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PROIBIDA A REPRODUÇÃO

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LIVRO DO
PROFESSOR

CAPA ANO 1 EM_PROFESSOR.indd 3 30/10/2019 15:17:03


PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Olá,

Você está em um momento muito importante da vida escolar:


a transição do Ensino Fundamental para o Ensino Superior. O
Ensino Médio dá oportunidade para o desenvolvimento de suas
habilidades, particularmente, para a cooperação e colaboração.
Preparamos um material didático robusto, com densidade de
conteúdo e uma grande variedade de atividades, para que você
possa aprimorar as habilidades já desenvolvidas nos anos anteriores.
A organização em disciplinas semestrais foi pensada para permitir
maior autonomia no planejamento pedagógico e na adequação ao
contexto da comunidade escolar.
A cada abertura de unidade, você terá contato com um desafio,
uma situação problema, uma reflexão ou um ponto de apoio para o
estudo do tema proposto. Os textos teóricos são organizados de tal
modo a apresentar o conteúdo da esfera mais ampla para a mais
detalhada. Textos complementares, links de acesso a conteúdos,
mapas, esquemas, gráficos são diagramados para criar fluidez
e agilidade de leitura. Atividades selecionadas especialmente de
vestibulares e do Enem juntam-se às questões, preparadas pelos
autores, para oferecer uma ampla oportunidade de desenvolvimento
da criatividade, do pensamento crítico e de habilidades necessárias
para a vida em sociedade, com foco na formação para a cidadania.
Desejamos que você aprecie este material didático tanto
quanto apreciamos criá-lo.

Equipe Editorial
io
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M
1.º ano – 2.º Semestre

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
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En

Física Coordenação de Editoração


Cleber Lima (AUTORIA) Eliana Pereira Quaresma
Carlos Alberto Gonçalves de Oliveira
(ANÁLISE CRÍTICA) Editoração
Camila Correia Machado (ANÁLISE CRÍTICA) Paitra Design

Revisão Comparativa
Direção-Geral Dyanne Lopes
Maria Cristina Swiatovski
Elisabete Franczak Branco
Direção de Produtos
Gilberto Soares dos Santos Coordenação de Iconografia
Edição Sandra Sebastião
Daniele Cardoso
Gislaine Stadler Iconografia
Consultoria Pedagógica Fabio Souza
Maria Cristina Lindstron Mariana Batelli Bento
Vasco Moretto Wellington Fukuda
Análise de Língua
Juliana Fortunato Ilustrações
Gabrielle Caroccia Jefferson Schnaider

Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)


(Mônica Catani M. de Souza , CRB-9/807, PR, Brasil)

S958 Sylvestre, Hélio.


Coleção cidadania : ensino médio, 1º ano / Hélio
Sylvestre ...[et al.]. – 2.ed. – Curitiba : Opet, 2017.
1196 p.

ISBN: 978-85-8010-705-0 (Aluno)

1. Biologia. 2. Química. 3. Física. II. Título.

CDU 373

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial,


em quaisquer meios, sem prévia autorização por escrito da Editora Opet.
EDIÇÃO REFORMULADA 2020

Rua Máximo João Kopp, 167 • CEP 82630-492 • Curitiba-PR


Tel.: (41) 3123-4300 • 0800-41-0034
contato@opet-sefe.com.br • www.editoraopet.com.br
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Coleção Cidadania

Ícones Coleção Cidadania


A Coleção Cidadania apresenta seções que e o Enem

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
organizam o trabalho e o objeto de conhecimento, in- O Enem é uma avaliação de desempenho por
dicadas por ícones gráficos. São eles: competência, que segue um modelo de aferição das
estruturas mentais com as quais construímos con-
tinuamente conhecimentos que, juntamente com a
memória, fazem-nos capazes de compreender as
ATIVIDADES
exigências do mundo em que vivemos. Essa avalia-
ção é estruturada a partir de uma matriz que indica
competências e habilidades básicas próprias do nível
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
a que se destina. Nessa proposta, as competências
são entendidas como ações e operações mentais
utilizadas para estabelecer relações com e entre obje-
PESQUISA
tos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos
conhecer e remetem a um conjunto de saberes deno-
LEITURA E TROCA DE IDEIAS minados habilidades, que representam o saber fazer.
Ou seja, para que você tenha competência em deter-
minada área, é necessário que possua um conjunto de
TRABALHANDO EM GRUPO habilidades.
Para que essas compe-
tências e habilidades sejam COMPETÊNCIA HABILIDADE
INDICAÇÕES CULTURAIS verificadas ao longo do ma- 3 14
terial, você as encontrará
em uma pequena tabela que indica a quais delas o
SAIBA MAIS conteúdo apresentado se refere.

LINK PORTAL OPET VIRTUAL ENSIN O MÉDI O UNiDa


DE 8

Equilíbrio dos
Estát ica

COMPETÊNCIA HABILID

6 20
ADE
corpos extensos
A Estática é a parte da
que se ocupa com o
equilíbrio dos corpos.
Mecânica
estudo do
Nesse caso, a régua deixa
repouso, embora a resulta
de estar em
Como sabemos, nte do sistema
um corpo está em equilíb de forças seja zero. Obser
rio se estiver em ve que existe um
repouso ou em movim ponto que não se move.
ento retilíneo uni- É em torno dele
forme. A Estática estud que todos os outros
a a situação de pontos giram. Esse
corpos em repouso. ponto, que se encontra
no meio, é o cen-
tro de massa da régua
Até agora, foi abord caso ela tenha uma
ada a estática distribuição homogênea
dos pontos materiais, de massa.
ou seja, dos corpos
cujas dimensões podem Conclui-se que o centro
ser desprezadas. de massa
Nesse caso, basta consid é o único ponto de
erar que a resul- um corpo extenso
tante do sistema de forças que permanece em equilíb
seja nula (Lei rio (repouso),
da Inércia). Porém, se enquanto o corpo sofre
o corpo estudado a ação de um sis-
for um objeto extenso tema de forças cuja resulta
(quando as dimen- nte é nula. Os
sões devem ser consid outros pontos podem
eradas), o fato de ou não entrar em
a resultante do sistem movimento, dependendo
a de forças ser nula do ponto de apli-
não garante a ausência cação das forças do sistem
de movimento. a.
Imagine o seguinte: Neste capítulo, estud
um astronauta aremos a gran-
abandona uma régua deza física que provo
de 1 metro (m) de ca a rotação e as
comprimento em algum condições que se deve
lugar do espaço impor para que o
sideral, suficientemente corpo não translade e
afastado de todos os não rotacione.
astros, de modo que
Centro de massa ou
se possa dizer que
não há campo gravita
cional atuando
naquele lugar. A régua
ficará em repouso.
Se, em seguida, o astron
de gravidade?
auta aplicar
na régua duas forças Apesar de, normalmente
de mesma direção, , ouvirmos
mesma intensidade e falar que o centro de massa
sentidos contrários (CM) e o cen-
(como as da figura abaixo tro de gravidade (CG)
), a régua adqui- de um corpo se
rirá um movimento de referem ao mesmo ponto
rotação no sentido desse corpo,
anti-horário. eles nem sempre coinci
dem. Isso não
significa que os livros
didáticos estejam
errados, pelo contrário,
eles estão corre-
tos. O que devemos salien
tar aqui é que o
CM e o CG só coincidem
porque o campo
gravitacional próximo
à superfície da Terra
F é considerado, com uma
boa aproxima-
C.M. ção, constante e com
intensidade igual a
g = 9,8 m/s2.

11_FIS_1M2_U08.indd
2

24/09/2019 14:12:11
Matriz de Referência

Ciências da natureza e suas tecnologias


FÍSICA

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
COMPETÊNCIA DE ÁREA 1 – COMPREENDER AS CIÊNCIAS NATURAIS E AS TECNOLOGIAS A ELAS ASSOCIADAS
COMO CONSTRUÇÕES HUMANAS, PERCEBENDO SEUS PAPÉIS NOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO E NO
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DA HUMANIDADE.

H1 – Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-


-os a seus usos em diferentes contextos.

H2 – Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente


desenvolvimento científico e tecnológico.

H3 – Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tem-
po ou em diferentes culturas.

H4 – Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas


de conservação, recuperação ou utilização sustentável da biodiversidade.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 2 – IDENTIFICAR A PRESENÇA E APLICAR AS TECNOLOGIAS ASSOCIADAS ÀS CIÊNCIAS


NATURAIS EM DIFERENTES CONTEXTOS.

H5 – Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

H6 – Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou siste-


mas tecnológicos de uso comum.

H7 – Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos,


tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 3 – ASSOCIAR INTERVENÇÕES QUE RESULTAM EM DEGRADAÇÃO OU CONSERVAÇÃO


AMBIENTAL A PROCESSOS PRODUTIVOS E SOCIAIS E A INSTRUMENTOS OU AÇÕES CIENTÍFICO-TECNOLÓGICOS.

H8 – Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos


naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando processos biológicos, químicos ou físicos
neles envolvidos.

H9 – Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação
de agentes ou fenômenos que podem causar alterações nesses processos.

H10 – Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou
prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.

H11 – Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e


processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológicos.

H12 – Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, conside-
rando interesses contraditórios.
COMPETÊNCIA DE ÁREA 4 – COMPREENDER INTERAÇÕES ENTRE ORGANISMOS E AMBIENTE, EM PARTICULAR
AQUELAS RELACIONADAS À SAÚDE HUMANA, RELACIONANDO CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS, ASPECTOS
CULTURAIS E CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS.

H13 – Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de carac-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
terísticas dos seres vivos.

H14 – Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio
interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade, entre outros.

H15 – Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer
nível de organização dos sistemas biológicos.

H16 – Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização


taxonômica dos seres vivos.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 5 – ENTENDER MÉTODOS E PROCEDIMENTOS PRÓPRIOS DAS CIÊNCIAS NATURAIS E


APLICÁ-LOS EM DIFERENTES CONTEXTOS.

H17 – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas


nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações mate-
máticas ou linguagem simbólica.

H18 – Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos


tecnológicos às finalidades a que se destinam.

H19 – Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosti-
car ou solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 6 – APROPRIAR-SE DE CONHECIMENTOS DA FÍSICA PARA, EM SITUAÇÕES-


-PROBLEMA, INTERPRETAR, AVALIAR OU PLANEJAR INTERVENÇÕES CIENTÍFICO-TECNOLÓGICAS.

H20 – Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 – Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no con-
texto da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.

H22 – Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifesta-
ções em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas
ou ambientais.

H23 – Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, consi-
derando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas.
UNIDADE 8
ESTÁTICA
í s i ca
F
Equilíbrio dos corpos extensos ............................2

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Condições gerais de equilíbrio
para um corpo rígido e extenso ..........................6

Nesta unidade, conheceremos as leis básicas


que regem as condições de equilíbrio.
O estudo das condições de equilíbrio de um
corpo é certamente um dos mais antigos da Física.
Habitações, pontes, templos e embarcações são
estruturas que necessitam estar equilibradas. O
conhecimento dos povos antigos em relação às
condições de equilíbrio pode ser percebido pelas
muitas construções intactas até hoje.

Hellen Sergeyeva/Pavel Losevsky/adaptada/123RF

GUSTOIMAGES/Getty Images, ©Ingimage


ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Estática

Equilíbrio dos
COMPETÊNCIA HABILIDADE

6 20
corpos extensos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A Estática é a parte da Mecânica
que se ocupa com o estudo do
Nesse caso, a régua deixa de estar em
repouso, embora a resultante do sistema
equilíbrio dos corpos. Como sabemos, de forças seja zero. Observe que existe um
um corpo está em equilíbrio se estiver em ponto que não se move. É em torno dele
repouso ou em movimento retilíneo uni- que todos os outros pontos giram. Esse
forme. A Estática estuda a situação de ponto, que se encontra no meio, é o cen-
corpos em repouso. tro de massa da régua caso ela tenha uma
Até agora, foi abordada a estática distribuição homogênea de massa.
dos pontos materiais, ou seja, dos corpos Conclui-se que o centro de massa
cujas dimensões podem ser desprezadas. é o único ponto de um corpo extenso
Nesse caso, basta considerar que a resul- que permanece em equilíbrio (repouso),
tante do sistema de forças seja nula (Lei enquanto o corpo sofre a ação de um sis-
da Inércia). Porém, se o corpo estudado tema de forças cuja resultante é nula. Os
for um objeto extenso (quando as dimen- outros pontos podem ou não entrar em
sões devem ser consideradas), o fato de movimento, dependendo do ponto de apli-
a resultante do sistema de forças ser nula cação das forças do sistema.
não garante a ausência de movimento. Neste capítulo, estudaremos a gran-
Imagine o seguinte: um astronauta deza física que provoca a rotação e as
abandona uma régua de 1 metro (m) de condições que se deve impor para que o
comprimento em algum lugar do espaço corpo não translade e não rotacione.
sideral, suficientemente afastado de todos os
astros, de modo que se possa dizer que
não há campo gravitacional atuando
Centro de massa ou
naquele lugar. A régua ficará em repouso. de gravidade?
Se, em seguida, o astronauta aplicar Apesar de, normalmente, ouvirmos
na régua duas forças de mesma direção, falar que o centro de massa (CM) e o cen-
mesma intensidade e sentidos contrários tro de gravidade (CG) de um corpo se
(como as da figura abaixo), a régua adqui- referem ao mesmo ponto desse corpo,
rirá um movimento de rotação no sentido eles nem sempre coincidem. Isso não
anti-horário. significa que os livros didáticos estejam
errados, pelo contrário, eles estão corre-
tos. O que devemos salientar aqui é que o
CM e o CG só coincidem porque o campo
gravitacional próximo à superfície da Terra
é considerado, com uma boa aproxima-
F
ção, constante e com intensidade igual a
C.M.
g = 9,8 m/s2.

2
Estática ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

CM → é o lugar geométrico no qual se


pode considerar que toda a massa de um
corpo esteja concentrada.
A A
CG → é o lugar geométrico no qual se F3
pode considerar que todo o peso de um
corpo esteja concentrado; é o ponto de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A força F3 provoca rotação
A forçaemF3torno de A rotação
provoca no sentido
emanti-horário. A força F4 não provoca rotação em
aplicação da força peso. torno de A no sentido anti-horário. torno de A.
F4

O que produz a A
F3
A

rotação? A força F3 provoca rotação em


A força F4 não provoca rotação em torno de A.
A força F não provoca rotação em
Nessa experiência
torno de A.observa-se que a
4
torno de A no sentido anti-horário.
Imagine a seguinte experiência: uma linha de ação das forças que provocam
barra com dois furos, um em cada extre- rotação não passa pelo ponto A, e que a
midade, é colocada sobre um tablado de linha de ação da força que não provoca
madeira; dois pregos são espetados no rotação passa pelo ponto A.
tablado através dos furos na barra. Se apli- O ponto A será denominado polo de
carmos as forças F1, F2, F3 e F4, como na rotação, ou simplesmente polo. Podemos,
figura abaixo, a barra não entrará em movi- portanto, afirmar:
mento de rotação, pois os pregos A e B
impedirão. Uma força provoca rotação em
torno de um polo se a linha de ação da
F2 força não passar por ele.
F1

Momento ou torque
F4

de uma força
A B

F3
Você já se perguntou por que a maça-
neta de todas as portas está o mais
Se retirarmos o prego B e pensarmos
afastada possível de suas dobradiças?
na aplicação isolada de cada uma das Por que os borracheiros têm chaves de
quatro forças, verificaremos que as for- boca de diferentes comprimentos e até um
ças F1 e F2 provocam rotação da barra em cano mais longo que, de vez em quando,
torno do prego A, no sentido horário. Veja é usado para ampliar o comprimento da
as figuras abaixo. chave ainda mais?

Física
F2 Tente abrir uma porta empur-
rando-a por um ponto próximo à
dobradiça. Você notará que,
para abri-la, haverá a
A
necessidade de aplicar
uma força mais intensa
do que se o empurrão
A força A
F2 força
provoca
F2 rotação
provocaem torno de
emA no sentido horário.
rotação fosse dado em um ponto
torno de A no sentido horário.
A força F3, no entanto, provocaria rota- mais distante da dobradiça.
ção da barra em torno do prego A no senti- Em resumo, a rota-
do anti-horário, e a força F4 não provocaria ção produzida por uma
rotação da barra em torno do prego A. Veja força depende da inten-
as figuras a seguir. sidade da força aplicada

3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Estática

e da distância entre a linha de ação da a) a massa do sapato de ferro;


força e o polo. Essa distância denomina- P = m · g → 15 = m · 10 ∴ m = 1,5 kg
-se braço do momento ou braço de
b) a quantidade de torque gerado no
alavanca. A grandeza física denominada
joelho pelo sapato de ferro, nas
momento da força ou torque mede a efi-
posições (1) e (2), mostradas na
ciência de uma força ao tentar imprimir figura, sabendo que a distância

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a um corpo um movimento de rotação. entre o centro de gravidade do sa-
Quanto maior for o torque, maior será a pato de ferro e o centro articular do
tendência de rotação do corpo. joelho é 0,4 metros.
O torque de uma força em relação a Posição 1
um polo é definido pelo produto da inten- Centro articular
sidade da força pelo braço de alavanca, do joelho (polo)

associado a um sinal (+) ou (–), conforme


o sentido de rotação provocado pela força.

MA = ± F · d
P = 15 N
É hábito adotar a convenção de sinais
do torque, considerando: O torque gerado pelo sapato na
posição 1 é zero, pois a linha de
(+) se provocar rotação para um lado
ação da força passa pelo polo que
(–) se for para outro lado é o centro articular do joelho.
F2
Posição 2
F1 d

Centro articular
do joelho (polo) P = 15 N
A A
O torque gerado pelo sapato na po-
sição 2 é:
A força F1Aprovoca
força Frotação em torno de A no sentido horário.
1 provoca rotação em A força F2 provoca rotação em
torno de A no sentido horário.
T=P·d
torno de A no sentido horário.
No Sistema Internacional de Unidades T = 15 · 0,4
(SI), a unidade de torque é N · m (newton T = 6 N · m
vezes metro) e não recebe denominação
2. Sobre uma barra prismática homogê-
especial. Lembre que o joule (J) é definido
nea, de peso desprezível, agem as for­
pelo produto N · m, mas a unidade de tra-
ças T = 50 N, S = 100 N, F = 25 N,
balho é uma grandeza física que nada tem
Q = 100 N, H = 100 N, nas direções
a ver com torque. O torque é uma grande-
e sentidos indicados na figura. Sendo
za vetorial, já a energia é escalar.
10 cm o comprimento da barra, pe-
dem-se os momentos dessas forças
Veja:
em relação ao ponto O. Adote o senti-
1. (Udesc) Um paciente, em um progra-
d do anti-horário como negativo.
ma de reabilitação de uma lesão de
d 90º joelho, executa exercícios de extensão Q
S = 100 N
(2) T 30º
de joelho usando um sapato de ferro
de 15 N. Calcule, justificando seu ra-
H
ciocínio passo a passo, até atingir o O

(1) resultado: 5 cm
F

4
Estática ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

Dados:
Física, robôs e
sen 30° = 0,5
cos 30° = 0,87
brinquedos
Solucionando: Leia o texto a seguir.
Transpondo os dados fornecidos ao
João-bobo e lombriga

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
esquema:
Q = 100 N S = 100 N O movimento dos robôs está ficando cada
Ty = 43,5 N
vez mais sofisticado e a prova são as duas últimas
Tx = 25 N H = 100 N
O novidades no ramo. Nos Estados Unidos, cien-
5 cm
d = 10 cm F = 25 N
tistas desenvolveram um robô que jamais perde

y
o equilíbrio, mesmo que alguém tente derrubá-
T
Ty
-lo com uma rasteira. Como um joão-bobo de
30º borracha, ele balança, balança, mas não cai. O
x Tx segredo é um programa de computador que cal-
cula num abrir e fechar de olhos a velocidade e
Tx = T · sen 30°
a direção do robô, de modo a corrigir qualquer
Ty = T · cos 30°, logo:
1 movimento que o faça perder o equilíbrio. A cor-
Tx = 50 · = 25 N
2 reção se faz como um pêndulo – o contrabalanço
Ty = 50 · 0,87 = 43,5 N restabelece o centro de gravidade. Com tamanha
– O momento de Q é zero, pois a linha estabilidade, esse robô, ainda sem nome, pode
de ação da força passa pelo polo: segurar uma câmera com a mesma firmeza que o
MQ = 0 homem. Magro e forte, não lhe faltará trabalhos em
– O momento de H é zero, pois a linha
lugares apertados, como espaçonaves.
de ação da força passa pelo polo:
MH = 0 Já na França, nasceu o Centrom-3, que antes

– O momento de F é MF = F · d → merece ser chamado de robô-lombriga, pois se


→ MF = 25 · 0,1 ∴ MF = –2,5 N · m move na horizontal e na vertical, em superfícies
– O momento de T é a soma dos côncavas, convexas ou planas. Feito de pastilhas
momentos dos componentes T x infláveis, mede três metros e percorre um metro
e T y. O momento de T x é zero, pois
por minuto. Seu corpo se contrai e se alonga à

Física
a linha de ação da força passa pelo
medida que o fio que atravessa as pastilhas con-
polo MTx = 0. O momento de T y é
MTy = Ty · d ⇒ MTy = 43,5 · 0,1 ∴ trola a entrada e saída de ar. O problema é que
MTy = –4,35 N · m esse fio limita o raio de ação do lombriga a 30
M = F · d = 100 · 0,05 = + 5 N · m
s
metros de distância. Mesmo assim, devidamente
Observação: a resultante é a somató- equipado, substituirá o homem, como o joão-
ria de todos os momentos (torques).
-bobo, em lugares de difícil acesso ou onde haja
MR = MQ + MH + MF + MTx + MTy + MS
perigo de vida.
MR = 0 + 0 + (–2,5) + 0 + (–4,35) + 5 =
JOÃO-BOBO e lombriga. Superinteressante, fev. 1998.
–1,85 N ∙ M (pelo sinal negativo, estaria
Disponível em: <http://super.abril.com.br/superarquivo/
girando no sentido anti-horário). Para
1988/conteudo_111069.shtml>. Acesso em: 2 jul. 2014.
a barra não girar, o torque (momento) Licenciado: Superinteressante/Abril Comunicações S/A.
resultante deve ser nulo.

