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PROIBIDA A REPRODUÇÃO

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LIVRO DO
PROFESSOR

CAPA ANO 1 EM_PROFESSOR.indd 3 30/10/2019 15:17:03


PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Olá,

Você está em um momento muito importante da vida escolar:


a transição do Ensino Fundamental para o Ensino Superior. O
Ensino Médio dá oportunidade para o desenvolvimento de suas
habilidades, particularmente, para a cooperação e colaboração.
Preparamos um material didático robusto, com densidade de
conteúdo e uma grande variedade de atividades, para que você
possa aprimorar as habilidades já desenvolvidas nos anos anteriores.
A organização em disciplinas semestrais foi pensada para permitir
maior autonomia no planejamento pedagógico e na adequação ao
contexto da comunidade escolar.
A cada abertura de unidade, você terá contato com um desafio,
uma situação problema, uma reflexão ou um ponto de apoio para o
estudo do tema proposto. Os textos teóricos são organizados de tal
modo a apresentar o conteúdo da esfera mais ampla para a mais
detalhada. Textos complementares, links de acesso a conteúdos,
mapas, esquemas, gráficos são diagramados para criar fluidez
e agilidade de leitura. Atividades selecionadas especialmente de
vestibulares e do Enem juntam-se às questões, preparadas pelos
autores, para oferecer uma ampla oportunidade de desenvolvimento
da criatividade, do pensamento crítico e de habilidades necessárias
para a vida em sociedade, com foco na formação para a cidadania.
Desejamos que você aprecie este material didático tanto
quanto apreciamos criá-lo.

Equipe Editorial
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1.º ano – 1.º Semestre

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
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Física Coordenação de Editoração


Cleber Lima (AUTORIA) Eliana Pereira Quaresma
Carlos Alberto Gonçalves de Oliveira
(ANÁLISE CRÍTICA) Editoração
Camila Correia Machado (ANÁLISE CRÍTICA) Paitra Design

Revisão Comparativa
Direção-Geral Dyanne Lopes
Maria Cristina Swiatovski
Elisabete Franczak Branco
Direção de Produtos
Gilberto Soares dos Santos Coordenação de Iconografia
Edição Sandra Sebastião
Daniele Cardoso
Gislaine Stadler Iconografia
Consultoria Pedagógica Fabio Souza
Maria Cristina Lindstron Mariana Batelli Bento
Vasco Moretto Wellington Fukuda
Análise de Língua
Juliana Fortunato Ilustrações
Gabrielle Caroccia Jefferson Schnaider
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)
(Mônica Catani M. de Souza , CRB-9/807, PR, Brasil)

S958 Sylvestre, Hélio.


Coleção cidadania : ensino médio, 1º ano / Hélio
Sylvestre ...[et al.]. – 2.ed. – Curitiba : Opet, 2017.
1196 p.

ISBN: 978-85-8010-705-0 (Aluno)

1. Biologia. 2. Química. 3. Física. II. Título.

CDU 373

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial,


em quaisquer meios, sem prévia autorização por escrito da Editora Opet.
EDIÇÃO REFORMULADA 2020

Rua Máximo João Kopp, 167 • CEP 82630-492 • Curitiba-PR


Tel.: (41) 3123-4300 • 0800-41-0034
contato@opet-sefe.com.br • www.editoraopet.com.br
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Coleção Cidadania

Ícones Coleção Cidadania


A Coleção Cidadania apresenta seções que e o Enem

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
organizam o trabalho e o objeto de conhecimento, in- O Enem é uma avaliação de desempenho por
dicadas por ícones gráficos. São eles: competência, que segue um modelo de aferição das
estruturas mentais com as quais construímos con-
tinuamente conhecimentos que, juntamente com a
memória, fazem-nos capazes de compreender as
ATIVIDADES
exigências do mundo em que vivemos. Essa avalia-
ção é estruturada a partir de uma matriz que indica
competências e habilidades básicas próprias do nível
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
a que se destina. Nessa proposta, as competências
são entendidas como ações e operações mentais
utilizadas para estabelecer relações com e entre obje-
PESQUISA
tos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos
conhecer e remetem a um conjunto de saberes deno-
LEITURA E TROCA DE IDEIAS minados habilidades, que representam o saber fazer.
Ou seja, para que você tenha competência em deter-
minada área, é necessário que possua um conjunto de
TRABALHANDO EM GRUPO habilidades.
Para que essas compe-
tências e habilidades sejam COMPETÊNCIA HABILIDADE
INDICAÇÕES CULTURAIS verificadas ao longo do ma- 3 14
terial, você as encontrará
em uma pequena tabela que indica a quais delas o
SAIBA MAIS conteúdo apresentado se refere.

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Matriz de Referência

Ciências da natureza e suas tecnologias


FÍSICA

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
COMPETÊNCIA DE ÁREA 1 – COMPREENDER AS CIÊNCIAS NATURAIS E AS TECNOLOGIAS A ELAS ASSOCIADAS
COMO CONSTRUÇÕES HUMANAS, PERCEBENDO SEUS PAPÉIS NOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO E NO
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DA HUMANIDADE.

H1 – Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-


-os a seus usos em diferentes contextos.

H2 – Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente


desenvolvimento científico e tecnológico.

H3 – Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tem-
po ou em diferentes culturas.

H4 – Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas


de conservação, recuperação ou utilização sustentável da biodiversidade.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 2 – IDENTIFICAR A PRESENÇA E APLICAR AS TECNOLOGIAS ASSOCIADAS ÀS CIÊNCIAS


NATURAIS EM DIFERENTES CONTEXTOS.

H5 – Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

H6 – Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou siste-


mas tecnológicos de uso comum.

H7 – Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos,


tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 3 – ASSOCIAR INTERVENÇÕES QUE RESULTAM EM DEGRADAÇÃO OU CONSERVAÇÃO


AMBIENTAL A PROCESSOS PRODUTIVOS E SOCIAIS E A INSTRUMENTOS OU AÇÕES CIENTÍFICO-TECNOLÓGICOS.

H8 – Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos


naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando processos biológicos, químicos ou físicos
neles envolvidos.

H9 – Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação
de agentes ou fenômenos que podem causar alterações nesses processos.

H10 – Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou
prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.

H11 – Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e


processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológicos.

H12 – Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, conside-
rando interesses contraditórios.
COMPETÊNCIA DE ÁREA 4 – COMPREENDER INTERAÇÕES ENTRE ORGANISMOS E AMBIENTE, EM PARTICULAR
AQUELAS RELACIONADAS À SAÚDE HUMANA, RELACIONANDO CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS, ASPECTOS
CULTURAIS E CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS.

H13 – Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de carac-

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terísticas dos seres vivos.

H14 – Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio
interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade, entre outros.

H15 – Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer
nível de organização dos sistemas biológicos.

H16 – Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização


taxonômica dos seres vivos.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 5 – ENTENDER MÉTODOS E PROCEDIMENTOS PRÓPRIOS DAS CIÊNCIAS NATURAIS E


APLICÁ-LOS EM DIFERENTES CONTEXTOS.

H17 – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas


nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações mate-
máticas ou linguagem simbólica.

H18 – Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos


tecnológicos às finalidades a que se destinam.

H19 – Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosti-
car ou solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 6 – APROPRIAR-SE DE CONHECIMENTOS DA FÍSICA PARA, EM SITUAÇÕES-


-PROBLEMA, INTERPRETAR, AVALIAR OU PLANEJAR INTERVENÇÕES CIENTÍFICO-TECNOLÓGICAS.

H20 – Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 – Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no con-
texto da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.

H22 – Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifesta-
ções em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas
ou ambientais.

H23 – Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, consi-
derando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas.
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO

ca
DA FÍSICA
F í s i

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O conhecimento da natureza ...............................2
Física: conceitos iniciais .........................................3
Unidades de medida ..............................................5
Grandezas escalares e vetoriais ..........................7

Para o estudo da Física, ciência que se dedica ao


estudo dos fenômenos naturais, é bom lembrarmos, a
exemplo de tais fenômenos, que terremotos, furacões,
enchentes e outros desastres naturais atormentam a
humanidade há séculos. Milhares de pessoas morreram
em consequência da fúria da natureza em diferentes
períodos da história.
Em 1201, no Mar Mediterrâneo, o pior terremoto da
história matou aproximadamente 1,1 milhão de pessoas
no Egito e na Síria. Já em 2010, um terremoto no Haiti
deixou mais de 250 mil mortos e 300 mil feridos.
Portanto, ao estudar a natureza, é preciso observá-
la, experimentá-la qualitativa e quantitativamente
até que se tenha uma teoria. Esse processo é de
aperfeiçoamento contínuo!
Ao mesmo tempo em que temos registros de
desastres naturais que matam milhares de pessoas,
temos também o registro do avanço da tecnologia, que
possibilita melhor qualidade de vida a todos os seres do
planeta Terra.
A imagem mostra a Terra vista de Saturno, em uma
foto da sonda Cassini, de julho de 2013. Serve para
lembrar até onde chegamos com nossa tecnologia e o
quão pequenos somos nesse imenso Universo. A imagem
mostra a Terra, a 1,5 bilhão de quilômetros de distância
(1,5 · 109 km), entre os anéis de Saturno.
NASA/JPL- calltech/SSI/Sonda Cassini – adaptado
ENSINO MÉDIO UNIDADE 1 Introdução ao estudo da Física

COMPETÊNCIA HABILIDADE
O conhecimento
da natureza
5 17

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
N o início do século XX, a expectativa de vida média do brasileiro era em torno
de 30 anos, uma viagem do Brasil à Europa tinha duração de meses, infecções
em feridas eram quase uma condenação à morte ou a uma amputação, a comunicação
entre pessoas distantes era quase sempre feita por intermédio de cartas ou telegramas
(o telefone estava nascendo). Computador? Nem pensar. Apenas energia elétrica? Em
alguns países, e mesmo assim, em pequena escala.
Atualmente, a expectativa de vida média no Brasil é de aproximadamente 74 anos
(dados do IBGE, Censo 2010), uma viagem do Brasil à Europa dura algumas horas, para
infecções há antibióticos, pode-se enviar um texto de uma parte a outra do mundo quase
instantaneamente pela internet.
Cada vez mais ouve-se a frase “Mande um e-mail”. Eventos de qualquer natureza,
como os esportivos, podem ser vistos no momento do acontecimento, graças aos saté-
lites de comunicação que estão em órbita em torno da Terra. A relação de descobertas
científicas e tecnológicas que ocorreram no século XX é espantosa e trouxe à humani-
dade, fundamentalmente, conforto e facilidades para a árdua tarefa de sobreviver.
A pergunta que se pode fazer é: como conseguimos tanto? A resposta é simples: é
o resultado de séculos de observação do comportamento da natureza, descobrindo os
seus segredos, transformando-os em leis e aprendendo a usá-los a nosso favor.

TRABALHANDO EM GRUPO

Entendendo a natureza – A metáfora do jogo de xadrez


Thomas Henry Huxley (1825-1895), médico e cientista inglês, chamado de “Buldogue de Darwin”, e Richard
Feynman (1918-1988), que muitos consideram o maior físico da história dos Estados Unidos, usaram o jogo de
xadrez como imagem da realidade natural. Existe um universo, cujas leis não são evidentes e têm de ser desco-
bertas pelo homem inteligente; e, mais, não temos outro recurso senão o de acompanhar o jogo – protagonizado
Domínio Público
pela natureza – antes de entendê-lo, o que significa errar muitas vezes antes de acertar com as regras.
O tabuleiro de xadrez é o mundo, as peças são os fenômenos do Universo, as regras do jogo são
o que convencionamos chamar de as leis da natureza. O jogador do outro lado está oculto para nós.
Sabemos que seu jogo é sempre limpo, justo e paciente. Mas também sabemos, pela nossa experiência,
que ele nunca perdoa um erro nem faz a menor concessão à ignorância.
HUXLEY, Thomas. A liberal education, 1868.

Podemos imaginar que esse arranjo de coisas móveis que constitui o mundo seja algo como
uma grande partida de xadrez jogada pelos deuses, e nós somos os observadores do jogo. Não
conhecemos as regras, e tudo que podemos fazer é observá-lo. É claro que, se insistirmos na
Thomas Henry Huxley observação, acabaremos captando algumas das regras, e estas formam a física fundamental.
Quando conhecermos todas as regras, estaremos “entendendo” o mundo.
FEYNMAN, Richard. Feynman lectures on physics, 1963.

Explique o significado do jogo protagonizado pela natureza, segundo os cientis-


tas citados no texto. Registre e apresente para a turma o que você entendeu.
2
Introdução ao estudo da Física ENSINO MÉDIO UNIDADE 1

Física: conceitos iniciais


D entre as ciências que estudam a natureza, a Física é aquela que se ocupa
em estudar os fenômenos em que não ocorrem transformações na composi-
ção da matéria envolvida, e cujos fenômenos podem ser descritos segundo um modelo

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matemático.
Assim, são objetos de estudo da Física: a queda dos corpos, o movimento dos pla-
netas, a mudança de temperatura de um corpo, a imagem formada por uma lente, o
comportamento do som, o movimento das cargas elétricas e seus efeitos e outros tantos
acontecimentos naturais que observamos e que, não raro, encantam-nos, como a visão
de um arco-íris em um dia em que o Sol se mostra intenso após uma chuva. O conteúdo
que desenvolveremos corresponde aos descobrimentos que ocorreram fundamental-
mente a partir do século XV.
Por motivos puramente didáticos, divide-se o estudo da física em setores:
1. Mecânica – estuda como e por que os movimentos ocorrem.
2. Óptica – estuda o comportamento da luz.
3. Termologia – que estuda a energia envolvida nas mudanças de temperatura e de
estado de agregação da matéria e a relação entre trabalho mecânico e calor.
4. Ondulatória e Acústica – estuda o comportamento do som e sua propagação, bem
como os fenômenos ondulatórios.
5. Eletromagnetismo – estuda as cargas e suas características, os imãs e suas
inter-relações.
6. Física moderna – estuda os fenômenos mais recentes, como relatividade, radioativi-
dade, física quântica.

Grandezas físicas
Notação científica e unidades de medida
O grande aumento dos intercâmbios econômicos e culturais levou diversas socieda-
des a uma padronização universal das unidades de medida. A intenção era a de facilitar o
comércio e a comunicação científica. Assim, em 1792, surgiu o Sistema Métrico Decimal,

Física
produto da Revolução Francesa (o Brasil oficializou sua adesão a esse sistema em
1862). Posteriormente, na 11.ª Conferência Geral de Pesos e Medidas (em Paris, 1960),
o Sistema Métrico Decimal foi reformulado, dando origem ao Sistema Internacional de
Unidades (SI). Hoje, o SI é adotado oficialmente no Brasil e na maioria dos países.
Apesar de vantajosa, a universalização definitiva de um sistema de unidades é um
processo longo e demorado, às vezes por tradição ou pela grande disseminação de
outras unidades de medida em todos os ramos da atividade econômica.
O fato é que em qualquer ramo do conhecimento humano há a necessidade de se
quantificar os elementos estudados, e o ato de medir faz parte do nosso dia a dia.
Fica claro então que, em Física, a quantificação deve ser feita por meio de um padrão, Padrão: modelo
usado para obtenção de números que explicitem o que medimos. oficial de pesos e
medidas. Aquilo
De um modo geral, define-se grandeza como tudo aquilo que pode ser comparado que serve de base
com um padrão por meio de uma medição. ou norma para
a avaliação de
Uma quantidade padrão recebe o nome de unidade. A unidade é a quantidade arbi-
qualidade ou
trária que serve de comparação entre grandezas de mesma espécie. quantidade.
3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 1 Introdução ao estudo da Física

Notação científica Mas perceba que nem sempre a nota-


ção científica é a forma ideal de apresentar
Quando trabalhamos com grandezas um resultado. Por exemplo, para expres-
físicas, efetuando medidas, muitas vezes sar a velocidade de um carro de corrida,
chegamos a números muito pequenos ou é mais prático escrever 300 km/h do que
muito grandes. Dessa forma, a manipula- 3 · 102 km/h. Além da praticidade, a forma

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ção de números com grande quantidade 300 km/h nos dá uma ideia mais rápida do
de zeros se torna mais prática e fácil valor da velocidade do carro.
quando usamos a notação científica, na Observe:
qual se utilizam potências de dez.
Vamos colocar os números seguintes
Qualquer número real N pode ser ex- em forma de notação científica:
presso como o produto de um número (a)
compreendido entre 1 e 10 (incluindo o 1), I. 24 500
por uma potência de 10 adequada (10b): Por se tratar de um número maior
que 1, sabemos que a vírgula terá de se
N = a ∙ 10b Sendo 1 ≤ |a| < 10 deslocar para a esquerda. Ao contar o
número de casas que a vírgula se desloca
para garantir que se tenha a · 10b, com
Escrevendo números 1 ≤ a < 10, temos de deslocar a vírgula
em notação científica
quatro casas, a partir do último zero.
Caso 1: números maiores que 1
24 500 = 2,45 ∙ 104
200 = 2 ∙ 100 = 2 ∙ 10 2
II. 0,00000096
5 300 000 = 5,3 ∙ 106 Nesse caso, o número é menor que 1.
Sendo assim, a vírgula deverá se deslo-
Observe, que, nos dois casos, des-
car para a direita, e o expoente deverá ser
locamos a vírgula do último zero (onde
negativo. A contagem do número de casas
consideramos que ela esteja, já que o
deve ser feita a partir da primeira casa
número é inteiro) para a esquerda, até
subsequente àquela em que está situada
atingir o primeiro algarismo do número
a vírgula. Logo, sete casas. Assim, temos:
considerado. Para o caso do 200, con-
tam-se duas casas, correspondentes 0,00000096 = 9,6 · 10–7
ao expoente positivo da potência de 10.
Já no caso do 5 300 000, adotando-se a
mesma prática, a vírgula se desloca para a Ordem de grandeza
esquerda seis casas, até atingir o número 5. É muito comum, no mundo da ciên-
Observe mais uma vez que o número de cia, trabalhar com grandezas físicas sem
casas que a vírgula se deslocou é igual ao necessidade de saber seu valor exato. Em
expoente da potência de 10. casos assim é suficiente saber a potência
de base 10 que mais se aproxima do seu
Caso 2: números menores que 1 valor. Essa potência é denominada ordem
de grandeza do número que expressa sua
0,00000025 = 2,5 ∙ 10–7 medida, isto é, a ordem de grandeza de
0,0000061 = 6,1 ∙ 10–6 um número é a potência de base 10 mais
próxima desse número.
Vejamos agora como proceder com
os números menores que 1. Tomemos o Para determinar a ordem de grandeza
número 0,00000025. Nesse caso, desloca- de um número, primeiro representamos
mos a vírgula para a direita até o primeiro esse número em notação científica e
algarismo diferente de zero. Observe que o depois usamos a fronteira numérica de
número de casas (sete) de deslocamento 10 = 3,16.
da vírgula corresponde ao valor absoluto A essa altura, você deve estar pergun-
do expoente (que nesse caso é negativo) tando: por que o valor 3,16 foi adotado
da potência de 10. como referência?
4
Introdução ao estudo da Física ENSINO MÉDIO UNIDADE 1

O fato é que o ponto médio entre o Exemplos:


intervalo de duas potências consecutivas,
Qual é a ordem de grandeza das
por exemplo 100 e 101, é 100,5, pois:
0+1 seguintes medidas?
10 2 = 100,5
• 3 · 10–4 m = 3 < 3,16, logo, a ordem de
Assim:
grandeza é 10–4.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
100,5 = 10 = 3,16
• 4 · 106 m = 4 > 3,16, logo, a ordem de
Partindo da notação científica, a ∙ 10b,
procede-se assim: grandeza é 107.
a ≥ 3,16 → ordem de grandeza: 10b + 1 • 8 · 10–5 m = 8 > 3,16, logo, a ordem de
a < 3,16 → ordem de grandeza: 10b grandeza é 10–4.

Unidades de medida
O estudo da Mecânica é feito
tomando-se por base três gran-
dezas fundamentais: o comprimento, a
Quilômetro (km), 1 km
Hectômetro (hm), 1 hm
Decâmetro (dam), 1 dam
= 1 000 m
= 100 m
= 10 m
= 103 m
= 102 m
= 101 m
massa e o tempo, com suas respectivas Decímetro (dm), 1 dm = 0,1 m = 10–1 m
unidades de medida – as unidades de Centímetro (cm), 1 cm = 0,01 m = 10–2 m
base. Milímetro (mm), 1 mm = 0,001 m = 10–3 m
Existem também outras quatro gran- Outros prefixos multiplicadores utili-
dezas fundamentais: temperatura termo- zados:
dinâmica, quantidade de matéria, corrente
Prefixo Símbolo Fator
elétrica e intensidade luminosa.
Tera T 1012
As unidades de medida legais no
Giga G 109
Brasil, como já mencionamos, são as do
Sistema Internacional de Unidades – SI. Mega M 106
Micro µ 10–6

Medidas de Nano η 10–9

comprimento Pico p 10–12

Exemplos:
Na Física, o comprimento é a gran-

Física
deza que expressa a distância entre dois 1 megabyte = 106
pontos. 1 gigabyte = 109 Polegada
Há diferentes unidades de medidas 1 micrometro = 10–6
para medir o comprimento. Elas podem 1 nanômetro = 10–9
se basear em diferentes partes do corpo, 1 angström (Å) = 10–10 m
como passo, pés, polegadas etc.
Embora não façam parte do SI, são
Hoje em dia, o Sistema Internacional se
muito utilizadas as seguintes unidades de
baseia no comprimento do trajeto percor- Pé
comprimento:
rido pela luz no vácuo, durante o intervalo
1 1 milha marítima = 1 852 m
de tempo de de segundo. Jarda
299792458 1 polegada = 0,0254 m
No Sistema Internacional de Unidades, 1 pé = 12 polegadas = 0,3048 m
a unidade de medida de comprimento é o 1 jarda = 3 pés = 0,9144 m
metro (m). O metro possui múltiplos e sub- 1 angström = 10–10 m
múltiplos. Os principais são: 1 ano-luz = 9,46 ∙ 1015 m

5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 1 Introdução ao estudo da Física

Medidas de massa
O padrão de massa do SI é o quilograma (kg), estabelecido a partir da massa de
um cilindro de platina e irídio com 3,9 cm de diâmetro de base e 3,9 cm de altura. Esse
cilindro se encontra conservado no Bureau Internacional de Pesos e Medidas, em Sèvres,
na França.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Alguns submúltiplos do quilograma:
Hectograma (hg), 1 hg = 0,1 kg = 10–1 kg
Decagrama (dag), 1 dag = 0,01 kg = 10–2 kg
Grama (g), 1 g = 0,001 kg = 10–3 kg
Decigrama (dg), 1 dg = 0,0001 kg = 10–4 kg
Centigrama (cg), 1 cg = 0,00001 kg = 10–5 kg
Miligrama (mg), 1 mg = 0,000001 kg = 10–6 kg

Também utilizam-se unidades de massa que não fazem parte do SI:


1 tonelada (1t) = 1 000 kg
1 libra = 0,45 kg
Hoje, o segundo é definidos como a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação
correspondente à transição entre dois níveis hiperfinos do estado fundamental do
átomo de césio-133.

Medidas de tempo
Para medir o tempo, o ser humano há muito utiliza o movimento dos astros no céu. A
rotação da Terra em torno do próprio eixo determinou o dia – intervalo de tempo entre duas
passagens consecutivas do Sol pela mesma posição no céu, para um observador fixo na
Terra. Cada dia foi então dividido em horas (h), minutos (min) e segundos (s). O segundo
é a unidade de tempo do SI. Com base no movimento de translação da Terra ao redor do
Sol, determinou-se o ano, de modo que cada translação completa corresponde a um ano.
Assim, temos as seguintes relações entre as unidades de tempo:
1 min = 60 s
1 h = 60 min = 3 600 s
1 dia = 24 h = 1 440 min = 86 400 s
1 ano = 365 dias = 8 760 h = 5,256 ∙ 105 min = 3,1536 ∙ 107 s
Hoje, o segundo é definido como a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação
correspondente à transição entre dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo
de césio-133.

ANOTAÇÕES

6
Introdução ao estudo da Física ENSINO MÉDIO UNIDADE 1

Grandezas escalares e
vetoriais

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
À s vezes, uma grandeza física fica completamente determinada quando se
conhece sua intensidade. Não é necessária nenhuma outra informação comple-
mentar. Essas grandezas são denominadas grandezas escalares. Massa, temperatura,
pressão e volume constituem exemplos de grandezas escalares.
Outras vezes, há a necessidade de informações complementares para que uma
grandeza física fique totalmente determinada.
Suponha que um colega diga-lhe que vai efetuar um deslocamento de 2 m. Você
é capaz de dizer em que ponto ele estará após o deslocamento? Certamente não. Ele
poderá estar em qualquer ponto de uma circunferência de centro no ponto de partida
com raio igual a 2 m.
O deslocamento é uma grandeza física que não fica determinada somente com o
conhecimento de sua intensidade. É necessário que se diga também em que direção e
sentido se dará o deslocamento. Essas grandezas que, além da intensidade, incluem
orientação espacial são denominadas grandezas vetoriais. Deslocamento, velocidade,
aceleração e força constituem exemplos de grandezas vetoriais.

Vetor
A representação de uma grandeza vetorial é feita por um segmento orientado deno-
minado vetor ( ).
A direção de um vetor é dada pela inclinação dele.
Em uma direção, há dois sentidos possíveis – a seta define o sentido desejado.
O módulo ou intensidade do vetor é representado pela medida do segmento orien-
tado, obtida depois de se estabelecer uma escala.
Se tivermos de desenhar um vetor que represente um deslocamento de 10 m horizon-
tais para a direita, desenharemos um segmento na horizontal, orientado para a direita e

Física
com um comprimento que dependerá da escala escolhida. Se, por exemplo, adotarmos
uma escala em que cada centímetro no papel corresponda a 200 cm de deslocamento
(1:200), desenharemos um segmento orientado com 5 cm de comprimento. Pegue uma
régua e verifique no vetor a escala correspondente.

Direção Sentido

Módulo

Escala= 1:200

7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 1 Introdução ao estudo da Física

Operação com vetores – Soma Também é comum representar os módulos dos

vetorial vetores pela letra que os representa, sem a flecha


sobre ela. O módulo de d3 seria representado sim-
Algumas grandezas físicas são vetoriais e, por- plesmente por d3 e escreveríamos: d3 = d1 + d2.
tanto, ficam corretamente caracterizadas quando
A direção e o sentido do vetor soma são os mes-
usamos um vetor para descrevê-las.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Quando operamos as grandezas vetoriais, mos dos vetores somados.
estamos trabalhando com entes matemáticos geo- Se os vetores somados tiverem a mesma direção
métricos. Então, se tivermos um vetor a de módulo e o mesmo sentido, o módulo da soma será igual à
3 e um vetor b de módulo 4, não podemos dizer que soma dos módulos.
certamente a soma dos vetores a e b é um vetor c
de módulo 7. Caso 2
A soma de dois vetores é feita da mesma forma
O corpo sai de A, move-se 3 m na direção e no
que se faz para determinar a distância entre o ponto
de partida e o ponto de chegada de um corpo que sentido do eixo x da figura até um ponto C e, em
se movimentou por caminhos retos, mas não neces- seguida, move-se 4 m na mesma direção, porém em
sariamente sempre na mesma direção. sentido oposto ao anterior, até atingir o ponto B.
Vamos analisar os casos mais importantes. x
B A C

Caso 1
O corpo sai de A, move-se 3 m na direção e 3m
no sentido do eixo x da figura até um ponto C e,
4m
em seguida, move-se 4 m na mesma direção e no
1m
mesmo sentido anterior até atingir o ponto B.
x Concluímos que a distância do ponto A ao ponto
A C B B é 1 m.
Seguindo a terminologia usada no caso 1, pode-
3m 4m
mos novamente escrever que d3 = d1 + d2 e que,
7m nesse caso, por d1 e d2 terem mesma direção e senti-
O corpo deslocou-se 7 m. dos contrários, o módulo da soma é igual à diferença
dos módulos.
Concluímos que a distância do ponto A ao ponto
B é 7 m. Em símbolos: |d3 | = |d2 | – |d1 | ou, de outra
forma, d3 = d2 – d1 .
Se chamarmos o deslocamento AC de vetor d1
, o deslocamento CB de vetor d2 e o deslocamento Note que se deve fazer o maior módulo menos o
AB de vetor d3, podemos escrever que d3 = d1 + d2 e menor módulo.
que, nesse caso, por d1 e d2 terem a mesma dire-
d3
ção e o mesmo sentido, o módulo da soma é igual
A d1 C
à soma dos módulos.
B
Em símbolos: |d3 | = |d1 | + |d2 | d2

d3 = d1 + d2
A d1 C d2 B
|d1 | = 3 m ∴ |d2 | = 4 m

A B |d3 | = |d2 | – |d1 | ∴ |d3 | = 1 m


d3
A direção do vetor soma é a mesma da dos veto-
d3 = d1 + d2 res somados; o sentido do vetor soma é igual ao
sentido do vetor de maior módulo.
|d1 | = 3 m
Se os vetores somados tiverem a mesma direção e
|d2 | = 4 m
sentidos opostos, o módulo da soma será a diferença
|d3 | = |d2 | + |d1 | |d3 | = 7 m dos módulos.
8
Introdução ao estudo da Física ENSINO MÉDIO UNIDADE 1

Caso 3 Se os vetores somados tiverem dire-


ções perpendiculares entre si, o módulo
O corpo sai de A, move-se 3 m na dire-
da soma será a raiz quadrada da soma
ção e no sentido do eixo x da figura até um
ponto C e, em seguida, move-se 4 m na dos quadrados dos módulos (teorema de
direção e no sentido do eixo y até atingir Pitágoras).
o ponto B.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
d3 = d12 + d22
B
Casos específicos em que os vetores
y
somados não estão alinhados ou não for-
5m
mem ângulo de 90o serão estudados em
4m
época oportuna.
x No entanto, há uma regra que nos per-
C
3m mite visualizar essa soma graficamente e
A
que é uma generalização para os casos
Como temos um triângulo retângulo, estudados até aqui. A chamada regra
podemos utilizar Pitágoras: dos vetores consecutivos consiste em
( AB)2 = ( AC)2 + (BC)2 traçar os vetores na sequência (método
poligonal) unindo a origem de um com
( AB)2 = 32 + 42
a extremidade de outro. A resultante tem
( AB)2 = 25
origem na origem do primeiro vetor dessa
AB = 5 m cadeia e extremidade na extremidade do
Concluímos que a distância do ponto A último vetor.
ao ponto B é 5 m.
Seguindo a terminologia usada no
caso 1, podemos novamente escrever que
d3 = d1 + d2 e que, nesse caso, por d1 e d2
terem direções perpendiculares entre si, o
módulo da soma é igual à raiz quadrada da
soma dos quadrados dos módulos.
 2  2
Em símbolos: |d3 |= |dd11 |+2 +
d2|d2 |2
2 2
ou, de outra forma, d3 = d11 2++d2d2 2
B
d3 = d1 + d2

Física
Também vale mencionar que a sub-
|d1 | = 3 m tração de vetores é um caso particular da
soma de um vetor com seu vetor oposto.
|d2 | = 4 m d3

 2 
2
d2 Dois vetores são opostos se têm o mesmo
|d3 | = d1 + d2 comprimento (módulo) e mesmas dire-
|d3 | = 5 m A
a ções, mas sentidos opostos.
C
d1

Note que, nesse caso, tivemos de usar


os recursos da geometria plana: teorema
de Pitágoras.
A direção do vetor soma pode ser
dada por uma relação trigonométrica con-
veniente, como tg α = d2/d1, e o sentido é
de A para B.

9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 1 Introdução ao estudo da Física

LEITURA E TROCA DE IDEIAS

Aquarela energética
O petróleo do pré-sal está na moda. Virou um supercombustível que vai transformar o Brasil numa Arábia
Saudita dos trópicos e garantir saúde, paz e prosperidade. O que não se diz é que tirá-lo a 7 000 metros de pro-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
fundidade em pleno alto-mar, além de aumentar os riscos de um acidente, consolidará de vez a posição do país
entre os três maiores emissores atuais de gases que causam o efeito estufa. As cores que pintam o Brasil nesse
mapa servem de antídoto para essa monocromia do pré-sal.
O tom de azul que representa o potencial de geração dos ventos, as variações de laranja que marcam a
intensidade do sol e o verde que indica a abundância de biomassa contam como o Brasil, que anda tão fissurado
pelo petróleo, tem tudo para ser o primeiro país do mundo com uma matriz energética elétrica baseada em fontes
renováveis e limpas, garantindo a demanda futura de energia dos brasileiros sem contribuir para a crise do clima.
O mapa fotografa em detalhe este potencial nacional de geração renovável a partir das energias eólica,
biomassa, solar e de marés e ondas. E ele mostra coisas surpreendentes. A intensidade da energia solar no Brasil
é tanta, que uma área de 400 quilômetros quadrados – algo um pouco menor do que Curitiba – geraria energia
suficiente para suprir nosso atual consumo de eletricidade. E quanto à demanda futura, as renováveis também
não criariam problemas. Juntos, o potencial de geração eólica, de biomassa e de marés e ondas são cinco vezes
maior do que as nossas necessidades atuais e tem totais condições de cobrir as necessidades futuras.
Para o cenário aqui apresentado, levou-se em consideração a atual e a futura capacidade de geração de
energia elétrica por essas novas matrizes. Para a radiação solar, utilizamos sua média anual medida sobre plano
inclinado, que nos mostra o potencial a ser aproveitado nas placas solares fotovoltaicas. Todo o território nacional
possui bom potencial de produção de energia solar. As áreas com os melhores potenciais, entre 230 e 270 W/m2,
cobrem aproximadamente metade do país.
O potencial energético da queima da biomassa é de cerca de 13,5 GW. Atualmente, este potencial se con-
centra nos Estados da região Sudeste, mas por suas características, se distribui por todo o Brasil e é relevante
mesmo em pequena escala. Os dados apresentados foram distribuídos pelo território brasileiro a partir das infor-
mações compiladas pelo Cenbio (Centro Nacional de Referência em Biomassa), em nível municipal, para o Atlas
de Bioenergia do Brasil e abrangem as seguintes fontes: resíduos de agricultura, óleo de palma, biogás (produzido
de efluentes da criação de suínos), metano (proveniente de aterros sanitários e efluentes de esgotos), resíduos de
cana-de-açúcar e resíduos de silvicultura (plantio e manejo de árvores).
Quanto à energia eólica, estima-se que o Brasil poderia produzir até 143 GW, considerando torres de
50 metros de altura. Hoje, entretanto, já são utilizadas torres de 100 metros e, embora não existam números oficiais
para este modelo, estimativas indicam que o valor ultrapassará os 300 GW. As regiões mais agraciadas pela força
dos ventos se concentram no Nordeste e no Sul do país. Estas mesmas regiões oferecem grande potencial de
geração eólica offshore (no mar): juntas, representam 340 GW ainda inexplorados.
A mais incipiente de todas as fontes é a que provém de marés e ondas. Mesmo assim, seu potencial de
114 GW, distribuído em todo o litoral brasileiro, é equivalente a toda a quantidade de energia que o Brasil produz
hoje. Transformar o potencial brasileiro em uma indústria sólida de energias renováveis, gerando emprego e renda,
é um desafio que depende de visão estratégica, políticas públicas e investimentos. Com suas condições naturais,
o Brasil tem toda a chance de assumir o protagonismo da revolução energética mundial.
Disponível em: <http://www.greenpeace.org/brasil/Global/brasil/image/2012/Maio/Aquarela Energética.pdf>.
Acesso em: 30 set. 2014. (Adaptado).

• Você concorda com as ideias apresentadas no texto do Greenpeace?


Argumente-as. Faça pesquisa/debate e veja as vantagens e desvantagens de
algumas matrizes de energia no Brasil (petróleo, eólica, solar e biomassa).

10
Introdução ao estudo da Física ENSINO MÉDIO UNIDADE 1

ATIVIDADES
01. Coloque os números seguintes em forma de no- 04. Um comerciante verifica, uma balança, que 1 m
tação científica. de corda tem massa igual a 20 g. Quantos me-
a) 24 500 tros dessa mesma corda temos em um rolo cuja
b) 200 000 000 massa é igual a 20 kg?

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
c) 0,0016
d) 14 · 103
e) 69 · 10–5
f) 0,0234 · 102
g) 0,0000065 · 10–6

02. Para medir o perímetro de uma sala em forma


retangular, uma pessoa usa uma “trena” de 50 m
de comprimento. Mede a largura e encontra um
comprimento de 5,6 m. Depois, ao medir o com-
primento, encontra 690 cm. Qual é o perímetro
dessa sala, em mm?

05. (UFPR) Sobre grandezas físicas, unidades de


medida e suas conversões, considere as igual-
dades abaixo representadas.
I. 6 m2 = 60 000 cm2
II. 216 km/h = 60 m/s
III. 3 000 m3 = 30 litros
IV. 7 200 s = 2 h
V. 2,5 · 105 g = 250 kg

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as igualdades representadas em
03. Um livro possui 250 páginas. Ao medir-se a es- I, II e IV são verdadeiras.
pessura do livro, desconsiderando a capa e a b) Somente as igualdades representadas em

Física
contracapa, verificou-se uma medida de 4,0 cm. I, II, IV e V são verdadeiras.
Qual é a espessura de cada folha desse livro? c) Somente as igualdades representadas em
I, II, III e V são verdadeiras.
d) Somente as igualdades representadas em
IV e V são verdadeiras.
e) Somente as igualdades representadas em
III e IV são verdadeiras.

06. (Unesp) O intervalo de tempo de 2,4 minutos


equivale, no Sistema Internacional de Unidades
(SI), a:
a) 24 segundos.
b) 124 segundos.
c) 144 segundos.
d) 160 segundos.
e) 240 segundos.
11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 1 Introdução ao estudo da Física

07. (PUC-Rio) Uma caixa mede 1,5 cm x 40 m x 22 mm. 10. (Fatec) César Cielo se tornou o maior nadador
O seu volume é: brasileiro na história dos Jogos Olímpicos ao
a) 132,0 litros. conquistar a medalha de ouro na prova dos 50
b) 23,10 · 104 litros. m livres. Primeiro ouro da natação brasileira em
c) 1 320 · 10–2 litros. Jogos Olímpicos, Cielo quebrou o recorde olím-
d) 2 310 · 10–4 litros. pico com o tempo de 21s30’’, ficando a apenas

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
e) 132,0 · 10–2 litros. dois centésimos de segundo do recorde mun-
dial, que na época pertencia ao australiano
08. A idade das pessoas pode ser expressa em dias, Eamon Sullivan e valia:
mas pode também ser expressa em horas. Qual a) 19s28’’.
é a idade de uma pessoa de 18 anos, expressa b) 19s30’’.
em horas? (Considerar o ano com 365 dias.)
c) 21s10’’.
d) 21s28’’.
e) 21s32’’.

11. (UEL) A densidade média da Terra é de 5,5 g/cm3.


Em unidades do Sistema Internacional ela deve ser
expressa por:
a) 5,5.
b) 5,5 ∙ 102.
c) 5,5 ∙ 103.
d) 5,5 ∙ 104.
e) 5,5 ∙ 106.

12. (UFG)
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca
Vinicius de Moraes

09. (IFSC) Uma corrida de Fórmula 1 teve início às Supondo que o volume total de água nos
2h10min42s. Se o vencedor levou 3 830 s para ter- oceanos seja de cerca de 1 bilhão de quilôme-
minar a prova, a que horas ele terminou a corrida? tros cúbicos e que haja em média um peixe em
cada cubo de água de 100 m de aresta, o núme-
ro de beijos que o poeta beijoqueiro teria que dar
em sua namorada, para não faltar com a verdade,
seria da ordem de:
a) 1010.
b) 1012.
c) 1014.
d) 1016.
e) 1018.

13. (UFPE) Em um bairro com 2 500 casas, o consu-


mo médio diário de água por casa é de 1 000 litros.
Qual a ordem de grandeza do volume que a caixa
d’água do bairro deve ter, em m3, para abastecer
todas as casas por um dia, sem faltar água?
a) 103
b) 104
c) 105
d) 106
e) 107
12
Introdução ao estudo da Física ENSINO MÉDIO UNIDADE 1

14. (Cefet-CE) No painel de um carro, está indicado 17. Dois vetores são diretamente opostos quando
no velocímetro que ele já “rodou” 120 000 km. A apresentam o mesmo módulo, a mesma direção
alternativa que melhor indica a ordem de gran- e sentidos contrários. Quanto vale a soma veto-
deza do número de voltas efetuadas pela roda rial de dois vetores direta­mente opostos?
desse carro, sabendo que o diâmetro da mesma
vale 50 cm, é:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Adote p = 3. Despreze possíveis derrapagens e
frenagens.
a) 108.
b) 107.
c) 106.
d) 105.
e) 104.

15. (PUC-Rio) Os ponteiros de hora e minuto de


um relógio suíço têm, respectivamente, 1 cm e
2 cm. Supondo que cada ponteiro do relógio é
um vetor que sai do centro do relógio e aponta
na direção dos números na extremidade do re-
lógio, determine o vetor resultante da soma dos
dois vetores correspondentes aos ponteiros de
hora e minuto quando o relógio marca 6 horas.
a) O vetor tem módulo 1 cm e aponta na dire- 18. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
ção do número 12 do relógio. ( ) Dois vetores de mesma direção têm obri-
b) O vetor tem módulo 2 cm e aponta na dire- gatoriamente o mesmo sentido.
ção do número 12 do relógio. ( ) A soma vetorial depende apenas dos mó-
c) O vetor tem módulo 1 cm e aponta na dire- dulos dos vetores componentes.
ção do número 6 do relógio. ( ) Dois vetores de mesmo módulo, mesma di-
d) O vetor tem módulo 2 cm e aponta na dire- reção, porém de sentidos opostos, quando
ção do número 6 do relógio. somados, apre­sentam resultante nula.
e) O vetor tem módulo 1,5 cm e aponta na dire- ( ) A soma de dois vetores não nulos pode ser
ção do número 6 do relógio. nula.
16. Dois vetores têm módulos respectivamente 7 e ( ) A soma de três vetores não nulos pode ser
13 unidades. Entre que limites, dependendo do nula.
ângulo formado pelos dois vetores, pode variar a ( ) A soma de dois vetores dá resultante má-

Física
intensidade da soma vetorial? xima se eles possuírem mesma direção e
mesmo sentido.
( ) A cada sentido correspondem duas direções.
( ) A cada direção correspondem dois sentidos.

19. (UEPG) O estudo da física em duas e três di-


mensões requer o uso de uma ferramenta
matemática conveniente e poderosa conhecida
como vetor. Sobre os vetores, assinale o que for
correto.
01) A direção de um vetor é dada pelo ângulo
que ele forma com um eixo de referência
qualquer dado.
02) O comprimento do segmento de reta orienta-
do que representa o vetor é proporcional ao
seu módulo.
13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 1 Introdução ao estudo da Física

04) Dois vetores são iguais somente se seus b) Determine o módulo do deslocamento resul-
módulos correspondentes forem iguais. tante.
08) O módulo do vetor depende de sua direção
e nunca é negativo.
16) Suporte de um vetor é a reta sobre a qual ele
atua.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Soma ( )

20. Um barco atravessa um rio perpendicularmente


à correnteza. Sabendo que os módulos das ve-
locidades do barco e da correnteza do rio são,
respectivamente, vB = 4,0 m/s e vC = 3,0 m/s,
determine o módulo da velocidade resultante.

22. Um avião voa no sentido sul-norte com uma ve-


locidade de 900 km/h. Em determinado instante,
passa a soprar um vento forte com velocidade
de 50 km/h, no sentido leste-oeste.
a) Faça um esquema gráfico representando a
velocidade do avião e do vento.

21. Um móvel desloca-se 120 m no sentido leste-


-oeste e, em seguida, 50 m no sentido norte-sul.
a) Represente esquematicamente esses deslo-
camentos.

b) Determine o módulo da velocidade resultante.

14
Introdução ao estudo da Física ENSINO MÉDIO UNIDADE 1

23. Considere dois deslocamentos representados Em uma dessas partidas, a equipe de UFJF e
por vetores, um de módulo 3 m e outro de módu- SESI-SP realizaram o jogo em cinco sets. Na
lo 4 m. Mostre como os vetores deslocamentos tabela a seguir, é informada a duração de cada
podem ser combinados, de modo que o vetor
sets com sua pontuação.
deslocamento resultante tenha módulo (a) 7 m,
Através dessas informações, qual foi o tempo to-
(b) 1 m e (c) 5 m.
tal da partida?

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
SUPERLIGA MASCULINA 2013/2014 - 2013

UFJF x SESI-SP
Jogo: 9 Fase: Classificatória Categoria: Masculino
Local: UFJF Data: 21/09/2013 Hora: 18:00

ENCERRADO

SET 1º 2º 3º 4º 5º TOTAL
UFJ 2 19 28 16 21 10 094
SES 3 21 26 21 18 15 101
Duração: 0:26 0:36 0:22 0:27 0:22

Disponível em: <http://www.cbv.com.br/v1/superliga/estatisticas-ol.


asp?njogo=9>. Acesso em: 21 out. 2013.

a) 123 minutos
b) 2 horas e 3 minutos
c) 2,216 horas
d) 7 900 segundos
e) 1 hora e 33 minutos

26. (Enem) Na manipulação em escala nanométrica, os


átomos revelam características peculiares, podendo
apresentar tolerância à temperatura, reatividade quími-
ca, condutividade elétrica, ou mesmo exibir força de
intensidade extraordinária. Essas características ex-
24. (Fatec) Dados os vetores A, B e C, representa- plicam o interesse industrial pelos nanomateriais que
dos na figura em que cada quadrícula apresenta estão sendo muito pesquisados em diversas áreas,
lado correspondente a uma unidade de medida, desde o desenvolvimento de cosméticos, tintas e teci-
é correto afirmar que a resultante dos vetores dos, até o de terapias contra o câncer.
tem módulo: LACAVA, Z. G. M.; MORAIS, P. C. Nanobiotecnologia e saúde.
Disponível em: <http://www.consciencia.com>. (Adaptado).

A utilização de nanopartículas na indústria e na


medicina requer estudos mais detalhados, pois:

Física
a) as partículas, quanto menores, mais potentes
e radiativas se tornam.
b) as partículas podem ser manipuladas, mas
não caracterizadas com a atual tecnologia.
c) as propriedades biológicas das partí-
a) 1. culas somente podem ser testadas em
b) 2. micro-organismos.
c) 3.
d) as partículas podem atravessar poros e
d) 4.
canais celulares, o que poderia causar im-
e) 6.
pactos desconhecidos aos seres vivos e, até
25. A Superliga Brasileira de Voleibol Masculino de
mesmo, aos ecossistemas.
2013-2014 é organizada pela Confederação
Brasileira de Voleibol. Participam do torneio 12 e) o organismo humano apresenta imunidade
equipes provenientes de cinco estados brasilei- contra partículas tão pequenas, já que apre-
ros: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio sentam a mesma dimensão das bactérias
Grande do Sul e Paraná. (um bilionésimo de metro).
15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 1 Introdução ao estudo da Física

27. (Unicamp – 2013) A figura abaixo mostra a pre- a) 1 031 mm.


cipitação pluviométrica em milímetros por dia b) 498 mm.
(mm/dia) durante o último verão em Campinas. c) 615 mm.
Se a precipitação ultrapassar 30 mm/dia, há um d) 249 mm.
determinado risco de alagamentos na região. De
acordo com o gráfico, quantos dias Campinas 29. (FGV-SP – 2012) Analise as afirmações.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
teve este risco de alagamento? I. Massa, carga elétrica, temperatura e den-
sidade são algumas das várias grandezas
p
r
71.1
63.6
físicas escalares que dispensam as noções
e
c
56.1 de direção e sentido.
48.6
i
p 41.1 II. Campos gravitacional, elétrico e magnético
i 33.7
t 26.2 são grandezas vetoriais que caracterizam
a 18.7
ç 11.2 determinada propriedade física dos pontos
ã
o 3.7 de uma região.
22/12 03/01 15/01 27/01 08/02 20/02 03/03 15/03 III. O estudo das ondas em Física pode ser fei-
Dia
to dispensando a aplicação de grandezas
a) 2 dias. vetoriais.
b) 4 dias. É correto apenas o que se afirma em:
c) 6 dias. a) I.
d) 10 dias. b) II.
c) I e II.
28. (Unicamp – 2011) Para trocar os pneus de um d) I e III.
carro, é preciso ficar atento ao código de três e) II e III.
números que eles têm gravado na lateral. O
primeiro desses números fornece a largura (L) 30. (PUCPR – 2011) Para devolver um livro na bi-
do pneu, em milímetros. O segundo correspon- blioteca, um estudante descreve um caminho
de à razão entre a altura (H) e a largura (L) do conforme a figura abaixo.
pneu, multiplicada por 100. Já o terceiro indica
o diâmetro interno (A) do pneu, em polegadas.
A figura abaixo mostra um corte vertical de uma
roda, para que seja possível a identificação de
suas dimensões principais.

Com base na figura, é correto afirmar que:


a) o deslocamento na direção x é igual ao
deslocamento na direção y, e a distância
percorrida na direção x é diferente da distân-
cia percorrida na direção y.
b) o deslocamento na direção x é diferente do
Suponha que os pneus de um carro têm o có- deslocamento na direção y, e a distância
digo 195/60R15. Sabendo que uma polegada percorrida na direção x é igual à distância per-
corresponde a 25,4 mm, pode-se concluir que o corrida na direção y.
diâmetro externo (D) desses pneus mede: c) o deslocamento na direção x é igual ao
16
Introdução ao estudo da Física ENSINO MÉDIO UNIDADE 1

deslocamento na direção y, e a distância 34. (Fatec – 2010) Para se ter uma noção do univer-
percorrida na direção x é igual à distância so nanométrico, no qual a dimensão da física é
percorrida na direção y. representada pelo prefixo nano, 1 nm equivale aproxima-
damente ao comprimento de dez átomos enfileirados.
d) o deslocamento total é igual à distância total
Um nanotubo de carbono tem um diâmetro da ordem de
percorrida. 10 nm. A dimensão de uma molécula de DNA situa-se
e) o deslocamento na direção x é diferente do na escala de 100 nm e é pouco menor que a de um

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
deslocamento na direção y, e a distância vírus. As hemácias, que são as células vermelhas do
percorrida na direção x é diferente da distân- sangue, são da ordem de 10 micrômetros (10 mm) ou
cia percorrida na direção y. 10 000 nm. O diâmetro de um fio de cabelo pode medir
cerca de 100 000 nm.
31. (UEPG – 2011) O estudo da Física em duas e De acordo com o texto e com as medidas apro-
três dimensões requer o uso de uma ferramenta ximadas, é correto afirmar que:
matemática conveniente e poderosa, conhecida
a) um nanotubo de carbono é 100 mil vezes
como vetor. Sobre os vetores, assinale o que for
mais fino do que um fio de cabelo.
correto.
b) são necessários 100 mil átomos enfileirados
01) A direção de um vetor é dada pelo ângulo
para compor o diâmetro de um fio de cabelo.
que ele forma com um eixo de referência
qualquer dado. c) na escala mencionada no texto, um micrô-
metro (1 mm) equivale a 100 nanômetros
02) O comprimento do segmento de reta orienta-
do que representa o vetor é proporcional ao (100 nm).
seu módulo. d) as hemácias são, aproximadamente, 10 ve-
04) Dois vetores são iguais somente se seus zes maiores do que os vírus.
módulos correspondentes forem iguais. e) o diâmetro de um fio de cabelo tem aproxi-
08) O módulo do vetor depende de sua direção madamente 100 mm.
e nunca é negativo.
16) Suporte de um vetor é a reta sobre a qual ele 35. (UFPel)
atua. A água na atmosfera
Soma ( ) O calor proveniente do Sol por irradiação atinge o nos-
so planeta e evapora a água que sobe, por ser ela,
32. (Vunesp) O intervalo de tempo de 2,4 minutos
ao nível do mar, menos densa que o ar. Ao encontrar
equivale, no Sistema Internacional de Unidades regiões mais frias na atmosfera, o vapor se condensa,
(SI), a: formando pequenas gotículas de água que compõem,
a) 24 segundos. então, as nuvens, podendo, em parte, solidificar-se
b) 124 segundos. em diferentes tamanhos. Os ventos fortes facilitam
c) 144 segundos. o transporte do ar próximo ao chão – a temperatura,
em dias de verão, chega quase a 40 °C – para o topo
d) 160 segundos.
das nuvens, quando a temperatura alcança 70 °C. Há
e) 240 segundos.

Física
um consenso, entre pesquisadores, de que, devido à
colisão entre partículas de gelo, água e granizo, ocor-
33. (Fuvest) Em um prédio de 20 andares (além do re a eletrização da nuvem, sendo possível observar a
térreo), o elevador leva 36 segundos para ir do formação de dois centros: um de cargas positivas e
térreo ao 20.º andar. Uma pessoa no andar X outro de cargas negativas. Quando a concentração
chama o elevador, que está inicialmente no tér- de cargas nesses centros cresce muito, acontecem,
reo, e 39,6 segundos após a chamada a pessoa então, descargas entre regiões com cargas elétricas
atinge o andar térreo. Se não houve paradas opostas. Essas descargas elétricas – raios – podem
durar até 2 s, e sua tensão elétrica encontra-se entre
intermediárias, e os tempos de abertura e fecha-
100 milhões e 1 bilhão de volts, sendo a corrente da
mento da porta do elevador e de entrada e saída ordem de 30 mil ampères, podendo chegar a 300 mil
do passageiro são desprezíveis, podemos dizer ampères e a 30 000 °C de temperatura. A luz produzida
que o andar X é o: pelo raio chega quase instantaneamente, enquanto
a) 9. que o som, considerada sua velocidade de 300 m/s,
chega num tempo 1 milhão de vezes maior. Esse tro-
b) 11.
vão, no entanto, dificilmente será ouvido, se acontecer
c) 16. a uma distância superior a 35 km, já que tende a seguir
d) 18. em direção à camada de ar com menor temperatura.
e) 19. Física na Escola, v. 2, n. 1, 2001. (Adaptado).
17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 1 Introdução ao estudo da Física

No texto, muitas unidades da Física são aborda- 38. (Enem) João e Antônio utilizam os ônibus da
das, como unidades de Termologia, Mecânica, linha mencionada na questão anterior para ir tra-
Eletricidade e Ondas. balhar, no período considerado no gráfico, nas
Assinale a alternativa que contém, corretamente, seguintes condições:
apenas grandezas físicas escalares referidas no – trabalham vinte dias por mês;
texto. – João viaja sempre no horário em que o ôni-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) Temperatura, tempo, ddp, força elétrica e bus faz o trajeto no menor tempo;
velocidade. – Antônio viaja sempre no horário em que o
b) Temperatura, tempo, ddp, intensidade de ônibus faz o trajeto no maior tempo;
corrente elétrica e distância. – na volta do trabalho, ambos fazem o trajeto
c) Força elétrica, campo elétrico, velocidade, no mesmo tempo de percurso.
aceleração e deslocamento. Considerando-se a diferença de tempo de per-
d) Força elétrica, campo elétrico, potencial elé- curso, Antônio gasta, por mês, em média:
trico, aceleração e distância.
a) 5 horas a mais que João.
e) Tempo, potencial elétrico, período, frequên-
b) 10 horas a mais que João.
cia e deslocamento.
c) 20 horas a mais que João.
36. (Unesp – Adaptada) Desde 1960, o Sistema d) 40 horas a mais que João.
Internacional de Unidades (SI) adota uma úni- e) 60 horas a mais que João.
ca unidade para quantidade de calor, trabalho
e energia, e recomenda o abandono da antiga 39. (PUC-SP – 2010) O Solenoide de Múon Compacto
unidade ainda em uso. Assinale a alternativa em (do inglês CMS – Compact Muon Solenoid) é
que I indica a unidade adotada pelo SI e II, a uni- um dos detectores de partículas construídos no
dade a ser abandonada. Grande Colisor de Hádrons, que irá colidir feixes
a) I – joule (J); II – caloria (cal) de prótons no CERN, na Suíça. O CMS é um de-
b) I – caloria (cal); II – joule (J) tector de uso geral, capaz de estudar múltiplos
c) I – watt (W); II – quilocaloria (kcal) aspectos das colisões de prótons a 14 TeV, a
d) I – quilocaloria (kcal); II – watt (W) energia média do LHC. Contém sistemas para
e) I – pascal (Pa); II – quilocaloria (kcal) medir a energia e a quantidade de movimento
de fótons, elétrons, múons e outras partículas
37. (Enem) O tempo que um ônibus gasta para ir do
resultantes das colisões. A camada detectora
ponto inicial ao ponto final de uma linha varia,
durante o dia, conforme as condições do trân- interior é um semicondutor de silício. Ao seu re-
sito, demorando mais nos horários de maior dor, um calorímetro eletromagnético de cristais
movimento. A empresa que opera essa linha centelhadores é rodeado por um calorímetro
forneceu, no gráfico abaixo, o tempo médio de de amostragem de hádrons. O rastreador e o
duração da viagem conforme o horário de saída calorímetro são suficientemente compactados
do ponto inicial, no período da manhã. para que possam ficar entre o ímã solenoidal do
120
CMS, que gera um campo magnético de 4 tes-
110
las. No exterior do ímã situam-se os detectores
Tempo de percurso (minutos)

100
90
80
70 de múons.
60
50
40 Considerando que o campo magnético terres-
30
20
10
tre sobre a maior parte da América do Sul é da
0
ordem de 30 microtesla (0,3 gauss), o campo
10:00
10:10
10:20
10:30
10:40
10:50
11:00
6:00
6:10
6:20
6:30
6:40
6:50
7:00
7:10
7:20
7:30
7:40
7:50
8:00
8:10
8:20
8:30
8:40
8:50
9:00
9:10
9:20
9:30
9:40
9:50

Horário de saída magnético gerado pelo CMS é maior que o des-


sa região da Terra, aproximadamente:
De acordo com as informações do gráfico,
um passageiro que necessita chegar até às (Dado: 1 microtesla = 1μT = 10–6 T)
10h30min ao ponto final dessa linha, deve tomar a) 133 333 vezes.
o ônibus no ponto inicial, no máximo, até as:
b) 1 333 vezes.
a) 9h20min. d) 8h30min. c) 10 000 vezes.
b) 9h30min. e) 8h50min. d) 0,01 vezes.
c) 9h00min. e) 100 vezes.
18
Introdução ao estudo da Física ENSINO MÉDIO UNIDADE 1

40. Sobre grandezas físicas, unidades de medida e 41. (Udesc – 2011) Considere as seguintes pro-
suas conversões, considere as igualdades abai- posições sobre grandezas físicas escalares e
xo representadas. vetoriais.
I. 6 m2 = 60 000 cm2 I. A caracterização completa de uma grandeza
II. 216 km/h = 60 m/s escalar requer tão somente um número se-
III. 3 000 m3 = 30 litros guido de uma unidade de medida. Exemplos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
IV. 7 200 s = 2 h dessas grandezas são o peso e a massa.
V. 2,5 · 105 g = 250 kg II. O módulo, a direção e o sentido de uma
grandeza caracterizam-na como vetor.
Assinale a alternativa correta.
III. Exemplos de grandezas vetoriais são a força,
a) Somente as igualdades representadas em
o empuxo e a velocidade.
I, II e IV são verdadeiras.
b) Somente as igualdades representadas em IV. A única grandeza física que é escalar e veto-
I, II, IV e V são verdadeiras. rial ao mesmo tempo é a temperatura.
c) Somente as igualdades representadas em Assinale a alternativa correta.
I, II, III e V são verdadeiras. a) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
d) Somente as igualdades representadas em b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
IV e V são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
e) Somente as igualdades representadas em d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
III e IV são verdadeiras. e) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.

