Você está na página 1de 26

Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Instituto Latino-Americano de Tecnologia, Infraestrutura e Território


Curso de Engenharia de Energia

EER0013 – Máquinas Térmicas

Parte 1

Aula 8 – Ciclos de Potência a Vapor (Parte 4):


Ciclos Rankine Regenerativo, Binário e de Cogeração

Prof. Fabyo Luiz Pereira


fabyo.pereira@unila.edu.br

UNILA – ILATIT – CEEN Foz do Iguaçu / PR


Tópicos da Aula


Parte 1 – Aula 8 – Ciclos de Potência a Vapor (Parte 3):

Ciclo Rankine regenerativo com aquecedores de água de alimentação fechados.

Exemplo 8.1.

Exemplo 8.2.

Ciclo Rankine regenerativo com múltiplos aquecedores.

Características dos fluidos de trabalho.

Ciclo Rankine binário.

Ciclo Rankine de cogeração.

EER0013 – Máquinas Térmicas 2 / 26


Ciclo Rankine Regenerativo com AAAF


Aquecedores de Água de Alimentação Fechados (AAAF):

São trocadores de calor de contato indireto, do tipo casco e tubo, onde o vapor
extraído da turbina cede calor à água de alimentação da caldeira, aumentando
sua temperatura, sem se misturar.

Como as correntes de fluido não se misturam nos
AAAFs, elas podem ter diferentes pressões, o que não
é possível nos AAAAs.

Na figura são mostrados os dois tipos de AAAFs:

(a) Condensado é enviado a uma linha de pressão
mais alta, usando uma bomba.

(b) Condensado é enviado a uma linha de pressão
mais baixa, como um outro aquecedor ou o
condensador, usando um purgador (tipo de válvula
que reduz a pressão e permite apenas a passagem
de líquido para uma região de pressão mais baixa).
EER0013 – Máquinas Térmicas 3 / 26
Ciclo Rankine Regenerativo com AAAF


A figura abaixo e diagrama T-s acima se referem a um ciclo
Rankine regenerativo com AAAF do tipo (b):

Vapor superaquecido (4) entra na turbina e expande
pelo 1º estágio da turbina, e após isto uma fração y do
vapor é extraída (5) e enviada ao AAAF.

O restante do vapor 1-y expande pelo 2º estágio
da turbina, até sua saída (6), sendo então
condensado (1) e enviado à bomba, que o
bombeia ao AAAF (2).

O AAAF transfere calor do vapor extraído da
turbina (5), até que este condense (7), ao líquido
comprimido (2), até que este atinja o estado de
líquido saturado (3).

O condensado (7) passa pelo purgador, onde
expande isentalpicamente e é enviado (8) ao condensador.
EER0013 – Máquinas Térmicas 4 / 26
Ciclo Rankine Regenerativo com AAAF


Conservação da energia no condensador:

Tomando o condensador como volume de controle, aplica-se
a 1ª lei da termodinâmica em regime permanente para sistemas
abertos, identifica-se que Ẇ é nulo, Q̇ é negativo (pois Q̇L sai do
volume de controle), e desprezando Δec e Δep:

( 1
) 1
(
Q̇+ ∑ ṁ e h e + V 2e + g z e =∑ ṁ s h s + V 2s + g z s + Ẇ
2 2 )
−Q̇ L + ∑ ṁe he =∑ ṁs h s → −Q̇ L + ṁ6 h 6+ ṁ8 h8= ṁ 1 h1

Q̇ L = ṁ6 h6 + ṁ8 h 8− ṁ 1 h 1 (1)



Dividindo a equação (1) pela vazão mássica na entrada da bomba, tem-se a
rejeição de calor no condensador em termos de grandezas específicas:
Q̇ L = ṁ6 h6 + ṁ 8 h 8− ṁ 1 h 1
qL 1− y y 1


Q̇ ⏞
Lṁ 6 ⏞
ṁ 8 ⏞
ṁ 1
= h6 + h8 − h1
ṁ1 ṁ1 ṁ 1 ṁ 1
q L=(1− y) h 6 + y h8 −h 1

EER0013 – Máquinas Térmicas 5 / 26


Ciclo Rankine Regenerativo com AAAF

Conservação da massa no AAAF:

