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Universidade Federal do ABC

CECS – Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais


Aplicadas

Fenômenos de Transporte

Prof. João Lameu da Silva Jr.


joao.lameu@ufabc.edu.br
Universidade Federal do ABC
CECS – Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais
Aplicadas

Termodinâmica – Aula 03:


Energia, calor e trabalho:
1ª Lei da Termodinâmica para sistemas
fechados e abertos
Conteúdo da Aula

• Objetivos

• Formas de energia, calor e trabalho

• 1ª Lei da Termodinâmica

• Sistemas com escoamento (sistemas abertos)

• Vazão volumétrica e mássica

• Escoamento unidimensional e velocidade média

• Conservação de massa

• 1ª Lei da Termodinâmica aplicada a Volumes de Controle 3


Objetivos
✓ Ao final desta aula, o aluno deverá ser capaz de:
▪ Conceituar e descrever as formas de energia
▪ Entender os processos de troca de energia
sistema/vizinhança
▪ Entender a 1ª lei da Termodinâmica
• Entender o conceito de vazão.
• Compreender e aplicar a conservação de massa em
sistemas com escoamento.
• Deduzir o balanço de energia para volumes de controle a 4
partir da 1ª lei da Termodinâmica.
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Energia
Energia

➢ Relembrando...
▪ Existe em diversas formas: térmica, mecânica, cinética,
potencial, elétrica, magnética, entre outras.
▪ Pode ser vista como habilidade de causar mudanças
▪ Define o estado físico da matéria

• A variação da energia total de um dado sistema será dado


por diferentes contribuições.
6
Energia

• Energia Cinética (KE – Kinetic Energy):

Associada ao movimento do sistema como um todo, em


relação à um dado referencial.

1
KE = mV 2
2

7
Energia

• Energia Potencial (PE – Potential Energy)

Associada à posição (z) do sistema como um todo no


campo gravitacional, em relação um dado referencial.

PE = m g z

8
Energia

• Energia Interna (U): Associada a atividade molecular:


➢Energia interna sensível – referente ao nível de atividade
molecular com a temperatura;
➢Energia interna latente – referente às forças intermoleculares,
nível de energia referente a mudança de fase;
➢Energia interna química – referente a energia de ligação
atômica na molécula;
➢Energia interna nuclear – relacionada ao nível de energia das
ligações dentro do núcleo atômico.
9
Energia Total de um Sistema

• A energia total será dada por:

1
E = KE + PE + U = mV 2 + mg z + U
2

• A variação de energia entre dois estados (1 – inicial, 2


– final) será:
E = E2 − E1 = U + KE + PE

E = (U 2 − U1 ) + m (V2 2 − V12 ) + mg ( z2 − z1 )
1
2 10
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Processos de Transferência de Energia Sistema-


Vizinhança
Transferência de Energia Sistema-Vizinhança

• A energia total de um sistema pode ser alterada por


dois mecanismos:

1. Transferência de calor, Q

2. Trabalho, W

• Ambos são processos e não são propriedades de estado, pois


dependem do caminho/percurso do processo, sendo

representados por diferenciais inexatas. 12


Processos e Propriedades de Estado

• Processos: dependem do percurso (calor e trabalho)


2 2

 W = W
1
Q = Q
1

• Propriedades do estado: dependem apenas do estado


inicial e final, independente do percurso (energia interna,
entalpia, etc.)
2 2

 dE = E = E
1
2 − E1  du = u = u
1
2 − u1
13
Transferência de Calor

• Transferência de calor, Q:

• Processo de transferência de energia exclusivamente


devido a diferença de temperatura. Pode ocorrer por
até três mecanismos: condução, convecção e radiação
(a serem abordados no último tópico do curso)

➢Convenção de sinais:

• Q > 0: calor transferido para o sistema


14
• Q < 0: calor transferido do sistema
Trabalho

• Trabalho, W:

• Processo de transferência de energia por qualquer


processo que não seja devido a diferença de
temperatura, por exemplo: trabalho mecânico,
elétrico, etc.