ANOTAÇÕES

Física

19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 1 Introdução ao estudo da Física

ANOTAÇÕES

PROIBIDA A REPRODUÇÃO

20
UNIDADE 2
CINEMÁTICA

í s i ca Mecânica: cinemática .............................................2

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Aceleração escalar média .....................................7
Como registrar um movimento? ..........................9

O estudo do movimento adquirido por um corpo


que cai nas proximidades da Terra, realizado por
Galileu Galilei no século XVI, foi um dos marcos
do surgimento de uma nova ciência, que se
transformou posteriormente na mãe de todas as
outras.

David Fowler/123RF
ENSINO MÉDIO UNIDADE 2 Cinemática

Mecânica: cinemática
COMPETÊNCIA HABILIDADE U ma das preocupações comuns a todas as civilizações da Antiguidade era a
de entender o comportamento dos astros no firmamento. Algumas civilizações

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
perceberam que esse movimento apresentava regularidades que podiam, por exemplo,
6 20
ser usadas para determinar as melhores datas de plantio e de colheita.
Em todas essas civilizações, a Terra sempre foi considerada um planeta estático, estando
o restante do Universo girando em torno dela. Essa certeza só foi fortemente abalada no fim
do século XVI e início do século XVII, com os trabalhos de Nicolau Copérnico (1473-1543),
Galileu Galilei (1564--1642) e Johannes Kepler (1571-1630). Esses estudiosos admitiam que
a Terra estava em movimento em torno do Sol, que, por sua vez, permanecia ocupando
sempre um mesmo ponto. Essa época é denominada Renascimento, momento em que
o homem voltou a observar a natureza com o intuito de entendê-la e dominá-la.
Foram de Galileu os primeiros trabalhos sistematizados a respeito do movimento
dos corpos. Galileu dedicou-se ao estudo da queda dos corpos, descrevendo-os, sem,
contudo, empenhar-se em conhecer as causas de tais movimentos.
A Mecânica é o ramo da Física que estuda os fenômenos relacionados com o mo-
vimento dos corpos. A parte da Mecânica que estuda os movimentos com a intenção única
de descrevê-los é a C
­ inemática.
NASA

Cena do vídeo no qual David Scott, comandante da Apollo 15, prepara-se


para deixar cair um martelo geológico de 1,32 kg e uma pena de falcão
de 0,03 kg na Lua. Os dois chegam juntos ao chão, conclusão que
Galileu Galilei inferiu séculos atrás.
SUSTERMANS, Giusto. Galileu Galilei. 1636. Óleo sobre tela. Museu
Marítimo Nacional, Greenwich, Londres, Inglaterra.
Físico, astrônomo, matemático e filósofo italiano, conhecido como o pai
da experimentação e considerado o precursor da revolução na Física a
partir do século XVII.

Movimento e repouso
Um corpo está em movimento quando se observa mudança de posição durante
um intervalo de tempo. Caso não ocorra mudança de posição, dizemos que está em
repouso.
O motorista de um automóvel que vai de Porto Alegre até São Paulo está em
movimento?
2
Cinemática ENSINO MÉDIO UNIDADE 2

A resposta a essa questão é de que o motorista 90 km (Curitiba – Paranaguá, por exemplo), o com-
não está em movimento, quando examinamos sua primento do automóvel é desprezível em relação à
posição em relação ao automóvel, pois ela não varia. distância, sendo, nesse caso, tratado como ponto
Porém, dizemos que o motorista está em movimento material.
quando examinamos sua posição em relação à
estrada, pois esta varia.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Concluímos, portanto, que a noção de movi-
mento depende do corpo que tomamos como
referência. Da mesma forma, dizemos que a noção
de repouso depende do corpo que tomamos como
referência.

O movimento e o repouso dependem do corpo


tomado como referência.

Trajetória Cinemática escalar


A trajetória de um corpo é a linha determinada As grandezas físicas envolvidas no estudo
durante um movimento pelas sucessivas posições dos movimentos são, em sua maioria, grandezas
assumidas por ele. vetoriais. Porém, em determinadas circunstâncias,
Por exemplo, um patinador, deslocando-se pode-se dar um tratamento escalar a grande-
sempre à mesma velocidade, lança uma bola ver- zas que são vetoriais. Chamamos de cinemática
ticalmente para cima, apanhando-a um pouco escalar a parte da mecânica que estuda os movi-
adiante. A trajetória da bola é um arco de parábola, mentos que acontecem em trajetórias previamente
para um observador que esteja sentado, assistindo conhecidas.
à apresentação do patinador. Mas, para o patinador, Veja o exemplo: o formato da trajetória de um
a trajetória da bola é uma reta vertical, porque a bola automóvel que irá movimentar-se em uma estrada
sobe e desce, caindo sempre em sua mão. será o do traçado da estrada, ou seja, a trajetória é
conhecida antes mesmo de o movimento acontecer.
Isso já não se aplica ao movimento de um avião,
cuja trajetória é perfeitamente conhecida após o
movimento.
Poderemos dar um tratamento escalar ao movi-
mento do automóvel, mas não ao movimento do
avião.

Física
Espaço ou abscissa
A trajetória descrita por um corpo depende do Podemos observar que as casas têm um número.
corpo tomado como referencial. E em viagem observamos também que, de tempos
em tempos, surgem placas nas margens das estra-
Ponto material das contendo um número e, ao lado dele, o símbolo
“km”. Esses números servem para localização.
Define-se ponto material como um objeto cujas
Portanto, se quisermos localizar algo em uma
dimensões não são importantes no estudo do
linha conhecida, basta um número. Esse número será
movimento.
sempre acompanhado de uma unidade de medida e
Exemplo: se um automóvel de aproximada-
denominado, na cinemática escalar, espaço ou abs-
mente 4 m de comprimento procura uma vaga de
cissa do ponto.
estacionamento em uma quadra, ele não pode ser
considerado um ponto material, pois as dimensões Espaço ou abscissa de um ponto de uma
tanto do carro como da vaga são necessárias. linha é um número real, acompanhado da uni-
Se esse mesmo automóvel viajar de uma dade que localiza o ponto naquela linha.
cidade a outra, com distância aproximada de
3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 2 Cinemática

Determinação dos espaços A tabela abaixo indica os espaços

em uma trajetória assumidos por um ponto material que se


movimenta sobre uma trajetória nos ins-
Os espaços dos pontos de uma trajetó- tantes indicados.
ria são determinados da seguinte maneira:
x (m) t (s)
1. Associa-se arbitrariamente à trajetó-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ria um sentido de crescimento dos 5 0
espaços. 15 2
25 4
10 6
Sentido positivo
da orientação da 5m 10 m 15 m 25 m
trajetória.
t=0 t = 6 s t = 2 s t = 4 s

2. Adota-se arbitrariamente um ponto da O deslocamento escalar do ponto ma-


trajetória para ser a origem dos espa- terial entre os instantes t = 0 e t = 2 s é:
ços onde será associado o zero.
Dx = x2 – x0 → Dx = 15 – 5 = 10 m
0
5m 15 m

Sentido positivo t=0 t = 2 s


da orientação da
trajetória.
Dx = x2 – x0
3. Adota-se arbitrariamente uma unidade
de medida de comprimento (metro, O deslocamento escalar do ponto ma-
por exemplo) que será usada para as
terial entre os instantes t = 4 s e t = 6 s é:
medições que definirão os espaços de
todos os outros pontos da trajetória. Dx = x6 – x4 → D = 10 – 25 = –15 m
10 m 25 m
4. Mede-se, sobre a trajetória, a distância
entre a origem dos espaços e o ponto t = 6 s t = 4 s
considerado. Associa-se o sinal (+) ou
o sinal (–) conforme o ponto esteja “do Dx = x6 – x4
lado positivo” ou “do lado negativo” da
trajetória.
É importante perceber que o
8 deslocamento escalar não indica
–10 0 x(m)
necessariamente a distância percorrida
10 m B Sentido positivo pelo ponto material durante o intervalo
A
P da orientação da
8m trajetória. de tempo considerado. Um possível
movimento de vai e vem não seria conta-
Escrevemos xA = –10 m, xP = 0, xB = 8 m. bilizado por esse cálculo, que só leva em
conta a posição inicial e a posição final do

Deslocamento escalar ponto material.

O deslocamento escalar de um ponto


material entre dois instantes é definido
Velocidade escalar
como a diferença entre os espaços asso- A velocidade é uma grandeza física
ciados aos instantes inicial e final do conhecida: muitas pessoas já usaram o
intervalo de tempo estudado. termo velocidade para indicar a rapidez de
Em símbolos: algum evento, não necessariamente a de
Dx = x – xo um corpo em movimento.
Dx = deslocamento Na cinemática escalar, quando usamos
x = espaço (posição) final o termo velocidade, estamos indicando a
xo = espaço (posição) inicial rapidez com que um ponto material modi-
fica sua posição durante um movimento.
4
Cinemática ENSINO MÉDIO UNIDADE 2

A velocidade é uma grandeza vetorial, dizemos que a velocidade escalar média


porém, por conhecermos previamente a de um corpo durante um intervalo de
trajetória, daremos a ela um tratamento tempo foi de 60 km/h, não podemos garan-
escalar. tir que em todos os instantes do intervalo
Se o movimento estiver ocorrendo no de tempo a velocidade foi de 60 km/h.
sentido da orientação positiva da trajetória,
Definição: vm = Dx

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
diremos que a velocidade escalar é posi- Dt
tiva. Se o movimento estiver ocorrendo no
sentido oposto ao da orientação positiva Em que Dx é o deslocamento escalar e
da trajetória, diremos que a velocidade Dt é o intervalo de tempo.
escalar é negativa. No Sistema Internacional de Unidades,
a unidade de velocidade é m/s ou m · s–1.
Movimento a favor
da trajetória No Brasil, adota-se como unidade de
v>0 medida de velocidade o km/h.
(movimento progressivo)
Quando é necessária a mudança de
Movimento contra
a trajetória
unidades de um sistema por outro, ou
v<0 seja, da unidade km/h para a unidade
(movimento retrógrado) m/s e vice-versa, procedemos da seguinte
forma:
Velocidade escalar instantânea km/h
÷ 3,6

· 3,6
m/s
Quando lemos a indicação de um
1 m/s = 3,6 km/h
velocímetro, estamos lendo o módulo, ou
seja, a intensidade da velocidade esca- Veja:
lar instantânea. Se o velocímetro indicar 01. Um estudante em viagem por uma es-
80 km/h, devemos entender que, se a trada pedagiada observa atentamente
velocidade se mantiver, o carro percorrerá os escritos nos recibos que obtém em
80 km em 1 hora. Portanto, é a rapidez com cada pedágio. No primeiro pedágio,
que o móvel desloca-se naquele instante. lê: horário: 11h00; localização: quilôme-
Ingimages
tro 30. No segundo pedágio, lê: horá-
rio: 11h30; localização: quilômetro 70.
Calcule a velocidade escalar média,
em km/h e em m/s, do automóvel no
trecho entre os dois pedágios.

Instante (h) Espaço (km)

Física
11 30
11,5 70

vm = Dx → vm = x – x0
Dt t – t0

vm = 70 – 30 → vm = 40
O velocímetro de um carro mostra a velocidade escalar instantânea.
11,5 – 11 0,5
Velocidade escalar média vm = 80 km/h
A velocidade escalar média, ao con-
Em m/s, basta dividir o valor em km/h
trário da velocidade escalar instantânea,
por 3,6, logo:
não indica a rapidez com que o móvel
vm = 80 ÷ 3,6 → 22,2 m/s
se movimenta. Simplesmente relaciona o
deslocamento escalar com o intervalo de 02. A distância entre duas cidades foi per-
tempo necessário para que ele ocorra. corrida por um automóvel em duas
Velocidade escalar média não se lê em etapas. No primeiro trecho, a veloci-
nenhum aparelho de medição. Quando dade escalar foi constante e igual a
5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 2 Cinemática

40 km/h. No segundo trecho, a ve- A velocidade escalar média procurada é:


vm = Dx em que Dx = Dx1 + Dx2 e
locidade escalar foi 80 km/h. Entre o
primeiro e o segundo trecho, houve Dt
Dt = Dt1 + Dt2 + Dt3
uma parada de meia hora. Sabendo-se
ainda que a duração do primeiro trecho Calculemos:
foi de uma hora e a do segundo foi de
Dx1 = v1 · Dt1 → Dx1 = 40 · 1 = 40 km

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
uma hora, determine a velocidade es-
calar média para o movimento entre as Dx2 = v2 · Dt2 → Dx2 = 80 · 1 = 80 km
duas cidades, em km/h e em m/s. 40 + 80 = 120
Então, vm =
Dx1 Dx2 1 + 1 + 0,5 2,5
vm = 48 km/h
v1 = 40 km/h v2 = 80 km/h
Dt1 = 1 h Dt2 = 1 h
Em m/s, basta dividir o valor em km/h
por 3,6, então:
Dt3 = 0,5 h
vm = 48 ÷ 3,6 → vm = 13,3 m/s

LEITURA
Rafał Olechowski/123RF
Como funciona o GPS?
Esse eficiente sistema de localização funciona com uma
rede de satélites com órbitas previsíveis. Como o aparelhinho
receptor, aquele que você carrega aqui na Terra, sabe exatamente
onde estão os tais satélites, ele apenas calcula a distância entre
você e esses veículos espaciais. O Sistema de Posicionamento
Global – GPS, na sigla em inglês – é tão eficiente que virou febre:
só em 2003, a venda de receptores movimentou 15 bilhões de
dólares. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos criou
e vem mantendo o sistema desde 1978. A coisa está tão con-
centrada na mão dos americanos que, se eles quiserem, podem
deixar o resto do mundo sem o sinal que os satélites mandam
para os receptores. E o tiro não sairia pela culatra: o Exército ian-
que tem um GPS particular, que funciona com um sinal secreto,
só recebido por aparelhos especiais. Essa distinção entre tecno-
logia civil e militar começou em 1989.
O governo dos Estados Unidos decidiu que o sistema civil receberia um sinal “piorado”, com uma margem
de erro na localização de cerca de 100 metros, enquanto o militar ficaria com um sinal dez vezes mais preciso.
Mas essa história teve um episódio patético. A primeira vez que o GPS entrou em ação num campo de batalha foi
na Guerra do Golfo (1990-1991), ajudando a guiar soldados no deserto. O problema é que o Exército americano
tinha poucos receptores de GPS do tipo militar e, para equipar suas tropas, precisou comprar milhares de apare-
lhos civis. Resultado: o Departamento de Defesa liberou o sinal mais preciso a todos os receptores civis para não
prejudicar seus soldados.
Após a guerra, porém, voltaram as restrições, que só terminaram em 2000, quando o governo americano,
enfim, liberou o sinal preciso para todos. “Os militares já tinham desenvolvido outro GPS exclusivo, o Y-Code. Então
não tinha mais por que limitar o GPS civil”, diz o cartógrafo Peter Dana, da Universidade do Texas, nos Estados
Unidos. Hoje, receptores convencionais têm uma margem de erro de cerca de 10 metros, contra 3 dos Y-Code.
Órbitas entrosadas
Satélites trabalham em equipe para fornecer sua localização em qualquer ponto da Terra
1. Para entender o GPS é preciso relembrar as aulas de geometria. Se você for informado de que está a 556 qui-
lômetros de uma cidade A, só esse dado não dá a sua localização precisa, pois você pode estar em qualquer
ponto que demarca o círculo 1, no mapa ao lado. É necessário ter a distância em relação a mais dois pontos
(cidades B e C) para definir sua posição exata, pois aí sim o trio de círculos se encontra em um só lugar.
2. Com o GPS é basicamente a mesma coisa, só que num esquema tridimensional. O aparelho receptor que
está com você aqui na Terra calcula a sua distância para algum satélite que integra o sistema GPS. Mas, como
vimos no item anterior, só com essa informação ele entende que você pode estar em qualquer ponto que
demarca a esfera tridimensional 1.
6
Cinemática ENSINO MÉDIO UNIDADE 2

3. O receptor precisa então saber sua distância em relação a pelo menos mais dois satélites. Com as três dis-
tâncias, o aparelho imagina três esferas e... bingo: elas se juntam em só dois pontos; no item 1 foi um único
ponto, pois demos o exemplo de um mapa bidimensional. Como um desses dois pontos fica sempre no
espaço, e não na Terra, ele é descartado. Sobra, então, a sua localização exata no planeta.
4. E como o aparelho receptor sabe a distância de cada satélite? Isso funciona assim: em horários específicos,
cada satélite do GPS manda um sinal codificado para o receptor na Terra, que está programado para fazer o
mesmo sinal sozinho, na exata hora do satélite. De acordo com o intervalo de tempo entre a emissão do seu

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
próprio sinal e a chegada do sinal do espaço, o receptor calcula a distância que está do satélite.
VERSIGNASS, Alexandre. Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-funciona-o-gps>. Acesso em: 30 set. 2014.

Aceleração escalar média


Se observarmos o movimento dos corpos que nos cercam, notaremos que, em
muitos casos, a velocidade deles é variável. Quando uma pedra cai, podemos
perceber que sua velocidade aumenta com o tempo. Quando essa mesma pedra é lan-
çada verticalmente para cima, verificamos que a velocidade diminui até parar. Considere
um automóvel, cujo velocímetro esteja indicando, em um instante, uma velocidade de
40 km/h. Se, 1 s após, a indicação passar para 45 km/h, podemos dizer que a velocidade
do carro variou 5 km/h em 1s.
Tais observações fazem que haja necessidade de criar uma grandeza física que seja
capaz de mostrar as diferentes maneiras de aumentar ou de diminuir a velocidade.
Essa grandeza é a aceleração escalar média.
O conceito de aceleração está relacionado com uma variação do vetor velocidade
em um intervalo de tempo decorrido. Existe uma diferença entre velocidade e aceleração:
velocidade está relacionada com a variação do espaço de um corpo (móvel); já acelera-
ção está relacionada às mudanças no vetor velocidade desse corpo (móvel).
variação da velocidade Dv
am = =
intervalo de tempo decorrido Dt
Onde: am = aceleração média
Dv = v – vo
Dt = t – to
Dv m/s m 1
= am == ∙ = m/s2
Dt s s s

Física

A unidade de aceleração no SI é o m/s2 ou m . s–2.
Observe:
Um automóvel atinge a velocidade de 108 km/h, a partir do repouso, em apenas
10 segundos. Determine a aceleração escalar média do veículo nesse intervalo de
tempo.

Instante (s) Velocidade (m/s)


0 0
10 30

Lembre-se de que: 108 km/h ÷ 3,6 = 30 m/s


Dv → a = 30 – 0
A aceleração média é: am =
Dt m
10 – 0
am = 3 m/s2

7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 2 Cinemática

Acelerado ou retardado
Um móvel que se movimenta cada vez mais rapidamente está acelerado. Um móvel
que se movimenta cada vez mais lentamente está retardado. Se conhecermos as velo-
cidades escalares do móvel no início e no fim do intervalo de tempo, saberemos se está
acelerado ou retardado. Basta comparar os módulos dessas velocidades.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Se o módulo da
velocidade escalar aumenta
ß
acelerado
Se o módulo da
velocidade escalar diminui
ß
retardado

Observe a tabela a seguir.

Velocidade Velocidade Sinal da Sinais das


Tipo de
Movimento escalar escalar aceleração velocidades e da
movimento
inicial (m/s) final (m/s) escalar aceleração

I 10 30 Acelerado Positivo Iguais

II 30 10 Retardado Negativo Diferentes

III –10 –30 Acelerado Negativo Iguais

IV –30 –10 Retardado Positivo Diferentes

A coluna denominada “tipo de movimento” foi preenchida pela comparação dos


módulos das velocidades escalares.
O sinal da aceleração escalar é igual ao sinal da variação de velocidade escalar
Dv = v – vo. Foi dessa maneira que se preencheu a coluna denominada “sinal da acele-
ração escalar”.
Observe que o sinal da aceleração escalar não define o tipo de movimento, pois este
pode ser acelerado ou retardado com a aceleração escalar positiva (movimentos I e IV)
ou com aceleração escalar negativa (movimentos II e III).
Da tabela, pode-se concluir que o movimento ace- v>0 a > 0 → acelerado
lerado é aquele em que os sinais das velocidades e da mov. progressivo a < 0 → retardado
aceleração são iguais, e que o movimento retardado é
v<0 a > 0 → retardado
aquele em que os sinais das velocidades e da acelera- mov. retrógrado a < 0 → acelerado
ção são diferentes.
Acelerado a > 0 → acelerado
v>0
ß
velocidade e aceleração
v<0
com mesmo sinal a < 0 → acelerado
Retardado
v>0
ß a < 0 → retardado
velocidade e aceleração
com sinais diferentes
a > 0 → retardado
v<0

8
Cinemática ENSINO MÉDIO UNIDADE 2

Como registrar um
movimento?

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Tabelas 2. associamos ao eixo vertical a grande-
za espaço, velocidade ou aceleração,
O registro das características de um conforme o caso;
movimento pode ser feito por meio de 3. associamos ao eixo horizontal o tempo
tabelas que mostrem as diversas posi- (grandeza independente);
ções do corpo ou as diversas velocidades 4. colocamos no plano cartesiano os
em cada instante. A tabela apresentada a pontos correspondentes aos pares or-
seguir mostra as posições de um automóvel denados de valores conhecidos;
em uma estrada, nos respectivos instantes.
5. traçamos uma curva que passe por es-
Espaços medidos Instantes medidos ses pontos conhecidos.
em quilômetros em horas
Veja:
20 0
Construa o gráfico dos espaços em
100 1h00 função do tempo correspondente ao movi-
150 1h30 mento registrado na tabela a seguir.
250 2h45 Espaços em metros Instantes em segundos
300 3h10 2 0
Observe que, consultando a tabela, 3 1
podemos responder a perguntas do tipo: 6 2
• em que instante o corpo esteve no quilô- 11 3
metro 250?
x (m)
• em que quilômetro da estrada o móvel
12
estava no instante 1h30? 11
• qual foi a velocidade média entre os 10
9
instantes 1h00 e 2h45? 8
No entanto, não sabemos responder 7
6
perguntas sobre posições ou instantes
5
que não estão na tabela. Você arriscaria 4
dizer a posição do automóvel no instante 3
1h40? Portanto, essa forma de registrar os 2

Física
1
movimentos tem suas limitações.
0 1 2 3 t (s)
Passos 1, 2, 3 e 4

Gráficos x (m)
12
O gráfico é uma maneira de registrar o
11
movimento para que tenhamos uma noção 10
geral do comportamento do movimento, 9
inclusive nos instantes entre aqueles 8
dos quais foram tomados os valores de 7
6
espaço, velocidade ou aceleração.
5
Para construir um gráfico: 4
3
1. tomamos dois eixos perpendiculares
2
entre si; 1

0 1 2 3 t (s)
Passo 5
9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 2 Cinemática

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ATIVIDADES
01. (PUC Minas) Um estudante, observando seus co-
legas assentados em seus lugares e recordando
seus conceitos de movimento, julga corretamen-
te que:
a) como não há repouso absoluto, nenhum de
nós está em repouso em relação a nenhum 03. (PUC-Rio) Um pacote do correio é deixado
referencial. cair de um avião que voa horizontalmente com
b) a velocidade de todos os estudantes que eu velocidade constante. Podemos afirmar que
consigo enxergar agora assentados em seus (desprezando a resistência do ar):
lugares é nula para qualquer observador. a) um observador no avião e um observador
c) mesmo para o professor, que não para de em repouso no solo veem apenas o movi-
andar, seria possível achar um referencial em mento vertical do objeto.
que ele estivesse em repouso.
b) um observador no avião e um observador
d) eu estou em repouso em relação aos meus em repouso no solo veem apenas o movi-
colegas, mas todos nós estamos em movi- mento horizontal do objeto.
mento em relação à Terra.
c) um observador no solo vê apenas um mo-
02. (UFRJ) Heloísa, sentada na poltrona de um ôni- vimento vertical do objeto, enquanto um
bus, afirma que o passageiro sentado à sua observador no avião vê o movimento horizontal
frente não se move, ou seja, está em repouso. e vertical.
Ao mesmo tempo, Abelardo, sentado à margem d) um observador no solo vê apenas um mo-
da rodovia, vê o ônibus passar e afirma que o vimento horizontal do objeto, enquanto um
referido passageiro está em movimento. observador no avião vê apenas um movimen-
to vertical.
e) um observador no solo vê um movimento
horizontal e vertical do objeto, enquanto um
observador no avião vê apenas um movi-
mento vertical.
De acordo com os conceitos de movimento e 04. (PUC Minas) Você e um amigo resolvem ir ao úl-
repouso usados em Mecânica, explique de que timo andar de um edifício. Vocês partem juntos
maneira devemos interpretar as afirmações de do primeiro andar. Entretanto, você vai pelas es-
Heloísa e Abelardo para dizer que ambas estão cadas e seu amigo, pelo elevador. Depois de se
corretas. encontrarem na porta do elevador, descem jun-
tos pelo elevador até o primeiro andar. É correto
afirmar que:
a) o seu deslocamento foi maior que o de seu
amigo.
b) o deslocamento foi igual para você e seu
amigo.
10
Cinemática ENSINO MÉDIO UNIDADE 2

c) o deslocamento de seu amigo foi maior que Analise as afirmações seguintes, sobre o mo-
o seu. vimento realizado pelo ônibus.
d) a distância que seu amigo percorreu foi I. O deslocamento foi de 3 m.
maior que a sua. II. O movimento foi acelerado.
III. A velocidade média foi de 3 m/s.
05. (UEL) Sabe-se que o cabelo de uma pessoa
IV. A distância efetivamente percorrida foi de 3 m.
cresce em média 3 cm a cada dois meses.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Suponha que o cabelo não seja cortado e nem Com base somente nas informações dadas, é
caia, o comprimento total, após terem se passa- possível assegurar o contido em:
do 10 anos, será: a) I e III, apenas.
a) 800 mm. b) I e IV, apenas.
b) 1 200 mm. c) II e IV, apenas.
c) 1 000 mm. d) I, II e III, apenas.
d) 1 800 mm. e) II, III e IV, apenas.
e) 150 mm.
08. (Fatec) Numa viagem de carro de São Paulo a
06. Um veículo faz uma viagem de 120 km entre duas Santos, percurso de aproximadamente 60 km,
cidades e gasta, para isso, 2 horas. Sabendo um motorista é informado pelo rádio que o tem-
que na rodovia usada para a viagem o limite má- po médio de viagem é estimado em 45 minutos.
ximo de velocidade permitida é de 110 km/h, é Considerando que ele chegue a Santos no
possível afirmar que, nesse caso, o condutor do tempo previsto, a velocidade média desenvolvi-
veículo não cometeu infração por excesso de ve- da deverá ser, aproximadamente, em km/h, de:
locidade? Justifique sua resposta. a) 90.
b) 80.
c) 70.
d) 60.
e) 50.

09. (UFRJ) João fez uma pequena viagem de carro


de sua casa, que fica no centro da cidade A, até
a casa de seu amigo Pedro, que mora bem na
entrada da cidade B. Para sair de sua cidade e
entrar na rodovia que conduz à cidade em que
07. (UFSCar) Os dois registros fotográficos apre- Pedro mora, João percorreu uma distância de
sentados foram obtidos com uma máquina 10 km em meia hora. Na rodovia, ele manteve
fotográfica de repetição montada sobre um tripé, uma velocidade escalar constante até chegar à
capaz de disparar o obturador, tracionar o rolo casa de Pedro. No total, João percorreu 330 km

Física
de filme para uma nova exposição e disparar e gastou quatro horas e meia.
novamente, em intervalos de tempo de 1 s entre
uma fotografia e outra.
A placa do ponto de ônibus e o hidrante estão
distantes 3 m um do outro.

a) Calcule a velocidade escalar média do carro


de João no percurso dentro da cidade A.

11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 2 Cinemática

b) Calcule a velocidade escalar constante do c) 9,5.


carro na rodovia. d) 12,2.
e) 15,5.

12. (Ufla) Uma pessoa tem um compromisso inadi-


ável num local distante 16  km de sua casa.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Normalmente, esse percurso é realizado por um
veículo em 20 minutos. Para cumprir esse com-
promisso chegando no horário marcado, essa
pessoa deixa sua casa 42 minutos antes da hora
10. (Enem) No mundial de 2007, o americano Bernard prevista para o início. Ao longo do trajeto, um
Lagat, usando pela primeira vez uma sapatilha 34% congestionamento nos últimos 6,4 km faz com
mais leve do que a média, conquistou o ouro na cor- que a sua velocidade no trânsito diminua para
rida de 1 500 metros com um tempo de 3,58 minutos. 16 km/h.
No ano anterior, em 2006, ele havia ganhado medalha Essa pessoa chegará ao local com:
de ouro com um tempo de 3,65 minutos nos mesmos
a) 6 minutos de antecedência.
1 500 metros.
b) 30 minutos de atraso.
Veja, São Paulo, ago. 2008. (Adaptado).
c) 12 minutos de antecedência.
Sendo assim, a velocidade média do atleta au-
d) 12 minutos de atraso.
mentou em aproximadamente:
a) 1,05%. 13. (UTFPR) A ponte Rio-Niterói tem uma extensão
b) 2,00%. de 14 km. Considerando que um carro consi-
c) 4,11%. ga atravessá-la com uma velocidade média de
d) 4,19%. 72 km/h, gastará para isso um intervalo de tempo
em minutos igual a:
e) 7,00%.
a) 9,2.
11. (Etec – 2010) O edifício Taipei 101 é um ícone de b) 11,7.
Taiwan e combina tradição e modernidade. c) 12,6.
Suas características de segurança permitem- d) 14,1.
-lhe suportar tufões e terremotos, que são fre- e) 15,2.
quentes nessa região. O edifício possui 61
14. (UFPA) Uma criança, brincando com um cami-
elevadores, sendo dois de ultravelocidade.
nhãozinho, carregando uma garrafa com água,
que pinga constantemente, molha o chão da
(http://maisprojeto.files.wordpress.com. Acesso em : 17.04.2010.)

casa com pingos espaçados, como se obser-


va na ilustração a seguir. Considerando-se essa
situação, você poderá concluir que, no trecho
percorrido, o movimento do caminhão foi:

a) uniforme durante todo o trecho.


b) acelerado e depois retardado.
c) retardado e depois acelerado.
d) acelerado e depois uniforme.
e) retardado e depois uniforme.

15. (Unemat) Um automóvel está em movimento


Sabendo que um desses elevadores de ul- uniformemente variado com aceleração escalar
travelocidade sobe, do térreo até o 89.º andar igual a –5 m/s2, e sua velocidade escalar varia no
percorrendo 380 metros em 40 segundos, con- tempo, de acordo com a tabela abaixo.
clui-se que a sua velocidade média vale, em m/s:
T(s) 0 1 2 3 4 5 6
a) 4,7.
V(m/s) 10 5 0 –5 –10 –15 –20
b) 7,2.
12
Cinemática ENSINO MÉDIO UNIDADE 2

Analise as afirmativas abaixo. 18. (Unicamp – 2011) O radar é um dos dispositivos


I. A velocidade escalar inicial do automóvel é mais usados para coibir o excesso de veloci-
10 m/s. dade nas vias de trânsito. O seu princípio de
funcionamento é baseado no efeito Doppler das
II. No instante de 2 s, o automóvel para e come-
ondas eletromagnéticas refletidas pelo carro em
ça a mudar o sentido do seu movimento.
movimento. Considere que a velocidade medida
III. No intervalo de tempo entre 0 a 2 s, o movi-
por um radar foi vm=72 km/h para um carro que

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
mento do automóvel é retardado e progressivo. se aproximava do aparelho.
IV. No intervalo de tempo entre 2 e 6 s, o movi-
Quando um carro não se move diretamen-
mento do automóvel é acelerado e retrógrado.
te na direção do radar, é preciso fazer uma
Assinale a alternativa correta. correção da velocidade medida pelo aparelho
a) Somente I e III são verdadeiras. (vm) para obter a velocidade real do veículo (Vr).
b) II e IV são falsas. Essa correção pode ser calculada a partir da
c) I, II, III e IV são verdadeiras. fórmula Vm=Vr ∙ cos ∙ (a), em que a é o ângulo
d) Somente I é verdadeira. formado entre a direção de tráfego da rua e o
segmento de reta que liga o radar ao ponto da
e) III e IV são falsas.
via que ele mira. Suponha que o radar tenha sido
16. (Enem – 2012) Uma empresa de transporte instalado a uma distância de 50 m do centro da
precisa efetuar a entrega de uma encomenda faixa na qual o carro trafegava, e tenha detecta-
o mais breve possível. Para tanto, a equipe de do a velocidade do carro quando este estava a
logística analisa o trajeto desde a empresa até 130 m de distância, como mostra a figura abaixo.
o local da entrega. Ela verifica que o trajeto
apresenta dois trechos de distâncias diferentes
e velocidades máximas permitidas diferen- Carro

tes. No primeiro trecho, a velocidade máxima


permitida é de 80 km/h e a distância a ser per-
corrida é de 80 km. No segundo trecho, cujo
comprimento vale 60 km, a velocidade máxima
permitida é 120 km/h.
Rua
Supondo que as condições de trânsito sejam 130 m

favoráveis para que o veículo da empresa ande


continuamente na velocidade máxima permitida,
qual será o tempo necessário, em horas, para a
realização da entrega?
Radar 50 m
a) 0,7
b) 1,4
c) 1,5 Se o radar detectou que o carro trafegava a
72 km/h, sua velocidade real era igual a:
d) 2,0

Física
e) 3,0 a) 66,5 km/h.

17. (Unicamp – 2013) Para fins de registros de recor- b) 78 km/h.


des mundiais, nas provas de 100 metros rasos c) 36 3 km/h.
não são consideradas as marcas em competi- 144
ções em que houver vento favorável (mesmo d) km/h.
3
sentido do corredor) com velocidade superior
a 2 m/s. Sabe-se que, com vento favorável de 19. (Fatec – 2013) Esportes de aventura têm cada
2 m/s, o tempo necessário para a conclusão da vez mais se popularizado e profissionais desse
prova é reduzido em 0,1 s. Se um velocista rea- ramo, ao mesmo tempo em que atuam como
liza a prova em 10 s sem vento, qual seria sua guias turísticos, fazem um trabalho de cons-
velocidade se o vento fosse favorável com velo- cientização ambiental. Um desses esportes é o
cidade de 2 m/s? rafting, que consiste basicamente em um grupo
a) 8,0 m/s de pessoas descer uma corredeira dentro de
b) 9,9 m/s um bote inflável. Certa vez, a guia Camile, trei-
c) 10,1 m/s nando para um rali de aventura, pediu ao seu
d) 12,0 m/s amigo Matteo que medisse a velocidade média
13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 2 Cinemática

do bote utilizado por ela em um certo trecho do 22. (Mackenzie – 2013) Duas partículas P e Q des-
rio. Matteo, como bom estudante de Física, ob- locam-se com velocidades escalares constantes
servou que a trajetória do bote era paralela às nas trajetórias retilíneas AB e CD, perpendicula-
margens, e que sua velocidade de descida em res entre si. A partícula P, na trajetória AB, tem
relação às margens era de 8 m/s. Supondo que velocidade de 1 080 km/h, e a Q, na trajetória CD,
essa situação não sofresse alteração e conside- tem velocidade 1 440 km/h.
rando a velocidade constante em todo o trecho

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
B
do rali com extensão de 36 km, Camile e seu gru-
po percorreriam, descendo o rio, o trajeto em,
aproximadamente:
a) 1h15 min.
b) 2h25 min.
C Q D
c) 4h35 min.
O
d) 5h45 min.
e) 6h55 min.
P
20. (Fatec – 2012) Isabela combinou de se encontrar
A
com seu primo Matteo no ponto de ônibus. Ela
mora a 1 km do ponto, e ele a 2,5 km do mesmo Após 1,0 · 10–4 s do instante em que essas partícu-
ponto de ônibus, conforme figura a seguir. las se cruzarem em O, a distância entre elas é de:
a) 3,0 cm.
Ponto de ônibus
Matteo Isabela b) 4,0 cm.
c) 4,5 cm.
d) 5,0 cm.
e) 5,5 cm.
2,5 km 1 km
23. (Mackenzie) Um avião, após deslocar-se 120 km
para nordeste (NE), desloca-se 160 km para su-
Figura fora de escala

Matteo ligou para Isabela e avisou que sairia deste (SE). Sendo um quarto de hora, o tempo
de casa às 12h40 min. Para chegar ao local mar- total dessa viagem, o módulo da velocidade ve-
cado no mesmo horário que seu primo, Isabela torial média do avião, nesse tempo, foi de:
deve sair de sua casa aproximadamente às:
a) 320 km/h.
a) 13h00min.
b) 480 km/h.
b) 13h05min.
c) 540 km/h.
c) 13h10min.
d) 640 km/h.
d) 13h15min.
e) 800 km/h.
e) 13h25min.
Observação: considere que ambos cami- 24.
(Mackenzie) Nos Jogos Olímpicos de Los
nhem com a mesma velocidade em módulo de Angeles, em 1984, o atleta brasileiro, meio-
3,6 km/h. -fundista, Joaquim Cruz venceu a prova final dos
800,00 m e estabeleceu, para a época, novo recor-
21. (FGV-SP – 2013) Um avião decola de um aero- de olímpico, completando a prova em 1,717 min.
porto e voa 100 km durante 18 min no sentido Considerando que o atleta percorreu o espaço fi-
leste; a seguir, seu piloto aponta para o norte e nal da prova, correspondente a 25% do espaço
voa mais 400 km durante 1 h; por fim, aponta total, em 0,417 min, sua velocidade escalar mé-
para o oeste e voa os últimos 50 km, sempre em dia na parte anterior foi, aproximadamente:
linha reta, em 12 min, até pousar no aeroporto a) 9,0 m/s.
de destino. O módulo de sua velocidade vetorial
b) 7,7 m/s.
média nesse percurso todo terá sido, em km/h,
c) 6,7 m/s.
de aproximadamente:
a) 200. d) 4,7 m/s.
b) 230. e) 2,6 m/s.
c) 270. 25. (PUC-SP – 2012) Uma senhora sai de casa para
d) 300. fazer uma caminhada num circuito retangular
e) 400. cujos lados possuem 300 m e 400 m.
14
Cinemática ENSINO MÉDIO UNIDADE 2

Ela inicia a caminhada por uma das entradas do circuito que corresponde ao vértice do circuito.
Após completar 10,5 voltas, podemos dizer que a distância percorrida e o módulo do deslocamento
vetorial foram, respectivamente:
a) 14 700 m e 700 m.
b) 7 350 m e 700 m.
c) 700 m e 14 700 m.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
d) 700 m e 7 350 m.
e) 14 700 m e 500 m.

26. (UFPR – 2013) No gráfico a seguir cada ponto indica o módulo da velocidade instantânea de um atleta
medida ao final de cada quilômetro percorrido em uma maratona de 10 km. Com base nas informações
contidas nesse gráfico e considerando que o atleta partiu do repouso, analise as seguintes afirmativas.

25
20
15
v (km/h)

10
5
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
d (km)

I . O movimento do atleta é uniformemente acelerado nos primeiros 3 km.


II. Entre os quilômetros 4 e 5, o atleta pode ter se deslocado com velocidade constante.
III. As informações são insuficientes para calcular o tempo que o atleta levou para percorrer os 10 km.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa I é verdadeira.
b) Somente a afirmativa II é verdadeira.
c) Somente a afirmativa III é verdadeira.
d) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Experimento de Galileu Galilei (referente à página 2)
Primeira observação Segunda observação

Física
Uma folha de caderno e o próprio caderno. Solte Agora, amasse a folha (bem amassada) e solte
a folha e o caderno de uma altura ao mesmo tempo. os dois da mesma altura e ao mesmo tempo. Observe
Perceba que o caderno cai antes da folha. que os dois caem simultaneamente juntos ao solo.
Ingimages

Ingimages
Ingimages

Ingimages

Na primeira observação verificamos que a resistência do ar influencia na queda, e na segunda observa-


ção é retirada a resistência do ar (quase desprezível). Apenas com esse simples experimento, podemos
comprovar o experimento de David Scott na Lua (lembrando que na Lua não há resistência do ar, mas
existe sim aceleração da gravidade).

15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 2 Cinemática

LEITURA

Como funcionam os radares de trânsito?


O “radar” usado nas cidades (conhecido também como “pardal”) não é, na verdade, um radar, mas um sensor localizado no chão
trabalhando em conjunto com uma câmera digital e um flash.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Trata-se de uma bobina enterrada debaixo do asfalto, exatamente nas faixas em que passam os carros. A bobina é dupla e detecta a
presença de um material ferromagnético, ou seja, um veículo. A distância entre as bobinas dividida pelo tempo de passagem do carro entre
elas aponta a velocidade do veículo. Se esta for superior à velocidade registrada na memória do computador, o flash dispara e uma foto da
placa do carro é tirada.
O resto você já sabe: a foto segue para o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), que envia a multa para o motorista infrator. O
valor da multa é dividido entre a empresa responsável pelo sensor e o Detran, sendo que a maior parte vai para a primeira para estimulá-la a
manter o mecanismo ligado e afinado, isto é, em boas condições de funcionamento.
Existe também o radar portátil. Este, sim, é um radar de verdade, que mede a velocidade dos veículos por meio de um fenômeno físico
natural chamado de efeito Doppler. O físico austríaco Christian Doppler (1803-1853) descreveu esse efeito, em que o comprimento de onda
observado é maior ou menor conforme sua fonte se afaste ou se aproxime do observador.
Podemos perceber isso no nosso cotidiano: quando estamos parados ao lado de uma estrada e passa uma ambulância com a sirene
ligada, notamos que enquanto ela se aproxima de nós o som é mais agudo (a frequência é maior) e enquanto ela se afasta o som é mais
grave (a frequência é menor).
O modelo matemático baseado nessa constatação é usado no radar: este envia um sinal de rádio na direção do veículo e depois capta
a reflexão (nesse veículo) do sinal, que retorna ao aparelho com uma frequência diferente, proporcional à velocidade do carro. Um sistema
eletrônico no radar mede essa frequência e calcula, com base no valor obtido, a velocidade do veículo.

WERNECK, Marcelo Martins. Como funcionam os radares de trânsito? 1 mar. 2009. Disponível em: <http://www.cienciahoje.org.br/revista/materia/id/321/n/
como_funcionam_os_radares_de_transito>. Acesso em: 17 out. 2017.

ANOTAÇÕES

16
UNIDADE 3
CINEMÁTICA: TIPOS

ca
DE MOVIMENTO
F í s i

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Movimento uniforme .............................................2
Movimento uniformemente variado ..................9
Introdução à cinemática vetorial ...................... 18
Composição do movimento .............................. 18
Aceleração de um corpo em movimento livre .. 23
Queda livre e lançamento vertical ................... 24
Lançamentos parabólicos .................................. 31
Movimento circular uniforme ........................... 37
Relações entre as grandezas do MCU ............. 40
Velocidade vetorial ............................................. 44
Aceleração tangencial (at) ................................. 45
Aceleração centrípetra (ac) ................................ 46

O mais belo e simples dos movimentos: o


movimento uniforme. As variações de velocidade
em ritmo constante compõem o movimento
uniformemente variado. À velocidade e à
aceleração associam-se a direção e o sentido
nos movimentos em trajetórias não previamente
conhecidas.
E do pensamento antigo vem a concepção
do círculo como forma geométrica “perfeita” e o
movimento circular uniforme como um movimento
“divino”.
Sam D’Cruz/123RF
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

Movimento uniforme

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
COMPETÊNCIA HABILIDADE

6 20
U m movimento que apresente a
velocidade escalar constante é
denominado movimento uniforme (MU).
v=
Dx → Dx = v ∙ Dt → x – x = v(t – t )
Dt
→ x = x0 + v(t – t0)
0 0

O movimento dos ponteiros de um É comum fazer t0 = 0, logo:


relógio é um movimento uniforme, o desli- x = x0 + v · t
zamento de um corpo sobre uma superfície
Em que:
perfeitamente lisa é um movimento uni-
x0 = espaço quando t = 0 (inicial)
forme, o movimento de um satélite em
v = velocidade escalar
órbita circular em torno da Terra é um movi-
mento uniforme. x = espaço no instante t (final)

A circunstância de termos a velocidade Observe:


escalar constante acarreta de imediato Um ponto material executa um mo-
duas conclusões: a aceleração escalar é vimento uniforme com velocidade
nula e a velocidade escalar média para escalar de 5 m/s. No instante t = 0,
qualquer intervalo de tempo do movimento ocupa a posição de espaço x = 10 m.
apresenta valor igual ao da velocidade Determine:
instantânea. a) a função horária dos espaços;

Movimento uniforme x = x0 + v ∙ t → x = 10 + 5 · t
a=0 b) o espaço no instante t = 5 s;
vm = vo x = 10 + 5(5) → x = 35 m
c) o instante em que o ponto material
Observação: corpos que realizam passa pelo espaço x = 25 m.
movimento retilíneo uniforme não apresen-
(25) = 10 + 5t → 25 – 10 = 5t →
tam aceleração escalar nem aceleração
centrípeta. → 15 = 5 ∙ t → t = 3 s

Função horária dos Gráficos do movimento


espaços uniforme
A função horária dos espaços é uma Gráfico das velocidades
relação matemática que permite determinar O fato de a velocidade escalar ser
a posição do corpo em um dado instante constante torna o gráfico das velocida-
ou permite determinar o instante em que des em função do tempo sempre uma reta
o corpo ocupou certa posição. A função paralela ao eixo dos tempos. Essa reta
horária dos espaços também é chamada poderá estar acima ou abaixo do eixo dos
de equação horária dos espaços. tempos, conforme a velocidade escalar for
No movimento uniforme, a velocidade positiva ou negativa. Observe também a
escalar instantânea é igual à velocida- classificação do movimento em relação à
de escalar média. Portanto: velocidade.

2
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

v v

v>0
v
(Movimento progressivo) t

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
v<0
v
t (Movimento retrógrado)
+
+

Movimento no sentido da orientação da trajetória Movimento no sentido oposto ao da orientação da trajetória

Gráfico dos espaços a) Qual é a função horária do movi-


mento?
O gráfico dos espaços no movimento x = x0 + v ∙ t → x = 4 + 2 · t
uniforme é uma reta inclinada em relação
b) Construa uma tabela em que cons-
ao eixo dos tempos. Se o movimento for no
tem as posições do móvel nos
sentido da orientação da trajetória, essa reta
instantes 0 s, 2 s, 4 s e 6 s.
será voltada “para cima”; se o movimento
for no sentido oposto ao da orientação da t (s) x (m) Observe que
trajetória, a reta será voltada “para baixo”. 0 4 para cada
x 2 8 valor de t,
4 12 utilizando-se
6 16 da equação
v>0 c) Coloque esses pontos no gráfico do item (a),
(Movimento progressivo)
espaço x tempo e construa a linha tem-se um
correspondente. valor para x.

x (m)
t

+
16

Movimento no sentido da orientação da trajetória


12

Física
x

v<0 4
(Movimento retrógrado)

0 1 2 4 6 t (s)
02. Dois pontos materiais estão em uma
t
mesma reta movimentando-se com
+ velocidade de módulos 4 m/s e 7 m/s.
A distância entre eles é de 33 m, em
Movimento no sentido oposto ao da orientação da trajetória um dado instante t = 0.

Veja: 0 33

01. Um móvel realiza um movimento uni- x (m)


forme com velocidade escalar de | VA | = 7 m/s | VB | = 4 m/s
2 m/s. No instante t = 0, ocupava a
posição x = 4 m. t=0
3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

a) Supondo que os móveis se movimentem no


0 300 x1 = x2
sentido da orientação da trajetória:
1 1
• calcule o instante e a posição do encontro; 2 2
x (m)
• construa o gráfico s x t. Início da ultrapassagem Fim da ultrapassagem
0 33
Orientando a trajetória para a direita e esco-
lhendo um ponto em cada trem, escrevemos a função

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
x (m)
VA = 7 m/s VB = 4 m/s horária:
xA = 7 ∙ t x1 = 20 t e x2 = 300 + 10 ∙ t
x = x0 + v ∙ t →
xB = 33 + 4 ∙ t
Determine:
No instante do encontro, xA = xB a) a duração da ultrapassagem;
7t = 33 + 4t → 7t – 4t = 33 \ t = 11 s No fim da ultrapassagem, x1 = x2 e t = tu
20tu = 300 + 10tu → 20tu – 10tu = 300
O encontro se dá na posição: 10tu = 300 \ tu = 30 s
xC = xA(11) = xB(11) → xC – 7 ∙ (11) \ xC = 77 m b) o deslocamento do trem 1, durante a
x (m) A
ultrapassagem;
xC = 77 m
B
Dx1 = v1 ∙ tu → Dx1 = 20 ∙ 30 \ Dx1 = 600 m
c) o deslocamento do trem 2, durante a
33 ultrapassagem.
Dx2 = v2 ∙ tu → Dx2 = 10 ∙ 30 \ Dx2 = 300 m
t (s)
0 tC = 11 s Comentário
• Em movimentos uniformes, pode-se simplificar a
b) Supondo que os móveis se movimentem um ao
solução aplicando a expressão:
encontro do outro:
L + L2
• calcule o instante e a posição do encontro; Dtu = 1 , em que:
v1 + v2
• construa o gráfico s x t.
L1 e L2 são os comprimentos dos trens;
0 33
v1 e v2 são as velocidades escalares.
x (m) • A diferença v1 – v2 é denominada velocidade re-
VA = 7 m/s VB = –4 m/s lativa do corpo 1 em relação ao corpo 2.
xA = 7 ∙ t
x = x0 + v ∙ t →
xB = 33 – 4 ∙ t Propriedades dos gráficos da
velocidade e do espaço
No instante do encontro, xA = xB No gráfico das velocidades, pode-se calcular o
7t = 33 – 4t → 7t + 4t = 33 → 11t \ t = 3 s deslocamento escalar em certo intervalo de tempo
por meio da determinação de uma área conforme a
O encontro se dá na posição:
apresentada na figura abaixo.
xC = xA(3) = xB(3) ® xC = 7 ∙ (3) \ xC = 21 m
Gráfico 1
x (m) A
V
33

xC = 21 m

V
t (s)
0 tc = 3 s
A

03. Dois trens de comprimentos L1 = 100 m e L2= 200


m viajam sobre trilhos paralelos, no mesmo senti- t
t1 t2
do, com velocidades v1 = 20 m/s e v2 = 10 m/s. O
trem 1 ultrapassa o trem 2. Dx A (numericamente)
4
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

Gráfico 2 Procedimento:
V
1. A = 60 ∙ 3 → A = 180
60 A
2. Dx = +180 unidades
km
t1 t2 3. Dx = +180∙ min 3
h

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
t
km
Dx = +180 ∙ min
A 60min
Dx = 3 km
V
Apesar de essa propriedade ter sido deduzida
para o movimento uniforme, ela é uma proprie-
Dx – A (numericamente) dade de caráter geral, ou seja, pode ser aplicada
Dedução a qualquer tipo de movimento.
O quadrilátero definido pela linha do gráfico 1,
linhas chamadas de t1 e t2 e pelo eixo dos tempos t, No gráfico dos espaços, pode-se calcular a
tem lados de medidas v e Dt. velocidade escalar pelo cálculo da tangente da incli-
nação da reta do diagrama.
Gráfico 1
V A
x
x
Dt
Dx
Quando calculamos a área A, fazemos A = v ∙ Dt.
Como v ∙ Dt é o deslocamento Dx, concluímos: x0 a
Dx A
Quando a área estiver abaixo do eixo dos t, o 0 t t
deslocamento escalar será negativo, por isso:
Dx –A
v = Dx tga
O procedimento para o cálculo do deslocamento Dt
é o seguinte: Gráfico 2
1. calcula-se a área do retângulo definido pelas li- x
x0
nhas de chamada dos tempos;
2. associa-se ao valor encontrado o sinal (+) ou o Dx
sinal (–) conforme a área esteja acima ou abaixo
a
dos eixos dos tempos; x
3. determina-se a unidade do deslocamento fazen-

Física
0 t t
do o produto das unidades dos eixos vertical e
horizontal.
v = Dx – tga
Veja a seguir: Dt
Calcule o deslocamento realizado pelo móvel Dedução
entre os instantes t = 1 min e t = 4 min, a partir do No gráfico 1, destacamos dois pontos quais-
gráfico das velocidades dado abaixo. quer da linha. Destacamos também o triângulo ABC,
v (km/h)
retângulo em C. Da trigonometria, temos:
x B
xB

60

A a
xA
C

tA tB t

0 1 2 3 4 t (min) 5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

tga = BC , mas BC Dx e AC Dt, então:


AC
tga Dx → v tga
Dt

No gráfico 2, escrevemos v @ –tga, pois o deslocamento é negativo.


O procedimento é o seguinte:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
1. Calcula-se a tangente do menor ângulo entre a reta e o eixo dos tempos;
2. Associa-se ao valor encontrado o sinal (+) ou o sinal (–), conforme a reta do gráfico
seja “para cima” ou “para baixo”;
3. Determina-se a unidade da velocidade escalar fazendo a divisão da unidade do eixo
vertical pela unidade do eixo horizontal.

Veja a seguir:
Calcule a velocidade escalar do móvel cujo movimento está registrado no diagrama
posição (x) tempo (t) abaixo.
Procedimento:
x (m) 1. Do triângulo ABC, calculamos
B
10

a
tga = BC → tga = 4 = 4
6
A AC 1
C
2. v = +4 unidades (reta para cima)
2
3. v = +4 m/s
t (s)
0 1 2 v = 4 m/s

ATIVIDADES

01. Qual é a aceleração de um móvel em MU? 03. (IFSC – 2010) O gráfico abaixo representa a va-
Justifique. riação da velocidade em função do tempo de
uma partícula em movimento uniformemente
variado.
v(m/s)

70,0

20,0

5,0 10,0 t(s)


02. Se você abandonar, do repouso, a caneta que
está em sua mão, ela cairá no chão. Tal movi- Em relação à área abaixo da reta do gráfico, é
mento é um MU? Justifique. correto afirmar que ela representa a:
a) aceleração média.

b) velocidade média.
c) variação da velocidade.
d) distância percorrida pela partícula.
e) velocidade instantânea.
04. Dois móveis, A e B, obedecem às funções ho-
rárias seguintes, com unidades do Sistema
Internacional:
SA = 90 – 2t; SB = 4t
6
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

Podemos afirmar que o encontro dos móveis se c) Além do desenvolvimento científico, cite
dá em que instante? Em que posição? outros dois interesses que as nações envolvi-
das nesse consórcio teriam nas experiências
realizadas no LHC.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
06. O movimento de um corpo ocorre sobre o eixo x,
de acordo com o gráfico abaixo, em que as dis-
tâncias são dadas em metros e o tempo é dado
em segundos.
A partir do gráfico, determine:
05. (Fuvest – 2010) Um consórcio internacional, que a) a distância percorrida em 1 s entre os instan-
reúne dezenas de países, milhares de cientistas tes t1 = 0,5 s e t2 = 1,5 s;
e emprega bilhões de dólares, é responsável
b) a velocidade média do corpo entre t1 = 0 s e
pelo Large Hadrons Colider (LHC), um túnel
t2 = 2,0 s;
circular subterrâneo, de alto vácuo, com 27 km
de extensão, no qual eletromagnetos aceleram x (m)
40
partículas, como prótons e antiprótons, até que
alcancem 11 000 voltas por segundo para, então, 30
colidirem entre si. As experiências realizadas no
20
LHC investigam componentes elementares da
matéria e reproduzem condições de energia que 10
teriam existido por ocasião do Big Bang. t (s)
0
a) Calcule a velocidade do próton, em km/s, re- 0,5 1,0 1,5 2,0
lativamente ao solo, no instante da colisão.
07. (PUC-Rio – 2010) O tempo entre observarmos
um raio e escutarmos o som emitido por ele
pode ser utilizado para determinar a distância
entre o observador e a posição onde “caiu” o
raio. Se levarmos 3 s para escutar o relâmpa-
go é correto afirmar que o raio caiu a quantos
metros? (Considere a velocidade do som no ar
como 340 m/s.)
a) 340 m
b) 680 m
c) 1 020 m

Física
b) Calcule o percentual dessa velocidade em d) 1 360 m
relação à velocidade da luz, considerada, e) 1 700 m
para esse cálculo, igual a 300 000 km/s.
08. A velocidade de um ponto material em movimen-
to sobre uma trajetória retilínea, no decorrer do
tempo, é a indicada no gráfico abaixo.

v (m/s)

20

10

0 4 8 t (s)

Determine a velocidade escalar média do ponto


material no intervalo de tempo de 0 s a 8 s.
7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

a) a função horária do movimento é S = 40 + 4t.


b) o móvel tem velocidade nula em t = 20 s.
c) o móvel passa pela origem em 20 s.
d) a velocidade é constante e vale 4 m/s.
e) o móvel inverte o sentido do movimento no
instante t = 10 s.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
12. (Uerj – 2010) Dois automóveis, M e N, inicialmen-
09. (Enem) O gráfico a seguir modela a distância te a 50 km de distância um do outro, deslocam-se
percorrida, em km, por uma pessoa em cer- com velocidades constantes na mesma direção
to período de tempo. A escala de tempo a ser e em sentidos opostos. O valor da velocidade de
adotada para o eixo das abscissas depende da M, em relação a um ponto fixo da estrada, é igual
a 60 km/h. Após 30 minutos, os automóveis cru-
maneira como essa pessoa se desloca.
zam uma mesma linha da estrada.
10 km Em relação a um ponto fixo da estrada, a veloci-
dade de N tem o seguinte valor, em quilômetros
por hora:
a) 40.
b) 50.
c) 60.
0 1 2 Tempo d) 70.
Qual é a opção que apresenta a melhor associação 13. (Unicamp – 2012) O transporte fluvial de cargas
entre meio ou forma de locomoção e unidade de é pouco explorado no Brasil, considerando-
tempo, quando são percorridos 10 km? -se nosso vasto conjunto de rios navegáveis.
a) Carroça – semana Uma embarcação navega a uma velocidade de
b) Carro – dia 26 nós, medida em relação à água do rio (use
1 nó = 0,5 m/s). A corrente do rio, por sua vez,
c) Caminhada – hora
tem velocidade aproximadamente constante de
d) Bicicleta – minuto 5,0 m/s em relação às margens. Qual é o tem-
e) Avião – segundo po aproximado de viagem entre duas cidades
separadas por uma extensão de 40 km de rio,
10. (AFA) Um corpo tem seu movimento representa- se o barco navega rio acima, ou seja, contra a
do pelo gráfico abaixo, onde s é sua posição e correnteza?
t o tempo. Qual a função horária que representa a) 2 horas e 13 minutos
esse movimento? b) 1 hora e 23 minutos
s (m)
c) 51 minutos
15 d) 37 minutos

0 3 t (s)

11. Com base no gráfico, referente ao movimento de


um móvel, podemos afirmar que:
S (m)

80

40

0 10 20 30 t (s)

–40

8
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

Movimento
uniformemente variado

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O movimento uniformemente variado (MUV) se caracteriza pelo fato de a veloci-
dade escalar instantânea variar de instante para instante, porém de maneira
uniforme. Um corpo em queda livre está em movimento uniformemente variado e um
corpo que deslize em um plano horizontal com alguma rugosidade está em movimento
uniformemente variado. Como a aceleração escalar média indica a variação da veloci-
dade escalar, por unidade de tempo, pode-se concluir que a aceleração escalar média é
constante e, portanto, coincide com a aceleração escalar instantânea.
Analise as figuras abaixo, que representam o velocímetro de um carro, durante uma
aceleração de 8 s, partindo do repouso.

t=0 t=2s t=4s t=6s t=8s

Perceba a evolução do ponteiro. A Movimento uniformemente variado


cada 2 s, o módulo da velocidade sofreu vo ≠ constante
am= ao
um acréscimo de 30 km/h.

