é necessária uma rigorosa inspeção do mesmo dentro dos aspectos tangentes à conservação, como por exemplo, verificação visual da qualidade da superfície dos sensores, condição de funcionamento do instrumento, por exemplo catraca, trava, folgas no parafuso micrométrico, etc., identificando-se a necessidade ou não de manutenção corretiva prévia. NORMAS PARA CALIBRAÇÃO • A calibração de micrômetros segue normas técnicas, que especificam os procedimentos corretos; • A nível internacional existe a norma ISO 3611; • Alguns países têm normas nacionais para calibração de micrômetros.Por exemplo, NBR EB – 1164 (Brasil); DIN 863 (Alemanha); JIS B 7502 (Japão); VSM 58050 (Suíça). PARÂMETROS A VERIFICAR • Erros de indicação e repetitividade • Erros de paralelismo dos sensores • Erro de planeza dos sensores • Rigidez do arco ( estribo ) • Força de medição • Erro de ajuste do zero ou do limite inferior da faixa de medição • Qualidade dos traços e algarismos • Erros devido ao acionamento da trava . Erros de indicação e repetitividade
• Englobam os efeitos de todos os erros
individuais. Por exemplo, erro de passo do parafuso micrométrico, das faces de medição (planeza e paralelismo dos sensores de medição), da construção da escala, etc. • Item mais importante a ser verificado. A calibração é feita ao longo de toda a faixa de medição do instrumento. • Utilização de blocos padrão classe I; • As normas anteriores indicam utilização dos seguintes comprimentos de blocos: 2,5 - 5,1 - 7,7 - 10,3 - 12,9 - 15,0 - 17,6 - 20,2 - 22,8 e 25 mm. Exemplos de blocos podem ser vistos na figura1, a seguir. • Dessa forma é possível detectar-se a influência dos erros do parafuso micrométrico e do paralelismo para diferentes posições do sensor móvel. O ponto zero ou o limite inferior da faixa de medição também é um ponto de calibração. Figura 1: blocos padrão para calibração de micrômetros • micrômetros de faixa de medição superior a 25 mm, pode ser montado um padrão a partir da aderência de dois blocos dos tipos citados anteriormente; • O erro máximo estabelecido por norma para qualquer ponto na faixa de medição do micrômetro é determinado por: Emax=(4+L/50) µm onde L é o limite inferior da faixa de operação em milímetros. Essa fórmula para erro máximo só engloba erros sistemáticos. As normas não incluem erros aleatórios; • Por exemplo, um micrômetro de 0 – 25 mm não deve apresentar erro superior a 4 μm. Inclusive recomenda-se construção de curva de erros para o instrumento, como ilustrado na figura 2 abaixo Figura 2: Erro máximo permitido para micrômetros 0 – 25 mm segundo NBR EB - 1164 e DIN 863 A normas definem que o micrômetro devem atender a dois requisitos simultâneos - a tendência, para cada ponto de calibração, não pode ser superior a 4 µm. Isto significa que este erro pode assumir sinal positivo ou negativo (conforme ISO 3611) ; • - a máxima diferença entre as ordenadas da curva de erros - diferença entre a tendência máxima e mínima - não pode exceder a 4 µm (conforme DIN 863 ). • A primeira condição pode ser obtida quando ajustes de zero, ou limite inferior, podem contribuir para minimização dos erros. • A segunda condição é a mais problemática tendo-se em vista que não é possível nenhum tipo de correção. Erros de paralelismo e planeza dos sensores
• O erro de paralelismo dos sensores de
micrômetros de 0 - 25 mm é determinado pela observação das franjas de interferência geradas através da aplicação de um plano óptico especial entre os sensores de medição do micrômetro. • Para uma análise mais ampla utiliza-se um conjunto de quatro planos ópticos, que se diferenciam pela espessura escalonada de um quarto de passo; • O plano óptico deve estar paralelo à superfície de um dos sensores ( franjas de interferência devem praticamente desaparecer ou formar círculos concêntricos ). O número total de franjas não deve exercer a oito, quando sob luz comum; • O plano paralelo deve ser colocado entre as superfícies de medição, sob a presão da catraca em acionamento. • Durante o processo, o plano paralelo deve ser movido cuidadosamente entre as superfícies. Isso é necessário para que se reduza ao mínimo o número de franjas de interferência vistas em cada uma das faces. As franjas são contadas em ambas as faces. • Recomenda-se utilização de Luz monocromática para verificação das franjas; Erro de planeza dos sensores
• Para a verificação da planeza das superfícies de
medição utiliza-se um plano óptico. Coloca-se o plano sobre cada uma das superfícies, verificando as franjas de interferência que aparecem sob forma de faixas claras e escuras. O formato e o número das franjas de interferência indicam o grau de planeza da superfície. • Para superfície com tolerância de 0,001 mm, não podem ser vistas mais que quatro franjas da mesma cor. Na figura 3, abaixo, seguem alguns tipos de franjas. Figura 3: Franjas observadas na verificação da planeza Rigidez do arco ( estribo )
• A rigidez dos arcos de micrômetros deve ser
tal que uma força de 10 N aplicada entre os sensores não provoque uma flexão que ultrapasse valores indicados por normas. O controle é efetuado aplicando uma carga de 10 N no eixo de medição do arco. Força de medição
• A força de medição exercida pelo
acionamento da catraca sobre a peça a medir deve apresentar valores entre 5 a 10 N. Erro de ajuste do zero ou do limite inferior da faixa de medição
• O micrômetro deve apresentar dispositivo para
ajuste do zero. Para faixa de medição superior a 0 - 25 mm, devem vir acompanhados de padrões com dimensão igual ao limite inferior da faixa de medição. • Os padrões de comprimento para ajustagem de micrômetros externos são cilíndricos e apresentam as superfícies de medição planas ou esféricas com raio aproximadamente igual a metade do comprimento padrão (figura 4a). • Para ajustagem de micrômetros de roscas pelo método do prisma-cone, os padrões de comprimento apresentam-se com uma extremidade em forma de " V " e a outra em forma de cone, permitindo o contato entre os sensores com o objetivo de simular uma rosca comum ( figura 4b). • Anéis padrão são utilizados para ajustagem de micrômetros para medição de diâmetros internos ( figura 4c). Figura 4: padrões para calibração do zero de micrômetros • É permitido um erro de indicação de ajuste da escala, segundo ISO 3611, dada pela seguinte equação: ± (2 + L/50) µm
sendo L o limite inferior da faixa de medição
do instrumento em milímetros. Por exemplo, para um micrômetro de 0 - 25 mm é permitido um erro residual no limite inferior da faixa de medição igual a ± 2 µm . Qualidade dos traços e algarismos
• O micrômetro deve apresentar os traços de
graduação nítidos e uniforme, regulares, sem interrupção e sem rebarbas. • A distância entre os centros dos traços da graduação não deve ser menor que 0,8 mm. Erros devido ao acionamento da trava
• Quando acionada a trava, a distância entre os
sensores de medição não deve alterar mais que 2 µm.