Tomando o AAAF como volume de controle, aplica-se
a equação da conservação da massa em regime
permanente para sistemas abertos:
ṁ 2 + ṁ 5= ṁ 3 + ṁ 7

Dividindo os dois lados da equação acima pela vazão
mássica na saída da bomba:
ṁ 2 ṁ 5 ṁ3 ṁ7
+ = +
ṁ 2 ṁ 2 ṁ 2 ṁ2

Observando a figura esquemática do ciclo, se reconhece que:
ṁ 1= ṁ 2 =ṁ 3= ṁ 4 e ṁ 5= ṁ 7= ṁ 8

Assim:
ṁ 2 ṁ3
= =1
ṁ 2 ṁ 2

Designa-se como y a fração de vapor extraída no estado 5, e assim:
ṁ 5 ṁ 7
= =y
ṁ 2 ṁ 2
EER0013 – Máquinas Térmicas 6 / 26
Ciclo Rankine Regenerativo com AAAF

Conservação da energia no AAAF:

Tomando o AAAF como volume de controle, aplica-se
a 1ª lei da termodinâmica em regime permanente para
sistemas abertos, identifica-se que Q̇ e Ẇ são nulos, e
desprezando Δec e Δep:

( 1
) ( 1
)
Q̇+ ∑ ṁ e h e + V 2e + g z e =∑ ṁ s h s + V 2s + g z s + Ẇ
2 2 1 y 1 y


ṁ ⏞
ṁ ⏞
ṁ ⏞

∑ ṁe he =∑ ṁs h s → ṁ 2 h2 + ṁ 5 h5 =ṁ 3 h 3+ ṁ 7 h 7 →
ṁ 2
2
h + 2h=
ṁ 2
5
h + 5h
ṁ 2
3
3
ṁ 2
7
7

h 2 + y h 5=h 3 + y h7 (2)
y (h 5−h7 )=h3 −h 2
h 3−h2
y=
h 5−h7

Logo, a fração de vapor extraído y pode ser determinada quando os estados ter-
modinâmicos 2, 3, 5 e 7 estão definidos.

Se estabelece que o estado 3 está na temperatura de condensação do vapor ex-
traído, e que o estado 7 é de líquido saturado na pressão de extração.
EER0013 – Máquinas Térmicas 7 / 26
Ciclo Rankine Regenerativo com AAAF


Aplicando, em cada processo, a 1ª e a 2ª leis da termodinâmica
em regime permanente para sistemas abertos, desprezando
Δec e Δep (já considerando wb e qL positivos):

1-2 → Compressão isentrópica na bomba (s=cte):
w b =h 2−h1 [ kJ / kg ] Ẇ b= ṁ1 ( h2 −h 1 ) [kW ]

2-3-5-7 → Regeneração de calor no AAAF:
h 3−h2
y=
h 5−h7

3-4 → Adição de calor isobárica na caldeira (P=cte):
q H =h 4−h3 [kJ /kg ] Q̇ H = ṁ3 ( h 4−h 3) [kW ]

4-5 → Expansão isentrópica no primeiro estágio da turbina (s=cte):
w t ,1=h 4−h5 [kJ /kg ] Ẇ t ,1 = ṁ 4 ( h4 −h 5 ) [kW ]

5-6 → Expansão isentrópica no segundo estágio da turbina (s=cte):
w t ,2=(1− y) ( h 5−h6 ) [kJ / kg ] Ẇ t ,2 = ṁ5 ( h5−h6 ) [kW ]

6-1 → Rejeição de calor isobárica no condensador (P=cte):
q L=(1− y)h 6 + y h8 −h 1 [kJ /kg ] Q̇ L = ṁ 6 h6 + ṁ 8 h 8− ṁ 1 h 1 [kW ]

EER0013 – Máquinas Térmicas 8 / 26


Ciclo Rankine Regenerativo com AAAF


O trabalho gerado pela turbina (wt) é dado pela soma do trabalho gerado no primeiro
estágio da turbina (wt,1) com o trabalho gerado no segundo estágio da turbina (wt,2):