Função horária das velocidades


Tendo em vista que a velocidade escalar a) Escreva a função horária das velocida-
instantânea é variável, cabe encontrar uma des escalares.
relação matemática que permita determinar
a velocidade escalar em cada instante ou v = v0 + at → v = 4 + 2t
determinar o instante que corresponda a
b) Calcule a velocidade escalar no instan-
certa velocidade escalar. Tal relação é deno-
minada função horária das velocidades, ou te t = 4 s.

Física
equação horária das velocidades. v4 = 4 + 2(4) → v4 = 12 m/s
Dedução
No movimento uniformemente variado, c) Calcule o instante em que a velocidade
a aceleração escalar instantânea é igual à escalar será 12 m/s.
aceleração escalar média, portanto:
12 = 4 + 2t → 8 = 2t → t = 4 s
a = Dv → Dv = a ∙ Dt →
Dt
→ v – v0 = a(t – t0) → v = v0 + a(t – t0) Função horária dos
É comum fazer t0 = 0, logo:
v = v0 + a ∙ t
espaços
Observe: A função horária dos espaços pode
ser deduzida a partir da propriedade dos
Um ponto material realiza um movi-
mento uniformemente variado com acele- gráficos das velocidades, que permite de-
ração escalar de 2 m/s2. No instante t = 0, terminar deslocamentos a partir da área do
tem velocidade escalar de 4 m/s. gráfico v x t.
9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

A resposta t1 ≈ –1,4 s não será aceita,


x
pois significa que o móvel teria passado
v0 + at pela origem dos espaços 1,4 s antes do
início da observação. Só são aceitáveis
valores de t positivos.

t2 ≈ 11,4s

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
v0 A
e) se o movimento é acelerado ou retar-
t dado no instante t = 6 s.
0 t

Como sabemos, a área hachurada no t=6s→


gráfico v x t é numericamente igual ao des-
a = –2 m/s2
locamento Dx entre os instantes 0 e t.
v = 10 – 2(6) = v = –2 m/s
A figura é um trapézio, então:
O movimento é acelerado, pois a e v
A = (B + b) h têm sinais iguais.
2
B = v0 + at
onde b = v0
h=t
Equação de Torricelli
(v + at + V0) O conhecimento das duas equações
Logo: Dx = 0 ∙t→ horárias de um MUV permite-nos resolver
2
qualquer problema que envolva um corpo
2v0 at2 → x – x = v t + a
→ Dx = ∙t+ que esteja em MUV. No entanto, às vezes,
2 2 0 0
2
as dificuldades são grandes, principal-
t2 e finalmente: mente quando é necessária a solução de
um sistema de duas equações com duas
x = x0 + v0t + a t2
2 incógnitas.
Veja: A equação de Torricelli relaciona entre
Um ponto material executa um movi- si as duas grandezas físicas que normal-
mento que apresenta aceleração escalar mente estão relacionadas com o tempo: a
constante a = –2 m/s2. Sabe-se que no velocidade v e o espaço x. A utilidade do uso
instante t = 0, sua velocidade escalar dessa equação está no fato de se ganhar
é v = 10 m/s e sua posição é x = 16 m. tempo na resolução e se correr menos ris-
Determine: cos de erros.
a) a função horária das velocidades; Dedução
v = v0 + at → v = 10 – 2t
v = v0 + at A
b) a função horária dos espaços;
x = x0 + v0t + at
2
x = x0 + v0t + a t2 → x = 16 + 10t – t2 B
2 2
c) o instante em que a velocidade é zero;
0 = 10 – 2t → 2t = 10 \ t = 5 s De A tiramos t = v – v0
a
d) o instante em que o móvel passa pela
origem dos espaços. Substituindo em B , temos:
0 = 16 + 10t – t2;
a (v – v0)2
D = b2 – 4ac → D = 100 – 4(–1)(16) x – x0 = v0 (v – v0) + →
a 2 a2
D = 100 + 64
v2 – 2v0v + v02
x – x0 = v0v – v0 +
2

D = 164 a 2a
–10 ± 164 t1 ≈ –1,4 s
x – x0 = v – v0 \ v2 = v02 + 2a Dx
2 2
t=
2(–1) t2 ≈ 11,4 s 2a

10
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

Observe: ∆v A
Um caminhoneiro viaja com velocidade de 20 a
m/s em um trecho retilíneo de estrada quando avista
um obstáculo na pista a 100 m.
Aciona os freios e o caminhão entra em movi-
mento uniformemente variado, parando muitíssimo

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
t1 t2
próximo do ­obstáculo. Determine o módulo da ace- t

leração escalar do caminhão durante a frenagem.


A
Vamos montar as equações horá-
rias para esse movimento: v = 20 + at e a
at2 .
x = 20t +
2
Do texto, concluímos que v = 0 se ∆v –A
x = 100 m,

0 = 20 + at Gráfico das velocidades


Então O gráfico das velocidades no movimento unifor-
100 = 20t + a t2 memente variado é uma reta inclinada em relação ao
2 eixo dos tempos.
Ainda estamos com um sistema de duas equações e
• Se a aceleração escalar for positiva, essa reta
duas incógnitas.
será “para cima”.
Se usarmos a equação de Torricelli, o problema
• Se a aceleração escalar for negativa, a reta será
apresenta solução simples.
“para baixo”.
v2 = v02 + 2a∆x → 02 = 202 + 2 ∙ a ∙ 100 = Analogamente ao gráfico dos espaços no MU,
pode-se determinar a aceleração escalar pelo cálculo
–400 = 200a ® a = –2 m/s2 e |a| = 2 m/s2
da tangente da inclinação da reta como indicado na
figura a seguir.
Gráficos do movimento v

uniformemente variado a tga


a>0

Gráficos da aceleração escalar


O fato de a aceleração escalar ser constante em um a
movimento uniformemente variado torna o gráfico
das acelerações em função do tempo sempre uma
reta paralela ao eixo dos tempos. Essa reta poderá

Física
t
estar acima ou abaixo do eixo dos tempos, conforme
v
a aceleração escalar for positiva ou negativa.
Note que, analogamente ao gráfico das velo- a – tga
cidades no MU, pode-se determinar a variação de
velocidade Dv em certo intervalo de tempo pelo cál-
culo de uma área como indicado na figura a seguir.
a
a a<0

a Como dito no capítulo anterior, a área do


diagrama velocidade x tempo fornece o
A deslocamento escalar também no MUV,
pois essa propriedade é de caráter geral.
t
t1 t2
11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

Observe:
Gráficos dos espaços
Um móvel realiza um movimento uni- O fato de a equação horária dos espa-
formemente variado com aceleração es- ços ser uma função de segundo grau indica
calar de 2 m/s2. No instante t = 0, sua velo- que a linha do gráfico espaço x tempo
cidade escalar era v = 4 m/s. é um segmento de parábola que pode
ter a concavidade voltada “para cima”,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) Qual é a função horária das velo- se a aceleração escalar for positiva, ou a
cidades? concavidade voltada “para baixo”, se a ace-
v = v0 + at → v = 4 + 2t leração escalar for negativa.
x
b) Construa uma tabela em que cons-
tem as velocidades do móvel nos
a>0
instantes 0 s, 2 s, 4 s e 6 s.
Xo

t (s) v (m/s)
0 4
2 8
4 12 t

v=0
6 16

x
c) Coloque esses pontos no gráfico
velocidade x tempo e construa a a<0

linha correspondente. v=0

v (m/s) Xo
16

12 t

8 O vértice da parábola fornece o ins-


tante em que o corpo inverte o sentido do
4
seu movimento (v = 0) e passa de retar-
dado para acelerado.
0
0 2 4 6 t (s)
Veja:

d) Determine o deslocamento escalar Um ponto material executa um movimen-


to cuja equação horária é x = 2 + 2t – 0,25t2
entre os instantes 0 s e 4 s.
em que x é em metros e t em segundos.
O deslocamento escalar entre os
instantes t = 0 e t = 4 s será numeri- a) Qual é o espaço inicial?
x0 = 2 m
camente igual à área A do trapézio.
b) Qual é a velocidade escalar inicial?
v0 = 2 m/s

12 c) Qual é a aceleração escalar?


A
4 a = –0,5 m/s2
a
Note que –0,25 =
4 2
d) Qual é a equação das velocidades?
v = v0 + at → v = 2 – 0,5t
Dx = (12 + 4) ∙ 4 ∙ m ∙ s
2 s e) Qual é o instante em que a veloci-
Dx = 32 m dade escalar é nula?
0 = 2 – 0,5t → 0,5t = 2 \ t = 4 s
12
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

f) Construa uma tabela em que cons- x (m)


tem os espaços nos instantes 0 s;
2 s; 4 s; 6 s; 8 s.
6
Encontra-se o espaço em um ins-
tante substituindo a variável t pelo 5
seu valor numérico.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
t (s) x (m)
0 2
2 5 2
4 6
6 5
8 2 0 2 4 6 t (s)

g) Coloque esses pontos no gráfico


espaço x tempo e construa a linha
correspondente.

ATIVIDADES

01. (UFPR – 2010) Assinale a alternativa que apre- chefe, dizendo que eu estava atrasado para
senta a história que melhor se adapta ao gráfico. uma reunião. Minha sorte é que nesse mo-
Distância mento estava passando um táxi. Acenei para
de casa
ele e poucos minutos depois eu já estava no
escritório.
d) Tinha acabado de sair de casa quando o
pneu furou. Desci do carro, troquei o pneu e
finalmente pude ir para o trabalho.

Física
e) Saí de casa sem destino – estava apenas
Tempo com vontade de andar. Após ter dado umas
a) Assim que saí de casa lembrei que deveria dez voltas na quadra, cansei e resolvi entrar
ter enviado um documento para um cliente novamente em casa.
por e-mail. Resolvi voltar e cumprir essa tare-
fa. Aproveitei para responder mais algumas 02. (PUC-Rio – 2010 – Adaptada) Suponha que um
mensagens e, quando me dei conta, já havia corredor olímpico de 100 metros rasos fosse
passado mais de uma hora. Saí apressada e capaz de acelerar desde a largada, com acele-
tomei um táxi para o escritório. ração constante, até atingir a linha de chegada,
b) Saí de casa e quando vi o ônibus parado por onde ele passaria com velocidade instan-
no ponto, corri para pegá-lo. Infelizmente o tânea de 12 m/s no instante final. Qual seria a
motorista não me viu e partiu. Após esperar aceleração constante?
algum tempo no ponto, resolvi voltar para
casa e chamar um táxi. Passado algum tem-
po, o táxi me pegou na porta de casa e me
deixou no escritório.
c) Eu tinha acabado de sair de casa quando to-
cou o celular e parei para atendê-lo. Era meu
13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

03. (UFPR – 2010) Um motorista conduz seu automóvel pela BR-277 a uma velocidade
de 108 km/h quando avista uma barreira na estrada, sendo obrigado a frear (desace-
leração de 5 m/s2) e parar o veículo após certo tempo. Pode-se afirmar que o tempo e
a distância de frenagem serão, respectivamente:
a) 6 s e 90 m.
b) 10 s e 120 m.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
c) 6 s e 80 m.
d) 10 s e 200 m.
e) 6 s e 120 m.

04. (Unicamp) Uma possível solução para a crise do tráfego aéreo no Brasil envolve o
emprego de um sistema de trens de alta velocidade conectando grandes cidades.
Há um projeto de uma ferrovia de 400 km de extensão que interligará as cidades de
São Paulo e Rio de Janeiro por trens que podem atingir até 300 km/h.
a) Para ser competitiva com o transporte aéreo, estima-se que a viagem de trem
entre essas duas cidades deve durar, no máximo, 1 hora e 40 minutos. Qual é
a velocidade média de um trem que faz o percurso de 400 km nesse tempo?

b) Considere um trem viajando em linha reta com velocidade constante. A uma dis-
tância de 30 km do final do percurso, o trem inicia uma desaceleração uniforme de
0,06 m/s2, para chegar com velocidade nula a seu destino. Calcule a velocidade do
trem no início da desaceleração.

05. (UFPA) Considere o texto e a figura mostrados a seguir.


Na semana passada, foram exatos 3 centésimos de segundo que permitiram ao jamaicano
Asafa Powell, de 24 anos, bater o novo recorde mundial na corrida de 100 m rasos e se
confirmar no posto de corredor mais veloz do Planeta. Powell percorreu a pista do estádio de
Rieti, na Itália, em 9,74 s, atingindo a velocidade média de 37 km/h. Anteriormente, Powell dividia
o recorde mundial, de 9,77 s, com o americano Justin Gatlin, afastado das pistas por suspeita
de doping.
Revista Veja, 19 set. 2007.

14
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

Baseado no texto e na figura, julgue as afirma- 08. (Uerj – 2010) Um trem de brinquedo, com veloci-
ções a seguir. dade inicial de 2 cm/s, é acelerado durante 16 s.
I. O movimento do atleta é acelerado durante O comportamento da aceleração nesse intervalo
toda a corrida. de tempo é mostrado no gráfico a seguir.
II. A aceleração do atleta é negativa no trecho a (cm/s2)
entre 60 m e 100 m.
4

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
III. A máxima velocidade atingida pelo atleta é
da ordem de 11,9 m/s.
IV. No trecho entre 50 m e 60 m, o movimento 0 6 10 16 t (s)

do atleta é uniforme. –3

Estão corretas somente:


Calcule, em cm/s, a velocidade do corpo imedia-
a) I e II.
tamente após esses 16 s.
b) II e III.
c) I e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

06. (Cefet-MG) O movimento retilíneo de um corpo


é descrito pela equação v = 10 – 2t em que v é
a velocidade, em m/s, e t é o tempo, em segun-
dos. Durante os primeiros 5,0 s, qual a distância
em metros percorrida por ele?

09. (Udesc – Adaptada) O movimento de uma bola


sobre uma trajetória retilínea é descrito de acor-
do com a seguinte equação: x = 5 + 16t – 2t2,
em que x é medido em metros e t em segundos.
a) Faça o esboço do gráfico da posição em
função do tempo.
07. (UFPR – 2010) Em uma prova internacional de
ciclismo, dois dos ciclistas, um francês e, sepa-
rado por uma distância de 15 m à sua frente, um
inglês, se movimentam com velocidades iguais e
constantes de módulo 22 m/s. Considere agora
que o representante brasileiro na prova, ao ultra-
passar o ciclista francês, possui uma velocidade

Física
constante de módulo 24 m/s e inicia uma ace-
leração constante de módulo 0,4 m/s2, com o
objetivo de ultrapassar o ciclista inglês e ganhar
a prova. No instante em que ele ultrapassa o ci-
clista francês, faltam ainda 200 m para a linha
de chegada. Com base nesses dados e admi- b) Calcule a velocidade da bola em t = 4,0 s.
tindo que o ciclista inglês, ao ser ultrapassado
pelo brasileiro, mantenha constantes as caracte-
rísticas do seu movimento, assinale a alternativa
correta para o tempo gasto pelo ciclista brasilei-
ro para ultrapassar o ciclista inglês e ganhar a
corrida.
a) 1 s
b) 2 s
c) 3 s
d) 4 s
e) 5 s
15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

10. (Ufla) Um móvel se desloca numa trajetória reti- mantém a velocidade constante por outro terço e
línea e seus diagramas de velocidade e espaço reduz sua velocidade com desaceleração cons-
em relação ao tempo são mostrados a seguir. tante no trecho final, até parar. Qual é o gráfico
v (m/s) de posição (eixo vertical) em função do tempo
(eixo horizontal) que representa o movimento
10 desse trem?

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a)

2 t (s)

Posição
S (m)

20
Tempo

2 t (s)
b)
O móvel muda o sentido de seu movimento na
posição:
a) 10 m.

Posição
b) 30 m.
c) 5 m.
d) 20 m.

11. (Unemat – 2010) O gráfico em função do tempo Tempo


mostra dois carros A e B em movimento retilíneo.
Em t = 0 s os carros estão na mesma posição. c)
v (m/s)
B
30,0
Posição

20,0

10,0 A

Tempo

0 2,0 4,0 6,0 t (s)


d)
Com base na análise do gráfico, é correto afirmar:
a) Os carros vão estar na mesma posição nos
instantes t = 0 s e t = 4,0 s.
Posição

b) Os carros não vão se encontrar após t = 0,


porque a velocidade de A é maior que a do
carro B.
c) Os carros vão se encontrar novamente na
posição S = 10 m. Tempo
d) Os carros não vão se encontrar, porque estão
em sentidos contrários. e)
e) Os instantes em que os carros vão estar na
mesma posição são t = 0 s e t = 8,0 s.
Posição

12. (Enem – 2012) Para melhorar a mobilidade urba-


na na rede metroviária é necessário minimizar o
tempo entre estações. Para isso, a administra-
ção do metrô de uma grande cidade adotou o
seguinte procedimento entre duas estações: a Tempo
locomotiva parte do repouso com aceleração
constante por um terço do tempo de percurso,
16
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

13. (Fatec – 2013) O jipe-robô Curiosity, da NASA, c) o deslocamento do carro ocorreu com
chegou a Marte, em agosto de 2012, carregando aceleração variável nos trechos I e III, perma-
consigo câmaras de alta resolução e um sofisti- necendo constante no trecho II.
cado laboratório de análises químicas para uma d) a aceleração do carro aumentou no trecho I,
rotina de testes. Da Terra, uma equipe de técnicos permaneceu constante no trecho II e diminuiu
comandava seus movimentos e lhe enviava as ta- no trecho III.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
refas que deveria realizar. Imagine que, ao verem a e) o movimento do carro foi progressivo e ace-
imagem de uma rocha muito peculiar, os técnicos lerado no trecho I, progressivo e uniforme no
da NASA, no desejo de que o Curiosity a analisas-
trecho II, mas foi retrógrado e retardado no
se, determinam uma trajetória reta que une o ponto
trecho III.
de observação até a rocha e instruem o robô para
iniciar seu deslocamento, que leve duração de
uma hora. Nesse intervalo de tempo, o Curiosity
desenvolveu as velocidades indicadas no gráfico. ANOTAÇÕES
v (cm/min)

15

10

0
0 10 20 30 40 50 60
t (min)

O deslocamento total realizado pelo Curiosity


do ponto de observação ao seu destino foi, em
metros:
a) 9.
b) 6.
c) 4.
d) 2.
e) 1.

14. (FGV-SP – 2013) Um carro deslocou-se por uma


trajetória retilínea e o gráfico qualitativo de sua
velocidade (v), em função do tempo (t), está re-
presentado na figura.

Física
V

II

I
III

0
T

Analisando o gráfico, conclui-se corretamente


que:
a) o carro deslocou-se em movimento uniforme
nos trechos I e III, permanecendo em repouso
no trecho II.
b) o carro deslocou-se em movimento unifor-
memente variado nos trechos I e III, e em
movimento uniforme no trecho II.
17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

Introdução à cinemática vetorial


Q uando um automóvel se movimenta com velocidade de 80 km/h em
uma estrada, sabemos somente a rapidez do movimento, porém
podemos complementar a informação dizendo se o movimento se dá ou não

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
montypeter/123RF

no sentido da orientação da estrada. Fazemos isso associando um sinal (+)


caso o movimento se dê no sentido da orientação da estrada, ou associando
um sinal (–) caso o movimento se dê no sentido oposto ao da orientação da
estrada. A grandeza física encontrada dessa forma denomina-se velocidade
escalar. Note que não nos preocupamos em indicar a direção da velocidade
em nenhum instante, pois essa direção já está definida pelo traçado geomé-
trico da estrada antes mesmo do início do movimento.
Larysa Kryvoshapka/123RF
Porém, quando o movimento ocorre em um campo aberto, onde não há
estradas nem trilhas, a indicação do velocímetro é insuficiente para definir perfeita-
mente a velocidade. Não podemos sequer usar o conceito de velocidade escalar,
pois não temos o conhecimento do caminho antes do início do movimento.
O mesmo ocorre com as outras grandezas cinemáticas: aceleração e
posição. Mas é necessário decidir a forma de expressar todas as informa-
ções (direção, sentido e intensidade) para todas as grandezas cinemáticas.
Em vista disso, utilizaremos os vetores: o estudo do movimento feito dessa
forma denomina-se cinemática vetorial.

COMPETÊNCIA HABILIDADE

6 20
Composição do movimento
Como complemento do estudo
da cinemática vetorial, veremos
Princípio da
que se um corpo se move em relação a independência
um referencial, que por sua vez se move
em relação à Terra, a velocidade do cor- do movimento
po em relação à Terra será igual à soma Se durante um intervalo de tempo um
vetorial das velocidades do corpo em re- corpo realiza um movimento composto por
lação ao referencial com a velocidade do vários outros, seu estudo pode ser feito
referencial em relação à Terra. por meio do estudo de cada um dos movi-
mentos que o compõem, durante o mesmo
Se A se move em relação a B com velo- intervalo de tempo, independentemente um
cidade (vA/B) e B se move em relação à do outro.
Terra (vB/T ), então a velocidade de A em
Retomando o caso do barco que atra-
relação à Terra (vA/T ) será:
vessa o rio perpendicularmente às mar-
(vA/T ) = (vA/B + vB/T ) gens, podemos, em vez de determinar a
Assim, quando um barco se movimenta velocidade do barco em relação à terra,
em relação à água de um rio que apresenta admitir a travessia do rio sem considerar
correnteza, o movimento visto do referencial a correnteza e, depois, considerar o barco
terra será a composição desses dois movi- sendo arrastado pela correnteza.
mentos: o movimento do barco em relação
à água e o movimento da água em relação à
Movimento do barco Movimento do barco Movimento do barco
terra. Em símbolos: visto da terra. supondo a água devido unicamente ao
parada. movimento da água.
vbarco/terra = vbarco/água + vágua/terra
Observe
18
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

Um barco tem velocidade constante de 12 m/s em Caso 3


relação à água de um rio. A velocidade da correnteza
em relação à terra é 9 m/s. Determine a velocidade do vA/T
vB/A
barco em relação à terra nos seguintes casos:
1. o barco sobe o rio;
2. o barco desce o rio;

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
3. o barco atravessa o rio mantendo o eixo perpen-
dicular às margens;
4. o barco atravessa o rio mantendo a trajetória, em vB/T
relação à terra, perpendicular às margens do rio.
vB/A = 12 m/s (velocidade do barco em relação à
água)
vA/T = 9 m/s (velocidade da correnteza em rela-
ção à terra)
vB/T = ? (velocidade do barco em relação à
terra)
Em qualquer um dos casos:
vB/T = vB/A+vA/T vB/T
2
= vB/A
2
+ vA/T
2

Caso 1 vB/T
2
= 225
vA/T
vB/T = 15 m/s vB/T
vB/A
vB/A

vA/T
vB/T
vB/T
Para um observador em terra, o barco atravessa
o rio com velocidade de 15 m/s.
vB/A
Caso 4
vA/T
vB/T = vB/A – vA/T
vB/A
vB/T = 12 – 9 → vB/T = 3 m/s
Para um observador em terra, o barco sobe o rio
com velocidade de 3 m/s. vB/T

Caso 2
vA/T

Física
vB

vB/T vB/A

vB/A

vA/T

vA/T vB/T
V2B/A = V2B/T + V2A/T
122 = V2B/T + 92
V2B/T = 63
vB/A VB/T » 8 m/s

vB/T = vB/A – vA/T Para que a trajetória vista da terra seja perpen-
vB/T = 12 + 9 dicular às margens, vB/T deve ser como a da figura.
vB/T = 21 m/s Então a velocidade do barco em relação à água (vB/A
) deve estar inclinada de modo que, ao ser somada à
Para um observador em terra, o barco desce o rio velocidade das águas em relação à terra (vA/T ), provo-
com velocidade de 21 m/s. que o esperado.
19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

ATIVIDADES

01. (Uece – 2010 – Adaptada) Um barco pode via-


jar a uma velocidade de 11 km/h em um lago
em que a água está parada. Em um rio, o barco

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
pode manter a mesma velocidade com relação à
água. Se esse barco viaja no Rio São Francisco,
cuja velocidade da água, em relação à margem,
assume-se 0,83 m/s, qual é sua velocidade
aproximada em relação a uma árvore plantada
na beira do rio quando seu movimento é no sen-
tido da correnteza e contra a correnteza?
03. (Fuvest) Num vagão ferroviário, que se move com
velocidade v0 = 3 m/s em relação aos trilhos, da
esquerda para a direita, estão dois meninos, A e
B, que correm um em direção ao outro, cada um
com velocidade v = 3 m/s em relação ao vagão.

As velocidades dos meninos A e B em relação


aos trilhos serão, respectivamente:
a) 6 m/s e 0 m/s.
b) 3 m/s e 3 m/s.
c) 0 m/s e 9 m/s.
02. (UFSCar – Adaptada) O submarino navegava
d) 9 m/s e 0 m/s.
com velocidade constante, nivelado a 150 m de
e) 0 m/s e 6 m/s.
profundidade, quando seu capitão decide levar
lentamente a embarcação à tona, sem contudo 04. (Iasp) Dois automóveis A e B partem simulta-
abandonar o movimento à frente. Comunica a neamente, do mesmo ponto, com velocidades
intenção ao timoneiro, que procede ao esvazia- constantes vA = 6 m/s e vB = 8 m/s. Qual a dis-
mento dos tanques de lastro, controlando-os de tância entre eles, em metros, depois de 5 s:
tal modo que a velocidade de subida da nave VA VB

fosse constante.
Ds1
VA VB

Ds2

a) se eles se movem na mesma direção e no


mesmo sentido?

Se a velocidade horizontal antes da manobra era


de 18,0 km/h e foi mantida, supondo que a subi-
da tenha se dado com velocidade constante de
0,9 km/h, qual o deslocamento horizontal que a
nave realizou, do momento em que o timoneiro
iniciou a operação até o instante em que a nau
chegou à superfície?
20
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

b) com os automóveis caminhando na mesma b) Para o motorista B (observador em B), o car-


direção e sentido opostos? ro C está se afastando com uma velocidade
de 10 km/h.
c) Para o motorista D (observador em D), o car-
ro C está se afastando com uma velocidade
de 110 km/h.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
d) Para o motorista A (observador em A), o
carro D está se aproximando com uma velo-
cidade de 20 km/h.
e) Para o motorista C (observador em C), o
carro A está se aproximando com uma velo-
cidade de 130 km/h.

07. (UFMG) Um menino flutua em uma boia que está


se movimentando, levada pela correnteza de um
05. (Unisinos) Três automóveis (A, B e C na figura) rio. Uma outra boia, que flutua no mesmo rio a
deslocam-se com as velocidades indicadas na certa distância do menino, também está descen-
figura. Quais os módulos das velocidades de B e
do a correnteza. As posição das duas boias e o
C, respectivamente, em relação a A?
sentido da correnteza estão indicados na figura.

A B C (+)

Correnteza
40 km/h 60 km/h 30 km/h

M
L N
K

Considere que a velocidade da correnteza é a


mesma em todos os pontos do rio. Nesse caso,
para alcançar a segunda boia, o menino deve
nadar na direção indicada pela linha:

Física
06. (UEPB) Em dado trecho e plano de uma rodovia,
estão se movendo os carros A, B, C e D, com a) K.
velocidades e posições indicadas na figura. b) L.
c) M.
d) N.

08. (Univale) Um ultraleve mantém a velocidade de


120 km/h em relação ao ar, mantendo o nariz
apontando para o Leste.

Com base nessas informações, analise as pro-


posições a seguir e assinale a correta.
a) Para o motorista A (observador em A), o carro
B está se aproximando com uma velocidade
de 20 km/h.
21
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

Sopra vento Sul com velocidade de 90 km/h. Nessas condições, podemos afirmar
que a velocidade do ultraleve em relação à Terra é:
a) 150 km/h, na direção sudeste.
b) 30 km/h, na direção leste.
c) 210 km/h, na direção sudoeste.
d) 50 km/h, na direção nordeste.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
e) 210 km/h, na direção sudeste.

09. (UFMG) Um barco tenta atravessar um rio com 1,0 km de largura. A correnteza do rio é
paralela às margens e tem velocidade de 4,0 km/h. A velocidade do barco, em relação
à água, é de 3,0 km/h perpendicularmente às margens. Nessas condições, pode-se
afirmar que o barco:
a) atravessará o rio em 12 minutos.
b) atravessará o rio em 15 minutos.
c) atravessará o rio em 20 minutos.
d) atravessará o rio em 6 minutos.
e) nunca atravessará o rio.

10. (Ufsc) Descendo um rio em sua canoa, sem remar, dois pescadores levam 300 segundos
para atingir o ponto de pesca, na mesma margem do rio e em trajetória retilínea. Partindo
da mesma posição e remando, sendo a velocidade da canoa, em relação ao rio, igual a
2,0 m/s, eles atingem o ponto de pesca em 100 segundos. Após a pescaria, remando
contra a correnteza do rio, eles gastam 600 segundos para retornar ao ponto de partida.

VCR Ponto pesca


Ponto partida

Considerando que a velocidade da correnteza VCR é constante, assinale a(s)


proposição(ões) correta(s).
01) Quando os pescadores remaram rio acima, a velocidade da canoa, em relação à
margem, foi igual a 4,00 m/s.
02) Não é possível calcular a velocidade com que os pescadores retornaram ao pon-
to de partida, porque a velocidade da correnteza não é conhecida.
04) Quando os pescadores remaram rio acima, a velocidade da canoa, em relação
ao rio, foi de 1,50 m/s.
08) A velocidade da correnteza do rio é 1,00 m/s.
16) O ponto de pesca fica a 300 metros do ponto de partida.
32) Não é possível determinar a distância do ponto de partida até ao ponto de pesca.
64) Como a velocidade da canoa foi de 2,0 m/s quando os pescadores remaram rio
abaixo, então, a distância do ponto de partida ao ponto de pesca é 200 m.
Soma ( )

ANOTAÇÕES

22
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

Aceleração de um corpo
em movimento livre

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
U m corpo largado ou atirado nas proximidades da Terra está em movimento livre
se as forças empuxo e resistência do ar puderem ser desprezadas. Nessas cir-
cunstâncias, a única força atuante é o peso do corpo. Dessa forma, podemos escrever:

E, portanto, concluímos que:


FR = P →m· =m·g

=g

Essa relação mostra que o vetor aceleração em qualquer corpo em movimento


livre nas proximidades da superfície da Terra é igual ao vetor campo gravitacional, ou
seja, vertical, para baixo e de intensidade g = 9,81 m/s2, independentemente da sua
massa. Sendo assim, é um erro admitir que, em queda livre, o corpo mais pesado cai
mais rápido.
O valor de g também é denominado aceleração da gravidade e varia levemente de
acordo com a latitude do local onde o movimento acontece. Nos problemas acadêmi-
cos, utiliza-se o valor g = 10 m/s2.
Observe que a unidade do campo gravitacional (N/kg) é igual à unidade de acelera-
ção m/s2, por isso podemos escrever N = kg · m/s2.
P=m·g
N = kg · m/s2
Onde:
P = peso (N)
m = massa (kg)
g = aceleração da gravidade (m/s2)
Observação: o que significa g = 10 m/s2?
DV 10 m/s .
Lembrando que a unidade m/s2 é de aceleração, logo a = =
Dt 1s

Física
O objeto deve variar a velocidade em 10 m/s a cada segundo.
Por exemplo, um objeto é abandonado de certa altura e leva 5 segundos até atingir o
solo. Desprezando a resistência do ar, podemos concluir que o objeto chegará com uma
velocidade de 50 m/s, pois a cada segundo ele deve variar 10 m/s (ver desenho).

t0 = 0 v0 = 0
t1 = 1s v1 = 10 m/s
t2 = 2s v2 = 20 m/s

t3 = 3s v3 = 30 m/s
h
t4 = 4s v4 = 40 m/s

t5 = 5s v5 = 50 m/s

Superfície da Terra

23
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

Queda livre e lançamento


vertical

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Q uando podemos desprezar os
efeitos da presença do ar, o
movimento vertical de um corpo abando-
0
vo = 0

nado de uma certa altura denomina-se


a=g
queda livre. Se, em vez de ser abando-
g = 10 m/s2
nado, for jogado verticalmente para cima,
o movimento será chamado lançamento
125
vertical.
O estudo desses movimentos pode S

ser feito adotando-se um eixo vertical


como referência e atribuindo-se ao movi- a) o tempo de queda;
x = x0 + v0 · t + a t
2
mento um tratamento escalar.
2
Se o eixo adotado for orientado para
cima, a aceleração escalar será a = –g, x = 0 + 0 · t + 10 · t2 x ⇔ h
2
pois a aceleração é vertical para baixo.
x = 5 · t2
Se o eixo adotado for orientado para
Quando o corpo atinge o solo,
baixo, a aceleração escalar será a = g,
x = h = 125 m, logo:
pois a aceleração é vertical para baixo.
125 = 5 · t2q ⇔ t2q = 25 \ tq = 5 s.
b) a velocidade do corpo ao atingir o
Se o eixo for orientado para solo.
a=g
V baixo, a aceleração escalar a
será positiva e igual a g. V = V0 + a · t
V = 0 + 10 · t
V = 10 · t
Quando o corpo atinge o solo,
Se o eixo for orientado para
V cima, a aceleração escalar a t = 5 s, logo, V = 10 · 5\ V = 50 m/s.
será negativa e igual a –g.
2. Uma pedra é lançada verticalmente
a = –g para cima com velocidade de 20 m/s
por um garoto que usa um estilingue.
Supondo desprezíveis os efeitos do
Seja qual for o sentido adotado na ar e que se possa adotar g = 10 m/s2,
orientação do eixo, a aceleração escalar determine:
permanecerá constante, de modo que S
o equacionamento do movimento será
como o de um movimento uniformemente
variado.
a = –g
Observe g = 10 m/s2
1. Um corpo é abandonado de uma al-
tura de 125 m em um local em que a 0 vo = 20 m/s
aceleração da gravidade é 10 m/s2.
Desprezando os efeitos do ar, determine:

24
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

a) o tempo de subida da pedra; c) o tempo total de movimento;


O tempo de subida corresponde O tempo total de movimento cor-
ao instante em que V = 0. responde ao instante em que o
V = V0 + at → V = 20 – 10 · t corpo volta ao solo, ou seja, como
Fazendo V = 0 : 0 = 20 – 10 · ts \ ele levou 2 segundos para subir,
logo, levará 2 segundos para des-
\ ts = 2 s.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
cer, totalizando 4 segundos.
b) a altura máxima atingida pela
pedra; d) a velocidade de chegada da pedra
x = x0 + v0 · t + a t
2
ao ponto de lançamento.
2
No solo, t = 4 s.
(–10) 2
x = 0 + 20 · t + t Então, V = 20 – 10 · 4, logo,
2
x = 20t – 5t2 V = – 20 m/s.
Quando t = 2 s, x = hmax logo, Nota: a velocidade de chegada
hmax = 20(2) – 5(2)2 ⇔ hmax = 20 m. (em módulo) é igual à velocidade de saída.

LEITURA

Para que servem os túneis de vento?


Os túneis de vento nada mais são do que estruturas que propiciam a simulação do comportamento do ar em
relação a diversos tipos de objetos, como aviões, carros e até mesmo na construção civil. A instalação permite
observar o movimento do ar ao redor dos itens inseridos dentro dele, o que não é possível realizar facilmente em
uma situação normal, por exemplo, quando uma aeronave está em pleno voo.
 ktsdesign/123RF

Física

25
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

Além dessas aplicações, que têm um foco mais voltado para estudo e testes, esses túneis também são utili-
zados como um meio de entretenimento por algumas empresas. Exemplos disso são as estruturas que permitem
simular situações de queda livre e planação no ar.
No meio comercial, esse tipo de construção é utilizado para testar o comportamento de automóveis, simu-
lando-os em alta velocidade. Exatamente por conta disso, esses túneis também são empregados em larga escala
por várias escuderias da Fórmula 1, permitindo a criação de carros mais estáveis e mais rápidos apenas por meio

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
de alterações na aerodinâmica.

Pura diversão: se joga no ar!


Um exemplo de aplicação de túnel de vento é o que acontece com algumas escolas de paraquedismo: antes
de saltar de um avião, os alunos em treinamento podem aprender instruções importantes utilizando esse tipo de
instalação.
Como forma de ensinar novos paraquedistas ou apenas como uma maneira de apresentar um tipo diferente
de diversão para as pessoas, existe o Wind Up: um simulador de queda livre desenvolvido pela empresa Dynamics,
em parceria com o CNPq e com a FAPESP. O instrumento está localizado em São Paulo e custa 95 reais para cada
dois minutos e meio de uso.

Setor automobilístico e simuladores de situações extremas


No setor automobilístico, a Ford é uma das empresas que utilizam mais fortemente esse tipo de estrutura
para realizar testes em seus carros antes do lançamento. A sede da companhia localizada em Dearbourn, Estados
Unidos, possui uma estrutura completa no quesito de túneis do vento.
Essas estruturas permitem simular o comportamento do automóvel em situações extremas, como tempesta-
des, neve e deserto. O túnel de número 8, como chamado pela empresa, apresenta uma hélice de sete metros de
diâmetro, composta por 44 pás que produzem ventos de até 240 km/h.
As consequências impactadas no carro pelas tempestades simuladas são medidas por meio de uma balança
com precisão para detectar desde o peso de uma moeda até cargas de 4 toneladas. Além disso, também são
utilizados lasers para identificar o trajeto percorrido pelo ar ao redor do automóvel submetido aos testes.

Túneis de vento na Fórmula 1


Investimentos pesados em diversas tecnologias é uma premissa básica para qualquer companhia que
queira ter uma participação de sucesso em corridas da Fórmula 1. Mais do que se preocupar com a potência
do motor, é preciso analisar o comportamento dos veículos nas pistas, trabalhando diretamente com a aerodi-
nâmica dos carros.
Isso porque de nada adiantaria desenvolver motores extremamente potentes se o veículo não possuir uma
estrutura estável ou um formato que seja capaz de amenizar a resistência do ar, por exemplo. Por conta dessas
razões, os túneis de vento são amplamente utilizados nessa área, assim como você pode conferir neste vídeo da
BMW Sauber, mostrando como a estrutura funciona na prática.

Aplicações feitas pela NASA


Como a instituição-modelo em relação a tecnologias relacionadas a aeronaves e suas variações, a NASA
também possui estruturas específicas para testar os seus projetos utilizando túneis de vento, que simulam a
geração de ventos a velocidades absurdas — assim como noticiado no começo do ano aqui no Tecmundo.
As instalações utilizadas pela NASA permitem que os engenheiros controlem as condições que afetam dire-
tamente a aeronave. Essas estruturas puxam o ar externo jogando-o para dentro da área de testes e, então,
empurram o vento para fora novamente, fazendo com que seja gerada uma recirculação de ar dentro do túnel.
A figura acima demonstra a estrutura de um túnel de vento usado pelos especialistas da companhia. O
grande ventilador (“Fan”), por meio do seu motor (“Drive Motor”), faz com que a circulação do ar se mantenha ativa.
Para você tenha uma noção real do tamanho dessa estrutura, compare o gerador de ventos (“Fan”) com o
pequeno desenho chamado de “Model” nesta figura: ele representa a aeronave em teste. Todos os dados coleta-
dos são transmitidos para a sala de controle (“Control Room”), onde os engenheiros se encontram.
Disponível em: <http://www.tecmundo.com.br/simuladores/33494-para-que-servem-os-tuneis-de-vento-.htm>. Acesso em: 19 nov. 2014.

26
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

ATIVIDADES
01. (PUC-Rio – Adaptada) Um jogador de futebol 03. (Cefet-SC) Dois corpos são lançados simultane-
faz “embaixadinhas” com uma bola de massa amente de uma altura h em relação ao solo, na
0,30 kg chutando-a verticalmente para cima até direção vertical, com a mesma velocidade inicial
uma altura de 80 cm acima dos pés a cada vez.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
v0, porém, um para cima e o outro para baixo.
Considerando a aceleração da gravidade g = 10 Despreze a resistência com o ar. Ao atingirem o
m/s2, calcule a duração de uma “embaixada”, ou solo, podemos afirmar, com relação ao módulo
seja, o tempo que a bola leva para subir e descer de suas velocidades, que:
até tocar novamente no pé do jogador.
a) o que foi lançado para cima tem o dobro da
velocidade do outro.
b) o que foi lançado para baixo tem o dobro da
velocidade do outro.
c) o que foi lançado para cima tem velocidade
menor que o outro.
d) o que foi lançado para cima tem velocidade
maior que o outro.
e) as velocidades são iguais.

04. (Etec) Aristóteles (384-322 a.C.) foi para Atenas


estudar com Platão e, durante seus estudos,
formulou a tese de que corpos de massas dife-
02. (UFSCar – Adaptada) Um dia, um cão, carregando rentes caem com tempos diferentes ao serem
um osso na boca, ia atravessando uma ponte. Olhando abandonados de uma mesma altura, sem qual-
para baixo, viu sua própria imagem refletida na água. quer tipo de verificação experimental.
Pensando ver outro cão, cobiçou-lhe logo o osso que
Com o desenvolvimento da Ciência e o início
este tinha na boca, e pôs-se a latir. Mal, porém, abriu a
boca, seu próprio osso caiu na água e perdeu-se para
do processo experimental por Galileu Galilei
sempre. (1564 -1642), realizou-se um experimento para
comprovar a tese de Aristóteles. Galileu verificou
Fábula de Esopo
que soltando dois corpos de massas diferentes,
Admita 10,0 m/s2 o valor da aceleração da gravi- com volumes e formas iguais, simultaneamen-
dade e que a resistência do ar ao movimento de te, de uma mesma altura e de um mesmo local,
queda do osso é desprezível. Se o osso largado ambos atingem o solo no mesmo instante.
pelo cachorro atingiu a superfície da água em

Física
0,4 s, determine a distância que separava o cão Com relação ao experimento realizado por Galileu,
ganancioso da superfície da água, no momento afirma-se que:
em que se iniciou a queda do osso. I. a aceleração da gravidade foi considerada a
mesma para ambos os corpos abandonados.
II. os corpos chegaram ao mesmo instante no
solo, pois os pesos tornaram-se iguais.
III. a resistência do ar não influenciou de forma
significativa no resultado obtido por Galileu.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
27
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

05. (UEL) Uma árvore versátil: (...) pesquisadores israe- subindo. Sendo g a aceleração da gravidade, a relação
lenses mostraram que a figueira foi a primeira planta a entre a velocidade inicial do Super-Homem e a altura
ser cultivada pelo homem há mais de 11 mil anos. Nas atingida é dada por: v2 = 2gH.
florestas tropicais, ela se destaca pelo importante pa-
pel ecológico que desempenha, alimentando grande
número de aves, morcegos e macacos, entre outros
animais. (...) Embora no Brasil as figueiras sejam em

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
geral de grande porte, em outros países há desde es-
pécies rasteiras com apenas 30 cm, até árvores com
mais de 40 cm de altura. Quando pensamos em uma
figueira, logo lembramos de seu fruto (Ficus carica).
Ciência Hoje, Rio de Janeiro, v. 42, n. 249, p. 70, jun. 2008.

Considere um figo desprendendo-se livremen-


te de uma figueira que tem 20 m de altura.
Pode-se afirmar que ele chegará ao solo após
segundos, atingindo uma veloci-
dade de metros por segundo.
Dado: Considere g = 10 m /s2.
Assinale a alternativa que completa corretamen-
te os espaços vazios do texto respectivamente.
KAKALIOS, James. The physics of superheroes. New York: GothaBooks, 2005.
a) 1,5 e 20,0
b) 2,0 e 20,0 A altura que o Super-Homem alcança em seu
c) 2,5 e 25,0 salto depende do quadrado de sua velocidade
d) 3,0 e 30,0 inicial porque:
e) 3,5 e 30,3 a) a altura do seu pulo é proporcional à sua ve-
locidade média multiplicada pelo tempo que
06. (UFPR-Litoral – 2010) Cecília e Rita querem des- ele permanece no ar ao quadrado.
cobrir a altura de um mirante em relação ao nível b) o tempo que ele permanece no ar é di-
do mar. Para isso, lembram-se de suas aulas de retamente proporcional à aceleração da
física básica e resolvem soltar uma moeda do gravidade e esta é diretamente proporcional
alto do mirante e cronometrar o tempo de que- à velocidade.
da até a água do mar. Cecília solta a moeda e
c) o tempo que ele permanece no ar é inversa-
Rita lá embaixo cronometra 6 s. Considerando-
mente proporcional à aceleração da gravidade
se g = 10 m/s2, é correto afirmar que a altura
e esta é inversamente proporcional à velocida-
desse mirante será de aproximadamente:
de média.
a) 180 m.
d) a aceleração do movimento deve ser elevada
b) 150 m.
ao quadrado, pois existem duas acelerações
c) 30 m.
envolvidas: a aceleração da gravidade e a
d) 80 m. aceleração do salto.
e) 100 m. e) a altura do seu pulo é proporcional à sua ve-
locidade média multiplicada pelo tempo que
07. (Enem – 2009 – Cancelado)
ele permanece no ar, e esse tempo também
O Super-Homem e as leis do movimento depende da sua velocidade inicial.
Uma das razões para pensar sobre física dos super-
08. (Enem – 2011) Para medir o tempo de reação
-heróis é, acima de tudo, uma forma divertida de
de uma pessoa, pode-se realizar a seguinte
explorar muitos fenômenos físicos interessantes, des-
experiência.
de fenômenos corriqueiros até eventos considerados
fantásticos. A figura seguinte mostra o Super-Homem I. Mantenha uma régua (com cerca de 30 cm)
lançando-se no espaço para chegar ao topo de um suspensa verticalmente, segurando-a pela
prédio de altura H. Seria possível admitir que com seus extremidade superior, de modo que o zero da
superpoderes ele estaria voando com propulsão pró- régua esteja situado na extremidade inferior.
pria, mas considere que ele tenha dado um forte salto. II. A pessoa deve colocar os dedos de sua
Neste caso, sua velocidade final no ponto mais alto mão, em forma de pinça, próximos do zero
do salto deve ser zero, caso contrário, ele continuaria da régua, sem tocá-la.
28
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

III. Sem aviso prévio, a pessoa que estiver segu- consecutivas apresentadas na figura é sempre
rando a régua deve soltá-la. A outra pessoa o mesmo, pode-se afirmar que a distância h, em
deve procurar segurá-la o mais rapidamente metros, é igual a:
possível e observar a posição onde conse- a) 25.
guiu segurar a régua, isto é, a distância que
b) 28.
ela percorre durante a queda.
c) 22.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O quadro seguinte mostra a posição em que três d) 30.
pessoas conseguiram segurar a régua e os res-
e) 20.
pectivos tempos de reação.

Distância percorrida pela régua Tempo de reação


10. (FGV-SP – 2012) Um paraquedista salta de uma
durante a queda (metro) (segundo) altura de 325 m. Durante os primeiros 5,0 s, ele
cai em queda livre, praticamente sem interferên-
0,30 0,24
cia do ar; em seguida, ele abre o paraquedas
0,15 0,17 e seu movimento passa a ser uniforme, após
0,10 0,14 brusca diminuição de velocidade, como indica
Disponível em: <http://br.geocities.com>. Acesso em: 1.º fev. 2009. o gráfico da velocidade, em função do tempo.
Considere o movimento de queda vertical e re-
A distância percorrida pela régua aumenta mais tilíneo e a aceleração da gravidade de 10 m/s2.
rapidamente que o tempo de reação porque a: O tempo total de movimento, até a chegada do
a) energia mecânica da régua aumenta, o que paraquedista ao solo, será de:
a faz cair mais rápido. v (m/s)
b) resistência do ar aumenta, o que faz a régua
cair com menor velocidade.
c) aceleração de queda da régua varia, o que
provoca um movimento acelerado.
d) força peso da régua tem valor constante, o
que gera um movimento acelerado. 10
e) velocidade da régua é constante, o que pro- t(s)
voca uma passagem linear de tempo. 0 5,0

09. (Unesp – 2013) Em um dia de calmaria, um garoto a) 20,0 s.


sobre uma ponte deixa cair, verticalmente e a par- b) 25,0 s.
tir do repouso, uma bola no instante t0 = 0. A bola c) 28,0 s.
atinge, no instante t4, um ponto localizado no ní- d) 30,0 s.
vel das águas do rio e à distância h do ponto de
e) 35,0 s.
lançamento. A figura apresenta, fora de escala,
cinco posições da bola, relativas aos instantes t0, 11. (Mackenzie – 2010/2) Ao parar em um cruza-
t1, t2, t3 e t4. mento entre duas avenidas, devido ao semáforo
ter mudado para vermelho, o motorista de um

Física
Sabe-se que entre os instantes t2 e t3 a bola per-
corre 6,25 m e que g = 10 m/s2. automóvel vê um menino malabarista jogando
t0
3 bolas verticalmente para cima, com uma das
t1
mãos. As bolas são lançadas uma de cada vez,
de uma mesma altura em relação ao solo, com
a mesma velocidade inicial e, imediatamente
t2 após lançar a 3.ª bola, o menino pega de volta a
6,25 m
1.ª bola.
h=? O tempo entre os lançamentos das bolas é sem-
t3 pre igual a 0,6 s. A altura máxima atingida pelas
bolas é de:
Dado: Aceleração da gravidade = 10 m/s2
a) 90 cm.
t4 b) 180 cm.
c) 240 cm.
Desprezando a resistência do ar e sabendo d) 300 cm.
que o intervalo de tempo entre duas posições e) 360 cm.
29
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

12. (Uerj – 2012) Galileu Galilei, estudando a queda Com relação às assertivas, assinale a alternativa
dos corpos no vácuo a partir do repouso, obser- correta.
vou que as distâncias percorridas a cada segundo I. No instante t = 0,5 s, a aceleração do corpo
de queda correspondem a uma sequência múlti- é negativa.
pla dos primeiros números ímpares, como mostra
II. No instante t = 4 s, a velocidade do corpo é
o gráfico abaixo.
máxima.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
III. No instante t = 2 s, a velocidade do corpo é
0 (zero).
3 ∙ 5 = 15 m IV. No instante t = 2 s, o movimento passa a ser
uniformemente acelerado.
5 ∙ 5 = 25 m
a) As assertivas I e II são corretas.
1∙5=5m
b) As assertivas II e IV são corretas.
c) As assertivas I, II e III são corretas.
d) Todas as assertivas são corretas.
7 ∙ 5 = 35 m
e) As assertivas I, III e IV são corretas.

14. (Uenp – 2012) De uma altura de 90 m do solo,


uma pedra é lançada verticalmente para cima a
Determine a distância total percorrida após 4 15 m/s. Em qual alternativa se encontra o tempo
segundos de queda de um dado corpo. Em (em s) que a pedra leva desde o lançamento até
seguida, calcule a velocidade desse corpo em atingir o solo? (g = 10 m/s2).
t = 4 s (Considere g=10 m/s²). a) 2,0
b) 4,0
c) 6,0
d) 8,0
e) 10,0

ANOTAÇÕES

13. (UEPG – 2011) O gráfico abaixo corresponde ao


lançamento vertical de um corpo de baixo para
cima.
22,5

20,0
17,5
15,0
Altura (m)

12,5

10,0
7,5
5,0

2,5
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Tempo (s)
30
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

Lançamentos parabólicos
S empre que se pode desprezar os
efeitos do ar, um corpo lançado
nas proximidades da Terra, com veloci-
objetos em relação à Terra com a mes-
ma velocidade, independentemente
da trajetória (e até da massa deles).

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
dade que não seja vertical, executará um • Ideia do experimento: a ideia do expe-
movimento cuja trajetória não será vertical. rimento é fazer um lançamento ao
A trajetória seguida pelo corpo nessas cir- mesmo tempo de dois objetos idên-
cunstâncias é um arco de parábola. ticos, mas com trajetórias diferentes:
Se a velocidade de lançamento for uma vertical e outra em curva. Pelo
horizontal, o movimento será denominado som dos objetos batendo no piso,
lançamento horizontal. pode-se deduzir que eles chegaram
UFRGS
ao mesmo tempo, independentemente
da trajetória.
• Material: uma régua comum de 30 cm
e duas moedas idênticas.
• Montagem: coloque a régua sobre a
mesa de forma que metade dela fique
para fora. Coloque uma moeda sobre
a régua do lado de fora e a outra en-
tre a régua e a mesa. Bata de fora para
dentro de forma que a régua lance uma
moeda e deixe que a outra caia em
Fotografia estroboscópica de duas esferas postas em movimento,
simultaneamente, de maneiras diferentes. A da esquerda foi abandonada queda livre.
no instante em que a da direita foi lançada horizontalmente. • Comentários: é preciso treinar algu-
mas vezes para que o lançamento
• Observação: Ver experimento (de simples
fique sincronizado de forma a demos-
realização) que reproduz esta fotografia
trar o proposto.
no final deste capítulo.
• Esquema geral:
• Experimento: Queda de Moedas
• Objetivo: demonstrar que os objetos,
quando em queda livre, gastam o
mesmo tempo para cair de uma mes-
Régua/ponto de apoio
ma altura, independentemente de suas

Física
trajetórias. Ou seja: o objeto que cai Moeda
Bata aqui
em curva gasta o mesmo tempo para
chegar ao chão que um objeto idênti-
co solto ao mesmo tempo e da mesma
altura, mas que cai verticalmente. Se a velocidade de lançamento formar
um ângulo diferente de zero com a linha do
• Contexto: é comum pensar que o ob-
horizonte, o lançamento será denominado
jeto lançado para cima em curva leva
lançamento oblíquo.
mais tempo para voltar ao solo do que
se for lançado verticalmente. Essa é
uma concepção incorreta decorrente O vetor velocidade
do fato verdadeiro de distância total
percorrida pelo objeto lançado em
nesses movimentos
curva ser maior que daquele lançado Todo vetor pode ser escrito pela soma
verticalmente. Porém, o movimento de dois outros. No caso do estudo dos
vertical é determinado pela atração lançamentos horizontais e oblíquos, é con-
gravitacional, que é tal que puxa os veniente escrever o vetor velocidade como
31
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

a soma de dois outros vetores, sendo um velocidade vetorial permanece con-


na direção horizontal ( V ) e outro na dire- stante, caracterizando um MRU.
x
ção vertical ( V ). • Na direção vertical, a aceleração é
y
constante e, portanto, a componente
vy
v Vy varia em intensidade de maneira
uniforme, caracterizando um MRUV.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
y
v
vx

vy
Com o auxílio da trigonometria, pode-
No eixo y, temos
-se facilmente relacionar as intensidades vx
g
MRUV e no eixo x,
MRU.
(Vx, Vy, V) desses vetores.
Sendo a o ângulo entre o eixo horizon-
x
tal e o vetor velocidade ( V ), temos:
y 1. Do alto de um edifício de 45 m de altura,
v
vy um garoto lança uma pedra, horizon-
talmente, com velocidade de 10 m/s.
Admitindo que os efeitos do ar são de-
a sprezíveis e que no local a aceleração
vx x da gravidade seja 10 m/s2, calcule:
0 v = 10 m/s x
V
cos a = x ... → ....... V
. x = V · cos a
V
45 m
g = 10 m/s2
Vy
sen a = ... → ....... Vy = V · sen a
V
y
Observe que, no instante de um lan-
çamento horizontal, o ângulo a é zero e Na direção x temos um MRU:
portanto a velocidade inicial na direção y Vx = 10 m/s
é zero. x = 0 + 10 · t
Conhecendo os valores das velocidades Na direção y temos um MRUV:
Vx e Vy, pode-se determinar o valor da veloci- Vy = 0 + 10 · t
dade V usando o teorema de Pitágoras. 10 t2
y=0+0·t+
V2 = V2x + V2y 2
y = 5t2

Como estudar esses a) o tempo de queda;

movimentos O tempo de queda corresponde ao in-


stante em que o corpo atinge o solo (y
O estudo desses movimentos não pode = 45 m).
ser feito de maneira simplificada como nos 45 = 5 · tq2 ⇔ 9 = tq2 \ tq = 3 s
lançamentos verticais e nas quedas livres,
pois o vetor aceleração não tem mais a b) a distância entre o local em que a pe-
direção do movimento. Por outro lado, não dra toca o solo e a base do edifício;
devemos esquecer que em qualquer instante A distânica (D) procurada é o valor de
o vetor aceleração é vertical, para baixo e de x quando t = 3 s.
intensidade constante. Assim, se adotarmos x = 10 · t → D = 10 · 3 \ D = 30 m
dois eixos, um vertical e outro horizontal, c) a intensidade da velocidade vertical
podemos pensar esses movimentos como quando a pedra toca o solo;
a soma de dois outros mais simples, exe- Vy = 10 · t, quando a pedra toca o solo,
cutados da seguinte maneira: t = 3 s.
• Na direção horizontal, não há acelera- Vy = 10 · 3 \ Vy = 30 m/s
ções e, portanto, a componente V da d) a intensidade da velocidade vetorial
x
32
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

quando a pedra toca o solo. Lembrar que no ponto mais alto da trajetória
V = Vx + V
2 2 2 SOMENTE a velocidade no eixo y é zero. Não es-
y
vx = 10 m/s
V2 = 102 + 30 2 quecer da velocidade no eixo x que é constante
V2 = 1 000 \ (vx = 32 m/s)
v
V = 31,6 m/s vy = 30 m/s d) a duração do movimento;
O tempo total do movimento (T) é o dobro do

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
2. Em um campo plano horizontal, um projétil é tempo de subida:
lançado com velocidade de 40 m/s de modo
T = 2 · ts ∴ T = 4 s
que a sua direção forma um ângulo a com o
terreno. Admitindo o movimento livre de outras e) a máxima altura atingida pelo projétil;
forças além do peso, que a aceleração da gra- t2
x = x0 + V0y · t + g · → x = 20 · t – 5 · t2
vidade local seja 10 m/s2 e que sen a = 0,5 e 2
cos a = 0,8, calcule: x = hmáx quando t = 2 s
y (m)
v = 40 m/s hmáx = 20 · (2) – 5 · (2)2 ∴ hmáx = 20 m

Observação: pode-se usar equação de Torricelli


a para determinar a altura máxima (hmáx), basta im-
0 x (m) por Vy = 0.
a) a intensidade de Vx e de Vy no instante do 02 = 202 + 2 · (–10) · hmáx ∴ hmáx = 20 m
lançamento;
f) a distância entre o ponto de lançamento do pro-
Vy V = 40 m/s
jétil e o ponto em que o projétil atinge o solo.
x = xo + Vx · t → x = 32 · t
a x = D quando t = 4 s
Vx
Vx = V · cosa D = 32 · 4 ∴ D = 128 m
Vx = 40 · 0,8 Vx = 32 m/s
Vx = V · sena Equações simplificadoras
Vx = 40 · 0,5 Vy = 20 m/s
Com o intuito de agilizar a resolução de prob-
b) a intensidade de Vx e de Vy no instante t = 1 s; lemas, pode-se utilizar algumas expressões.
Vx = 32 m/s (constante)
Vy = Vyo + g · t → Vy = 20 – 10t Tempo de subida (TS)
Quando t = 1s → Vy = 20 – 10 (1) ∴ Ts = V0 sen a
g
\ Vy = 10 m/s.
Demonstra-se essa expressão fazendo Vy igual

Física
Observação: lembrar do significado g = 10 m/s2 a zero na equação horária das velocidades no eixo
(a cada segundo a velocidade deve variar de vertical.
10 m/s em 10 m/s).

c) o instante em que o projétil atinge o ponto mais Tempo total de movimento (TT)
alto da trajetória;
No ponto mais alto da trajetória,Vy = 0. TT = 2 V0 sen a
g
Vy = 20 – 10 · t → 0 = 20 – 10 · ts ∴ O tempo de subida e o tempo de descida são
\ ts = 2 s iguais, logo, Tt = 2Ts.