5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Estática

O joão-bobo citado no texto é um bom brinquedo. Assim, o formato arredondado


exemplo para o estudo de situações de e a distribuição da massa fazem o brinque-
equilíbrio de corpos. do manter-se de pé mesmo se inclinado.
Uma forma de dotar os objetos de
condições melhores de equilíbrio é bai-
xar o centro de gravidade. Outro exemplo

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
dessa busca de equilíbrio são os carros de
corrida. Eles são rebaixados de forma que
o piloto corra sentado muito próximo do
chão. Assim, eles podem ser inclinados de
ângulos relativamente grandes sem perde-
rem o equilíbrio.
Responda às questões:
1. Você já deve ter visto caminhonetas
que carregam na caçamba um saco
de areia para ganhar mais estabilida-
de. Isso é chamado de lastro. Tal prá-
tica tem alguma relação com o centro
de gravidade do veículo? Comente sua
João-bobo, brinquedo que apresenta condições interessantes de resposta.
equilíbrio.
2. Um caminhão com uma carga mui-

to alta terá dificuldade para manter o
A explicação física para o joão-bobo equilíbrio ao fazer uma curva. Explique
estar sempre em pé é o baixo centro de isso com base na ideia da posição do
gravidade, perto da base arredondada do seu centro de massa.

Condições gerais
de equilíbrio para um
corpo rígido e extenso
U m corpo rígido e extenso pode estar em movimento de translação, de rotação
ou de translação e rotação ao mesmo tempo.
Se o corpo estiver executando um movimento puro de rotação, podemos garantir
Andrei Krauchuk/123RF – adaptada
que a resultante das forças que atuam no corpo é nula, pois,
nesse caso, não há translação do centro de massa
do corpo. É o caso dos ventiladores: rodam
as pás do ventilador sem que elas saiam
do lugar.
Se o corpo estiver executando um
movimento puro de translação, pode-
mos garantir que a soma dos torques de
todas as forças é nula, pois nesse caso
não há rotação de nenhum ponto do corpo.

6
Estática ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

É o caso dos automóveis: movem-se sem


F
M0 = M01 + M0 2
F

rotacionar. Se um automóvel em movimento M0 = F1 · d1 + (–F2 · d2)


entrar em rotação, ou ele estará se aciden- Sentido Sentido
anti-horário (+) horário (–)
tando ou dando um espetáculo denominado
“cavalos de paus”. M0 = 470 · 1,6 – 500 · 1,5 ∴ M0 = 2 N · m

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Para que um corpo rígido e extenso
esteja em equilíbrio estático (repouso), Observação: lembre-se de que a
convenção de sinais fica ao seu critério.
não deve transladar nem rotacionar, por-
M0 = 470 ∙ 1,6 – 500 ∙ 1,5
tanto devem ser satisfeitas, ao mesmo
M0 = 752 – 750 ∴ M0 = 2 N ∙ m
tempo, duas condições:
1. A resultante do sistema de forças atu- b) para que lado a gangorra cairá;
ante no corpo deve ser nula → ∑ F = 0 O momento resultante encontrado
2. A soma algébrica dos torques em rela- no item a é positivo, logo, a barra
gira em torno do ponto O no senti-
ção a qualquer polo é nula → ∑ M = 0
do anti-horário. A gangorra cairá do
Um corpo extenso está em equilíbrio lado da mulher.
se e somente se:

∑F = 0 → F = 0 → F + F + F
R 1 2 3 + ... + Fn = 0
∑M = 0 → M = 0 → M + M
R F1 F2 + M F 3 +... + MFn = 0
c) a posição de Bráulio para que a
prancha fique em equilíbrio;
Veja: Para que a prancha fique em equilí-
1. (Udesc) brio, basta que o momento resultan-
te em relação a O seja zero. Então:
Dois atletas estão em lados opostos de
uma gangorra, como mostra a figura a +
O
seguir.
470 N 500 N
? ? 1,6 m x

F1 = 470 N F2 = 500 N

0 = 470 · 1,6 – 500 · x

500x = 752 ∴ x = 1,504 m


1,6 m 1,5 m

Física
Bráulio deve afastar-se 4 mm do
apoio O.
Bráulio, pesando 500 N, está a 1,5 me- d) a intensidade da força que o apoio
tro do eixo de rotação. Descrevendo aplica na barra.
todos os procedimentos e raciocínios
V
adotados para atingir o resultado,
determine:
a) o torque, ou momento resultante
em relação ao eixo de rotação; F1 = 470 N F2 = 500 N

Esquematicamente, temos:
Estando a barra em equilíbrio, a re-
+
O sultante das forças deve ser zero.
Logo:
1,6 m 1,5 m

F1 = 470 N F2 = 500 N V = 470 + 500 ∴ V = 970 N

7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Estática

2. (Uece) III. Tomemos o ponto Q como polo.


Uma escada homogênea de peso ∑ MQ = 0
400 N está apoiada em uma parede, H · 4 – P · 1,5 = 0
no ponto P, e sobre o piso, no ponto Q. 4 · H = 400 · 1,5 ∴
Não há atrito entre a escada e nenhum H = 150 N
dos apoios, isto é, o piso e a parede

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
são idealmente lisos. IV. Retomando a igualdade (A), en-
Para manter a escada em equilíbrio na contramos que T = 150 N. Portan-
to, alternativa a.
posição indicada, intercala-se, entre o
pé da escada e a parede, uma corda 3. (UFRJ)
horizontal.
Uma barra cilíndrica homogênea de
Admitindo os dados contidos na figu- 200 N de peso e 10 m de comprimento
ra, a força de tração na corda vale: encontra-se em equilíbrio, apoiada nos
P
suportes A e B, como mostra a figura a
seguir.
4,0 m 2m

Corda
Q
3,0 m
A B
a) 150 N.
Calcule as intensidades RA e RB das
b) 200 N.
reações dos apoios, A e B, sobre a
c) 250 N.
barra.
d) 300 N.
As forças atuantes na barra são mos-
Resolução: tradas no esquema abaixo:

As forças trocadas pela escada e os RA RB

apoios são perpendiculares ao apoio, 8m


pois não há atrito. O esquema abaixo
mostra as forças que atuam na escada. B
A 5m 2m

y 200 N
P
H
+ x 10 m
2,0 m

V 4,0 m Para que a barra esteja em equilíbrio, é


necessário que a resultante das forças
Q P= 400 N seja nula e que o momento resultante
em relação a qualquer polo seja zero.
T
– Então, escrevemos: RA + RB = 200
1,5 m
(I), e escolhendo o ponto A como
3,0 m
polo, temos:

Para que a escada esteja em equilíbrio, ∑MA = –P · 5 + RB · 8 = 0


é necessário que: ∑ Fx = 0; ∑ Fy = 0 e
RB · 8 = 200 · 5 ∴
que ∑ M = 0.
RB = 125 N
I. ∑ Fx = 0 → T – H = 0
– Retomando a equação (I):
T = H (A)
RA + RB = 200
II. ∑ Fy = 0 → V – P = 0 → V = P ∴ RA + 125 = 200 ∴ RA= 75 N
V = 400 N
8
Estática ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

ATIVIDADES

01. (UFSM) Para que um corpo esteja em equilíbrio 03. (UFRJ) Na figura a seguir, suponha que o me-
mecânico, é necessário e suficiente que: nino esteja empurrando a porta com uma força
a) apenas a soma de todas as forças aplicadas F1 = 5 N, atuando a uma distância d = 2 m das

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
no corpo seja nula. dobradiças (eixo de rotação) e que o homem
b) apenas a soma dos momentos aplicados no exerça uma força F2 = 80 N a uma distância de
corpo seja nula. 10 cm do eixo de rotação.
c) a soma de todas as forças aplicadas no
corpo seja diferente de zero e a soma dos
momentos aplicados no corpo seja nula.
d) a soma dos momentos aplicados no corpo
seja diferente de zero e a soma de todas as
forças aplicadas no corpo seja nula.
e) a soma de todas as forças aplicadas no cor-
po e a soma dos momentos aplicados no
corpo sejam nulas.

02. (PUC-SP) Podemos abrir uma porta aplicando


uma força F em um ponto localizado próximo
à dobradiça (figura 1) ou exercendo a mesma
força F em um ponto localizado longe da do-
bradiça (figura 2). Sobre o descrito, é correto
afirmar que:
Nessas condições, pode-se afirmar que:
a) a porta estaria girando no sentido de ser
fechada.
b) a porta estaria girando no sentido de ser
aberta.
c) a porta não gira em nenhum sentido.
Figura 1 Figura 2 d) o valor do momento aplicado à porta pelo
a) a porta abre-se mais facilmente na situação homem é maior que o valor do momento apli-
da figura 1, porque o momento da força F cado pelo menino.

Física
aplicada é menor. e) a porta estaria girando no sentido de ser fe-
b) a porta abre-se mais facilmente na situação chada, pois a massa do homem é maior que
da figura 1, porque o momento da força F a massa do menino.
aplicada é maior.
c) a porta abre-se mais facilmente na situação 04. (UEG – Adaptada)
da figura 2, porque o momento da força F
aplicada é menor.
d) a porta abre-se mais facilmente na situação
da figura 2, porque o momento da força F
aplicada é maior.
e) não há diferença entre aplicarmos a força
mais perto ou mais longe da dobradiça, pois
Disponível em:<http://www.cbpf.br/~caruso/titinhas>. Acesso em: 16 out. 2009.
o momento de F independe da distância d
entre o eixo de rotação e o ponto de aplica- Observe a tira acima e responda às questões
ção da força. que seguem.

9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Estática

a) Defina momento de uma força (torque). extremidade direita do andaime, como mostrado
Trata-se de uma grandeza escalar ou veto- na figura a seguir.
rial? Dê exemplos de aplicações no dia a dia.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Sejam TE e TD os módulos das tensões nas cor-
das, respectivamente, da esquerda e da direita e
P o módulo da soma do peso do andaime com o
b) Nos quadrinhos, as formigas parecem estar
tentando arrastar a folha, combinando o mo- peso de Miguel.
vimento de rotação parcial com translação. Analisando-se essas informações, é correto afir-
Isso parece fazer algum sentido, fisicamente mar que:
falando? Justifique seu ponto de vista.
a) TE = TD e TE + TD = P.
b) TE = TD e TE + TD > P.
c) TE < TD e TE + TD = P.
d) TE < TD e TE + TD > P.

07. (UFMG) A figura mostra um brinquedo, co-


mum em parques de diversão, que consiste
de uma barra que pode balançar em torno de
seu centro. Uma criança de peso P1 senta-se
05. (PUC-Rio – 2012) Um bloco de massa M = 1,0 kg na extremidade da barra a uma distância X do
está preso a uma polia de raio R = 0,2 m atra-
centro de apoio. Uma segunda criança de peso
vés de um fio inextensível e sem massa, como
mostra a figura. Sabendo que o bloco desce com x
P2 senta-se do lado oposto a uma distância
uma aceleração de 3,0 m/s2, calcule o torque em 2
do centro.
N ∙ m realizado pelo fio na extremidade da polia.
x
2 x
P2 P1

Para que a barra fique em equilíbrio na horizon-


tal, a relação entre os pesos das crianças deve
1 kg ser:
1
a) P2 = P1 .
2
Dado: g = 10,0 m/s2
b) P2 = P1.
a) 0,6
b) 1,4 c) P2 = 2 P1.
c) 2,0 d) P2 = 4 P1.
d) 3,5
e) 6,0 08. (Cesgranrio) Um fio, cujo limite de resistência é
de 25 N, é utilizado para manter em equilíbrio, na
06. (UFMG – 2010) Para pintar uma parede, Miguel
está sobre um andaime suspenso por duas cor- posição horizontal, uma haste de metal, homogê-
das. Em certo instante, ele está mais próximo da nea, de comprimento AB = 80 cm e peso =15 N.
10
Estática ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

A barra é fixa em A, numa parede, através de uma 11. (Unicamp) A figura a seguir mostra uma árvore que
articulação, conforme indica a figura a seguir. sofreu uma poda drástica e perdeu a parte esquer-
da da sua copa. Após a poda, o centro de massa
(CM) da árvore passou a ser à direita do eixo do
tronco. Uma forte rajada de vento exerce uma força
Fio horizontal Fvento sobre a árvore, atuando ao longo

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
de uma linha que fica a uma altura h da raiz.
x

A B

A menor distância x, para a qual o fio manterá a


haste em equilíbrio, é:
a) 16 cm.
b) 24 cm.
c) 30 cm.
d) 36 cm.
Para que a árvore permaneça em equilíbrio estáti-
e) 40 cm.
co é necessário que tanto a força quanto o torque
09. (UFRGS) A figura a seguir representa uma ala- resultante na árvore sejam nulos. O torque de
vanca constituída por uma barra homogênea uma força com relação a um ponto O é dado pelo
e uniforme, de comprimento de 3 m, e por um produto do módulo da força pelo seu braço, que
ponto de apoio fixo sobre o solo. Sob a ação de é a distância do ponto O à linha de ação da força.
um contrapeso P igual a 60 N, a barra permane- Assim, qual é o conjunto de forças agindo nas
ce em equilíbrio, em sua posição horizontal, nas raí­zes dessa árvore que poderia garantir seu equi-
condições especificadas na figura. líbrio estático?
50 cm 2m a) b)
P

Apoio

Qual é o peso da barra?


a) 20 N
b) 30 N c) d)
c) 60 N
d) 90 N

Física
e) 180 N

10. (Cefet-MG) Uma haste de massa desprezível


está em equilíbrio, sobre um cavalete, com cor-
pos de pesos P e Q, suspensos em cada uma
de suas extremidades, conforme a figura.
12. (UFPR) No Porto de Paranaguá, um guindaste
segura uma barra horizontal em equilíbrio que,
por sua vez, segura a caixa A de 20 kg, conforme
o desenho abaixo:

A relação entre as distâncias X e Y, representa-


das, nessa figura, é expressa por:
a) X = Y/2. c) X = 3Y.
b) X = 2Y. d) 3X = Y.
11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Estática

Nessas condições e considerando-se g = 10 m/s2,


é correto afirmar que o peso da barra será de:
a) 100 N.
b) 120 N. Admita que uma dessas pessoas permaneça so-
c) 85 N. bre o ponto médio da prancha.
d) 95 N. Nessas condições, calcule a distância máxima,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
e) 105 N. em metros, que pode separar as duas pessoas
sobre a prancha, mantendo o equilíbrio.
13. (Cefet-MG) No desenho abaixo, um corpo B, de
massa igual a 4M, está suspenso em um dos
pontos equidistantes de uma barra homogênea,
de comprimento L e massa M, que se encontra
apoiado em uma cunha.

16. (Fatec) Uma barra de ferro, uniforme e homogê-


Para que a barra permaneça em equilíbrio ho- nea, de peso 150 N, está apoiada nos cavaletes
rizontal, um corpo A de massa M deverá ser A e B, distanciados de 3,0 m, conforme a figura
suspenso no ponto: a seguir:
a) I. 1,0 m 2,0 m

b) II.
c) III. A B
d) IV.

14. (FGV-RJ) Três adolescentes, José, Ana e Lúcia, As intensidades das forças de reação nos apoios
pesando, respectivamente, 420 N, 400 N e A e B são, em newtons, respectivamente:
440 N, estão sentados sobre uma gangorra. A a) 75 e 75.
gangorra é de material homogêneo, e seu ponto
b) 50 e 100.
central O está apoiado em um suporte. De um
c) 100 e 50.
lado da gangorra estão José e Ana, distantes do
ponto O, respectivamente, 1,0 m e 1,7 m, equi- d) 150 e 150.
librando a gangorra na horizontal com Lúcia do e) 90 e 60.
outro lado.
17. (Cefet-CE) Na figura a seguir, a ginasta possui
Nessas condições, desprezando efeitos devidos massa de 54 kg e está em equilíbrio. O seu cen-
às dimensões dos jovens, a distância de Lúcia ao tro de gravidade está diretamente na vertical de
ponto O é igual a: P, sobre o piso horizontal. O ponto P dista 0,9 m
a) 3,0 m. de seus pés e 0,6 m de suas mãos. O compo-
nente vertical da força exercida pelo piso sobre
b) 1,0 m.
as mãos da ginasta vale: (Adote g = 10 m/s2)
c) 2,7 m.
CENTRO DE
d) 2,5 m. GRAVIDADE

e) 1,7 m.

15. (Uerj) Uma prancha homogênea de comprimento


igual a 5,0 m e massa igual a 10,0 kg encontra-se
apoiada nos pontos A e B, distantes 2,0 m entre si
0,9 m 0,6 m
e equidistantes do ponto médio da prancha. P

Sobre a prancha estão duas pessoas, cada a) 810 N. d) 32,4 N.


uma delas com massa igual a 50 kg. b) 324 N. e) 8,10 N.
Observe a ilustração: c) 81 N.
12
Estática ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

18. (FGV) Usado no antigo Egito para retirar água 20. (UFSM) Um jogador de 70 kg teve de ser retira-
do Rio Nilo, o shaduf pode ser visto como um do do campo, numa maca. A maca tem 2 m de
ancestral do guindaste. Consistia de uma has- comprimento e os maqueiros, mantendo-a na
te de madeira onde, em uma das extremidades, horizontal, seguram suas extremidades. O cen-
era amarrado um balde, enquanto que, na outra, tro de massa do jogador está a 0,8 m de um dos
uma grande pedra fazia o papel de contrapeso. maqueiros. Considerando-se g = 10 m/s2 e des-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A haste horizontal apoiava-se em outra vertical- prezando a massa da maca, o módulo da força
mente disposta e o operador, com suas mãos vertical exercida por esse mesmo maqueiro é,
entre o extremo contendo o balde e o apoio em N:
(ponto P), exercia uma pequena força adicional a) 280.
para dar ao mecanismo sua mobilidade. b) 350.
c) 420.
d) 700.
e) 1 050.