Em termos específicos [kJ/kg]:
w t =w t ,1 + w t ,2 → w t =( h 4−h5 ) +(1− y) ( h 5−h6 )

Em termos de taxas [kW]:
Ẇ t =Ẇ t ,1 + Ẇ t ,2 → Ẇ t = ṁ4 ( h 4−h5 ) + ṁ 5 ( h5 −h 6 )

Antes de determinar a eficiência térmica, da equação (2) tem-se:
h 2 + y h 5=h 3 + y h7
h 2 + y h 5−h 3− y h 7=0
−h 2− y h5 + h3 + y h7 =0 (3)

Lembrando que no purgador a expansão ocorre de modo isentálpico, tem-se:
h 8=h 7 ( 4)

Assim, levando a equação (4) na equação (3), tem-se:
−h 2− y h5 + h3 + y h8 =0 ( 5)

EER0013 – Máquinas Térmicas 9 / 26


Ciclo Rankine Regenerativo com AAAF

A eficiência térmica do ciclo Rankine regenerativo com AAAF é:
w líq w t −wb [ ( h4 −h 5 ) +( 1− y ) ( h5 −h 6 ) ]−[ ( h2 −h 1 ) ]
ηt= = =
qH qH ( h4 −h 3 )
( h 4−h 5) +(1− y) ( h 5−h6 ) −( h 2 −h 1)
ηt=
( h 4−h 3)
h 4−h 5+ h5 − y h5 +(1− y) ( −h 6 )−h 2 +h 1
ηt=
( h 4−h 3)
h 4− y h5−(1− y)h 6−h2 + h1
ηt=
( h 4−h3 )
h 4− y h5−(1− y) h 6−h2 + h1 −h3 + h3 + y h8− y h 8
ηt=
( h 4−h 3)
( h 4−h 3) −(1− y )h6 − y h8 + h1−h 2− y h 5+ h 3+ y h8
ηt=
( h 4−h3 )
qH qL = 0 , da equação (5)


( h −h ) ⏞
4 [ (1− y ) h + y h −h ] ⏞
3 6 [−h − y h +h + y h ]
8 1 2 5 3 8
η=t − +
( h4 −h 3 ) ( h4 −h 3 ) ( h 4−h 3)
(1− y)h 6 + y h8 −h1 qL
η t =1− → η t =1−
( h 4−h3 ) qH
EER0013 – Máquinas Térmicas 10 / 26
Exemplo 8.1


Exemplo 8.1 – Ciclo Rankine Regenerativo com AAAF:

Reconsidere o exemplo 6.2, de um ciclo Rankine operando
entre as pressões de 8,0 MPa e 0,008 MPa, com potência
líquida de 100 MW, onde o vapor é superaquecido até 480ºC.
Porém, agora, considere que um AAAF recebe vapor extraído
do 1º estágio da turbina a 0,7 MPa, enquanto o resto
do vapor expande no 2º estágio da turbina até
0,008 MPa. Determine:
(a) A eficiência térmica do ciclo, e a eficiência
se operasse de acordo com o Ciclo Carnot.
(b) A vazão mássica de vapor na caldeira.
(c) As taxas de transferência de calor (potências
térmicas) adicionada ao ciclo e rejeitada pelo ciclo.

EER0013 – Máquinas Térmicas 11 / 26


Exemplo 8.1


Solução:

1 → Líquido saturado a 0,008 MPa: ●
Interpolando entre 5 e 10 MPa:
h 1=173,38 kJ /kg e v 1=0,001008 m 3 /kg h 3−699,75 8−5
=
T L =T 1=41,39 ºC 702,63−699,75 10−5

2 → Líquido comprimido a 8 MPa: h 3=701,48 kJ / kg
h 2=h1 + v 1( P 2− P 1) ●
4 → Vapor superaquecido a 8 MPa e 480ºC:
h 2=173,38+ 0,001008(8000−8)=173,38+8,06 h 4=3.347,76 kJ /kg e s 4=6,6563 kJ / kg . K
h 2=181,44 kJ /kg T H =T 4 =480 ºC