Observação: no eixo y (MRUV) utilizamos


g = 10 m/s2 (a cada segundo a velocidade deve Altura máxima (Hm)
variar de 10 em 10 m/s). Como inicia com uma
Hm = V0 sen a
2 2

velocidade de 20 m/s (tempo zero), passando 2g


1 segundo (10 m/s), passando 2 segundos (velo- Demonstra-se essa expressão fazendo Vy igual a
cidade final = zero). Logo, levou 2 segundos. zero na equação de Torricelli no eixo vertical.
33
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

Alcance horizontal (A)


v
A = V0 sen 2a
2

g
Demonstra-se essa expressão fazendo t = TT na 45º
equação horária dos espaços, no eixo horizontal.
Por meio dessa equação, pode-se de-monstrar O máximo alcance é obtido com ângulo de tiro a = 45°.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
que existem, para uma mesma intensidade de Essa experiência permite verificar que há um
velocidade de lançamento, dois ângulos que pro-
ângulo que provoca o máximo alcance.
porcionam o mesmo alcance. Esses ângulos são
complementares, ou seja, somam 90°.
a1 + a2 = 90° Alcance horizontal máximo (Am)
Existe uma maneira simples de verificar essa V20 Am =
propriedade: com o uso de uma mangueira esgui- g
chando água, a partir de uma posição horizontal da O alcance é máximo quando sen 2a =
mangueira. Ao inclinar a mangueira lentamente para = 1, ou seja, quando 2a = 90° e, portanto, quando
cima, percebe-se que o alcance aumenta até certo a = 45°.
valor e em seguida passa a diminuir, caracterizando Forças Armadas do Governo dos Estados Unidos

dois ângulos para o mesmo alcance.

v
a2 Teste com uma arma
nuclear tática lançada por
artilharia, em 1953, na
a1 operação Upshot-
-Knothole Grable. O
canhão M65 ficou
Com uma mesma intensidade de velocidade de lançamento, dois ângulos proporcionam o conhecido como “canhão
mesmo alcance. Basta que a1 + a2 = 90. atômico”.

ATIVIDADES
01. (UFRJ) Duas mesas de 0,80 m de altura estão a) o tempo de queda das esferas.
apoiadas sobre um piso horizontal, como mos-
tra a figura a seguir. Duas pequenas esferas
iniciam o seu movimento simultaneamente do
topo da mesa:
1. a primeira, da mesa esquerda, é lançada
com velocidade V0 na direção horizontal,
apontando para a outra esfera, com módulo
igual a 4 m/s;
2. a segunda, da mesa da direita, cai em que- b) a distância x horizontal entre os pontos ini-
da livre. ciais do movimento.
V0

0,80 m

Sabendo que elas se chocam no momento em


que tocam o chão, determine:
34
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

02. (Cefet-MG) Três pedras são atiradas horizon- Desprezando-se os efeitos do ar no movimento
talmente, do alto de um edifício, tendo suas de queda das caixas, determine as distâncias
trajetórias representadas a seguir. entre os respectivos pontos de impacto das cai-
xas no solo.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a b c

Admitindo-se a resistência do ar desprezível, é


correto afirmar que, durante a queda, as pedras
05. (Fuvest) Uma menina, segurando uma bola de
possuem:
tênis, corre com velocidade constante, de módu-
a) acelerações diferentes. lo igual a 10,8 km/h, em trajetória retilínea, numa
b) tempos de queda diferentes. quadra plana e horizontal.
c) componentes horizontais das velocidades Num certo instante, a menina, com o braço es-
constantes. ticado horizontalmente ao lado do corpo, sem
d) componentes verticais das velocidades dife- alterar o seu estado de movimento, solta a bola,
que leva 0,5 s para atingir o solo. As distâncias
rentes, a uma mesma altura.
sm e sb percorridas, respectivamente, pela me-
nina e pela bola, na direção horizontal, entre o
03. (PUC-SP) Em um experimento escolar, um alu-
instante em que a menina soltou a bola (t = 0 s)
no deseja saber o valor da velocidade com que
e o instante t = 0,5 s, valem:
uma esfera é lançada horizontalmente, a partir
(desconsiderar efeitos dissipativos)
de uma mesa. Para isso, mediu a altura da mesa
a) sm = 1,25 m e sb = 0 m.
e o alcance horizontal atingido pela esfera, en-
b) sm = 1,25 m e sb = 1,50 m.
contrando os valores mostrados na figura.
c) sm = 1,50 m e sb = 0 m.
d) sm = 1,50 m e sb = 1,25 m.
e) sm = 1,50 m e sb = 1,50 m.

06. (Ufal) Uma pedra é atirada obliquamente com


velocidade de 20 m/s, formando ângulo de 53°
com a horizontal. Adote g = 10 m/s2, sen 53° =
= 0,80 e cos 53° = 0,60. O alcance horizontal,
desde o lançamento da pedra até retornar à altu-
ra do ponto de lançamento é, em metros:
A partir dessas informações e desprezando as a) 38.
influências do ar, o aluno concluiu corretamente b) 44.

Física
que a velocidade de lançamento da esfera, em c) 50.
m/s, era de: d) 58.
e) 64.
a) 3,1.
b) 3,5. 07. (PUC-Rio – 2010) Um superatleta de salto em
c) 5,0. distância realiza o seu salto procurando atingir
d) 7,0. o maior alcance possível. Se ele se lança ao ar
com uma velocidade cujo módulo é 10 m/s, e
e) 9,0. fazendo um ângulo de 45° em relação à hori-
zontal, é correto afirmar que o alcance atingido
04. (Uerj) Um avião, em trajetória retilínea paralela à
pelo atleta no salto é de:
superfície horizontal do solo, sobrevoa uma re-
(Considere g = 10 m/s2)
gião com velocidade constante igual a 360 km/h. a) 2 m.
Três pequenas caixas são largadas, com ve- b) 4 m.
locidade inicial nula, de um compartimento na c) 6 m.
base do avião, uma a uma, a intervalos regula- d) 8 m.
res iguais a 1 segundo. e) 10 m.
35
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

08. (UFT – 2010) Um jogador de futebol chuta uma fixada a uma altura de 3,0 m em relação ao piso.
bola com massa igual a meio quilograma, dando Desprezando a resistência do ar, determine:
a ela uma velocidade inicial que faz um ângu-
lo de 30 graus com a horizontal. Desprezando
a resistência do ar, qual o valor que melhor re-
presenta o módulo da velocidade inicial da bola 45º

para que ela atinja uma altura máxima de 5 me-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
3,0 m
2,0 m
tros em relação ao ponto que saiu?
Considere que o módulo da aceleração da gravi-
dade vale 10 metros por segundo ao quadrado.
6,0 m
a) 10,5 m/s
b) 15,2 m/s a) a altura máxima atingida pela bola em rela-
c) 32,0 m/s ção ao piso;
d) 12,5 m/s
e) 20,0 m/s

09. (UFF – 2011) Após um ataque frustrado do time


adversário, o goleiro se prepara para lançar a
bola e armar um contra-ataque.
Para dificultar a recuperação da defesa adversá-
ria, a bola deve chegar aos pés de um atacante
no menor tempo possível. O goleiro vai chutar a b) o intervalo de tempo entre o instante em que
bola, imprimindo sempre a mesma velocidade, e a bola sai da mão do jogador e o instante em
deve controlar apenas o ângulo de lançamento. que ela atinge a cesta.
A figura mostra as duas trajetórias possíveis da
Física 1º Ano
bola num certo momento da dos
Capítulo: Queda partida.
Corpos e Movimentos Curvilíneos

a alternativa que expressa se é possível 11. (UEL) Um corpo é lançado para cima, com
Assinale a alternativa que expressa se é possível ou não determinar qual destes dois jogadores
Assinale
receberia a bola no menor tempo. Despreze o efeito da resistência do ar.
ou não determinar qual destes dois jogadores
a) Sim, é possível, e o jogador mais próximo receberia a bola no menor tempo. velocidade inicial de 50 m/s, numa direção
b) Sim, é possível, e o jogador mais distante receberia a bola no menor tempo.
receberia a
c) Os dois jogadores bola no
receberiam amenor tempo.
bola em tempos iguais. Despreze o que forma um ângulo de 60° com a horizon-
d) Não, pois é necessário conhecer os valores da velocidade inicial e dos ângulos de
efeito da resistência do ar.
lançamento. tal. Desprezando a resistência do ar, pode-se
e) Não, pois é necessário conhecer o valor da velocidade inicial.
afirmar que no ponto mais alto da trajetória a
a)11. (UFPR
Sim, é possível, e o jogador mais próximo re-
2007) A figura a seguir ilustra um jogador de basquete no momento em que ele faz velocidade do corpo, em m/s, será:
ceberia
um arremesso bemasucedido.
bola no menor
A bola, tempo.está a uma distância horizontal de
ao ser arremessada,
6,0 m da cesta e a uma altura de 2,0 m em relação ao piso. Ela sai das mãos do jogador comDados: sen 60° = 0,87 e cos 60° = 0,50
b)uma Sim, é possível,
velocidade de módulo 6 2e m/sofazendo
jogador ° mais
um ângulo de 45distante re- A cesta estáa) 5.
com a horizontal.
ceberia a bola no menor tempo.
fixada a uma altura de 3,0 m em relação ao piso. Desprezando a resistência do ar, determine:
b) 10.
c) Os dois jogadores receberiam a bola em c) 25.
tempos iguais. d) 40.
d) Não, pois é necessário conhecer os valo- e) 50.
res da velocidade inicial e dos ângulos de
lançamento. 12. (UEL) Um projétil é atirado com velocidade de
e) Não, pois é necessário conhecer o valor da 40 m/s, fazendo ângulo de 37° com a horizontal.
velocidade inicial. A 64 m do ponto de disparo, há um obstáculo
de altura com 20 m.
10. (UFPR) A figura a seguir ilustra um jogador
de
a) a basquete no pela
altura máxima atingida momento em
bola em relação que ele faz um
ao piso. Adotando g = 10 m/s2, cos 37° = 0,80 e sen 37° =
b) o intervalo de tempo entre o instante em que a bola sai da mão do jogador e o instante em
arremesso bem-sucedido. A bola, ao ser arre-
que ela atinge a cesta. 0,60, pode-se concluir que o projétil:
messada, está a uma distância horizontal de 6,0 a) passa à distância de 2,0 m acima do obstáculo.
m da cesta e a uma altura de 2,0 m em relação b) passa à distância de 8,0 m acima do obstáculo.
ao piso. Ela sai das mãos do jogador com uma c) choca-se com o obstáculo a 12 m de altura.
velocidade de módulo 6 √2 m/s fazendo um d) choca-se com o obstáculo a 18 m de altura.
ângulo de 45° com a horizontal. A cesta está e) cai no solo antes de chegar até o obstáculo.
36
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

Movimento circular
uniforme

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Q uando observamos atentamente
o funcionamento de máquinas
mecânicas, sempre nos deparamos com
No Sistema Internacional de Unidades
(SI), a unidade de medida do período T é a
unidade de tempo: o segundo (s).
um movimento característico, que é o
movimento de rotação. As rodas de um Período é o tempo gasto para dar uma
volta completa.
automóvel realizam movimento de rotação,
os eixos transmissores realizam movi- No movimento circular uniforme ocorre
mento de rotação, as hélices de um avião outro fato fácil de se observar. Ao se esta-
realizam movimentos de rotação, assim belecer alguns intervalos de tempo e contar
como as pás de um ventilador etc. o número de voltas que o ponto material
dá em cada um deles, verifica-se que a
Um corpo está em movimento de rotação
razão entre o número de voltas e o inter-
quando todos os pontos do corpo estão
valo de tempo correspondente é constante.
em movimento circular e os centros das
O número encontrado é chamado de fre­
trajetórias descritas por eles estão sobre
quência e designa o número de voltas que
uma reta denominada eixo de rotação.
o corpo dá por unidade de tempo, sendo
normalmente representado pela letra ƒ.
Estudaremos um caso particular em
que a rotação acontece em ritmo cons- No Sistema Internacional de Unidades,
tante. Qualquer ponto do corpo que seja a unidade de medida da frequência ƒ é o
escolhido aleatoriamente executará mo- hertz (Hz), que é o mesmo que número de
vimento circular e o módulo de sua veloci- rotações por segundo (rps).
dade vetorial será constante. Dizemos que Eventualmente pode-se usar a unidade
esse ponto do corpo encontra-se em movi- rpm, que significa rotações por minuto.
mento circular uniforme (MCU).
Frequência é o número de voltas que
Um ponto material está em movimento o corpo dá por unidade de tempo.
circular uniforme quando a trajetória é
uma circunferência e o módulo da velo- O período e a frequência, em última
cidade vetorial é constante. análise, trazem a mesma informação. Se
soubermos o tempo gasto em segundos

Física
para dar uma volta (T), calcularemos facil-
Período e frequência mente quantas voltas podem ser dadas em
um segundo (ƒ); basta dividir um segundo
Um ponto material em movimento
pelo período.
circular uniforme consome sempre o
Em símbolos:
mesmo tempo para dar uma volta com-
pleta em torno do eixo de rotação. Esse 1 e consequentemente T = 1
ƒ=
tempo é denominado período de revo- T ƒ
lução do movimento circular uniforme e
normalmente é representado pela letra Medindo ângulos
T. Essa definição é própria para os movi- Uma das maneiras de se medir o
mentos uniformes em trajetória fechada. ângulo determinado por duas retas con-
Movimentos pendulares, por exemplo, são correntes é usar o transferidor. A abertura
periódicos e o pêndulo não dá uma volta angular será medida em graus. Cada grau
completa em torno do eixo de rotação. corresponde a um ângulo central que
Nesses casos, estudaremos uma defini- determina na circunferência um arco de
ção mais adequada. 1 do perímetro.
comprimento igual a
360 37
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

s
medida, pois é resultado da divisão de
105º 90º 75º
60º
dois comprimentos.
120º
135º 45º
r
150º 30º R a = 2 raios
ou
165º 15º a =2 rad

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
180º 0º R
r
O ângulo a determinado pelas semirretas r e s é, em graus, a = 60º. a
R
0 s

a = 60º

O uso dos transferidores nem sempre α=


é prático. Na Física, usamos uma maneira R
de medir ângulos que dispensa o transferi-
Esse número indica a quantidade de
dor. Observe as figuras.
raios contidos no arco.
Figura 1 No caso da figura acima, a relação
s
entre o comprimento do arco e o compri-
mento do raio é 2.
Dizemos que o ângulo mede 2 raios ou,
o que é mais comum, dizemos que o ângulo
mede 2 radianos.
a
Um radiano é a medida do ângulo central
r
que determina na circunferência um arco
Figura 2 cujo comprimento é igual ao do raio.
s

Relação entre o radiano


e o grau
2
Sendo duas semirretas de mesma ori-
gem, mesma direção e sentidos opostos.
a
r
Ao medirmos o ângulo a, determinado
R1
por elas, com um transferidor, encontrare-
R2
R3 mos a = 180º.
90º
Na figura 1, as retas r e s formam o
ângulo a que desejamos medir. 135º 45º

Na figura 2, construímos três arcos


de circunferência de raios diferentes, to-
dos de centros na intersecção das retas. a

Observe que os setores circulares são figu- 180º 0º


s 0 r
ras semelhantes e que, portanto, a razão
entre comprimentos homólogos é constante.
Ao determinarmos esse ângulo em
radianos, encontraremos a = p rad, pois
a medida do arco determinado na circun-
A constante encontrada é um adi- ferência por a é igual a meio perímetro da
mensional, ou seja, não tem unidade de circunferência.
38
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

Então: a = (p ∙ R) ¸ R → a = p rad Os pontos mais distantes do eixo de


rotação apresentam velocidades maiores.
Conclui-se que 180º corresponde a
O motivo é que devem ser mais velozes
p rad.
para completarem a volta ao mesmo tempo
Portanto, se conhecermos a medida de em que os pontos interiores. Portanto, não
um ângulo em graus, podemos escrevê-la podemos falar de velocidade de um corpo

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
em radianos e vice-versa – basta utilizar a em rotação porque cada um de seus pon-
regra de três. tos tem velocidade própria.
Traçando uma reta desde o eixo de
Observe:
rotação até a periferia do disco, percebe-
Expresse, em radianos, a medida de mos que essa reta ocupa duas posições
um ângulo de 60º. diferentes em dois instantes diferentes t e t’.
grau rad
180º p 180º ⋅ a = 60º ⋅ p t’

⇒ Eixo de
rotação
p
60º a a = rad
3

Expresse, em graus, a medida de um


ângulo de p rad.
6
grau rad
t

180º p a ⋅ p = p ⋅ 180
6
⇒ Note que no intervalo de tempo con-
siderado, a reta percorreu um ângulo Df.
a p a = 30º Todos os pontos pertencentes a ela tam-
6
bém percorreram o mesmo ângulo Df no

Velocidade angular mesmo intervalo de tempo.


Podemos, a partir dessas observa-
Vamos imaginar um disco rígido em
ções, criar uma grandeza física que mostre
movimento de rotação, com o eixo de
a rapidez com que os pontos de um corpo
rotação perpendicular ao plano do papel,
conforme a figura a seguir.
rígido em rotação percorrem determinado
ângulo. Chamamos essa grandeza de
velocidade angular (w) e a definimos da

Física
v3

seguinte maneira:
v2 Df
w =
Dt
v1 w = velocidade angular (rad/s)
Df = variação angular (rad)
Dt = intervalo de tempo decorrido du-
rante a variação angular (s)

No Sistema Internacional de Unidades


(SI), a unidade de velocidade angular é o
rad/s.
Eixo de rotação

A um corpo em rotação não associamos velocidade de translação,


pois as velocidades dos seus pontos são diferentes.

39
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

Relações entre as
grandezas do MCU

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Relação entre w, T e ƒ Consequentemente, V = 2pR
T
O período, a frequência e a velocidade ou V = 2pƒR.
angular de um movimento circular uni- t’ > t
forme trazem em seus valores uma mesma R
informação: a rapidez com que ocorre a
Dφ Dx
rotação. O conhecimento de uma dessas 0

grandezas implica o conhecimento das


outras duas. Acompanhe a determinação t
das relações entre essas grandezas.
Dx Dx
Df = 2p rad Df = R → R =
Em uma volta completa Df
Dt = T A expressão encontrada mostra que
a velocidade tangencial de um ponto per-
Df 2p tencente a um corpo rígido em rotação é
Como w = Þ w=
Dt T diretamente proporcional à distância entre
1 o ponto e o eixo de rotação, e a constante
Como ƒ = Þ w = 2pƒ de proporcionalidade é a velocidade angu-
T
lar. Ou seja, quanto mais distante estiver
do eixo de rotação, maior será a veloci-
Relação entre w e V dade tangencial.

Relação entre w e ac
Da definição de velocidade escalar:
Dx Dx
V= , temos Dt = .
Dt V A intensidade da aceleração centrípeta
Da definição de velocidade angular: pode ser escrita em função da velocidade
V2
Df Df escalar: ac = .
w= , temos Dt = . R
Dt w
2p 2pR
Dx Como: w = e V= ,
Df T T
Logo, = Þ Df ∙ V = w ∙ Dx →
V w logo, V = w ∙ R.
Dx
→V=w∙ Þ V = w ∙ R. Substituindo V por wR, temos:
Df
w2 R 2
ac = Þ a c = w2 · R
R

Comportamento de v e ac no MCU
Expressões
Grandeza Direção Sentido Intensidade
importantes
Variável v=w·R
Velocidade Constante 2p
(tangente Constante
vetorial (v) (o do movimento) v=
à trajetória) T
V = 2p · ƒ
Variável Constante v2
Aceleração ac =
(perpendicular (voltado para Constante R
centrípeta (ac)
à velocidade) o centro) ac = w2 · R

40
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

ATIVIDADES

01. Um ponto material em MCU, em uma circunfe- O equipamento anteriormente descrito funciona
rência horizontal, completa uma volta a cada com os grupos de polias girando da seguinte
10 s. Sabendo-se que o raio da circunferência é forma:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
5 cm, calcule: (use π = 3) a) 1 e 2 no sentido horário; 3 e 4 no sentido
a) o período e a frequência; anti-horário.
b) a velocidade angular; b) 1 e 3 no sentido horário; 2 e 4 no sentido
c) a velocidade escalar. anti-horário.
c) 1 e 2 no sentido anti-horário; 3 e 4 no sentido
horário.
d) 1 e 4 no sentido horário; 2 e 3 no sentido
anti-horário.
e) 1, 2, 3 e 4 no sentido anti-horário.

04. (Unesp) Satélites de órbita polar giram numa ór-


bita que passa sobre os polos terrestres e que
02. (PUC Minas – 2010 – Adaptada) “Nada como um permanece sempre em um plano fixo em rela-
dia após o outro”. Certamente esse dito popular ção às estrelas. Pesquisadores de estações
está relacionado de alguma forma com a rotação oceanográficas, preocupados com os efeitos do
da Terra em torno de seu próprio eixo, realizando aquecimento global, utilizam satélites desse tipo
uma rotação completa a cada 24 horas. Nesse para detectar regularmente pequenas variações
caso, cada hora corresponde a uma rotação de de temperatura e medir o espectro da radia-
quantos graus? ção térmica de diferentes regiões do Planeta.
Considere o satélite a 5 298 km acima da super-
fície da Terra, deslocando-se com velocidade de
5 849 m/s em uma órbita circular. Estime quantas
passagens o satélite fará pela linha do Equador
em cada período de 24 horas.
Utilize a aproximação π = 3,0 e suponha a Terra
esférica, com raio de 6 400 km.

03. (Enem) Na preparação da madeira em uma


indústria de móveis, utiliza-se uma lixadeira cons-
tituída de quatro grupos de polias, como ilustra
o esquema abaixo. Em cada grupo, duas polias
de tamanhos diferentes são interligadas por uma

Física
correia provida de lixa. Uma prancha de madei-
ra é empurrada pelas polias, no sentido A → B
(como indicado no esquema), ao mesmo tempo
em que um sistema é acionado para frear seu mo-
vimento, de modo que a velocidade da prancha 05. (UFRGS) X e Y são dois pontos da superfície
da Terra. O ponto X encontra-se sobre a linha
seja inferior à da lixa.
do Equador, e o ponto Y sobre o trópico de
Capricórnio.
Designando-se por ωx e ωy, respectivamente, as
velocidades angulares de X e Y em torno do eixo
polar e por ax e ay as correspondentes acelera-
ções centrípetas, é correto afirmar que:
a) ωx < ωy e ax = ay.
b) ωx > ωy e ax = ay.
c) ωx = ωy e ax > ay.
d) ωx = ωy e ax = ay.
e) ω = ωy e ax < ay.
41
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

06. (CPS) Apesar de toda a tecnologia aplicada


no desenvolvimento de combustíveis não po-
luentes, que não liberam óxidos de carbono, a
bicicleta ainda é o meio de transporte que, além
de saudável, contribui com a qualidade do ar.
7) (CPS-2007) Apesar de toda a tecnologia aplicada no desenvolvimento de combustíveis não
poluentes, que Anão bicicleta, com um sistema constituído
é o meio depor

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
liberam óxidos de carbono, a bicicleta ainda transporte que,
pedal,
além de saudável, coroa,
contribui catracadoear.corrente,
com a qualidade exemplifica
A bicicleta, com a
um sistema constituído por
pedal, coroa, catraca e corrente, exemplifica a transmissão de um movimento circular. b) A engrenagem fixa ao espeto e a rosca sem
transmissão de um movimento circular.
fim ligada ao motor têm diâmetros respec-
tivamente iguais a 8 cm e 2 cm. Determine
a relação entre a velocidade angular do mo-
tor e a velocidade angular do espeto (ωmotor/
ωespeto).

Pode-se afirmar que, quando se imprime aos pe-


Pode-se afirmar que, quando se imprime aos pedais da bicicleta um movimento circular
uniforme, dais da bicicleta um movimento circular uniforme:
I. o domovimento
I. o movimento circular circular
pedal é transmitido docom
à coroa pedal é transmitido
a mesma velocidade angular.
à coroa com a mesma velocidade angular.
II. a velocidade angular da coroa é igual à velocidade linear na extremidade da catraca.
III. cada volta do pedal corresponde a duas voltas da roda traseira, quando a coroa tem
II. a
diâmetro duas vezes velocidade
maior angular da coroa é igual à velo-
que o da catraca.

Está correto o contidocidade linear


em, apenas na extremidade da catraca. 08. (PUC-Rio) O ponteiro dos minutos de um reló-
III.c) cada gio tem 1 cm. Supondo que o movimento deste
a) I. b) II. III. d)volta
I e III. doe) pedal
II e III. corresponde a duas
ponteiro é contínuo e que π = 3, a velocidade de
voltas da roda traseira, quando a coroa tem
translação na extremidade deste ponteiro é:
diâmetro duas vezes maior que o da catraca.
8) (UECE-2007) Uma foto com tempo de exposição relativamente longo mostra o movimento a) 0,1 cm/min. d) 0,4 cm/min.
Estásem
de um disco rolando correto
deslizar,osobre
contido em apenas:
uma superfície horizontal, de tal modo que o centro do
disco descreve uma linha reta e horizontal. Duas lâmpadas foram colocadas no disco, uma no b) 0,2 cm/min. e) 0,5 cm/min.
a)periferia.
centro e outra na I. c) 0,3 cm/min.
b) II.
c) III. 09. (UFRJ) No dia 10 de setembro de 2008, foi inau-
d) I e III. gurado o mais potente acelerador de partículas
A lâmpada da e)
já construído. O acelerador tem um anel, consi-
II e III.
periferia descreve uma curva denominada ciclóide. Sobre o módulo da
velocidade da lâmpada da periferia, em relação à superfície, podemos dizer, corretamente, que derado nesta questão como circular, de 27 km
07. (UFSCar)
a) é máximo nos pontos C e G.Diante da maravilhosa visão, aquele de comprimento, no qual prótons são postos a
b) é máximo nos pontos A e E.
c) é máximo noscãozinho
pontos B e D.observava atentamente o balé galiná- girar em movimento uniforme.
ceo. NaEXERCÍCIOS DE FÍSICA de –rotação
LISTA 5constante
d) é constante.
máquina, um motor
PROF.: MÁRCIO
gira uma rosca sem fim (grande parafuso sem
9) (UFPR-2007) Recentemente, o ônibus espacial Discovery levou tripulantes ao espaço para
1)realizarem
(UFSCAR-2008) cabeça),
reparos Diante daque
na estação por internacional.
maravilhosa
espacial sua vezaquele
visão, se conecta
cãozinho
A missão a engre-atentamente
observava
foi bem-sucedida e o retorno o
balé galináceo.
ocorreu Na máquina,
com segurança. um de
Antes motor de rotação
retornar, a naveconstante
orbitou agira
Terrauma rosca de
a cerca sem400fimkm
(grande
de
parafuso
altitude em nagens
semrelação
cabeça),
a suaquefixas
por nos
sua
superfície, espetos,
comvez
uma resultando,
sevelocidade
conecta assim,
a engrenagens
tangencial no26nos
fixas
de módulo 000 espetos,
km/h.
resultando,
Considerandoassim,
queno
giro giro coletivo
coletivo
a órbita de todos
de
foi circular e que os
todos franguinhos.
os
o raio franguinhos.
da Terra vale 6 400 km, qual foi o número de
voltas completas dadas em torno da Terra num período de 6,8. horas?

a) 10 b) 12 c) 13 d) 15 e) 17
Supondo que um dos prótons se mova em uma
circunferência de 27 km de comprimento, com
velocidade de módulo v = 240 000 km/s, calcule
o número de voltas que esse próton dá no anel
em uma hora.

a) Sabendo que cada frango dá uma volta completa a cada meio minuto, determine a
a) Sabendo
freqüência de rotação de um espeto,que cada frango dá uma volta
em Hz.
completa a cada meio minuto, determine a
b) A engrenagem fixa ao espeto e a rosca sem fim ligada ao motor têm diâmetros
respectivamente iguaisfrequência
a 8 cm e 2 de
cm.rotação
Determinede um espeto,
a relação entre a em Hz. angular do
velocidade
42 e a velocidade angular do espeto (MOTOR)/ ESPETO).
motor
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

10. (Unicamp – Adaptada) A evolução da sociedade 13. (CPS – 2010) Salto de penhasco é um esporte
tem aumentado a demanda por energia limpa que consiste em saltar de uma plataforma eleva-
e renovável. Tipicamente, uma roda d’água de da, em direção à água, realizando movimentos
moinho produz cerca de 40 kWh (ou 1,4 · 108 J) estéticos durante a queda. O saltador é avaliado
diários. nos seguintes aspectos: criatividade, destreza,
Um sitiante pretende instalar em sua pro- rigor na execução do salto previsto, simetria, ca-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
priedade uma roda d’água e a ela acoplar um dência dos movimentos e entrada na água.
gerador elétrico. A partir do fluxo de água dis-
ponível e do tipo de roda d’água, ele avalia que
a velocidade linear de um ponto da borda exter-
na da roda deve ser v = 2,4 m/s. Além disso,
para que o gerador funcione adequadamente, a
frequência de rotação da roda d’água deve ser
igual a 0,20 Hz. Qual é o raio da roda d’água a
ser instalada?
Use π = 3.
Considere que um atleta salte de uma platafor-
ma e realize 4 rotações completas durante a sua
apresentação, entrando na água 2 segundos
após o salto, quando termina a quarta rotação.
Sabendo que a velocidade angular para a reali-
zação de n rotações é calculada pela expressão
11. (UFRGS – 2010) Levando-se em conta unica-
mente o movimento de rotação da Terra em
torno de seu eixo imaginário, qual é aproximada-
mente a velocidade tangencial de um ponto na em que n é o número de rotações e Δt é o tempo
superfície da Terra, localizado sobre o equador em segundos, assinale a alternativa que repre-
terrestre? senta a velocidade angular das rotações desse
(Considere π = 3,14; raio da Terra RT = 6 000 km) atleta, em graus por segundo.
a) 440 km/h d) 1 600 km/h a) 360 d) 1 080
b) 800 km/h e) 3 200 km/h b) 720 e) 1 440
c) 880 km/h c) 900
12. (IFSC – 2010) Na figura a seguir, temos duas
14. (Unicamp – 2013 – Adaptada) Um aerogerador,
polias de raios R1 e R2, que giram no sentido ho-
que converte energia eólica em elétrica, tem uma
rário, acopladas a uma correia que não desliza
hélice como a representada na figura abaixo. A
sobre as polias.
massa do sistema que gira é M = 50 toneladas,
e a distância do eixo ao ponto P, chamada de raio

Física
de giração, é R = 10 m. A energia cinética do
gerador com a hélice em movimento é dada por
1
E= MVP2 , sendo VP o módulo da velocidade
2
do ponto P. Se o período de rotação da hélice é
Com base no enunciado anterior e na ilustração, igual a 2 s, qual é o módulo da velocidade no
é correto afirmar que: ponto P? Considere p = 3.
a) a velocidade angular da polia 1 é numerica- vP
P
mente igual à velocidade angular da polia 2.
R
b) a frequência da polia 1 é numericamente igual
à frequência da polia 2.
c) o módulo da velocidade na borda da polia 1
é numericamente igual ao módulo da veloci-
dade na borda da polia 2.
a) 30 m/s
d) o período da polia 1 é numericamente igual
ao período da polia 2. b) 40 m/s
e) a velocidade da correia é diferente da veloci- c) 50 m/s
dade da polia 1. d) 60 m/s
43
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

15. (Fatec – 2012) Um dos grandes empreendimentos De acordo com o texto, é possível prever que
tecnológicos que a humanidade presenciou foi a cons- a velocidade que as partículas atingem no mo-
trução, na Europa, do maior acelerador de partículas mento da colisão será, em km/s, de:
do mundo, o LHC (Large Hadron Colider), situado a a) 310 000. d) 260 000.
175 metros de profundidade. Nele, prótons são acele- b) 297 000. e) 17 500.
rados num túnel de 27 km de comprimento em forma
c) 270 000.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
de anel e percorrem, aproximadamente, 11 000 voltas
em apenas um segundo. A partir daí, esses prótons se 16. (Mackenzie – 2012) Dois automóveis realizam
chocam com outros numa razão de 600 milhões de uma corrida em um circuito “oval”. Observa-se
colisões por segundo. que o automóvel A dá uma volta completa a cada
intervalo de 1 min 20 s, enquanto que o B realiza,
nesse mesmo tempo, 90% de volta. Estando o
carro A meia volta atrás do carro B, o tempo ne-
cessário para que o carro A alcance o B será de:

Bianca Cristaldi
a) 9 min 10 s.
b) 8 min 50 s.
c) 7 min 20 s.
d) 7 min 50 s.
Disponível em: <www.ufp.br/arquivos/images/CERN03.png>.
Acesso em: 12 mar. 2012. e) 6 min 40 s.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Experimento de força centrípeta.
Pegue uma caneta esferográfica e desmonte-a. Passe pelo tubo da caneta um cordão (ou fio de náilon).
Na extremidade do cordão, prenda uma borracha e em
outra extremidade, segure.
Coloque a esfera a girar em rotação num plano horizontal,
como mostra a figura.
Mantendo constante o raio da trajetória, perceba que,
girando mais rápido, você tem que fazer mais força na ou-
tra extremidade do fio. Essa força aumentada foi a força
centrípeta.
Faça várias observações, alterando o raio ou a velocidade.
Para isso você deve ficar puxando o fio para baixo e, em
outras situações, “soltando” o fio.

Velocidade vetorial
D e uma maneira mais geral, devemos enten-
der a velocidade como uma grandeza
física que indica, em determinado instante, para
onde o corpo vai e com que rapidez esse corpo vai.
Imagine que uma pessoa esteja girando uma
pedra amarrada a um fio. Saberemos dizer para onde
a pedra está indo em determinado instante desse
movimento? Basta soltar o fio e veremos que a pedra Essas e outras observações do comportamento
seguirá tangente à trajetória que seguia no momento dos corpos em movimento permitem-nos concluir
em que o fio foi solto. Da mesma forma, quando um que a direção da velocidade é sempre tangente à
automóvel “escapa na curva”, segue na direção tan- trajetória, o sentido é o do movimento e o módulo é
gente à trajetória que seguia naquele instante. igual ao da velocidade escalar.
44
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

v2 v3
v
Direção: tangente à trajetória em cada v1
Em um movimento curvilíneo, a direção da velocidade
ponto dela. é, em cada ponto, tangente à trajetória.
Sentido: o do movimento.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Intensidade: igual ao módulo da velo-
cidade escalar |v| = | v |.

Em um movimento retilíneo, a direção da velocidade permanece


constante.

Aceleração tangencial (at )


U m corpo em movimento retilíneo acele-
rado tem no instante t = 0 velocidade de
intensidade 10 m/s; e no instante t = 2 s, velocidade
Por fim, as características da aceleração tangen-
cial ( at ) são as seguintes:

de intensidade 20 m/s, no sentido da orientação da at


trajetória.
v1 = 10 m/s v2 = 20 m/s
Direção: é a mesma da velocidade ve-
v1 v2 torial: tangente à trajetória.
t1 = 0 t2 = 2 s Sentido: igual ao da velocidade vetorial,
Calculando a aceleração escalar nesse intervalo se o movimento for acelerado; oposto
de tempo: ao da velocidade vetorial, se o movi-
mento for retardado.
am = v2 – v1 → am = 20 – 10 → Intensidade: igual ao da aceleração
t2 – t 1 2–0
escalar | at  | = | a |.
→ am = 5 m/s2
v
at = 0
Obtivemos um valor positivo para a acelera-
Movimento uniforme retilíneo
ção escalar e podemos associar a esse valor uma
direção – tangente à trajetória –, e um sentido – con- v
at
cordante com a trajetória.

Física
Movimento retardado retilíneo
A grandeza vetorial que se obtém des-
sa maneira é chamada de aceleração tangencial e v
at

a representamos por at. Movimento acelerado retilíneo

v1 v2
at at at
v v

Observe que, para o movimento acelerado, os at = 0


vetores velocidade e aceleração tangencial têm
mesma direção e mesmo sentido.
Movimento uniforme curvilíneo Movimento retardado curvilíneo
Se repetíssemos essa operação para movimen-
tos retardados, veríamos que os vetores velocidade e at
aceleração tangencial teriam mesma direção e senti- v

dos opostos.

v v
at at

Movimento acelerado curvilíneo


Movimento acelerado Movimento retardado 45
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

Aceleração centrípeta (ac)


C omo já foi visto, a velocidade é uma gran-
deza vetorial e, portanto, a alteração de sua
dentro da curva, em todos os pontos dela.
Quando o movimento for circular, ela estará vol-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
direção já é o suficiente para que se diga que houve tada, sempre, para o centro da curva.
alteração na velocidade. Assim, é possível que um v2
movimento uniforme apresente alteração de veloci- v3
dade – basta que o movimento seja curvilíneo.
v1
ac2
v v v v
ac3
ac1 v4
• Movimento retilíneo uniforme
ac4
• Vetor velocidade constante

v2 v3
v1
v4 A intensidade da aceleração centrípeta é dada
V2
pela expressão: ac = , em que v é a intensidade
• Movimento circular uniforme
R
• Vetor velocidade variando em direção
da velocidade vetorial e R, o raio da trajetória circular.
A aceleração é a grandeza física que indica a
existência de variação da velocidade e também
Em resumo: ac
indica a taxa de variação da velocidade no tempo.
Direção: perpendicular ao vetor veloci-
A aceleração que associamos à mudança de dade.
direção é chamada de aceleração centrípeta (centrí- Sentido: voltado para o centro da curva.
peta, conforme o dicionário, é o que aponta para o V2
Intensidade: ac = .
centro). Tendo em vista que a aceleração é uma gran- R
deza vetorial, observe como devemos marcar essa
aceleração. Aceleração vetorial total
DÆ v2
v1

v2
Dv
(a total)
v1 B
Se um movimento for, ao mesmo tempo, variado
A e curvilíneo, deveremos assinalar tanto a aceleração
tangencial (at ), que indica o fato de o movimento
1. Verifique que o movimento é uniforme. ser variado, quanto a aceleração centrípeta (ac ), que
2. Perceba que do ponto A até o ponto B houve indica o fato de o movimento ser curvilíneo.
mudança na direção do vetor velocidade.
3. Observe que não houve alteração no módulo da
velocidade. at

4. Note que a variação de velocidade Dv é voltada aC


para dentro da curva. atotal
A partir dessas observações, podemos concluir
que o vetor aceleração não pode ser paralelo à velo- O vetor que se obtém da soma da at
cidade, pois isso só ocorre quando há alteração no com ac é denominado vetor aceleração total
módulo da velocidade. ( atotal ). Sua intensidade é calculada com o auxílio do
Mas a aceleração deve indicar a varia- teorema de Pitágoras:
ção do vetor velocidade, portanto a aceleração cen-
atotal = a2t + a2c
trípeta deve ser indicada por um vetor voltado para

46
Cinemática: tipos de movimento ENSINO MÉDIO UNIDADE 3

ATIVIDADES

01. Um carro de Fórmula 1 percorre uma curva A distância de Ganimedes a Júpiter é de


circular de 50 m de raio a uma velocidade cons- R(G) = 106 km e o período da órbita de Ganimedes
tante de 180 km/h. Determine quantas vezes a em torno de Júpiter é de 7 dias. Calcule a acelera-
aceleração do carro é maior do que a aceleração ção centrípeta de Ganimedes em m/s2.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
da gravidade.
(Considere g = 10 m/s2)

04. (Ufla) Um engenheiro projeta a curva de uma es-


trada e após estudos minuciosos conclui que a
velocidade de segurança (vs) nessa curva deve
respeitar a expressão: , em que R
02. Um avião sai de um mergulho percorrendo um
é o raio da curva.
arco de circunferência de raio 300 m. Sabendo-
se que sua aceleração centrípeta no ponto mais Segundo o engenheiro, um veículo transitando
baixo do arco vale 8,33 m/s2, conclui-se que sua nessa curva pode ficar sob ação de uma acele-
velocidade, nesse ponto, é: ração centrípeta máxima de:
a) 8,33 m/s na direção horizontal. a) 10 m/s2. c) 25 m/s2.
b) 1,80 ∙ 102 km/h na direção horizontal. b) 5 m/s2. d) 20 m/s2.
c) 1,80 ∙ 102 km/h na direção vertical.
05. No modelo de Bohr para o átomo de hidrogênio,
d) 2,50 ∙ 103 m/s na direção horizontal.
um elétron gira ao redor de um próton seguindo
e) 2,50 ∙ 103 m/s na direção vertical. uma órbita circular de raio igual a 5,28 ∙ 10–11 me-
tros com uma velocidade igual a 2,18 ∙ 106 m/s.
03. (Unicamp – Adaptada) A descoberta das luas de
Qual é a aceleração do elétron?
Júpiter por Galileu Galilei em 1610 representa um
marco importante na mudança da concepção do
sistema solar. Observações posteriores dessas

Física
luas permitiram as primeiras medidas da veloci-
dade da luz, um dos alicerces da Física Moderna.
O esquema a seguir representa as órbitas da
Terra, Júpiter e Ganimedes (uma das luas de
Júpiter). Considere as órbitas circulares, π = 3 e 1
dia = 90 000 s.

06. É possível fazer uma curva com aceleração zero?


47
ENSINO MÉDIO UNIDADE 3 Cinemática: tipos de movimento

07. (Enem) O Brasil pode se transformar no primeiro país


das Américas a entrar no seleto grupo das nações que
dispõem de trens-bala. O Ministério dos Transportes
prevê o lançamento do edital de licitação internacional Eixo
para a construção da ferrovia de alta velocidade Rio-
São Paulo. A viagem ligará os 403 quilômetros entre a
Central do Brasil, no Rio, e a Estação da Luz, no centro

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Engrenagem
da capital paulista, em uma hora e 25 minutos. Palhetas
Disponível em: <http://oglobo.globo.com>. Acesso em: 14 jul. 2009.

Devido à alta velocidade, um dos problemas a Peso


ser enfrentado na escolha do trajeto que será A explicação para a necessidade do uso da en-
percorrido pelo trem é o dimensionamento das grenagem com trava é:
curvas. Considerando-se que uma aceleração
a) O travamento do motor, para que ele não se
lateral confortável para os passageiros e segura solte aleatoriamente.
para o trem seja de 0,1 g, em que g é a acelera- b) A seleção da velocidade, controlada pela
ção da gravidade (considerada igual a 10 m/s²), pressão nos dentes da engrenagem.
e que a velocidade do trem se mantenha cons- c) O controle do sentido da velocidade tangen-
tante em todo o percurso, seria correto prever cial, permitindo, inclusive, uma fácil leitura do
que as curvas existentes no trajeto deveriam ter seu valor.
raio de curvatura mínimo de, aproximadamente: d) A determinação do movimento, devido ao ca-
a) 80 m. ráter aleatório, cuja tendência é o equilíbrio.
b) 430 m. e) A escolha do ângulo a ser girado, sendo
c) 800 m. possível, inclusive, medi-lo pelo número de
dentes da engrenagem.
d) 1 600 m.
e) 6 400 m. 09. (FGV-SP – 2012) A figura ilustra os vetores ve-
→ →
locidade (v ) e aceleração resultante (a ) de um
08. (Enem – 2011) Partículas suspensas em um fluido veículo que passa pelo ponto S da estrada PR.
R
apresentam contínua movimentação aleatória,
v
chamado movimento browniano, causado pelos
S a
choques das partículas que compõem o fluido.
A ideia de um inventor era construir uma série de
palhetas, montadas sobre um eixo, que seriam
postas em movimento pela agitação das partí-
P
culas ao seu redor. Como o movimento ocorreria
igualmente em ambos os sentidos de rotação, Esse veículo, nesse instante, está descrevendo
o cientista concebeu um segundo elemento, um um movimento:
dente de engrenagem assimétrico. Assim, em a) curvilíneo e acelerado.
escala muito pequena, este tipo de motor pode- b) curvilíneo e retardado.
ria executar trabalho, por exemplo, puxando um c) curvilíneo e uniforme.
pequeno peso para cima. O esquema, que já foi d) retilíneo e acelerado.
testado, é mostrado a seguir. e) retilíneo e retardado.

48
UNIDADE 4
DINÂMICA: AS LEIS DE NEWTON
í s i ca
F
Primeira lei de Newton: princípio da inércia .....2

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Segunda lei de Newton: princípio
fundamental da dinâmica .....................................5
Terceira lei de Newton: princípio da
ação e reação ...........................................................9
Problemas gerais de dinâmica .......................... 10

Não há cousa
A qual natural sendo
Que não queira perpétuo
O seu estado.
Luís de Camões

dicogm/shutterstock; Detalhe: KNELLER, Godfrey. Retrato de Isaac Newton. 1689. Óleo sobre tela. – adaptado
ENSINO MÉDIO UNIDADE 4 Dinâmica: as leis de Newton

Primeira lei de Newton:


COMPETÊNCIA HABILIDADE

6 20 princípio da inércia

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O estudo da natureza passa por
um processo de observação dos
fenômenos naturais à procura de com-
portamentos que se repetem quando as
condições de contorno são as mesmas.
Às vezes, as grandezas físicas asso-
ciadas a um fenômeno se relacionam
matematicamente e geram as leis físicas
que são descritas por meio de “fórmulas”.
Nem todas as expressões que descre-
vem os fenômenos físicos são passíveis de Faça uma experiência na pia da cozi-
demonstração matemática. Algumas são nha de sua casa ou em qualquer superfície
obtidas pela análise dos resultados obti-
medianamente lisa e horizontal. Coloque
dos nas medições das grandezas físicas
um bloco de gelo sobre a superfície. Molhe
envolvidas.
essa superfície para que o atrito entre a
Quando encontramos alguma regula-
superfície lisa e o bloco de gelo seja des-
ridade em um fenômeno físico e a descre-
vemos, sem demonstrações matemáticas, prezível. Dê um pequeno empurrão no
estamos enunciando um princípio físico. cubo de gelo. Você verá que o bloco de
gelo avança em linha reta e com veloci-
Princípio, em Física, é uma afirma-
ção de caráter geral que não pode ser dade aproximadamente constante até se
demonstrada matematicamente, mas chocar com a parede. Pense nas forças
pode ser verificada experimentalmente. que atuam no bloco de gelo. Há alguma
Quando atiramos uma pedra horizon- força que provoque o avanço retilíneo do
talmente, verificamos que ela avança e ao bloco? Observe que não.
mesmo tempo cai atingindo a superfície da
Terra. Ela cai por causa da ação da força
peso.
Há alguma força que provoque o avan-
ço retilíneo horizontal? Não.

2
Dinâmica: as leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 4

Essa e outras experiências desse tipo permitem-nos concluir que:

Um corpo em movimento tende a continuar em movimento reto e uniforme.


Por outro lado, um corpo abandonado em repouso, em algum lugar, lá permanece.
Quando o vaso aparece quebrado, sabemos que ele não caiu sozinho. Pois é, a
observação dos acontecimentos físicos diários nos levam a concluir que:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Um corpo em repouso tende a permanecer em repouso.

Chamamos de inércia a propriedade que os corpos têm de manter o repouso, se esti-


verem em repouso, e de manter o movimento em linha reta com velocidade constante,
se estiverem em movimento. Qualquer alteração do estado cinemático de um corpo só
ocorre se sobre ele for produzida uma resultante dos sistemas de forças, não nula.

Princípio da inércia
Todo corpo em repouso tende a permanecer em repouso, todo corpo em movi-
mento tende a permanecer em movimento retilíneo uniforme, desde que sobre ele a
resultante do sistema de forças seja nula.
Quando a resultante das forças atuantes em um corpo é nula, dizemos que o corpo
encontra-se em equilíbrio. Se o corpo está em repouso, o equilíbrio é denominado equilí-
brio estático. Se o corpo está em movimento retilíneo uniforme, o equilíbrio é denominado
equilíbrio dinâmico. Nas duas situações, o vetor velocidade é constante.
1. Repouso → equilíbrio estático → V = cte = 0
2. MRU → equilíbrio dinâmico → V = cte ¹ 0
Mais formalmente, podemos escrever o princípio da inércia em forma de lei.

FR = 0 ⇔ V = cte

V = 0 → Equilíbrio estático → Repouso


V ¹ 0 → Equilíbrio dinâmico → MRU

Referencial inercial
Os fatos físicos usados como exemplo e que nos levaram à lei da inércia foram vistos
por um observador assentado na Terra.

Física
Suponha que uma pessoa esteja no interior de um ônibus em movimento, em pé e
sem segurar em nada. Se o motorista pisar repentinamente no freio, os passageiros sen-
tados verão a pessoa disparar em direção à frente do ônibus.
Visto da Terra, esse fenômeno é facilmente explicável pela lei da inércia. O ônibus
brecou, pois sobre ele atuou uma resultante no sentido contrário ao movimento. A pessoa
seguiu em MRU porque sobre ela a resultante continuou nula.
Porém, visto do ônibus, a pessoa entrou em movimento sem sofrer a ação de uma
resultante, o que contraria a lei da inércia. Portanto, para a aplicação da lei da inércia é
necessário que o referencial adotado não esteja sujeito à aceleração em relação à Terra.
Os referenciais em repouso ou em MRU em relação à Terra são chamados de refe-
renciais inerciais.
Os referenciais sujeitos à aceleração em relação à Terra são chamados de referen-
ciais não inerciais.

As leis da dinâmica só se aplicam em análises de fenômenos observados


a partir de um referencial inercial.
3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 4 Dinâmica: as leis de Newton

A Terra é um referencial inercial


para todos os fenômenos físicos?
Para que se possa admitir um referencial como inercial é necessário que ele esteja
em repouso ou em MRU em relação às estrelas fixas.
No estudo da dinâmica dos astros, dos lançamentos de foguetes ou até mesmo para

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
o estudo de movimentos na Terra, como os movimentos das grandes massas de ar, não
se considera a Terra como um referencial inercial. O motivo é que ela não está nem em
repouso nem em MRU em relação às estrelas fixas.
Para um observador em repouso em relação às estrelas fixas, qualquer região da
superfície terrestre está em movimento acelerado. Para dizer o mínimo, essa região apre-
senta movimento circular uniforme em torno do eixo da Terra associado a um movimento
elíptico variado em torno do Sol, associado ao avanço do Sol na Via Láctea.
Então, por que a Terra é considerada como um referencial inercial na análise de
alguns fenômenos ocorridos na Terra?
O período de rotação da Terra é de 24 horas, e o tempo para dar uma volta completa
em torno do Sol é próximo de 365 dias. Se pensarmos no movimento de uma região da
Terra durante um intervalo de tempo de 4 minutos, com regra de três simples, verificare-
mos o seguinte:

1. A variação angular ocorrida na rotação é de 1° ou 0,01745 rad.


T = 24 h = 1 440 min
2p
w= ≅ 0,004 rad/min
1440
Sendo 4 min
0,0174 rad
2p rad → 360°
0,0174 rad → x
x ≅ 1°

2. A variação angular ocorrida na translação é 0,0027° ou 0,00004 rad.


T = 365 dias = 525 600 min
2p
w= ≅ 0,000119 rad/min
525 600
Sendo 4 min
0,0000477 rad
2p rad → 360°
0,0000477 rad → x
x ≅ 0,0027°

Portanto, durante intervalos pequenos


de tempo, por exemplo, 4 minutos,
pode-se admitir que qualquer ponto da
superfície da Terra realiza um MRU em
e
mag
©Ingi

relação às estrelas fixas.


Para o estudo de fenômenos de
curta duração, a Terra pode ser 3. A velocidade de rotação é constante.
considerada um referencial inercial.
4. A velocidade de translação é constante.

4
Dinâmica: as leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 4

Segunda lei de Newton:


princípio fundamental da
dinâmica

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A dmitamos agora que um corpo esteja em repouso sobre uma superfície lisa.
Para que esse corpo saia do repouso e atinja uma dada velocidade, é necessá-
rio aplicar uma força nesse corpo durante um intervalo de tempo.
Em outro corpo que esteja em MRU, podemos provocar uma curva, para isso, basta
aplicar uma força em uma direção diferente da direção do movimento.

V4
F

F V3

V2

V1

Esses fatos, e outros não apresentados aqui, mostram que a aplicação de forças
altera o estado cinemático de um corpo. O princípio fundamental da dinâmica esta-
belece uma relação entre a resultante das forças aplicadas em um corpo (causa) e a
variação de velocidade que o corpo sofre (consequência) em determinado intervalo de

Física
tempo.
Encontraremos essa relação analisando o resultado de algumas experiências.

Experiência 1
Um bloco de massa igual a 5 kg está em repouso sobre uma superfície lisa. Aplicam-se
a esse bloco, uma de cada vez, forças constantes de intensidades diferentes, durante um
mesmo intervalo de tempo. Medem-se as velocidades adquiridas depois desse intervalo
de tempo e calculam-se as acelerações em cada caso.
A tabela a seguir mostra os resultados obtidos nessa experiência.

5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 4 Dinâmica: as leis de Newton

Força resultante (FR) Aceleração (m/s2)


Massa (kg) Aceleração (m/s2)
10 2
1 12
15 3
2 6
20 4
3 4

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
25 5
4 3
Veja que o quociente FR é constante
a Observe que o produto m ∙ a é cons-
e igual à massa do corpo, basta verificar. tante e igual à intensidade da resultante
aplicada. Basta verificar: 1 ∙ 12 = 2 ∙ 6 = 3 ∙
10 = 15 = 20 = 25 = 5
∙ 4 = 4 ∙ 3 = 12. Se as massas dos corpos
2 3 4 5
fossem outras e o valor da força apli-
Se a massa do corpo fosse outra e cada fosse outro, ainda assim o produto
os valores das forças aplicadas fossem entre a massa e a respectiva aceleração
outros, ainda assim a proporcionalidade
­ seria mantido. Portanto, a intensidade
entre a resultante e a aceleração seria man- da aceleração adquirida por um corpo é
tida. Portanto, a intensidade da aceleração inversamente proporcional à massa do
corpo; e a constante de proporcionali-
adquirida por um corpo é diretamente pro-
dade é igual à intensidade da resultante
porcional à intensidade da resultante das
aplicada no corpo.
forças produzidas sobre ele; e a constante
FR = m ∙ a
de proporcionalidade é a massa.
Poderíamos realizar outras experiências
FR = m retardando o corpo ou mudando a direção
a
do movimento. Em todas elas encontraría-
mos a mesma relação para as grandezas
Experiência 2
resultante (R), massa (m) e aceleração (a).
Tomemos quatro blocos de massas 1 kg, Esse é o princípio fundamental da
2 kg, 3 kg, 4 kg, inicialmente em repouso e dinâmica, também conhecido como prin-
apliquemos em cada um deles uma mes- cípio da proporcionalidade ou ainda como
ma força constante de intensidade 12 N, segunda lei de Newton.
durante um mesmo intervalo de tempo.
Princípio fundamental da dinâmica
Medindo a velocidade adquirida por cada
bloco depois da ação da força e dividindo A aceleração adquirida por um corpo
esse valor pelo intervalo de tempo, consegui- devido à ação de um sistema de forças é
diretamente proporcional à resultante do
DV
mos calcular a aceleração a = em sistema de forças.
Dt
cada bloco durante a aplicação da força. Como a resultante e a aceleração são
grandezas vetoriais, a lei da proporcio-
A tabela a seguir mostra os resultados
nalidade é melhor expressa da seguinte
obtidos nessa experiência. maneira:
FR = m · a
Sendo:

FR = a resultante das forças atuan-


tes no corpo
m = a massa do corpo
a = a aceleração total do corpo
6
Dinâmica: as leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 4

Observações importantes
• A resultante e a aceleração têm sempre a mesma direção e o mesmo sentido.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
total total total total total total

• A aceleração total é a soma das acelerações tangencial e centrípeta atotal = a t + a c  .


