Você está na página 1de 30

Aula 07

Departamento de Ciências Térmicas e Fluidos – DCTEF


Prof. Luiz Gustavo Monteiro Guimarães
Introdução aos Sistemas Térmicos
FLUIDODINÂMICA

A Fluidodinâmica é a parte da
Mecânica dos Fluidos que
estuda o comportamento dos
fluidos em movimento, ou seja,
estuda os escoamentos de
fluidos.
FLUIDODINÂMICA

As Leis da Mecânica são escritas


para um sistema. Elas
estabelecem o que ocorre
quando há uma interação entre
o sistema e suas vizinhanças. No
entanto, em muitos problemas
de Mecânica dos Fluidos, é mais
comum a análise dos problemas
utilizando-se a formulação de
Volume de Controle. O Teorema
de Transporte de Reynolds
permite que as leis da
Mecânica, escritas utilizando-se
a formulação de sistema, sejam
transformadas para a
formulação de volume de
controle, como já visto
anteriormente.
A EQUAÇÃO DE CONSERVAÇÃO
DA MASSA PARA UM VOLUME
DE CONTROLE ARBITRÁRIO

A equação de conservação da
massa já foi definida
anteriormente, no entanto,
dada a sua importância no
estudo da Mecânica dos
Fluidos, ela é repetida aqui.
A EQUAÇÃO DE CONSERVAÇÃO DA MASSA PARA UM VOLUME DE CONTROLE
ARBITRÁRIO

Para uma seção de uma superfície de controle de área A, define-se a vazão


mássica ou vazão em massa por:

Para escoamento em regime permanente com um número finito de entradas


e saídas, esta equação é dada por:

Para uma seção de uma superfície de controle de área A, define-se a vazão


volumétrica Q por:

a equação de conservação da massa pode ser escrita, para um número finito


de entradas e saídas, como:
A EQUAÇÃO DE CONSERVAÇÃO DA MASSA PARA UM VOLUME DE CONTROLE
ARBITRÁRIO

A velocidade do escoamento varia em uma dada seção. Define-se a velocidade


média em uma seção como sendo a razão entre a vazão volumétrica Q e a
área da seção A, ou

Observa-se, assim, que a vazão volumétrica através da seção pode ser dada
por:

De maneira análoga, pode-se calcular a vazão mássica através da seção por:


A EQUAÇÃO DE CONSERVAÇÃO DA
ENERGIA PARA UM VOLUME DE
CONTROLE ARBITRÁRIO

Como já visto, a Primeira Lei da


Termodinâmica para um volume de
controle é dada por:

Na equação, WS é a taxa de qualquer


trabalho de eixo (potência) realizado
sobre ou pelo volume de controle,
Woutros é a taxa de qualquer trabalho não
considerado (como por exemplo um
trabalho produzido por forças
eletromagnéticas).
A EQUAÇÃO DE BERNOULLI

Muitas vezes, deseja-se aplicar a


equação de conservação da
energia para o escoamento em
regime permanente de um
fluido incompressível no interior
de uma tubulação, com apenas
uma entrada e uma saída de
massa. Para esta situação, a
equação da energia pode ser
simplificada.
Adotando-se as hipóteses de
escoamento em regime
permanente, sem outras formas
de trabalho realizadas, a
equação se reduz a:
A EQUAÇÃO DE BERNOULLI

Chamando a entrada da
tubulação de 1 e a saída da
tubulação de 2, e considerando
que, em uma dada seção, a
energia interna u, a pressão P e
a distância vertical z não se
alteram, a equação pode ser
dada por:

No entanto, sabe-se que, para


escoamento incompressível, a
vazão mássica se conserva.
Assim,

Definindo-se o coeficiente de
energia cinética α de forma que:

pode-se escrever a equação da


energia em uma forma mais
compacta;

Para escoamento em regime


turbulento, α é
proximadamente igual à
unidade. Para scoamento em
regime laminar, α = 2.
Dividindo-se a equação pela vazão
mássica, tem-se:

Reescrevendo-se a equação,

Os termos entre parênteses do lado


esquerdo da equação representam
a energia mecânica por unidade de
massa em cada seção transversal
do escoamento.
O termo Ẇs/ṁ representa a
potência de eixo (por unidade de
massa) fornecida ou retirada do
fluido (hS) e o termo (u2-u1) - Q/ṁ
representa a conversão irreversível
de energia mecânica na seção 1 em
energia térmica não desejada e a
perda de energia por transferência
de calor. Este último termo é
denominado Perda de Carga, hLT.
A equação pode ser escrita como:

É importante lembrar que hS representa a energia de eixo


por unidade de massa fornecida ou retirada do fluido.
Pela convenção de sinais adotada, esta energia é positiva
quando se trata de energia retirada do fluido (como no
caso de uma turbina) e negativa quando fornecida ao
fluido (como no caso de uma bomba).
Para facilitar a utilização da equação de Bernoulli, pode-
se definir a energia de uma bomba (por unidade de
massa do fluido) por hB e a energia de uma turbina (por
unidade de massa do fluido) por hT e atribuir sinais a elas,
de acordo com a convenção adotada. A equação pode ser
dada por:
Potência de uma Bomba

A eficiência da bomba é definida


então como sendo a razão entre a
energia disponível para o fluido e a
energia disponível para a bomba, ou
seja, a razão entre a potência real da
bomba e a sua potência ideal (ou de
acionamento),
Potência de uma Turbina

A energia retirada pela turbina é


diferente da energia fornecida para
um gerador. Uma parte da energia é
perdida por fugas de massa e por
dissipação por atrito no interior da
turbina. A eficiência da turbina é
definida então como sendo a razão
entre a potência disponível para o
gerador (potência de saída) e a
potência retirada pela turbina
(potência de entrada), ou seja, a
razão entre a potência real da
turbina e a sua potência ideal,
Cada termo da equação de
Bernoulli, na forma apresentada,
tem dimensões de energia por
unidade de massa, ou m2/s2.
Muitas vezes, é conveniente
representar o nível de energia de
um escoamento por meios
gráficos.
Para isto, é mais conveniente a
apresentação da equação de
Bernoulli dividida pela
aceleração da gravidade, onde
cada termo tem dimensões de
comprimento, ou carga do fluido
em escoamento.
A Equação de Bernoulli para fluidos ideais

Para escoamentos de fluidos incompressíveis para os


quais podem ser desprezados os efeitos de atrito
(fluidos ideais), tem-se que, (u2-u1) = Q/ṁ ou hLT=0.
A equação de Bernoulli pode ser dada então por:

Quando, além disso, não há nenhuma potência de


eixo, toda a energia mecânica se conserva. A equação
é dada por:

A energia em qualquer ponto da massa fluida em um


escoamento incompressível em regime permanente é
constante.
EXEMPLO 01 - Equação de
Bernoulli para fluidos ideais

Gasolina a 20oC escoa através


do duto mostrado na figura,
com uma vazão de 12kg/s
Assumindo comportamento de
fluido ideal, calcule a pressão
manométrica na seção 1.
EXEMPLO 01 - Equação de
Bernoulli para fluidos ideais
EXEMPLO 01 - Equação de
Bernoulli para fluidos ideais
Definições de pressão estática,
de estagnação e dinâmica
p V2
 gz   cte
 2
0

z  z0 V0  0

Pressão de estagnação : V2
p0  p  
(Escoamento incompressível) 2
V2 (p0  p)
Pressão dinâmica : pd   V 2
2 

Pressão de estagnação = Pressão estática + Pressão dinâmica


Medição de pressão estática
Pequenos orifícios

Tomada de pressão na parede Sonda de pressão no escoamento

Medição de pressão de estagnação Medição de simultânea de pressão


estática e pressão de estagnação

Tubo de Pitot
EXEMPLO 02 - Um tubo de
Pitot inserido em um
escoamento

O fluido é ar, e o líquido


manométrico é mercúrio.
Determinar: A velocidade do
escoamento.