3 → Líquido comprimido a 8 MPa e Tsat,5: ●
5 → Mistura saturada a 0,7 MPa:
T 3=T sat ,5 → T 3=164,97 ºC s 5=s 4 → s 5=6,6563 kJ /kg . K

Das tabelas de água comprimida a 5 MPa: s l =1,9922 kJ /kg . K e s v =6,7080 kJ / kg . K
h5 MPa−678,10 164,97−160 h l =697,20 kJ / kg e hv =2.763,50 kJ / kg
=
765,24−678,10 180−160 s 5−s l 6,6563−1,9922
x 5= = → x 5=0,9890
h 5 MPa =699,75 kJ / kg s v − sl 6,7080−1,9922

Das tabelas de água comprimida a 10 MPa: h5 −h l h 5−697,20
x 5= → 0,9890=
h 10 MPa −681,07 164,97−160 hv −h l 2.763,50−697,20
= h 5=2.740,77 kJ / kg
767,83−681,07 180−160
h 10 MPa =702,63 kJ /kg

EER0013 – Máquinas Térmicas 12 / 26


Exemplo 8.1


6 → Mistura saturada a 0,008 MPa: ●
7 → Líquido saturado a 0,7 MPa:
s 6=s 5 → s6 =6,6563 kJ / kg . K h 7=697,20 kJ /kg
s l =0,5909 kJ / kg . K e s v =8,2311 kJ / kg . K ●
8 → Mistura saturada a 0,008 MPa:
h 8=h 7 → h 8=697,20 kJ / kg
h l =173,38 kJ /kg e h v =2.576,76 kJ / kg ●
Do balanço de energia no AAAF, determina-se a
s 6 −s l 6,6563−0,5909 fração de vapor extraída no final do 1º estágio da
x6= = → x 6=0,7939
s v −s l 8,2311−0,5909 turbina:
h6 −h l h 6−173,38 h 3−h2 701,48−181,44
x6= → 0,7939= y= = → y =0,2545
h v −h l 2.576,76−173,38 h 5−h7 2.740,77−697,20
h 6=2.081,42 kJ / kg

EER0013 – Máquinas Térmicas 13 / 26


Exemplo 8.1

(a) Eficiências térmicas (em parênteses a comparação percentual com resultados do exemplo 5.1):
qL (1− y )h6 + y h 8−h 1 (1−0,2545)2.081,42+ 0,2545.697,20−173,38
η t =1− =1− =1−
qH ( h 4−h 3) ( 3.347,76−701,48 )
1.555,76
η t =1− → η t =0,4121 (+ 11,1 %)
2.646,28
TL (41,39+ 273,15) 314,54
η cc =1− =1− =1− → η cc =0,5824 (+ 30,5 %)
TH (480+ 273,15) 753,15

(b) Vazão mássica de vapor:
w t =( h4 −h 5 ) +( 1− y ) ( h5 −h 6 )=( 3.347,76−2.740,77 ) +(1−0,2545) ( 2.740,77−2.081,42 )
w t =1.098,54 kJ /kg
w b =h 2−h1 =181,44−173,38
w b =8,06 kJ / kg
w líq =w t −w b =1.098,54−8,06 → w líq =1.090,48 kJ / kg
Ẇ líq =w líq ṁ 2 → 100.000=1.090,48 ṁ 2 → ṁ 2=91,70 kg / s (−12,4 %)

(c) Potências térmicas adicionada ao ciclo e rejeitada pelo ciclo:
Q̇ H = ṁ3 ( h 4−h 3) =91,70 ( 3.347,76−701,48 )=242.663,88 kW
Q̇ H =242,66 MW (−10,0 %)
Q̇ L = ṁ 6 h6 + ṁ 8 h 8− ṁ 1 h 1= ṁ 2 [ (1− y ) h6 + y h8−h1 ]=91,70 [ ( 1−0,2545)2.081,42+ 0,2545.697,20−173,38 ]
Q̇ L =142.662,83 kW → Q̇ L =142,66 MW (−15,9 %)
EER0013 – Máquinas Térmicas 14 / 26
Exemplo 8.2