2 2

Lembrando-se de que trata-se de um triângulo, utilizaremos o teorema de Pitágoras.


• Dessa forma, se o movimento analisado for retilíneo, a aceleração total é igual à ace-
leração tangencial e a relação pode ser escrita da seguinte maneira.

a) Movimento retilíneo variado


FR = m · a

Sendo a o módulo da aceleração tangencial.

b) Movimento circular uniforme


• Se o movimento analisado for circular e uniforme, a aceleração total é igual à
aceleração centrípeta e a relação pode ser escrita da seguinte maneira:

FR = m ∙ ac = FR = m ∙ v
2

r
No caso do MCU, a força resultante é a força centrípeta, dada pela fórmula acima.

Física
Sendo ac o módulo da aceleração centrípeta dado por v .
2

r
Observe
1. Um corpo de massa 2 kg está em repouso. A partir do instante t = 0, passam a atuar
sobre ele duas forças de intensidades 6 N e 8 N, que são perpendiculares entre si.
Determine:

a) a intensidade da resultante antes de t = 0;


Antes de t = 0, o corpo estava em repouso; portanto, a intensidade da resultante é
nula (lei da inércia). 7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 4 Dinâmica: as leis de Newton

b) a intensidade da resultante depois FR2 = 62 + 82 ⇔ FR2 = 100 ⇔ FR 10 N


de t = 0;
c) a aceleração adquirida pelo bloco;
As forças que passam a atuar
FR = m · a → 10 = 2 · a → a =
são perpendiculares entre si, por-
= 5 m/s2
tanto a intensidade da resultante é
O movimento adquirido pelo bloco
encontrada usando o teorema de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
é uniformemente variado, pois a
Pitágoras.
aceleração tangencial é constante.
d) a velocidade do bloco em t = 5 s.
Sendo v = v 0 + a · t, temos v =
= 5 · t, quando t = 5 s a veloci-
dade será:
v = 5 · (5) → v = 25 m/s.

2. Um corpo de massa 2 kg desliza sobre um apoio, sem atrito, com velocidade constante
de 20 m/s. De repente, o apoio torna-se rugoso e o corpo perde velocidade, parando
depois de 50 m.

Determine: A intensidade da resultante é FR =


a) a aceleração do corpo no apoio = 2 · 4 → FR = 8 N. Note que o sinal
liso; da aceleração foi desconsiderado
Enquanto o corpo desliza no apoio porque procuramos o módulo da
liso, a velocidade é constante e, resultante.
portanto, a aceleração é nula. e) faça um desenho do corpo mar-
b) a aceleração do corpo no apoio cando as forças atuantes no corpo
rugoso; durante o deslizamento no apoio
Admitindo que a rugosidade seja rugoso;
uniforme, podemos dizer que o O esquema é:
corpo desliza em MRUV e vale a
equação de Torricelli: v2 = v02 +
+ 2 · a Dx.
0 = 202 + 2 · a · 50 → –400 =
= 100 · a → a = –4 m/s2
c) a intensidade da resultante das
forças quando o corpo está no
apoio liso;
A intensidade da resultante é nula f) a intensidade da força de atrito.
(FR = m . a) e a = 0. O peso equilibra a normal e, por-
d) a intensidade da resultante das for- tanto, a força de atrito é igual à
ças quando o corpo está no apoio resultante, logo, a intensidade da
rugoso; força de atrito é Fa = 8 N.

8
Dinâmica: as leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 4

Terceira lei de Newton:


princípio da ação e reação

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Q uando você acompanha a sua
mãe à feira e carrega a sacola
com frutas, seus dedos ficam marcados?
Observações importantes
• É um erro grave pensar que a resultan-
Claro que ficam, verifique. te do par ação-reação é zero, pois só
se calcula a resultante de forças quan-
Você daria um violento soco na parede?
Também não, você se machucaria. do elas são aplicadas em um mesmo
corpo. A ação é aplicada em um corpo
Por que seus dedos ficam marcados
e a reação é aplicada em outro corpo,
se é você quem levanta a sacola?
portanto o par ação-reação não admite
Por que a sua mão ficaria machucada
resultante.
se é você quem desfere o soco?
A resposta é que, quando dois corpos
interagem (sacola-dedos ou mão-parede),
trocam forças. A sua mão puxa a sacola
para cima; a sacola puxa a sua mão para
baixo. A sua mão soca a parede; a parede
• Quando falamos ação e reação, pas-
“soca” a sua mão. De uma maneira mais
samos a ideia, mesmo sem querer, de
geral, dizemos que:
que a ação acontece primeiro e a rea-
A toda ação corresponde uma reação. ção acontece depois. Na verdade, as
interações de contato são simultâneas
Quando se analisa a interação entre
corpos de maneira criteriosa e científica, e, portanto, dado o par de forças, é
conclui-se que as forças trocadas nessas impróprio distinguir a ação da reação,
interações apresentam sempre as seguin- qualquer uma delas pode ser a ação
tes características: ou pode ser a reação.
1. têm mesmo módulo (intensidade);

Física
2. têm mesma direção;
3. têm sentidos contrários (opostos).
O princípio da ação e reação ou Terceira
Lei de Newton é enunciado da seguinte
maneira:

Princípio da ação e reação


Se um corpo A aplica uma força em
um corpo B, o corpo B reage e aplica no
corpo A uma força de mesma direção,
mesma intensidade e sentido contrário.

9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 4 Dinâmica: as leis de Newton

Problemas gerais de
dinâmica

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
1. Na figura abaixo, a força aplicada no 40 = FBA = 2 · 8
corpo A tem intensidade de 40 N. As FBA = 24 N
massas de A e B são mA = 2 kg e mB
ou
= 3 kg. Não há atrito entre os corpos
e o apoio. Considere g = 10 m/s2. FAB = mB · a
Determine: FAB = 3 · 8 = 24 N

2. Dois blocos de massas mA = 4 kg e mB


= 1 kg estão unidos por um fio ideal
e dispostos como mostra a figura. A
roldana também é ideal e os atritos
são desprezíveis. Considerando g ==
a) a aceleração dos blocos;
10 m/s2, determine:
As forças que atuam nos blocos são:
NA NB

40 N FBA FAB

PA PB

b) a intensidade da força trocada entre A


e B. a) a aceleração dos blocos;
A aceleração dos blocos será horizon- b) a intensidade de atração no fio.
tal para a direita e, portanto, a resultante As forças que atuam nos blocos são:
em cada bloco será horizontal para a
direita. Logo: A

FR = m · a

Bloco A
F – FBA = mA · a A B

Bloco B
FAB = mB · a • A aceleração em A será horizontal
F – FBA = mA · a para a direita.
+ • A aceleração em B será vertical
FAB = mB · a
para baixo.
F = (mA + mB) · a Lembrando que a resultante tem a
Lembre-se de que a FBA é igual a FAB, mesma direção e o mesmo sentido
logo, simplificamos na equação: da aceleração e que FR = m · a,
F = (mA + mB) · a temos:
FR = m · a
40 = (2 + 3) · a
a = 8 m/s2 Bloco B
PB – T = m B · a
Substituindo em qualquer equação,
obtemos: Bloco A
F – FBA = mA · a T = mA · a
10
Dinâmica: as leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 4

PB – T = m B · a
+ PB = T1 \ T1 = 10 N
T = mA · a
PA = T1 + NA → 40 = 10 + NA \
PB = (mA + mB) · a NA = 30 N
10 = (4 + 1) · a T2 = 2T1 \ T2 = 20 N
a = 2 m/s2
Ao se retirar o apoio, o esquema de forças

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Substituindo em qualquer equa-
será:
ção, obtemos:
PB – T = mB · a
10 – T = 1 · 2
T=8N
ou
T = mA · a 1
T=4·2=8N
• A aceleração em A será vertical
3. O sistema de corpos da figura encontra-
para baixo.
-se em equilíbrio. As massas de A e B
são mA = 4 kg e mB = 1 kg, o fio e a polia • A aceleração em B será vertical
são ideais e g = 10 m/s2. para cima.
Determine: • Lembrando que a resultante tem a
mesma direção e o mesmo sentido
da aceleração e que FR = m · a,
temos:
F R = m · a
Bloco A
PA – T1 = mA · a
Bloco B
T1 – PB= mB · a
PA – T1 = mA · a
+
a) a intensidade das trações nos fios T – P B= m B · a
1
(1) e (2);
PA – PB= (mA + mB) · a
b) a intensidade da força normal atuan-
te em A; 40 – 10 = (4 + 1) · a
c) a aceleração dos blocos A e B, a = 6 m/s2
caso se retire o apoio do bloco A; Substituindo em qualquer equação,
d) as intensidades das trações nos obtemos:

Física
fios (1) e (2) nessa situação.
PA – T1 = mA · a
As forças que atuam nos blocos são:
40 – T1 = 4 · 6
T1 = 16 N
ou
T1 – PB = mB · a
T1 – 10 = 1 · 6
1
T1 = 16 N
e
T2 = 2 · T1 = 2 · 16 = 32 N

4. No interior de um vagão de metrô em


repouso, um corpo de massa 1 kg en-
contra-se suspenso por um fio ideal.
O trem parte acelerando na razão de
Como os corpos estão em equilíbrio, 5 m/s2. Admitindo g = 10 m/s2, calcule:
FR = 0 e portanto:
11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 4 Dinâmica: as leis de Newton

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) a intensidade da força de tração no fio durante a aceleração;
b) o ângulo que o fio faz com a vertical durante a aceleração.
• O corpo suspenso adquire a aceleração do vagão, que é horizontal para a direita.
• Lembrando que a resultante tem a mesma direção e o mesmo sentido da acelera-
ção e que FR = m · a, temos: FR = 1 · 5 = 5 N, horizontal para a direita.
• As forças que atuam no corpo são:

Utilizando teorema de Pitágoras:


T2 = p2 + FR2
T2 = 102 + 52 = 125
T ≈ 11,2 N
cat. oposto F
tg = → tgφ = PR → tgφ = 0,5 → φ ≅ 26,6°
cat. adjacente

5. Um corpo suspenso por um fio executa movimento circular uniforme em um plano


horizontal, conforme a figura. Dados:

• g = 10 m/s2
• massa do corpo: m = 2 kg
• raio da trajetória: r = 1,2 m
• módulo da velocidade tangencial: v = 3 m/s
Determine:
a) a intensidade da força de tração no fio;
b) o ângulo que o fio faz com a vertical.
12
Dinâmica: as leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 4

O corpo em MCU adquire aceleração centrípeta, cuja direção é radial e cujo sentido
é para o centro. A resultante das forças terá direção radial, sentido “para o centro” e
módulo.
FR = m ⋅ v →
2
Utilizando teorema de Pitágoras:
r
T2 = p2 + F2R
→ FR = 2 ⋅ 3 → FR = 15 N
2

1,2 T2 = 400 + 225 = 625 →

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
As forças que atuam no corpo são: → T2 = 625 → T = 25 N
cat. oposto F
tg = → tgφ = PR →
cat. adjacente
→ tgφ = 15 → tgφ = 0,75 →
20
→ φ ≅ 36,9°

6. Sobre um plano horizontal perfeitamente liso, um bloco A de massa 500 g executa


MCU com velocidade tangencial v = 6 m/s. Esse bloco está ligado por um fio a outro
bloco B de massa 3 kg que pende conforme a figura. Sendo o comprimento do fio
= 1 m e g = 10 m s2, determine:

a) a intensidade de tração no fio;


b) a distância entre o bloco B e o plano horizontal.

O corpo A realiza um MCU e, portanto, o raio de sua trajetória é constante. Como con-
sequência, o corpo B não se movimenta na direção vertical.
As forças que atuam nos blocos são:
A aceleração de A é centrípeta
A
e, portanto, a resultante em A é
centrípeta: RC = T.

Física
m⋅ v =T →
2

r
→ 0,5 ⋅ 6 = 30 →
2

r
0,5 ⋅ 36
→r= \
A
30
\ r = 0,6 m
A distância entre o bloco e o
plano horizontal é:
O corpo B não se move na vertical e, portan- d= –r→
to, PB = T → T = 30 N. → d = 1 – 0,6 \
\ d = 0,4 m

13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 4 Dinâmica: as leis de Newton

ATIVIDADES
01. (Uerj) No interior de um avião que se deslo- b) MRU e MCU.
ca horizontalmente em relação ao solo, com c) MRUV e MCU.
velocidade constante de 1 000 km/h, um pas- d) MRUV, MCU e MCUV.
sageiro sem querer solta um copo que cai no e) MRU, MRUV, MCU e MCUV.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
chão. Observe a ilustração abaixo, na qual estão
indicados quatro pontos no piso do corredor do 05. (UFSCar) Em repouso, o sistema de vasos co-
avião e a posição desse passageiro. municantes apresentado está em equilíbrio, de
acordo com a figura 1.
Quando o sistema é submetido a um movimen-
to uniformemente variado devido à ação de uma
força horizontal voltada para direita, o líquido
deverá permanecer em uma posição tal qual o
esquematizado em:
O copo, ao cair, atinge o piso do avião próximo
ao ponto indicado pela seguinte letra:
a) P.
b) Q.

Figura 1
c) R.
d) S.

02. (PUC-Rio) Um paraquedista salta de um avião e a)


cai em queda livre até sua velocidade de queda
se tornar constante. Podemos afirmar que a for-
ça total atuando sobre o paraquedista após sua b)
velocidade se tornar constante é:
a) vertical e para baixo.
b) vertical e para cima.
c) nula. c)
d) horizontal e para a direita.
e) horizontal e para a esquerda.
d)
03. (Fatec) Uma dona de casa anda por sua casa,
carregando nas mãos uma bacia cheia de água
até a borda. Em determinado instante, ela en-
contra pela frente sua filha pequena e, para não e)
colidir, freia bruscamente, o que causa o trans-
bordamento de boa parte da água.
Esse transbordamento pode ser explicado:
a) pela lei de Snell-Descartes. 06. (UFMG – 2010) Nesta figura, está representado
b) pelas leis de Newton. um balão dirigível, que voa para a direita, em
altitude constante e com velocidade v, também
c) pelo princípio de Pascal.
constante.
d) pela lei de Coulomb.
e) pelas leis de Ohm.

04. (Cefet-CE) Considere os seguintes tipos de mo-


vimento de um corpo: Movimento Retilíneo e
Uniforme (MRU), Movimento Retilíneo Uniforme-
mente Variado (MRUV), Movimento Circular e
Uniforme (MCU) e Movimento Circular Uniforme-
mente Variado (MCUV). Dentre estes tipos de Sobre o balão, atuam as seguintes forças: o
movimentos, todos aqueles nos quais existe ne- peso P, o empuxo E, a resistência do ar R e a
cessariamente a ação de uma força são os: força M, que é devida à propulsão dos motores.
a) MRUV e MCUV. Assinale a alternativa que apresenta o diagrama
14
Dinâmica: as leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 4

de forças em que estão mais bem representadas d) a sua aceleração será nula em todo o percur-
as forças que atuam sobre esse balão. so, independentemente da resistência do ar.
a)
08. (Fuvest) Adote: g = 10 m/s2.
Um homem tenta levantar uma caixa de 5 kg,
que está sobre uma mesa, aplicando uma força
vertical de 10 N. Nesta situação, o valor da força

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
que a mesa aplica na caixa é:

b)

c) a) 0 N.
b) 5 N.
c) 10 N.
d) 40 N.
e) 50 N.
d) 09. (UFRJ) Um sistema é constituído por um barco
de 100 kg, uma pessoa de 58 kg e um paco-
te de 2,0 kg que ela carrega consigo. O barco
é puxado por uma corda de modo que a força
resultante sobre o sistema seja constante, hori-
zontal e de módulo 240 newtons.
07. (UEG – 2010) Entre os poucos animais que de-
senvolveram o “paraquedismo” está o sapo
voador de Bornéu – Rhacophorus dulitensis,
apresentado na figura a seguir.

Supondo que não haja movimento relativo entre


as partes do sistema, calcule o módulo da força
horizontal que a pessoa exerce sobre o pacote.

Na ilustração, Fa e mg são, respectivamente, a Física


força de resistência do ar e a força peso.
Considerando que esse animal tenha se atirado
do alto de uma árvore em direção ao solo, o seu
paraquedas será utilizado e, durante sua queda:
a) as suas membranas interdigitais nas patas
favorecem o aumento da força de resistência
do ar, haja vista que elas aumentam a área
de contato com o ar. 10. (Cefet-CE) Na largada de uma corrida de 100
b) a resultante das forças que atuam sobre ele metros rasos, um atleta de massa m = 70 kg em-
tenderá a se tornar nula, levando-o, necessa- purra o chão com uma força de intensidade igual
riamente, ao repouso no ar. a 1 120 N, segundo um ângulo de 60°, conforme
c) a sua velocidade tenderá a um valor limite, a figura. Se conseguisse manter a aceleração
chamada de velocidade terminal, indepen- horizontal da partida, o referido atleta atingiria os
dentemente da resistência do ar. 100 metros em s.
15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 4 Dinâmica: as leis de Newton

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) 4
b) 5 a) 0,31 m/s2
c) 8 b) √(5) / 10 m/s2
d) 10 c) √(6) / 10 m/s2
e) 11 d) 0,5 m/s2
e) 0,6 m/s2
11. (UTFPR) Um certo astronauta, com seus equi-
pamentos, pesa na Terra 800 N. Considerando a 14. (PUC-Rio) João e Maria empurram juntos, na di-
aceleração da gravidade na superfície da Terra reção horizontal e mesmo sentido, uma caixa de
10 m/s2 e na superfície da Lua 1,6 m/s2, esse as- massa m = 100 kg. A força exercida por Maria na
tronauta na Lua terá um peso, em N, igual a: caixa é de 35 N. A aceleração imprimida à caixa é
a) 160. de 1 m/s2. Desprezando o atrito entre o fundo da
b) 128. caixa e o chão, pode-se dizer que a força exercida
c) 80. por João na caixa, em newtons, é:
d) 1 280. a) 35.
e) 240. b) 45.
c) 55.
12. (Vunesp) Um corpo de massa m pode se des-
d) 65.
locar ao longo de uma reta horizontal sem
encontrar qualquer resistência. O gráfico a se- e) 75.
guir representa a aceleração a desse corpo
15. (Uerj) Os corpos A e B, ligados ao dinamômetro
em função do módulo (intensidade) F da força
aplicada, que atua sempre na direção da reta D por fios inextensíveis, deslocam-se em mo-
horizontal. vimento uniformemente acelerado. Observe a
representação desse sistema, posicionado so-
bre a bancada de um laboratório.

A
A partir do gráfico, é possível concluir que a mas-
D
sa m do corpo, em kg, é igual a:
a) 10.
B
b) 6,0.
c) 2,0.
d) 0,4. A massa de A é igual a 10 kg e a indicação no
e) 0,1. dinamômetro é igual a 40 N.
Desprezando qualquer atrito e as massas das
13. (FEI) Um carrinho de massa 100 kg está sobre roldanas e dos fios, estime a massa de B.
trilhos e é puxado por dois homens que apli-
cam forças F1 e F2 conforme a figura a seguir.
Qual é a aceleração do carrinho, sendo dados
F1 = F2 = 20 N?
Dados:
sen 30° = 0,5
sen 45° = cos 45° = 0,7
cos 30° = 0,87
16
Dinâmica: as leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 4

16. (UEG) A força-G, ou “G-force”, como é mostrada nas


corridas de Fórmula 1, é equivalente a uma unidade da
aceleração da gravidade na superfície da Terra. Com
mudanças rápidas no vetor velocidade de uma pessoa,
a força-G pode ser multiplicada a valores extraordiná-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
rios. Exemplo disso aconteceu no Grande Prêmio do 10kg

Canadá 2007, no acidente ocorrido com o piloto Robert


Kubica. Neste caso, Kubica foi submetido a 75-G.
30kg
Disponível em: <http://www.autosport.com/>. Acesso em: 6 set. 2007. (Adaptado).

Com relação à força-G, é correto afirmar: Nessas condições, é correto afirmar:


a) Se Kubica estava a 270 km/h (75 m/s) e a) Os corpos movem-se com velocidade cons-
tante.
sentiu 75-G, significa que ele reduziu sua ve-
b) A tensão no fio é de 30 N.
locidade a zero em 0,1 segundos. c) A força do conjunto sobre a haste de susten-
b) Em uma curva, com o módulo da velocida- tação é de 50 N.
de constante, os pilotos não experimentam d) A aceleração dos corpos é de 5,0 m/s2.
forças-G.
19. (UEL) Uma pessoa apoia-se em um bastão so-
c) Ela depende da sua massa, ou seja, quanto bre uma balança, conforme a figura a seguir. A
maior for a massa, maior será a força-G. balança assinala 70 kg. Se a pessoa pressiona a
bengala, progressivamente, contra a balança, a
d) Ela tem relação direta com as dimensões do
nova leitura:
nosso planeta e sua unidade é o Newton.

17. (PUC Minas) A massa de um veículo em repou-


so é 900 kg. Esse veículo entra em movimento
numa estrada pavimentada e é acelerado até
sua velocidade atingir 100 km/h. Considerando-
se g = 10 m/s2, é correto afirmar:
a) À medida que a velocidade do veículo aumen-
ta, o seu peso diminui e, a 100 km/h, seu
peso é mínimo.
a) indicará um valor maior que 70 kg.
b) À medida que a velocidade do veículo au-
b) indicará um valor menor que 70 kg.
menta, aumenta também sua aderência ao

Física
c) indicará os mesmos 70 kg.
solo fazendo com que seu peso aumente.
d) dependerá da força exercida sobre o bastão.
c) Pode-se considerar que, até a velocidade de e) dependerá do ponto em que o bastão é
100 km/h, o peso do veículo não se altera, apoiado na balança.
porém, para velocidades muito maiores que
20. (PUCRS) No estudo das leis do movimento, ao
100 km/h, o peso do veículo vai se reduzindo tentar identificar pares de forças de ação-reação,
de maneira muito acentuada. são feitas as seguintes afirmações.
d) O peso do veículo é o mesmo, estando ele I. Ação: a Terra atrai a Lua.
Reação: a Lua atrai a Terra.
em repouso ou em alta velocidade.
II. Ação: o pulso do boxeador golpeia o ad-
versário.
18. (PUC-Minas) Na montagem experimental ilus-
Reação: o adversário cai.
trada a seguir, os fios e a polia têm massas
III. Ação: o pé chuta a bola.
desprezíveis e pode-se desconsiderar o atrito no
Reação: a bola adquire velocidade.
eixo da polia. IV. Ação: sentados numa cadeira, empurramos
Considere g = 10 m/s2 o assento para baixo.
17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 4 Dinâmica: as leis de Newton

Reação: o assento nos empurra para cima. exerce, sobre as paredes do balão, uma força
O princípio da ação-reação é corretamente apli- de mesma(o) que faz com
cado: que o carrinho se mova do
a) somente na afirmativa I. jato de ar.
b) somente na afirmativa II. As lacunas são corretamente preenchidas, res-
c) somente nas afirmativas I, II e III. pectivamente, por:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
d) somente nas afirmativas I e IV. a) módulo e direção – em sentido oposto ao
e) nas afirmativas I, II, III e IV. b) módulo e sentido – em direção oposta ao
c) direção e sentido – perpendicularmente ao
21. (UFC) Um pequeno automóvel colide frontal- sentido
mente com um caminhão cuja massa é cinco d) módulo e direção – perpendicularmente ao
vezes maior que a massa do automóvel. Em re- sentido
lação a essa situação, marque a alternativa que
contém a afirmativa correta. 24. (Unifesp) Na divulgação de um novo modelo, uma
a) Ambos experimentam desaceleração de mes- fábrica de automóveis destaca duas inovações em
ma intensidade. relação à prevenção de acidentes decorrentes de
b) Ambos experimentam força de impacto de colisões traseiras: protetores móveis de cabeça e luzes
mesma intensidade. intermitentes de freio. Em caso de colisão traseira, “os
c) O caminhão experimenta desaceleração cin- protetores de cabeça, controlados por sensores, são
co vezes mais intensa que a do automóvel. movidos para a frente para proporcionar proteção para
d) O automóvel experimenta força de impacto a cabeça do motorista e do passageiro dianteiro dentro
cinco vezes mais intensa que a do caminhão. de milissegundos. Os protetores (...) previnem que a
e) O caminhão experimenta força de impacto coluna vertebral se dobre, em caso de acidente, re-
cinco vezes mais intensa que a do automóvel. duzindo o risco de ferimentos devido ao efeito chicote
[a cabeça é forçada para trás e, em seguida, volta
22. (Cefet-MG) Duas pessoas puxam as cordas de
um dinamômetro na mesma direção e sentidos rápido para a frente]”. As “luzes intermitentes de freio
opostos, com forças de mesma intensidade (...) alertam os motoristas que estão atrás com maior
F = 100 N. eficiência em relação às luzes de freio convencionais
quando existe o risco de acidente. Testes (...) mostram
que o tempo de reação de frenagem dos motoristas
pode ser encurtado em média de até 0,20 segundo
se uma luz de aviso piscante for utilizada durante uma
frenagem de emergência. Como resultado, a distância de
frenagem pode ser reduzida em 5,5 metros [aproximada-
mente, quando o carro estiver] a uma velocidade de
100 km/h”.
Disponível em: <http://www.daimlerchrysler.com.br/noticias/Agosto/Nova_
Nessas condições, a leitura do dinamômetro, em ClasseE_2006/popexpande.htm>. Acesso em: 15 nov. 2010.

newtons, é: a) Qual lei da física explica a razão de a cabeça


a) 0. do motorista ser forçada para trás quando o
b) 100. seu carro sofre uma colisão traseira, dando
c) 200. origem ao “efeito chicote”? Justifique.
d) 400.
e) 50.

23. (Cefet-MG) Uma experiência realizada em la-


boratórios de Física, no estudo das Leis de
Newton, consiste em prender a um carrinho de
brinquedo um balão de borracha cheio de ar. A
ejeção do ar faz com que o carrinho se movi-
mente, pois as paredes do balão exercem uma
força sobre o ar, empurrando-o para fora, e o ar
18
Dinâmica: as leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 4

b) Mostre como foi calculada a redução na dis- 28. As duas forças representadas a seguir podem
tância de frenagem. constituir um par, ação e reação? Justifique.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
25. Em algum momento, desde o salto de um pa-
raquedista com o paraquedas fechado até sua
chegada ao solo com o paraquedas aberto, a
força resultante que age sobre seu corpo aponta
verticalmente para cima? Explique.

29. Um aluno que tinha vindo da primeira aula sobre


o princípio da ação e reação ficou sem gasolina
no carro. Raciocinou: “se eu tentar empurrar o
carro com a força F ele vai reagir com uma for-
ça F, ambas vão se anular e eu não conseguirei
mover o carro”. Seu colega desceu do carro e
o empurrou, conseguindo movê-lo. Qual o erro
cometido pelo aluno em seu raciocínio?

26. Em determinado instante, o número total de for-


ças no universo é ímpar ou par? Justifique.

30. (UEG) Física


A natureza e as suas leis jaziam na noite escondida.
27. Quando uma pedra atinge uma vidraça, qual Disse Deus “Faça-se Newton” e houve luz nas jazidas.
força é a maior: aquela que a pedra aplica na
Os versos acima foram gravados no túmu-
vidraça ou a que a vidraça exerce na pedra? lo de Isaac Newton (1642-1727), na Abadia de
Westminster, em Londres. Antes de Newton ter

formulado a Mecânica, pensava-se que, para
manter um corpo em movimento com velocida-
de constante, era necessária uma força e que
o “estado natural” de um corpo era o repouso.
Para que um corpo pudesse se mover com velo-
cidade constante, ele teria de ser impulsionado,
puxado ou empurrado. Uma vez interrompida a
influência externa, o corpo naturalmente pararia.
Sobre esse assunto, é correto afirmar:
19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 4 Dinâmica: as leis de Newton

a) A primeira lei de Newton diz que, se nenhuma


força atua sobre um corpo, sua velocidade
não pode mudar, ou seja, o corpo não pode
acelerar.
b) Com base na terceira lei de Newton (ação e
reação), o movimento com velocidade cons-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
tante é uma reação à ação de uma força
externa aplicada.
c) O movimento com velocidade constante impli-
ca numa aceleração não nula e, pela segunda
lei de Newton, é necessária uma força para
produzir a aceleração.
d) O estado “natural” de um corpo é aquele
com velocidade constante devido ao fato
de não se poder afirmar que um corpo está
em repouso sem se conhecer o referencial
considerado. 33. (CPS) Na figura que se segue estão represen-
tadas as únicas forças que agem no bloco
31. (PUCPR – 2010) Julgue as assertivas a seguir a homogêneo de massa igual a 2 kg.
respeito das leis de Newton. Considere:
I. É possível haver movimento na ausência de F1 de intensidade igual a 2 N
uma força.
F2 de intensidade igual a 1,5 N.
II. É possível haver força na ausência de
O valor do módulo da aceleração que o bloco
movimento.
adquire, em m/s2, vale:
III. A força que impulsiona um foguete é a for-
ça dos gases de escape que saem da parte
traseira do foguete, à medida que o foguete
expele os gases para trás.
IV. Um par de forças de ação e reação sempre
atua no mesmo corpo.
a) 1,25.
Assinale a alternativa correta: b) 2,50.
a) Apenas as assertivas I e II são verdadeiras. c) 3,75.
b) Apenas a assertiva I é verdadeira. d) 4,35.
c) Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras. e) 5,15.
d) Todas as assertivas são falsas.
e) Apenas a assertiva IV é verdadeira. 34. (Unemat) A figura abaixo representa um elevador
em movimento com velocidade constante.
32. (UFPE) Um bloco A homogêneo, de massa igual
a 3,0 kg, é colocado sobre um bloco B, tam-
bém homogêneo, de massa igual a 6,0 kg, que
por sua vez é colocado sobre o bloco C, o qual
apoia-se sobre uma superfície horizontal, como
mostrado na figura a seguir. Sabendo-se que o
sistema permanece em repouso, calcule o mó-
dulo da força que o bloco C exerce sobre o bloco
A tração (T) do cabo durante o movimento de
B, em newtons.
subida é:
a) maior que o peso do elevador.
b) maior que durante o movimento de descida.
c) igual durante o movimento de descida.
d) menor que durante o movimento de descida.
e) menor que o peso do elevador.
20
Dinâmica: as leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 4

35. (PUC Minas) Considere que as massas de A e B Os fios são inextensíveis e de massa despre-
sejam, respectivamente, iguais a 80 kg e 20 kg. zível. Desprezando os atritos e considerando
As polias e os fios são ideais, com g = 10 m/s2. g = 10 m/s2, o tempo que B leva para ir
de P a Q é:
A

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
B

a) 0,5 s.
O módulo da força que traciona o fio é:
a) 160 N. b) 1,0 s.
b) 200 N. c) 1,5 s.
c) 400 N. d) 2,0 s.
d) 600 N. e) 2,5 s.
e) 800 N. 38. (Enem – 2013) Em um dia sem vento, ao saltar
36. (UFPE) Dois blocos, de massas M1 e M2, es- de um avião, um paraquedista cai verticalmen-
tão ligados através de um fio inextensível te até atingir a velocidade limite. No instante
de massa desprezível que passa por uma em que o paraquedas é aberto (instante TA),
polia ideal, como mostra a figura. O blo- ocorre a diminuição de sua velocidade de
co 2 está sobre uma superfície plana e lisa, queda. Algum tempo após a abertura do para-
e desloca-se com aceleração a = 1 m/s2. quedas, ele passa a ter velocidade de queda
Determine a massa M2, em kg, sabendo que constante, que possibilita sua aterrissagem
M1 = 1 kg. em segurança.
Que gráfico representa a força resultante sobre
o paraquedista, durante o seu movimento de
queda?
Força
a) resultante

Tempo
0 TA

Física
Força
b) resultante

Tempo
0 TA

37. (Mackenzie) O esquema a seguir representa


três corpos de massas mA = 2 kg, mB = 2 kg e
mC = 6 kg, inicialmente em repouso na posição
indicada. Num instante, abandona-se o sistema.
21
ENSINO MÉDIO UNIDADE 4 Dinâmica: as leis de Newton

c) Força
liberando as rodas quando estão no limiar do
resultante deslizamento. Quando as rodas travam, a força
de frenagem é governada pelo atrito cinético. As
representações esquemáticas da força de atrito
fat entre os pneus e a pista, em função da pres-
são p aplicada no pedal de freio, para carros

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Tempo
0 TA
sem ABS e com ABS, respectivamente, são:

a) fat fat
d) Força
resultante

p p

b) fat fat
Tempo
0 TA

p p
e) Força
resultante
fat fat
c)

Tempo p p
0 TA

d) fat fat
39. (Acafe – 2012) O Código de Trânsito Brasileiro
estabelece, no artigo 65, a obrigatoriedade do
uso do cinto de segurança para condutores e
passageiros em todas as vias do território na- p p
cional. A função básica do cinto de segurança
consiste em impedir que os corpos dos ocu- fat fat
e)
pantes de um veículo em movimento sejam
projetados para frente, no caso de uma colisão
frontal. Isso ocorre devido a um comportamen-
to natural de qualquer corpo, descrito pela p p

Primeira Lei de Newton, também conhecida


41. (Fatec – 2013) Um carro em um veículo do tipo
como princípio da inércia. A alternativa correta
que compreende tal princípio é: “cegonha” (que transporta vários carros) tem
a) A velocidade de um corpo tem sempre a cada uma de suas rodas travadas por uma cin-
mesma direção e sentido da força resultante ta, cujos extremos estão presos à plataforma em
que atua sobre ele. que se apoia o carro. A cinta abraça parcialmen-
b) Toda ação é anulada pela reação. te o pneu e a regulagem de sua tensão garante
c) Todo corpo permanece em repouso ou mo- a segurança para o transporte, já que aumenta a
vimento retilíneo uniforme, a menos que seja intensidade da força de contato em cada pneu e
obrigado a mudá-lo por forças atuantes so- a plataforma.
bre ele.
d) Toda vez que um corpo exerce uma força
sobre outro, este exerce sobre aquele uma
força de mesma intensidade, mesma dire-
ção e sentido contrário.

40. (Enem – 2012) Os freios ABS são uma impor-


tante medida de segurança no trânsito, os quais
funcionam para impedir o travamento das rodas
do carro quando o sistema de freios é acionado,
(renault-sandero-ripcurl-11.jpg)
22
Dinâmica: as leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 4

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A C

A força resultante que atua no disco quando ele


Se o ângulo formado entre a plataforma e a cinta, passa por B, com a haste na direção vertical, é:
de ambos os lados do pneu, é de 60°, admitindo a) nula.
que cada extremo da cinta se encontre sob uma b) vertical, com sentido para cima.
tração de intensidade T, o acréscimo da força
c) vertical, com sentido para baixo.
de contato de intensidade F entre cada pneu e
a plataforma, devido ao uso desse dispositivo, d) horizontal, com sentido para a direita.
é dado por: e) horizontal, com sentido para a esquerda.
T Note e adote: g é a aceleração local da gravidade.
a) F = .
2
3 44. (Mackenzie – 2012) Um corpo de 5 kg está em
b) F = T.
2 movimento devido à ação da força, de intensida-
c) F = T. de 50 N, como mostra a figura.
d) F = 3 · T.
F
4 3
e) F = · T.
2
42. (FGV-SP – 2012) Quanto às leis de Newton, suas 37°
aplicações e consequências, considere as afir-
mações seguintes.
I. Se um corpo está sob a ação de duas forças
de mesma intensidade, então, ele deve estar
em equilíbrio. O coeficiente de atrito cinético entre a superfície
de apoio horizontal e o bloco é 0,6 e a acelera-
II. Se o motor de um barco exerce sobre a água
de um rio uma força de mesma intensidade ção da gravidade no local tem módulo igual a
que a correnteza exerce sobre o barco no 10 m/s2. A aceleração com a qual o corpo está
sentido oposto, ele deve permanecer em re- se deslocando tem intensidade:

Física
pouso em relação à margem. a) 2,4 m/s2.
III. Ao subir o trecho de serra da Rodovia dos b) 3,6 m/s2.
Imigrantes, um veículo recebe, da pista, uma c) 4,2 m/s2.
força perpendicular ao seu movimento, de d) 5,6 m/s2.
intensidade menor que o seu peso.
e) 6,2 m/s2.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I. 45. (Mackenzie – 2010) Os blocos A e B abaixo
b) II. repousam sobre uma superfície horizontal per-
c) III. feitamente lisa. Em uma primeira experiência,
d) I e II. aplica-se a força de intensidade F, de direção ho-
e) I e III. rizontal, com sentido para a direita sobre o bloco
43. (Fuvest – 2013) O pêndulo de um relógio é cons- A, e observa-se que o bloco B fica sujeito a uma
tituído por uma haste rígida com um disco de força de intensidade f1. Em uma segunda expe-
metal preso em uma de suas extremidades. O riência, aplica-se a força de intensidade F, de
disco oscila entre as posições A e C, enquanto direção horizontal, com sentido para a esquerda
a outra extremidade da haste permanece imóvel sobre o bloco B, e observa-se que o bloco A fica
no ponto P. sujeito a uma força de intensidade f2.
23
ENSINO MÉDIO UNIDADE 4 Dinâmica: as leis de Newton

a) mrg e mr.
F
A
B b) rg e mg.
r mr
c) e .
1.ª experiência g g
d) rg e nula.
–F
A B e) rg e g.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
2.ª experiência 47. (ITA – 2013) No interior de uma caixa de mas-
sa M, apoiada num piso horizontal, encontra-se
Sendo o valor da massa do bloco A o triplo do
fixada uma mola de constante elástica k presa
valor da massa do bloco B, a relação vale:
a um corpo de massa m, em equilíbrio na ver-
a) 3. tical. Conforme a figura, este corpo também se
b) 2. encontra preso a um fio tracionado, de massa
c) 1. desprezível, fixado à caixa, de modo que resul-
1. te uma deformação b da mola. Considere que
d) a mola e o fio se encontram no eixo vertical de
2
simetria da caixa. Após o rompimento do fio, a
1.
e) caixa vai perder contato com o piso se:
3
M

46. (PUC-SP – 2011) Considere que, numa montanha


russa de um parque de diversões, os carrinhos k
do brinquedo, de massa total, passem pelo ponto
mais alto do loop, de tal forma que a intensida- m

de da reação normal nesse instante seja nula.


Adotando como o raio do loop e a aceleração da
gravidade local, podemos afirmar que a velocida-
de e a aceleração centrípeta sobre os carrinhos a) b > (M + m) g/k.
na situação considerada valem, respectivamente: b) b > (M + 2m) g/k.
c) b > (M – m) g/k.
d) b > (2M – m) g/k.
e) b > (M – 2m) g/k.

ANOTAÇÕES

24
UNIDADE 5
APLICAÇÕES DAS

ca
LEIS DE NEWTON
F í s i

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Corpo em plano horizontal liso ...........................2
Corpo em plano inclinado liso .............................3
Força de atrito .........................................................8

No Universo, as forças aparecem aos pares


e, cada ação corresponde a uma reação. Saber
marcá-las nos corpos que interagem é fundamental
para a resolução dos problemas de ordem prática.

Iakov Filimonov/123RF
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 Aplicações das Leis de Newton

COMPETÊNCIA HABILIDADE

6 20
Corpo em plano
horizontal liso

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Corpo simplesmente O corpo B empurra a mesa verti-
calmente para baixo, a mesa reage e
apoiado em um plano empurra o corpo verticalmente para cima.

horizontal liso Note que em B marcamos a força que


ele sofre.
A figura mostra um bloco B sim-
plesmente apoiado sobre uma mesa
horizontal lisa.

O bloco B interage com a Terra e a Em resumo, em um corpo simples-


mesa. Marcaremos duas forças em B: mente apoiado em um plano horizontal liso
atuam as forças peso e normal.
a) Interação corpo-Terra:
A Terra atrai o corpo B, o corpo B reage
e atrai a Terra. Note que em B marcamos a
força que ele sofre.

Na circunstância estudada, o corpo


está em equilíbrio e a resultante do sistema
de forças é nula e, portanto, N = P.
Apesar de, nesse caso, as forças N e P
terem mesma intensidade, mesma direção
e sentidos contrários, elas não formam um
b) Interação corpo-mesa: par ação-reação.

A resolução de problemas de dinâmica exige que saibamos quais são as forças que atuam no corpo
estudado. Temos então de tomar muito cuidado no momento de descobrir as forças atuantes.
Veja alguns passos.
1. Lembrando de força é fruto de interação: procuramos os corpos que interagem com o corpo
estudado. As forças de contato são fáceis de identificar, cuidado com as de campo, pois atuam a
distância.
2. Marcamos no corpo estudado as forças que ele sofre. Nunca as que ele aplica.
3. O número de forças marcadas deve ser igual ao número de interações.

2
Aplicações das Leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

Corpo em plano
inclinado liso

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Corpo simplesmente
apoiado em um plano
inclinado liso
A figura abaixo mostra um bloco B
simplesmente apoiado sobre um plano
inclinado liso. Em um corpo simplesmente apoiado
em um plano inclinado liso atuam as forças
peso e normal. Na circunstância estudada,
o bloco não fica em equilíbrio, adquirindo
aceleração na direção do plano inclinado.

O bloco B interage com a Terra e com


o plano inclinado. Marcaremos duas for-
ças em B:
a
a) Interação corpo-Terra:
A Terra atrai o corpo B, o corpo B reage
e atrai a Terra. Observe que em B marca- A resultante do sistema de forças terá a
mos a força que ele sofre. mesma direção da aceleração e, portanto,
a mesma direção do plano inclinado. O
polígono obtido com a determinação da
resultante é um triângulo retângulo como o
da figura abaixo.

b) Interação corpo-apoio: Física


Devido ao fato de o apoio ser liso, a
força de interação é perpendicular à super-
Com o auxílio das relações trigonométri-
fície de contato. O corpo B empurra o apoio
cas em um triângulo retângulo, escrevemos:
para baixo perpendicularmente à superfí-
cie de contato; o apoio reage e empurra cos a = N ⇔ N = P ⋅ cos a
o corpo para cima perpendicularmente à P
superfície de contato. Note que em B mar- FR
sen a = ⇔ FR = P ⋅ sen a
camos a força que ele sofre. P

3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 Aplicações das Leis de Newton

Podemos concluir que, em situações


como essa, um sistema de forças consti-
tuído pelas forças peso e normal pode ser
substituído pelo seu equivalente, como
mostram as figuras.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) o tempo necessário para que o
corpo atinja o plano horizontal;
O movimento do bloco durante o
escorregamento é uniformemen-
te variado. Orientando a trajetória
como na figura e adotando x = 0
no ponto A, a equação horária é:
x = x0 + v0t + a t2 ou x = 5 t2
2 2
No plano horizontal, x = 10 m, então:

10 = 5 t2 → t2 = 4 \ t = 2 s.
2
c) a velocidade de chegada do bloco
ao plano horizontal.
A equação horária das velocida-
des é v = v0 + at ou v = 5t. No
Observe plano horizontal, t = 2 s, então:
1. Um corpo de massa 1 kg é abando- v = 5 (2) → v = 10 m/s.
nado a partir do repouso no ponto A
de um plano inclinado liso que forma 2. O problema do elevador:
Um bloco de massa m = 10 kg está
um ângulo de 30° com a horizontal e
simplesmente apoiado sobre o piso de
que se encontra em um local em que um elevador que se encontra em um
g = 10 m/s2. A distância do ponto A até local em que g = 10 m/s2.
o plano horizontal é 10 m. Determine:
As forças que atuam no bloco apoiado
no piso do elevador são as forças peso
e normal.

Determine a intensidade da força nor-


mal nos seguintes casos.
a) O elevador está em repouso.
a) a aceleração do corpo no escor-
regamento; Repouso → FR = 0 → N = P = m · g →
→ N = 100 N
As forças que atuam no corpo
durante a descida são peso e b) O elevador sobe acelerado com
normal. A resultante das duas for- aceleração a = 2 m/s2.
ças em questão é FR = P sen a, O elevador sobe acelerado; então
s­ endo FR = m · a, temos: m · a = a velocidade, a aceleração e a re-
= m · g sen a. Logo, a = 10 sen 30° sultante das forças são verticais
Þ a = 5 m/s2 para cima, logo:
4
Aplicações das Leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

O elevador sobe ou desce com


velocidade constante, logo, a ace-
leração e a resultante das forças
são nulas, assim: N = P = mg e
N = 100 N.

Imponderabilidade

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
FR = N – P → m · a = N – m · g →
→ N = m (a + g) = 10 (2 + 10) → Para medir as massas dos corpos, usa-
→ N = 120 N mos a balança de dois pratos. Colocamos
em um prato a massa a ser medida e no
c) O elevador desce acelerado com outro prato as massas padrões, até que
aceleração a = 2 m/s2. os pratos se equilibrem. A massa do corpo
O elevador desce acelerado; en- será igual às massas padrões.
tão a velocidade, a aceleração e a
resultante das forças são verticais
para baixo, logo:

Repare que essa pesagem é possível


porque a Terra atrai os corpos, que por sua
vez apertam os pratos da balança gerando
a possibilidade de comparação.
FR = P – N → m · a = m · g – N →
→ N = m (g – a) = 10 (10 – 2) →
→ N = 80 N

d) O elevador sobe retardado com Se os corpos forem impossibilitados


aceleração a = 2 m/s2. de apertar os pratos (N = 0), estaremos
diante de uma situação em que é impossí-
O elevador sobe retardado; então
vel medir (ponderar) as massas.
a velocidade é para cima e a ace-
leração e a resultante das forças Esse estado é chamado de estado de
são para baixo, logo: FR = P – N e imponderabilidade.
N = 80 N. O estado de imponderabilidade é
obtido quando deixamos a balança e os
corpos, cujas massas queremos medir,
caírem em queda livre, pois nessa circuns-

Física
tância os corpos não conseguem apertar os
pratos da balança, ou seja, a normal é nula.
e) O elevador desce retardado com Motivos
aceleração a = 2 m/s2.
1. A aceleração de qualquer corpo em
O elevador desce retardado, então queda livre é a mesma.
a velocidade é para baixo e a ace- A força peso é a única força atuante no
leração e a resultante das forças corpo e portanto ela é a resultante do
são para cima, logo: FR = N – P e
sistema de forças. Então, P = FR e (de
N = 120 N.
acordo com a Segunda Lei de Newton),
FR = m . a, de onde escrevemos m . g =
= m . a; e concluímos que um corpo
em queda livre apresenta aceleração
de intensidade igual à intensidade do
vetor campo gravitacional, indepen-
f) O elevador sobe ou desce com ve- dentemente de sua massa.
locidade constante. a=g
5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 Aplicações das Leis de Newton

2. A resultante das forças que atuam em um corpo de massa m que se apoia em


um prato da balança é: FR = P – N, mas em queda livre a = g, portanto FR =
= P e finalmente N = 0.

Um elevador em queda livre – Uma nave em órbita


Um elevador em queda livre e quaisquer coisas que estejam em seu interior estão em

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
estado de imponderabilidade, pois todos caem com a aceleração da gravidade g. Isso
significa que a sensação é de que tudo “flutua” como se não tivesse peso. Uma caneta
retirada do bolso de um ocupante do elevador, que fosse largada “no ar”, seria mantida
ao lado do ocupante. Uma pessoa no interior desse elevador poderia “voar” de um canto
ao outro do elevador, bastaria empurrar uma das paredes do elevador para se lançar em
direção à outra parede como se voasse em um ambiente sem gravidade.
O mesmo acontece com os tripulantes de uma nave espacial que esteja em órbita
em torno da Terra. Eles também estão em estado de imponderabilidade, pois estão
todos caindo com a mesma aceleração g. Foi Newton, em sua obra Sistema do Mundo,
que descreveu o processo de raciocínio que veio a ser confirmado com as viagens
espaciais 300 anos depois.
A figura abaixo foi copiada dos manuscritos de Newton e nos auxilia a entender o
processo.

Se um projétil for disparado do cume de uma montanha, será desviado do caminho


reto por meio da atração exercida pela Terra. De acordo com a velocidade inicial, o projétil
seguirá as curvas A, B, C, D, ou E; e se a velocidade inicial exceder determinado valor
crítico, o projétil descreverá um círculo ou uma elipse e, nas palavras de Newton: “voltará
à montanha de que foi disparado. A sua velocidade, quando voltar à montanha, não será
menor do que era e, conservando a mesma velocidade, descreverá a mesma curva, re-
petidamente, e continuará a girar, através dos céus precisamente como os planetas em
suas órbitas”. Observe que Newton, pelo pensamento-experiência, criou um satélite artificial
É comum dizer três séculos antes de a tecnologia saber construí-lo.
que os corpos
em órbita estão É comum dizer que os corpos em órbita estão submetidos à gravidade zero ou que
submetidos à
estão sem peso. Como vimos, essa afirmação é uma bobagem.
gravidade zero
ou que estão sem O que acontece, na verdade, é que não sentimos a força peso. O nosso corpo sente a
peso. Como vimos,
essa afirmação é
força normal oriunda da presença de apoio. É ela que nos dá a sensação de peso. Em estado
uma bobagem. de imponderabilidade, não sentimos a força normal e achamos que estamos sem peso.

6
Aplicações das Leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

LEITURA

Conheça os detalhes de um voo em pesam temporariamente quase o dobro do normal. À medida que o
“gravidade zero” – Voo parabólico avião ultrapassa o topo do arco, a força centrífuga exercida no avião,
e em tudo dentro dele, cancela a força gravitacional que o puxa
O treinamento para se tornar um astronauta exige que o candi-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
para baixo. Nesse ponto os passageiros sentem a “microgravidade”
dato resista a testes rigorosos e estressantes – diversas máquinas e
– parece que você não tem peso porque somente forças gravitacio-
simuladores medem a resposta de cada trainee aos rigores de uma
nais desprezíveis estão presentes. A sensação de ausência de peso
viagem espacial. Atualmente, indústrias totalmente diferentes utili-
dura aproximadamente 15 segundos em cada parábola. Serão 15
zam diversos desses simuladores com outro propósito: a diversão.
parábolas realizadas no total. Como o avião protege os passageiros
Poucos desses simuladores chamam tanta atenção do público da força do vento, eles podem sentir a queda livre sem nenhuma
quanto um voo com gravidade zero. Quase todos sonham em flutuar interferência da resistência do ar.
sem esforço como os astronautas no espaço. Atualmente, a Agência
Essa brincadeira é conhecida na NASA como “VomitComet”, já
Marcos Pontes oferece essa experiência ao público em geral.
que no caso de um treinamento real para astronautas chegam a ser
©NASA/SCIENCE PHOTO LIBRARY/SPL DC/Latinstock
realizadas cerca de 100 parábolas.
Na hora de embarcar no avião, os passageiros sentam-se
na parte traseira da aeronave, que se parece com um 727 normal,
exceto pelo fato de que não existirem janelas. O cinto de segurança
será apertado e o piloto taxiará na pista e levantará voo como com
qualquer outro avião.
Assim que atinge a altitude de cruzeiro, está na hora de soltar
o cinto de segurança e ir para a área de diversão, na qual deita-
-se enquanto se prepara para a primeira rampa, durante a qual as
forças-g aumentam.

Então, como podemos simular a ausência de peso sem sair Quando o avião chega ao topo do ponto mais alto, um mem-
da força gravitacional da Terra? A resposta mais simples é observar- bro da tripulação grita “gravidade marciana”, “gravidade lunar” ou
mos um objeto em queda livre. Queda livre é quando um objeto cai “gravidade zero”. Nesse momento, é possível mover-se pela área
somente sob a influência da gravidade e sem a resistência do ar. de diversão, experimentando o ambiente de “gravidade reduzida”
(flutuar, dar cambalhotas, voar e saltar ao longo da área de diversão).
Para que os passageiros de um avião experimentem a queda
Quando o avião começa a sair de seu mergulho, um membro da
livre com segurança, o avião deverá subir em um ângulo bem incli-
tripulação grita “pé no chão”, que é a senha para que todos se virem
nado, nivelar, e então mergulhar, criando uma rota chamada arco
de modo a aterrissar com segurança, à medida que a gravidade
de parábola, também chamada de trajetória de Kepler ou rota de
aumenta gradualmente. Deve-se então deitar novamente para se
queda livre. Em um arco verdadeiro de parábola, a única força de
preparar para a próxima subida.
aceleração é a gravidade puxando no sentido vertical – a velocidade

Física
horizontal permanece constante. Devido à resistência do ar, os obje- Assim que o avião completa o último arco de parábola,
tos na atmosfera terrestre só navegam em arcos que se aproximam todos voltam para a área dos assentos e apertam o cinto para a
de uma parábola verdadeira. aterrissagem.
Normalmente o avião que utilizamos voa a uma altitude entre A Boeing projetou o 727 para suportar forças de –0,1 G até
7 315 m e 9 754 m. Isso fornece espaço suficiente para manobrar 2,5 G. A carga de gravidade durante o voo parabólico fica dentro
o avião com segurança ao longo da sua rota de voo. A descida do do intervalo de 0 G a 1,8 G, que está dentro do intervalo seguro. A
avião deve começar a uma grande altitude, havendo uma distância FAA inspeciona regularmente o avião quanto a sinais de fadiga do
segura para que o piloto saia do mergulho. Assim que o avião chega equipamento e necessidade de manutenção.
ao pico de seu arco, o piloto orienta-o em um ângulo de 45 graus. CONHEÇA os detalhes de um voo em gravidade zero – Voo Parabólico.
Agência Marcos Pontes, 24 out. 2013. Disponível em: <http://www.
Durante a subida, a aceleração do avião e a força da gravidade agenciamarcospontes.com.br/noticia/127/Conheca-os-detalhes-de-um-voo-em-
criam uma força de 1,8 vezes a força da gravidade – os passageiros gravidade-zero>. Acesso em: 28 nov. 2014.

7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 Aplicações das Leis de Newton

Força de atrito
A força de atrito não é propria-
mente uma força, mas sim a Força de atrito
estático

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
componente tangencial da força de con-
tato C entre dois corpos em estado de
compressão. Por convenção, de agora em O atrito é chamado de atrito estático
diante, usaremos o termo força de atrito. quando há tendência de escorregamento
entre o corpo e a superfície de contato,
A força de atrito aparece na intera- mas não há escorregamento.
ção entre dois corpos rugosos sempre
Faça a seguinte experiência: pegue
que houver escorregamento entre eles ou
o seu caderno e apoie nele a sua borra-
tendência de escorregamento entre eles.
cha. Em seguida, levante um dos lados do
A força de atrito entre um corpo e o caderno e mantenha o outro em contato
apoio se deve ao estado de rugosidade com a mesa, de modo a incliná-lo. Note
das superfícies em contato e ao estado de que a borracha fica em repouso. Aumente
compressão entre elas. As rugosidades das gradativamente a inclinação. Veja que ela
superfícies se “encaixam”, promovendo uma permanece em repouso até certa inclina-
oposição ao escorregamento entre o corpo ção e a partir daí desliza.
e o apoio.
A direção da força de atrito é tangente
à superfície de contato.
O sentido da força de atrito em um
corpo é o oposto à tendência de escorre-
gamento do corpo.
Para investigar a intensidade da força
de atrito, analisaremos dois casos: atrito
estático e atrito cinético.
Marcando as forças que atuam no
bloco e escrevendo a força de contato
pelas suas componentes: força de atrito e
força normal, podemos dizer que a inten-
sidade da força de atrito tem intensidade
igual a P · sen a, enquanto a borracha esti-
Corpo em repouso: a intensidade de atrito
é igual à da força solicitante. ver em repouso.

Corpo em movimento: intensidade de atrito


é constante e igual a Fa = mc · N.

