Você está na página 1de 36

Universidade Federal do Pará

Instituto de Ciências Biológicas


Faculdade de Biotecnologia

TERMODINÂMICA APLICADA I
ANÁLISE DA PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA PARA
VOLUME DE CONTROLE

Professor: Edilson Marques Magalhães

Belém, 2023
Balanço de Massa

taxa de variação da massa taxa de fluxo de taxa de fluxo de


contida no volume de massa que entra em massa que sai em
controle no instante t e no instante t s no instante t

dmvc
 m e  m s
dt
Balanço de Massa
Na prática, pode haver vários locais nas
fronteiras através das quais a massa entra ou
sai. Várias entradas e saídas são
contabilizadas através da introdução de
somatórios:
dmvc
  m e   m s
dt e s
A equação acima é o balanço da taxa de
massa para volumes de controle com
várias entradas e saídas.
Balanço de Massa
(Fluxo Unidimensional)
►O fluxo é normal nos contornos locais onde a
massa entra ou sai do volume de controle.
►Todas as propriedades intensivas são
uniformes com a posição sobre cada área de
entrada ou saída (A) através da qual a matéria
flui.
AV
m 
v
sendo
V a velocidade
v o volume específico
Balanço de Massa
Balanço de Massa
(No estado estacionário)
►Estado estacionário: todas as
propriedades não variam no tempo.
►Para volume de controle em estado
estacionário, dmvc/dt = 0.

 m e   m s
e s
(massa que entra) (massa que sai)
Exemplo:1
Vapor entra em uma turbina na pressão de1000 psia
e temperatura de 1000F e sai como vapor saturado
seco à pressão de 2 psia. A velocidade de entrada é
de 21 pés/s. A área de entrada na turbina é de 1 pé2
e a área de saida é de 140 pés2.

A) Determine o fluxo de massa (lbm/hr)?


B) Qual é a velocidade na saída (pés/s)?
Balanço de Energia

taxa líquida de taxa líquida de taxa líquida de


taxa de variação energia que
energia que entra energia que sai do
da energia contida entra no sistema
no sistema na sistema na forma
no control volume juntamente com
forma de calor no de trabalho no
no instante t o fluxo de massa
instante t instante t

dEvc    Ve2   Vs2 


 Q  W  m e  ue   gze   m s  us   gz s 
dt  2   2 
   
Avaliando o trabalho no volume de controle

A expressão para o trabalho é:

W  Wvc  m s  ps vs   m e  pe ve 

Em que
►W inclui todos os outros efeitos devido ao
vc
trabalho, como eixos que giram, deslocamento de
fronteira, e efeitos elétricos.
► m s  ps vs  é o fluxo de trabalho na saída s.
► m e  peve  é o fluxo de trabalho na entrada e.
Balanço de Energia no volume de controle
(Fluxo unidimensional)

 2   2 
dEvc   Ve V s
 Qvc  Wvc  m e  ue  pe ve   gze   m s  us  ps vs   gzs 
dt  2   2 
   

Por conveniência, substitui-se a entalpia, h = u + pv

 2   2 
dEvc  V V
 Qvc  Wvc  m e  he  e  gze   m s  hs  s  gzs 
dt  2   2 
   
Balanço de Energia no volume de controle
(Fluxo unidimensional)
Na prática, pode haver vários locais nas
fronteiras através das quais a massa entra ou
sai. Várias entradas e saídas são
contabilizadas através da introdução de
somatórios:
 2   2 
dEvc  V V
 Qvc  Wvc   m e  he  e  gze    m s  hs  s  gzs 
dt  2   2 
e   s  

A equação acima é o balanço de energia


para o volume de controle.
Balanço de Energia no volume de controle
(Estado estacionário)

►Para o estado estacionário, dEvc/dt = 0.

 2   2 
V V
0  Q vc  Wvc   m e  he  e  gze    m s  hs  s  gzs 
 2   2 
e   s  
Balanço de Energia no volume de controle
(Estado estacionário, uma entrada, uma saída)
►Muitas aplicações importantes envolvem
volumes de controle de uma entrada e uma
saída no estado estacionário.
►O balanço de massa se reduz: m 1  m 2  m.

0  Q vc  Wvc  m  h1  h2  

V12  V22  
 g  z1  z2  
 2 
 
ou dividindo para taxa de massa

0
Q vc Wvc
   h1  h2  
 V12  V22   g z  z 
1 2
m m 2
Universidade Federal do Pará
Instituto de Ciências Biológicas
Faculdade de Biotecnologia

TERMODINÂMICA APLICADA I
APLICAÇÃO DA PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
PARA PROCESSOS COM ESCOAMENTO

Professor: Edilson Marques Magalhães

Belém, 2023
1 - INTRODUÇÃO

Dispositivos podem ser convenientemente analisados como dispositivos com


escoamento em regime permanente (RP). Nesta seção, são descritos alguns dispositivos
comuns com escoamento permanente e também são analisados os aspectos
termodinâmicos do escoamento através deles.

