fundido) a ser implantada observando o
mesmo traçado.

Exemplo 5:
Determinar o diâmetro dessa mesma adutora supondo que a sua
vida útil deve atingir 20 anos.
Conduto Livre
Conduto Forçado
Experimento de Reynolds
Regime Laminar e Turbulento
Experimento de Reynolds
• Velocidade crítica inferior: Valor de
velocidade para o qual o escoamento passa
de turbulento para laminar
TIPOS DE FLUXOS:
Quanto a Trajetória:
Laminar: Partículas têm trajetórias paralelas;
Turbulento: Partículas não têm trajetórias definidas, chocando-se
entre si.

Quanto ao Tempo:
Permanente: velocidade média num ponto não varia c/ o tempo;
Não Permanente: velocidade média num ponto varia c/ o tempo.

Quanto a Forma:
Uniforme: Em qualquer ponto não há variação de velocidade;
Não Uniforme: Há variação de velocidade entre pontos da linha.
• Regime Turbulento:
Resistência é o efeito
combinado das forças
devidas a viscosidade e a
inércia.

• Regime Laminar: A
resistência ao escoamento
é devida inteiramente a
viscosidade. Junto as
paredes dos tubos não há
movimento do fluido.

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