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Para ambas as questões foram utilizadas as tabelas termodinâmicas acessadas no dia

03 de novembro de 2014 e disponíveis no seguinte sítio:


http://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/8554681/0000/Tabelastermodinamicas(agua,a
monia,C02,N2,refrigerantes).pdf

1ª Questão

Esquema:

O esquema do trocador de calor é dado na folha de prova. O fluxo de vapor saturado


d’água é dado como o estado 1. Assim, o estados 2, 3 e 4 representam respectivamente os
fluxos de água como líquido saturado, amônia como vapor saturado e amônia como líquido
saturado. A superfície de controle deve coincidir com a superfície externa do trocador de calor.

Considerações:

1. O trocador de calor é um volume de controle que opera em regime permanente (dado


do enunciado);
2. Os processos no trocador de calor são internamente reversíveis (dado do enunciado);
3. Desprezar a transferência de calor entre o trocador de calor e seu entorno e os efeitos
cinéticos e potenciais (dado do enunciado);
4. Não há trabalho de eixo ou outras formas de trabalho que atravessam a superfície de
controle.

Modelagem:

Seja a equação da conservação da massa na forma de taxa para volume de controle:

dmVC
=∑ ṁe−∑ ṁs
dt e s

Como o trocador de calor opera em regime permanente, a equação é reduzida para:

0=∑ ṁ e−∑ ṁ s
e s

Há duas vazões de entrada (estados 1 e 4) e duas de saída (estados 2 e 3). Assim, a


equação é reduzida para:

0=( ṁ 1 + ṁ 4 ) −( ṁ 2 + ṁ 3 )

A equação pode ser rearranjada:


0=( ṁ 1− ṁ2 ) + ( ṁ4 −ṁ 3 )

A equação não permite concluir relações separadamente entre as vazões de água e


amônia. Deste modo, consideram-se dois volumes de controle, sendo um através do qual há
somente água e outro através do qual há somente amônia. Portanto, pela equação do balanço
de massa em regime permanente, conclui-se que:

0=ṁ1 −ṁ 2

0=ṁ4 −ṁ 3

Há duas formas para continuar a resolução da questão. Seja a equação da conservação


da energia na forma de taxa para volume de controle:

dEVC
dt (
V 2e
) V 2s
(
=Q̇VC −Ẇ VC + ∑ ṁe⋅ he + + g⋅z e −∑ ṁ s⋅ hs + + g⋅z s
e 2 s 2 )
O trocador de calor opera em regime permanente, a transferência de calor entre o
equipamento e seu entorno é desprezível e não há trabalho de eixo envolvido no processo.
Assim, a equação é reduzida para:

0=0−0+∑ ṁ e⋅ he +
e
V 2e
2 ( ) V 2s
(
+ g⋅z e −∑ ṁ s⋅ h s + + g⋅z s
s 2 )
Há duas vazões de entrada (estados 1 e 4) e duas de saída (estados 2 e 3). Assim, a
equação é reduzida para:

(
0= ṁ1⋅ h1 +
V 21
2 ) (
+ g⋅z 1 + ṁ 4⋅ h4 +
V 24
2 ) (
+ g⋅z 4 − ṁ2⋅ h2 +
V 22
2 ) (
+ g⋅z 2 − ṁ3⋅ h3 +
V 23
2
+ g⋅z3 )
Da equação da conservação da massa,
0=ṁ1 −ṁ2 e 0=ṁ4 −ṁ 3 . Assim, a equação é
rearranjada:

0 = ( h1 −h2 ) + ( V2
2
1

V 2
2
2
) + g⋅( z1 − z 2 )

Os efeitos cinéticos e potenciais são desprezados. Assim:

0=ṁ1⋅( h 1−h2 ) −ṁ4⋅( h 3−h4 )

Rearranjando a equação:
ṁ 4 h1−h2
=
ṁ 1 h3 −h 4

Segundo o enunciado, todos os processos do trocador de calor são internamente


reversíveis. Isto significa que não há perda de carga no lado água e nem no lado amônia. Além
disso, a transferência de calor entre os fluxos acontece com diferença de temperatura
P =P
tendendo a zero. Assim, 1 2 , 4 3 e 1
P =P T =T =T =T =50 ºC
2 3 4 . Visitando as tabelas
de saturação líquido-vapor da água e da amônia, as entalpias latentes específicas respectivas
são 2382,75 kJ/kg e 1050,0 kJ/kg. Assim:

ṁ4 2382 , 75
= =2, 269 kg /s de NH 3 por kg /s de H 2 O
ṁ1 1050 , 0

A outra forma para resolver a questão passa pelo balanço de entropia, cuja equação
para volume de controle na forma de taxa é:

dSVC Q̇
=∑ j + ∑ ṁ e⋅se −∑ ṁs⋅s s + σ̇ VC
dt j Tj e s

O trocador de calor opera em regime permanente, a transferência de calor entre o


equipamento e seu entorno é desprezível e não há irreversibilidades internas. Assim, a
equação é reduzida para:

0=0+ ∑ ṁ e⋅s e−∑ ṁs⋅s s +0


e s

Há duas vazões de entrada (estados 1 e 4) e duas de saída (estados 2 e 3). Assim, a


equação é reduzida para:

0=ṁ1⋅s1 + ṁ 4⋅s 4 −ṁ 2⋅s 2− ṁ3⋅s3

Da equação da conservação da massa,


0=ṁ1 −ṁ2 e 0=ṁ4 −ṁ 3 . Assim, a equação é
rearranjada:

0=ṁ1⋅( s1 −s2 )− ṁ 4⋅( s 3 −s 4 )

Rearranjando novamente a equação:

ṁ 4 s1 −s2
=
ṁ 1 s 3 −s4
Visitando as tabelas de saturação líquido-vapor da água e da amônia, as entropias
latentes específicas respectivas são 7,3725 kJ/kgK e 3,2493 kJ/kgK. Assim:

ṁ4 7 , 3725
= =2 ,269 kg/s de NH 3 por kg/ s de H 2 O
ṁ1 3 , 2493

2ª Questão

Esquema:

O esquema da turbina é dado na folha de prova. Os estados 1, 2 e 3 representam


respectivamente os fluxos de vapor de entrada, vapor extraído e fluido de trabalho restante. A
potência de eixo também é representada. A superfície de controle deve coincidir com a
superfície externa da turbina.

Considerações:

1. A turbina é um volume de controle que opera em regime permanente (dado do


enunciado);
2. O trabalho de eixo é a única forma de trabalho que atravessa a superfície de controle;
3. Desprezar a transferência de calor entre o trocador de calor e seu entorno e os efeitos
cinéticos e potenciais (dado do enunciado).

Modelagem:

Seja a equação da conservação da massa na forma de taxa para volume de controle:

dmVC
=∑ ṁe−∑ ṁs
dt e s

Como a turbina opera em regime permanente, a equação é reduzida para:

0=∑ ṁ e−∑ ṁ s
e s

Há uma vazão de entrada (estado 1) e duas vazões de saída (estados 2 e 3). Assim, a
equação é reduzida para:

0=ṁ1 −( ṁ2 + ṁ 3 )

A equação pode ser rearranjada:


ṁ 3 ṁ2
ṁ1= ṁ2 + ṁ3 ⇒ =1− =1−0,1=0,9
ṁ 1 ṁ1

Seja a equação da conservação da energia na forma de taxa para volume de controle:

dEVC
dt
V 2e
( V 2s
=Q̇VC −Ẇ VC + ∑ ṁe⋅ he + + g⋅z e −∑ ṁ s⋅ hs + + g⋅z s
e 2 s 2 ) ( )
A turbina opera em regime permanente e a transferência de calor entre o
equipamento e seu entorno é desprezível. Assim, a equação é reduzida para:

0=0−Ẇ VC + ∑ ṁ e⋅ he +
e 2 (
V 2e
+ g⋅z e −∑ ṁ s⋅ h s +
s
V 2s
2 )
+ g⋅z s ( )
Há uma vazão de entrada (estado 1) e duas vazões de saída (estados 2 e 3). Assim, a
equação é reduzida para:

(
Ẇ VC =ṁ 1⋅ h1 +
V 21
2
+ g⋅z 1 − ṁ2⋅ h2 +) (
V 22
2
+ g⋅z 2 − ṁ3⋅ h3 +
V 23
2 ) (
+ g⋅z3 )
Da equação da conservação da massa,
ṁ2= ṁ1 −ṁ3 . Assim, a equação é rearranjada:

[
Ẇ VC =ṁ1⋅ ( h1 −h2 ) + ( V 21
2

V 22
2 ) ] [ (
+ g⋅( z 1 −z 2 ) + ṁ 3⋅ ( h2 −h3 ) +
V 22
2

V 32
2 ) + g⋅( z 2−z 3 )
]
Os efeitos cinéticos e potenciais são desprezados. Assim:

Ẇ VC =ṁ 1⋅( h1−h2 ) + ṁ3⋅( h2 −h3 )

Rearranjando a equação:

Ẇ VC ṁ3
=( h 1−h2 ) + ⋅( h −h )
ṁ1 ṁ1 2 3

Seja a equação do balanço de exergia na forma de taxa para volume de controle:

dExVC
dt j
T0
Tj ( ) (
=∑ 1− ⋅Q̇ j − Ẇ VC −P 0⋅
d ∀VC
dt )
+ ∑ ṁe⋅ex fe−∑ ṁ s⋅ex fs− Ė x D
e s

A turbina opera em regime permanente e a transferência de calor entre o


equipamento e seu entorno é desprezível. Assim, a equação é reduzida para:
0=0−( Ẇ VC −0 ) + ∑ ṁe⋅ex fe −∑ ṁ s⋅ex fs − Ė x D
e s

Há uma vazão de entrada (estado 1) e duas vazões de saída (estados 2 e 3). Assim, a
equação é reduzida para:

Ẇ VC + Ė x D=ṁ1⋅ex f 1 −ṁ2⋅ex f 2−ṁ3⋅ex f 3

Da equação da conservação da massa,


ṁ2= ṁ1 −ṁ3 . Assim, a equação é rearranjada:

Ẇ VC + Ė x D=ṁ1⋅( ex f 1 −ex f 2 ) + ṁ3⋅( ex f 2 −ex f 3 )

Conforme o enunciado, a eficiência exergética da turbina é definida como a razão


entre a potência de eixo e a exergia líquida do fluido de trabalho. Assim:

Ẇ VC ( Ẇ VC / ṁ1 )
ε= =
ṁ1⋅( ex f 1−ex f 2 ) + ṁ 3⋅( ex f 2 −ex f 3 ) ( ex f 1 −ex f 2 ) + ( ṁ3 / ṁ1 )⋅( ex f 2 −ex f 3 )

Desprezando os termos cinéticos e potenciais, as variações das exergias específicas de


fluxo são escritas como:

ex f 1 −ex f 2 =h1 −h 2−T 0⋅( s1 −s 2 )

ex f 2 −ex f 3 =h2 −h3 −T 0⋅( s 2 −s 3 )

Conforme o enunciado, no estado 1 há um fluxo de vapor a 8 MPa e 500ºC, assim,


vapor superaquecido. Visitando a tabela, as entalpia e entropia específicas são 3398,27 kJ/kg e
6,7239 kJ/kgK.

Para fixar o estado 2, é preciso lançar mão da eficiência isentrópica do primeiro estágio
da turbina:

h1 −h 2
η= ⇒ h2=h1 −η⋅( h1−h2 s )
h1 −h 2s

O estado 2s é fixado com a pressão no estado 2 e a entropia específica no estado 1.


Visitando a tabela de vapor superaquecido a 1 MPa e por meio de interpolação linear, a
entalpia específica nesse estado é 2842,78 kJ/kg. Portanto, com eficiência isentrópica igual a
0,88, a entalpia específica no estado 2 é 2909,44 kJ/kg.
Agora, com a pressão e a entalpia específica, é possível obter a entropia específica no
estado 2. Visitando novamente a tabela de vapor superaquecido a 1 MPa e por meio de
interpolação linear, a entropia específica nesse estado é 6,8579 kJ/kgK.

Para fixar o estado 3, é preciso lançar mão da eficiência isentrópica do segundo estágio
da turbina:

h2 −h 3
η= ⇒ h3 =h2 −η⋅( h2 −h3 s )
h 2−h 3 s

O estado 3s é fixado com a pressão no estado 3 e a entropia específica no estado 2.


Visitando a tabela de saturação líquido-vapor a 50 kPa, o título nesse estado é 0,8868. Deste
modo, a entalpia específica nesse estado é 2384,90 kJ/kg. Portanto, com eficiência isentrópica
igual a 0,88, a entalpia específica no estado 3 é 2909,44 kJ/kg.

Agora, com a pressão e a entalpia específica, é possível obter a entropia específica no


estado 3. Visitando novamente a tabela de saturação líquido-vapor a 50 kPa, o título nesse
estado é 0,9141. Deste modo, a entropia específica nesse estado é 7,0353 kJ/kgK.

Por fim, com a temperatura ambiente igual a 298,15 K, a eficiência exergética da


turbina é igual a 0,9117 ou 91,17%.

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