1-BOCAIS dm vc dE vc
0 0
2-DIFUSORES dt dt
 e  ms  m
m 
3-COMPRESSORES
 2   2 
4-BOMBAS
  V V
e  he   gze   m
0  Qvc Wvc  m e  s  hs   gzs 
s
5-TROCADORES DE CALOR  2   2 
   
6-VÁLVULAS DE ESTRANGULAMENTO
2- BOCAIS E DIFUSORES
2.1- BOCAL

É um dispositivo que aumenta a velocidade de


um fluido (gás ou líquido) à custa da pressão. É um
duto com área de seção variável.

V1
BOCAL V 2

V 2    V1
2- BOCAIS E DIFUSORES
2.2- DIFUSOR
É um dispositivo que aumenta a pressão do
fluido pela sua desaceleração, ou seja, os bocais e
os difusores realizam tarefas opostas.

V1 DIFUSOR V2

V 2    V1

Os bocais e os difusores normalmente são utilizados em motores a jato,


foguetes, ônibus espaciais e até mesmo em mangueiras de jardins.
2- BOCAIS E DIFUSORES
2.3- Modelagem de bocais e difusores
 V e2   V s2 
0  Q vc  W vc  m e  he   gz e   m s  h s   gz s 
 2   2 

Taxa de transferência de calorQ cv 0

Trabalho Wcv  0

Energia potencial E P  0

Energia cinética
 V12 V22 
0   h1  h2     
 2 2 
3- TURBINAS

É uma maquina construída para captar e converter


energia mecânica e energia térmica contida em um fluido
em trabalho de eixo.

3.1-Tipos de turbinas
Turbinas a vapor;
Turbinas a gás;
Turbinas hidráulicas;
Turbinas aeronáuticas;
Turbinas eólicas.
3- TURBINAS
A FORMA CONSTRUTIVA.

É a mesma para todos os tipos, ou seja, um rotor


de um certo número de pás ou palhetas ligado a um
eixo que gira sobre um conjunto de mancais de
deslizamento ou mancais de pastilhas.

• O trabalho realizado na turbina é produzido a partir da


queda de pressão do fluido de trabalho.
• Podemos distingui dois processos distintos no
escoamento de fluidos de trabalho na turbina:
3- TURBINAS
No primeiro processo, o fluido de trabalho escoa
por um conjunto de bocais ou passagens formadas
por pás fixas onde o fluido de trabalho é expandido
até uma pressão menor e assim produzindo
escoamento com velocidade alta;

No segundo processo, esse escoamento de alta


velocidade é dirigido a um conjunto de pás móveis onde a
velocidade é reduzida antes do escoamento ser
descarregado da passagem.
3- TURBINAS
Este decréscimo de velocidade produz um torque no eixo
da máquina e, então, obtemos um trabalho de eixo
(potência).

3.1- MODELAGEM DE TURBINAS


Geralmente, as turbinas são construídas com
isolamento para que ocorra o mínimo de trocas de
calor com as vizinhanças. A taxa de transferência de
calor é pequena comparada aos termos de potência
e de entalpia, logoQ :c v  0
3- TURBINAS
3.1- MODELAGEM DE TURBINAS
As variações de energia cinética e energia
potencial são muito pequenas em relação a
variação de entalpia, portanto, elas podem ser
desprezadas, logo: W v c  m   h1  h 2 

4- COMPRESSORES E BOMBAS
Os compressores, assim como as bombas e os ventiladores, são dispositivos
utilizados para aumentar a pressão de um fluido pela adição de trabalho de eixo
(potencia se estivermos analisando o fenômeno por unidade de tempo), assim os
compressores envolvem consumo de trabalho.
4- COMPRESSORES E BOMBAS
Os compressores, assim como as bombas
e os ventiladores, são dispositivos utilizados
para aumentar a pressão de um fluido pela
adição de trabalho de eixo (potência se
estivermos analisando o fenômeno por
unidade de tempo), assim os compressores
envolvem consumo de trabalho.
4- COMPRESSORES E BOMBAS
Embora os três dispositivos funcionem de forma similar,
eles diferem nas tarefas a serem executadas.

Um ventilador aumenta ligeiramente a pressão de um gás, e é


usado principalmente na movimentação de gases.

Um compressor é capaz de comprimir um gás a pressões


bastante altas.