21. (Fuvest) Em uma academia de musculação,


uma barra B, com 2,0 m de comprimento e mas-
sa de 10 kg, está apoiada de forma simétrica
em dois suportes, S1 e S2, separados por uma
Dados: distância de 1,0 m, como indicado na figura.
peso do balde e sua corda: 200 N; Para a realização de exercícios, vários discos,
peso da pedra e sua corda: 350 N. de diferentes massas M, podem ser colocados
em encaixes, E, com seus centros a 0,10 m de
Para o esquema apresentado, a força vertical cada extremidade da barra. O primeiro disco
que uma pessoa deve exercer sobre o ponto deve ser escolhido com cuidado, para não de-
P, para que o shaduf fique horizontalmente em sequilibrar a barra. Dentre os discos disponíveis,
equilíbrio, tem sentido: cujas massas estão indicadas a seguir, aquele
a) para baixo e intensidade de 100 N. de maior massa e que pode ser colocado em
b) para baixo e intensidade de 50 N. um dos encaixes, sem desequilibrar a barra, é o
disco de:
c) para cima e intensidade de 150 N.
d) para cima e intensidade de 100 N.
e) para cima e intensidade de 50 N.

19. (Uece) Uma gangorra de um parque de diversão


tem três assentos de cada lado, igualmente es-
paçados um do outro, nos respectivos lados da
gangorra. Cinco assentos estão ocupados por

Física
garotos cujas respectivas massas e posições
estão indicadas na figura.
a) 5 kg.
b) 10 kg.
c) 15 kg.
d) 20 kg.
e) 25 kg.

22. (PUC Minas) Na figura desta questão, um jovem


Assinale a alternativa que contém o valor da mas-
de peso igual a 600 N corre por uma prancha ho-
sa, em kg, que deve ter o sexto ocupante para
mogênea, apoiada em A e articulada no apoio B.
que a gangorra fique em equilíbrio horizontal.
A prancha tem o peso de 900 N e mede 9,0 m.
a) 25
Ela não está presa em A e pode girar em torno
b) 29 de B. A máxima distância que o jovem pode per-
c) 35 correr, medida a partir de B, sem que a prancha
d) 50 gire, é:
13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Estática

A 6,0 m B a) 580 e 720.


b) 600 e 700.
3,0 m c) 300 e 140.
d) 3 000 e 1 400.

26. (EsPCEx – 2012) Uma barra horizontal rígida e


de peso desprezível está apoiada em uma base

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) 1,75 m. no ponto O. Ao longo da barra estão distribuídos
b) 2,00 m. três cubos homogêneos com pesos P1, P2 e P3
c) 2,25 m. e centros de massa G1, G2 e G3, respectivamen-
te. O desenho abaixo representa a posição dos
d) 2,50 m.
cubos sobre a barra com o sistema em equilíbrio
23. (UFPE) Uma menina de 50 kg caminha sobre estático.
uma prancha com 10 m de comprimento e 10 kg
G1 G2 G3
de massa. A prancha está apoiada em suas ex-
O
tremidades, nos pontos A e B, como mostra a
figura. No instante em que a força normal em B é 40 cm 6 cm
igual ao dobro da normal em A, a que distância, r
em metros, a menina se encontra do ponto B? C1 O´ C2 C3
Desenho ilustrativo

A B O cubo com centro de massa em G2 possui


peso igual a 4P1 e o cubo com centro de mas-
sa em G3 possui peso igual a 2P1. A projeção
ortogonal dos pontos G1, G2, G3 e O sobre a
10 m
reta r paralela à barra são, respectivamente,
os pontos C1, C2, C3 e O’. A distância entre os
24. (UFRJ) A figura mostra uma garrafa mantida pontos C1 e O’ é de 40 cm e a distância entre
em repouso por dois suportes A e B. Na situ- os pontos C2 e O’ é de 6 cm. Nessa situação,
ação considerada, a garrafa está na horizontal a distância entre os pontos O’ e C3 representa-
e os suportes exercem sobre ela forças verti- dos no desenho, é de:
cais. O peso da garrafa e seu conteúdo têm um a) 6,5 cm.
módulo igual a 14 N e seu centro de massa C b) 7,5 cm.
situa-se a uma distância horizontal D = 18 cm c) 8,0 cm.
do suporte B.
d) 12,0 cm.
A e) 15,5 cm.

C 27. (Fuvest – 2012) O gráfico abaixo representa a


força F exercida pela musculatura eretora sobre
a coluna vertebral, ao se levantar um peso, em
B função do ângulo ϕ, entre a direção da coluna e
d D a horizontal.
P
F

Sabendo que a distância horizontal entre os su-


portes A e B é d =12 cm, determine o sentido da
força que o suporte A exerce sobre a garrafa e
calcule seu módulo.

25. (Uece – 2012) A plataforma de um andaime é 0


70 ϕ (graus)
construída com uma tábua quadrada uniforme
de 60 kg e 5 m de lado. Essa plataforma repousa
sobre dois apoios em lados opostos. Um pintor Ao se levantar pesos com postura incorreta, essa
de 70 kg está em pé no andaime a 2 m de um força pode se tornar muito grande, causando do-
dos apoios. Considere o módulo da aceleração res lombares e problemas na coluna.
da gravidade g = 10 m/s2. Assim, a força exerci- Com base nas informações dadas e no gráfico
da pelos apoios sobre a plataforma, em N, é: acima, foram feitas as seguintes afirmações:
14
Estática ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

I. Quanto menor o valor de ϕ, maior o peso 29. (Enem) Realizando uma única pesagem, é pos-
que se consegue levantar. sível montar pacotes de:
II. Para evitar problemas na coluna, um haltero- a) 3 kg.
filista deve procurar levantar pesos adotando b) 4 kg.
postura corporal cujo ângulo ϕ seja grande. c) 6 kg.
III. Quanto maior o valor de ϕ, menor a tensão d) 8 kg.
na musculatura eretora ao se levantar um

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
e) 12 kg.
peso.
30. (Enem) Realizando exatamente duas pesagens,
Está correto apenas o que se afirma em: os pacotes que podem ser feitos são os de:
a) I. a) 3 kg e 6 kg.
b) II. b) 3 kg, 6 kg e 12 kg.
c) III. c) 6 kg, 12 kg e 18 kg.
d) I e II. d) 4 kg e 8 kg.
e) II e III. e) 4 kg, 6 kg e 8 kg.
28. (Enem) Um portão está fixo em um muro por 31. (Enem – 2012) O mecanismo que permite articular
duas dobradiças A e B, conforme mostra a figu- uma porta (de um móvel ou de acesso) é a do-
ra, sendo P o peso do portão. bradiça. Normalmente, são necessárias duas ou
mais dobradiças para que a porta seja fixada no
móvel ou no portal, permanecendo em equilíbrio e
A podendo ser articulada com facilidade. No plano,
o diagrama vetorial das forças que as dobradiças
exercem na porta está representado em:
a) d)
B

b) e)
Caso um garoto se dependure no portão pela
extremidade livre, e supondo que as reações
máximas suportadas pelas dobradiças sejam
iguais:
c)
a) é mais provável que a dobradiça A arrebente
primeiro que a B.
b) é mais provável que a dobradiça B arrebente
primeiro que a A.
c) seguramente as dobradiças A e B arrebenta- 32. (Mackenzie – 2011) Em uma experiência, a bar-
ra homogênea, de secção reta constante e peso

Física
rão simultaneamente.
d) nenhuma delas sofrerá qualquer esforço. 100 N, é suspensa pelo seu ponto C, por um fio
e) o portão quebraria ao meio, ou nada sofreria. ideal, e mantida em equilíbrio como mostra a fi-
gura. Nas extremidades da barra são colocados
os corpos A e B. Sabe-se que o peso do corpo
O texto a seguir refere-se às questões 29 e 30. B é 80 N. A tração no fio que sustenta essa barra
Um armazém recebe sacos de açúcar de 24 kg tem intensidade:
para que sejam empacotados em embalagens
menores. O único objeto disponível para pesa-
1m 4m
gem é uma balança de 2 pratos, sem os pesos
metálicos. A B
C

A B

a) 650 N. d) 420 N.
b) 550 N. e) 320 N.
c) 500 N.
15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Estática

33. (UEL – 2012) Uma das condições de equilíbrio é 34. (FGV – 2011) Em um poste, uma trave horizontal
que a soma dos momentos das forças que atu- feita de madeira serve de suporte para os três
isoladores de alta tensão, responsáveis, tam-
am sobre um ponto de apoio seja igual a zero.
bém, por manter os fios sobrelevados.
0,2 m 0,1 m 0,3 m 0,3 m

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A B C

m1 m2

Figura: Modelo simplificado de um móbile

Considerando o modelo simplificado de um


Os pesos da trave e dos isoladores podem ser
móbile (figura), onde AC representa a distância considerados desprezíveis. Cada fio exerce
entre o fio que sustenta m1 e o fio que sustenta sobre seu isolador uma força vertical de intensi-
m2, e AB = 1/8 AC, qual a relação entre as mas- dade 400 N e, por essa razão, além da trave ser
presa diretamente ao poste, uma haste inclina-
sas m1 e m2?
da exerce um esforço adicional para cima, em
a) m1 = 1/8 ∙ m2 newtons, de intensidade:
b) m1 = 7 ∙ m2 a) 100.
b) 200.
c) m1 = 8 ∙ m2
c) 300.
d) m1 = 21 ∙ m2 d) 400.
e) m1 = 15 ∙ m2 e) 600.

ANOTAÇÕES

16
UNIDADE 9
HIDROSTÁTICA
í s i ca
F
O equilíbrio dos fluidos .........................................2

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Densidade de um corpo ........................................3
Pressão .....................................................................7
Pressão exercida por um líquido ...................... 12
Teorema de Stevin .............................................. 18
Teorema de Pascal .............................................. 26
Prensa hidráulica ................................................. 27
Teorema de Arquimedes .................................... 32

Nosso primeiro habitat é em meio fluido: o líquido


amniótico. Depois que nascemos, continuamos a
viver em um meio fluido: o ar. Então, nada mais
razoável do que estudarmos as propriedades físicas
que caracterizam um meio fluido.

Hellen Sergeyeva/Pavel Losevsky/adaptada/123RF

Dmitry Kalinovsky/Derrick Neil/123RF


ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

COMPETÊNCIA HABILIDADE

6 20
O equilíbrio dos fluidos
A té agora, estudamos os compor- Sentido de Sentido de
Rotação Rotação

tamentos cinemático e dinâmico


dos corpos sólidos. No entanto, frequen-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
temente estamos em contato com meios
que não são sólidos, como o ar e a água. Balde com água Após o balde
girando em torno parar de girar, a água
A matéria capaz de escoar facilmente é de um eixo de rotação. ainda continua girando.
Balde com água girando emcom água girando em
Balde Após o balde parar deApós
girar,oabalde parar de girar, a
denominada fluido e, de uma forma geral, torno de um eixo de rotação água ainda continua girando
torno de um eixo de rotação água ainda continua girando

pode-se dizer que os líquidos e os gases


Você notará que a água continuará
são fluidos.
girando, apesar de o recipiente estar em
Existe um campo particular da Física
repouso (equilíbrio). Portanto, para que um
denominado Mecânica dos Fluidos, o qual
fluido esteja em equilíbrio, é necessário que
se preocupa em estabelecer regras natu-
o recipiente esteja em repouso ou em movi-
rais aos comportamentos cinemático, dinâ-
mico e estático de um fluido. Estudaremos mento retilíneo uniforme e o líquido esteja
o comportamento dos fluidos quando es- em repouso em relação ao recipiente.
tão estáticos, ou seja, em equilíbrio. Esse
tópico denomina-se Hidrostática. Quando um gás está
Quando um líquido em equilíbrio?
está em equilíbrio? Da mesma forma que os líquidos, um
gás estará em equilíbrio se, antes de mais
Ao se colocar água em um copo, a por- nada, o recipiente que o contiver estiver
ção de água toma a forma deste. Assim, em equilíbrio. Quanto ao gás em si, sabe-
se o copo for cilíndrico, a água assumirá mos que as moléculas que o compõem
a forma cilíndrica; se tiver a forma de um não estão ligadas umas às outras e as
tronco de cone, a água terá esse aspecto, forças de coesão são praticamente nulas.
e assim por diante. Como consequência, toda molécula de
O volume de água não muda se ela um gás está em movimento em relação ao
for passada de um copo que tenha deter-
recipiente, o que poderia sugerir que um
minado formato para outro com formato
gás nunca está em equilíbrio nessa situa-
diferente. Uma garrafa de 2 litros mantém
ção. Porém, se analisarmos o movimento
o mesmo volume ao ter seu conteúdo des-
das partículas do gás, veremos que esse
pejado em um jarro cilíndrico.
movimento é caótico, não apresentando
Concluímos que o líquido é um fluido
nenhuma direção preferencial de movi-
com volume definido e forma indefinida
mento. Você já deve ter visto, no verão,
e que, portanto, ao ser estudado, deve-
-se considerar o recipiente que o contém. uma nuvem de insetos parada sobre al-
Dessa forma, um líquido estará em equilí- gum arbusto. Lembre que os insetos que
brio se, antes de mais nada, o recipiente a compõem estão todos em movimento,
que o contiver estiver em equilíbrio. embora a nuvem no todo esteja em repou-
Mas isso ainda não é tudo. Faça a so. As moléculas de um gás encerrado
seguinte experiência: pegue um balde e, em um recipiente se comportam como os
dentro dele, coloque um pouco de água; insetos do exemplo. Dizemos que um gás
gire esse balde, pela alça, em torno de um está em equilíbrio, em relação ao recipien-
eixo vertical que passe pelo balde e depois te, se não houver direção preferencial de
pare de girá-lo, conforme a figura a seguir. movimento das moléculas do gás. 

2
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

Densidade de um corpo
Massa específica de Como as unidades que mais apare-
cem em exercícios são g/cm3 e kg/m3,
uma substância

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
apresentamos, abaixo, a conversão entre
Há uma brincadeira comum entre estu- essas unidades.
dantes, na qual se pergunta: “O que pesa x 1 000
mais, um quilo de algodão ou um quilo de g/cm3 kg/m3
chumbo?”. Se a pessoa estiver distraída, é ÷ 1 000
capaz de responder que um quilo de chum- ou
bo pesa mais. Ora, um quilo de chumbo x 103
pesa tanto quanto um quilo de algodão. g/cm3 kg/m3
x 10–3
Então, o que nos induz ao erro? É o volu-
me necessário para se conseguir a mesma Agora, pode-se entender que, ao se di-
massa de chumbo e de algodão. Há algo zer que a madeira é mais leve que a água,
no senso comum que confunde massa está se considerando que a madeira é
com volume. É comum as pessoas acha- menos densa que a água, assim como o
rem que um homem gordo é muito mais algodão é menos denso que o chumbo
pesado que um homem ­ musculoso de e o dirigível é menos denso que o ar.
igual estatura. Em geral, o ­musculoso tem Suponha, uma bola oca de aço. A den-
maior massa que o gordo, apesar de ter sidade da bola é a razão entre a massa do
menor volume. aço que compõe a bola e o volume des-
Uma vez entendida a diferença entre ta. A densidade do aço é a razão entre a
massa e volume, passemos ao segundo massa e o volume deste, obtido ao excluir
ponto. o volume do espaço vazio do volume da
Costuma-se dizer que a madeira flu- bola. A densidade de uma substância é de-
tua por ser mais leve que a água e que nominada massa específica da substância.
o dirigível voa por ser mais leve que o ar. Assim, deve-se dizer:
Como assim, mais leve? Na verdade, para 1. densidade de um corpo (relação entre
se considerar a madeira mais leve que a a massa e o volume de um corpo, o
água é necessário tomar volumes iguais qual pode ser oco);
de água e de madeira. Para explicar toda
2. massa específica de uma substância
essa relação, há uma grandeza física
(relação entre a massa e o volume de

Física
denominada densidade, definida como o
uma substância).
quociente entre a massa de um corpo e o
respectivo volume. Em símbolos: Veja:
1. Uma lata contém 900 cm3 de óleo de
m massa específica igual a 0,9 g/cm3.
d=
V Podemos concluir que a lata contém,
de óleo:
d: densidade do corpo (kg/m3)
m: massa do corpo (kg) a) 1000 g. d) 800 g.
V: volume do corpo (m3) b) 900 g. e) 100 g.
No Sistema Internacional de Unidades c) 810 g.
(SI), a unidade de densidade é kg/m3. m
do = o → mo = do · Vo
Outras unidades aparecem com alguma Vo
frequência, tais como kg/L e g/cm3. mo = 0,9 · 900 ∴ mo = 810 g

3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

ATIVIDADES

01. (UTFPR) O mercúrio é um metal que possui den- a) 1,08 bilhão de litros.
sidade de 13,6 g/cm3, em condições normais. b) 1,20 bilhão de litros.
Dessa forma, um volume de 1 litro (1 dm3) desse c) 1,33 bilhão de litros.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
metal tem massa, em quilogramas, igual a: d) 8,00 bilhões de litros.
a) 0,0136. e) 8,80 bilhões de litros.
b) 0,136.
04. (CPS) Um paralelepípedo homogêneo de madei-
c) 1,36. ra, de altura igual a 20 cm e área da base igual a
d) 13,6. 6,25 cm2, apresenta 100 g de massa.
e) 136. Lembre-se da densidade da água: dágua=1 g/cm3.
Podemos afirmar que o paralelepípedo, quando
02. Um dos combustíveis mais utilizados no mundo
colocado na água, flutuará, pois sua densidade é:
atual é a gasolina, que é uma mistura de hidro-
a) menor que a da água e vale 0,4 g/cm3.
carbonetos. O recipiente a seguir está na sua
b) menor que a da água e vale 0,6 g/cm3.
capacidade máxima com aproximadamente
c) menor que a da água e vale 0,8 g/cm3.
4,8 · 106 g (gramas) desse combustível.
d) igual a da água e vale 1,0 g/cm3.
e) maior que a da água e vale 1,2 g/cm3.

05. (Fuvest) Os chamados “buracos negros”, de


elevada densidade, seriam regiões do Universo
3m
capazes de absorver matéria, que passaria a ter
a densidade desses buracos. Se a Terra, com
massa da ordem de 1027 g, fosse absorvida por
um “buraco negro” de densidade 1024 g/cm3,
1m ocuparia um volume comparável ao:
a) de um nêutron.
2m b) de uma gota d’água.
c) de uma bola de futebol.
Determine a densidade da gasolina, em g/cm3. d) da Lua.
a) 0,8 e) do Sol.
b) 1,0
c) 1,25 06. (PUCPR) Um trabalho publicado em revista cien-
d) 8 tífica informou que todo o ouro extraído pelo
homem, até os dias de hoje, seria suficiente para
e) 12,5
encher um cubo de aresta igual a 20 m. Sabendo
que a massa específica do ouro é, aproximada-
03. (Enem) O pó de café jogado no lixo caseiro e, prin-
mente, de 20 g/cm3, podemos concluir que a
cipalmente, as grandes quantidades descartadas em
massa total de ouro extraído pelo homem, até
bares e restaurantes poderão transformar em uma nova
agora, é de, aproximadamente:
opção de matéria-prima para a produção de biodiesel,
a) 4,0 · 105 kg.
segundo estudo da Universidade de Nevada (EUA).
b) 1,6 · 105 t.
No mundo, são cerca de 8 bilhões de quilogramas de
c) 8,0 · 103 t.
pó de café jogados no lixo por ano. O estudo mostra
d) 2,0 · 104 kg.
que o café descartado tem 15% de óleo, o qual pode
e) 20 milhões de toneladas.
ser convertido em biodiesel pelo processo tradicional.
Além de reduzir significativamente emissões prejudi- 07. (UFT – 2012) Para um aumento de temperatura
ciais, após a extração do óleo, o pó de café é ideal observa-se que a maioria das substâncias dilata-
como produto fertilizante para jardim. -se, isto é, aumenta de volume. Porém, o mesmo
Revista Ciência e Tecnologia no Brasil, n. 155, jan. 2009. não ocorre com a água em estado líquido, que
apresenta comportamento anômalo entre 0 °C e
Considere o processo descrito e a densidade do 4 °C, ou seja, nesse intervalo de temperatura o
biodiesel igual a 900 kg/m3. Com base na quan- volume da água diminui. Por outro lado, quando
tidade de pó de café jogada no lixo por ano, a a água é aquecida acima de 4 °C seu volume au-
produção de biodiesel seria equivalente a: menta à medida que a temperatura aumenta. O
4
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

gráfico abaixo ilustra a variação do volume com Um técnico de um órgão de defesa do consu-
o aumento da temperatura para 1 g (um grama) midor inspecionou cinco postos suspeitos de
de água. venderem álcool hidratado fora das normas.
Colheu, então, uma amostra do produto de cada
1.0003 posto e mediu a densidade de cada uma delas.
Volume [cm3] Obteve os seguintes resultados:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
1.0002
Posto Densidade do combustível (g/L )

1.0001 I 822
II 820
1 III 815
0 2 4 6 8 10
Temperatura [°C] IV 808
V 805
Considerando o gráfico acima, assinale a al-
ternativa que apresenta a correta variação da Com base nesses dados, o técnico pôde con-
densidade em função da temperatura, para 1 g cluir que estavam com o combustível adequado
somente os postos:
de água.
a) I e II.
a) 1
b) I e III.
Densidade [g/cm3]

0.9999
c) II e IV.
0.9998 d) III e V.
0.9997 e) IV e V.
0.9996
0 2 4 6 8 10
Temperatura [°C] 09. (Enem – 2012) Um consumidor desconfia que a
balança do supermercado não está aferindo corre-
b) 1
tamente a massa dos produtos. Ao chegar a casa
Densidade [g/cm3]

0.9999
resolve conferir se a balança estava descalibrada.
0.9998
Para isso, utiliza um recipiente provido de escala
0.9997
volumétrica contendo 1,0 litro d’água. Ele coloca
0.9996 uma porção dos legumes que comprou dentro do
0 2 4 6 8 10
Temperatura [°C]
recipiente e observa que a água atinge a marca
c) 1 de 1,5 litro e também que a porção não ficara to-
Densidade [g/cm3]

0.9999 talmente submersa, com 1/3 de seu volume fora


0.9998 d’água. Para concluir o teste, o consumidor, com
0.9997 ajuda da internet, verifica que a densidade dos le-
0.9996
gumes, em questão, é a metade da densidade da
0 2 4 6 8 10
Temperatura [°C] água, onde, Págua = 1 g/cm3. No supermercado a
balança registrou a massa da porção de legumes
d) 1
igual a 0,500 kg (meio quilograma).