➢Convenção de sinais:

• W > 0: trabalho realizado pelo sistema


15
• W < 0: trabalho realizado sobre o sistema
Trabalho

• Trabalho, W:

• Na mecânica, define-se trabalho como o produto escalar entre força


F e deslocamento pela trajetória ds:
2 2 Trabalho de

  W = W =  F  ds
compressão/expansão

1 1

A partir desta, podemos derivar o trabalho de compressão/expansão de


•uma
Potência
fronteira(taxa
móvelde transferência de energia por trabalho), :

16
Produto da força pela velocidade no ponto de aplicação da força.
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1ª Lei da Termodinâmica
A Primeira Lei da Termodinâmica para
Sistemas Fechados
Quantidade líquida
Variação da Quantidade líquida
de energia
quantidade de de energia
transferida para o
energia contida transferida do
sistema através da
em um sistema
durante um
= fronteira por - sistema através da
fronteira por
transferência de
intervalo de trabalho durante o
calor durante o
tempo intervalo de tempo
intervalo de tempo

E = Q − W
(Quantidade de
Energia, ex. Joules)

Na forma de taxa (propriedade/tempo), tem-se o mesmo balanço


para o instante t:
dE (Energia por unidade de
= Q −W tempo, ex.
18
dt Joules/segundo = Watts)
A Primeira Lei da Termodinâmica para
Sistemas Fechados
• Portanto: E = Q − W
• Relembrando que: E = E − E = U + KE + PE
2 1

• A 1ª lei da Termodinâmica relaciona as propriedades do


sistema com os processos de transferência de energia:

U + KE + PE = Q − W
Propriedades do sistema Processos
19
termodinâmicos
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Sistemas com escoamento


Sistemas com escoamento
▪ Sistemas abertos, ou Volumes de Controle (VC), sempre
envolvem fluxos de massa através de Superfícies de
Controle de Entradas e Saídas.

(bocal)
▪ Desta forma, para transformarmos as leis físicas básicas,
escritas para sistemas fechados, em uma forma útil para
análise de VC, precisamos definir o conceito de “vazão”. 21
Vazão volumétrica e mássica
▪ A vazão de um fluido pode ser definida em diferentes bases,
incluindo:
✓ Volumétrica: volume por unidade de tempo
✓ Mássica: massa por unidade de tempo
✓ Molar: quantidade de matéria por unidade de tempo

▪ Sendo as duas primeiras frequentemente utilizadas no


decorrer do curso.

22
Vazão volumétrica e mássica
▪ Considere a figura abaixo:

(a) Superfície de controle


arbitrária, SC com detalhe
da área infinitesimal, dA,
(b) volume de fluido
deslocado por dA após um
intervalo de tempo dt

▪ O vetor velocidade V geralmente varia com a posição.


▪ Para determinarmos a vazão, o vetor velocidade V deve ser integrado
em uma superfície de área infinitesimal dA, considerando o ângulo θ 23
entre o vetor velocidade V e o vetor unitário normal n.
Vazão volumétrica e mássica
▪ Considere a figura abaixo:

(a) Superfície de controle


arbitrária, SC com detalhe
da área infinitesimal, dA,
(b) volume de fluido
deslocado por dA após um
intervalo de tempo dt

▪ O vetor unitário normal, n, apresenta ângulo de 90º em relação à seção


transversal da SC sempre com direção para fora da SC.
▪ A vazão volumétrica é definida como volume por tempo que atravessa a 24
superfície de controle.
Vazão volumétrica e mássica
▪ Considere a figura abaixo:

(a) Superfície de controle


arbitrária, SC com detalhe
da área infinitesimal, dA,
(b) volume de fluido
deslocado por dA após um
intervalo de tempo dt

▪ Pela figura (b), o volume de fluido deslocado θ é:

d = dA ( V  n ) dt = V .cos  dA dt
25
V  n = V .cos 
Vazão volumétrica e mássica
▪ Considere a figura abaixo:

(a) Superfície de controle


arbitrária, SC com detalhe
da área infinitesimal, dA,
(b) volume de fluido
deslocado por dA após um
intervalo de tempo dt

▪ Portanto, a variação de volume por tempo será:

d
d = V .cos  dA dt = V .cos  dA 26
dt
Vazão volumétrica e mássica
▪ Considere a figura abaixo:

(a) Superfície de controle


arbitrária, SC com detalhe
da área infinitesimal, dA,
(b) volume de fluido
deslocado por dA após um
intervalo de tempo dt

▪ A vazão total pela superfície de controle é obtida pela integração de dA


em toda SC:
d
= V =  V .cos  dA 27
dt SC
Vazão volumétrica e mássica
▪ Portanto, define-se:
▪ Vazão volumétrica: Lembrando que:

V  n = V .cos 
V=
SC
 V .cos  dA

▪ A relação massa-volume é dada pelo massa específica:


m
=  m = 

▪ Vazão mássica:
m= 
SC
 V .cos  dA 28
Escoamento Unidimensional
▪ No decorrer da disciplina, especificamente em Mecânica dos Fluidos
(Viscosidade e Regimes de Escoamento), veremos que o escoamento de
fluidos apresenta um perfil devido aos efeitos da viscosidade.

Efeitos viscosos prevalecem (viscosidade Efeitos inerciais prevalecem (maior


alta, baixa velocidade, escoamento muito parte dos escoamentos de interesse da
confinado) engenharia)
▪ Neste primeiro momento, consideraremos o escoamento ideal, isto é,
sem considerar os efeitos viscosos. Desta forma, o escoamento será
tratado como Unidimensional
29
Escoamento Unidimensional
▪ A consideração do escoamento unidimensional implica em:
➢ Fluxo normal (alinhado a 90º) nas SC de entrada e saída
➢ Propriedades intensivas são uniformes com a posição, portanto, valores
médios locais da seção por onde escoam são usados nos cálculos.

V=  V .cos dA
SC

V = V .cos  
SC
dA
V = VA O sinal é importante para
análise das equações na
forma conservativa. 30
Para determinação da vazão, o sinal
V = VA
(vazão volumétrica,
pode ser desprezado, portanto: escoamento ideal)
Produto V  n
▪ Entradas:

n
Escoamento V  n entradas = V .cos180º = −V
V

▪ Saídas:

n
Escoamento V  n saídas = V .cos 0º = V
V

Importante: Quando fazemos a análise da conservação de massa e de


energia por balanços, os sinais são naturalmente incluídos pelo sentido da
31
corrente. Equações na forma conservativa demonstram naturalmente o
sinal do produto V  n (detalhes a frente)
Escoamento Unidimensional
▪ Tem-se então, para escoamento unidimensional:

V = VA Vazão volumétrica

▪ Da mesma forma, a vazão mássica fica simplificada:

m=   V .cos  dA =  V .cos   dA
SC SC

m =   VA
m =  VA Vazão mássica
Relação vazão mássica/volumétrica:
32
m = V
Velocidade Média
▪ Como para um escoamento unidimensional as propriedades médias na
SC representam o escoamento, define-se então a velocidade média
como vazão volumétrica por área:

V Velocidade média
V = VA V= do escoamento
A

Nota: Em muitas referências, a velocidade média do


V escoamento é indicada por uma barra em cima da variável V,
V = no entanto, como nesta parte do curso estamos trabalhando
A apenas com escoamentos unidimensionais, iremos omitir a
33
barra, indicando a velocidade média apenas por V.
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Conservação de Massa
Conservação de Massa Dedução!
▪ Considere o volume de controle (VC) arbitrário abaixo:

Taxa de variação Taxa de escoamento Taxa de escoamento


de massa no
interior do VC no = de massa através de
‘e’ no instante t - de massa através de
‘s’ no instante t
instante t

d mVC
= me − ms 35
dt
Conservação de Massa
▪ Considere o volume de controle (VC) arbitrário abaixo:

Taxa de variação Taxa de escoamento Taxa de escoamento


de massa no
interior do VC no = de massa através de
‘e’ no instante t - de massa através de
‘s’ no instante t
instante t

d mVC
= me − ms 36
dt
Conservação de Massa
▪ Generalizando para diversas entradas e saídas:

d mVC
=  m−  m
dt entradas saídas

Equação integral da conservação de


massa (escoamento unidimensional)