Exemplo 8.2 – Ciclo Rankine Regenerativo com AAAF:

Reconsidere o exemplo 6.2, de um ciclo Rankine operando
entre as pressões de 8,0 MPa e 0,008 MPa, com potência
líquida de 100 MW, onde o vapor é superaquecido até 480ºC,
um AAAF recebe vapor extraído do 1º estágio da turbina a
0,7 MPa, e o resto do vapor expande no 2º estágio da
turbina até 0,008 MPa. Porém, agora, considere que
cada estágio da turbina possui eficiência isentrópica
de 85%. Determine:
(a) A eficiência térmica do ciclo, e a eficiência
se operasse de acordo com o Ciclo Carnot.
(b) A vazão mássica de vapor na caldeira.
(c) As taxas de transferência de calor (potências
térmicas) adicionada ao ciclo e rejeitada pelo ciclo.

EER0013 – Máquinas Térmicas 15 / 26


Exemplo 8.2


Solução:

1 → Líquido saturado a 0,008 MPa: ●
Interpolando entre 5 e 10 MPa:
h 1=173,38 kJ /kg e v 1=0,001008 m 3 /kg h 3−699,75 8−5
=
T L =T 1=41,39 ºC 702,63−699,75 10−5

2 → Líquido comprimido a 8 MPa: h 3=701,48 kJ / kg
h 2=h1 + v 1( P 2− P 1) ●
4 → Vapor superaquecido a 8 MPa e 480ºC:
h 2=173,38+ 0,001008(8000−8)=173,38+8,06 h 4=3.347,76 kJ /kg e s 4=6,6563 kJ / kg . K
h 2=181,44 kJ /kg T H =T 4 =480 ºC

3 → Líquido comprimido a 8 MPa e Tsat,5: ●
5s → Mistura saturada a 0,7 MPa:
T 3=T sat ,5 → T 3=164,97 ºC s 5 s= s 4 → s 5 s=6,6563 kJ / kg . K

Das tabelas de água comprimida a 5 MPa: s l =1,9922 kJ /kg . K e s v =6,7080 kJ / kg . K
h5 MPa−678,10 164,97−160 h l =697,20 kJ / kg e hv =2.763,50 kJ / kg
=
765,24−678,10 180−160 s 5 s−s l 6,6563−1,9922
x 5 s= = → x 5 s=0,9890
h 5 MPa =699,75 kJ / kg s v −s l 6,7080−1,9922

Das tabelas de água comprimida a 10 MPa: h 5 s −h l h5 s −697,20
x 5 s= → 0,9890=
h 10 MPa −681,07 164,97−160 h v −h l 2.763,50−697,20
= h 5 s =2.740,77 kJ / kg
767,83−681,07 180−160
h 10 MPa =702,63 kJ /kg

EER0013 – Máquinas Térmicas 16 / 26


Exemplo 8.2

5 → Estado desconhecido!!! ●
6 → Estado desconhecido!!!
h 4 −h 5 3.347,76−h5 h 5−h6 2.831,82−h6
η iso ,t = → 0,85= η iso ,t = → 0,85=
h4 −h 5 s 3.347,76−2.740,77 h5−h6 s 2.831,82−2.146,31
h 5=2.831,82 kJ /kg h 6=2.249,14 kJ / kg

Observa-se que h5 > hv0,7 MPa: ●
Observa-se que h6 < hv0,008 MPa:
h 0,7
v
MPa
=2.763,50 kJ /kg h 0,008
v
MPa
=2.576,76 kJ /kg

Logo, o estado 5 é de vapor superaquecido! ●
Logo, o estado 6 é de mistura saturada, e

Das tabelas de vapor superaquecido, por in- seu título é:
terpolação linear: h6 −h l 2.249,14−173,38
x6= = → x 6 =0,8637
s 5=6,8629 kJ / kg . K h v −h l 2.576,76−173,38