Física
Densidade [g/cm3]

0.9999
0.9998 Considerando que o método adotado tenha boa
0.9997 precisão, o consumidor concluiu que a balança
0.9996
0 2 4 6 8 10
estava descalibrada e deveria ter registrado a
Temperatura [°C] massa da porção de legumes igual a:
e) 1 a) 0,073 kg.
Densidade [g/cm3]

0.9999
b) 0,167 kg
0.9998
c) 0,250 kg.
d) 0,375 kg.
0.9997
e) 0,750 kg.
0.9996
0 2 4 6 8 10
Temperatura [°C]
10. (Enem) A gasolina é vendida por litro, mas, em
sua utilização como combustível, a massa é o
08. (Enem) Pelas normas vigentes, o litro do álco- que importa. Um aumento da temperatura do am-
ol hidratado que abastece os veículos deve ser biente leva a um aumento no volume da gasolina.
constituído de 96% de álcool puro e 4% de água Para diminuir os efeitos práticos dessa variação,
(em volume). As densidades desses componen- os tanques dos postos de gasolina são subterrâ-
tes são dadas: dágua = 1 000 g/L, dálcool = 800 g/L. neos. Se os tanques não fossem subterrâneos:
5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

I. Você levaria vantagem ao abastecer o carro 02) A mistura etanol-água tem sua densidade di-
na hora mais quente do dia, pois estaria com- minuída em relação à densidade do etanol.
prando mais massa por litro de combustível. 04) A determinação da densidade absoluta de
II. Abastecendo com a temperatura mais bai- uma substância só é possível quando a
xa, você estaria comprando mais massa de substância tem formato regular.
combustível para cada litro. 08) Um alimento deteriorado tem a sua densida-
III. Se a gasolina fosse vendida por quilo em vez

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
de alterada em relação à normal.
de por litro, o problema comercial decorrente Soma ( )
da dilatação da gasolina estaria resolvido.
Dessas considerações, somente: 12. Efetue as transformações das unidades abaixo
a) I é correta. (respostas em notação científica).
b) II é correta.
a) 5 m3 = cm3
c) III é correta.
d) I e II são corretas. b) 2 cm3 = dm3
e) II e III são corretas.
c) 500 cm3 = L
11. (UEPG – 2011) Um dos conceitos da física de d) 4 L = dm3
vital importância no cotidiano é a densidade.
Nesse contexto, assinale o que for correto. e) 1 m3 = dm3
01) A elevação de um balão na atmosfera depen- f) 7 m3 = L
de da temperatura do ar que está confinado
no seu interior. g) 2 000 L = m3

ANOTAÇÕES

6
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

Pressão
Q uando as pessoas vão à praia,
normalmente se armam de aces-
sórios para se divertirem e se protegerem
FN

P=
F

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A
do Sol. Uma dessas peças é o guarda-sol.
Para que o banhista possa ficar abrigado
sob ele, o guarda-sol deve ser fincado na A unidade de pressão no Sistema
areia. Note que algumas pessoas sofrem Internacional de Unidades (SI) é o pascal
muito para fincá-lo na areia, pois o fazem (Pa), definido como a razão entre 1  N e
como se introduzissem um palito de dentes 1 m2, em símbolos, 1 Pa = 1 N/m2.
em um bolo. Por maior que seja a intensi-
p = pressão (N/m2)
dade da força aplicada pelo banhista no
F = força (N)
cabo, a areia resiste à penetração do cabo.
Por outro lado, algumas pessoas rea- A = área (m2)
lizam essa tarefa com extrema facilidade.
Isso porque, em vez de usarem a ponta Veja:
do cabo, usam a extremidade oposta que
Uma pessoa de 70 kg está sentada
contém a emenda entre o cabo e o res-
em uma cadeira de 2 kg, cujas pernas
tante do guarda-sol. Essa emenda é feita
têm 2 cm2 de base cada uma. Admitindo
de um cilindro metálico oco e sua borda é
g = 10 m/s2, calcule a pressão que cada pé
uma lâmina afiada capaz de cortar a areia
da cadeira exerce sobre o chão, quando a
com a aplicação de uma força de pequena
pessoa não está com seus pés apoiados
intensidade. Faz-se um buraco e depois
no chão.
acomoda-se o cabo nesse orifício.
A cadeira transmite ao solo uma força
de intensidade igual ao peso do conjunto
pessoa-cadeira. Cada um dos pés da
cadeira transmite ao solo uma quarta parte
dessa força.
P = (Mp + Mc) · g → P = (70 + 2) · 10 ∴
Esse exemplo nos mostra que o efeito
que uma força pode provocar em outro N = 720 N

Física
corpo não depende somente da inten- A força N transmitida por cada pé da
sidade dela, mas também da área da cadeira terá intensidade:
superfície de contato entre os corpos. Uma
720
moça não se arrisca a andar de salto alto N= ∴ N = 180 N
4
e fino na areia, pois sabe que o salto irá
N
penetrar na areia. Mas essa mesma moça A pressão será P = , em que A é a
A
anda na areia com sua sandália de salto área da superfície de contato:
plataforma. A força que a moça aplica no
solo é a mesma nos dois casos, porém a A = 2 cm2 = 2 · 10–4 m2
superfície de contato entre o calçado e a Logo:
areia é diferente. Dizemos que a pressão 180
P= ∴ P = 9 · 105 Pa
exercida pela moça no solo é diferente nos 2 · 10–4
dois casos.

7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

LEITURA E TROCA DE IDEIAS

Pressões no cotidiano
O rastro dos animais
Qualquer objeto exerce uma pressão sobre a superfície na qual ele repousa.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Steve Ball/123RF Mauro Rodrigues/123RF

O rastro deixado pelos pneus de um veículo ou pelas patas dos animais resulta da pressão exercida sobre
o solo. As impressões digitais resultam da pressão que os dedos exercem sobre os objetos ao alphaspirit/123RF

pegá-los.

A pressão atmosférica
A enorme massa de ar existente acima de nós exerce uma pressão sobre todos os seres
vivos na superfície terrestre.
À medida que subimos uma montanha (imagem ao lado), a pressão exercida pelo ar se
torna menor, pois o peso do ar se reduziu (a quantidade de ar acima de nós é menor).
Por isso, a grandes altitudes a pressão é bastante reduzida, forçando os escaladores de
montanha a tomar precauções.

Pressão no fundo do mar


À medida que descemos no mar a profundidades cada vez maiores, a pressão da água
aumenta. O aumento da pressão força os escafandristas a utilizarem roupas muito especiais.
O que acarreta o aumento da pressão é o aumento do peso do fluido que está acima do
mergulhador. Quanto maior for a profundidade, tanto maior será o peso do líquido e, portanto,
maior será a pressão.
ateliersommerland/Shaun Wilkinson/123RF – adaptada

8
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

A pressão provocada pelo aquecimento de um gás


Sabemos que, à medida que aquecemos um gás, a pressão sobre as paredes do recipiente aumenta.

Algumas caldeiras e panelas de pressão são construídas de tal forma a resistir ao seu rompimento sob
grandes pressões.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O que provoca a pressão de um gás sobre um reci-
Mr.Yongyut Kasawong
piente é a colisão das moléculas do gás com as paredes
do objeto. Ao colidir com as paredes do recipiente, as
moléculas exercem forças sobre alas. Essas forças resul-
tam da mudança de sentido da velocidade das moléculas.
Elas (as forças) são tão maiores quanto maiores forem as
velocidades das moléculas.

Ao aquecermos um gás, aumentamos a velocidade das moléculas. O aumento da velocidade provoca o


aumento da força exercida sobre a parede e, consequentemente, o aumento da pressão.
PRESSÕES no cotidiano. Disponível em: <http://efisica.if.usp.br/mecanica/ensinomedio/pressao/cotidiano/>. Acesso em: 3 jul. 2014.

Com base no texto, discuta com seus colegas a ideia de pressão e procure respon-
der às seguintes questões:
Elnur Amikishiyev/123RF

01. Por que mulheres que usam calçados de


salto alto de base fina têm dificuldade para
andar na grama?

02. Entre várias facas feitas do mesmo material


costuma ser mais afiada aquela que tem a
lâmina mais fina. O que isso tem a ver com pressão?

03. Para algumas pessoas, a ex-


pressão “cama de pregos” está
associada à imagem de um
místico indiano que deita sobre

Física
pregos horas a fio. A prática,
que deve ter sido originada na
Índia, hoje é uma forma de en-
tretenimento. Em circos, apre-
sentações e outros eventos,
deitar em uma cama de pregos Leon
ello
Calv
é uma expressão de vigor, cora- etti

gem e resistência do artista em


relação à dor.
Explique como isso é possível,
usando a ideia de pressão.

04. Você provavelmente já teve sua pressão arterial medida por um médico ou enfer-
meiro. Ele deve ter anotado dois valores: pressão arterial é medida como sistólica
e diastólica. Faça uma pesquisa para saber o que significa pressão arterial e qual
é a diferença entre sistólica e diastólica.
9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

ATIVIDADES

01. (PUC Minas) Um carro de 1 000 kgf de peso 04. (Unicamp – Adaptada) Os grandes problemas con-
(10 000 N) apoia-se igualmente sobre quatro temporâneos de saúde pública exigem a atuação efi-
pneus que estão cheios de ar à pressão de ciente do Estado que, visando à proteção da saúde da

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
25 lb/pol2 (1,86 · 105 N/m2). A área de cada pneu população, emprega tanto os mecanismos de persua-
em contato com o solo vale, aproximadamente, são (informação, fomento), quanto os meios materiais
em m2: (execução de serviços) e as tradicionais medidas de
a) 6,25 · 10–4. política administrativa (condicionamento e limitação da
b) 5,4 · 10–3. liberdade individual). Exemplar na implementação de
c) 1,34 · 10–2. política pública é o caso da dengue, que se expandiu
d) 2,5 · 10–2. e tem-se apresentado em algumas cidades brasilei-
ras na forma epidêmica clássica, com perspectiva de
02. (UFSM) Referindo-se à estrutura física, uma das ocorrências hemorrágicas de elevada letalidade. Um
causas importantes da degradação do solo na importante desafio no combate à dengue tem sido o
agricultura é a sua compactação por efeito das acesso aos ambientes particulares, pois os profissionais
máquinas e da chuva. Um trator tem rodas de dos serviços de controle encontram, muitas vezes, os
grande diâmetro e largura para que exerça con- imóveis fechados ou são impedidos pelos proprietários
tra o solo, pequeno(a): de penetrarem nos recintos. Dada a grande capacidade
dispersiva do mosquito vetor, Aedes aegypti, todo o es-
a) pressão.
forço de controle pode ser comprometido caso os ope-
b) força.
radores de campo não tenham acesso às habitações.
c) peso. Programa Nacional de Controle da Dengue.
d) energia. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2002. (Adaptado).
e) atrito. O texto se refere ao combate ao mosquito ve-
tor da dengue. Um parâmetro importante usado
03. (Cefet-MG) Dentre os quatro objetos maciços, no acompanhamento da proliferação da dengue
de mesma massa e mesmo material, o que exer- nas grandes cidades é o raio de voo do mosqui-
ce maior pressão sobre um plano liso e rígido to, que consiste na distância máxima dentro da
está representado em: qual ele pode ser encontrado a partir do seu local
a) de origem. Esse raio, que em geral varia de algu-
mas centenas de metros a poucos quilômetros,
é na verdade muito menor que a capacidade de
deslocamento do mosquito.
Assumindo que a pressão necessária para perfurar
a pele humana seja P = 2,0 · 107 N/m2, calcule a
força mínima que deve ser exercida pelo mosquito
na sua picada. A área do seu aparelho bucal pica-
b)
dor em contato com a pele é A = 2,5 · 10–11 m2.

c)

05. (Ufsc) Uma pessoa comprime um lápis entre os


seus dedos, da maneira indicada na figura. Ado-
tando como A a área de superfície de contato
d) entre a ponta do lápis e o dedo polegar e como
B a área de contato entre o lápis e o dedo indi-
cador, e admitindo-se que A seja menor que B,
assinale com V o que for verdadeiro e com F o
que for falso.
10
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

os freios, conforme mostrado na figura, fazendo


o veículo parar.

Ponto de apoio

l a

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
L

MÁXIMO, Antonio; ALVARENGA, Beatriz. Curso de Física.


São Paulo: Scipione, 2002. v. 1. p. 226. A
( ) A intensidade da força do polegar sobre A
é maior que a do indicador sobre B.
( ) A pressão exercida pela força do polegar
sobre A é maior que a do indicador sobre B.
( ) A pressão exercida pela força do polegar Considere que a alavanca tem braço maior, L,
sobre A é igual à do indicador sobre B. igual a 40 cm e braço menor, l, igual a 10 cm, e
( ) Pressão é sinônimo de força. a prensa hidráulica apresenta êmbolos com área
( ) A pressão exercida por uma força sobre uma maior, A, oito vezes maior que a área menor, a.
superfície só depende da intensidade da Levando em consideração as características
força. descritas acima, tal sistema de freios é capaz de
fazer a força exercida no pedal dos freios, pelo
( ) A intensidade da força do polegar sobre A
motorista, aumentar:
é igual à do indicador sobre B.
a) 32 vezes.
06. (PUC Minas) Quando tomamos refrigerante, uti- b) 12 vezes.
lizando canudinho, o refrigerante chega até nós, c) 24 vezes.
porque o ato de puxarmos o ar pela boca: d) 16 vezes.
a) reduz a aceleração da gravidade no interior
08. (Enem – 2012) Um dos problemas ambientais
do tubo.
vivenciados pela agricultura hoje em dia é a
b) aumenta a pressão no interior do tubo. compactação do solo, devida ao intenso tráfego
c) aumenta a pressão fora do canudinho. de máquinas cada vez mais pesadas, reduzindo
d) reduz a pressão no interior do canudinho. a produtividade das culturas.
Uma das formas de prevenir o problema de
07. (UFRN – 2012) Do ponto de vista da Física, o
compactação do solo é substituir os pneus dos
sistema de freios dos carros atuais é formado
tratores por pneus mais:
por uma alavanca e por uma prensa hidráulica.
Enquanto a alavanca tem a capacidade de am- a) largos, reduzindo a pressão sobre o solo.
pliação da força aplicada por um fator igual à b) estreitos, reduzindo a pressão sobre o solo.

Física
razão direta de seus braços, a prensa hidráulica c) largos, aumentando a pressão sobre o solo.
amplia a força da alavanca na razão direta de d) estreitos, aumentando a pressão sobre o solo.
suas áreas. Finalmente, a força resultante aciona e) altos, reduzindo a pressão sobre o solo.

ANOTAÇÕES

11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

Pressão exercida por um


líquido

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Pressão hidrostática horizontal a que separe o líquido em duas
partes.
ou efetiva
Faça uma experiência muito simples:
encha um saco plástico com água e use h
um alfinete para fazer um furo na lateral
desse saco em um ponto próximo da base.

Você verificará duas coisas: Superfície de área A
1. Um jato de água se formará, eviden-
ciando que a água aplica força sobre a
parede do saco plástico. A pressão média aplicada ao plano a
2. O jato formado é perpendicular à pela parte de líquido superior se deve ao
parede do saco plástico, evidenciando peso dessa parte líquida. Se a densidade
que a força aplicada pela água é nor- do líquido for igual a d, a área da base do
mal à superfície do saco plástico. líquido for igual a A e a altura de líquido em
relação ao plano a for igual a h, teremos:
Conclui-se, com isso, que os líqui- F
Pm =
dos aplicam forças em corpos que A
estejam em contato com eles e que Entretanto, a intensidade de F é igual
essas forças são sempre normais à à intensidade do peso da massa líquida
superfície de contato. Como a pressão acima de α, logo:
é definida sempre que uma força normal
F = mL · g
atue em uma superfície, podemos dizer
que um líquido sempre transmite pres-
Escrevendo a massa de líquido em
são à superfície de contato.
função da densidade e lembrando que o
volume do prisma é V = A · h, encontramos
F = d · g · A · h. Retomando a definição,
Definição temos:
Vamos realizar uma segunda experi- d·g·A·h
ência. Encha novamente o saco plástico Pm =
A
e faça outro furo bem acima do furo ante-
rior. Você verificará que o jato do furo mais
Conclui-se que:
abaixo tem maior alcance que o
jato do furo mais acima. Pm = d · g · h
Conclui-se que a pressão
exercida pelo líquido depen- Como a distribuição de FN sobre a
de da posição do ponto superfície α é uniforme, pode-se concluir
considerado (veja um exem- que a pressão em qualquer ponto do plano
plo a seguir). α é igual à pressão média.
Para calcular a pres- De uma forma geral, um líquido em equi-
são em um ponto no líbrio, de densidade d, em um local em que a
interior de uma massa aceleração da gravidade é g, aplica em um
líquida, ima- ponto de seu interior, que esteja a uma pro-
gine um plano fundidade h, uma pressão dada por:
12
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

pA = d · g · h
pA → pressão hidrostática de uma coluna de fluido (N/m2)
d → densidade (kg/m3)
g → aceleração da gravidade (m/s2)
h → altura da coluna de fluido ou profundidade (m)

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Veja:
Um líquido homogêneo de densidade 1,5 g/cm3 encontra-se em equilíbrio no interior
de um recipiente de altura igual a 1 m. Sabendo que o recipiente encontra-se totalmente
cheio, calcule:
a) a densidade do líquido em unidades do Sistema Internacional de Unidades (SI);
Lembrando que 1 g = 10–3 kg e
1 cm3 = 10–6 m3 temos:
1,5 g kg
= 1,5 · 10–6 kg
–3
d= ∴ d = 1,5 · 103
cm3 10 cm3 m3

b) a pressão hidrostática de um ponto do líquido a 80 cm de profundidade, em unidades


do Sistema Internacional de Unidades (SI).
PH = d · g · h → PH = 1,5 · 103 · 10 · 0,8 ∴ PH = 1,2 · 104 Pa

Pressão exercida pelo ar – Pressão atmosférica


Você já deve ter notado que, quando nos dirigimos para o litoral, ao descermos a serra
do mar, uma estranha dor surge em nossos ouvidos. Essa sensação de aperto normal-
mente desaparece após algum tempo ou se taparmos as narinas e a boca e assoprarmos
o ar para fora (o que não é recomendável). A explicação para esse fenômeno é que o ar
tem peso. O ar exerce pressão em todos os corpos que estejam imersos em seu interior.
Por ser um fluido, o seu comportamento é idêntico ao de um líquido, ou seja, quanto
maior é a coluna de ar acima do ponto, maior é a pressão. Então, ao descermos a serra,
a pressão se torna maior do que a que estamos acostumados e o tímpano reage a essa
mudança, apresentando a dor. A questão é como determinar essa pressão atmosférica.
Até meados do século XVII, acreditava-se em um ensinamento aristotélico de que a

Física
natureza tinha “horror ao vácuo”, ou seja, se o vácuo fosse criado em alguma região, ime-
diatamente a matéria avançaria para essa região, espontaneamente, a fim de exterminá-lo.
Assim, segundo Aristóteles, em um tubo como o da figura abaixo, onde se produ-
zisse vácuo pela elevação de um êmbolo, a água subiria até preencher totalmente o
espaço vazio, por absoluto “horror ao vácuo”.
Êmbolo

Vácuo

Água
Ar

Porém, em torno de 1600, em Florença, durante a construção dos jardins do Duque de


Toscana, ­descobriu-se que a água se recusava a subir mais do que 10 m para preencher
13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

o espaço em um cano no qual foi criado o vácuo por uma bomba de sucção. Galileu
foi chamado para explicar o fenômeno e chegou a brincar, dizendo que talvez a água
tivesse “horror ao vácuo” só até 10 m. Galileu já era velho e sugeriu que o problema fosse
passado para Evangelista Torricelli, um discípulo pleno de ideias e vontade de trabalhar.
Torricelli julgou que talvez o peso da coluna de água, dentro do tubo, equilibrasse o peso
do ar fora do tubo, de modo que a água não poderia ultrapassar os 10 m. Se estivesse

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
correto, um líquido mais pesado deveria subir menos do que a água. Realizou, em 1644,
um experimento utilizando mercúrio, cuja densidade é 13,6 vezes a da água, e confirmou
a sua hipótese.

