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Aula 11

Departamento de Ciências Térmicas e Fluidos – DCTEF


Prof. Luiz Gustavo Monteiro Guimarães
Introdução aos Sistemas Térmicos
A EQUAÇÃO DE BERNOULLI
PARA FLUIDOS REAIS – PERDA
DE CARGA

A perda de carga total hLT é dada


pela soma das perdas
distribuídas, hd, devidas aos
efeitos de atrito no escoamento
completamente desenvolvido
em tubos de seção reta
constante, com as perdas
localizadas, hL, devidas a
entradas, acessórios, mudanças
de área e outros.
hLT = hd + hL
A equação de Bernoulli é dada,
então, por:
PERDAS DE CARGA DISTRIBUÍDAS
O principal problema consiste então
A perda de carga distribuída é dada na determinação do fator de atrito.
por: Basicamente, ele depende da
rugosidade Ɛ e do diâmetro D da
tubulação, da velocidade média do
escoamento V e das propriedades
do fluido (ρ e μ).
Através de análise dimensional,
obtém-se que o fator de atrito é
função de dois adimensionais: a
rugosidade relativa Ɛ/D e o número
de Reynolds. O adimensional de
Reynolds, ou Re, é definido por:
PERDAS DE CARGA DISTRIBUÍDAS

O fator de atrito: Depende do


regime de escoamento.

Para escoamentos laminares, o


fator de atrito pode ser calculado
por:

Para escoamentos turbulentos, a


determinação do fator de atrito é
mais complicada. A
expressão mais largamente
utilizada é a de Colebrook
PERDAS DE CARGA DISTRIBUÍDAS

Os valores do fator de atrito, para


escoamentos laminares e
turbulentos, foram determinados
experimentalmente para uma
série de valores de Re e de Ɛ/D e
sumarizados em um ábaco,
denominado Ábaco de Moody.

Moody apresenta também uma


tabela para determinação da
rugosidade absoluta e em tubos,
para alguns materiais comuns de
engenharia, em boas condições.
EXEMPLO 01 - Cálculo do fator
de atrito, escoamento laminar

Óleo SAE 30W a 20oC escoa no


interior de um tubo novo de
aço comercial de 2 in de
diâmetro. Determine o fator
de atrito do escoamento, se a
velocidade do óleo é de 3 m/s.
EXEMPLO 02 - Cálculo do fator
de atrito para, escoamento
turbulento

Determine o fator de atrito do


escoamento de água a 15oC,
para as mesmas condições do
exemplo anterior.
PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS

Em um sistema real, muitas vezes o escoamento é obrigado a passar por


uma série de acessórios, conexões, curvas ou mudanças abruptas de seção
e direção. Ao passar por estes obstáculos, o escoamento perde energia e
tem sua pressão diminuída.
As perdas de carga locais foram determinadas experimentalmente e
modeladas segundo duas equações diferentes:

onde K é o coeficiente de perda local e Le é o comprimento equivalente da


tubulação. Para cada tipo de acessório, existe um coeficiente ou
comprimento equivalente.
A perda de carga localizada total é dada pela soma das perdas de carga
localizadas individuais.
PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS

A entrada do escoamento em um tubo pode causar uma perda de carga


considerável, se for mal projetada. Na Tabela, são apresentadas três
geometrias básicas de entradas.

Toda a energia cinética do fluido é dissipada pela mistura quando o escoamento descarrega
de um tubo em um grande reservatório ou câmara (saída submersa). Assim, para uma saída
submersa, o coeficiente de perda é igual a α, não importando a geometria.
Deve-se lembrar que o coeficiente de energia cinética α é determinado pelo regime de
escoamento. Para escoamento laminar, α = 2,0 e, para escoamento turbulento, α = 1,0.
PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS

Um escoamento pode ainda sofrer uma expansão ou contração abrupta.


Para este caso, a Tabela apresenta os coeficientes de perda de carga, em
função da razão de áreas AR (razão entre a menor e a maior área da
contração ou expansão).

Para se obter coeficientes de perda de carga correspondentes a valores de


AR intermediários entre os apresentados na Tabela, deve-se fazer uma
interpolação.
PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS

Bocais e Difusores: As perdas


decorrentes da variação de área
podem ser reduzidas pela
instalação de um bocal ou um
difusor entre as duas seções de
tubo reto.
Um bocal é um dispositivo
utilizado para a redução gradual
da seção do escoamento.
PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS

Bocais e Difusores: As perdas em difusores (expansão gradual da seção do


escoamento) dependem de diversas variáveis geométricas e do
escoamento.
Como um difusor provoca um aumento da pressão estática do escoamento
(redução da velocidade média), o coeficiente de perda é comumente
apresentado em termos de um coeficiente de recuperação de pressão, CP ;