6s → Mistura saturada a 0,008 MPa: ●
7 → Líquido saturado a 0,7 MPa:
s 6 s =s 5 → s 6 s=6,8629 kJ / kg . K h 7=697,20 kJ /kg
s l =0,5909 kJ / kg . K e s v =8,2311 kJ / kg . K ●
8 → Mistura saturada a 0,008 MPa:
h l =173,38 kJ /kg e h v =2.576,76 kJ / kg h 8=h 7 → h 8=697,20 kJ / kg
s 6 s −s l 6,8629−0,5909 ●
Do balanço de energia no AAAA, determina-se a
x 6 s= = → x 6 s=0,8209
s v −s l 8,2311−0,5909 fração de vapor extraída no final do 1º estágio da
h 6 s −hl h6 s−173,38 turbina:
x 6 s= → 0,8209= h 3−h2
h v −hl 2.576,76−173,38 701,48−181,44
y= = → y =0,2436
h 6 s =2.146,31 kJ / kg h 5−h7 2.831,82−697,20
EER0013 – Máquinas Térmicas 17 / 26
Exemplo 8.2

(a) Eficiências térmicas (em parênteses a comparação percentual com resultados do exemplo 5.1):
qL (1− y )h6 + y h 8−h 1 (1−0,2436) 2.249,14+0,2436 .697,20−173,38
η t =1− =1− =1−
qH ( h 4−h 3) ( 3.347,76−701,48 )
1.697,71
η t =1− → η t =0,3585 (−3,3 %)
2.646,28
TL (41,39+ 273,15) 314,54
η cc =1− =1− =1− → η cc =0,5824 (+ 30,5 %)
TH (480+ 273,15) 753,15

(b) Vazão mássica de vapor:
w t =( h4 −h 5 ) +( 1− y ) ( h5 −h 6 )=( 3.347,76−2.831,82 ) +(1−0,2436) ( 2.831,82−2.249,14 )
w t =956,68 kJ / kg
w b =h 2−h1 =181,44−173,38
w b =8,06 kJ / kg
w líq =w t −w b =956,68−8,06 → w líq =948,62 kJ / kg
Ẇ líq =w líq ṁ 2 → 100.000=948,62 ṁ 2 → ṁ 2=105,42 kg / s (+ 0,75 %)

(c) Potências térmicas adicionada ao ciclo e rejeitada pelo ciclo:
Q̇ H = ṁ3 ( h 4−h 3) =105,42 ( 3.347,76−701,48 )=278.970,84 kW
Q̇ H =278,97 MW (+ 3,5 %)
Q̇ L = ṁ 6 h6 + ṁ 8 h 8− ṁ 1 h 1= ṁ 2 [ (1− y )h6 + y h8−h1 ]=105,42 [ (1−0,2436)2.249,14+ 0,2436. 697,20−173,38 ]
Q̇ L =178.972,32 kW → Q̇ L =178,97 MW ( + 5,5 %)
EER0013 – Máquinas Térmicas 18 / 26
Ciclo Rankine Regenerativo com Múltiplos Aquecedores

Ciclo Rankine Regenerativo com Múltiplos Aquecedores:

Usando vários aquecedores de água de alimentação, aumenta-se significativamente a
eficiência térmica do ciclo Rankine regenerativo.

Abaixo é mostrado um arranjo de uma planta de potência operando um ciclo Rankine
regenerativo com:

1 aquecedor de água de alimentação aberto.

3 aquecedores de água de alimentação fechados.

6 estágios de expansão na turbina (3 de alta e 3 de baixa pressão).

1 reaquecimento.

AAAA → Opera acima da pressão
atmosférica, para que os gases
dissolvidos no vapor possam ser
retirados do ciclo, um procedimento
denominado desaeração, que ajuda
a minimizar a ocorrência de corrosão.

EER0013 – Máquinas Térmicas 19 / 26


Ciclo Rankine Regenerativo com Múltiplos Aquecedores

Abaixo é mostrado um arranjo de uma planta de potência operando um ciclo Rankine
regenerativo com:

1 aquecedor de água de alimentação aberto.