A experiência de Torricelli
Torricelli encheu completamente um tubo de vidro de aproximadamente 1 m de altura
com mercúrio; com o polegar, vedou a extremidade aberta do tubo, emborcou-o em
uma vasilha que também continha mercúrio e retirou o polegar. Observou que o mercúrio
verteu do tubo para a vasilha, porém não completamente. Restou no tubo uma coluna
de, aproximadamente, 76 cm de altura.
Com base nessa experiência, admitiu-se a possibilidade da existência de vácuo, pois
não havia matéria entre a lâmina de mercúrio e o fundo do tubo; que a teoria do “horror
ao vácuo” é absurda; e que a pressão atmosférica, ao nível do mar, é capaz de “susten-
tar” uma coluna de 76 cm de Hg. Posteriormente, Blaise Pascal realizou experimentos
com outros líquidos, em diferentes alturas em relação ao nível do mar, constatando que a
pressão atmosférica depende da altura do local.
Observe a figura a seguir.

Pressão atmosférica

76 cm de Hg

A B

mercúrio

Estando o mercúrio em equilíbrio, não há movimento do líquido nem de A para B,


nem de B para A, logo, a pressão que o ar exerce em A deve ser igual à pressão que a
coluna de mercúrio exerce em B. Por meio dessa constatação, podemos calcular a pres-
são atmosférica em unidades do Sistema Internacional, da seguinte maneira:
Patm = dHg · g · h ⇔ Patm = 13,6 · 103 · 9,8 · 0,76 = → 1,013 · 105 Pa

Patm = 1,013 · 105 Pa


Costumeiramente, usam-se outras unidades para a medida de pressão. As mais
comuns são:
a) Atmosfera (atm), que corresponde à pressão atmosférica ao nível do mar.
b) Metros de coluna d’água (mca).
c) Centímetros de mercúrio (cm de Hg).
d) Milímetros de mercúrio (mm de Hg).

1 atm = 10 mca = 76 cm de Hg = 760 mm de Hg = 1 · 105 Pa (aproximadamente)

14
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

Pressão total ou pressão absoluta


Denomina-se pressão total ou pressão absoluta em um ponto a soma da pressão
devido à coluna de líquido (pressão hidrostática) com a pressão que o meio exerce na
superfície do líquido (p0). Em símbolos:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
pT = psup + phid

Dessa forma, a pressão em um ponto A no interior de um líquido pode ser calculada


da seguinte maneira:

pA = psup + d · g · h

A pressão na superfície do líquido pode ser:

Gás

A pressão atmosférica, A pressão do gás no A pressão atmosférica + P/A,


caso o recipiente esteja interior do balão, caso o caso o líquido suporte um
a céu aberto. recipiente esteja confinado. êmbolo de peso P e área A.

Veja:
1. Um mergulhador se encontra a uma profundidade de 12 m. Determine a pressão total
a que fica submetido, sabendo que no local g = 10 m/s2, a densidade d’água é igual
a 103 kg/m3, e que a pressão atmosférica local é 1 atm. Dê a resposta em Pa, atm, cm
de Hg e mca.
A pressão total é PT = Patm + Phidr.

– Em Pa (pascal):
Patm = 1 · 105 Pa + d · g · h

Física
PT = 105 + 103 · 10 · 12 → PT = 2,2 · 105 Pa

– Em atmosferas (atm):
1 atm → 105 Pa

PT → 2,2 · 105 Pa → PT = 2,2 atm

– Em centímetros de mercúrio (cm de Hg):


76 cm Hg → 105 Pa

PT → 2,2 · 105 Pa → PT = 167,2 cm de Hg

– Em metros de coluna d’água (mca):


10 mca → 105 Pa

PT → 2,2 · 105 Pa → PT = 22 mca

15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

2. Qual é a pressão do gás contido no recipiente que veda o tubo


Gás
que contém um líquido com densidade dL = 1,3 g/cm3, sabendo
que, no fundo do tubo, a pressão é de 0,3 atm e que g = 10 m/s2?
A
Dê a resposta em Pa.

Resolução: 1m

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A pressão na superfície do líquido (PA) é igual à pressão do gás.
Como PB = PA + dgh, basta aplicar os valores numéricos em B

unidades do Sistema Internacional.


Então:
dL = 1,3 g/cm3
dL = 1,3 · 103 kg/m3
PB = 0,3 atm → PB = 0,3 · 105 Pa

Retomando:
PB = PA + dgh, temos:
0,3 · 105 = PA + 1,3 · 103 · 10 · 1
3 .104 = PA + 1,3 · 104
PA = 3 · 104 – 1,3 · 104 ∴

PA = 1,7 · 104 Pa

3. A figura abaixo mostra um pistão que contém um líquido de densidade dL = 2 g/cm3.


Sobre o êmbolo de massa 2 kg é aplicada uma força de 30 N. Sabendo-se que no
local a pressão atmosférica é 1 atm, a aceleração da gravidade é g = 10 m/s2, deter-
mine a pressão em um ponto do líquido que esteja no fundo do pistão.
A pressão no ponto A (superfície do líquido) é resultado da ação da força F, do peso
do êmbolo e da pressão atmosférica.
O peso do êmbolo é P = 2 · 10 = 20 N.
F = 30 N
F
Lembrando que a pressão é dada por P = , temos:
A
m = 2 kg Êmbolo = 4 · 10–4 m2
Devido A
Devido a F Devido a P ao ar

30 20
PA = + + 105
4 · 10–4 4 · 10–4 H=2m

PA = 7,5 · 104 + 5 · 104 + 105 = 0,75 · 105 + 0,5 · 105 + 1 · 105

PA = 2,25 · 105 Pa B

A pressão em B é:
PB = PA + d · g · h
PB = 2,25 · 105 + 2 · 103 · 10 · 2 = 2,25 · 105 + 0,4 · 105

PB = 2,65 · 105 Pa

16
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

LEITURA E TROCA DE IDEIAS

Como 30 libras de pressão nos pneus suportam 1 800 kg?

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Da próxima vez que for entrar no seu carro, dê uma boa olhada nos pneus. Você vai notar que, na verdade,
eles não são redondos, são achatados na parte inferior. Esta área plana na parte inferior dos pneus é chamada
de contato da banda de rodagem, ou a sua pegada.

Olhando um carro por baixo, através de uma placa de vidro, é possível medir o tamanho do contato da
banda de rodagem. Você multiplicaria o comprimento do contato por sua largura para obter a área, depois soma-
ria a área dos quatro pneus para obter a área total de contato da banda de rodagem.

Pneu: vista lateral e inferior do contato da banda de rodagem.

Para um carro de 1,8 t (1 800 kg), você descobrirá que a área de contato da banda de rodagem é próxima
à massa do carro dividida pela pressão do pneu. Mas primeiro temos que converter a pressão de 30 libras – na
verdade, 30 libras por polegada quadrada (30 lb/pol²) – como estamos acostumados a usar, para quilogramas
por centímetro quadrado (kg/cm²). Como 1 lb/pol² é igual a 0,070307 kg/cm², 30 lb/pol² é igual a 2,11 kg/cm².
Nesse caso, 1 800 kg divididos por 2,11 kg/cm² é igual a 853,1 cm². Isso pode parecer muito, mas os pneus do
seu carro provavelmente têm cerca de 17,5 cm de largura, que multiplicado pelo número de pneus dá 70 cm
totais de largura. Isso significa que o contato da banda de rodagem de cada pneu será 853,1 dividido por 70,
que resulta em 12,1 cm de comprimento.

Física
Se você sair do carro e medir o tamanho do contato da banda de rodagem, provavelmente descobrirá que,
na verdade, ele é ainda maior do que isso. Você pode medir a largura da banda de rodagem em qualquer ponto
do pneu para ter uma boa ideia da largura de contato. Para obter o comprimento, pegue dois pedaços de papel e
deslize-os sob a parte da frente e a parte de trás de um pneu até sentir que eles não podem mais avançar. Agora,
meça a distância entre os dois pedaços de papel.

A razão para o contato da banda de rodagem ser ainda maior do que esse cálculo sugere é que, na sua
borda dianteira e na traseira, a pressão exercida sobre o solo não é muito alta. No ponto em que o pneu está
apenas tocando de leve o solo, quase nenhum peso é suportado. Mas, em direção ao centro do contato da
banda de rodagem, cada vez mais peso é suportado.

Agora vamos supor que você diminuiu a pressão dos seus pneus para 7,5 lb/pol², 1/4 da pressão existente. Você
descobrirá que o contato da banda de rodagem não aumentou quatro vezes. É aqui que entra a rigidez da estrutura
da lateral do pneu. Quando a pressão está baixa a esse ponto, a estrutura do pneu começa a suportar parte do peso
do automóvel.

17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

Pneus de perfil baixo como os pneus de carros esporte têm estruturas laterais curtas e rígidas, assim,
eles tendem a se comprimir menos que os grandes pneus dos utilitários esportivos e picapes. De fato, existem
alguns pneus tão rígidos que podem rodar sem nenhuma pressão de ar. Esses pneus são chamados de pneus
run flat (que podem rodar vazios).
Como Tudo Funciona (How Stuff Works). Disponível em: <http://carros.hsw.uol.com.br/questao506.htm>. Acesso em: 4 jul. 2014.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Nota:
Unidades de pressão
Pressão é uma medida de força por área. A unidade mais comum é libras por polegada quadrada (abreviada
lb/pol²). Em inglês, essa unidade é pounds per square inch (abreviada psi ou lb/in²). Outras unidades são o
bar (kgf/cm²) e o Pascal.

Responda às questões:

01. “Como 30 libras de pressão nos pneus suportam 1 800 kg?” Qual é o erro cometido
no título dessa matéria? Explique.

02. Um carro com mais passageiros ou bagagem requer uma pressão um pouco maior
nos pneus do que quando está vazio. Procure explicar essa afirmação por meio dos
conceitos físicos aprendidos neste capítulo.

03. Quem tem uma bicicleta e já calibrou os pneus em um posto de combustíveis


deve ter notado que será necessária uma pressão a partir de 40 psi (em pneus de
mountain bike) até 100 psi ou 120 psi (pneus de speed, ciclismo de estrada). Se
uma bicicleta e seu condutor pesam muito menos que um carro, por que requerem
uma pressão maior?

Teorema de Stevin
C onsideremos dois pontos A e B no interior de um líquido em equilíbrio. O teo-
rema de Stevin garante que a diferença de
pressão entre eles é dada por ∆p = d · g · h, em que h é
o desnível entre os pontos A e B. De fato: hA A
A pressão no ponto A é pA = Psup + d · g · hA
A pressão no ponto B é pB = psup + d · g · hB hB h
A diferença de pressão ∆p = pB – pA será:
B
∆p = d · g · hB – d · g · hA
∆p = d · g · (hB – hA) e, finalmente, ∆p = d · g · h

Como consequência, pode-se escrever que se B e A forem pontos de um fluido com


B posicionado abaixo de A:
pB = p A + d · g · h

18
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

É importante ressaltar que a diferença de pressão entre dois pontos de um líquido em


equilíbrio só depende do desnível h entre eles, não depende da forma do recipiente
nem da pressão na superfície. Se recipientes diferentes, expostos ao mesmo ambiente,
forem preenchidos com o mesmo líquido, pontos que estejam a uma mesma profundi-
dade apresentarão a mesma pressão.
Nas figuras, a pressão no fundo dos recipientes é a mesma, ainda que os recipientes

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
apresentem formas diferentes.

Outra conclusão muito importante é que pontos de uma mesma massa líquida em
equilíbrio, que estejam na mesma horizontal, apresentam pressões iguais.
Na figura a seguir, A e B estão submetidos à mesma pressão, e C e D estão subme-
tidos a outra mesma pressão.

pA = p B
A B
pC = p D

C D

Veja:
1. (Enem – 2013) Para realizar um experimento com uma gar-
rafa PET cheia d’água, perfurou-se a lateral da garrafa em
três posições a diferentes alturas. Com a garrafa tampa-
da, a água não vazou por nenhum dos orifícios, e, com a
garrafa destampada, observou-se o escoamento da água
conforme ilustrado na figura.

Física
Como a pressão atmosférica interfere no escoamento da
água, nas situações com a garrafa tampada e destampa-
da, respectivamente?
a) Impede a saída de água, por ser maior que a pressão
interna; não muda a velocidade de escoamento, que só depende da pressão da
coluna de água.
b) Impede a saída de água, por ser maior que a pressão interna; altera a velocidade
de escoamento, que é proporcional à pressão atmosférica na altura do furo.
c) Impede a entrada de ar, por ser menor que a pressão interna; altera a velocidade
de escoamento, que é proporcional à pressão atmosférica na altura do furo.
d) Impede a saída de água, por ser maior que a pressão interna; regula a velocidade
de escoamento, que só depende da pressão atmosférica.
e) Impede a saída de água, por ser menor que a pressão interna; não muda a velo-
cidade de escoamento, que só depende da pressão da coluna de água.

19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

Respostas:
A garrafa está tampada: as forças da pressão atmosférica, que atuam de fora para
dentro da garrafa através dos orifícios, impedem a saída da água.
A garrafa está destampada: as forças da pressão atmosférica, que atuam de fora
para dentro da garrafa, tanto através dos orifícios como da boca da garrafa, produzem
efeitos que se anulam. Dessa forma, a água é ejetada dos orifícios, e é “empurrada”

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
pelas forças devido à pressão da coluna líquida contida na garrafa.
Alternativa correta: letra a.

2. (UEL) Para medir a pressão p exercida por um gás, contido num recipiente, utilizou-
-se um manômetro de mercúrio, obtendo-se os valores indicados na figura a seguir.
A pressão atmosférica local medida por um barômetro indicava 750 mm Hg. O valor
de p, em mm Hg, vale:
a) 150.
b) 170.
Hg
c) 750.
d) 900. Gás
170 mm
e) 940.
A B
20 mm

O ponto A está em contato com o gás, logo, a pressão em A é a pressão do gás. Mas
ρA = ρB, pois A e B estão na mesma horizontal, no mesmo líquido e em equilíbrio.
Medindo a pressão em mm Hg, temos:
ρA = ρgás = ρB e ρB = ρatm + H
Hg

Então: ρgás = 750 + (170 – 20) ∴ ρgás = 900 mm Hg

ATIVIDADES

01. (PUC-Rio) Considerando a pressão da superfície vo utilizado por Torricelli era, portanto, um tipo de
do oceano como P = 1,0 atm = 1,0 · 105 Pa, de- barômetro, isto é, um aparelho capaz de medir a
termine a pressão sentida por um mergulhador a pressão atmosférica.
uma profundidade de 200 m. Considere a densi-
A esse respeito, considere as seguintes afirmações:
dade da água igual a 1,0 · 103 kg/m3, g = 10 m/s2.
I. Se a experiência de Torricelli for realizada no
a) 15,0 atm
cume de uma montanha muito alta, a altura
b) 25,0 atm da coluna de mercúrio será maior que ao ní-
c) 11,0 atm vel do mar.
d) 21,0 atm II. Se a experiência de Torricelli for realizada ao
e) 12,0 atm nível do mar, porém com água, cuja densi-
dade é cerca de 13,6 vezes menor que a do
02. (UFRGS) A atmosfera terrestre é uma imensa mercúrio, a altura da coluna de água será
camada de ar, com dezenas de quilômetros de aproximadamente igual a 10,3 m.
altura, que exerce uma pressão sobre os corpos III. Barômetros como o de Torricelli permitem,
nela mergulhados: a pressão atmosférica. O fí- através da medida da pressão atmosférica,
sico italiano Evangelista Torricelli (1608-1647), determinar a altitude de um lugar.
usando um tubo de vidro com cerca de 1 m de
Quais estão corretas?
comprimento completamente cheio de mercúrio,
a) Apenas I d) Apenas II e III
demonstrou que a pressão atmosférica ao nível
do mar equivale à pressão exercida por uma co- b) Apenas II e) I, II e III
luna de mercúrio de 76 cm de altura. O dispositi- c) Apenas I e II

20
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

03. (PUC-SP) A figura representa um bule transparen- d) Porque quanto maior a altitude maior a pressão.
te de café ao ser tombado para que a bebida seja e) Porque a diferença entre a pressão do ar
servida. O bule pode ser considerado como um dentro dos sacos e a pressão aumentada
sistema de vasos comunicantes em que o bico do fora deles gera uma força resultante que em-
recipiente comunica-se com o corpo principal. purra o plástico para dentro.

05. (CPS) Os estudos dos efeitos da altitude sobre a per-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
formance física começaram a ser realizados depois
dos Jogos Olímpicos de 1968. A competição reali-
zada na Cidade do México, a 2 400 metros, registrou
nas corridas de média e longa distância o triunfo de
atletas de países montanhosos, como Tunísia, Etiópia
e Quênia, enquanto australianos e americanos, os fa-
voritos, mal conseguiam alcançar a linha de chegada.
A respeito da situação, são feitas as afirmativas: Disponível em: <http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/
I. Ao tombarmos o bule para servir o café, a su- altitudes/index.shtml>. Acesso em: 12 set. 2010.
perfície livre da bebida fica à mesma a ­ ltura h
em relação à linha de referência do sistema, Os americanos e australianos não tiveram suces-
tanto no bico como no corpo principal do so nas provas, pois, nas condições atmosféricas
bule, pois a pressão sobre a superfície livre da Cidade do México, não estavam adaptados:
do café é a mesma em ambos os ramos des- a) à diminuição da pressão atmosférica e à
te sistema de vasos comunicantes. consequente rarefação do ar.
II. Se o café fosse substituído por óleo, a super- b) ao aumento da pressão atmosférica e à con-
fície livre do líquido não ficaria a uma mesma sequente diminuição do oxigênio.
altura h em relação à linha de referência do c) à diminuição da resistência do ar e ao conse-
sistema nos dois ramos do bule (bico e cor- quente aumento da pressão atmosférica.
po principal), pois o óleo é mais denso do
d) à diminuição da pressão atmosférica e ao
que o café.
consequente aumento da oxigenação do
III. Embora a superfície livre do café fique a uma sangue.
mesma altura h nos dois ramos do bule, a
e) ao aumento da insolação no clima de mon-
pressão é maior na superfície do líquido con-
tanha e ao consequente aumento de tempe-
tido no bico, pois este é mais estreito que o
ratura no verão.
corpo principal do bule.
Dessas afirmativas, está correto apenas o que se
06. (Unicamp) Um mergulhador persegue um pei-
lê em:
xe a 5,0 m abaixo da superfície de um lago. O
a) I e II. d) II. peixe foge da posição A e se esconde em uma
b) I e III. e) III. gruta na posição B, conforme mostra a figura
c) I. a seguir. A pressão atmosférica na superfície
da água é igual a Pa = 1,0 · 105 N/m2.