8
Aplicações das Leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

Como o ângulo a aumenta gradativa-


mente, concluímos que a intensidade da
Força de atrito cinético
força de atrito aumenta gradativamente O atrito é chamado de força de atrito
até atingir um valor máximo Famax, quando cinético quando há escorregamento entre
o corpo está na iminência de entrar em o corpo e a superfície de apoio. Nessa
movimento. situação, podemos dizer que as rugo-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
sidades dos corpos “desencaixaram” e
estão raspando suas pontas umas contra
as outras, produzindo oposição ao movi-
mento de escorregamento. A experiência
mostra que o valor do atrito cinético é um
pouco menor que o valor do atrito está-
α tico e permanece praticamente constante,
mesmo que ocorram variações na veloci-
dade relativa de escorregamento. De uma
Na iminência de movimento, temos: forma geral, a intensidade do atrito ciné-
Famax = P · sen amax (A) tico atuante em um corpo é:
e Fa = mC · N   Com mc < me
N = P · cos amax (B) É comum admitir a igualdade dos coe-
ficientes de atrito estático e cinético em
Dividindo a equação (A) pela equação
várias situações de ordem prática. O grá-
(B), temos Famax = tg amax · N. A inclinação
fico a seguir resume o comportamento da
amax depende do estado de rugosidade
intensidade da força de atrito.
das superfícies de contato e da natureza
dos corpos, podendo, portanto, variar de
caso para caso. A tg amax é adimensional:
é chamada de coeficiente de atrito estático
máximo e é representada pela letra grega
m. De uma forma geral, a intensidade do α
atrito estático atuante em um corpo é:
Fa = me · N

LEITURA E TROCA DE IDEIAS

O acidente do voo 3054 A verdade é que muito se apontou para um problema com a

Física
pista do aeroporto, que em uma reforma foi entregue incompleta,
Em 17 de julho de 2007, o voo 3054, operado pela companhia
sem o grooving, um recurso que serve para escoar a água da pista
brasileira TAM Linhas Aéreas, em uma viagem entre as cidades de
e ajuda a evitar derrapagens.
Porto Alegre e São Paulo, ultrapassou o fim da pista ao pousar no aero-
Aprendemos com a Primeira Lei de Newton que um corpo em
porto de Congonhas-SP, chocando-se contra um depósito de cargas
movimento tende, na ausência de força resultante, a permanecer
situado nas proximidades da cabeceira da pista. Estavam no aparelho
em movimento mantendo velocidade e direção. Para um avião, a
187 pessoas; não houve sobreviventes. Houve ainda outras 12 mortes força que o faz parar ou mudar de direção é a força resultante do
no solo. Esse foi o pior acidente aéreo da história da América Latina por atrito entre os pneus e o asfalto e do arrasto aerodinâmico de freios
22 meses, até o Voo Air France 447 em 31 de maio de 2009. especiais. No caso da força de atrito entre pneus e asfalto, se ela
A investigação apurou que a causa do acidente foi o posi- deixar de existir, o veículo ficará sem controle.
cionamento incorreto dos manetes que controlam os motores da A aquaplanagem é um caso em que isso ocorre. Você já
aeronave, sem concluir definitivamente se houve falha humana ou deve ter visto acidentes em uma corrida de Fórmula 1 em que o
do equipamento. carro ficou sem controle em pista molhada. A explicação é que

9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 Aplicações das Leis de Newton

quando os pneus perdem contato com o


asfalto, por se formar uma lâmina d’água
entre eles, o atrito é reduzido e a dirigibili-
dade do veículo é impedida.
Nos carros de passeio, um recurso
usado para evitar a formação dessa lâmina

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
de água são sulcos nas bandas de roda-
gem dos pneus, que facilitam o escoamento
dessa camada de água. Nas corridas auto-
mobilísticas, após o início de uma chuva, a
preocupação com a perda de dirigibilidade
fica evidente com a ida dos carros para
os boxes, a fim de trocar pneus lisos por
pneus “biscoito”, como são chamados esses
modelos com mais sulcos. Como os pneus
dos aviões têm poucos sulcos, nas pistas de
aeroportos as ranhuras são feitas no próprio
pavimento, chamadas grooving, que ajudam
nessa tarefa.
A falta desse recurso na pista pode ter
contribuído para o acidente do voo 3054. Trajetória do voo TAM 3054

01. Dirigir em baixa velocidade ajuda a evitar aquaplanagem? Explique.

02. Toda pista de aeroporto precisa de grooving? Que outras alternativas podem ser adotadas para ajudar a
evitar acidentes como o do voo 3054?

03. A massa do avião tem alguma influência no atrito entre os pneus e a pista?

10
Aplicações das Leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

ATIVIDADES

01. (UEL) Prende-se ao teto de um elevador um di- situação, isto é, se ele não se rompe. Considere
namômetro que sustenta em sua extremidade g = 10,0 m/s2.
um bloco metálico de peso 12 N, conforme figu-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ra a seguir. O dinamômetro, porém, marca 16 N.
Nestas condições, o elevador pode estar:

04. (UFMG) Uma pessoa entra no elevador e aperta


o botão para subir. Seja P o módulo do peso da
a) em repouso.
pessoa e N o módulo da força que o elevador faz
b) subindo com velocidade constante.
sobre ela.
c) descendo com velocidade constante.
d) subindo e aumentando o módulo da velo- Pode-se afirmar que quando o elevador começa
cidade. a subir:
e) descendo e aumentando o módulo de velo- a) P aumenta e N não se modifica.
cidade.
b) P não se modifica e N aumenta.
02. (Udesc) Considere um elevador que, tanto para c) P e N aumentam.
subir quanto para descer, desloca-se com ace- d) P e N não se modificam.
leração constante a. Dentro desse elevador
encontra-se uma pessoa cujo peso, quando me- e) P e N diminuem.
dido em repouso, é P = m · g.
05. (Unifesp) Às vezes, as pessoas que estão em
I. Quando o elevador está subindo, o peso
aparente dessa pessoa é . um elevador em movimento sentem uma sen-
II. Quando o elevador está descendo, o peso sação de desconforto, em geral na região do
aparente dessa pessoa é . estômago. Isso se deve à inércia dos nossos
III. Se o cabo de sustentação do elevador for órgãos internos localizados nessa região e
cortado, ele passa a cair em queda livre: pode ocorrer:
nesse caso, o peso aparente da pessoa é
a) quando o elevador sobe ou desce em movi-
.

Física
mento uniforme.
Entre as escolhas seguintes, aponte aquela que
preenche corretamente os espaços em branco b) apenas quando o elevador sobe em movi-
anteriores, respeitada a ordem das afirmações. mento uniforme.
a) mg; mg; mg c) apenas quando o elevador desce em movi-
b) m (g + a); m (g – a); mg mento uniforme.
c) m (g + a); m (g – a); zero d) quando o elevador sobe ou desce em movi-
d) m (g – a); m (g + a); mg mento variado.
e) m (g – a); m (g + a); zero
e) apenas quando o elevador sobe em movi-
03. (UFPR) Uma caixa de massa igual a 100  kg, sus- mento variado.
pensa por um cabo de massa desprezível, deve
ser rebaixada, reduzindo sua velocidade inicial 06. (Ufes) A figura 1 a seguir representa uma esfera
com uma desaceleração de módulo 2,00 m/s2. de massa m, em repouso, suspensa por um fio
A tração máxima que o cabo pode sofrer sem se inextensível de massa desprezível. A figura 2 re-
romper é 1 100 N. Fazendo os cálculos pertinen- presenta o mesmo conjunto oscilando como um
tes, responda se este cabo é adequado a essa pêndulo, no instante em que a esfera passa pelo
ponto mais baixo de sua trajetória.
11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 Aplicações das Leis de Newton

09. (UFPB) Dois blocos A e B de massas mA = 6 kg


e mB = 4 kg, respectivamente, estão apoiados
sobre uma mesa horizontal e movem-se sob a
ação de uma força F de módulo 60 N, conforme
representação na figura a seguir.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A
B
Considere que o coeficiente de atrito dinâmico
entre o corpo A e a mesa é mA = 0,2 e que o coe-
A respeito da tensão no fio e do peso da esfera
ficiente entre o corpo B e a mesa é mB = 0,3. Com
respectivamente, no caso da figura 1 (T1 e P1) e
no caso da figura 2 (T2 e P2), podemos dizer que: base nesses dados, o módulo da força exercida
pelo bloco A sobre o bloco B é:
a) T1 = T2 e P1 = P2.
b) T1 > T2 e P1 = P2. a) 26,4 N.
c) T1 = T2 e P1 < P2. b) 28,5 N.
d) T1 < T2 e P1 > P2. c) 32,4 N.
e) T1 < T2 e P1 = P2. d) 39,2 N.
e) 48,4 N.
07. (UFRJ) Um plano está inclinado, em relação à
horizontal, de um ângulo θ cujo seno é igual a 10. (PUC Minas) Um bloco de 5 kg e um bloco de
0,6 e cosseno igual a 0,8 (o ângulo é menor do 10 kg deslizam por um plano inclinado sem atri-
que 45°). to. Pode-se afirmar que:
Um bloco de massa m sobe nesse plano in- a) ambos têm a mesma aceleração.
clinado sob a ação de uma forca horizontal F, b) o bloco de 5 kg tem o dobro da aceleração
de módulo exatamente igual ao módulo de seu
do bloco de 10 kg.
peso, como indica a figura a seguir.
c) o bloco de 10 kg tem o dobro da aceleração
Supondo que não haja atrito entre o bloco e o
do bloco de 5 kg.
plano inclinado, calcule o módulo da aceleração
do bloco. d) a aceleração dos blocos depende da força
normal do plano sobre eles.

11. (Udesc) O gráfico a seguir representa a força de


m
atrito (fat) entre um cubo de borracha de 100 g
|F| = mg
e uma superfície horizontal de concreto, quan-
do uma força externa é aplicada ao cubo de
borracha.
1,2
1
θ 0,8
fat (N)

0,6

08. (Uerj) Um bloco de massa igual a 1,0 kg repou- 0,4

sa em equilíbrio sobre um plano inclinado. Esse 0,2

plano tem comprimento igual a 50 cm e alcança 0


tempo (s)
uma altura máxima em relação ao solo igual a
Assinale a alternativa correta, em relação à situa-
30 cm. Calcule o coeficiente de atrito entre o
bloco e o plano inclinado. ção descrita pelo gráfico.
a) O coeficiente de atrito cinético é 0,8.
b) Não há movimento relativo entre o cubo e a
superfície antes que a força de atrito alcance o
valor de 1,0 N.
c) O coeficiente de atrito estático é 0,8.
d) O coeficiente de atrito cinético é 1,0.
e) Há movimento relativo entre o cubo e a su-
perfície para qualquer valor da força de atrito.
12
Aplicações das Leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

12. (UFRJ) Um pequeno bloco de massa m = 3,0 kg Considerando essa situação, a alternativa cor-
desliza sobre a superfície inclinada de uma ram- reta é:
pa que faz com a horizontal um ângulo de 30°,
Relação entre os Tipo de
como indica a figura a seguir. Aceleração
módulos F e FAT movimento
a) F < FAT contrária ao repouso
m
movimento
g/3

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) F > FAT contrária ao retardado
movimento
c) F < FAT a favor do acelerado
30°
movimento
d) F = FAT nula uniforme

Verifica-se que o bloco desce a rampa com mo-
vimento retilíneo ao longo da direção de maior 15. (Cefet-MG) Três blocos A, B e C, de massas
declive (30° com a horizontal) com uma acelera- MA = 1,0 kg e MB = MC = 2,0 kg, estão aco-
ção de módulo igual a g/3, em que g é o módulo plados através de fios inextensíveis e de pesos
da aceleração da gravidade. desprezíveis, conforme o esquema abaixo.
Considerando g = 10 m/s2, calcule o módulo da
força de atrito que a superfície exerce sobre o
bloco.

Desconsiderando o atrito entre a superfície e os


blocos e, também, nas polias, a aceleração do
sistema, em m/s2, é igual a:
a) 2,0.
b) 3,0.
c) 4,0.
d) 5,0.
e) 6,0.

16. (PUC Minas) Um bloco de massa 3,0 kg é pres-


13. (Etec – 2010) Para evitar que seus pais, que já sionado contra uma parede vertical por uma força
são idosos, não sofram acidentes no piso es-
F conforme ilustração. Considere a gravidade
corregadio do quintal da casa, Sandra contratou
como 10 m/s2, o coeficiente de atrito estático en-
uma pessoa para fazer ranhuras na superfície
tre o bloco e a parede como 0,20 e o coeficiente
desse piso – atitude ecoprática que não gera en-
de atrito cinético como 0,15.

Física
tulho, pois torna desnecessária a troca do piso.
O fato de o piso com ranhuras evitar que pessoas
escorreguem está ligado ao conceito físico de:
a) atrito.
b) empuxo.
c) pressão.
d) viscosidade.
e) condutibilidade.
a) Qual o valor mínimo da força F para que o
14. (Cefet-MG – 2010) Em uma superfície horizontal,
bloco permaneça em equilíbrio estático?
uma caixa é arrastada para a direita, sob a ação
de uma força constante F e de uma força de atri-
to FAT conforme a figura.

13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 Aplicações das Leis de Newton

b) Qual o valor máximo da força F para que o rampa em linha reta será auxiliada pela força de
bloco desça em equilíbrio dinâmico? atrito exercida pelo chão em seus pés. Em rela-
ção ao movimento dessa pessoa, quais são a
direção e o sentido da força de atrito mencionada
no texto?
a) Perpendicular ao plano e no mesmo sentido

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
do movimento.
b) Paralelo ao plano e no sentido contrário ao
movimento.
c) Paralelo ao plano e no mesmo sentido do
movimento.
d) Horizontal e no mesmo sentido do movi-
mento.
e) Vertical e sentido para cima.

(Uerj – 2011) Utilize as informações a seguir


para responder às questões 19 e 20.
A figura abaixo representa o plano inclinado
ABFE, inserido em um paralelepípedo retângu-
lo ABCDEFGH de base horizontal, com 6 m de
altura CF, 8 m de comprimento BC e 15 m de
largura AB, em repouso, apoiado no solo.
E H
17. (Unicamp) Acidentes de trânsito causam milha-
res de mortes todos os anos nas estradas do N
País. Pneus desgastados (“carecas”), freios em
F G
péssimas condições e excesso de velocidade D
A
são fatores que contribuem para elevar o número
de acidentes de trânsito. M
O sistema de freios ABS (do alemão Antiblockier-- C
B
Bremssystem) impede o travamento das rodas do
veículo, de forma que elas não deslizem no chão, 19. Admita um corpo de massa igual a 20 kg que des-
o que leva a um menor desgaste do pneu. Não liza com atrito, em movimento retilíneo, do ponto
havendo deslizamento, a distância percorrida pelo F ao ponto B, com velocidade constante. A força
veículo até a parada completa é reduzida, pois a de atrito, em newtons, entre a superfície deste
força de atrito aplicada pelo chão nas rodas é es- corpo e o plano inclinado é cerca de:
tática, e seu valor máximo é sempre maior que a) 50.
a força de atrito cinético. O coeficiente de atri- b) 100.
to estático entre os pneus e a pista é me = 0,80 c) 120.
e o cinético vale mc = 0,60. Sendo g = 10 m/s2 d) 200.
e a massa do carro m = 1 200 kg, os módulos
da força de atrito estático máxima e a da força 20. Considere o deslocamento em movimento retilí-
de atrito cinético são, respectivamente, iguais a: neo de um corpo P1 de M até N e de um corpo P2
de A até P.
a) 1 200 N e 12 000 N.
Admita as seguintes informações.
b) 1 2 000 N e 120 N.
– P1 e P2 são corpos idênticos.
c) 20 000 N e 15 000 N.
– F1 e F2 são, respectivamente, as compo-
d) 9 600 N e 7 200 N.
nentes dos pesos de P1 e P2 ao longo das
18. (Enem – 2013) Uma pessoa necessita da força respectivas trajetórias.
de atrito em seus pés para se deslocar sobre – M e N são, respectivamente, os pontos mé-
uma superfície. Logo, uma pessoa que sobe uma dios das arestas AB e EF.
14
Aplicações das Leis de Newton ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

F Ao atingir o ponto final da rampa, a razão entre


Considerando esses dados, a razão 1 equi-
F2 as velocidades das massas nos dois experi-
vale a: vII
17 . mentos, , é dada por:
a) vI
6 a) 3 .
4
b) . 3 .
3 b)

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
2
15 . 2 .
c) c)
3 3
15 . 1 .
d) d)
3 2 3
13 .
e)
2 24. (Udesc – 2012) A figura mostra dois blocos de
massa mA e mB conectados por um fio inextensí-
21. (UPE – 2011) Um bloco de aço é colocado sobre vel e de massa desprezível, que passa por duas
uma tábua de apoio que vai se inclinando aos polias também de massa desprezível. O bloco
poucos. Quando o bloco fica na iminência de de massa mA está sobre um plano inclinado que
escorregar, a tábua forma com a horizontal um forma um ângulo a com a horizontal e sustenta o
ângulo β de acordo com a figura a seguir. bloco de massa mB.

mA

10 cm
mB
a
b

x Assinale a alternativa que apresenta o valor de


mB capaz de fazer com que o sistema permane-
Sabendo-se que o coeficiente de atrito estático ça em equilíbrio, desprezando todas as forças
entre o bloco e a tábua vale me = 0,40, é correto de atrito.
afirmar que a distância x indicada na figura, em a) mB = mA cos(a)
centímetros, vale: b) mB = mA sen(a)
a) 25. d) 20. c) mB = 2 mA
b) 10. e) 4. d) mB = 2 mA . sen(a)
c) 12. e) mB = 2 mA cos(a)
22. (Uece – 2012) Um bloco, sob ação da gravidade, 25. (USS – 2011) Uma pequena esfera de massa m

Física
desce um plano inclinado com aceleração de é abandonada em repouso no ponto A de um
2 m/s2. Considere o módulo da aceleração da plano inclinado sem atrito, AC.
gravidade g = 10 m/s2. Sabendo-se que o ângu-
A m
lo de inclinação do plano é 45° com a horizontal,
o coeficiente de atrito cinético entre o bloco e o
plano é, aproximadamente: θ
a) 0,7. c) 0,5. B C D

b) 0,3. d) 0,9. A altura do plano é AB é 12 metros. A partir do


ponto C, a esfera passa a se mover sobre a su-
23. (Uece – 2012) Em dois experimentos de mecâ-
perfície horizontal com atrito, e para em D, tal
nica, uma massa puntiforme desliza sobre duas
que CD é 20 metros. O coeficiente de atrito dinâ-
rampas de mesmo comprimento, 5 m, e incli-
mico entre a esfera e a superfície horizontal vale:
nações diferentes. Em um dos experimentos
a distância horizontal percorrida pela massa é a) 0,16.
dl = 3 m e no outro é dm = 4 m. Suponha que b) 0,25.
ambas as massas partam do repouso e estejam c) 0,30.
sob a ação de um mesmo campo gravitacional d) 0,48.
uniforme e vertical, e despreze todos os atritos. e) 0,60.
15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 Aplicações das Leis de Newton

26. (UFPE – 2012) Um bloco de massa m = 4,0 kg é impulsionado sobre um plano in-
clinado com velocidade inicial v0 = 15 m/s, como mostra a figura. Ele desliza em um
movimento descendente por uma distância L = 5,0 m, até parar. Calcule o módulo
da força resultante que atua no bloco, ao longo da descida, em newtons.
m
v0

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
30°

27. (UFRJ – 2011) Um bloco de massa 2,0 kg está sobre a superfície de um plano incli-
nado, que está em movimento retilíneo para a direita, com aceleração de 2,0 m/s2,
também para a direita, como indica a figura a seguir.

2,0 m/s2

30°

A inclinação do plano é de 30° em relação à horizontal. Suponha que o bloco não


deslize sobre o plano inclinado e que a aceleração da gravidade seja g = 10 m/s2.
Usando a aproximação 3 ≈ 1,7, calcule o módulo e indique a direção e o sentido da
força de atrito exercida pelo plano inclinado sobre o bloco.

16
UNIDADE 6
TRABALHO E ENERGIA

ísica
Energia ......................................................................2

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Trabalho de uma força ..........................................3
Energia mecânica ...................................................6
Princípio da conservação de energia ..................8
Teoremas da energia .......................................... 16
Forças conservativas ........................................... 20
Sistemas conservativos ...................................... 22
Forças não conservativas ................................... 26
Potência ................................................................. 31

O controle dos processos de transformação de energia


permite ao homem criar máquinas sofisticadas e aprimorar
as já existentes, gerando, para a espécie humana, condições
de sobrevivência cada vez mais confortáveis.
A transformação da energia potencial gravitacional, por
exemplo, pode ser observada tanto em uma usina hidrelétrica
em funcionamento como em um parque de diversões.
Processos de transformação de energia ocorrem ao
nosso redor o tempo todo. Nosso próprio corpo é uma
máquina que promove transformações de energia, seja
para nos manter vivos ou para que possamos realizar
alguma atividade física motora, por exemplo.
Teremos contato, nesta unidade, com os conceitos
mais elementares associados à energia.
©Ingimage
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

COMPETÊNCIA HABILIDADE

6 23
Energia

Louis Jean Desire Delaistre
Em uma reação química que
ocorre em sistema fechado,
a massa total antes da reação é

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
igual à massa total após a reação”
(LAVOISIER, 1789).
“Na natureza nada se cria, nada
se perde, tudo se transforma”.
O estudo dos movimentos rela-
cionados às forças que atuam sobre
um corpo é objeto da mecânica.
As leis de Newton, associadas
às equações horárias, permitem que
grande parte desse estudo seja feita
com relativa facilidade, desde que
o movimento seja uniformemente
variado. Porém, algumas situações
muito comuns, como o movimento
de um pêndulo ou o movimento de
um corpo em uma montanha russa,
não são movimentos uniformemente
variados e o uso do método utilizado Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794)
até aqui exige conhecimento da
matemática.
Existe uma outra maneira de estudar os movimentos e relacioná-los às forças atuan-
tes: por meio da dinâmica energética. Essa teoria, que será apresentada a seguir, pode
ser aplicada em qualquer tipo de movimento, sem restrições, e opera grandezas físicas
escalares; consequentemente, os cálculos necessários são simples.

Conceituação
A palavra energia faz parte da linguagem de quase todas as pessoas. Repare que
sempre é usada quando se pretende adjetivar algo muito vivo, “pleno de movimento”. A
expressão “não sei onde essa pessoa arranja tanta energia”, certamente não é aplicada
a alguém que se recusa a se mover prontamente e entrar em atividade. Os físicos criaram
um conceito, considerado entre os mais importantes no estudo da natureza, denominado
energia, sempre associado à ideia de movimento.
Energia é uma daquelas grandezas físicas de difícil conceituação, mas que pode
ser compreendida através de suas manifestações e efeitos. Grosso modo, energia é a
capacidade de realizar trabalho.
Dizemos que um sistema de corpos possui energia quando seus elementos estão em
movimento ou quando colocado em certa posição tem a possibilidade de iniciar um certo
movimento espontaneamente.

2
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

Trabalho de uma força


A energia pode Trabalho de uma
ser transferida ou força constante em

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
transformada trajetória retilínea
Um brinquedo bastante conhecido e Transformar ou transferir energia impli-
que decora muitas mesas de escritório é ca, em última análise, variar a velocidade
chamado pêndulo de Newton. É assim cha- do corpo para mais ou para menos. É bom
mado porque foi, inicialmente, proposto lembrar que a responsável pela variação
por Sir Isaac Newton para a ilustração de do módulo da velocidade é a componente
diversos princípios da mecânica clássica. tangencial da força. A componente cen-
Nele, as bolinhas dos pêndulos se chocam trípeta só altera a direção do vetor veloci-
com a transferência de movimento entre dade. Portanto, conclui-se que o trabalho
si. Conclui-se, então, que a energia pode realizado por uma força deve-se à sua
ser transferida de um corpo para outro. É componente tangencial. Por isso, define-
importante registrar que houve interação -se o trabalho de uma força constante em
entre as bolas e que, portanto, uma força um deslocamento retilíneo da seguinte
foi a responsável pela transmissão de maneira.
energia de um corpo para outro.
Ingimage

O trabalho realizado por uma força


constante é obtido pelo produto dessa
força na direção do movimento e o deslo-
camento sofrido pelo corpo.
t = F · DS

Caso a força não tenha a mesma


Pêndulo de Newton direção do deslocamento, deveremos

Física
decompor o vetor F. Veja a seguir:
Quando um corpo suspenso é abando-
y y
nado, entra em movimento, o que evidencia
uma transformação de energia de uma F F
Fy
modalidade para outra. Novamente, houve
a ação de uma força (peso), responsável θ x θ x
por essa transformação. Fx
y
Sempre que uma porção de energia
for transferida ou transformada, pode-se Fy
garantir que, pelo menos, uma força atuou.
Nessas circunstâncias, dizemos que a x
força realizou um trabalho. Fx

3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

b) Quando 90o < a ≤ 180o, o cos a é


F negativo e, portanto, o trabalho de
Fy Fy
F também é negativo. O significado
θ físico é que essa força está atuando
Fx
para diminuir a velocidade do corpo
cateto oposto F e, assim, diminuir a energia do corpo.
sen θ = = y

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
hipotenusa F Por isso é chamado de trabalho
cateto adjacente F resistente.
cos θ = = x
hipotenusa F
F

Assim: 90° ≤ 180° ∆S


F
sen θ = y → Fy = F · sen θ 90° ≤ 180° < 0 (trabalho resistente)
F
t<0
Fx
cos θ = → Fx = F · cos θ
F c) Quando a = 90o, o cos a é zero e,
Das duas componentes (Fx e Fy), portanto, o trabalho de F também é
somente a Fx está na direção do desloca- nulo. O significado físico é que a força
mento e realiza trabalho. A componente está atuando somente para mudar a
Fy não é capaz de fazer a caixa aumentar direção do movimento, sem variar a
ou diminuir a velocidade, logo não realiza intensidade da velocidade, ou seja,
sem variar a energia. Por isso é cha-
trabalho.
mado de trabalho nulo.
Portanto:
F
t = Fx · DS
t = F · cos θ · DS = 90° ∆S

t = F · DS · cos θ = 90° = 0 (trabalho nulo)


t=0
Nessa equação, o ângulo θ é formado
entre os vetores F e DS.
Trabalho de uma força
O trabalho de uma força é uma gran-
deza escalar e, portanto, assume sinais variável em trajetória
algébricos. Analisando a expressão que a retilínea
define, notamos que é o cos a que dá o
sinal algébrico ao trabalho de F, pois F e d Quando a força que realiza o trabalho
é variável, a definição apresentada ante-
são, respectivamente, os valores da força
riormente não pode ser usada. Deve-se
e do deslocamento. Ou seja:
construir um diagrama em que, no eixo
a) Quando 0o ≤ a < 90o, o cos a é vertical, esteja a projeção da força na dire-
positivo e, portanto, o trabalho de F ção do deslocamento (F · cos a) e no eixo
também é positivo. O significado físico horizontal as abcissas do deslocamento.
é que essa força está atuando para O trabalho da força corresponde à área
aumentar a velocidade do corpo, ou limitada entre a linha do gráfico e o eixo
seja, aumentar a energia cinética do das abcissas.
corpo. Por isso é denominado trabalho Ft = cos
N
motor. τ= A

≤ ∆S

A

x
0 d
4
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

N t P = 20 · 10 · cos 90° →
O símbolo = expressa que essas
N
grandezas são iguais numericamente (=
t P = 20 · 10 · (0) ∴ t P = 0
leia-se: numericamente igual).
d) normal;
F1
N = 4N

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
t=
N
+ Área (Motor) 90°
A1 d = 10 m

0 A2 Deslocamento
N + Ty = P
tN
= – Área (Resistente) N + 16 = 20

Neste exemplo, é efetuada a soma das N=4N


áreas.
t N = 4 · 10 · cos 90° →
N
t = A1 – A 2
t N = 4 · 10 · (0) ∴ tN = 0
Veja:
e) resultantes.
1. Um corpo de massa 2 kg é puxado
por um fio que lhe aplica uma tração tR = tT + tA + tP + tN
de intensidade 20 N e forma com a tR = 100 – 40 + 0 + 0
direção do deslocamento retilíneo
um ângulo de 60o. A superfície em tR = 60 J
que ocorre o deslocamento é rugosa Ou
e a força de atrito atuante no corpo
tR = FRx · DS
tem intensidade 4 N. As forças atuam
durante um deslocamento de 10 m. tR = 6 · 10 = 60 J
Adote: sen 60° = 0,8 e cos 60° = 0,5.
Calcule o trabalho das forças: 2. Uma força F de intensidade variável,

Decompondo a tração: porém de direção constante, atua sobre

Tx = T · cos 60° = 20 · 0,5 = 10 N um corpo durante um deslocamento de

Ty = T · sen 60° = 20 · 0,8 = 16 N 5 m. O diagrama apresentado a seguir


registra, no eixo vertical, a projeção de
FRx = Tx – FA = 10 – 4 = 6 N
a) de tração; F na direção do deslocamento. No eixo

Física
t T = Tx · DS = 10 · 10 = 100 J horizontal registram-se as posições do
T = 20 N corpo. Determine o trabalho realizado
por essa força ao longo dos 5 m.
60° d = 10 m
O trabalho realizado pela força F cor-
b) de atrito; responde à área hachurada no gráfico
180° apresentado.
A=4 d = 10 m

A1 = (40 + 20) t F = 180 J


t A = 4 · 10 · cos 180° → 2
t A = 4 · 10 · (–1) ∴ t A = –40 J · 2 = 60 FT(N)

c) peso;
A2 = 40 · (5 – 2)40
d = 10 m 20
90° = 120 A1 A2
s(m)
P = 20 N t F = A1 + A2 → 0 2 5
5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

Energia mecânica
Energia cinética A unidade de medida de energia ciné-
tica no sistema internacional de unidades

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A energia atribuída a um corpo ou a é o joule (J). Para tanto, é necessário que
um sistema de corpos que esteja em movi- a velocidade esteja em m/s e a massa
mento denomina-se energia cinética (cine em kg.
= movimento). Assim, um automóvel em
movimento em uma estrada tem ener-
gia cinética; o mesmo acontece com um
Energia potencial
enxame de abelhas em voo, pois cada um Quando alguém, por brincadeira, segu-
de seus elementos está em movimento. ra um objeto pesado sobre nossa cabeça,
Ingimage
imediatamente somos tomados de apreen-
são, pois imaginamos que, se esse objeto
for solto, entrará em movimento e nos atingi-
rá. Da mesma forma, não é nada agradável
alguém apontar um arco e flecha em nossa
direção, afinal um pequeno descuido é o
suficiente para que a flecha entre em movi-
mento e nos atinja. Essas situações carac-
terizam a existência de energia no sistema,
Um carro tem energia cinética associada ao seu movimento. ainda que não haja movimento. É como se
Ingimage a energia cinética estivesse escondida no
sistema, prestes a se manifestar. Dizemos,
então, que a energia está armazenada na
forma de energia potencial.
De maneira geral, atribuímos energia
potencial a um sistema de corpos em que
a posição relativa de seus elementos é tal
que, se o sistema for liberado, imediata-
mente surge energia cinética.
A energia cinética do enxame é a soma da energia cinética de todas as
abelhas. Uma diferença importante a ser salien-
tada é que a energia cinética pode ser
É importante salientar que, para se atribuída a um corpo isolado, enquanto
conhecer sua velocidade, a energia ciné- a energia potencial sempre é atribuída a
tica depende do referencial adotado. um sistema de, pelo menos, dois corpos.
Apesar disso, é comum alguns autores, e
Para variar a velocidade de um corpo
até mesmo examinadores em exames ves-
em movimento, é preciso a atuação de
tibulares, usarem a expressão: “energia
forças externas, as quais realizam certo
potencial do corpo”. Portanto, é bom ficar
trabalho sobre ele. Assim, para calcular
atento a esse erro sem se deixar influenciar.
energia cinética, é necessário conhecer
sua massa e velocidade inicial. Como
Energia potencial
a massa de um corpo é m e sua veloci-
dade v, define-se energia cinética pela
gravitacional
expressão: Sempre que abandonamos um corpo
nas proximidades da Terra, de uma deter-
m · v2 minada altura, esse corpo entra em mo-
Ec =
2 vimento. Diz-se, então, que havia energia

6
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

potencial armazenada no sistema Terra- A energia armazenada nesse sis-


corpo. O corpo entra em movimento por tema é denominada energia
causa da presença da Terra e, portanto, potencial elástica.
a energia potencial não pode ser atribuí- A quantidade de ener-
da unicamente ao corpo, mas ao sistema gia potencial armazenada
composto pela Terra e pelo corpo. A ener- nesse sistema depende da

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
gia armazenada nesse sistema é denomi- constante elástica da mola
nada energia potencial gravitacional. k e da deformação x da mola, medida a
A quantidade de energia cinética de- partir de sua posição livre e definida da
senvolvida determina a quantidade de seguinte maneira:
energia potencial armazenada em um sis-
tema. Dessa forma, a energia potencial k · x2
Ep =
gravitacional é calculada levando-se em 2
conta a altura em que o corpo se encontra A unidade de medida de energia poten-
em relação a um plano horizontal de refe- cial elástica no Sistema Internacional de
rência, a aceleração da gravidade no local Unidades é o joule (J). Para tanto, a defor-
e a massa do corpo. mação x deve estar em metro, e k em N/m.
Para se obter a energia potencial, de-
ve-se considerar a massa do corpo sus-
penso, m, a altura em relação a um plano Energia mecânica
de referência, h, e a intensidade do campo Suponha um carrinho de
gravitacional, g. Ou seja: montanha-russa em movi-
mento durante uma descida.
Ep = m · g · h Pode-se dizer que, em um
determinado instante da
A unidade de descida, há energia cinética
medida de energia em relação à Terra, pois há
potencial gravita- movimento, e, ao mesmo
cional no Sistema tempo, há energia poten-
Internacional de cial em relação ao solo, uma
Unidades é o joule vez que há altura. A soma das energias
(J). Para tanto, a cinética e potencial de um sistema é deno-
massa deve estar minada energia mecânica.
em kg, a aceleração
da gravidade (g) εM = εC + εP
em m/s2 e a altura

Física
(h) em metros.
As formas de energia
Energia potencial elástica É comum adjetivar a energia de acor-
Na figura apresentada a seguir, uma do com sua procedência. Ouve-se fa-
mola está comprimida entre uma parede, lar em energia solar, energia eólica (dos
e um corpo encontra-se encostado nela. ventos), energia química, energia nuclear,
Uma trava mantém o sistema em repouso. energia térmica e outras. Porém, em últi-
Sabemos que, se a trava for retirada, o ma análise, trata-se ou de energia poten-
corpo será empurrado pela mola e entrará cial ou de energia cinética. Por exemplo:
em movimento. Constata-se que havia a energia eólica é energia cinética, pois é
energia potencial armazenada no sistema produzida graças ao movimento do ar. A
massa-mola. Note que o corpo entra em energia química é energia potencial elé-
movimento por causa da presença da mola trica, pois resulta da atração ou repulsão
e, portanto, a energia potencial não pode entre partículas eletrizadas. A energia tér-
ser atribuída unicamente ao corpo, mas ao mica é energia cinética das partículas que
sistema composto pela mola e pelo corpo. compõem o corpo.
7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

Princípio da conservação
de energia

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
As experiências mostram que a ener- 103 · 0,22
Ep = ∴ Ep = 20 J
gia pode ser transferida ou transformada 2
de um sistema para outro ou de um corpo
b) A energia cinética do bloco quando
para outro. Por exemplo: quando lança-
mos um corpo em um plano horizontal este abandona a mola.
com velocidade v0, há, inicialmente, ener- O bloco abandona a mola quando a
gia cinética. Após um tempo, verificamos deformação da mola é zero. Como não
que o corpo para e, portanto, a energia há perda de energia mecânica:
cinética desaparece. Porém, uma aná- Emf = Emi
lise mais atenta mostra que tanto o corpo
Ecf + Epf = Eci + Epi ∴ Ecf = 20 J
como o plano aqueceram, permitindo con-
cluir que a energia cinética transformou-se c) A velocidade do bloco quando este
em energia térmica.
abandona a mola.
Como já vimos, os princípios em m · v2
Física são afirmações de caráter geral Ec =
2
que não podem ser demonstradas mate- 2 · v2
maticamente, mas podem ser verificadas 20 = ∴ v ≈ 4,47 m/s
2
experimentalmente. 2. (CPS) Um saco de cimento de 50 kg
O princípio da conservação da ener- está no alto de um prédio em cons-
gia é considerado um dos mais fortes da trução a 30 m do solo. Sabendo que
Física por não terem sido encontrados a aceleração da gravidade local é de
indícios que contestassem sua validade 10 m/s2, quanto vale a energia poten-
em nenhuma experiência realizada até os cial, em joules, do saco de cimento em
nossos dias. Sua definição é: relação ao solo?
Epot = m g h = 50(10)(30)
A energia do universo permanece
Epot = 15 000 J.
constante. Ou ainda: a energia não pode
ser criada e nem destruída, mas ser trans-
formada de uma modalidade em outra. 3. (Udesc) Três homens, João, Pedro e
Paulo, correm com velocidades hori-
zontais constantes de 1,0 m/s, 1,0 m/s
Veja:
e 2,0 m/s, respectivamente, em rela-
1. Um bloco de massa 2 kg está encos- ção a O (conforme mostra a figura).
tado em uma mola de constante A massa de João é 50 kg, a de Pedro é
elástica k = 103 N/m, que está defor- 50 kg e a de Paulo é 60 kg.
mada, de 20 cm. Quando a trava da
figura é solta, a mola empurra o bloco
e transmite velocidade a ele.

2 kg
Quanto valem as energias cinéticas de
Trava Pedro e Paulo, em relação a um refe-
Durante a aceleração do bloco, não rencial localizado em João?
ocorre transformação de energia mecâ- Em relação a João, as velocidades de
nica em outra modalidade de energia. Pedro e Paulo são, respectivamente:
Determine:
vPe = 0 e vPa = 1 m/s.
a) A energia potencial armazenada na As correspondentes energias cinéticas
mola antes de ser liberada. relativas a João são:
k · x2 60(1)2
Ep = EC = 0 ⇒ EC = ⇒ EC = 30 J.
2 Pe Pa 2 Pa

8
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

ATIVIDADES

01. Um corpo de massa 2 kg tem velocidade de 10 b) em relação ao parapeito.


m/s e se movimenta em uma estrada horizontal.
A sua energia cinética é, em joules:
a) 20.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) 40.
c) 60.
d) 80.
e) 100.

02. Um corpo está em movimento, com velocidade


v0, e é acelerado durante alguns segundos, de
modo a dobrar a velocidade inicial. A sua ener-
gia cinética: 05. Um paraquedista, um pouco antes de abrir o para-
a) dobrou. quedas, encontra-se a uma altura de 1 000 m
b) quadruplicou. e tem velocidade de 108 km/h. Sua massa é
c) não se alterou. 80 kg, incluído o equipamento. Sendo g = 10 m/s2,
d) caiu à metade. determine:
a) A energia cinética do paraquedista.
03. (Unicamp – 2012) As eclusas permitem que as
embarcações façam a transposição dos des-
níveis causados pelas barragens. Além de ser
uma monumental obra de engenharia hidráuli-
ca, a eclusa tem um funcionamento simples e
econômico. Ela nada mais é do que um eleva-
dor de águas que serve para subir e descer as
embarcações. A eclusa de Barra Bonita, no Rio
Tietê, tem um desnível de aproximadamente
25 m. Qual é o aumento da energia potencial
gravitacional quando uma embarcação de mas-
sa m = 1,2 · 104 kg é elevada na eclusa?
b) A energia potencial gravitacional em relação
a) 4,8 · 102 J
ao solo.
b) 1,2 · 105 J
c) 3,0 · 105 J
d) 3,0 · 106 J

04. Um vaso com massa de 2 kg foi colocado no

Física
parapeito de uma janela que se encontra a uma
altura de 10 m do piso da calçada. No local, a
aceleração da gravidade é 10 m/s2. Calcule a
energia potencial gravitacional:
a) em relação ao piso da calçada;

c) A energia mecânica do paraquedista.

9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

06. (Unifesp) Uma criança de massa 40 kg viaja 09. (Uerj – 2010) Durante a Segunda Guerra Mundial,
no carro dos pais, sentada no banco de trás, era comum o ataque com bombardeiros a alvos
presa pelo cinto de segurança. Em um determi- inimigos por meio de uma técnica denominada
nado momento, o carro atinge a velocidade de mergulho, cujo esquema pode ser observado
72 km/h. abaixo.
Nesse instante, a energia cinética dessa criança é:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) igual à energia cinética do conjunto carro
mais passageiros.
b) zero, pois fisicamente a criança não tem ve-
locidade, logo, não tem energia cinética.
c) 8 000 J em relação ao carro e zero em rela-
ção à estrada.
d) 8 000 J em relação à estrada e zero em rela-
ção ao carro.
e) 8 000 J, independente do referencial conside-
rado, pois a energia é um conceito absoluto.
Coleção 70.º aniversário da 2.ª Guerra Mundial. São Paulo:
Abril, 2009. (Adaptado).
07. (Unifoa) Numa preparação física, um atleta olím-
pico comprime em 20 cm uma mola de cons- O mergulho do avião iniciava-se a 5 000 m de
altura, e a bomba era lançada sobre o alvo de
tante elástica de 200 N/m. Se o atleta realiza 15
uma altura de 500 m.
ciclos de compressão e descompressão por mi-
nuto, com movimentos aproximadamente unifor- Considere a energia gravitacional do avião em
relação ao solo, no ponto inicial do ataque, igual
mes tanto na ida como na volta, então, depois de
a E1 e, no ponto de onde a bomba é lançada,
exercitar-se por 5 minutos, a quantidade de ener-
igual a E2.
gia gasta pelo atleta no exercício, em J, é de:
a) 30. Calcule .
b) 300.
c) 600.
d) 1 200.
e) 2 400.

08. (UFG – 2010) Uma das competições dos


X-games são as manobras dos esqueitistas em
uma rampa em U. Um atleta parte do repouso do
topo da rampa e através do movimento do seu
corpo, de peso 800 N, consegue ganhar 600 J a
10. (UFF – 2010) Dois brinquedos idênticos, que
cada ida e vinda na rampa, conforme ilustração lançam dardos usando molas, são disparados
a seguir. simultaneamente na vertical para baixo.

Desprezando as perdas de energia e o peso do


skate, o número mínimo de idas e vindas que o As molas com os respectivos dardos foram ini-
cialmente comprimidas até a posição 1 e, então,
atleta deve realizar para atingir uma altura (h) de
liberadas. A única diferença entre os dardos I e II,
3 m acima do topo da rampa é:
conforme mostra a figura, é que I tem um pedaço
a) 2. de chumbo grudado nele, o que não existe em II.
b) 3.
Escolha o gráfico que representa as velocidades
c) 4. dos dardos I e II, como função do tempo, a partir
d) 6. do instante em que eles saem dos canos dos
e) 8. brinquedos.
10
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

a) c) um motor a combustão.
d) uma usina hidroelétrica.
e) uma atiradeira (estilingue).

13. (PUC-Rio) Durante a aula de educação física,


ao realizar um exercício, um aluno levanta ver-
ticalmente um peso com sua mão, mantendo,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) durante o movimento, a velocidade constante.
Pode-se afirmar que o trabalho realizado pelo
aluno é:
a) positivo, pois a força exercida pelo aluno
atua na mesma direção e sentido oposto ao
do movimento do peso.
c) b) positivo, pois a força exercida pelo aluno
atua na mesma direção e sentido do movi-
mento do peso.
c) zero, uma vez que o movimento tem veloci-
dade constante.
d) negativo, pois a força exercida pelo aluno
atua na mesma direção e sentido oposto ao
d)
do movimento do peso.
e) negativo, pois a força exercida pelo aluno
atua na mesma direção e sentido do movi-
mento do peso.

14. (Enem) A energia geotérmica tem sua origem no


e) núcleo derretido da Terra, onde as temperaturas
atingem 4 000 °C. Essa energia é primeiramente
produzida pela decomposição de materiais ra-
diativos dentro do Planeta.
Em fontes geotérmicas, a água, aprisionada
em um reservatório subterrâneo, é aquecida
pelas rochas ao redor e fica submetida a altas
pressões, podendo atingir temperaturas de até
11. (PUC-Rio – 2010) O Cristo Redentor, localizado no 370 °C sem entrar em ebulição. Ao ser liberada
Corcovado, encontra-se a 710 m do nível do mar na superfície, à pressão ambiente, ela se vapo-
e pesa 1 140 ton. Considerando-se g = 10 m/s2, é riza e se resfria, formando fontes ou gêiseres.
correto afirmar que o trabalho total realizado para O vapor de poços geotérmicos é separado da
levar todo o material que compõe a estátua até o

Física
água e é utilizado no funcionamento de turbinas
topo do Corcovado foi de, no mínimo: para gerar eletricidade. A água quente pode ser
a) 114 000 kJ. utilizada para aquecimento direto ou em usinas
b) 505 875 kJ. de dessalinização.
c) 1 010 750 kJ. HINRICHS, Roger A.; KLEINBACH, Merlin. Energia e meio ambiente.
São Paulo: ABDR. (Adaptado).
d) 2 023 500 kJ.
e) 8 094 000 kJ. Depreende-se das informações acima que as
usinas geotérmicas:
12. (Enem – 2012) Os carrinhos de brinquedo podem a) utilizam a mesma fonte primária de energia
ser de vários tipos. Dentre eles, há os movidos a que as usinas nucleares, sendo, portan-
corda, em que uma mola em seu interior é com- to, semelhantes os riscos decorrentes de
primida quando a criança puxa o carrinho para ambas.
trás. Ao ser solto, o carrinho entra em movimento b) funcionam com base na conversão de
enquanto a mola volta à sua forma inicial. O pro- energia potencial gravitacional em energia
cesso de conversão de energia que ocorre no térmica.
carrinho descrito também é verificado em: c) podem aproveitar a energia química trans-
a) um dínamo. formada em térmica no processo de
b) um freio de automóvel. dessalinização.
11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

d) assemelham-se às usinas nucleares no que b) na primeira metade do trajeto, o trabalho


diz respeito à conversão de energia térmica exercido foi de 52 kJ, enquanto que, na se-
em cinética e, depois, em elétrica. gunda metade, o trabalho foi menor.
e) transformam inicialmente a energia solar c) na primeira metade do trajeto, o trabalho
em energia cinética e, depois, em energia exercido foi nulo, assumindo, na segunda
térmica. metade, o valor de 12 kJ.
d) tanto na primeira metade do trajeto como na

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
15. (PUC-Rio) Um halterofilista levanta um peso segunda metade, o trabalho foi de mesma
a partir do solo até uma altura H, mantendo a intensidade, totalizando 24 kJ.
velocidade do peso constante durante todo o mo- e) o trabalho total foi nulo, porque o carrinho
vimento. Considerando o sistema peso e Terra, parte de um estado de repouso e termina o
e que a energia potencial pode ser considerada movimento na mesma condição.
zero na superfície da Terra, podemos afirmar que:
a) o halterofilista realizou trabalho, diminuindo a 18. (Unifesp) Uma pessoa de 70 kg desloca-se do
energia cinética do sistema. andar térreo ao andar superior de uma grande loja
b) o halterofilista realizou trabalho, aumentando de departamentos, utilizando uma escada rolante.
a energia potencial do sistema. A figura fornece a velocidade e a inclinação da
c) o halterofilista realizou trabalho, diminuindo a escada em relação ao piso horizontal da loja.
energia potencial do sistema.
d) o halterofilista realizou trabalho, mantendo a
energia potencial do sistema constante.
e) o halterofilista não realizou trabalho.

16. (UEPG – 2010 – Adaptada) No que diz respeito


à energia e suas transformações, assinale o que
for verdadeiro com V e falso com F. Considerando que a pessoa permaneça sempre
sobre o mesmo degrau da escada, e sendo g =
( ) O trabalho não é uma forma de energia,
= 10 m/s2, sen 30°= 0,50 e cos 30°= 0,87, pode-
mas uma maneira de transferir energia de
-se dizer que a energia transferida à pessoa por
um lugar para outro, ou de transformar
unidade de tempo pela escada rolante durante
uma forma de energia em outra.
esse percurso foi de:
( ) A energia cinética de um corpo a 80 km/h
a) 1,4 · 102 J/s.
é 16 vezes maior que a do mesmo corpo a
20 km/h. b) 2,1 · 102 J/s.
( ) A energia potencial gravitacional de um c) 2,4 · 102 J/s.
corpo depende da posição em relação a d) 3,7 · 102 J/s.
um ponto de referência. e) 5,0 · 102 J/s.
( ) A quantidade de energia utilizável diminui
19. (Enem – 2011) Uma das modalidades presentes
a cada transformação sofrida até que dela
nas olimpíadas é o salto com vara. As etapas de
nada reste.
um dos saltos de um atleta estão representadas
17. (FGV) Contando que, ao término da prova, os na figura:
vestibulandos da GV estivessem loucos por um Etapa I Etapa II
docinho, o vendedor de churros levou seu car-
rinho até o local de saída dos candidatos. Para
chegar lá, percorreu 800 m, metade sobre solo
horizontal e a outra metade em uma ladeira de
inclinação constante, sempre aplicando sobre o
carrinho uma força de intensidade 30 N, paralela
Atleta corre com a vara Atleta apoia a vara no chão
ao plano da superfície sobre a qual se deslocava
Etapa III Etapa IV
e na direção do movimento. Levando em conta
o esforço aplicado pelo vendedor sobre o car-
rinho, considerando todo o traslado, pode-se
dizer que:
a) na primeira metade do trajeto, o trabalho
exercido foi de 12 kJ, enquanto que, na se-
gunda metade, o trabalho foi maior. Atleta atinge certa altura Atleta cai em um colchão
12
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

Desprezando-se as forças dissipativas (resistên- calorífico do petróleo é igual a 0,45 · 108 J/kg,
cia do ar e atrito), para que o salto atinja a maior a massa de petróleo necessária para fornecer
altura possível, ou seja, o máximo de energia uma quantidade de energia igual à produzida
seja conservada, é necessário que: por Itaipu em 2013 é, aproximadamente, igual a:
a) a energia cinética, representada na etapa I, Dados: 1 W = 1 J/s
seja totalmente convertida em energia po- 1 MW = 106 W
tencial elástica representada na etapa IV.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
1 tonelada = 103 kg
b) a energia cinética, representada na etapa II,
a) 2 mil toneladas.
seja totalmente convertida em energia poten-
cial gravitacional, representada na etapa IV. b) 45 mil toneladas.
c) a energia cinética, representada na etapa I, c) 450 mil toneladas.
seja totalmente convertida em energia poten- d) 7,7 milhões de toneladas.
cial gravitacional, representada na etapa III. e) 95 milhões de toneladas.
d) a energia potencial gravitacional, represen-
tada na etapa II, seja totalmente convertida 22. (Uerj – 2010) Um objeto é deslocado em um pla-
em energia potencial elástica, representada no sob a ação de uma força de intensidade igual
na etapa IV. a 5 N, percorrendo em linha reta uma distância
e) a energia potencial gravitacional, represen- igual a 2 m.
tada na etapa I, seja totalmente convertida Considere a medida do ângulo entre a força e o
em energia potencial elástica, representada deslocamento do objeto igual a 15°, e T o traba-
na etapa III. lho realizado por essa força. Uma expressão que
pode ser utilizada para o cálculo desse trabalho,
20. (Enem – 2010) No nosso dia a dia, deparamo-nos em joules, é T= 5 · 2 · sen θ.
com muitas tarefas pequenas e problemas que
Nessa expressão, θ equivale, em graus, a:
demandam pouca energia para serem resolvidos
e, por isso, não consideramos a eficiência ener- a) 15.
gética de nossas ações. No global, isso significa b) 30.
desperdiçar muito calor que poderia ainda ser usa- c) 45.
do como fonte de energia para outros processos. d) 75.
Em ambientes industriais, esse reaproveitamento
é feito por um processo chamado de cogeração. 23. (Uece – 2010) Em um corredor horizontal, um
A figura a seguir ilustra um exemplo de cogeração estudante puxa uma mochila de rodinhas de
na produção de energia elétrica. 6 kg pela haste, que faz 60° com o chão. A força
aplicada pelo estudante é a mesma necessária
para levantar um peso de 1,5 kg, com velocida-
de constante. Considerando a aceleração da
gravidade igual a 10 m/s2, o trabalho, em Joule,
realizado para puxar a mochila por uma distância
de 30 m é:

Física
a) zero.
HINRICHS, R. A.; KLEINBACH, M. b) 225,0.
Energia e meio ambiente. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2003. c) 389,7.
(Adaptado). d) 900,0.
Em relação ao processo secundário de aprovei-
tamento de energia ilustrado na figura, a perda 24. (UFRGS) A figura que segue representa uma
global de energia é reduzida por meio da trans- mola, de massa desprezível, comprimida entre
formação de energia: dois blocos, de massas M1 = 1 kg e M2 = 2 kg,
a) térmica em mecânica. que podem deslizar sem atrito sobre uma super-
b) mecânica em térmica. fície horizontal. O sistema é mantido inicialmente
c) química em térmica. em repouso.
d) química em mecânica. Num determinado instante, a mola é libera-
e) elétrica em luminosa. da e se expande, impulsionando os blocos.
Depois de terem perdido contato com a mola,
21. (FGV-RJ – Adaptada) No ano de 2013, a usi- as massas M1 e M2 passam a deslizar com ve-
na hidrelétrica de Itaipu produziu 98 
300 
000 locidades de módulos v1 = 4 m/s e v2 = 2 m/s,
MWh (megawatts-hora) de energia. Se o poder respectivamente.
13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

No conjunto formado pela turbina e pelo gerador,


ocorre a conversão de:
a) energia potencial em energia elétrica.
b) energia térmica em energia cinética.
Qual é o valor da energia potencial elástica da c) energia cinética em energia elétrica.
mola, em J, antes de ela ser liberada? d) energia elétrica em energia potencial.
a) 0

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
e) energia potencial em energia radiante.
b) 4
c) 8 27. (Enem) No século XXI, racionalizar o uso da
d) 12 energia é uma necessidade imposta ao homem
e) 24 devido ao crescimento populacional e aos pro-
blemas climáticos que o uso da energia, nos
25. (UFU) O tiro com arco é um esporte olímpico moldes em que vem sendo feito, tem criado para
desde a realização da segunda olimpíada em o planeta. Assim, melhorar a eficiência no con-
Paris, no ano de 1900. O arco é um dispositivo sumo global de energia torna-se imperativo. O
que converte energia potencial elástica, armaze- gráfico, a seguir, mostra a participação de vários
nada quando a corda do arco é tensionada, em setores da atividade econômica na composição
energia cinética, que é transferida para a flecha. do PIB e sua participação no consumo final de
energia no Brasil.

Num experimento, medimos a força F necessária


para tensionar o arco até uma certa distância x,
obtendo os seguintes valores:
F (N) 160,0 320,0 480,0
X (cm) 10 20 30
Ao tensionar o arco, armazena-se energia
potencial elástica no sistema. Sendo assim, a ex-
pressão para a energia potencial armazenada é:

a) kx2.
b) mgx.
PATUSCO, J. A. M. Energia e economia no Brasil 1970-2000. Economia &
c) kx. Energia, n. 35, nov./dez., 2002. Disponível em: <http://ecen.com/eee35/
energ-econom1970-2000.htm>. Acesso em: 20 mar. 2009. (Adaptado).
d) kmg. Considerando os dados apresentados, a fonte
de energia primária para a qual uma melhoria de
26. (CPS – 2010) Leia o texto a seguir. 10% na eficiência de seu uso resultaria em maior
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica redução no consumo global de energia seria:
(ANEEL), o Brasil está entre os cinco maiores produtores a) o carvão.
de energia hidrelétrica no mundo, possuindo atualmen-
b) o petróleo.
te 158 usinas de grande porte. A energia hidrelétrica é
c) a biomassa.
produzida pela passagem de água por turbinas, e esse
tipo de geração de energia, embora menos poluente,
d) o gás natural.
não deixa de causar impactos negativos sobre o am- e) a hidroeletricidade.
biente, pois, muitas vezes, é necessário desviar cursos
28. (Enem – 2010) Deseja-se instalar uma estação
de rios, alagando regiões, o que provoca alterações na
de geração de energia elétrica em um municí-
paisagem e na vida dos habitantes da região.
pio localizado no interior de um pequeno vale
Na construção das barragens das usinas hidre- cercado de altas montanhas de difícil acesso. A
létricas são utilizadas grandes quantidades de cidade é cruzada por um rio, que é fonte de água
concreto. para consumo, irrigação das lavouras de subsis-
Essas barragens têm como função represar a tência e pesca. Na região, que possui pequena
água para que esta adquira energia potencial. extensão territorial, a incidência solar é alta o ano
14
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

todo. A estação em questão irá abastecer ape- 30. (Enem – 2012) Suponha que você seja um
nas o município apresentado. consultor e foi contratado para assessorar a
Qual forma de obtenção de energia, entre as implantação de uma matriz energética em um
apresentadas, é a mais indicada para ser im- pequeno país com as seguintes características:
plantada nesse município, de modo a causar o região plana, chuvosa e com ventos constantes,
menor impacto ambiental? dispondo de poucos recursos hídricos e sem re-
servatórios de combustíveis fósseis.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) Termelétrica, pois é possível utilizar a água
do rio no sistema de refrigeração. De acordo com as características desse país, a
b) Eólica, pois a geografia do local é própria matriz energética de menor impacto e riscos am-
para a captação desse tipo de energia. bientais é a baseada na energia:
a) dos biocombustíveis, pois tem menor impac-
c) Nuclear, pois o modo de resfriamento de
to ambiental e maior disponibilidade.
seus sistemas não afetaria a população.
b) solar, pelo seu baixo custo e pelas caracte-
d) Fotovoltaica, pois é possível aproveitar a
rísticas do país favoráveis à sua implantação.
energia solar que chega à superfície do local.
c) nuclear, por ter menor risco ambiental e ser
e) Hidrelétrica, pois o rio que corta o município é
adequada a locais com menor extensão
suficiente para abastecer a usina construída.
territorial.
29. (CPS – 2011) Uma das dúvidas mais frequen- d) hidráulica, devido ao relevo, à extensão
tes das pessoas sobre atividade física é o gasto territorial do país e aos recursos naturais
calórico dos exercícios. Quem deseja emagre- disponíveis.
cer quer saber exatamente quanto gasta em e) eólica, pelas características do país e por não
determinada atividade e quanto consome em gerar gases do efeito estufa nem resíduos de
determinada refeição. Esse cálculo depende de operação.
muitos fatores. O gasto calórico dos exercícios
varia de pessoa para pessoa, dependendo do
metabolismo de cada uma delas (da genética e ANOTAÇÕES
do biotipo), do tempo e da intensidade do exer-
cício. Assim, o gasto calórico, numa atividade
específica, difere entre uma pessoa de 90 kg e
uma de 50 kg.
A tabela a seguir mostra o gasto calórico aproxi-
mado de algumas atividades.

Gasto calórico* (em


Atividade
quilocalorias/minuto)
Andar de bicicleta 4
Dançar 7
Esteira (andar acelerado) 9

Física
Correr (no plano) 10
Spinning 13
*para uma pessoa de 60 kg
SOUZA, Valéria Alvin Igayara de. Disponível em: <http://cyberdiet.terra.com.br/
gasto-calorico-dos-exercicios-3-1-2-326.html>.
Acesso em: 27 ago. 2010. (Adaptado.)