7 aquecedores de água de alimentação fechados.

9 estágios de expansão na turbina (2 de alta, 3 de média e 4 de baixa pressão).

2 reaquecimentos.

EER0013 – Máquinas Térmicas 20 / 26


Características dos Fluidos de Trabalho

Características dos Fluidos de Trabalho:

Água desmineralizada:

É abundante, tem baixo custo, não é tóxica, é quimicamente estável e
relativamente não corrosiva.

Apresenta uma variação de entalpia específica relativamente elevada quando
é evaporada nas pressões utilizadas nos geradores de vapor.

A potência de bombeamento da água é baixa, e o uso de superaquecimento,
reaquecimento e regeneração aumentam a eficiência térmica.

Utilizada como fluido de trabalho na maioria das plantas de potência a vapor.

Ciclos de potência a vapor para aplicações especiais podem utilizar diferentes
fluidos de trabalho, que combinem melhor com as aplicações em questão.

Exemplo: Ciclos que operam a temperaturas relativamente baixas obtêm
maiores eficiências se utilizarem um refrigerante como fluido de trabalho.

Em alguns casos, água pode ser usada em conjunto com outro fluido de trabalho
num ciclo Rankine binário, para obter maiores eficiências térmicas.
EER0013 – Máquinas Térmicas 21 / 26
Ciclo Rankine Binário

Ciclo Rankine Binário:

Neste ciclo são utilizados dois fluidos de trabalho:

Um com boas características a altas temperaturas.

Outro com boas características a baixas temperaturas.

Atinge Tmédia maior na qual calor é adicionado, logo têm eficiência
térmica maior que ciclos de um único fluido de trabalho.

A figura abaixo e diagrama T-s ao lado se referem a um ciclo
Rankine binário que usa como fluidos de
trabalho água e um metal líquido:

O gerador de vapor serve como caldeira
do ciclo do metal (2-3) e como
superaquecedor do ciclo de água (c-d).

Um trocador de calor de conexão serve
como condensador do ciclo do metal (4-1)
e como caldeira do ciclo de água (b-c).
EER0013 – Máquinas Térmicas 22 / 26
Ciclo Rankine de Cogeração


Ciclo Rankine de Cogeração:

Cogeração é a produção de mais de uma forma útil
de energia, a partir de uma mesma fonte de energia.

No ciclo Rankine de cogeração, simultaneamente se
produz trabalho mecânico e calor, com custo menor
que o requerido para produzi-los individualmente.

Utilizado em unidades industriais que:

Geram eletricidade a partir de um ciclo de potência a vapor.

Necessitam de um suprimento de calor (ou vapor) no processo produtivo.

Exemplos: Refinarias, fábricas de papel e indústria alimentícia.

A figura acima mostra um arranjo de um ciclo Rankine de cogeração:

Uma fração do vapor y é extraída da turbina (5), enviada a um aquecedor de
processo, enquanto a fração restante 1-y expande até a saída da turbina (6).

Quando o aquecedor de processo não necessita de calor, fecha-se a extração e
todo o vapor gerado pelo gerador de vapor expande pela turbina.
EER0013 – Máquinas Térmicas 23 / 26
Ciclo Rankine de Cogeração

Aplicando, em cada processo, a 1ª e a 2ª leis da termodinâmica em RP para
sistemas abertos, desprezando Δec e Δep (já considerando wb e qL positivos):

1-2 → Compressão isentrópica na bomba 1 (s=cte):
w b ,1 =(1− y ) ( h 2−h1 ) [kJ / kg ] Ẇ b ,1 =ṁ1 ( h 2−h1 ) [kW ]

2-3 → Compressão isentrópica na bomba 2 (s=cte):
w b ,2 =h3−h 2 [kJ / kg ] Ẇ b ,2 =ṁ2 ( h3−h 2) [kW ]

3-4 → Adição de calor isobárica na caldeira (P=cte):
q H =h 4−h3 [kJ /kg ] Q̇ H = ṁ3 ( h 4−h 3) [kW ]