Física
04. (PUCPR) Algumas pessoas que pretendem fa- Adote g = 10 m/s2.
zer um piquenique param no armazém ao pé de
uma montanha e compram comida, incluindo
sacos de salgadinhos. Elas sobem a montanha
até o local do piquenique. Quando descarregam
o alimento, observam que os sacos de salgadi- 5m

nhos estão inflados como balões. Por que isso 1m


ocorre?
B A
a) Porque, quando os sacos são levados para
cima da montanha, a pressão atmosférica
nos sacos é aumentada.
b) Porque a diferença entre a pressão do ar a) Qual a pressão sobre o mergulhador?
dentro dos sacos e a pressão reduzida fora
deles gera uma força resultante que empurra
o plástico do saco para fora.
c) Porque a pressão atmosférica no pé da mon-
tanha é menor que no alto da montanha.
21
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

b) Qual a variação de pressão sobre o peixe 09. (Udesc) Certa quantidade de água é colocada
nas posições A e B? em um tubo em forma de U, aberto nas extremi-
dades. Em um dos ramos do tubo, adiciona-se
um líquido de densidade maior que a da água e
ambos não se misturam.
Assinale a alternativa que representa correta-
mente a posição dos dois líquidosÁgua
Água no tubo após

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Água
o equilíbrio.
a)

07. (UFPR) No dia 20 de abril de 2010, houve uma


explosão numa plataforma petrolífera da British
Petroleum, no Golfo do México, provocando o va- Água Água
zamento de petróleo que se espalhou pelo litoral.
O poço está localizado a 1 500 m abaixo do nível b)
do mar, o que dificultou os trabalhos de repara-
ção. Suponha a densidade da água do mar com
valor constante e igual a 1,02 g/cm3 e considere
a pressão atmosférica igual a 1,00 · 105 Pa. Com Água Água Água
base nesses dados, calcule a pressão na profun-
didade em que se encontra o poço e assinale a c)
alternativa correta que fornece em quantas vezes
essa pressão é múltipla da pressão atmosférica.
a) 15 400
b) 1540 Água Água
Água Água Água
c) 154 d)
d) 15,4
e) 1,54

08. (PUC-Rio) Em um vaso de formaÁgua de cone trun- Água Água Água


Água Água
cado, são colocados três líquidos imiscíveis.
O mais leve ocupa um volume cuja altura vale Água Água
e)
2 cm; o de densidade intermediária ocupa um
volume de altura igual a 4 cm e o mais pesado
ocupa um volume de altura igual a 6 cm. Su-
pondo que as densidades dos líquidos sejam
1,5 g/cm3, 2 g/cm3 e 4 g/cm3, respectivamente,
Água Água Água
Água
qual é a intensidade da força exercida sobre o
fundo do vaso devido somente à presença dos
líquidos? A área da superfície inferior do vaso é 10. (UFRJ) A figura mostra um sistema de vasos co-
20 cm2 e a área da superfície livre do líquido, que municantes contendo um líquido em equilíbrio
está na primeira camada superior, vale 40 cm2. A hidrostático e três pontos A, B e C em um mes-
aceleração gravitacional local é 10,0 m/s2. mo plano horizontal.
2 cm
Compare as pressões pA, pB e pC nos pontos A,
B e C, respectivamente, usando os símbolos de
4 cm ordem > (maior), = (igual) e < (menor). Justifi-
que sua resposta.
6 cm

a) 3 500 Pa
b) 10,5 N
A B
c) 14,0 N C
d) 7,0 N h
e) 4,8 N
22
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

11. (Unesp) Uma pessoa, com o objetivo de medir a No instante retratado, tanto o barco quanto os
pressão interna de um botijão de gás contendo fugitivos estão em repouso e a água está em
butano, conecta à válvula do botijão um manô- equilíbrio hidrostático. Considere a densidade da
metro em forma de U, contendo mercúrio. Ao água do lago igual a 1,00 · 103 kg/m3 e a acelera-
abrir o registro R, a pressão do gás provoca um ção da gravidade igual a 10,0 m/s2.
desnível de mercúrio no tubo, como ilustrado na
Usando os dados indicados na figura, calcule a
figura.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
diferença entre a pressão do ar aprisionado pelo
barco e a pressão do ar atmosférico.

Considere a pressão atmosférica dada por


105 Pa, o desnível h = 104 cm de Hg e a secção
do tubo 2 cm2.
Adotando a massa específica do mercúrio igual 13. (UEL) Um tubo em U contém um líquido de mas-
a 13,6 g/cm3 e g = 10 m/s2, calcule: sa específica D1, desconhecida. Uma pequena
a) a pressão do gás, em Pascal; quantidade de um segundo líquido, de massa
específica D2 = 1,5 g/cm3, não miscível com o
primeiro, é colocada em um dos ramos do tubo.
A situação de equilíbrio é mostrada na figura a
seguir.

D2
20 cm
b) a força que o gás aplica na superfície do 15 cm D1 12 cm
mercúrio em A.
(Advertência: este experimento é perigoso.
Não tente realizá-lo.) A massa específica D1, em g/cm3, vale:
a) 4,0.
b) 3,0.

Física
c) 2,4.
d) 2,0.
e) 1,8.

14. (Unifesp) A figura representa um tubo em U


12. (UFRJ) Dois fugitivos devem atravessar um lago contendo um líquido L e fechado em uma das
sem serem notados. Para isso, emborcam um extremidades, onde está confinado um gás G; A
pequeno barco, que afunda com o auxílio de e B são dois pontos no mesmo nível.
pesos adicionais. O barco emborcado mantém,
aprisionada em seu interior, uma certa quantida-
de de ar, como mostra a figura.

23
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

Sendo p0 a pressão atmosférica local, pg a pres- Considere a massa específica da água 1,00 g/cm3
são do gás confinado, pA e pB a pressão total nos e da glicerina 1,30 g/cm3. Use a aceleração da
pontos A e B (pressão devida à coluna líquida gravidade igual a 10,0 m/s2 e a pressão atmosfé-
somada à pressão que atua na sua superfície), rica igual a 1,01 · 105 Pa. Nesse caso, a pressão,
pode-se afirmar que: em pascals, na interface água-glicerina e no fun-
a) p0 = pg = pA = pB. do do recipiente é, respectivamente, _________
b) p0 > pg e pA = pB. e _________.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
c) p0 < pg e pA = pB. a) 1,02 · 105; 1,34 · 105
d) p0 > pg > pA > pB. b) 1,21 · 105; 1,34 · 105
e) p0 < pg < pA < pB. c) 1,02 · 105; 1,25 · 105
d) 1,01 · 105; 1,21 · 105
e) 1,02 · 105; 1,15 · 105

17. (UFT) Um objeto pontual é


colocado a 10 cm do fundo
de um recipiente cilíndrico
contendo água e óleo, con-
forme a figura. Qual é o valor
15. (Enem – 2012) O manual que acompanha uma da pressão a que o objeto
ducha higiênica informa que a pressão mínima está submetido devido às
da água para o seu funcionamento apropriado colunas de água e de óleo?
é de 20 kPa. A figura mostra a instalação hidráu- Desconsidere a pressão
lica com a caixa d’água e o cano ao qual deve atmosférica.
ser conectada a ducha. Dados:
Densidade da água:

14 cm
20 cm
1,00 · 103 kg/m3.
Densidade do óleo:
0,90 · 103 kg/m3.

Aceleração gravitacional: 10 m/s2


a) 9,6 · 102 (N/m2)
b) 9,4 · 102 (N/m2)
c) 2,5 · 102 (N/m2)
d) 1,0 · 102 (N/m2)
e) 3,7 · 102 (N/m2)
O valor da pressão da água na ducha está asso-
ciado à altura: 18. (UTFPR) A pressão atmosférica normal é de 1,0
a) h1. atm (1 atmosfera). Em Curitiba, no entanto, é
comum a pressão atmosférica estabilizar-se no
b) h2.
valor de 0,90 atm. A característica da cidade res-
c) h3. ponsável por isso é:
d) h4. a) o clima frio.
e) h5.
b) a alta umidade do ar.
16. (PUCRS) Um recipiente aberto na parte superior c) a altitude.
contém glicerina até a altura de 1,00 m e, sobre d) a longitude.
ela, mais 10,0 cm de água, conforme representa- e) a latitude.
do na figura.
19. (UFF) O sifão é um instrumento usado para a reti-
rada de água de lugares de difícil acesso. Como
mostra a figura a seguir, seu funcionamento se
baseia no fato de que, quando o tubo que liga os
recipientes A e B está cheio, há uma diferença
de pressão hidrostática entre os pontos P e Q, o
que provoca um fluxo de água de A para B.

24
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

Essa diferença de pressão depende da seguinte


característica do nosso planeta:
a) pressão atmosférica.
b) aceleração da gravidade local.
c) temperatura da superfície.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
d) densidade da atmosfera.
e) velocidade de rotação do Planeta.

ANOTAÇÕES

Física

25
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

Teorema de Pascal
R etome a experiência feita anteriormente usando um saco plástico cheio de
água, com dois furos de um alfinete, um acima do outro. Encha novamente de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
água o saco plástico, e, em seguida, aperte-o em algum ponto. Você notará que os dois
jatos de água atingirão pontos mais distantes do que atingiam antes. Isso mostra que
o acréscimo de pressão provocado pelo apertão em algum ponto do saco plástico foi
transmitido para os outros pontos do líquido encerrado no seu interior.

Na figura 1, apresentada abaixo, os pontos A e B apresentam as pressões


pA = patm + dghA e pB = patm + dghB, respectivamente, pois a pressão na superfície do líqui-
do é a pressão atmosférica. Se apoiarmos na superfície do líquido um êmbolo de peso P
P
que o confine (figura 2), a pressão na superfície do líquido passará a ser Psup = Patm + ,
A
sendo A a área do êmbolo. Houve, portanto, um acréscimo de pressão na superfície do
P
líquido equivalente a .
A

O acréscimo de hA hA
A A
pressão produzido
em um ponto
de um líquido hB hB

em equilíbrio é
transmitido para B B
todos os outros
pontos do líquido. Figura 1 Figura 2
A pressão na superfície é A pressão na superfície é igual à soma
igual à pressão atmosférica.
da pressão atmosférica com P .
A

Como a pressão em qualquer ponto de um líquido é Pponto = Psup + dgh, as novas


P P
pressões nos pontos A e B serão PA = Patm + + dghA e PB = Patm + + dghB, respec-
A A
tivamente. Comparando os novos valores de pressão nos pontos A e B com os valores
P
de pressão anteriores, notamos que ocorreu um acréscimo de pressão tanto no ponto
A
A como no ponto B.

26
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

Prensa hidráulica
A prensa hidráulica é um dispositivo utilizado para transmitir forças com intensida-
des maiores do que aquelas que lhe foram aplicadas.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
É constituída por dois vasos comunicantes, normalmente cilíndricos, preenchidos por
líquido incompressível, vedados por êmbolos em suas extremidades. Um desses vasos
é fino e o outro é grosso.
O sistema funciona devido ao fenômeno descrito pelo teorema de Pascal.
Chamemos de A1 e A2 as áreas das secções transversais dos tubos fino e grosso,
respectivamente.
F1

(2)

(1) F2
A1 A2

Quando uma força F1 é aplicada no êmbolo 1, ocorre um acréscimo de pressão em


todo o líquido, inclusive nos pontos em contato com o êmbolo 2. Se os êmbolos estive-
rem livres, o êmbolo 1 desce e o êmbolo 2 sobe. Porém, se o êmbolo 2 estiver travado
como na figura, não haverá movimento dos pistões e o êmbolo 2 sofrerá a ação de
uma força de baixo para cima aplicada pelo líquido devido ao acréscimo de pressão. A
intensidade dessa força pode ser calculada da seguinte maneira:

F1 F
Dp1 = Dp2 ⇔ = 2
A1 A2

Note que a intensidade da força F2 é F2 = F1 · A2 .


A1
Como A2 é maior que A1, em uma prensa hidráulica, a força transmitida pelo líquido

Física
(F2) é maior que a recebida pelo líquido (F1). Por esse motivo, a prensa hidráulica é conhe-
cida como multiplicadora de força.
Os elevadores de automóveis que você vê em postos de gasolina e os freios dos
automóveis são outros exemplos de aplicação do teorema de Pascal.

Veja:
No macaco hidráulico, representado na figura a seguir, sabe-se que as áreas das
secções transversais dos vasos verticais são A1 = 20 cm2 e A2 = 0,04 m2.

50 N

A2

A1

27
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

Qual é o peso máximo que o macaco pode levantar, quando aplicamos uma força
de 50 N em A1?
Resolução:
Inicialmente, vamos escrever a área A2 em cm2:
A2 = 0,04 m2 = 0,04 · (102 cm)2 \ A2 = 400 cm2

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
F1 F 50 F
Na prensa hidráulica, = 2 , logo: = 2 \ F2 = 1 000 N
A1 A2 20 400

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Construindo um elevador hidráulico


Os elevadores hidráulicos fazem parte de nosso cotidiano e estão presentes, por exemplo, nos postos de
combustíveis e na cadeira do dentista. O funcionamento desses equipamentos acontece de maneira bem simples
e de fácil explicação.
O processo operacional das máquinas hidráulicas está baseado no princípio de Pascal. Esse princípio
foi enunciado pelo físico e matemático francês Blaise Pascal, que descobriu, de maneira experimental, que o
aumento de pressão num ponto de um fluido é igual ao aumento de pressão em outro ponto qualquer. Dessa
forma, anunciou: “o acréscimo de pressão, em um ponto de um líquido em equilíbrio, transmite-se integralmente
a todos os pontos deste líquido”.
O elevador é uma máquina hidráulica e para que possa subir e descer, esse equipamento utiliza o princípio de
Pascal. Com materiais bem simples, do cotidiano e de fácil manuseio, podemos construir um elevador para estudo
prático desse importante princípio. São estes os materiais:
• Duas seringas de diâmetros diferentes;
• Tubo de látex, mais conhecido como “garrote”;
• Placas de madeira para suporte;
• Blocos com pesos diferentes.
Com o tubo de látex, faça a conexão entre as duas seringas. Feito isso, pegue a madeira e coloque as duas
seringas na vertical, uma ao lado da outra, assim como no esquema mostrado a seguir. Observe:

Esquema experimental
Está pronto. Agora é só fazer a análise do funcionamento desse experimento. Colocando um peso sobre a
seringa de menor diâmetro, verifica-se que a outra seringa sofre um deslocamento vertical. Por que isso acontece?
É possível manter esse sistema em equilíbrio? Faça o estudo, elabore hipóteses e descubra tudo sobre o funcio-
namento de um elevador hidráulico.
SILVA, Marco Aurélio da. Construindo um elevador hidráulico. Disponível em: <http://www.educador.brasilescola.com/
estrategias-ensino/construindo-um-elevador-hidraulico.htm>. Acesso em: 4 jul. 2014.

28
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

Responda, em seu caderno, às questões propostas:


01. Dê um exemplo do uso do princípio da Pascal em sua casa.
02. Quais são as características que o fluido (geralmente um óleo) usado, por exem-
plo, na construção de elevadores hidráulicos, precisa apresentar ? Poderia ser
usada água em seu lugar? Comente sua resposta.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ANOTAÇÕES

ATIVIDADES

01. (FGV) O macaco hidráulico consta de dois êm- 02. (UFSM) Um braço mecânico de um trator usado
bolos: um estreito, que comprime o óleo, e outro para fazer valetas tem um sistema hidráulico que
largo, que suspende a carga. Um sistema de se compõe, basicamente, de dois cilindros co-
válvulas permite que uma nova quantidade de nectados por uma mangueira resistente a altas
óleo entre no mecanismo sem que haja retorno pressões, todos preenchidos com óleo. Se, no
do óleo já comprimido. Para multiplicar a força equilíbrio, P é a pressão num cilindro, a pressão
empregada, uma alavanca é conectada ao cor- no outro, que tem área 10 vezes maior, é:
po do macaco. a) 10 P.
b) 5 P.
c) P.
d) P/5.
e) P/10.

03. (UFSM) Ao ser medicado, um jogador recebeu

Física
uma injeção com uma seringa cujo êmbolo tem
Tendo perdido a alavanca do macaco, um ca- secção reta de 1,2 cm2. O médico, ao aplicar o
minhoneiro de massa 80 kg, usando seu peso medicamento, exerceu, sobre o êmbolo, uma
para pressionar o êmbolo pequeno com o pé, força com módulo de 6 N. A elevação, em N/m2,
considerando que o sistema de válvulas não in- da pressão produzida na ponta da agulha, cuja
terfira significativamente sobre a pressurização secção reta tem uma área de 0,01 cm2, é:
do óleo, poderá suspender uma carga máxima, a) 6 · 106.
em kg, de: b) 5 · 104.
Dados: c) 720.
Diâmetro do êmbolo menor = 1,0 cm. d) 6.
Diâmetro do êmbolo maior = 6,0 cm. e) 5 · 10–2.
Aceleração da gravidade = 10 m/s2.
a) 2 880.
b) 2 960.
c) 2 990.
d) 3 320.
e) 3 510.
29
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

04. (Enem – 2013) Para oferecer acessibilidade aos 06. (Cefet-MG) Analise a situação a seguir represen-
portadores de dificuldades de locomoção, é tada.
utilizado, em ônibus e automóveis, o elevador hi-
dráulico. Nesse dispositivo é usada uma bomba
elétrica, para forçar um fluido a passar de uma
tubulação estreita para outra mais larga, e des-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
sa forma acionar um pistão que movimenta a
plataforma.
Considere um elevador hidráulico cuja área da
cabeça do pistão seja cinco vezes maior do O aumento de pressão em todas as partes do
que a área da tubulação que sai da bomba. fluido armazenado no recipiente está relaciona-
Desprezando o atrito e considerando uma acele- do ao princípio de:
ração gravitacional de 10 m/s2, deseja-se elevar a) Pascal.
uma pessoa de 65 kg em uma cadeira de rodas b) Newton.
de 15 kg sobre a plataforma de 20 kg. c) Torricelli.
Qual deve ser a força exercida pelo motor da d) Arquimedes.
bomba sobre o fluido, para que o cadeirante seja
elevado com velocidade constante? 07. (Ufsc – 2012 – Adaptada)
a) 20 N
b) 100 N F 1

disco de freio
c) 200 N
d) 1 000 N d 1
pistão 2
e) 5 000 N d 2
fluido de freio

pistão 1
05. (Uerj) Um adestrador quer saber o peso de um
elefante. Utilizando uma prensa hidráulica, con- pastilha de freio
segue equilibrar o elefante sobre um pistão de disco de freio
2 000 cm2 de área, exercendo uma força verti-
cal  F equivalente a 200 N, de cima para baixo,
sobre o outro pistão da prensa, cuja área é igual
a 25 cm2. Calcule o peso do elefante.

pastilha de freio
pistão 2

d1 = 0,4 m
d2 = 0,2 m
Área do pistão 1 = 4 · 10–4 m2
Área do pistão 2 = 16 · 10–4 m2

a) Enuncie o Princípio de Pascal.

30
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

b) Com base em princípios de física e explici- A válvula da caixa da descarga se fecha e ocorre
tando o raciocínio matemático, determine a o seu enchimento. Em relação às válvulas de des-
força que o pistão 2 exerce sobre a pastilha carga, esse tipo de sistema proporciona maior
de freio, supondo que o motorista empurrou economia de água. A característica de funciona-
o pedal até o fundo e para isso aplicou uma
mento que garante essa economia é devida:
força F1 de intensidade 100 N.
a) à altura do sifão de água.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) ao volume do tanque de água.
c) à altura do nível de água no vaso.
d) ao diâmetro do distribuidor de água.
e) à eficiência da válvula de enchimento do
tanque.

