Você está na página 1de 19

Balanço

de Energia em
Sistemas com Escoamento
Operações Unitárias II
Profa. Dra. Jadna Catafesta
Princípios da conservação na forma integral

• Para estudarmos o comportamento dos fluidos em


movimento, faremos o uso das equações básicas aplicadas na
mecânica e na termodinâmica. Dessa forma, para
compreendermos e analisarmos os escoamentos de fluidos, é
preciso desenvolver um tratamento adequado, o que implica
em fazermos as adequações necessárias, as quais permi<rão
que se resolva uma grande variedade de problemas
envolvendo escoamento de fluidos.
As equações básicas que permitem analisar os
escoamentos são as seguintes:
• Conservação da Massa (Equação da Con<nuidade).

• A Segunda Lei do Movimento de Newton (Lei da Variação do


Momento Linear ou Quan<dade de Movimento).

• A Primeira Lei da Termodinâmica (Conservação da Energia).

• A Segunda Lei da Termodinâmica.


Para que um escoamento seja analisado, é necessário definirmos,
inicialmente, o sistema que estamos tentando analisar. O sistema é
denominado sistema de controle, formado por uma superRcie de
controle (SC) a qual encerra um volume de controle (VC).
• Sistema: É definido como sendo uma quan<dade de massa fixa e
iden<ficável, o qual é separado do ambiente pelas suas fronteiras. As
fronteiras do sistema podem ser fixas ou móveis, porém nenhuma
quan<dade de massa cruza essas fronteiras.
• Volume de controle (VC): É um volume arbitrário no espaço através
do qual o fluido escoa. De outra forma, é uma região fixa no espaço
inercial em cujo interior podem variar a massa e as condições
termodinâmicas, mantendo, porém, a forma e posição constantes.
• Super<cie de controle (SC): É o contorno interno do sistema de
controle o qual encerra o volume de controle.
Volume de controle e super>ície de controle
Conservação de massa

• De acordo com o princípio da conservação da massa, a massa


de uma substância não pode ser criada e nem destruída. Assim,
se a vazão em massa que passa para dentro do volume de
controle for maior do que a vazão que sai, significa fisicamente,
que a massa se acumula dentro do volume de controle.

• A conservação de massa exige que a massa M, do sistema, seja


constante em todos os instantes, e representamos através da
equação:

dM
=0
dt sistema
Conservaçã o da massa para um volume de controle -
Equação da Continuidade
dM
=0
dt sistema
Balanço de massa:
 ∂
0 = ∫∫ ρ (un )dA + ∫∫∫ ρ dV
SC ∂t VC
acúmulo de massa no
volume de controle
fluxo líquido de massa
através das super7cies de
controle
. . .
Ou, m e = m ac + ms Sabendo que m = ρQ e Q=vA temos m = ρvA
m = taxa de massa ou vazão mássica [kg/s]
ρ= massa específica [kg/m³]
v = velocidade [m/s]
A = área da seção transversal [m²]
Q = vazão volumétrica [m³/s]
Formas particulares da equação da Continuidade

• Caso de um regime permanente:


• No regime permanente, as propriedades do fluido e as
caracterís6cas do escoamento ficam invariantes com o tempo, ou
seja, qualquer derivada em relação ao tempo é nula, de forma
que a equação da con:nuidade fica sendo:

0 = ∫∫ ρ (un )dA
SC
• Neste caso, o fluxo de massa que sai é igual ao fluxo de massa
que entra no volume de controle:

. .
me = ms
Formas particulares da equação da Continuidade

• Caso de um regime permanente e incompressível:


• Num escoamento incompressível a massa específica é constante
(exemplo, os líquidos), de maneira que a equação da con:nuidade fica
reduzida a:

0 = ∫∫ (un )dA
SC
• Neste caso, a vazão que sai é igual a vazão que entra no volume de
controle:

Qe = Qs
Princípio da Conservação da Energia na Forma
Integral
• Primeira Lei da Termodinâmica:
dE = dQ - dW
• Com variação do tempo:
dE
= Q −W
dt sistema

• A energia do sistema é a soma das energias ciné<ca,


potencial e interna do sistema, na forma integral temos:

ΔU + ΔE p + ΔEk = Q − W
Princípio da Conservação da Energia na
Forma Integral

ΔU = Variação de energia interna ΔU = mCV ΔT [J]


Onde: m = massa [Kg]
Cv = Capacidade calorífica a volume constante [J/Kg.K]
ΔT = variação de temperatura [K]
ΔEk = Variação de energia cinéIca Δv 2 [J]
ΔEk = m
Onde: v = velocidade [m/s] 2

ΔEp = Variação de energia potencial ΔE p = mgΔz [J]

Onde: g = aceleração da gravidade [m/s2]

Δz = cota em relação a um referencial [m]


Princípio da Conservação da Energia na Forma
Integral
ΔU, ΔEk e ΔEp são formas de energia que o fluido pode
armazenar.
Q e W são formas de energia que só existem em trânsito e não
podem ser armazenadas pelo fluido (formas de energia
transitórias)
A transferência de energia de um sistema pode ser de três
formas: calor, trabalho e fluxo de massa.
Conservação da energia para um volume de controle
– 1ª Lei da Termodinâmica

!! ∂
Q − W = ∫∫ eρ (un )dA + ∫∫∫ eρ dV
SC ∂t VC

fluxo líquido de energia através acúmulo de energia


das superOcies de controle no volume de
controle

dE " Δv 2%
= m! $ ΔU + gΔz + ' = !
Q − W! [Wa$]
dt # 2 &
Conservação da energia para um volume de controle
– 1ª Lei da Termodinâmica
Taxa de trabalho ou potência pode ser subdividido em:

W! = W! e + W! fluxo + W! vis cos o


• Weixo ou Wú&l ® trabalho de eixo é o trabalho recebido ou produzido por
um fluido quando ele passa através de um equipamento e é transmi:do por
um eixo (Bomba, ven:lador, turbina, agitador).
• Wfluxo ® trabalho de fluxo que é feito nos arredores para superar as tensões
normais na superOcie de controle onde há fluxo de fluido.
P
W fluxo = m!
ρ
• Wviscoso ® trabalho cisalhante que é feito nos arredores para superar as
tensões cisalhantes e efeitos viscosos nas superOcies de controle
(Rugosidade, acessórios, etc.)
• kv 2 k = coeficiente de perda
Wvis coso = m!
2
Conservação da energia para um volume de
controle – 1ª Lei da Termodinâmica

• Se o escoamento é estacionário:

!! • • •
r(un )dA = m = ruA = m1 = m2
• Assim:

•" 2 2
u2 − u1 P2 − P1 kv 2%
! !
Q − We = m $U 2 −U1 + + g(z2 − z1 ) + + '
# 2 ρ 2 &
E>iciência (η)

• Bomba:
W! útil
W! No min al =
η

• Turbina:

W! No min al = W! útilη
• " 2 2 2%
! u − u P − P kv
Equação de Bernoulli Q − W! e = m $U 2 −U1 + 2 1
+ g(z2 − z1 ) + 2 1
+ '
# 2 ρ 2 &

Equação de Bernoulli
• escoamento em regime permanente (sem acúmulo)
• não há trabalho de eixo (We)
• não há troca de calor (Q)
• escoamento invíscido (não viscoso – sem perdas)
• não há variação de temperatura (variação de energia interna = 0)
• se o fluxo é incompressível (Δρ= cte)

2
p V
+ + gz = cte [m2/s2 = J/kg]
r 2
p V2
+ + z = cte [m]
rg 2 g
Exemplos
• Uma bomba centrífuga de água com tubo de aspiração igual a
4 polegadas e tubo de descarga também de 4 polegadas de
diâmetro tem uma vazão volumétrica de 300 gpm (galões por
minuto). A pressão de entrada é de 8" de mercúrio de vácuo e
a pressão de saída é de 35 psig. As seções de admissão e
descarga estão localizadas na mesma elevação. A potência
medida fornecida à bomba é de 9,1 hP. Determine a eficiência
da bomba.
Exemplo
• A vazão de gasolina
(densidade = 0,68) é de
0,12 m³/s. A perda
entre as seções 1 e 2 é
0,3V12/2. Determine a
diferença entre as
pressões nas seções 1
e 2 sabendo que a
bomba fornece ao
fluido uma potência de
20 kW.

Você também pode gostar