4-5 → Expansão isentrópica no primeiro estágio da turbina (s=cte):
w t ,1=h 4−h5 [kJ /kg ] Ẇ t ,1 = ṁ 4 ( h4 −h 5 ) [kW ]

5-6 → Expansão isentrópica no segundo estágio da turbina (s=cte):
w t ,2=(1− y) ( h 5−h6 ) [ kJ / kg ] Ẇ t ,2 = ṁ 6 ( h5 −h 6 ) [kW ]

6-1 → Rejeição de calor isobárica no condensador (P=cte):
q L=(1− y) ( h 6−h1 ) [ kJ / kg ] Q̇ L = ṁ 6 ( h6 −h 1) [kW ]

5-2 → Rejeição de calor isobárica no aquecedor de processo (P=cte):
q P = y ( h5−h 2 ) [kJ /kg ] Q̇ P = ṁ 5 ( h5−h 2 ) [kW ]
EER0013 – Máquinas Térmicas 24 / 26
Ciclo Rankine de Cogeração

Observando a figura esquemática do ciclo, se reconhece que:
ṁ1= ṁ 6 e ṁ 2= ṁ 3= ṁ4= ṁ1+ ṁ5

Designa-se como y a fração de vapor extraída no estado 5, e assim:
ṁ 5 ṁ 1 ṁ 6 ṁ 2 ṁ 3 ṁ 4
=y = =1− y = = =1
ṁ 2 ṁ 2 ṁ 2 ṁ 2 ṁ 2 ṁ 2

O trabalho consumido pelas bombas (wb) é dado pela soma do trabalho consumido
pela bomba 1 (wb,1) com o trabalho consumido pela bomba 2 (wb,2):

Em termos específicos [kJ/kg]:
w b =w b ,1 + w b ,2 → w b=(1− y) ( h 2−h1 ) + ( h3−h 2 )

Em termos de taxas [kW]:
Ẇ b= Ẇ b ,1 + Ẇ b ,2 → Ẇ b = ṁ1 ( h 2−h1 ) + ṁ 2 ( h3 −h 2 )

O trabalho gerado pela turbina (wt) é dado pela soma do trabalho gerado no primeiro
estágio da turbina (wt,1) com o trabalho gerado no segundo estágio da turbina (wt,2):

Em termos específicos [kJ/kg]:
w t =w t ,1 + w t ,2 → w t =( h 4−h5 ) +(1− y) ( h 5−h6 )

Em termos de taxas [kW]:
Ẇ t =Ẇ t ,1 + Ẇ t ,2 → Ẇ t = ṁ 4 ( h 4−h5 ) + ṁ 6 ( h5 −h 6 )
EER0013 – Máquinas Térmicas 25 / 26
Ciclo Rankine de Cogeração

Como na cogeração são geradas duas formas de energia, trabalho mecânico e calor
(ou vapor), o conceito de eficiência térmica não é aplicável.

Neste caso, é aplicável o conceito de fator de utilização:
wlíq +q p w t −wb + q p [ ( h 4 −h 5) +(1− y) ( h5−h6 ) ]−[ (1− y ) ( h 2−h1 ) + ( h 3−h 2) ] + [ y ( h5−h 2 ) ]
ε= = =
qH qH (h 4−h3 )
( h 4 −h 5) +(1− y) ( h5−h6 ) −(1− y ) ( h 2−h1 )−h 3+ h 2+ y ( h5−h 2 )
ε=
(h 4−h3 )
h 4 −h 5+ h 5− y h5 +(1− y) (−h6 ) −h 2 + y h 2−(1− y ) ( −h 1) −h3 + h2 + y h 5− y h 2
ε=
( h4 −h 3)
h 4 −(1− y) h 6 +(1− y ) h1 −h 3
ε=
(h 4−h3 )
qH qL

⏞ 4 ⏞
( h −h ) −(1−
3 y) ( h −h ) 6 1
ε=
( h 4−h3 )
(1− y) ( h 6−h1 ) qL
ε =1− → ε =1−
(h 4−h3 ) qH
EER0013 – Máquinas Térmicas 26 / 26

Você também pode gostar