10. (UFSM – 2012) Dentro de uma mina de carvão,


existe acúmulo de água. Para retirar essa água,
uma bomba de sucção é instalada na boca da
08. (EsPCEx – 2012) A pressão (P) no interior de um
mina, ao nível do solo. Assim:
líquido homogêneo, incompressível e em equi-
líbrio, varia com a profundidade (h), de acordo a) quanto maior a profundidade da água, maior
com o gráfico abaixo. deve ser a potência do motor que aciona a
bomba.
P(105 Pa)
b) se a profundidade da água é maior do que
11 m, a bomba não retira água da mina.
4,0 c) se a profundidade da água é grande, duas
2,5
1,0
ou mais bombas devem ser instaladas em
série ao nível do solo.
0 5 10 h (m)
d) a mesma bomba pode retirar a água em qual-
Considerando a aceleração da gravidade igual quer profundidade, mas, com profundidades
a 10 m/s2, podemos afirmar que a densidade do maiores, diminui a vazão nas tubulações.
líquido é de: e) a bomba de sucção não pode retirar água da
a) 1,1 · 105 kg/m3. d) 4,4 · 103 kg/m3. mina, porque só funciona no vácuo.
b) 6,0 · 104 kg/m3. e) 2,4 · 103 kg/m3.
c) 3,0 · 104 kg/m3. 11. (FGV-SP – 2012) A figura seguinte mostra o
esquema de um reservatório de água e o enca-
09. (Enem – 2011) Um tipo de vaso sanitário que namento que conduz a água até uma torneira
vem substituindo as válvulas de descarga está fechada. A água exerce sobre a torneira uma for-
esquematizado na figura. Ao acionar a alavanca, ça de intensidade 80 N.
toda a água do tanque é escoada e aumenta o

Física
nível no vaso, até cobrir o sifão. De acordo com o
teorema de Stevin, quanto maior a profundidade,
maior a pressão. Assim, a água desce e leva os
rejeitos até o sistema de esgoto.

A área da seção transversal do cano mede 4 cm2


e a pressão atmosférica local sobre a superfície
livre da água é de 1,0 · 105 Pa. A densidade da
água é de 1,0 · 103 kg/m3 e a aceleração da gra-
vidade local é de 10 m/s2. Nessas condições, a
coluna de água mede, em metros:
a) 1,0. d) 9,0.
b) 5,0. e) 10.
c) 8,0.
31
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

Teorema de Arquimedes
Na água
Se você já esteve com parte de seu

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
F1
corpo imerso na água – dentro de uma pis-
cina, por exemplo – deve ter notado que F4 F3

seu peso parece ter diminuído. Também


deve ter vivido ou presenciado a seguinte
brincadeira: empurrar uma bola de plástico
F2
para dentro d’água e depois largá-la; ou
ainda tentado equilibrar-se sobre ela. Ou, As intensidades das forças F1 e F2 são
quando criança, sua mãe insistia para que iguais ao produto da pressão que o líquido
usasse uma boia. O que fazia você se sen- aplica nas faces 1 e 2 pelas respectivas
tir mais leve, a bola subir tão rápido e você áreas (F = p · A). Como A1 é igual a A2 e p2
se sustentar, sem afundar? Somente uma é maior que p1, resulta que F2 é maior que
força vertical para cima poderia provocar F1, portanto a resultante das forças aplica-
tais efeitos. das pelo líquido no prisma é vertical para
cima. O empuxo é vertical para cima.
Todo corpo, em contato com um líquido,
sofre a ação de forças aplicadas por esse Resta-nos agora determinar a intensi-
líquido. Quando o corpo está total ou par- dade da força de empuxo E.
cialmente submerso no líquido, essa força é A intensidade do empuxo é:
vertical, para cima, e denomina-se empuxo.
E = F 2 – F1
Com os corpos imersos em gases,
Mas F1 = p1 · A e F2 = p2 · A, logo:
também ocorre esse fenômeno. É por isso
E = p2 · A – p1 · A = (p2 – p1) · A.
que um balão de festa junina sobe e um
dirigível se sustenta no ar. Até mesmo nós, Pelo teorema de Stevin,
por estarmos imersos no ar, sofremos uma p2 – p1 = dL · g · h, portanto,
força vertical para cima, aplicada pelo ar. E = dL · g · h · A.
Não a percebemos porque, além de ser Como o produto h · A é o volume
muito pequena, esteve sempre presente submerso do corpo, escrevemos que a
em nossa vida. intensidade do empuxo é:

Empuxo – Características E = dL · Vsub · g


Repare que o volume submerso do
Vamos admitir que um corpo de forma
corpo é igual ao volume do líquido que
retoprismática (um tijolo, por exemplo)
a parte submersa do corpo desloca.
esteja completamente submerso no interior
Portanto, pode-se escrever a intensi-
de um líquido qualquer. As forças horizon-
dade do empuxo em função do volume
tais aplicadas pelo líquido são crescentes
de líquido deslocado pelo corpo (VLD), da
à medida que a profundidade aumenta.
seguinte maneira:
Na figura a seguir, as forças F3 e F4 são as
resultantes dessas forças nas laterais. Note E = dL · VLD · g
que elas se anulam, assim como se anulam Como o produto da densidade pelo
as resultantes das forças laterais que atuam volume é a massa, concluímos que a inten-
nas outras faces laterais. As forças F1 e F2 sidade do empuxo é igual à intensidade do
são as forças verticais aplicadas no corpo. peso da massa de líquido deslocado.
32
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

Teorema de Arquimedes
Todo corpo mergulhado em fluido
fica submetido à ação de uma força ver- E
tical, denominada empuxo, orientada de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
baixo para cima, de intensidade igual à
intensidade do peso do líquido deslo-
cado pelo corpo. P

Em resumo, a força de empuxo apre- Caso 1 – O corpo sobe:


senta as seguintes características: E > P → dL · Vsub · g > dC · VC · g

Intensidade E = dL · Vsub · g dL > dC


Direção Vertical Caso 2 – O corpo desce:
Sentido Para cima E < P → dL · Vsub · g < dC · VC · g

dL < dC
Onde:
Caso 3 – O corpo fica em equilíbrio:
E = módulo do empuxo (N)
E = P → dL · Vsub · g = dC · VC · g
dL = massa específica do fluido (kg/m3)
Vsub = volume submerso (m3) dL = dC

g = módulo da aceleração da gravi- Como regra geral:


dade (m/s2)
Todo corpo mais denso que o líqui-
do afunda; todo corpo menos denso
Corpo totalmente submerso que o líquido flutua.
Suponha um corpo qualquer colocado
no interior de um recipiente que contenha
líquido, de modo que, no instante inicial,
Um corpo flutuando
ele se encontre completamente submerso. Quando um corpo está flutuando, ele
Assim que o abandonamos, ele pode está em equilíbrio e só uma parte do seu
subir, descer ou ficar parado. Uma bolinha volume está submersa, então:
de pingue-pongue, por exemplo, no inte- E = P → dL · Vsub · g = dc · Vc · g
rior de um balde com água, sobe. Uma Simplificando por g, encontramos:

Física
pedra no interior do mesmo balde, desce. dC V
= sub
Já um copo descartável leve, com água dL VC
e colocado nesse mesmo balde, esta-
ciona no ponto em que você o abandonar. E
Vamos analisar os fatos e descobrir qual
é a grandeza física determinante desses
comportamentos. P

Assim que o corpo é abandonado


(v0 = 0), está totalmente submerso, como
na figura a seguir. Consequentemente, o
volume do corpo é igual ao do volume A densidade de um sólido em relação
submerso e o sistema de forças atu- ao líquido no qual flutua é igual à fração
antes é composto pelo Peso (P) e pelo do corpo que permanece submersa.
Empuxo (E). Observação: dC < dL

33
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

Veja: A esfera A possui volume de 20 cm3


1. (Unitau) Um navio de 100 toneladas, e densidade igual a 5,0 g/cm3. A
após receber certa quantidade de sa- esfera B possui massa de 120 g e
cos de café, de 60 kg cada, passou a
densidade igual a 0,60 g/cm3. Sendo
ter um volume submerso V = 160 m3.
Quantas sacas de café entraram no na- de 1,0 g/cm3 a densidade da água,
vio se a densidade da água é 1,0 g/cm3? determine:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
E Resolução:
a) O empuxo sobre a esfera B.
O empuxo em B é: EB = dL · VB · g.
O volume VB pode ser calcula-
do com base na definição de
P den­si­dade:

mB m
dB = \ VB = B
VB dB
A intensidade do empuxo é igual à in- mB
tensidade do peso. Então EB = dL · ·g
dB
Logo E = P
Substituindo pelos valores em unida-
dL · Vsub · g = mN · g
des do S. I., temos:
mN = 1 · 103 · 160
120 · 10–3
mN = 160 t EB = 103 · · 10 ∴
0,6 · 103
A massa do café é igual à diferença en- EB = 2 N
tre as massas do navio cheio e vazio.
mC = 160 – 100 b) a tração no fio que liga as esferas.

mC = 60 t EB

O número de sacas que entraram no


60 000
navio é n = B
60
n = 1 000 sacas

2. (Fuvest) Duas esferas A e B ligadas T


por um fio inextensível de massa e vo- PB
lume desprezíveis encontram-se em
equilíbrio, imersas na água contida As forças que atuam em B estão
num recipiente, conforme ilustra a figu- no esquema a seguir. Como o cor-
ra abaixo. po B está em equilíbrio,
EB = PB + T(A)
PB é o peso de B:
PB = mB · g
B
PB = 120 · 10–3 · 10 ∴
PB = 1,2 N
Logo, retomando a equação A,
A
temos: 2 = 1,2 + T
Água
T = 0,8 N

34
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

LEITURA E TROCA DE IDEIAS

Barco voador
Um vídeo muito intrigante circula na internet já há algum tempo.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Nele, um barco feito de papel-alumínio flutua aparentemente no ar! O vídeo é real, mas o barco não está
flutuando no ar, e sim em um gás muito denso e incolor chamado hexafluoreto de enxofre (SF6).
O efeito ocorre porque esse gás age sobre o barco, produzindo um empuxo capaz de se igualar ao seu
peso, como faz a água sobre uma embarcação em um rio.
O efeito é muito interessante!

Sobre o SF6 (hexafluoreto de enxofre)


O hexafluoreto de enxofre (SF6) é um gás não inflamável, não tóxico, incolor, inodoro e insípido. Possui
alta resistência dielétrica e grande estabilidade térmica. Sendo cerca de cinco vezes mais denso que o ar
atmosférico, tende a acumular-se em locais baixos. Mesmo não sendo tóxico, por ser mais denso que o ar, em
ambientes fechados e de pouco espaço, expulsa o oxigênio, e pode causar asfixia.
É quimicamente inerte, porém 23 mil vezes mais nocivo para o efeito estufa que o dióxido de carbono.
Mesmo assim, representa menos de 1% de colaboração no aquecimento global.
É particularmente adequado para utilização como dielétrico em disjuntores de média e alta voltagem
bem como em cabos de alta voltagem, transformadores, transdutores, aceleradores de partículas, raios X e
equipamentos de UHF. Devido à sua baixa condutividade térmica e baixa velocidade sônica, é muito utilizado
em países frios, como agente isolante em janelas de vidro duplo.

Mudando a voz
O hélio é um gás seis vezes menos denso que o ar, o que faz os balões de festa subirem, quando cheios
dele, mas faz também a voz sair mais aguda e engraçada quando inalado. E se experimentarmos o contrário?
O hexafluoreto de enxofre é precisamente o oposto do hélio. Quando inalado, faz que a voz saia mais grave,
também muito engraçada, semelhante à voz dos vilões ou monstros dos jogos e filmes.

Responda às questões:

01. Quando há vazamento de gás de cozinha GLP (mistura de propano e butano) em


casa, ele se acumula próximo do piso ou do teto do ambiente? Pesquise a densidade

Física
desses gases.

35
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

02. Um barco, em repouso sobre um lago de águas tranquilas, sofre ação de um empuxo
que é maior, menor ou igual ao seu peso? Explique.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
03. Um balão, que sobe com velocidade constante, cheio de gás hélio, em um dia sem
vento sofre ação de um empuxo que é maior, menor ou igual ao seu peso? Explique.

ATIVIDADES

01. (UPE) Analise as proposições a seguir e marque cima, sem sucesso. Se a piscina for preenchida
V para verdadeiro e F para falso. com água, ficará mais fácil para os trabalhado-
( ) Baseando-se no princípio de Arquimedes, res removerem a escultura, pois a:
explica-se o porquê de um navio flutuar. a) escultura flutuará. Dessa forma, os homens
( ) Um manômetro é um instrumento para me- não precisarão fazer força para remover a
dir empuxo. escultura do fundo.
( ) A pressão no interior de um líquido, de b) escultura ficará com peso menor. Dessa for-
acordo com o princípio de Pascal, transmi- ma, a intensidade da força necessária para
te-se integralmente, em todas as direções. elevar a escultura será menor.
( ) Segundo o princípio de Stevin, a diferença c) água exercerá uma força na escultura pro-
de pressão entre dois pontos quaisquer de porcional à sua massa, e para cima. Essa
uma coluna líquida é inversamente propor- força se somará à força que os trabalhado-
cional à densidade do líquido, à aceleração res fazem para anular a ação da força-peso
da gravidade local e ao desnível entre os da escultura.
pontos considerados.
d) água exercerá uma força na escultura para
( ) Conforme o princípio de Arquimedes, o
baixo, e esta passará a receber uma força as-
empuxo é igual ao volume do líquido des-
cendente do piso da piscina. Essa força ajuda-
locado.
rá a anular a ação da força-peso na escultura.
02. (Enem) Durante uma obra em um clube, um e) água exercerá uma força na escultura pro-
grupo de trabalhadores teve de remover uma porcional ao seu volume, e para cima. Essa
escultura de ferro maciço colocada no fundo de força se somará à força que os trabalhado-
uma piscina vazia. Cinco trabalhadores amarra- res fazem, podendo resultar em uma força
ram cordas à escultura e tentaram puxá-la para ascendente maior que o peso da escultura.
36
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

03. (Uerj) Uma pessoa totalmente imersa em uma Quando a garrafa é pressionada, o frasco se
piscina sustenta, com uma das mãos, uma es- desloca para baixo, como mostrado na figura 2.
fera maciça de diâmetro igual a 10 cm, também Ao apertar a garrafa, o movimento de descida do
totalmente imersa. Observe a ilustração: frasco ocorre porque:
a) diminui a força para baixo que a água aplica
no frasco.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) aumenta a pressão na parte pressionada da
garrafa.
c) aumenta a quantidade de água que fica den-
tro do frasco.
d) diminui a força de resistência da água sobre
o frasco.
A massa específica do material da esfera é igual
a 5,0 g/cm3 e a da água da piscina é igual a e) diminui a pressão que a água aplica na base
1,0 g/cm3. A razão entre a força que a pessoa do frasco.
aplica na esfera para sustentá-la e o peso da
06. (Ifsp) Um aluno de engenharia pretende determi-
esfera é igual a:
nar a densidade de um corpo maciço e realiza
a) 0,2.
uma experiência que consiste, inicialmente, em
b) 0,4.
suspender o corpo, em uma das extremidades
c) 0,8. de uma balança de braços iguais, com uma mas-
d) 1,0. sa de 100 gramas, conforme figura 1. A seguir
e) 0,1. ele coloca o corpo dentro de uma vasilha com
água, cuja densidade é de 1,0 g/cm3, e a equili-
04. (Cefet-MG) Dois objetos esféricos idênticos são
bra com uma massa de 60 gramas (figura 2). O
colocados para flutuar em dois líquidos diferen-
valor encontrado da densidade do corpo, em g/
tes I e II, conforme ilustração.
cm3, é igual a:

O experimento permite concluir que a(o):


a) líquido II é mais denso que o I.
b) empuxo sobre o objeto em II é maior que em I.
c) densidade da esfera é maior que a do líquido I.
a) 8,75.

Física
d) empuxo sobre a esfera em I é maior que seu
peso. b) 7,50.
c) 6,75.
05. (Enem) Um brinquedo chamado ludião consiste d) 3,50.
em um pequeno frasco de vidro, parcialmente e) 2,50.
preenchido com água, que é emborcado (virado
com a boca para baixo) dentro de uma garrafa 07. (FGV) Quando você coloca um ovo de galinha
PET cheia de água e tampada. Nessa situação, dentro de um recipiente contendo água doce,
o frasco fica na parte superior da garrafa, confor- observa que o ovo vai para o fundo, lá perma-
me mostra a figura 1. necendo submerso. Quando, entretanto, você
coloca o mesmo ovo dentro do mesmo recipien-
te contendo água saturada de sal de cozinha,
o ovo flutua parcialmente. Se, por meio dessa
última ­situação, você colocar suavemente, sem
agitação, água doce sobre a água salgada, evi-
tando que as águas se misturem, o ovo, que
antes flutuava parcialmente, ficará completa-
mente submerso, porém, sem tocar o fundo.
37
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

a) Aumenta, pois o barco desloca um maior vo-


lume de água.
b) Diminui, pois o empuxo diminui.
c) Diminui, pois o barco desloca um menor vo-
lume de água.
d) Aumenta, pois o empuxo aumenta.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
e) Não se altera, pois o empuxo é o mesmo.

10. (Ufsc – Adaptada) Um brinquedo de peso P e


densidade ρ está amarrado a um fio. O fio en-
rosca e fica preso na grade de proteção de um
Com respeito a essa última situação, analise:
refletor no fundo de uma piscina cheia de água,
I. A densidade da água salgada é maior que como mostra a figura. O fio é bastante fino e só
a do ovo, que, por sua vez, tem densidade pode suportar uma tensão de módulo, no má-
menor que a da água doce. ximo, igual a três vezes o módulo do peso do
II. O empuxo exercido sobre o ovo é uma força brinquedo. Sabe-se que a relação entre a densi-
que se iguala, em módulo, ao peso do volume dade do brinquedo e a densidade da água (ρágua) é
de água doce e salgada que o ovo desloca. ρ/ρágua = 1/3.
III. A pressão atmosférica afeta diretamente
o experimento, de tal forma que, quando a
pressão atmosférica aumenta, mesmo que a
água se comporte como um fluido ideal, o
ovo tende a ficar mais próximo do fundo do
recipiente.

É correto o contido em:


a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III. Em relação ao exposto, assinale com V o que for
verdadeiro e com F o que for falso.
08. (PUC Minas) A frase “Isso é apenas a ponta do
iceberg” é aplicada a situações em que a exten- ( ) O fio arrebenta e o brinquedo sobe.
são conhecida de um determinado fato ou objeto ( ) O brinquedo permanece em equilíbrio na
é muito pequena, comparada ao restante, ainda posição mostrada na figura.
encoberto, não revelado. ( ) O módulo da força de empuxo é duas
No caso dos icebergs nos oceanos, isso ocorre vezes maior que o módulo do peso do
porque: brinquedo.
a) a densidade do gelo é muito menor que da ( ) O módulo da tensão no fio é igual ao dobro
água salgada. do módulo do peso do brinquedo.
b) a densidade da água dos oceanos é ligeira- ( ) A massa do brinquedo submerso é igual à
mente maior que a densidade do gelo. massa de água deslocada.
c) as correntes marítimas arrastam os icebergs ( ) A força de empuxo independe da massa
para regiões mais profundas dos oceanos, de água deslocada.
deixando acima da superfície da água uma
11. (UEPG – Adaptada) A respeito de dois corpos de
pequena parte do volume destes.
mesmo volume, designados por 1 e 2, imersos
d) o empuxo da água salgada sobre os i­ cebergs em um líquido, assinale com V o que for verda-
é menor que o peso destes. deiro e com F o que for falso.
09. (Udesc) Um barco pesqueiro, cuja massa é
710 kg, navegando rio abaixo, chega ao mar,
no local em que a densidade da água do mar é
5,0% maior do que a densidade da água do rio.
O que ocorre com a parte submersa do barco
quando este passa do rio para o mar?
38
Hidrostática ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

( ) Se a densidade do corpo 2 for igual à den- b) Indique qual princípio físico teve que ser utili-
sidade do líquido, esse corpo estará em zado, necessariamente, na resolução desse
equilíbrio no interior do líquido. problema.
( ) Se as densidades dos corpos forem
diferentes, os empuxos que os corpos re-
cebem serão diferentes.
( ) Quanto maior for a densidade do líquido,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
maior será o empuxo exercido sobre os
corpos.
( ) Se a densidade do corpo 1 for maior que a
do corpo 2, o corpo 1 imerge enquanto o
corpo 2 emerge.
( ) O princípio aqui implícito se aplica no flui-
do contido ou não num recipiente.