O coeficiente de perda de carga é dado por:

Definindo-se um coeficiente ideal de recuperação de pressão, CPi, como o


coeficiente de recuperação que existiria se os efeitos de atrito fossem
desprezados,
PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS

Difusores: A figura apresenta os coeficientes de perda de carga para


difusores, em função do ângulo total do difusor.
PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS

Válvulas: As perdas de carga em


escoamentos através de válvulas
e conexões também podem ser
escritas em termos de
comprimentos equivalentes de
tubos retos. Estes valores, para
cada um dos acessórios, são
mostrados na tabela.
PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS

Válvulas: São dispositivos


destinados a estabelecer,
controlar e interromper a
descarga de fluidos em
tubulações.
Algumas garantem a segurança da
instalação e outras permitem
desmontagens para reparos ou
substituições de elementos da
instalação.
PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS

Válvulas: Existe uma grande


variedade de tipos de válvulas,
cuja escolha depende da natureza
da operação a realizar, das
propriedades físicas e químicas do
fluido considerado, da pressão e
da temperatura do escoamento e
da forma de acionamento
pretendida.
EXEMPLO 03 - Equação de
Bernoulli para fluidos reais –
perdas de carga

Uma tubulação de aço


comercial leva 0,15 m3/s de
água a 20oC entre dois
reservatórios abertos, como
mostrado na figura. Sabendo
que o diâmetro da tubulação é
reduzido de 28 cm para 14 cm
na seção CD (com θ = 90o),
calcule o desnível entre os
pontos B e G.
EXEMPLO 03 - Equação de
Bernoulli para fluidos reais –
perdas de carga
EXEMPLO 03 - Equação de
Bernoulli para fluidos reais –
perdas de carga
EXEMPLO 03 - Equação de
Bernoulli para fluidos reais –
perdas de carga
EXEMPLO 03 - Equação de
Bernoulli para fluidos reais –
perdas de carga
EXEMPLO 04 - Potência de uma bomba

Água para resfriamento de


perfuratrizes é bombeada de um
reservatório para um canteiro de obras
usando o sistema de tubulação como
mostrado. A tubulação tem 10cm de
diâmetro e é feita de ferro fundido.
Entre a saída da bomba e o canteiro de
obras, existem 15 conexões, com K = 1
(cada) e a água percorre um
comprimento total de 1 km. A vazão
deve ser de 40 litros/s e a água
desemboca para a atmosfera. Estime a
potência de acionamento requerida
pela bomba se a sua eficiência é de
70%. Despreze as perdas de carga nas
curvas. Considere as propriedades da
água a 15°C.
EXEMPLO 04 - Potência de uma bomba
EXEMPLO 04 - Potência de uma bomba
EXEMPLO 04 - Potência de uma bomba
EXEMPLO 04 - Potência de uma bomba
MEDIDORES DE VAZÃO

Freqüentemente, é necessário
medir a vazão que passa por uma
tubulação. Existem diferentes
dispositivos capazes de efetuar
esta medição, divididos
principalmente em duas classes:
- Instrumentos mecânicos
- Instrumentos de perda de carga

Os instrumentos mecânicos
medem a vazão real do fluido,
retendo e medindo uma certa
quantidade de fluido.
MEDIDORES DE VAZÃO

Os dispositivos de perda de carga


obstruem o escoamento,
causando a aceleração de uma
corrente fluida e a queda da
pressão do escoamento, como
mostrado na figura para um bocal
genérico.
MEDIDORES DE VAZÃO

O Tubo de Venturi: Consiste em uma


redução da seção do escoamento,
provocando um aumento de
velocidade e uma queda na pressão,
como mostrado na figura.
Em geral, os medidores são fundidos
e usinados com pequenas tolerâncias,
de modo a reproduzir o desempenho
de projeto.
A perda de carga total é baixa.
Dados experimentais mostram que os
coeficientes de descarga variam de
0,980 a 0,995 para altos números de
Reynolds (maiores que 2x105).
Por isso, C = 0,99 pode ser usado para
medir a vazão em massa com cerca
de 1% de erro.
Para menores números de Reynolds,
a literatura dos fabricantes deve ser
consultada.
MEDIDORES DE VAZÃO

A Placa de Orifício: A placa de orifício


é uma placa fina que pode ser
colocada entre flanges.
Como a sua geometria é simples, é de
baixo custo e de fácil instalação e
reposição.
As principais desvantagens são a sua
capacidade limitada e a elevada perda
de carga imposta ao sistema.
As tomadas de pressão podem ser
posicionadas em diversos locais.
Como a localização das tomadas
influencia o coeficiente de descarga,
valores consistentes devem ser
selecionados de manuais.

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