Se uma pessoa de 60 kg comer uma fatia de


pizza de muçarela que tem 304 quilocalorias,
se arrepender e desejar queimá-las, deverá, de
acordo com essa tabela, em princípio:
a) dançar por cerca de 45 minutos.
b) fazer spinning por cerca de 15 minutos.
c) andar de bicicleta por cerca de 60 minutos.
d) correr em terreno plano por cerca de 18
minutos.
e) andar acelerado na esteira por cerca de 20
minutos.
15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

Teoremas da energia
Teorema da energia tR = εC – εC = DEc
cinética 0

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Essa é a forma algébrica de se apre-
O trabalho realizado pela resultante
do sistema de forças que age sobre um sentar o teorema da energia cinética.
corpo durante um dado deslocamento é É importante salientar que esse teo-
igual à variação da energia cinética do rema é de grande utilidade na resolução
corpo nesse deslocamento. de problemas de dinâmica e, como já foi
A fórmula geral desse teorema utiliza dito, é de caráter geral, ou seja, pode ser
o conhecimento de matemática supe- usado sem restrições.
rior. O exemplo abaixo é a demonstração O trabalho da resultante das forças
para o caso particular de uma resultante também pode ser calculado somando-se
constante, na direção do movimento. os trabalhos realizados pelas forças que
Entretanto, é bom sempre lembrar que compõem o sistema de forças:
esse teorema é geral, ou seja, pode ser
usado em qualquer situação física, sem t R = t F1 + t F2 ... + t Fn
nenhuma restrição.
Vamos admitir que um corpo deslize
com velocidade constante V0 sobre um Interpretando o teorema
plano horizontal, conforme representado da energia cinética
na figura abaixo. A partir do ponto A, passa
tR > 0 (trabalho motor)
a sofrer a ação de uma força constante F
na direção e no sentido do movimento que EC – ECo > 0
atua até o ponto B. Nesse ponto, a veloci- EC > ECo
dade do corpo é V. Chamaremos o módulo
do deslocamento AB de d. A resultante das forças forneceu ener-
V0 V
gia ao corpo.
F F
Exemplo: Um carro parado rece-
beu energia cinética para sua velocidade
A B
d aumentar.
Sendo F constante e na direção do
tR = 0 (trabalho nulo)
movimento, a aceleração escalar a cons-
tante e o movimento uniformemente EC – ECo = 0
variado, podemos usar a equação de EC = ECo
Torricelli.
A resultante das forças não forneceu e
V2 = V02 + 2 · a · d nem retirou energia do corpo.

F F
Como a = , temos: V2 = V02 + 2 · · d.
m m
Exemplo: Um carro, com velocidade
Multiplicando todos os termos da igualdade escalar, permanece constante (não recebe
m m m
por , encontramos · V2 = · V02 + F · d. e não perde energia cinética).
2 2 2
tR < 0 (trabalho resistente)
Lembrando que o produto F · d é o
EC – ECo < 0
trabalho da resultante ( t R ), pois F = R, e
m · v2 EC < ECo
que o termo é a energia cinética do
2 A resultante das forças retirou energia
corpo, concluímos que: do corpo.
16
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

Exemplo: Um carro em movimento N

retira energia cinética para diminuir sua d=1m

velocidade. A
P

Veja: Usando o teorema da energia ciné-


tica, temos:
1. Um bloco de 1 kg é lançado sobre 0 0

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
uma superfície horizontal com veloci- t R = Ecf – Eci → t A + t N + t P =
dade de 5 m/s. Devido ao atrito com a 0
superfície, o bloco para após percorrer → Ecf – Eci
a distância de 1 m. Calcule: m · v2
tA = – 2
t =–
A 1 · 52 → t A = –12,5 J
2

b) a intensidade da força de atrito;


tA = A · d · cos α
–12,5 = A · 1 · (–1)
A = 12,5 N
a) o trabalho da força de atrito; c) o coeficiente de atrito entre o bloco
1m
e a superfície.
A = µ · N, em que
N = P = m · g
v0 = 5 m/s v=0
12,5 = µ · 1 · 10
As forças que atuam no corpo são: µ = 1,25

ATIVIDADES

01. (Ufes) Um objeto de massa igual a 2,0 kg, inicial- 03. (Fuvest) O gráfico velocidade contra tempo, mos-
mente em repouso, percorre uma distância igual trado adiante, representa o movimento retilíneo
a 8,0 m em uma superfície horizontal sem atri- de um carro de massa m = 600 kg em uma es-
to, sob a ação de uma força constante, também trada molhada. No instante t = 6 s o motorista vê
um engarrafamento à sua frente e pisa no freio.
horizontal, igual a 4,0 N. A variação da energia
O carro, então, com as rodas travadas, desliza
cinética do objeto é:
na pista até parar completamente. Despreze a
a) 4,0 J. resistência do ar e responda às questões abaixo.

Física
b) 8,0 J. v (m/s)
c) 16,0 J.
10
d) 32,0 J.
e) 64,0 J.

02. (PUC-Campinas) Um corpo com massa de 12 kg


está submetido a diversas forças, cuja resultan- 0 2 4 6 8 t (s)

te F é constante. A velocidade do corpo em um a) Qual é o coeficiente de atrito entre os pneus


ponto M é de 4,0 m/s e em um outro ponto N é do carro e a pista?
de 7,0 m/s. O trabalho realizado pela força F no
deslocamento de M para N é, em joules, de:
a) 33.
b) 36.
c) 99.
d) 198.
e) 396.
17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

b) Qual o trabalho, em módulo, realizado pela d) o trabalho realizado pela força de atrito f é
força de atrito entre os instantes t = 6 s e positivo.
t = 8 s? e) o trabalho realizado pela força F é igual à va-
riação da energia cinética do bloco.

06. (Unicamp – 2011) Em determinados meses do


ano, observa-se significativo aumento do nú-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
mero de estrelas cadentes em certas regiões
do céu, número que chega a ser da ordem de
uma centena de estrelas cadentes por hora.
Esse fenômeno é chamado de chuva de mete-
oros ou chuva de estrelas cadentes, e as mais
importantes são as chuvas de Perseidas e de
Leônidas. Isso ocorre quando a Terra cruza a
órbita de algum cometa que deixou uma nuvem
de partículas no seu caminho. Na sua maioria,
essas partículas são pequenas como grãos de
04. (FGV) Devido a forças dissipativas, parte da poeira, e, ao penetrarem na atmosfera da Terra,
energia mecânica de um sistema foi convertida são aquecidas pelo atrito com o ar e produzem
em calor, circunstância caracterizada pelo gráfi- os rastros de luz observados.
co apresentado.
a) Uma partícula entra na atmosfera terrestre e
E(J)
é completamente freada pela força de atrito
1 800 com o ar após se deslocar por uma distância de
1,5 km. Se sua energia cinética inicial é
1 200 igual a Ec = 4,5 · 104 J, qual é o módulo da
força de atrito média? Despreze o trabalho
600
do peso nesse deslocamento.

0 4 t(s)

Sabendo-se que a variação da energia potencial


desse sistema foi nula, o trabalho realizado so-
bre o sistema nos primeiros 4 segundos, em J,
foi, em módulo:
a) 3 600.
b) 1 200.
c) 900.
d) 800.
e) 600.

05. (Cefet-SC) A ilustração abaixo representa um


bloco apoiado sobre uma superfície horizontal
com atrito, puxado por uma força F com veloci-
dade constante.
07. (Ufac) Um carro se desloca com velocidade de
72 km/h na Avenida Ceará. O motorista observa
a presença de um radar a 300 m e aciona ime-
diatamente os freios. Ele passa pelo radar com
velocidade de 36 km/h. Considere a massa do
carro igual a 1 000 kg. O módulo da intensidade
Com base na ilustração acima e na situação do trabalho realizado durante a frenagem, em
descrita no enunciado, é correto afirmar que: kJ, vale:
a) o trabalho realizado pela força F é nulo. a) 50.
b) o trabalho total realizado sobre o bloco é b) 100.
nulo. c) 150.
c) o trabalho realizado pela força de atrito f é d) 200.
nulo. e) 250.
18
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

08. (PUC-SP) Um garoto corre com velocidade de 11. (UFPR – 2011) Um esporte muito popular em
5 m/s em uma superfície horizontal. Ao atingir o países do Hemisfério Norte é o curling, em que
ponto A, passa a deslizar pelo piso encerado até pedras de granito polido são lançadas sobre
atingir o ponto B, como mostra a figura. uma pista horizontal de gelo. Esse esporte lem-
bra o nosso popular jogo de bocha. Considere
que um jogador tenha arremessado uma dessas
pedras de modo que ela percorreu 45 m em li-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
nha reta antes de parar, sem a intervenção de
nenhum jogador. Considerando que a massa
da pedra é igual a 20 kg e o coeficiente de atri-
to entre o gelo e o granito é de 0,02, assinale
a alternativa que dá a estimativa correta para o
tempo que a pedra leva para parar.
a) Menos de 18 s.
b) Entre 18 s e 19 s.
c) Entre 20 s e 22 s.
d) Entre 23 s e 30 s.
e) Mais de 30 s.
Considerando a aceleração da gravidade
g = 10 m/s2, o coeficiente de atrito cinético entre 12. (Fatec) Um automóvel, de massa 1,0 · 103 kg, que
suas meias e o piso encerado é de: se move com velocidade de 72 km/h, é freado e
a) 0,050. desenvolve, então, um movimento uniformemente
b) 0,125. retardado, parando após percorrer 50 m.
c) 0,150. O módulo do trabalho realizado pela força de
atrito entre os pneus e a pista durante o retarda-
d) 0,200. mento, em joules, foi de:
e) 0,250. a) 5,0 · 104.
b) 2,0 · 104.
09. (Ufla – 2010) Um esquilo “voador” consegue pla-
nar do alto de uma árvore, a uma altura de 10 m c) 5,0 · 105.
até o chão, com velocidade constante de 5 m/s. d) 2,0 · 105.
Considerando a aceleração da gravidade g = e) 5,0 · 106.
=10 m/s2 e a massa do esquilo 2 kg, é correto
afirmar que o trabalho da força de sustentação 13. (Ufla – 2011) Dois corpos 1 e 2 estão em movi-
que atua sobre o esquilo ao longo desse deslo- mento uniforme. Considerando que a massa m1
camento é de: do corpo 1 é metade da massa m2 do corpo 2,
e que a velocidade v1 do corpo 1 é quatro vezes
a) 50 J.
maior do que a velocidade v2 do corpo 2, é correto
b) –200 J. afirmar que a energia cinética do corpo 1 é:
c) –20 J.

Física
a) quatro vezes maior do que a energia cinética
d) –25 J. do corpo 2.
b) metade da energia cinética do corpo 2.
10. (Udesc – 2010) Um menino de massa 60,0 kg
c) oito vezes maior do que a energia cinética do
desliza ao longo de um escorregador, par- corpo 2.
tindo do repouso no ponto A, a uma altura de d) o dobro da energia cinética do corpo 2.
4,0 m do ponto B, o mais baixo do escorregador.
A velocidade com que o menino chega ao ponto
B é de 5,0 m/s. A quantidade de calor gerada
ANOTAÇÕES
pelo atrito entre a superfície do escorregador e o
menino, devido ao seu deslocamento, é:
a) 3,15 · 103 J.
b) 2,40 · 103 J.
c) 7,50 · 102 J.
d) 1,65 · 103 J.
e) 2,00 · 103 J.
19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

Forças conservativas
E xistem forças que, ao realizarem trabalho, transformam exclusivamente a ener-
gia cinética do sistema em energia potencial ou vice-versa. Essas forças são

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
denominadas forças conservativas, pois mantêm o sistema sempre com a mesma quan-
tidade de energia mecânica. Além dessa característica, apresentam uma propriedade
muito interessante:

O trabalho realizado por uma força conservativa entre dois pontos A e B é


sempre o mesmo, independentemente do caminho seguido pelo corpo no deslo-
camento entre os pontos A e B.

O trabalho realizado por uma força conservativa entre dois pontos A e B é sempre o
mesmo, independentemente do caminho seguido pelo corpo no deslocamento entre os
pontos A e B.

B
P

Q
R h

Força conservativa é toda força cujo trabalho independe da trajetória.


A força peso, a força elástica e a força elétrica são forças conservativas.

Trabalho da força peso t P = mghA – mghB


Na figura a seguir, estão indicadas a
trajetória seguida por um corpo do ponto A A força peso, a força elástica e a força
até o ponto B, as cotas hA e hB dos pontos elétrica são forças conservativas.
A e B e a força peso que atua durante todo
o deslocamento d.
A t P = mghA – mghB
P
d
hA
B Ep = 6 000 J
hB A

O trabalho realizado pela força


peso é t P = P · d · cos a. Pela figura Ep = 3 000 J
(hA – hB)
concluímos que cos a = ,
d
(h – h )
logo t = P · d ·
P A B . Simplifi-
d Ep = 0 J
B
cando d e lembrando que P = m · g,
encontramos:
20
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

Quando um corpo se desloca de um ponto A O trabalho realizado por uma força conservativa,
para outro ponto B, o seu peso realiza um trabalho durante um deslocamento entre dois pontos A e B,
igual à diferença entre as energias potenciais gravi- não depende da trajetória, e é dado pela expressão:
tacionais desse corpo naqueles pontos.
Logo: tp = EPA – EPB tP = EpA – EpB

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Trabalho da força elástica É importante salientar que, para calcular o tra-
O gráfico abaixo registra a intensidade da Felástica balho de uma força conservativa, basta conhecer as
relativa a cada deformação x de um sistema massa- energias potenciais inicial e final, pouco importando
-mola levado da posição A até a posição B durante a trajetória seguida pelo corpo entre a saída e a
uma compressão.
chegada.
0 XA XB Eixo das
deformações Veja:
Um corpo de massa m = 3 kg é levado da posi-
F
ção A para a posição B pela trajetória (1) mostrada na
F figura a seguir.
FB A
(2)
g
FA
(1)
0 XB hA = 10 m
XA
B
Pelo fato de a força elástica ser variável, seu trabalho
hB = 4 m
deve ser calculado pela área anotada na figura
anterior, tomando-se o cuidado de acrescentar um
sinal negativo (–) devido à oposição que ela impõe
Adotando g = 10 m/s2, determine:
na compressão. Então,
(FB + FA) · (xB – xA), a) a energia potencial gravitacional do sistema na
t Felástica= –
2 posição A;
substituindo a intensidade da força F por
k · x e colocando k em evidência, temos: EpA = mghA

t Felástica= k (xB + xA) · (xB – xA) . EpA = 3 · 10 · 10 → EpA = 300 J


2
b) a energia potencial gravitacional do sistema na
Finalmente, escreveremos:
posição B;

Física
k·x 2
k·x 2
EpB = mghB
t Felástica = A
– B
2 2
EpB = 3 · 10 · 4 → EpB = 120 J

Teorema da energia potencial c) o trabalho realizado pela força peso nesse


deslocamento;
Quando se calcula o trabalho da força elástica,
encontra-se um resultado análogo ao encontrado no t P = EpA – EpB
cálculo da força peso. A B
Observe que nas expressões encontradas nos t P = 300 – 120

dois itens anteriores aparecem as energias poten-
t P = 180 J
ciais EP = mgh no cálculo do trabalho do peso e Ep
k · x2 d) Caso a trajetória seguida fosse a trajetória (2), o tra-
= no cálculo do trabalho da força elástica.
2 balho da força peso seria diferente?
Como as duas forças são conservativas, generaliza-
remos os resultados e enunciaremos o teorema da Não, pois a força peso é conservativa e o traba-
energia potencial. lho que ela realiza não depende da trajetória.
21
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

Sistemas conservativos
U m sistema é considerado conservativo quando a energia mecânica mantém-
-se constante ao longo do tempo. Para que isso aconteça, é necessário que o

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
trabalho realizado pelas forças não conservativas seja nulo. De fato, aplicando o teorema
da energia mecânica t Fncons = eM – eM e fazendo t Fncons = 0, concluímos que:
0

eM = eM
0

Ou seja, a energia mecânica final é igual à energia mecânica inicial.


Uma maneira prática de verificar se um sistema de corpos é conservativo consiste
em observar se as forças de tração, resistência do ar, atrito e normal realizam trabalho.
Se não realizarem trabalho, o sistema é conservativo. Se realizarem trabalho, o sistema
não é conservativo.
Wavebreak Media/Wavebreak Media/Latinstock
Princípio geral de conservação da
energia: a energia pode ser transformada
de uma forma em outra, mas não pode
ser criada nem destruída, a energia total é
constante.
Exemplos de conservação de energia
mecânica:
– queda livre;
– lançamentos de projéteis;
– pêndulo simples;
– plano inclinado sem atrito;
– sistema planetário;
– oscilador harmônico simples.
Ingimage

Usina de Itaipu (Foz do Iguaçu-PR).

Em 1973, técnicos percorrem um rio de barco em busca do ponto mais indicado para a
construção da Itaipu Binacional (em tupi, itaipu quer dizer “a pedra que canta”). O início da
construção ocorreu em 1974 e sua inauguração em 1982, com a presença dos presidentes
do Brasil, João Figueiredo, e do Paraguai, Alfredo Stroessner.
No caso da usina de Itaipu, a energia potencial armazenada se transforma em ener-
gia cinética (queda d’água) e pode ser transformada em outras formas de energia, no
caso, elétrica.
22
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

Algumas curiosidades sobre a Usina de Itaipu:


Os números grandiosos da Itaipu suscitam impressionantes comparações:
• O volume total de concreto utilizado na construção da usina seria suficiente para
construir 210 estádios de futebol como o do Maracanã, no Rio de Janeiro.
• O ferro e o aço utilizados permitiriam a construção de 380 Torres Eiffel.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
• A vazão máxima do vertedouro da Itaipu (62,2 mil m3/s) corresponde a 40 vezes a
vazão média das Cataratas do Iguaçu.
• A vazão de duas turbinas da Itaipu (700 m3 de água por segundo cada) corresponde
à vazão média das Cataratas (1 500 m3/s).
• A altura da barragem principal (196 m) equivale à altura de um prédio de 65 andares.
• O Brasil teria que queimar 536 mil barris de petróleo por dia para obter em plantas
termelétricas a mesma produção de energia da Itaipu.
• O volume de escavações de terra e rocha em Itaipu é 8,5 vezes superior ao do
Eurotúnel (que liga França e Inglaterra sob o Canal da Mancha) e o volume de con-
creto, 15 vezes maior.
Itaipu Binacional. Disponível em: <https://www.itaipu.gov.br/>. Acesso em: 18 fev. 2014.

Veja:
Um objeto de massa 400 g desce, a partir do repouso no ponto A, por uma rampa,
em forma de um quadrante de circunferência de raio R = 1,0 m. Na base B, choca-se
com uma mola de constante elástica k = 200 N/m.
R
A

Por desprezarem-se as forças dissipativas, o sistema é conservativo.


Desprezando a ação de forças dissipativas em todo o movimento e adotando
g = 10 m/s2, calcule:

Física
a) A velocidade do bloco no ponto B.
EmB = EmA
0 0
EcB + EpB = EcA + EpA
m · vB2
=m·g·R
2
vB = 2 · 10 · 1 = 20 → vB = 4,47 m/s
2

b) A máxima deformação da mola.


A máxima deformação da mola ocorre quando a velocidade do objeto se torna nula.
EmA = EmC
0 0 2
k · X máx
E + E = E + E → mgR =
A A C C
c p c p
2
2
200 · X máx
0,4 · 10 · 1 = \ Xmax = 0,2 m
2
23
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

ATIVIDADES
01. (PUCPR) Um sistema de partículas está sujeito à 04. (UFPE) Um bloco é solto no ponto A e desliza
ação exclusiva de forças conservativas. Então, é sem atrito sobre a superfície indicada na figura a
correto afirmar que: seguir. Com relação ao bloco, podemos afirmar:
a) não há variação da energia potencial do

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
sistema. A

b) a trajetória das partículas é obrigatoriamente


curvilínea.
c) a energia mecânica do sistema não varia.
d) um aumento na energia cinética do sistema C

implica obrigatoriamente um aumento de B


sua energia mecânica. a) A energia cinética no ponto B é menor que
e) a energia cinética do sistema permanece no ponto C.
constante. b) A energia cinética no ponto A é maior que no
02. (Cesgranrio) Na figura a seguir, três partículas (1, ponto B.
2 e 3) são abandonadas sem velocidade inicial, c) A energia potencial no ponto A é menor que
de um mesmo plano horizontal e caem. A partí- a energia cinética no ponto B.
cula 1, em queda livre; a partícula 2, amarrada d) A energia total do bloco varia ao longo da
a um fio inextensível; e a partícula 3, ao longo trajetória ABC.
de um plano inclinado sem atrito. A resistên- e) A energia total do bloco ao longo da trajetó-
cia do ar é desprezível nos três casos. Quando ria ABC é constante.
passam pelo plano horizontal, situado a uma
altura h abaixo do plano a partir do qual foram 05. (Unirio) A figura a seguir representa um carrinho
abandonadas, as partículas têm velocidades de massa m se deslocando sobre o trilho de
respectivamente iguais a v1, v2 e v3. uma montanha russa em um local onde a acele-
ração da gravidade é g = 10 m/s2.
Q

h
5,0 m 8,0 m

(1) (2) (3)


Assim, pode-se afirmar que: Considerando que a energia mecânica do carri-
a) v1 > v2 > v3. nho se conserva durante o movimento e, em P, o
b) v1 > v3 > v2. módulo de sua velocidade é 8,0 m/s, teremos no
c) v1 = v2 > v3. ponto Q uma velocidade de módulo igual a:
d) v1 = v3 > v2. a) 5,0 m/s.
e) v1 = v2 = v3. b) 4,8 m/s.
c) 4,0 m/s.
03. (Unirio) Uma partícula move-se apenas sob a
d) 2,0 m/s.
ação da força peso. Ao passar de uma posição
A para outra posição B, a energia cinética da e) zero.
partícula aumenta de 150 J. A variação de ener-
06. (Fatec – 2012) Em alguns parques de diversão,
gia potencial da partícula nesse processo é:
há um brinquedo radical que funciona como
a) –150 J.
pêndulo humano. A pessoa presa por uma corda
b) –50 J. inextensível amarrada a um ponto fixo acima de
c) nula. sua cabeça, é erguida por um guindaste até uma
d) +50 J. altura de 20 m. A partir daí, ela é solta fazendo
e) +150 J. um movimento pendular. Veja a figura.
24
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

h = 20 m

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A

Se admitirmos a aceleração da gravidade de 10 m/s² e desprezarmos qualquer tipo de atrito, a velocida-


de que a pessoa passará no ponto A mais baixo da trajetória, km/h, será de:
Observação: o ponto A está marcado no meio da trajetória da pessoa depois de solta.
a) 18. b) 24. c) 36. d) 48. e) 72.

07. (Enem – 2010)

Física

ZIEGLER, M. F. Energia Sustentável. Revista IstoÉ. 28 abr. 2010.

A fonte de energia representada na figura, considerada uma das mais limpas e sustentáveis do mundo,
é extraída do calor gerado:
a) pela circulação do magma no subsolo.
b) pelas erupções constantes dos vulcões.
c) pelo sol que aquece as águas com radiação ultravioleta.
d) pela queima do carvão e combustíveis fósseis.
e) pelos detritos e cinzas vulcânicas.
25
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

Forças não
conservativas

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Teorema da energia t R = eC – eC0
mecânica Contudo, pode-se escrever o trabalho
As forças não conservativas são aque- da resultante como a soma dos trabalhos
las que, ao realizarem trabalho, alteram a das componentes, logo
quantidade de energia mecânica do sis-
t Fcons + t Fncons = eC – eC ,
tema ou para mais ou para menos. O que 0
lembrando que
é mais comum é a diminuição da ener-
t Fcons = eP – eP ,
gia mecânica inicial quase sempre pela 0

transformação de parte dela em energia escrevemos eP – eP + t Fncons = eC – eC ,


0 0
térmica. Nesse caso, a força é denomi-
nada dissipativa. levando para o lado direito da igualdade as
energias potenciais e lembrando que
Quando um motorista, em uma es-
eM = eC + eP ,
trada, deixa de pisar no acelerador do
automóvel, a velocidade diminui e, com o concluímos que:
tempo, torna-se nula. A energia mecâni-
t Fncons = eM – eM
ca do sistema diminui por ação da força 0

de resistência do ar e atritos nas engre-


Essa é a forma algébrica do teorema
nagens. O trabalho realizado por essas da energia mecânica.
forças é negativo. A força de atrito, a re-
sistência do ar e as forças de viscosidade Veja:
dos fluidos se comportam, em geral, como Um corpo de massa 20 kg é aban-
forças dissipativas. donado do repouso no ponto A da meia
Quando estamos no interior de deter- cana, conforme indicado na figura abaixo.
minado elevador, no térreo, e subimos para VA = 0
A
um andar superior, a energia mecânica do R = 1,2 m
sistema aumenta por ação da força de tra-
ção que os cabos aplicam no elevador. O VB = 4 m/s

trabalho realizado por essas forças é posi- B

tivo. As forças de tração, em geral, são


O corpo escorrega pela parede e
propulsoras, ou seja, aumentam a quanti-
atinge o ponto B com velocidade de 4 m/s.
dade de energia mecânica do sistema.
Adotando g = 10 m/s2 e desprezando a
O trabalho realizado pelas forças resistência do ar, calcule:
não conservativas que agem sobre um a) A energia mecânica do sistema na
corpo durante um dado deslocamento é posição A.
igual à variação da energia mecânica do Tomando como plano de referência
sistema nesse deslocamento. um plano horizontal que passe por B,
temos:
Pode-se demonstrar esse teorema por
meio dos teoremas da energia cinética e EmA = EcA + EpA → EmA = mghA
da energia potencial, como segue: EmA = 20 · 10 · 1,2 → EmA = 240 J

26
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

b) A energia mecânica do sistema na posição B.


EmB = EcB + EpB
20 · 42
EmB = m · v → EmB =
2

2 2
Em = 160 J
B

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
c) O trabalho da força de atrito.
Usando o teorema da energia mecânica
t Fncons = Em – Em0
0
t A + t N = EmA – EmB
t A = 160 – 240
t A = –80 J

ATIVIDADES
01. (UFRRJ) Uma pessoa caminha sobre um plano 03. (FEI-SP) Um corpo de massa 5 kg é retirado de
horizontal. O trabalho realizado pelo peso desta um ponto A e levado para um ponto B, distante
pessoa é:
40 m na horizontal e 30 m na vertical traçadas a
a) sempre positivo.
partir do ponto A. Qual é o módulo do trabalho
b) sempre negativo.
realizado pela força peso?
c) sempre igual a zero.
d) positivo, se o sentido do deslocamento for a) 2 500 J
da esquerda para a direita. b) 2 000 J
e) negativo, se o sentido do deslocamento for c) 900 J
da direita para a esquerda.
d) 500 J
02. (PUC-Rio) Suponha que você tenha que subir, e) 1 500 J
sem deslizar, uma ladeira muito íngreme de com-
primento L = 30 metros. 04. (Ifsp – 2011) Um atleta de salto com vara, durante
Se você subir em zigue-zague, em um percurso sua corrida para transpor o obstáculo à sua fren-
de comprimento total igual a 60 metros, a ener- te, transforma a sua energia
gia total que você vai despender, em relação à
energia despendida no caminho reto: em energia devido ao ga-
nho de altura e, consequentemente, ao/à

Física
de sua velocidade.
As lacunas do texto acima são, correta e respec-
tivamente, preenchidas por:
a) potencial – cinética – aumento
b) térmica – potencial – diminuição
c) cinética – potencial – diminuição
d) cinética – térmica – aumento
e) térmica – cinética – aumento

a) é duas vezes maior. 05. (Uerj – 2010) Os esquemas a seguir mostram


b) é a metade. quatro rampas AB, de mesma altura AC e perfis
c) é igual. distintos, fixadas em mesas idênticas, nas quais
d) depende da massa. uma pequena pedra é abandonada, do ponto A,
e) depende da ladeira. a partir do repouso.
27
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) 0,8.
b) 1,0.
c) 1,2.
d) 1,4.
e) 1,6.

07. (PUC-Rio – 2010) Uma arma de mola, para atirar


bolinhas de brinquedo verticalmente para cima,
arremessa uma bolinha de 20,0 g a uma altura de
1,5 m quando a mola é comprimida por 3,0 cm.
A que altura chegará a bolinha se a mola for com-
primida por 6,0 cm? (Considere g = 10,0 m/s2).
a) 3,0 m
Após deslizar sem atrito pelas rampas I, II, III e
b) 4,5 m
IV, a pedra toca o solo, pela primeira vez, a uma
c) 6,0 m
distância do ponto B respectivamente igual a dI,
d) 7,5 m
dII, dIII e dIV.
e) 9,0 m
A relação entre essas distâncias está indicada
na seguinte alternativa:
a) dI > dII = dIII > dIV 08. (Unesp – 2010) O Skycoaster é uma atração
existente em grandes parques de diversão, re-
b) dIII > dII > dIV > dI
presentado nas figuras a seguir. Considere que,
c) dII > dIV = dI > dIII
em um desses brinquedos, três aventureiros são
d) dI = dII = dIII = dIV
presos a cabos de aço e içados a grande altura.
Os jovens, que se movem juntos no brinquedo,
06. (Fatec – 2010) Um skatista brinca numa rampa
têm massas iguais a 50 kg cada um. Depois de
de skate conhecida por half pipe. Essa pista tem
solto um dos cabos, passam a oscilar tal como
como corte transversal uma semicircunferência
um pêndulo simples, atingindo uma altura máxi-
de raio 3 metros, conforme mostra a figura. O
ma de 60 metros e chegando a uma altura mínima
atleta, saindo do extremo A da pista com velo-
do chão de apenas 2 metros. Nessas condições
cidade de 4 m/s, atinge um ponto B de altura
e desprezando a ação de forças de resistências,
máxima h.
qual é, aproximadamente, a máxima velocidade,
Desconsiderando a ação de forças dissipa- em m/s, dos participantes durante essa oscila-
tivas e adotando a aceleração da gravidade ção e qual o valor da maior energia cinética, em
g = 10 m/s , o valor de h, em metros, é de:
2
kJ, a que eles ficam submetidos?
28
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

10. (Uece – 2010) A figura a seguir mostra quatro


trajetórias de uma bola de futebol lançada no
espaço.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Desconsiderando o atrito viscoso com o ar, assi-
nale o correto.
a) A trajetória que exigiu a maior energia foi a I.
www.coasterforce.com/Other_Attractions_IB
b) A trajetória que exigiu a maior energia foi a II.
c) A trajetória que exigiu a maior energia foi a III.
d) A energia exigida é a mesma para todas as
trajetórias.

11. (Cefet-SC) Uma bolinha de massa “m” é solta


no ponto A da pista mostrada na figura abaixo e
desloca-se até o ponto E. Considerando que não
há forças dissipativas durante o relativo percurso
e que o módulo da aceleração da gravidade é
“g”, assinale a alternativa correta.

a) A energia mecânica em B é menor que em D.


b) A velocidade da bolinha em B vale
09. (FEI-SP) Um corpo de massa 10 kg é puxado por
c) A velocidade no ponto A é máxima.
uma mola de constante elástica K = 100 N/m. O
d) A energia cinética em B vale mghA.

Física
comprimento natural é L0 = 2 m. Qual é o trabalho
realizado pela força elástica para deslocar o cor- e) A bolinha não atinge o ponto E.
po da posição x = 10 m para a posição x = 4 m?
12. (Fuvest – 2011) Um esqueitista treina em uma
pista cujo perfil está representado na figura
m
abaixo. O trecho horizontal AB está a uma al-
tura h = 2,4 m em relação ao trecho, também
0 = 2 m
horizontal, CD. O esqueitista percorre a pista no
4m
sentido de A para D. No trecho AB, ele está com
10 m
velocidade constante, de módulo v = 4 m/s; em
a) 6 000 J seguida, desce a rampa BC, percorre o trecho
b) 250 J CD, o mais baixo da pista, e sobe a outra rampa
c) 3 000 J até atingir uma altura máxima H, em relação a
d) 500 J CD. A velocidade do esqueitista no trecho CD e a
e) 125 J altura máxima H são, respectivamente, iguais a:
29
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

ingestão de um sorvete fornece 112 000 J, o nú-


mero de vezes que uma criança de 20 kg deverá
escorregar pelo brinquedo para perder a energia
A B
correspondente à ingestão de um sorvete é:
Dados: g = 10 m/s2; sen 45° = cos 45° = 0,7.
h
a) 100.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) 200.
C D
c) 300.
Observação: use g = 10 m/s2 e desconsidere
d) 400.
efeitos dissipativos e movimentos do esqueitista
e) 500.
em relação ao esqueite.
a) 5 m/s e 2,4 m.
b) 7 m/s e 2,4 m.
c) 7 m/s e 3,2 m. ANOTAÇÕES
d) 8 m/s e 2,4 m.
e) 8 m/s e 3,2 m.

13. (Udesc – 2011) Uma partícula com massa de 200


g é abandonada, a partir do repouso, no ponto
A da figura. Desprezando o atrito e a resistência
do ar, pode-se afirmar que as velocidades nos
pontos B e C são, respectivamente:

a) 7,0 m/s e 8,0 m/s.


b) 5,0 m/s e 6,0 m/s.
c) 6,0 m/s e 7,0 m/s.
d) 8,0 m/s e 9,0 m/s.
e) 9,0 m/s e 10,0 m/s.

14. (Uepa – 2012) Num parque de diversões há um


escorregador infantil, conforme indica a figura
abaixo.
A

2,8 m

45°
B

Neste brinquedo, as crianças, inicialmente em


repouso, partem do ponto A e atingem o ponto
B. Suponha que o coeficiente de atrito entre as
superfícies de contato seja igual a 0,5.
Considerando que, quando uma criança escor-
rega, a dissipação de energia ocorra apenas
pela ação da força de atrito, e sabendo que a
30
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

Potência
T odo sistema capaz de transferir ou transformar energia é denominado
máquina. Esse conceito é extremamente amplo e, dependendo

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
da utilização que se dê aos corpos, qualquer um deles pode ser visto
como uma máquina. Tomemos como exemplo uma barra de ferro e
uma pedra. Se usarmos a pedra como apoio para a barra, podemos
construir uma alavanca e com ela suspender massas muito maiores
do que as que levantaríamos sem esse sistema. A alavanca é uma
máquina simples que transfere energia do operador para a massa.
Uma lâmpada incandescente também é uma máquina, pois
esse dispositivo transforma energia elétrica em energia térmica
(ela aquece) e em energia luminosa.
Toda máquina é criada com a finalidade de transformar
determinada energia em outro tipo de energia. Por exemplo, o motor de um automó-
vel é construído para transformar energia química (contida no combustível) em energia
mecânica. Observa-se, porém, o aparecimento de um subproduto indesejável dessa
transformação, a energia térmica. Dizemos que parte da energia total foi dissipada na
transformação e que, portanto, a energia útil obtida é menor do que se esperava. A
experiência mostra que em toda máquina real ocorrem dissipações, portanto, podemos
esquematizar genericamente o comportamento de qualquer máquina:
ENERGIA ÚTIL
MÁQUINA
ENERGIA TOTAL ENERGIA
DISSIPADA

O rendimento de uma máquina é definido pela razão entre a energia útil obtida e a
energia total consumida pela máquina.
eU
h=
eT

Potência de uma máquina


O coração é uma máquina que bombeia sangue arterial para todo o corpo, de forma
que as células acabam recebendo o oxigênio necessário para sua sobrevivência. A

Física
quantidade de oxigênio requisitada pelas células depende do esforço a que o corpo está
se submetendo. Durante uma corrida, é necessário mais oxigênio, portanto é necessário
mais sangue arterial às células e, por isso, o coração bate mais rápido e mais forte. Daí
o aumento de frequência cardíaca e aumento de pressão arterial durante uma corrida.
Sabendo disso, vamos imaginar a seguinte situação: um jovem esportista de 90 kg e um
senhor sedentário também de 90 kg devem subir uma mesma escada que os leva ao
andar superior a uma altura de 4 m do piso de partida.
Qual deles chega primeiro ao andar superior? Provavelmente, você afirmará que o
jovem chegará antes.
Observe que a energia necessária para a realização da tarefa é a mesma para ambos,
pois a variação de energia potencial ocorrida é dada pelo produto m · g · h = 90 ·10 · 4 =
= 3 600 J. No entanto, o coração do jovem esportista consegue suprir o organismo com
sangue arterial em um tempo inferior ao do coração do senhor sedentário. Em resumo, é
possível que máquinas com a mesma função transformem a mesma quantidade de ener-
gia, e ainda assim, apresentem diferenças sob o ponto de vista físico, pois executam a
tarefa em tempos diferentes. Dizemos que o coração do jovem esportista é mais potente
que o coração do senhor sedentário.
31
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

A potência é uma grandeza física que mostra a diferença entre as diversas máquinas
no tocante à rapidez com que são capazes de variar uma mesma quantidade de energia.
Então, se uma máquina transformar uma quantidade de energia De em um intervalo de
tempo Dt, define-se potência média de uma máquina da seguinte maneira:
De
Pm =
Dt

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A potência média é a medida de rapidez com que uma máquina
transforma energia em um certo intervalo de tempo.
No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de medida de potência é o J/s, deno-
minado watt (W), em homenagem a James Watt, inventor de um novo modelo de máquina
a vapor (1765), que contribuiu para o desenvolvimento industrial do século XVIII.
Em diversas aplicações, são usadas outras unidades, como o horse-power (HP) e o
cavalo-vapor (CV).
1 HP ≡ 746 W
1 CV ≡ 735 W
A diferença nos valores foi feita com base no sistema inglês (libras e pés) e outro
segue sistema métrico (quilograma e metros).
Como consequência da definição de potência, pode-se calcular o rendimento da
máquina por meio da expressão:
PU
h=
PT

PU é a potência útil e PT a potência total.


Observação: potência útil + potência dissipada (PT = PU + PD).
t
Pm =
Dt

Potência de uma força


A variação de energia está sempre associada ao trabalho de alguma força, portanto,
também pode-se calcular a potência média de uma máquina por intermédio do trabalho
realizado pela força que ela aplica:
t
Pm =
Dt

Lembrando que:
DS
t = F · DS e Vm =
Dt
Se um corpo se deslocar com velocidade média Vm enquanto estiver sujeito a várias
forças, a potência média de uma delas (F ) será
t F · DS
Pm = = = F · Vm, que nos faz concluir que:
Dt Dt
Pm = F · Vm

Essa expressão permite entender, pelo menos em nível teórico, a função da caixa de
marchas de um automóvel. Suponha que, durante um movimento, a potência do motor
permaneça constante. A primeira marcha aproveita a potência do motor transmitindo
força, mas, em compensação, a velocidade desenvolvida é pequena. A quinta marcha
aproveita a potência do motor privilegiando a velocidade em detrimento da força. Observe
32
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

que, para iniciar o movimento do carro, é


necessário força para “vencer a inércia”.
Depois que o carro entra em movimento,
a força necessária é só para equilibrar as
forças resistivas.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Veja:
1. (Fuvest) Uma empilhadeira elétrica
transporta do chão até uma prateleira, A resistência do ar é desprezível e o
a 6 m do chão, um pacote de 120 kg. fio que sustenta o bloco é ideal. Nessa
O gráfico abaixo ilustra a altura do operação, o motor apresenta um ren-
pacote em função do tempo.
dimento de 80%. Considerando o
h (m) módulo da aceleração da gravidade
6,0 como g = 10 m/s2, a potência dissi-
pada por esse motor tem valor de:
a) 500 W.
3,0
b) 400 W.
c) 300 W.

0 20
d) 200 W.
10 t (s)
e) 100 W.
A potência aplicada ao corpo pela
empilhadeira é: As forças atuantes no bloco são:
a) 120 W.
T
b) 360 W.
c) 720 W.
d) 1 200 W.
e) 2 400 W.
P = 200 N
A empilhadeira eleva o pacote a 6 m
de altura, portanto a variação de ener- com T = P, pois a velocidade da subida
gia potencial é DEp = mgDh é constante.
DEp = 120 · 10 · 6 A potência útil do motor é Pu = T · v
DEp = 7 200 J Pu = 200 · 2 ∴ Pu = 400 W

Física
O tempo consumido é 20 s. Então: Pu 400
Como η = 0,8 =
DEp PT PT
P=
Dt PT = 500 W
7 200
P= ∴ P = 360 W
20 A potência dissipada por esse motor é
Portanto, a resposta certa é a b.
Pd = PT – Pu → Pd = 500 – 400
2. (Mackenzie) A figura a seguir repre-
senta um motor elétrico M que eleva Pd = 100 W
um bloco de massa 20 kg com veloci-
dade constante de 2 m/s. Portanto, a resposta correta é a letra e.

33
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

LEITURA E TROCA DE IDEIAS

Potência do motor
É provável que você já tenha ouvido falar em potência do motor. Praticamente todos os anúncios de carros
a mencionam. Quem fala de automóvel sempre toca nesse ponto e até a maioria dos cortadores de grama têm

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
adesivos enormes informando a potência do motor.
Mas, o que é potência e o que ela significa em termos de desempenho? Aqui iremos aprender seu significado
e como interpretar seu valor, seja relativo ao motor de um carro ou a um liquidificador.
No sistema métrico, a potência é expressa em cavalos-vapor (cv). Um cavalo-vapor equivale a 0,98629 hp
– sigla de horsepower, unidade de potência do sistema inglês. O termo horsepower foi criado pelo engenheiro
escocês James Watt. Ele viveu de 1736 a 1819 e se tornou mais conhecido pelas melhorias que introduziu nas
máquinas a vapor. Quando dizemos que uma lâmpada tem 20 watts, por exemplo, devemos lembrar que essa
unidade de potência é uma homenagem a James Watt.
O fato é que Watt trabalhava com seus cavalos içando carvão de uma mina e queria transmitir a ideia da
potência disponível de um desses animais. Terminou descobrindo que os cavalos da mina eram capazes de exe-
cutar, em média, 22 000 pés-libra (3 044 quilogramas.metro, ou kg.m) de trabalho em um minuto. Ele deu então um
acréscimo de 50% nesse número e determinou que um cavalo-vapor é equivalente a 33 000 pés-libra de trabalho
(4 566 kg.m) em um minuto. Essa é a unidade arbitrária de medida que permaneceu válida durante séculos e que
hoje consta do seu carro, cortador de grama, motosserra e, em alguns casos, até mesmo de seu aspirador de pó.
O que potência significa, segundo Watt, é: um cavalo pode executar 4 566 kg.m de trabalho a cada minuto.
Imagine então um cavalo içando o carvão de uma mina. Um cavalo que exerça um cavalo-vapor pode içar 152,2
kg de carvão a 30 m em 1 minuto, ou 456,6 kg a 10 m nesse mesmo minuto. Pode-se combinar à vontade o peso
levantado e a altura para levantá-lo. Desde que o produto resulte em 4 566 kg.m em 1 minuto, temos um hp.
Pode lhe ocorrer de não querer carregar o balde com 4 566 kg de carvão e mandar o cavalo andar 1
metro em 1 minuto, porque o cavalo não aguentaria peso tão grande. Ou ainda pensar que o cavalo não
poderia andar 10 000 m em 1 minuto carregando pouco mais de 0,5 kg, uma vez que isso seria equivalente a
percorrer 600 km em uma hora e os cavalos não são capazes disso. Entretanto, basta lembrar do estudo de
roldanas para perceber que as polias combinadas são capazes de conciliar facilmente peso percebido por
distância por meio de um arranjo de polias. Poderíamos criar, assim, um sistema de polias combinadas que
proporcionasse um peso confortável para o cavalo a uma velocidade confortável, não importa qual o peso
real do balde.
Os hp também podem ser convertidos em outras unidades. Por exemplo: um hp é equivalente a 746 watts.
De modo que se um cavalo pudesse andar em uma esteira sem fim desenvolvendo 1 hp, seria possível acionar um
gerador produzindo continuamente 746 watts.
Potência dos carros de alto desempenho
Um carro é tido como de alto desempenho se tem bastante potência em relação ao seu peso. Isso faz
sentido, pois quanto mais pesado, mais potência será necessária para acelerar o automóvel. Para uma dada quan-
tidade de potência deseja-se minimizar o peso para maximizar a aceleração.
A tabela seguinte mostra a potência do motor e os pesos para diversos carros de alto desempenho (e para
um de baixo desempenho, para fins comparativos). O gráfico mostra a potência máxima, o peso do carro, a relação
peso-potência (kg dividido por cv), e quantos segundos o carro precisa para acelerar de zero a 96 km/h.
Potência Peso Peso-potência 0-96 km/h
(cv) (kg) (kg/cv) (segundos)
Dodge Viper 450 1 507 3,35 4,1
Ferrari 355 F1 375 1 350 3,60 4,6
Shelby Series 1 320 1 203 3,76 4,4
Lotus Esprit V8 350 1 382 3,95 4,4
Chevrolet Corvette 345 1 473 4,27 4,8
Porsche Carrera 300 1 316 4,38 5,0
Mitsubishi 3000 GT twin-turbo 320 1 698 5,30 5,8
Ford Escort 110 1 120 10,18 10,9

34
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

Pode-se notar uma correlação definida entre a relação potência-peso e o tempo 0 a 96 km/h. Na maioria dos
casos, uma relação baixa indica um carro mais rápido.
Para termos um carro rápido, precisamos ter uma boa razão entre o peso e a potência. O desejável é contar
com muita potência correspondendo a um peso mínimo. De modo que a primeira providência é fazer uma limpeza
no porta-malas.
BRAIN, Marshall. Traduzido por: HowStuffWorks Brasil. Como funciona a potência do motor.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Disponível em: <http://carros.hsw.uol.com.br/cavalo-de-forca.htm>. Acesso em: 27 fev. 2015. (Adaptado).

01. Peça a seus pais para verificar no documento do veículo da família qual é a potência
do motor. Compartilhe com seus colegas e organize uma tabela comparativa desses
valores. Relacione os valores com os padrões de cilindrada de motor mais comuns,
usados pelos carros atualmente.

02. Pesquise em sua casa e relacione os aparelhos e registre o maior valor de potência
nominal indicado na etiqueta.

03. Um chuveiro elétrico tem uma potência nominal considerada alta para fins de análise
do consumo de energia elétrica em uma residência. No entanto, o chuveiro não co-
loca nada em movimento (nem mesmo a água). Como você faria uma comparação
entre a potência de um chuveiro e a de um motor?

ATIVIDADES
01. Uma máquina realiza trabalho de 1 000 J em 03. (UFPB) Uma força horizontal, constante e de in-
20 s. Qual é a potência dessa máquina em HP, tensidade 20 N, atua sobre um corpo de 10 kg
sabendo-se que 1 hp = 746 W? de massa, inicialmente em repouso, que desliza
sem atrito sobre uma superfície horizontal. A po-
tência média transmitida ao corpo, ao longo dos
primeiros 100 m, é:
a) 500 W.
b) 300 W.
c) 100 W.
d) 400 W.
e) 200 W.

04. (UFPE) Um elevador de massa Me = 200 kg tem


02. (Unesp) O teste Margaria de corrida em escada capacidade máxima para 6 pessoas, cada uma

Física
é um meio rápido de medida de potência anae- com massa Mp = 70 kg. Como forma de eco-
róbica de uma pessoa. Consiste em fazê-la subir nomizar energia, há um contrapeso de massa
uma escada de dois em dois degraus, cada um Mcp = 220 kg. Calcule a potência mínima que
com 18 cm de altura, partindo com velocidade o motor deve desenvolver para fazer com que
máxima e constante de uma distância de alguns
o elevador possa subir com a carga máxima e
metros da escada. Quando pisa no 8.° degrau,
velocidade constante v = 0,5 m/s. Expresse o
a pessoa aciona um cronômetro, que se desli-
ga quando pisa no 12.° degrau. Se o intervalo de resultado em kW.
tempo registrado para uma pessoa de 70 kg foi Considere g = 10 m/s2.
de 2,8 s e considerando a aceleração da gravi- motor
dade igual a 10 m/s2, a potência média avaliada
por esse método foi de:
a) 180 W.
b) 220 W.
elevador

c) 432 W.
d) 500 W.
e) 644 W. contra-peso
35
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
05. (Fuvest) A usina hidrelétrica de Itaipu possui 20 turbinas, cada uma fornecendo uma
potência elétrica útil de 680 MW, a partir de um desnível de água de 120 m. No com-
plexo, construído no Rio Paraná, as águas da represa passam em cada turbina com
vazão de 600 m3/s.
a) Estime o número de domicílios, N, que deixariam de ser atendidos se, pela queda
de um raio, uma dessas turbinas interrompesse sua operação entre 17h30 min e
20h30 min, considerando que o consumo médio de energia, por domicílio, nesse
período, seja de 4 kWh.

b) Estime a massa M, em kg, de água do rio que entra em cada turbina, a cada
segundo.

c) Estime a potência mecânica da água P, em MW, em cada turbina.

36
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

Use:
Densidade da água = 103 kg/m3
1 MW = 1 megawatt = 106 W
1 kWh = 1 000 W · 3 600 s = 3,6 · 106 J
Os valores mencionados foram aproximados para facilitar os cálculos.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
06. (Enem – 2010) Com o objetivo de se testar a eficiência de fornos de micro-ondas,
planejou-se o aquecimento em 10 °C de amostras de diferentes substâncias, cada
uma com determinada massa, em cinco fornos de marcas distintas. Nesse teste,
cada forno operou a potência máxima.
O forno mais eficiente foi aquele que:
a) forneceu a maior quantidade de energia às amostras.
b) cedeu energia à amostra de maior massa em mais tempo.
c) forneceu a maior quantidade de energia em menos tempo.
d) cedeu energia à amostra de menor calor específico mais lentamente.
e) forneceu a menor quantidade de energia às amostras em menos tempo.

07. (Enem – 2013) Empresa vai fornecer 230 turbinas para o segundo complexo de energia à
base de ventos, no sudeste da Bahia. O Complexo Eólico Alto Sertão, em 2014, terá capacidade
para gerar 375 MW (megawatts), total suficiente para abastecer uma cidade de 3 milhões de
habitantes.
MATOS, C. GE busca bons ventos e fecha contrato de R$ 820 mi na Bahia.
Folha de S.Paulo, 2 dez. 2012.

A opção tecnológica retratada na notícia proporciona a seguinte consequência para


o sistema energético brasileiro:
a) Redução da utilização elétrica.
b) Ampliação do uso bioenergético.
c) Expansão das fontes renováveis.
d) Contenção da demanda urbano-industrial.
e) Intensificação da dependência geotérmica.

08. (Ufsc – 2010) Para que o trabalho na agricultura tenha maior produtividade e seja
menos penoso, os agricultores contam com a possibilidade de uso de instrumentos
e maquinários desde os mais simples aos mais sofisticados. Na tarefa de arar a terra
pode ser empregada a tração animal e/ou a mecânica, como os tratores.
Para medir o trabalho realizado por uma força, de acordo com o tempo gasto para
que ele seja realizado, utiliza-se uma grandeza escalar chamada potência.

Física
Com relação a esse tema, é correto afirmar que:
a) o tempo necessário para arar uma área de 20 000 m2 do mesmo tipo de solo,
utilizando um trator de 65 cv, é menor do que se for utilizado um trator de 130 cv.
b) quanto menor for o tempo empregado por uma máquina para realizar o trabalho de
arar 20 000 m2 de terra, maior será a sua potência.
c) quanto maior for a potência de uma máquina, mais lentamente ela realiza o
trabalho.
trabalho realizado pela força
d) a relação: P = implica que a unidade de potência no
tempo decorrido na realização
Sistema Internacional de Unidades será 1 J/h.

09. (Colégio Naval) De acordo com a lei da conservação da energia, a energia não pode
ser criada nem destruída, podendo apenas ser transformada de uma forma em outra.
Com base nesse princípio, algumas equipes de Fórmula 1 usaram, durante a tem-
porada de 2009, um Sistema de Recuperação da Energia Cinética (em inglês KERS)
que proporcionava uma potência extra ao carro de cerca de 80 cv durante 6 segun-
dos, melhorando assim as ultrapassagens. Essa energia era acumulada durante as
37
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

frenagens usando parte da energia cinética do carro, que seria dissipada pelos freios
em forma de calor.
Se toda a energia acumulada pelo KERS pudesse ser integralmente utilizada por um
elevador, para erguer uma carga total de 1 000 kg, qual seria, aproximadamente, a al-
tura máxima atingida por esse elevador, desprezando-se todos os atritos envolvidos?
Dados: 1 cv = 735 W e g = 10 m/s2

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) 20 m
b) 25 m
c) 30 m
d) 35 m
e) 40 m

10. (Enem) Não é nova a ideia de se extrair energia dos oceanos aproveitando-se a di-
ferença das marés baixa e alta. Em 1967, os franceses instalaram a primeira usina
“maré-motriz”, por meio de uma barragem equipada com 24 turbinas, aproveitando-
-se a potência máxima instalada de 240 MW, suficiente para a demanda de uma
cidade com 200 mil habitantes. Aproximadamente 10% da potência total instalada
são demandados pelo consumo residencial.
Nessa cidade francesa, aos domingos, quando a parcela dos setores comercial e in-
dustrial para, a demanda diminui 40%. Assim, a produção de energia correspondente
à demanda aos domingos será atingida mantendo-se:
I. todas as turbinas em funcionamento, com 60% de capacidade máxima de produ-
ção de cada uma delas.
II. a metade das turbinas funcionando em capacidade máxima e o restante, com
20%, da capacidade máxima.
III. quatorze turbinas funcionando em capacidade máxima, uma com 40% da capa-
cidade máxima e as demais desligadas.
Está correta a situação descrita:
a) apenas em I.
b) apenas em II.
c) apenas em I e III.
d) apenas em II e III.
e) em I, II e III.

11. (Enem) Na avaliação da eficiência de usinas quanto à produção e aos impactos am-
bientais, utilizam-se vários critérios, tais como: razão entre produção efetiva anual de
energia elétrica e potência instalada ou razão entre potência instalada e área inunda-
da pelo reservatório. No quadro seguinte, esses parâmetros são aplicados às duas
maiores hidrelétricas do mundo: Itaipu, no Brasil, e Três Gargantas, na China.
Parâmetros Itaipu Três Gargantas
potência instalada 12 600 MW 18 200 MW
produção efetiva de 93 bilhões de 84 bilhões de
energia elétrica kWh/ano kWh/ano
área inundada pelo
1 400 km2 1 000 km2
reservatório
Disponível em: <http://www.itaipu.gov.br>

Com base nessas informações, avalie as afirmativas que se seguem:


I. A energia elétrica gerada anualmente e a capacidade nominal máxima de geração
da hidrelétrica de Itaipu são maiores que as da hidrelétrica de Três Gargantas.
II. Itaipu é mais eficiente que Três Gargantas no uso da potência instalada na produ-
ção de energia elétrica.
38
Trabalho e energia ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

III. A razão entre potência instalada e área inundada pelo reservatório é mais favorá-
vel na hidrelétrica Três Gargantas do que em Itaipu.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) III.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
d) I e III.
e) II e III.

12. (Unifesp) Após algumas informações sobre o carro, saímos em direção ao trecho off-road. Na
primeira acelerada já deu para perceber a força do modelo. De acordo com números do fabri-
cante, são 299 cavalos de potência (...) e os 100 km/h iniciais são conquistados em satisfatórios
7,5 segundos, graças à boa relação peso-potência, já que o carro vem com vários componen-
tes de alumínio.
Disponível em: <http://carsale.uol.com.br/opapoecarro/testes aval_050404discovery.shtml #5>.

O texto descreve um teste de avaliação de um veículo importado, lançado neste ano


no mercado brasileiro.
Sabendo que a massa desse carro é de 2 400 kg, e admitindo 1 cv = 740 W e 100
km/h = 28 m/s, pode-se afirmar que, para atingir os 100 km/h iniciais, a potência útil
média desenvolvida durante o teste, em relação à potência total do carro, foi, aproxi-
madamente, de:
Sugestão: efetue os cálculos utilizando apenas dois algarismos significativos.
a) 90%.
b) 75%.
c) 60%.
d) 45%.
e) 30%.

Gráfico para questões 13 e 14.


(Enem) A distribuição média, por tipo de equipamento, do consumo de energia elétri-
ca nas residências no Brasil é apresentada no gráfico.

Física

13. Em associação com os dados do gráfico, considere as variáveis:


I. Potência do equipamento.
II. Horas de funcionamento.
III. Número de equipamentos.
O valor das frações percentuais do consumo de energia depende de:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
39
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Trabalho e energia

14. Como medida de economia, em uma residência com 4 moradores, o con-


sumo mensal médio de energia elétrica foi reduzido para 300 kWh. Se essa
residência obedece à distribuição dada no gráfico, e se nela há um único chuveiro de
5 000 W, pode-se concluir que o banho diário de cada morador passou a ter uma
duração média, em minutos, de:
a) 2,5.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) 5,0.
d) 10,0.
c) 7,5.
e) 12,0.

ANOTAÇÕES

40
UNIDADE 7
QUANTIDADE DE
MOVIMENTO E IMPULSO
í s i ca
F
Quantidade de movimento e impulso ...............2

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Teorema do impulso ..............................................4
Sistema de corpos ............................................... 10
Choques mecânicos ............................................ 16

Quando um jogador de futebol cobra uma


penalidade, há uma força atuando durante um curto
intervalo de tempo sobre a bola, o que faz que ela
seja impulsionada.
A foto mostra o instante em que a bola encontra-
se deformada devido às forças trocadas entre ela e o
pé do jogador.
No caso do esporte boxe, os lutadores utilizam
luvas, pois, assim, ao serem atingidos por um golpe,
o impacto (força) que recebem é bem menor, já que
o tempo de interação luva-rosto é muito maior,
diminuindo a força.
Nesta unidade estudaremos estas grandezas:
força, tempo, variação de velocidade, entre outras.
GUSTOIMAGES/Getty Images, ©Ingimage
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Quantidade de movimento e impulso

Quantidade de
COMPETÊNCIA HABILIDADE
movimento e impulso

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
6 20

A té aqui, o estudo sobre a relação entre forças aplicadas e efeitos observados no


movimento dos corpos foi realizado em dois tópicos: As leis de Newton e dinâ-
mica energética.
Com a aplicação das leis de Newton, aprendemos a determinar a aceleração de
um corpo e, com o auxílio da equação de Torricelli, conseguimos calcular a velocidade
adquirida por ele. Porém, devemos lembrar que a resultante das forças atuante no corpo
era constante.
Com a dinâmica energética conseguimos calcular velocidades de corpos em situa-
ções nas quais a resultante atuava no corpo durante um determinado deslocamento, não
importando se esta era ou não constante. Note que houve uma ampliação no número de
casos estudados.
Porém, ainda falta analisar o caso em que a força atuante é intensa e de curta dura-
ção, como é o caso de um chute em uma bola de futebol, uma cortada no vôlei, um
saque no tênis, a explosão de uma bomba, uma colisão entre automóveis e outros.
O estudo da dinâmica impulsiva preenche essa lacuna em nosso conhecimento.