Forma conservativa:

d mVC
+  m−  m =0
dt saídas entradas

Sinal de entrada e saída dado por V  n


Massa do sistema é conservada! Isto é, o
37
saldo entre a variação no VC e o saldo
dos fluxos de massa deve ser nulo!
Conservação de Massa em Regime
Permanente
▪ Processos contínuos apresentam como característica a operação em
regime permanente ou estado estacionário. Desta forma, nenhuma
propriedade varia no tempo, portanto os termos da derivada dt são
nulos:

d mVC
=  m−  m
dt entradas saídas
Regime
permanente


entradas
m= m
saídas
Conservação de massa em
regime permanente
38
Conservação de Massa em Regime
Permanente e Escoamento Incompressível
▪ Outra simplificação importante resulta da consideração de escoamento
incompressível, válido para escoamento de líquidos, bem como no
escoamento de gases em condições específicas:

▪ Do regime permanente:
Como:


entradas
m= m
saídas
m = V

▪ Fluido incompressível:  é constante

  V = V 
entradas
V= V
saídas
39
entradas saídas
Escoamento permanente e incompressível
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1ª Lei da Termodinâmica (Balanço de Energia)


para Sistemas com Escoamento
1ª lei da Termodinâmica para Volumes de
Controle
▪ Considere o volume de
controle (VC) arbitrário:
Sendo:
 V 2

E = mu + + gz 
 2 
O balanço de energia fica:
Taxa de Taxa líquida de Taxa líquida de Taxa líquida de
variação de energia energia transferida energia
energia no
interior do VC
= transferida por
calor para o VC
- por trabalho a
partir do VC no
+ transferida
para o VC pelo
no instante t no instante t instante t fluxo de massa

41
d EVC
dt
= Q − W + (Ee − Es )
1ª lei da Termodinâmica para Volumes
de Controle
▪ Como em sistemas abertos há fluxos de massa pelas SC de entrada e
saída, existe um termo adicional de energia mecânica.
▪ Este termo é denominado trabalho de escoamento ou energia de
escoamento, sendo relacionado a pressão do fluido.
▪ Relembrando a definição de pressão:

F
P =  F = P. A
A
▪ Relembrando a definição de taxa de trabalho (potência):
W = FV WP = P. AV
.
▪ Como: V = VA WP = PV 42

(Taxa) de trabalho de escoamento


Trabalho em Sistemas com Escoamento
▪ Definido então o trabalho de escoamento, podemos abrir o termo de
trabalho em diferentes tipos:

W = WP + Weixo + Woutros

▪ Sendo: W a taxa total de trabalho (potência total)

WP a taxa de trabalho de escoamento

a taxa de trabalho de eixo (potência de eixo), relacionada a


Weixo equipamentos com eixo mecânico (Ex. turbinas, bombas e
compressores)

outras formas de trabalho (ex. potência elétrica,


Woutros dissipação viscosa - normalmente desprezível)
43
Trabalho em Sistemas com Escoamento
▪ Definido então o trabalho de escoamento, podemos abrir o termo de
trabalho em diferentes tipos:

W = WP + Weixo + Woutros

WVC = Weixo + Woutros

Como: WP = PV

W = WVC + PV
s s − PV
e e
Note que: o termo de trabalho
de escoamento na saída fica
positivo devido a convenção de
sinais adotada (trabalho 44
Saldo de trabalho de realizado a partir do sistema na
escoamento no VC vizinhança é positivo).
1ª lei da Termodinâmica para Volumes de
Controle
▪ Voltando ao balanço de energia para o VC:

= Q − W + ( Ee − Es )
d EVC
dt
 V2 
▪ Substituindo a energia total: E = mu + + gz 
 2 
▪ Portanto, o saldo de energia atravessando o VC devido aos fluxos de
massa fica:

 Ve 2   Vs 2 
( Ee − Es ) = me  ue + 2 + gze  − ms  us + 2 + gzs 
    45
1ª lei da Termodinâmica para Volumes de
Controle
▪ Voltando ao balanço de energia para o VC:

= Q − (WVC + PV e e)
d EVC
s s − PV
dt
 Ve 2
  Vs 2

+ me  ue + + gze  − ms  us + + gzs 
 2   2 

▪ Pela relação entre vazão volumétrica e mássica, podemos rearranjar a


equação acima, de forma a obter a entalpia específica, variável mais útil
para sistemas abertos:

m 1
m = V V =
Lembrando
= V = m 46
 que:

1ª lei da Termodinâmica para Volumes de
Controle
▪ Voltando ao balanço de energia para o VC: −WVC + me Pe  e − ms Ps  s

= Q − (WVC + Ps ms  s − Pe me  e )
d EVC
dt
 Ve 2
  Vs 2

+ me  ue + + gze  − ms  us + + gzs 
 2   2 

▪ Pela relação entre vazão volumétrica e mássica, podemos rearranjar a


equação acima, de forma a obter a entalpia específica, variável mais útil
para sistemas abertos:

m 1
m = V V =
Lembrando
= V = m 47
 que:

1ª lei da Termodinâmica para Volumes de
Controle
▪ Portanto:
d EVC
= Q − WVC + me Pe  e − ms Ps  s
dt
 Ve 2   Vs 2 
+ me  ue + + gze  − ms  us + + gzs 
 2   2 
▪ Agrupando:
d EVC
= Q − WVC
dt
 Ve 2   Vs 2 
+ me  ue + Pe  e + + gze  − ms  us + Ps  s + + gz s 
 2   2 
he hs
▪ Como: 48

h = u + P
1ª lei da Termodinâmica para Volumes de
Controle
▪ Portanto:
d EVC
= Q − WVC
dt
 Ve 2   Vs 2 
+ me  he + + gze  − ms  hs + + gzs 
 2   2 
▪ Finalmente, generalizando para diversas entradas e saídas:
d EVC
= Q − WVC
dt
 V2   V2 
+  mh + + gz  −  m  h + + gz 
entradas  2  saídas  2  49
1ª lei da Termodinâmica para sistemas com escoamento (volumes de controle)
Balanços de Energia em Regime Permanente
▪ Processos contínuos apresentam como característica a operação em
regime permanente ou estado estacionário. Desta forma, nenhuma
propriedade varia no tempo, portanto os termos da derivada dt são
nulos.
d EVC
= Q − WVC
Regime dt
permanente
 V2   V2 
+  mh + + gz  −  m  h + + gz 
entradas  2  saídas  2 

▪ Para regime permanente o balanço de energia fica simplificado como:

 V2   V2 
Q − WVC +  m  h + + gz  −  m  h + + gz  = 0 50
entradas  2  saídas  2 
Balanços de Energia em Regime Permanente:
Forma aberta
▪ Uma forma alternativa de aplicar o balanço de energia em regime
permanente é deixá-lo na forma aberta, isto é:
energia que entra = energia que sai

 V2   V2 
Qentra + Wentra +  m  h + + gz  = Qsai + Wsai +  m  h + + gz 
entradas  2  saídas  2 
• Nesta forma, os sinais dos processos de transferência de energia por
ficam positivos e deve-se identificar se estes adicionam ou retiram
energia do sistema. De modo geral:
Qentra : Calor adicionado (ex. aquecimento do fluido dentro do VC)

Wentra : Potência adicionada (ex. bombeamento/compressão do fluido)


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Qsai : Calor retirado (ex. dissipação de calor para a vizinhança)

Wsai : Potência produzida pelo fluido no VC (ex. turbinas)


Referências
• ÇENGEL, Y.A., BOLES, M.A. Termodinâmica. 5. ed. São Paulo, SP: McGraw-Hill
Book, 2006.

• ÇENGEL, Y.A., GHAJAR, A.J. Transferência de calor e massa : uma abordagem


prática. 4. ed. São Paulo, SP: McGraw-Hill Book, 2012.

• MORAN, M.J., SHAPIRO, H. N. Princípios de Termodinâmica para engenharia.


4ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002.

• MORAN, M.J., SHAPIRO, H.N., MUNSON,B.R., DEWITT,D.P. Introdução à


Engenharia de Sistemas Térmicos: Termodinâmica, Mecânica dos Fluidos e
Transferência de Calor. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos, 2005

• WHITE, F.M. Mecânica dos Fluidos. 6. ed. Porto Alegre, RS: AMGH, 2011.

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