As bombas funcionam de forma muito parecidas a dos compressores, exceto que


lidam com líquido em vez de gases.
4- COMPRESSORES E BOMBAS
O fluido de trabalho entra no compressor a baixa pressão e é obrigado a
escoar em um conjunto de pás móveis. O fluido de trabalho sai do conjunto de pás
móveis a alta velocidade (é o resultado do trabalho de eixo sobre o fluido). .

O fluido então passa por uma seção difusora onde é


desacelerado de modo que se obtém um aumento de
pressão, assim o fluido pode ser descarregado do
compressor a alta pressão. .
4.1- MODELAGEM DE COMPRESSORES E BOMBAS

De um modo geral, as variações de energias


cinéticas e potenciais podem ser desprezadas
nesses dispositivos.
A transferência de calor tem efeito secundário,
normalmente é pequena nos compressores
rotativos, porque a vazão é muito grande e não
existem condições para propiciar a transferência de
calor, logo temos que: Wvc  m   h1  h2 
5- TROCADORES DE CALOR
5.1- MODELAGEM DE TROCADORES DE CALOR

O único trabalho existente é o trabalho de


escoamento onde a matéria entra e sai, logo o
termo Wvc desaparece do balanço de energia.
As energias cinéticas e potenciais, geralmente
são ignoradas, logo: 0  Qvc  m
 e  he  m
 s  hs
e s
6- VÁVULAS DE ESTRANGULAMENTO

As válvulas de estrangulamento são


quaisquer tipos de dispositivos que restringem
o escoamento e que causam uma queda
significativa na pressão do fluido.

EX: válvulas reguláveis comuns, Tubos capilares,


Tampões porosos.
6- VÁVULAS DE ESTRANGULAMENTO
6.1- MODELAGEM PARA VÁVULAS DE ESTRANGULAMENTO

As válvulas de estrangulamento em geral


são dispositivos pequenos, e o escoamento
através delas podem ser supostos adiabáticos,
uma vez que não há tempo suficiente nem área
suficientemente grande para que ocorra a
transferência de calor efetiva, logo: Qvc  0
6- VÁVULAS DE ESTRANGULAMENTO
6.1- MODELAGEM PARA VÁVULAS DE ESTRANGULAMENTO

Da mesma forma não há trabalho realizado e a


variação de energia potencial se houver é muito
pequena, com isso: Wvc  0 ; EP  0

Embora a energia cinética (velocidade) na saída


seja em geral consideravelmente mais alta que a
velocidade na entrada, em muitos casos, o aumento
da energia cinética é insignificante.
6- VÁVULAS DE ESTRANGULAMENTO
6.1- MODELAGEM PARA VÁVULAS DE ESTRANGULAMENTO

Ou seja, os valores de entalpia na saída e na


entrada de uma válvula de estrangulamento são
iguais e por esse motivo, esses dispositivos pode ser
chamado de isoentálpico, logo: h 2  h 1

Para se ter uma ideia de como o estrangulamento


afeta as propriedades dos fluidos, observe o seguinte:

Energia interna mais a energia de


u1P1V1 u2 P2 V2
escoamento é igual a uma constante
6- VÁVULAS DE ESTRANGULAMENTO
6.1- MODELAGEM PARA VÁVULAS DE ESTRANGULAMENTO

Assim, o resultado final de um processo de


estrangulamento depende de qual grandeza aumenta
durante o processo.

Se a energia de escoamento aumenta durante o


processo P2 V2  P1 Ve1 ela o faz a custa da energia
interna, como resultado a energia interna diminui, o
que é em geral acompanhado por uma queda na
temperatura.
6- VÁVULAS DE ESTRANGULAMENTO
6.1- MODELAGEM PARA VÁVULAS DE ESTRANGULAMENTO

Se o produto PV diminuir, a energia interna e a


temperatura do fluido aumentarão durante um
processo de estrangulamento.

OBS: Para um gás ideal h  h T  e, portanto, a


temperatura precisa permanecer constante durante
um processo de estrangulamento, logo: h2  h1 ; P2  P1
7- INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS
Muitas vezes, os engenheiros devem combinar os
componentes de um modo criativo para atingirem um objetivo
global que se encontra sujeito a restrições, com o custo geral
mínimo. Esta importante atividade de engenharia é chamada
de integração de sistemas.
Integração de Sistemas
►Os engenheiros combinam componentes de
maneira criativa para alcançar algum objetivo
geral, sujeito a restrições como o custo total
mínimo. Essa atividade de engenharia é chamada
de integração de sistemas.

►A instalação de potência
a vapor simples fornece
uma ilustração.

Você também pode gostar