Quantidade de movimento
Imagine que um garoto esteja chutando uma bola de futebol contra uma parede.
Quando ela se choca com a parede, esta aplica nela uma força, em um intervalo de tempo
muito curto, que modifica sua velocidade de alguma maneira. Vamos analisar o caso em
que a bola atinge a parede obliquamente e volta com a mesma rapidez da chegada.
Parede

O choque provocou variação na direção da velocidade.

Se pensarmos na energia cinética antes e depois do choque, veremos que ela se


manteve, pois não houve variação nem na massa da bola, nem no módulo da velocidade.
Por outro lado, houve mudança na direção da velocidade, coisa que a grandeza física
energia cinética não acusa, pois ela é uma grandeza escalar.
Verifica-se, com esse exemplo, a necessidade de definir uma grandeza física que
considere tanto a massa quanto a velocidade do corpo e que seja vetorial. Essa grandeza
é denominada quantidade de movimento ou momento linear.
Se, em um determinado instante, a massa de um corpo for m e a velocidade vetorial
V, a quantidade de movimento ou momento linear será um vetor, definido da seguinte
maneira:

Q=m· V

2
Quantidade de movimento e impulso ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

A quantidade de movimento (Q) apre- que o impulso é dado pela área da figura
senta as seguintes características: sombreada.
F
Intensidade Q=m·V
Direção A mesma da velocidade
Sentido O mesmo da velocidade F

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A unidade de quantidade de movimento
no Sistema Internacional de Unidades N
I = Área
é dada pelo produto kg · m/s, que não
recebe nenhum nome em particular.
t
Impulso de uma força
Δt

constante Impulso de força variável


Quando a força é variável, para cal-
Uma das situações mais desconfor-
cularmos o impulso, devemos dividir o
tantes é quando alguém sofre algum tipo
intervalo de tempo em pequenos “peda-
de acidente no trânsito. Percebemos várias
ços”, de modo que, em cada um deles,
situações em nosso dia a dia, alguns por
a força possa ser considerada constante
excesso de velocidade, outros por embria-
e, assim, calculamos o impulso em cada
guez, e em sua maioria por imprudência
pedaço.
do próprio motorista. Há tempos, os carros
F
foram se modificando e hoje percebemos
que qualquer batida na lataria do carro faz
que esta fique amassada. Alguns recla-
mam dizendo que a lataria não é muito F
boa etc., mas devemos lembrar que esse
tempo de atuação das forças devido ao
contato dos veículos aumenta conside- N
I = Área
ravelmente, as forças ficam diminuídas
e os passageiros não ficam submetidos
t
a essas forças intensas. É nítido perce- Δt
ber em carros de Fórmula 1 (F1) quando Na física, a grandeza vetorial que con-
colidem, que estes ficam totalmente des- sidera a força aplicada em um corpo e a
truídos, fato que protege o piloto. duração dessa aplicação é denominada
Com a aplicação da dinâmica impulso da força.

Física
impulsiva, surgem novos materiais que Se, durante um intervalo de tempo ∆t,
possibilitam a fabricação de carros mais uma força F constante atuar em um corpo,
seguros. o impulso dessa força ( I ) será um vetor
Gettyimages
definido da seguinte maneira:

I = F · ∆t
O impulso de uma força constante
apresenta as seguintes características:

Intensidade I = F · ∆t

Direção A mesma da força


A unidade de impulso no Sistema
Sentido O mesmo da força
Internacional de Unidades é o produto N.s,
que não recebe denominação especial. A unidade de impulso no Sistema
No caso particular em que a direção Internacional de Unidades é o produto N.s,
da força é constante, é possível mostrar que não recebe denominação especial.
3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Quantidade de movimento e impulso

Teorema do impulso
S upondo que um corpo de massa m esteja sujeito, durante um intervalo de tempo
∆t, à ação de várias forças cuja resultante FR seja constante, sua velocidade

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
mudará de V0 para V. Vejamos a relação existente entre essas grandezas.

F FR
Fa

P
Dt

VO V

O impulso da
resultante das O princípio fundamental da dinâmica relaciona a resultante Fr e a aceleração a FR = m · a
forças que atuam
em um corpo DV
durante um Como a = FR = m · D V
Dt Dt
intervalo de tempo
é igual à variação
FR · Dt = m · D V · Dt
da quantidade Multiplicando ambos os termos por Dt Dt
de movimento do FR · Dt = m · D V
corpo, ocorrida
nesse intervalo de Mas, FR · Dt é o impulso da resultante das forças e m · DV é a variação da quantidade
tempo. I R = DQ
de movimento, logo:

A última relação encontrada é a forma algébrica de apresentar o teorema do impulso.


Sobre o teorema do impulso, convém salientar que a relação é vetorial. Porém, se a
resultante das forças e as velocidades tiverem a mesma direção (movimento retilíneo),
podemos tratar os problemas de maneira escalar. Adotamos um eixo e utilizamos a con-
venção já conhecida da cinemática: o que tem o sentido do eixo é positivo, o que tem
sentido oposto é negativo.

ANOTAÇÕES

4
Quantidade de movimento e impulso ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

SAIBA MAIS

Uso do cinto é determinante para airbag cumprir função


Abertura da bolsa depende da desaceleração do veículo, diz especialista.
Entenda como funciona o dispositivo que já está na segunda geração

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Um piscar de olhos é o que melhor ilustra o tempo entre a abertura do airbag e o início do seu desinflar. A
operação dura 30 milésimos de segundos, graças à “explosão” da bolsa em uma velocidade média de 300 km/h.
O sistema, que funciona como um complemento do cinto de segurança, começa a se popularizar no Brasil e, em
2014, será obrigatório nos carros novos. Mas exige cuidados para cumprir sua função.

Física

Fonte: Cesvi Brasil

O primeiro passo é entender como a tecnologia funciona. Muitas pessoas acham que em qualquer batida,
principalmente as fortes, o airbag tem de abrir, obrigatoriamente. Mas não é bem assim. O gerente técnico do
Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil), Marcus Romaro, afirma que a abertura depende de
quanto o carro desacelera no impacto, e não da deformação. A densidade dos veículos e objetos envolvidos na
colisão também influenciam.

5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Quantidade de movimento e impulso

“Você se machucou na batida? Se não, é porque não era para o airbag ser aberto”, diz Romaro, explicando que
normalmente o airbag funciona em colisões que causam perda total no carro. “Ele é um complemento do cinto, mas
em mais de 90% dos casos somente o cinto já garante a segurança”, acrescenta.

“Radiador partiu, mas airbag não abriu”


Foi o que aconteceu com o supervisor de manutenção elétrica e automação Avelar Neco Viveiros. O seu carro
sofreu uma colisão frontal com outro carro em uma estrada de Goiânia (GO), a uma velocidade de cerca de 100 km/h,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
segundo ele. “Uma Parati sem iluminação entrou na minha frente. A batida partiu no meio o radiador”, conta. Mesmo
assim, os airbags frontais não abriram. Viveiros e sua mulher estavam com os cintos e ninguém se machucou.
Deyan Georgiev/123RF

Carro após acidente;


neste caso, airbags
não abriram.
O ângulo da batida também determina o funcionamento do equipamento. O colaborador do comitê de veículos
leves da Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), Sergio Ricardo Fabiano, explica que as bolsas frontais
abrem quando a batida ocorre em determinado ângulo da parte dianteira, assim como as laterais só abrem em colisões
laterais. “Se bate na lateral, os airbags frontais não abrem. Os airbags de cortina, por exemplo, só abrem em caso de
capotamento”, explica.

Reação química
A “explosão” do airbag é, na verdade, uma reação química controlada por um módulo de abertura. Tal compo-
nente capta a desaceleração do veículo e “determina” a abertura por meio de um cabo de energia que faz a ligação do
módulo com a bolsa. Ele emite uma corrente elétrica que ativa uma massa química formada por dois gases. Quando
eles entram em contato, acontece a explosão controlada.
“A expansão da bolsa é a velocidade de propagação do gás formado nesta reação”, descreve Romero, do Cesvi.
O elemento resultante é o nitrogênio, ou seja, não é prejudicial à saúde. O pó que sobe após a abertura é um tipo de
talco, usado para o material da bolsa não grudar enquanto ela estiver dobrada no compartimento do carro.

Posição correta para não se machucar


Como se trata de uma explosão, os ocupantes de veículos com airbag devem ter cuidado redobrado com a
postura dentro do carro. A mais importante delas é o uso do cinto de segurança. Obviamente, ele é indispensável
em qualquer situação, mas nos carros com as bolsas protetoras, a pessoa que estiver sem cinto pode se machucar
ainda mais. “Achar que pode usar o airbag sem cinto é o erro mais grave”, destaca Romaro. Isso porque a proporção
da abertura do airbag é calculada levando em conta o trabalho do cinto de segurança, que segura, e muito, o corpo.
O perigo aumenta no banco de trás, onde normalmente as pessoas “esquecem” de colocar o cinto. “Hoje mui-
tos modelos importados possuem airbag traseiro”, destaca Romaro. Outro aspecto importante é o posicionamento
do banco em relação ao volante ou painel. O gerente técnico do Cesvi ressalta que o corpo deve estar distante, no
mínimo, 20 cm em relação à direção. Já o passageiro do assento dianteiro deve estar o mais longe possível do painel:
pés apoiados no porta-luvas, nem pensar. “A postura errada pode causar lesões gravíssimas”, alerta Fabiano, da SAE.
As mãos devem ficar na posição “dez para as duas”, como os ponteiros do relógio, e os braços não podem estar
totalmente esticados. “Se o airbag infla, ele empurra sua mão para fora, o que pode causar sérias lesões”, ressalta Romaro.

Baixinhos e usuários de óculos


Além de ser proibido por lei, o uso de cadeirinha de criança no banco da frente é mais perigoso em veículos
com airbags. Crianças abaixo de 10 anos e pessoas baixas também correm riscos com airbags frontais. “Mas as
novas gerações do sistema não trazem problemas a pessoas pequenas, pois a tecnologia permite calcular o peso do
passageiro, e assim, controlar a intensidade da abertura e até mesmo se não deve abrir”, explica Romaro.
6
Quantidade de movimento e impulso ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

Dentre tantas especificações, os especialistas ressaltam que as pessoas que usam óculos não precisam se
preocupar, caso sigam corretamente as indicações, como se manterem a uma distância mínima do dispositivo. “Essa
história de que o airbag machuca o rosto de quem usa óculos é um mito”, ressalta o gerente técnico do Cesvi.

Se o airbag abriu, tem que trocar


O sistema do airbag não exige cuidados periódicos com manutenção. Em média, as montadoras pedem para

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
substituí-lo a cada dez anos. No entanto, todo o sistema é controlado eletronicamente e, em caso de problema, ele
será indicado por uma luz no painel.
“Se a luz indicadora do airbag acende e apaga quando se liga o carro, está tudo bem. Mas se o carro andar
e ela continuar acesa, é preciso levar o carro a uma oficina ou concessionária para saber qual é o defeito”, explica
o engenheiro Fabiano. “É importante sempre ler o manual do proprietário e seguir as indicações.”
Caso o veículo sofra um acidente e o airbag entre em funcionamento, aí sim será preciso trocar todo o sistema,
o que inclui módulo, bolsas de ar, cabo, chicote, painel e volante, entre outros itens envolvidos na região afetada pela
colisão.
O custo depende de cada montadora e modelo, assim como o valor da mão de obra. No entanto, se considerar
somente a troca da bolsa, módulo de abertura e cabo de um carro de entrada o conserto sairá, em média, por R$ 2 mil.
Porém, antes de começar a calcular o prejuízo, Romaro relembra que normalmente os airbags são acionados
em caso de perda total do veículo, pois são batidas extremamente violentas, em que somente o cinto não consegue
proteger as pessoas.
DAL POGGETTO, P. Auto Esporte (G1-SP). Disponível em: <http://g1.globo.com/carros/noticia/2010/08/uso-do-cinto-e-determinante-para-airbag-
cumprir-funcao.html>. Acesso em: 27 fev. 2015. (Adaptado para fins didáticos).

ATIVIDADES
01. (FGV) Uma ema pesa aproximadamente 360 N c) 10 000
e consegue desenvolver uma velocidade de d) 14 062
60 km/h, o que lhe confere uma quantidade e) 22 500
de movimento linear, em kg · m/s, de:
Dado: aceleração da gravidade = 10 m/s2 03.
(UFSM) Um jogador chuta uma bola de
a) 36. 0,4 kg, parada, imprimindo-lhe uma velocida-
b) 360. de de módulo 30 m/s. Se a força sobre a bola
c) 600. tem uma intensidade média de 600 N, o tempo
d) 2 160. de contato do pé do jogador com a bola, em s,
e) 3 600. é de:
a) 0,02.
02. (UFSM – Adaptada) Ao preparar um corredor
b) 0,06.

Física
para uma prova rápida, o treinador observa que
o desempenho dele pode ser descrito, de forma c) 0,2.
aproximada, pelo seguinte gráfico: d) 0,6.
e) 0,8.
v(m/s)
04. (PUC-Campinas) Um carrinho de massa igual a
1,50 kg está em movimento retilíneo com veloci-
dade de 2,0 m/s quando fica submetido a uma
12,5 força resultante de intensidade 4,0 N, na mesma
direção e sentido do movimento, durante 6,0 s.
Ao final dos 6,0 s, a quantidade de movimento e
a velocidade do carrinho têm valores, em unida-
0 4 10 t(s) des do SI, respectivamente, iguais a:
Se o corredor tem massa de 90 kg, qual a quan- a) 27 e 18.
tidade de movimentos, em kg · m/s, que ele b) 24 e 18.
apresentará ao final da aceleração? c) 18 e 16.
a) 1 125 d) 6,0 e 16.
b) 2 250 e) 3,0 e 16.
7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Quantidade de movimento e impulso

05. (Cesgranrio) Um corpo se move em uma trajetó- A sequência correta é:


ria plana e retilínea, sem atrito. Por ação de uma a) V – V – F – F.
força, na mesma direção e sentido do movimen- b) F – V – V – F.
to, um corpo de massa 2,0 kg passa de 5,0 m/s c) V – F – V – V.
para 10 m/s. O módulo do impulso e o trabalho d) F – F – F – V.
realizado sobre o corpo, no intervalo de tempo e) F – V – V – V.
que corresponde à variação de velocidade dada

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
são, respectivamente, de: 09. (ITA) Um automóvel para quase que instanta-
a) 75 N.s e 10 J. neamente ao bater frontalmente numa árvore.
b) 30 N.s e 75 J. A proteção oferecida pelo airbag, comparativa-
c) 10 N.s e 100 J. mente ao carro que dele não dispõe, advém do
fato de que a transferência para o carro de parte
d) 10 N.s e 75 J.
do momentum (quantidade de movimento) do
e) 5,0 N.s e 50 J. motorista se dá em condição de:
06. (Unicamp – 2013) Muitos carros possuem um a) menor força em maior período de tempo.
sistema de segurança para os passageiros cha- b) menor velocidade, com mesma aceleração.
mado airbag. Esse sistema consiste em uma c) menor energia, em uma distância menor.
bolsa de plástico que é rapidamente inflada d) menor velocidade e maior desaceleração.
quando o carro sofre desaceleração brusca, e) mesmo tempo, com força menor.
interpondo-se entre o passageiro e o painel do
veículo. Em uma colisão, a função do airbag é: 10. (Unifesp) Uma esfera de massa 20 g atinge uma
a) aumentar o intervalo de tempo de colisão en- parede rígida com velocidade de 4,0 m/s e volta
tre o passageiro e o carro, reduzindo assim a na mesma direção com velocidade de 3,0 m/s.
força recebida pelo passageiro. O impulso da força exercida pela parede sobre a
b) aumentar a variação de momento linear do esfera, em N.s, é, em módulo, de:
passageiro durante a colisão, reduzindo as- a) 0,020.
sim a força recebida pelo passageiro. b) 0,040.
c) diminuir o intervalo de tempo de colisão en- c) 0,10.
tre o passageiro e o carro, reduzindo assim a d) 0,14.
força recebida pelo passageiro. e) 0,70.
d) diminuir o impulso recebido pelo passageiro
11. (PUC-SP) O gráfico representa a força resultante
devido ao choque, reduzindo assim a força
sobre um carrinho de supermercado de massa
recebida pelo passageiro.
total 40 kg, inicialmente em repouso.
07. (UFSM) Uma partícula com uma quantidade de F(N)
movimento de módulo 4 kg m/s colide com uma
30
parede imóvel, retornando sobre si mesma sem
perda de velocidade. Sendo 0,2 s o tempo de
contato entre a partícula e a parede, o módulo da
força (em N) da parede sobre a partícula é:
a) 0,05.
b) 0,8. t(s)
c) 1,6. 10 20 25
d) 20. A intensidade da força constante que produz o
e) 40. mesmo impulso que a força representada no
08. (UFSM) Assinale falsa (F) ou verdadeira (V) em gráfico durante o intervalo de tempo de 0 a 25 s
cada uma das afirmativas. é, em newtons, igual a:
Sobre a grandeza física impulso, pode-se a) 1,2.
afirmar: b) 12.
( ) O impulso é uma grandeza instantânea. c) 15.
d) 20.
( ) A direção e o sentido do impulso são os
e) 21.
mesmos da força aplicada sobre o corpo.
( ) A força que produz o impulso é causada 12. (UFSCar) Ao desferir a primeira machadada, a
pela interação dos corpos que colidem. personagem da tirinha movimenta vigorosa-
( ) O impulso mede a quantidade de movi- mente seu machado, que atinge a árvore com
mento do corpo. energia cinética de 4π2J.
8
Quantidade de movimento e impulso ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

15. (UFU) Um bloco de 2 kg de massa desloca-se,


inicialmente, ao longo de um plano horizontal
sem atrito com uma energia cinética inicial de
100 J. Durante um intervalo de tempo de 4 s,
uma força variável, como mostra o gráfico abai-
xo, é aplicada sobre o bloco, na mesma direção
e no mesmo sentido da velocidade inicial.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Como a lâmina de aço tem massa 2 kg, des- F(N)
considerando-se a inércia do cabo, o impulso 30
transferido para a árvore na primeira machada-
da, em N.s, foi de:
a) π.
10
b) 3,6.
c) 4π. t(s)

d) 12,4. 4

e) 6π. Após a aplicação dessa força (t = 4 s), a veloci-


dade final do bloco será:
13. (Uepa – 2012) Um ônibus que trafegava inicial- a) 60 m/s.
mente a 54 km/h foi freado bruscamente, como
b) 30 m/s.
forma de impedir um impacto iminente com o ve-
c) 80 m/s.
ículo à sua frente. Um passageiro de massa igual
a 60 kg, surpreendido pela manobra violenta, foi d) 50 m/s.
arremessado, chocando-se contra o encosto do
16. (Uerj – 2012) Em uma partida de tênis, após um
banco situado à sua frente. O tempo de impac-
saque, a bola, de massa aproximadamente igual
to entre a pessoa e o assento foi de 0,3 s e, ao
a 0,06 kg, pode atingir o solo com uma velocida-
término do impacto, o passageiro encontrava-se
de de 60 m/s. Admitindo que a bola esteja em
em repouso. Nesse sentido, analise as afirmati-
repouso no momento em que a raquete colide
vas abaixo.
contra ela, determine, no SI, as variações de
I. A força média exercida pelo passageiro so- sua quantidade de movimento e de sua energia
bre o encosto do banco do ônibus, durante cinética.
o impacto, foi de 3 000 N.
II. A variação da energia cinética do passagei-
ro, em decorrência do impacto, foi igual a
–6 750 J.
III. A potência dissipada na colisão do passa-
geiro com o encosto do banco do ônibus foi
igual a 162 kW.
IV. A variação na quantidade de movimen-
to do passageiro, devido à colisão, foi de
3 240 kg · m/s.

Física
A alternativa correta é:
17. (UEL) Uma funcionária de um supermercado,
a) I e II. com massa corpórea de 60 kg, utiliza patins
b) I e III. para se movimentar no interior da loja. Imagine
c) II e III. que ela se desloque de um ponto a outro, sob
d) I e IV. a ação de uma força F constante, durante um
e) III e IV. intervalo de tempo de 2,0 s, com uma acelera-
14. (UFSM – 2012) Uma corrida de 100 metros ra- ção constante de 3,0 m/s2. Assinale a alternativa
sos inicia com um disparo. Um atleta de 85 kg que indica os valores do impulso (I) produzido
parte do repouso e alcança, em 2 segundos, por esta força F e a energia cinética (Ec) adqui-
uma velocidade de módulo constante e igual a rida pela pessoa. (Despreze a ação do atrito e
22 m/s. O módulo do impulso médio que o atleta considere toda a massa corpórea concentrada
recebe nesses 2 segundos, no SI, é: no centro de massa dessa pessoa).
a) 17,0. a) I = 108 N.s; Ec = 3 060 J
b) 42,5. b) I = 1 080 N.s; Ec = 3 600 J
c) 142,5. c) I = 180 N.s; Ec = 1 800 J
d) 187,0. d) I = 360 N.s; Ec = 1 080 J
e) 3 814,0. e) I = 720 N.s; Ec = 2 160 J
9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Quantidade de movimento e impulso

Sistema de corpos
S istema de corpos é uma porção qualquer do Universo, escolhida segundo nos-
sos interesses, para ser objeto de estudos. Assim, consideremos o caso de um
casal de patinadores lado a lado, trocando de posição, ora um puxando o outro, ora

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
um empurrando o outro. Se for de nosso interesse estudar o movimento desse casal,
o sistema de corpos será constituído unicamente pelos dois patinadores. Tudo o mais
presente ao seu redor, como o piso de gelo, a Terra, não pertencem ao sistema: são
elementos externos a ele.
 Igor Dolgov/123RF

Quando uma
força é trocada
entre elementos
do sistema, é
denominada
interna.
Quando uma
força é trocada
entre um elemento
do sistema e
outro estranho
ao sistema, é
denominada
externa.
Patinadores no gelo são um bom exemplo de um sistema de corpos.

Forças internas e forças externas a um sistema


de corpos
O casal de patinadores troca forças entre si, com
NA NB a pista de gelo e com o planeta Terra. As forças que
trocam entre si são denominadas forças internas ao
sistema, pois os dois patinadores pertencem ao sis-
tema. Por outro lado, cada um deles troca força com
FBA
o piso de gelo (NA e NB) e com o planeta Terra (PA e
FBA PB). Essas forças são denominadas forças externas,
pois tanto o piso de gelo como a Terra não perten-
cem ao sistema estudado.
Forças internas são trocadas entre os corpos
constituintes de um sistema, e forças externas são
PA PB trocadas entre um corpo do sistema e um corpo que
não pertence a ele (agente externo).
Como as forças internas sempre constituem pares de ação e reação (3.ª lei de Newton
– mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos), em qualquer sistema anali-
sado, a soma vetorial será sempre nula.

Sistema de corpos isolados


Um sistema de corpos é denominado isolado quando seus elementos não tro-
cam forças com elementos estranhos ao sistema, ou quando o somatório das forças
externas é zero. O casal de patinadores constitui um sistema isolado, se admitir que
10
Quantidade de movimento e impulso ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

a força de atrito entre os patins e o piso é desprezível. Em geral, ela o é. Nesse caso,
apesar de o casal trocar forças com elementos de fora do sistema, o somatório des-
sas forças é zero.

Conservação da quantidade de movimento

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Para verificar a validade dessa afirmação, vamos mais uma vez nos fixar no caso A variação da
estudado dos patinadores. Chamaremos de FAB e FBA as forças trocadas entre A e B; quantidade de
de PA e NA e PB e NB, as forças peso e normal em A e B, e aplicaremos o teorema do movimento de um
impulso em cada um dos corpos. sistema isolado de
corpos é zero.
A resultante das forças que atuam em A é: FR(A) = FBA + PA+ NA

Mas PA e NA se equilibram, logo: FR(A) = FBA

A resultante das forças que atuam em B é: FR(B) = FAB + PB + NB


Mas PB e NB se equilibram, logo: FR(B) = FAB
Aplicando o teorema do impulso para o corpo A,
temos: FR(A) · Dt = DQA (I)
Aplicando o teorema do impulso para o corpo B,
temos: FR(B) · Dt = DQB (II)

Somando as expressões I e II e lembrando que FR e


(A) 0 = DQA + DQB
FR formam um par de ação e reação, temos:
(B)

Mas DQA + DQB é a variação da quantidade de


movimento do sistema, logo:
DQsistema = 0

Uma outra maneira de se enunciar o princípio da conservação de quantidade de


movimento é dizer que a quantidade de movimento do sistema imediatamente antes da
interação é igual à quantidade de movimento do sistema imediatamente após a intera-
ção. Em símbolos:

Qantes
sistema
depois
= Qsistema

Veja:
1. (Fuvest) Um corpo A com massa M e um corpo B com massa 3M estão em repouso
sobre um plano horizontal sem atrito, como mostra a figura a seguir. Entre eles existe
uma mola, de massa desprezível, que está comprimida por meio de um barbante
tensionado que mantém ligados os dois corpos. Em um dado instante, o barbante é

Física
cortado e a mola distende-se, empurrando as duas massas, que dela se separam e
passam a se mover livremente. Determine:
Barbante

A B

a) As velocidades adquiridas pelas duas massas.


b) A relação entre as energias cinéticas EA e EB.
O sistema apresentado é isolado, pois a resultante das forças externas é nula. Logo:
Qisist = Qfsist
Q = M · vA + 3M · vB →
– M · vA = 3M · vB ∴ – vA = 3vB
Nota: as velocidades adquiridas por A e B têm sentidos opostos e a intensidade vA é
o triplo da intensidade vB.
11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Quantidade de movimento e impulso

2. (Fuvest) Uma quantidade de barro de massa 2,0 kg é atirada de uma altura

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
h = 0,45 m, com uma velocidade horizontal v = 4 m/s, em direção a um carrinho
parado, de massa igual a 6,0 kg, como mostra a figura adiante. Admitindo que todo
o barro fica grudado no carrinho no instante em que o atinge, calcule a velocidade
adquirida pelo carrinho.
v

Na direção horizontal, não há forças externas atuando no sistema carrinho-barro;


portanto, pode-se considerar o sistema isolado na direção horizontal:
Qisist = Qfsist → mb · vb + mc · vc = mb · v’b + mc · v’c
mas v’b = v’c, pois o barro adere ao carrinho, então:
2 · 4 + 6 · 0 = 2 · v + 6 · v ⇔ 8 = 8 · v → v = 1 m/s

ATIVIDADES
01. (PUC-Rio) Um patinador de massa m2 = 80 kg, b) 3,0 m/s, para frente.
em repouso, atira uma bola de massa m1 = 2,0 kg c) 0,30 m/s, para trás.
para frente com energia cinética de 100 J. d) 0,30 m/s, para frente.
Imediatamente após o lançamento, qual a velo-
e) 2,8 m/s, para frente.
cidade do patinador em m/s?
(Despreze o atrito entre as rodas do patins e o 03. (Unifica) Na cobrança de uma falta, a bola atinge
solo). um jogador da barreira, que é impulsionado para
a) 0,25 trás. Considerando o sistema formado pela bola
b) 0,50 e o jogador atingido, permanece constante, na
c) 0,75 colisão, o(a):
d) 1,00 a) velocidade da bola.
e) 1,25 b) energia cinética.
02. (PUCRS) Um jovem de massa 60 kg patina so- c) quantidade de movimento.
bre uma superfície horizontal de gelo segurando d) impulso.
uma pedra de 2,0 kg. Desloca-se em linha reta, e) energia potencial.
mantendo uma velocidade com módulo de 3,0
m/s. Em certo momento, atira a pedra para 04. (Ufsc – Adaptada) Uma tábua homogênea en-
frente, na mesma direção e sentido do seu des- contra-se em repouso sobre um lago de águas
locamento, com módulo de velocidade de 9,0 calmas. Dois sapos estão parados nas extremi-
m/s em relação ao solo. dades dessa tábua, como é mostrado na figura.
Desprezando-se a influência da resistência do A massa do sapo da esquerda (sapo 1) é maior
ar sobre o sistema patinador-pedra, é correto do que a do sapo da direita (sapo 2). Em deter-
concluir que a velocidade do patinador em re- minado momento, os sapos pulam e trocam de
lação ao solo, logo após o lançamento, é de: posição. Suponha que o atrito da tábua com a
a) 3,0 m/s, para trás. água seja desprezível.
12
Quantidade de movimento e impulso ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

de valor 100 kg e encontra-se inicialmente em


repouso.
Projétil Canhão
sapo 1
sapo 2
Carrinho

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
m1 > m2
Solo
Considerando o sistema formado pelos dois
Em um dado instante, um projétil de massa m
sapos e a tábua, e as margens do lago como
referencial, assinale com V o que for verdadeiro é disparado a 54 m/s, na direção e sentido indi-
e com F o que for falso. cados pela seta, e o carrinho passa a mover-se
com velocidade de módulo igual a 6,0 m/s.
( ) A quantidade de movimento do sistema
constituído pelos dois sapos e a tábua se Desprezando-se o atrito e as dimensões do car-
conserva. rinho, determine:
( ) A quantidade de movimento do sapo 1 é a) o sentido do movimento do carrinho, para
igual, em módulo, à quantidade de movi- o observador em questão, e a massa m do
mento do sapo 2, durante a troca de suas projétil;
posições.
( ) A tábua fica em repouso enquanto os sa-
pos estão no ar.
( ) A distância horizontal percorrida pelo sapo
1 é igual à percorrida pelo sapo 2.
( ) Após os sapos terem trocado de posição,
a tábua ficará em repouso.

05. (PUCRS – 2010) Em uma rodoviária, um funcio-


nário joga uma mala de 20,0 kg com velocidade b) a distância entre o carrinho e o projétil, dois
horizontal de 4,00 m/s, sobre um carrinho de segundos após o disparo.
60,0 kg, que estava parado. O carrinho pode
mover-se livremente sem atrito; além disso, a
resistência do ar é desprezada. Considerando
que a mala escorrega sobre o carrinho e para,
é correto afirmar que, nessa colisão entre a
mala e o carrinho, o módulo da velocidade ho-
rizontal adquirida pelo sistema carrinho-mala é
e a energia mecânica do sistema
.
07. (Ufsc – 2010 – Adaptada) Dois patinadores,

Física
um homem e um menino, de massas respecti-
vamente iguais a 60 kg e 30 kg, estão em pé,
de frente um para o outro, em repouso, sobre
uma superfície de gelo, lisa, plana e horizontal.
Quando um empurra o outro, o homem adquire
uma velocidade de 0,3 m/s em relação ao gelo.
As expressões que completam correta e respec-
tivamente as lacunas são:
a) 1,33 m/s – permanece a mesma
b) 1,33 m/s – diminui
c) 1,00 m/s – diminui
d) 1,00 m/s – aumenta
e) 4,00 m/s – permanece a mesma

06. (Uerj) Na figura a seguir, que representa a visão


de um observador fixo no solo, o sistema (carri-
nho + canhão + projétil) possui massa total M
13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Quantidade de movimento e impulso

Considerando desprezível o atrito entre os patins opostos, ambos com velocidade de módulo
dos patinadores e o gelo, assinale com V o que v = 1,5 m/s. Por estarem distraídos, colidiram
for verdadeiro e com F o que for falso. frontalmente, e Beatriz passou a se mover com
( ) A distância entre os patinadores 2,0 s após velocidade de módulo u = 3,0 m/s, na mesma
eles se separarem é de 1,8 m. direção, mas em sentido contrário ao de seu mo-
( ) A energia mecânica do sistema homem- vimento inicial. Após a colisão, a velocidade de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
-menino se conserva. Leonardo é:
( ) As forças que o homem e o menino fazem a) nula.
um sobre o outro são conservativas. b) 1,5 m/s, no mesmo sentido de seu movimen-
( ) A força externa resultante sobre o sistema to inicial.
homem-menino é nula. c) 1,5 m/s, em sentido oposto ao de seu movi-
( ) Como a massa do homem é maior do que mento inicial.
a do menino, a quantidade de movimen- d) 3,0 m/s, no mesmo sentido de seu movimen-
to do sistema tem o mesmo sentido que a to inicial.
quantidade de movimento do homem. e) 3,0 m/s, em sentido oposto ao de seu movi-
( ) As forças internas que atuam no sistema mento inicial.
homem-menino não alteram a quantidade
10. (PUCRS – 2012) É possível, para um praticante
de movimento total do sistema.
de surfe a vela (windsurf) em uma lagoa sem
08. (Unicamp – 2010) O lixo espacial é composto ondas, deslocar-se com sua prancha a vela
por partes de naves espaciais e satélites fora de numa velocidade de módulo superior ao módu-
operação abandonados em órbita ao redor da lo da velocidade do vento que incide na vela?
Terra. Esses objetos podem colidir com satélites, a) Não, pois o vento não teria como impactar a
além de pôr em risco astronautas em atividades vela.
extraveiculares. b) Não, pois o atrito com o ar e a água seria
Considere que, durante um reparo na estação muito grande.
espacial, um astronauta substitui um painel c) Não, pois a massa total do sistema (pessoa
solar, de massa mp = 80 kg, cuja estrutura foi + prancha + vela) seria certamente maior
danificada. O astronauta estava inicialmente em do que a massa do ar atingindo a vela.
repouso em relação à estação e, ao abandonar d) Sim, pois o vento, quando atinge a vela,
o painel no espaço, lança-o com uma velocidade transfere quantidade de movimento e não
vp = 0,15 m/s. velocidade.
Sabendo que a massa do astronauta é ma = e) Sim, desde que a pessoa incline o seu corpo
= 60 kg, calcule sua velocidade de recuo. para frente.

11. (Fuvest – 2013) Um fóton, com quantidade de


movimento na direção e sentido do eixo x, colide
com um elétron em repouso. Depois da colisão,
o elétron passa a se mover com quantidade de
movimento pe, no plano xy, como ilustra a figura
abaixo.
y

pe

09. (FGV-RJ) Leonardo, de 75 kg, e sua filha Beatriz, Dos vetores pf abaixo, o único que poderia re-
de 25 kg, estavam patinando em uma pista hori- presentar a direção e sentido da quantidade de
zontal de gelo, na mesma direção e em sentidos movimento do fóton, após a colisão, é:
14
Quantidade de movimento e impulso ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

13. (Fuvest – 2013) Compare as colisões de uma


y y
a) d) bola de vôlei e de uma bola de golfe com o tó-
pf
rax de uma pessoa, parada e em pé. A bola de
vôlei, com massa de 270 g, tem velocidade de
x x
30 m/s quando atinge a pessoa, e a de golfe, com
pf 45 g, tem velocidade de 60 m/s ao atingir a mes-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ma pessoa, nas mesmas condições. Considere
ambas as colisões totalmente inelásticas. É cor-
b) y e) y
reto apenas o que se afirma em:
pf
a) Antes das colisões, a quantidade de movi-
pf
mento da bola de golfe é maior que a da bola
x x
de vôlei.
b) Antes das colisões, a energia cinética da
bola de golfe é maior que a da bola de vôlei.
c) y c) Após as colisões, a velocidade da bola de
golfe é maior que a da bola de vôlei.
d) Durante as colisões, a força média exercida
x pela bola de golfe sobre o tórax da pessoa é
pf maior que a exercida pela bola de vôlei.
e) Durante as colisões, a pressão média exerci-
12. (FGV-SP – 2012) Em algumas estações de trem, da pela bola de golfe sobre o tórax da pessoa
há rígidas molas no fim dos trilhos com a finali- é maior que a exercida pela bola de vôlei.
dade de amortecer eventual colisão de um trem,
cujo maquinista não consiga pará-lo correta- 14. (Fuvest – 2012) Maria e Luísa, ambas de mas-
mente junto à plataforma. Certa composição, sa M, patinam no gelo. Luísa vai ao encontro de
de massa total 2 m, parada bem próxima à mola Maria com velocidade de módulo V. Maria, para-
de constante k, relaxada, recebe um impacto de da na pista, segura uma bola de massa m e, em
outra composição, de massa m, vindo a uma um certo instante, joga a bola para Luísa.
velocidade v, que acaba engatando na primei-
ra. Ambas vão comprimir a mola, causando-lhe
uma deformação máxima x ao pararem instanta-
neamente, como mostram os esquemas.

A bola tem velocidade de módulo v, na mesma


direção de V. Depois que Luísa agarra a bola,

Física
as velocidades de Maria e Luísa, em relação ao
solo, são, respectivamente:
a) 0, v – V.
V.
b) –v; v +
2
Desprezando a ação de agentes externos e dis-
mV Mv .
sipativos, a expressão de x, em função de k, m c) – ;
M m
e v, será:
m · v. mv mv – MV .
a) x = d) – ;
3·k M M+m
m · v2 . MV MV .
b) x = – mv mv –
3·k 2 2 .
v m. e) – ;
c) x = · M M+m
3 k
3·m .
d) x = v · Note e adote: v e V são velocidades em relação
k
ao solo. Considere positivas as velocidades para
m
e) x = v · . a direita. Desconsidere efeitos dissipativos.
k 15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Quantidade de movimento e impulso

Choques mecânicos
Um sistema isolado Coeficiente de
Um choque ou uma colisão é a inte- restituição

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ração intensa e rápida entre dois ou mais
corpos. Os choques cuja direção do movi- Você já deve ter observado que as
mento anterior-posterior ao choque é a paredes próximas de campos de futebol
mesma são denominados de choques apresentam marcas de bola. Uma pergunta
frontais (colisão frontal). que se pode fazer é: como a circunferência
da bola fica marcada na parede se ela é
uma esfera?
Resposta: porque ela se deforma
enquanto interage com a parede. Esse fato
explica seu retorno após o choque. É ape-
nas uma restituição elástica.
Durante a interação, a bola deforma-se
de modo que sua energia cinética se trans-
Uma mesa de bilhar é um bom laboratório para o estudo de choques
forma em energia potencial. Em seguida,
frontais e oblíquos. a energia potencial volta a se transformar
Se após o choque as direções das em energia cinética. No decorrer desse
velocidades forem diferentes, o choque processo, sempre acontecem perdas de
é denominado choque oblíquo (colisão
energia e, por isso, a velocidade da bola
oblíqua).
no retorno é sempre menor. A restituição
depende basicamente da elasticidade do
corpo que se choca. Bolas com elasticida-
des diferentes têm restituições diferentes.
A observação desses fenômenos indi-
cou a necessidade de criar um número
Durante um que diferenciasse os diversos choques.
choque, o Esse número (grandeza adimensional) é
sistema pode denominado coeficiente de restituição (e).
ser considerado
isolado.
Definição
Todo choque é constituído de três
fases: aproximação dos corpos, interação
(que é o choque propriamente dito) e o
Em geral, o sistema composto pelos
afastamento dos corpos. Às vezes os dois
corpos que se chocam é considerado
corpos grudam e não há afastamento. Nos
um sistema isolado, pois as forças inter-
choques frontais, define-se o coeficiente
nas que aparecem durante o choque são
de restituição como um número positivo,
tão intensas que elas são desprezadas
mesmo com a atuação de forças externas. caracterizado pela razão entre os módulos
da velocidade relativa de afastamento e da
Convém salientar que, quando um
velocidade relativa de aproximação. Em
corpo se choca contra um obstáculo fixo, o
sistema não pode ser considerado isolado, símbolos:
pois, nesses casos, as forças externas |Vafastamento|
não podem ser desprezadas. Por isso, e=
|Vaproximação|
devemos aplicar o teorema do impulso.
16
Quantidade de movimento e impulso ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

Colisões
Vamos considerar dois corpos, A e B, com movimentos na mesma direção, que
sofrem colisão central e frontal.
Antes do choque, os corpos A e B se aproximam com velocidade Vaproximação.
mA mB

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
VA VB

Vaproximação = VA – VB

Depois do choque, os corpos A e B se afastam com velocidade Vafastamento.


mA mB
V’A V’B

Vafastamento = V’B – V’A

Sendo a velocidade relativa à diferença entre as velocidades dos corpos, e o coefi-


ciente de restituição um número positivo, podemos reescrever o coeficiente de restituição
das seguintes maneiras:

Vafastamento V’ – V’A
e= = B
Vaproximação VA – VB

O coeficiente de restituição é um número compreendido entre 0 e 1. O choque recebe


denominações conforme o valor de e.

Tipos de choque Coeficiente Energia cinética Quantidade de movimento

Perfeitamente elástico e=1 Conservada Constante/Qa = Qd

Parcialmente elástico 0<e<1 Dissipação parcial Constante/Qa = Qd

Física
Inelástico e=0 Dissipação máxima Constante/Qa = Qd

Observação: Há ainda os choques superelásticos (e > 1) e há ganho de energia (por


exemplo, reações nucleares).

1. Uma esfera A, de massa mA, movendo-se com velocidade de 2,0 m/s ao longo de
uma direção x, colide frontalmente com outra esfera B, de massa mB em repouso, livres
da ação de quaisquer forças externas. Depois da colisão, cada uma das esferas
passa a se deslocar com velocidade de 1,0 m/s na direção do eixo x, nos sentidos
indicados na figura.
Antes da 2 m/s v=0
colisão A B x

Depois da 1 m/s 1 m/s


colisão A B x

a) Explique, por meio de justificativas, se o choque é elástico, inelástico ou parcial-


mente elástico.
17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Quantidade de movimento e impulso

Calculemos o coeficiente de restituição e:


V’A – V’B
e= →
V’B – V’A

(–1) – (1)
e = →
0–2

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
–2
e = ∴ e=1
–2
O choque é perfeitamente elástico.

2. Um corpo A, de massa 2 kg, tem uma velocidade de 10 m/s quando colide frontalmente
com outro corpo B, de massa 4 kg, que viajava com velocidade de 2 m/s no mesmo
sentido que o corpo A. Sabendo que o coeficiente de restituição nesse choque foi
0,5, determine as velocidades dos corpos A e B imediatamente após o choque.
10 m/s 2 m/s

mA= 2 kg mB= 4 kg

O sistema é isolado, logo: Qisist = Qfsist


2 · 10 + 4 · 2 = 2 · V’A + 4 V’B
28 = 2 V’A + 4 V’B (÷2)
14 = V’A + 2 V’B (I),
V’A – V’B V’ – V’B V’A – V’B
mas e = → 0,5 = A =
V’B – V’A 2 – 10 –8

V’A – V’B = –4 (II)

Deve-se resolver o sistema de duas equações com duas incógnitas.

V’A + 2V’B = 14 (I)


–V’A + V’B = 4 (II)
3V’B = 18 → V’B = 6 m/s

Substituindo na equação (I), vem V’A + 2(6) = 14 → V’A = 2 m/s

ANOTAÇÕES

18
Quantidade de movimento e impulso ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

LEITURA E TROCA DE IDEIAS

A Física a serviço da lei


A Física aplicada às pesquisas forenses é o segmento da Física que tem como principal objetivo observar e
analisar os fenômenos físicos naturais, cuja interpretação é de interesse do poder judiciário. É tarefa de um físico

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
forense, entre outras, a análise de acidentes de trânsito, determinação do tipo de veículo a que possam pertencer
fragmentos como pedaços de lanternas e para-choques encontrados nos locais da colisão, determinar a trajetória
de projéteis, a distância em que foi efetuado o disparo, os orifícios de entrada e saída desses projéteis, bem como
materializar as possíveis posições da vítima no momento do crime.
O famoso físico Werner Heisenberg, quando jovem, escreveu, em uma de suas cartas, que as teorias físicas
tinham que se limitar a descrever o que vemos. Como resposta, seu correspondente Albert Einstein escreveu que,
pelo contrário, são as teorias que nos dizem o que podemos ver. Em resumo, essa resposta descreve a função
básica de um físico forense, pois para um pesquisador forense, uma análise minuciosa da cena do crime vale
mais que várias testemunhas. Além disso, os mínimos detalhes, por mais que pareçam irrelevantes e grotescos,
passando despercebidos para os leigos, são, na maioria das vezes, o elo entre a teoria e o ocorrido, sendo de
extrema importância na solução da maior parte dos casos.
Talvez a primeira pessoa a utilizar a física a serviço da lei foi Arquimedes, ao estudar o caso da coroa do rei
Heron II de Siracusa. Entretanto, naquela época, Arquimedes não dispunha da maioria de teorias físicas conhe-
cidas hoje. Para verificar então se a coroa do rei era constituída de ouro puro, ou, se havia sido adulterada pelo
ourives, como suspeitava o rei, Arquimedes teve que descobrir primeiramente um princípio físico que ajudasse a
solucionar o problema. Tal princípio é hoje conhecido como “Princípio de Arquimedes”. Dentre as várias tarefas
executadas pelo físico forense, hoje, a análise de acidentes de trânsito é a que mais se destaca, por ter-se tornado,
infelizmente, algo corriqueiro, além de envolver vários fenômenos físicos. Estes podem ser compreendidos como
parte da dinâmica de corpos rígidos.
Renato Araújo/ABr

Física
Cena de um acidente de trânsito – elementos presentes nela podem indicar o que aconteceu se analisados sob o rigor das leis da Física.

Além da utilização das leis de Newton e da lei de Variação da energia Cinética, em acidentes de trânsito,
destaca-se o princípio da Conservação da Quantidade de Movimento, pelo qual é possível calcular com boa apro-
ximação a velocidade de um carro na colisão.
A força resultante, em uma freada, é igual ao módulo do produto do coeficiente de atrito (μ) pelo peso do
veículo (mg), F = μmg, ou seja, é a força exercida pela pista na forma de atrito sobre o carro. Aplicando a segunda
Lei de Newton (F = ma) chega-se à expressão da desaceleração de um veículo, a = μg. Percebe-se que não há
dependência da massa do carro em questão. Esse resultado nos diz que um fusca e um caminhão, cujos pneus
ofereçam o mesmo atrito com o asfalto, freiam em distâncias iguais se vierem com a mesma velocidade.
Um carro ao frear está sujeito à aplicação de uma força de atrito ao nível do centro de massa. Como resultado,
a frente do carro tende a baixar, levantando a traseira, o que afeta a distribuição de peso entre os eixos. Portanto,
o carro permanece desse modo até atingir o repouso, quando se endireita do seu cabeceio, executando uma
rotação em torno de seu centro de massa. Os sinais deixados por uma freada são de fundamental importância para
a reconstituição do acidente. Por serem duráveis, essas marcas dão conta dos estados intermediários ocorridos
nesse processo. Durante uma freada, o carro desenha na pista as marcas dos pneus através de um processo
que utiliza muita energia. O conhecimento desse processo permite designar tempos a cada ponto da trajetória.

19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Quantidade de movimento e impulso

Medindo a distância (L) dessas marcas e sabendo que a energia cinética do carro vai diminuindo ao longo da
trajetória, sabe-se que, ao percorrer a trajetória L, o carro atinge uma velocidade final VF .
Usando o teorema da energia cinética, obteremos:
½ m (VI² – VF²) = μmgx onde x equivale à distância L e μmg = F
Logo: VI² – VF² = 2μgL

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Igualando a velocidade do carro a zero no momento da colisão (VF = 0), encontra-se o valor aproximado da
velocidade em que o carro estava antes de o motorista acionar os freios. Porém, na maioria dos acidentes, os
carros não param logo ao colidirem. Por essa razão, o valor encontrado é uma aproximação do valor mínimo para
a velocidade do carro.
Os conceitos físicos, relacionados à Física forense, e o trabalho de um pesquisador forense, são apresenta-
dos na série televisiva C.S.I Investigação Criminal. Essa série retrata o cotidiano de uma equipe de pesquisadores
forenses, que utilizam as ciências forenses (Física, Química, Biologia, entre outras), na resolução de casos como
assassinatos, desaparecimentos, acidentes de trânsito, entre os vários delitos, cuja interpretação é do interesse
do poder judiciário.
SOUZA, Cleber Moreira de. A Física a serviço da lei. Disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/6138/1/
Csi-Investigacao-Criminal/pagina1.html#ixzz1Gk2ziGrd>. Acesso em: 27 fev. 2015. (Adaptado).

01. Em alguns concursos públicos, como para a Polícia Rodoviária Federal, uma das
provas aplicada aos candidatos é a de Física. O que justifica essa cobrança?

02. Em um acidente de trânsito, que elementos, além das marcas de freadas, podem ser
importantes para a sua reconstituição simulada?

03. Converse com seus amigos e procure listar mais séries televisivas ou filmes em que
a Física é usada na resolução de crimes.

ATIVIDADES
01. (Fuvest) Uma partícula de massa m e velocidade 03. (UFRGS) Uma pistola dispara um projétil contra
v colide com outra de massa 3 m inicialmente um saco de areia que se encontra em repouso,
em repouso. Após a colisão, elas permanecem suspenso a uma estrutura que o deixa plena-
juntas, movendo-se com velocidade V. Então: mente livre para se mover. O projétil fica alojado
a) V = 0. na areia. Logo após o impacto, o sistema for-
b) V = v. mado pelo saco de areia e o projétil move-se na
mesma direção do disparo com velocidade de
c) 2V = v.
módulo igual a 0,25 m/s. Sabe-se que a relação
d) 3V = v.
entre as massas do projétil e do saco de areia é
e) 4V = v. de 1/999.
02. (UFPE) Um pequeno bloco, de massa m = 0,5 kg, Qual é o módulo da velocidade com que o pro-
inicialmente em repouso no ponto A, é largado jétil atingiu o alvo?
de uma altura h = 0,8 m. O bloco desliza ao a) 25 m/s
longo de uma superfície sem atrito e colide com b) 100 m/s
um outro bloco, de mesma massa, inicialmente c) 250 m/s
em repouso no ponto B (veja a figura a seguir). d) 999 m/s
Determine a velocidade do segundo bloco após e) 1 000 m/s
a colisão, em m/s, considerando-a perfeitamente
elástica. 04. (Fuvest) Perto de uma esquina, um pipoqueiro,
m P, e um “dogueiro”, D, empurram distraidamente
seus carrinhos, com a mesma velocidade (em
A módulo), sendo que o carrinho do “dogueiro”
h = 0,8 m
tem o triplo da massa do carrinho do pipoqueiro.
m Na esquina, eles colidem (em O) e os carrinhos
se engancham, em um choque totalmente
B
inelástico.
20
Quantidade de movimento e impulso ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

Figura I Figura II
B

A C D

O E

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
P vi M m
m y
M

Assinale com V o que for verdadeiro e com F o


que for falso.
D ( ) O projétil, logo após se alojar no interior do
bloco, perde toda a sua energia cinética e
Uma trajetória possível dos dois carrinhos, após
toda a sua quantidade de movimento.
a colisão, é compatível com a indicada por:
( ) O sistema formado pelo projétil mais o blo-
a) A.
co atingirá uma altura máxima, à direita, a
b) B. qual dependerá da velocidade inicial do
c) C. projétil.
d) D. ( ) Sendo a colisão característica desse pro-
e) E. cesso perfeitamente inelástica, haverá
perda de energia cinética.
05. (PUC-Rio) Podemos afirmar, com relação a uma
( ) É impossível aplicar a lei de conservação
colisão elástica, que:
da quantidade de movimento ao processo
a) temos uma colisão onde há conservação de anterior.
energia, mas não há conservação de mo- ( ) Utilizando-se o princípio de conservação
mento linear. da energia mecânica, pode-se calcular a
b) temos uma colisão onde não há conser- altura máxima atingida pelo bloco de mas-
vação de energia, mas há conservação de sa M.
momento linear. ( ) A energia cinética inicial é igual à metade
c) temos uma colisão onde há conservação de da energia cinética final para o processo
energia. dado.
d) temos uma colisão onde não há conserva- ( ) O sistema formado pelo projétil mais o blo-
ção de energia e de momento linear. co atingirá uma altura máxima, à direita,
e) nenhuma das afirmativas anteriores é ver- que dependerá das massas M e m.
dadeira.
08. (UEPG – Adaptada) Duas pequenas esferas de
06. (UFPE) Uma bala de massa m = 20 g e velocida- massas m1 e m2 se aproximam uma da outra com
de v = 500 m/s atinge um bloco, de massa M = velocidades V1i e V2i e experimentam um choque
= 480 g e velocidade V = 10 m/s, que se move frontal, como se observa na figura abaixo. Sobre
em sentido contrário sobre uma superfície hori- esse evento, assinale com V o que for verdadeiro

Física
zontal sem atrito. A bala fica alojada no bloco. e com F o que for falso.
Calcule o módulo da velocidade do conjunto
(bloco + bala), em m/s, após colisão.
a) 10,4 ( ) Se o choque for perfeitamente elásti-
b) 14,1 co, a energia cinética é conservada,
c) 18,3 porém a quantidade de movimento não é
d) 22,0 conservada.
e) 26,5 ( ) Se o choque for inelástico, a energia cinéti-
ca não é conservada, porém a quantidade
07. (Ufsc – Adaptada) Um pêndulo balístico é um de movimento é conservada.
aparato experimental que permite determinar a ( ) Se o choque for perfeitamente elástico, e
velocidade de um projétil. Na Figura I estão re- m1 = m2 e V2i = 0, então V1f = 0 e V2f = V1i.
presentados o projétil de massa m e velocidade ( ) Se o choque for perfeitamente inelástico,
inicial, bem como um bloco de massa M, inicial- com m1 = m2 e V2i = 0, então Vf = 1/2V1i.
mente em repouso. Após o impacto, o projétil se ( ) Se o choque for perfeitamente elástico,
aloja no bloco e este se eleva a uma altura máxi- com m2 muito maior que m1 e V2i = 0, então
ma y, conforme representação na Figura II. V1f ≅ –V1i e V2f ≅ 0.
21
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Quantidade de movimento e impulso

09. (UFF) Um brasileiro, programador de jogos isso, não há conservação da quantidade de


eletrônicos, criou o jogo “Bola de Gude” para movimento.
computador, que simula na tela as emoções das II. A velocidade do carro de uma tonelada an-
disputas com as pequenas esferas. tes da colisão era de 97,2 km/h.
Suponha que uma jogada conhecida como III. A intensidade do impulso atuante na colisão
“teco parado” seja simulada. Nessa jogada uma foi de 1,2 · 104 N.s.
bola A, de massa mA, colide frontalmente, num

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
IV. A intensidade da força média que deformou
choque perfeitamente elástico, com uma bola B,
os veículos foi de 1,2 · 103N.
de massa mB, que se encontra em repouso. Após
a colisão, a bola A fica parada e a bola B entra em Estão corretas somente:
movimento. a) I e II.
As figuras a seguir ilustram essa situação, onde b) II e III.
VA é a velocidade da bola A imediatamente antes c) III e IV.
da colisão e VB, a velocidade da bola B imediata- d) I, II e III.
mente após a colisão. e) II, III e IV.

11. (UFRGS) Assinale a alternativa que preenche


corretamente as lacunas do texto abaixo na or-
Identifique a opção que apresenta uma condição dem em que aparecem.
necessária para que o “teco parado” ocorra.
Nos quadrinhos, vemos uma andorinha em
a) A massa mA deve ser muito menor que a voo perseguindo um inseto que tenta escapar.
massa mB. Ambos estão em MRU e, depois de um tem-
b) A massa mA deve ser muito maior que a mas- po, a andorinha finalmente consegue apanhar
sa mB. o inseto.
c) As bolas A e B têm que ter a mesma massa.
d) O módulo da velocidade VA deve ser muito
grande, independente das massas mA e mB.
e) O módulo da velocidade VA deve ser muito
pequeno, independente das massas mA e
mB.
Nessas circunstâncias, pode-se afirmar que,
10. (UFPA) A fotografia mostrada abaixo expõe o
imediatamente após apanhar o inseto, o módulo
resultado de uma imprudência. Um carro de
da velocidade final da andorinha é
massa igual a uma tonelada, ao tentar ultrapas-
módulo de sua velocidade inicial, e que o ato de
sar um caminhão, acabou colidindo de frente
apanhar o inseto pode ser considerado uma co-
com outro carro de massa 800 kg, que estava lisão .
parado no acostamento. Em virtude de a estra-
a) maior que o – inelástica
da estar muito lisa, após colisão, os carros se
b) menor que o – elástica
moveram juntos em linha reta, com uma veloci-
dade de 54 km/h. c) maior que o – elástica
d) menor que o – inelástica
e) igual ao – inelástica

12. (PUC-SP – 2010) Nas grandes cidades é muito


comum a colisão entre veículos nos cruzamen-
tos de ruas e avenidas.

Admitindo-se que a força que deformou os ve-


ículos atuou durante um tempo de 0,1 s, são
feitas as seguintes afirmações para a situação
descrita. Considere uma colisão inelástica entre dois
I. O choque é completamente inelástico e, por veículos, ocorrida num cruzamento de duas
22
Quantidade de movimento e impulso ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

avenidas largas e perpendiculares. Calcule a ve- ( ) A massa do corpo A vale 2 kg.


locidade dos veículos, em m/s, após a colisão. ( ) O choque é perfeitamente elástico, pois os
Considere os seguintes dados dos veículos an- dois corpos têm massas iguais a 2 kg.
tes da colisão: ( ) A quantidade de movimento depois do
Veículo 1: m1= 800 kg v1= 90 km/h choque é menor do que antes do choque.
Veículo 2: m2 = 450 kg v2= 120 km/h ( ) A energia dissipada, igual à diferença da

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
energia cinética antes do choque e da
a) 30
energia cinética depois do choque, é de
b) 20
64 J.
c) 28
d) 25 14. (Fuvest – 2012) Uma pequena bola de borracha
e) 15 maciça é solta do repouso de uma altura de 1 m
em relação a um piso liso e sólido. A colisão da
13. (UPE – 2010 – Adaptada) O esquema a seguir bola com o piso tem coeficiente de restituição
mostra o movimento de dois corpos antes e de- igual a ε = 8. A altura máxima atingida pela bola,
pois do choque. Considere que o coeficiente de depois da sua terceira colisão com o piso, é:
restituição é igual a 0,6. a) 0,80 m.
20 m/s 10 m/s 12 m/s b) 0,76 m.
2 kg B
c) 0,64 m.
A A B
d) 0,51 m.
ANTES DEPOIS e) 0,20 m.
Analise as proposições a seguir marque V para NOTE E ADOTE: ε = V2f /V2i, em que Vf e Vi são,
as verdadeiras e F para as falsas. respectivamente, os módulos das velocidades
( ) A velocidade do corpo B após o choque é da bola logo após e imediatamente antes da co-
18 m/s. lisão com o piso. g = 10 m/s2.

ANOTAÇÕES

Física

23
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Quantidade de movimento e impulso

ANOTAÇÕES

PROIBIDA A REPRODUÇÃO

24

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