p V2 p0 p V 2 (p0  p)
 gz   cte   V 2
 2   2 ar

p0  p  (  Hg   ar ) h p0  p  (dHg  dar ) H2O g h

(dHg  dar ) H2O g h  dHg 


V 2 V  2  1 g h  80,6 [m / s]
dar H2O  dar 
EXEMPLO 03 - Bocal (com ar)
Determinar: p1 - patm

p V2
 gz   cte z1  z 2
 2
p1 V12 p 2 V22
  
 2  2
p1 patm V V 2 2
p1  patm V 
2
V  V
2  2
 V1  
2

   2 1
 1 
2
 
1
2
1    
2

  2 2  2  V  2   V2  
2
 
E.C.Massa A 1V1  A 2 V2 V1 / V2  A 2 / A 1

ar V2  A2  
2
1,23 x 50 2   0,02  2 
p1  patm  2
1     p1  patm  1    
2   A1   2   0,1  
 
p1  patm  1.476 [N / m2 ]
EXEMPLO 04 - Sifão (com
Determinar:
(a) velocidade da água na saida (jato livre)
água)
(b) pressão no ponto A do escoamento

p1 V12 p 2 V22
 gz1    gz 2 
 2  2
p1  p 2  patm V1  0 z1  0
V22
g( z1  z 2 )  V2  2 g[0  ( 7)]
2

V2  2 x 9,8 x 7  11,7 [m / s]
p1 V12 pA VA2
 gz1  0  gz A  E.C.Massa A A  A 2  VA  V2
 2  2
pA V22 pA
0  g zA   g z A  g x 7 p A rel  78,4 [kPa]
 2 
EXEMPLO 05
A avião voa a 150 km/h em
uma altitude de 1000 m.
Determine a pressão de
estagnação na borda de
ataque da asa. Em um certo
ponto da asa (B) a velocidade
relativa do ar à asa é 60 m/s.
Calcule a pressão neste ponto.
p0 V02 p A VA2 pB VB2
     V02
0 2 A 2 B 2 p A  p0  0
2
 0   A  B  41,66 2
p A  89.850  1,11  90,81 [kPa]
0  0,9075 x1,23  1,11 [kg / m3 ] 2
VB2
p0  0,887 x101,3  89,85 [kPa] pB  p A   0
2
V0  150 [km / h]  41,66 [m / s]
60 2
p 0 V02 p A 0 p A  90.813  1,11  88,8 [kPa]
   2
0 2 A 2
Visualização gráfica da equação
de Bernoulli

Muitas vezes, é conveniente


visualizar a equação de Bernoulli
graficamente. Esta visualização é
mais facilmente feita se os
termos da equação forem
escritos com dimensão de
energia por unidade de peso.
Para fluidos ideais sem trabalho
de eixo, a equação de Bernoulli é
dada por:
Visualização gráfica da equação Para um fluido ideal sem trabalho
de Bernoulli de eixo, a energia mecânica total
se conserva. A energia total por
unidade de peso do fluido é a
carga total do escoamento.
A linha energética representa a
altura de carga total. Conforme
mostrado na equação de
Bernoulli, a altura da linha
energética permanece constante
para o escoamento sem atrito,
quando nenhum trabalho é
realizado sobre ou pelo fluido.
A linha piezométrica representa a
soma das alturas de carga devidas
à elevação e à pressão estática.
A diferença entre as alturas da
linha energética e da linha
piezométrica representa a altura
de carga dinâmica (de
velocidade).
Teorema de Torricelli

Seja um recipiente de paredes


delgadas com a área da
superfície livre constante,
contendo um fluido ideal,
escoando em regime
permanente através de um
orifício lateral.

“A velocidade média de um
líquido jorrando por um orifício
através de uma parede delgada
é igual à velocidade que teria um
corpo em queda livre de uma
altura h.”

Você também pode gostar