12. (PUCRS) A figura a seguir representa um cubo


C, em equilíbrio, suspenso por um dinamômetro 14. (UFPR – 2012)
D e com metade do seu volume imerso em água.
O cubo tem volume de 6,4 · 10–5 m3 e peso de Boiar no Mar Morto: luxo sem igual
1,72 N. É no ponto mais baixo da Terra que a Jordânia guar-
da seu maior segredo: o Mar Morto. Boiar nas águas
salgadas do lago formado numa depressão, a 400
metros abaixo do nível do mar, é a experiência mais
inusitada e necessária dessa jornada, mas pode estar
com os anos contados. A superfície do Mar Morto tem
encolhido cerca de 1 metro por ano e pode sumir com-
pletamente até 2050.
ANAUATE, Camila. O Estado de S.Paulo. Disponível em:
<http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,boiar-no-mar-
morto-luxo-semigual, 175377,0.htm>. Acesso em: 8 ago. 2011.

A alta concentração salina altera uma proprie-


Considere que a massa específica da água é dade da água pura, tornando fácil boiar no Mar
1,0 · 103 kg/m3, e que o módulo da aceleração Morto. Assinale a alternativa correspondente a
da gravidade é 10 m/s2. Nesse caso, a leitura do essa alteração.
dinamômetro, em newtons, é: a) Aumento da tensão superficial.
a) 1,7. d) 0,64. b) Aumento da densidade.
b) 1,4. e) 0,32. c) Aumento da pressão de vapor.
c) 0,85. d) Aumento da temperatura de ebulição.
e) Aumento da viscosidade.

Física
13. (UFPR) Um objeto esférico de massa 1,8 kg e
densidade 4,0 g/cm3, ao ser completamente 15. (FGV-SP – 2012) A pessoa da figura seguinte re-
imerso em um líquido, apresenta um peso apa- tira da água, com auxílio de uma associação de
rente de 9,0 N. Considerando a aceleração da polias (talha simples), uma carga de 50 kg que
gravidade com módulo igual a g, faça o que se ocupa um volume de 20 L.
pede.
a) Determine o valor da densidade desse
líquido.

39
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Hidrostática

A densidade da água é de 1,0 · 103 kg/m3, a


aceleração da gravidade local é de 10 m/s2 e a D

ascensão se dá com velocidade constante. A


força exercida pela pessoa tem intensidade, em
N, igual a:
a) 15.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) 30.
Considerando que a aceleração da gravidade lo-
c) 50.
cal é de 10 m/s2, a densidade da água do lago,
d) 150. em g/cm3, é:
e) 300. a) 0,6.
b) 1,2.
16. (UFPR – 2012) Um reservatório contém um líqui-
c) 1,5.
do de densidade ρL = 0,8 g/cm3. Flutuando em
d) 2,4.
equilíbrio hidrostático nesse líquido, há um cilin-
e) 4,8.
dro com área da base de 400 cm2 e altura de
12 cm. Observa-se que as bases desse cilindro 18. (Uerj – 2012) Considere uma balança de dois
estão paralelas à superfície do líquido e que so- pratos, na qual são pesados dois recipientes
mente 1/4 da altura desse cilindro encontra-se idênticos, A e B.
acima da superfície.
Considerando g = 10 m/s2, assinale a alternativa
que apresenta corretamente a densidade do ma-
terial desse cilindro.
a) 0,24 g/cm3
b) 0,80 g/cm3
c) 0,48 g/cm3
d) 0,60 g/cm3
PERELMAN, Y. Física recreativa. Moscou: Ed. Mir, 1975.
e) 0,12 g/cm3
Os dois recipientes contêm água até a borda.
17. (Enem – 2011) Em um experimento realizado
Em B, no entanto, há um pedaço de madeira
para determinar a densidade da água de um
flutuando na água. Nessa situação, indique se a
lago, foram utilizados alguns materiais conforme balança permanece ou não em equilíbrio, justifi-
ilustrado: um dinamômetro D com graduação de cando sua resposta.
0 N a 50 N e um cubo maciço e homogêneo de
10 cm de aresta e 3 kg de massa. Inicialmente,
foi conferida a calibração do dinamômetro, cons-
tatando-se a leitura de 30 N quando o cubo era
preso ao dinamômetro e suspenso no ar. Ao mer-
gulhar o cubo na água do lago, até que metade
do seu volume ficasse submersa, foi registrada a
leitura de 24 N no dinamômetro.

40
UNIDADE 10
GRAVITAÇÃO UNIVERSAL

ísica
Introdução à Astronomia ......................................2

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Aristóteles ...............................................................2
Nicolau Copérnico ..................................................3
Astronomia X astrologia .......................................4
Leis de Kepler ..........................................................8
Lei da Gravitação Universal ..................................9
Satélites ................................................................. 12

A astronomia é uma das ciências mais antigas.


Observar o céu estrelado tem sido muito mais que
uma fonte de inspiração para o ser humano.
Graças a meticulosas observações, o homem
passou a compreender melhor como se movem os
corpos celestes e quais são as forças responsáveis por
esses movimentos. As regras descobertas permitiram,
por exemplo, viajar até a Lua, enviar sondas a
planetas distantes, fotografar galáxias longínquas,
colocar satélites em órbita etc.
Em uma das fotos acima vemos um eclipse solar
Hellen Sergeyeva/Pavel Losevsky/adaptada/123RF
fotografado da janela de uma antiga estação espacial
russa em órbita. Na outra ele é visto da Terra e foi
capturado várias vezes ao longo de sua duração.
Thalerngsak Mongkolsin Artem Mykhaylichenko/123RF – adaptada
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Gravitação universal

COMPETÊNCIA HABILIDADE

6 20
Introdução à Astronomia
V ocê já tentou contar estrelas? Quantas vezes você já fez um pedido ao ver uma
estrela cadente? Já parou para observar o brilho que as estrelas têm ou, então,
que algumas parecem ser maiores que outras? Será que o céu que você vê hoje é o

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
mesmo de alguns milhares de anos atrás?
O que torna o Universo fascinante é todo o mistério que o envolve. Planetas, estrelas,
corpos celestes de todos os tamanhos, meteoros, buracos negros, satélites, todos em
uma dança aparentemente sincronizada, seguindo leis orbitais de movimentos sinuosos
e caprichosamente periódicos.
Muitas concepções a respeito dos corpos celestes que se tinha, por exemplo, na
época de Aristóteles, que viveu antes de Cristo, há cerca de 2,4 mil anos, ainda sub-
sistem. No entanto, estudiosos e pesquisadores como Tycho Brahe, Copérnico, Kepler,
Galileu, Newton e muitos outros contribuíram para o processo de descobertas das princi-
pais leis (ou princípios) que regem os movimentos de todos os corpos celestes.
Passaremos agora a elucidar um pouco da teoria de cada um desses pesquisadores.

Aristóteles
D
Stahlkocher. C.Commons. SRR
e acordo com Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), a
Terra permanecia imóvel no centro do Universo
e os outros astros celestes estavam presos a esferas de
cristal transparente, que giravam em torno da Terra. Esse
pensamento vigorou como verdade absoluta durante
quase 2 mil anos.

Saturno
Cláudio Ptolomeu (c.90-168), astrônomo
Júpit
er e geógrafo grego.

Mercúrio
Ma
rte
Vênu
s
Hélio Senatore

Lua
Sol

Terra

Representação sem escala

Sistema aristotélico

2
Gravitação universal ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

Tratava-se da Teoria Geocêntrica, que, no Saturno

século II depois de Cristo, foi aperfeiçoada por


Marte
Ptolomeu e tornou-se parte da doutrina da Igreja Sol

Católica da época. Mercúrio


Ptolomeu supunha que os planetas moviam- Terra Júpiter

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
-se em círculos, cujos centros giravam em torno
Vênus
da Terra. Com isso, além de apresentar um modelo Lua
mais simples que o dos gregos, conseguiu um Modelo simplificado do sistema planetário de
Ptolomeu.
melhor ajustamento aos movimentos observados
no céu.

Nicolau Copérnico
F oi com a publicação do livro Sobre
as revoluções dos corpos celestes,
Giordano Bruno (1548-1600), sacer-
dote católico, seguidor das ideias de
em 1543, o qual contestou for­malmente a Copérnico, afirmou que o Universo não era
teoria geocêntrica, que Nicolau Copérnico esférico, não havia esferas de cristal trans-
(1473-1543), nascido em Torun, Polônia, parente e que outras estrelas (assim como
apresentou a teoria heliocêntrica, que consi­ o Sol) poderiam apresentar planetas trans-
derava o Sol como centro do Universo e ladando à sua volta.
os planetas (também a Terra) girando em Nicolau Copérnico (1473-1543)

movimentos circulares em torno dele. Após Tycho Brahe é considerado fundador da


astronomia moderna.
70 anos, tornou-se uma das figuras mais
Astrônomo dinamarquês, nascido em
importantes na história do pensamento
Knudstrup, Scania, Dinamarca, Tycho Brahe
científico.
(1546-1601) também fazia suas obser-
A teoria heliocêntrica marcou o início vações na mesma época que Giordano
da revolução científica, pois foi baseando- Bruno.
-se nela que Kepler determinou as órbitas Ao estudar o Almagesto, de Ptolomeu,
elípticas dos planetas, Galileu formulou o de forma independente, percebeu que os
conceito de movimento e Newton formulou dados existentes sobre as posições plane-

Física
a teoria da gravitação universal. tárias eram muito imprecisos.
De nova stella, seu primeiro trabalho,
baseado na observação de uma “estrela
nova” na constelação de Cassiopeia e pu-
blicado em 1573, conclui que essa estrela
estava muito mais distante que a Lua.
Por um período de 21 anos, Tycho
Sol
Brahe construiu seus próprios instrumen-
Mercúrio
tos de observação, uma vez que o teles-
Vênus
Terra
cópio ainda não havia sido inventado.
Marte Fixou-se na ilha de Hvem, entre a Suécia
Júpiter e a Dinamarca, com permissão do rei do
Saturno
país, e construiu ali seu observatório, o
Modelo simplificado de sistema planetário de Copérnico. Uraniborg.

3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Gravitação universal

Após muitas observações, com a morte do rei, Brahe recebeu uma proposta
do imperador do ­Sacro Império Romano-Germânico para se estabelecer em Praga.
Em 1600, o jovem Kepler juntou-se a Brahe. Com a morte do astrônomo, em ou-
tubro de 1601, Kepler tornou-se seu sucessor e herdeiro da vasta coleção de obser-
vações astronômicas, das quais retirou o material necessário para elaborar suas
famosas leis planetárias.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Astronomia X astrologia
L eia os textos a seguir:

LEITURA E TROCA DE IDEIAS

Astrologia não é Ciência


A astrologia relaciona a posição dos astros no céu, tanto no nascimento quanto diariamente, com fatos
na Terra, incluindo os humores e destinos das pessoas. Ela assume que há ação dos corpos celestes sobre os
objetos animados e inanimados e que os ângulos aparentes entre os planetas no céu afetam a humanidade.
Astrologia não deve ser confundida com Astronomia, a ciência que verdadeiramente estuda os astros e
seu funcionamento, isto é, sua física.
Quando a astrologia começou, no vale dos rios Eufrates e Tigre, no atual Iraque, cerca de 3 000 a.C.,
os mesopotâmios e os babilônios acreditavam que os planetas, incluindo o Sol e a Lua, e seus movimentos,
afetavam a vida dos reis e das nações. Os chineses tinham crenças similares por volta de 2 000 a.C. Quando a
cultura babilônica foi absorvida pelos gregos, por volta de 500 a.C., a astrologia gradualmente se espalhou pelo
ocidente. Por volta do segundo século antes de Cristo, os gregos democratizaram a astrologia, desenvolvendo
a tradição de que os planetas influenciavam a vida de todas as pessoas. Eles acreditavam que a configuração
planetária no momento do nascimento das pessoas afetava sua personalidade e seu futuro. Esta forma de astro-
logia, conhecida como astrologia natal, alcançou seu ápice com o grande astrônomo Claudius Ptolomeu (85-165
d.C.). Seu trabalho de astrologia, Tetrabiblos, permanece como a base da astrologia ainda hoje.
A chave da astrologia natal é o horóscopo, uma carta que mostra a posição dos planetas no céu no
momento do nascimento (e não da concepção!), em relação às 12 constelações do Zodíaco, definidas naquela
época como cada uma ocupando 30 graus na eclíptica, e chamadas signos. As posições são tomadas em
relação às casas, regiões de 30 graus do céu em relação ao horizonte.
Uma variante popular da astrologia é baseada no signo solar, que usa somente um elemento, o signo ocu-
pado pelo Sol no momento do nascimento da pessoa. É esta que aparece nos jornais e revistas.
A necessidade de conhecimento da posição dos planetas levou ao desenvolvimento da astronomia.
A astrologia não é uma ciência. Assim como a astronomia, ela floresceu na Antiguidade, muito antes da
formulação da teoria gravitacional e da teoria eletromagnética e do conhecimento de que todos os astros são
compostos da mesma matéria existente aqui na Terra. Não existe matéria “celeste” como acreditava Aristóteles
(384-322 a.C.). Mas ao contrário da Astronomia, ela não incorpora as teorias científicas e assume que a Terra
está no centro do Universo, rodeada pelo Zodíaco, e a definição dos signos ignora a precessão do eixo de
rotação da Terra.
Devido à precessão dos equinócios, o Sol atualmente cruza Áries de 18 de abril a 12 de maio, Touro de 13
de maio a 20 de junho, Gêmeos de 21 de junho a 19 de julho, Câncer de 20 de julho a 9 de agosto, Leão de 10 de
agosto a 15 de setembro, Virgem de 16 de setembro a 30 de outubro, Libra de 31 de outubro a 22 de novembro,
Escorpião de 23 de novembro a 28 de novembro, Ofiúco de 29 de novembro a 16 de dezembro, Sagitário de 17
de dezembro a 18 de janeiro, Capricórnio de 19 de janeiro a 15 de fevereiro, Aquário de 16 de fevereiro a 11 de
março e Peixes de 12 de março a 17 de abril.
Tanto a teoria gravitacional de Newton e Einstein quanto a teoria eletromagnética de Maxwell comprovam
que o efeito dos astros nas pessoas é completamente desprezível, isto é muito menor do que o efeito dos outros

4
Gravitação universal ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

corpos na própria Terra. Naturalmente não estamos falando da luz do Sol, principal fonte de energia na Terra,
nem dos efeitos de maré da Lua, e em menor parte do Sol, sobre a Terra. Também não estamos falando do efeito
real da colisão de um asteroide ou meteo­rito com a Terra, que muitas vezes tem consequências catastróficas.
O obstetra que realiza o parto de uma criança exerce uma atração gravitacional sobre ela seis vezes maior do
que o planeta Marte, pois embora a massa de Marte seja muito maior do que a do obstetra, o planeta está muito
mais distante. O efeito de maré do obstetra sobre a criança é ainda 2 trilhões de vezes maior do que o de Marte.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Por falar em distâncias, a astrologia, ao calcular os horóscopos, assume que o efeito dos planetas, como
Marte, é o mesmo quando Marte está do mesmo lado do Sol que a Terra e quando ele está do outro lado do Sol,
cinco vezes mais distante! Todas as forças conhecidas (gravitacional, elétrica e magnética, força fraca e força
forte) dependem da distância. Se o efeito não depende da distância, então qual é o efeito das estrelas, galáxias
e quasares?
Os sinais de rádio emitidos pelo Sol e por Júpiter, e em menor quantidade por todos os outros planetas,
também sinais eletromagnéticos, são muito menos intensos que os sinais emitidos por uma pequena emissora
de rádio de 1 kilowatt a 1 000 km de distância. Todos os efeitos eletromagnéticos e gravitacionais caem com o
quadrado da distância.
A característica fundamental da ciência é basear-se na observação da natureza e na experimentação.
Os efeitos das posições dos planetas e da Lua em qualquer pessoa na Terra nunca foram demonstrados em
qualquer estudo sistemático. Nas últimas décadas, vários cientistas testaram as previsões da astrologia e com-
provaram que não há resultados:
1. O psicólogo Bernard Silverman, da Michigan State University, estudou o casamento de 2 978 casais e
o divórcio de 478 casais, comparando com as previsões de compatibilidade ou incompatibilidade dos
horóscopos e não encontrou qualquer correlação. Pessoas “incompatíveis” casam-se e divorciam-se
com a mesma frequência que as “compatíveis”. O psicólogo suíço Carl Jung (1875-1961), em seu livro A
Interpretação da Natureza e da Psique, chegou à mesma conclusão.
2. O físico John McGervey, da Case Western University, estudou as biografias e datas de nascimento de 6 mil
políticos e 17 mil cientistas e não encontrou qualquer correlação entre a data de nascimento e a profissão,
prevista pela astrologia.
3. Um teste duplo-cego da astrologia foi proposto e executado pelo físico Shawn Carlson, do Lawrence
Berkeley Laboratory, Universidade da Califónia. Grupos de voluntários forneceram informações para que
uma organização astrológica bem estabelecida produzisse um horóscopo completo da pessoa, que tam-
bém preenchia um questionário de personalidade completo, pré-estabelecido de comum acordo com os
astrólogos.
A organização astrológica que calculava o horóscopo completo da pessoa, juntamente com 28 astrólogos
profissionais que tinham aprovado o procedimento antecipadamente, selecionavam entre três questionários
de personalidade aquele que correspondia a um horóscopo calculado. Como havia três questionários e um
horóscopo, a chance de acerto aleatório era de 1/3 = 33%. Os astrólogos tinham previsto antecipadamente

Física
que a taxa de acerto deveria ser maior do que 50%, mas em 116 testes, a taxa de acerto foi de 34%, ou
seja, a esperada para escolha ao acaso! Os resultados foram publicados no artigo A Double Blind Test of
Astrology, S. Carlson, 1985, Nature, Vol. 318, p. 419.
4. Os astrônomos Roger Culver e Philip Ianna, que publicaram o livro Astrology: True or False, (1988, Prometheus
Books), registraram as previsões publicadas de astrólogos bem conhecidos e organizações astrológicas
por 5 anos. Das mais de 3 mil previsões específicas, envolvendo muitos políticos, atores e outras pessoas
famosas, somente 10% se concretizaram. Esta taxa é menor do que a de opiniões informadas.
5. Uma pesquisa coordenada pelo rofessor Salim Simão do Departamento de Produção Vegetal da
Universidade de São Paulo, durante sete anos, comprovou que a fase da Lua não tem efeito no crescimento
das plantas. (Veja, edição 1 638, 1 mar. 2000, p. 127).
6. O médico dermatologista Valcinir Bedin, presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo con-
clui: “Independentemente da fase lunar, a média de crescimento mensal do cabelo é de 1 centímetro”.
(Veja, edição 1 638, 1 mar. 2000, p. 127).
Portanto, embora mais de 50% da população acredite em astrologia, trata-se somente de uma crença, sem
qualquer embasamento científico.
OLIVEIRA FILHO, Kepler de Souza. Disponível em: <http://astro.if.ufrgs.br/astrologia.htm>. Acesso em: 4 jul. 2014. (Adaptado).

5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Gravitação universal

A visão da Astronomia acerca da astrologia:


um embate ainda atual
Astronomia e astrologia são palavras de origem grega. Astronomia é composta de astron e nomia, que
significam, respectivamente, astro e regra, ou lei. A Astronomia é uma ciência que estuda a composição, o
movimento e os processos físicos que ocorrem nos astros. Atualmente, a Astronomia não é uma ciência isolada,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
mas utiliza cada vez mais recursos e conhecimento de outras ciências, como Física, Computação, Química e
Biologia. A palavra astrologia é composta por astron e logos, que significa estudo. A astrologia, portanto, trata do
estudo da influência dos astros sobre o comportamento e destino da vida das pessoas.

Por que a Astronomia é considerada uma ciência e a astrologia não?


Uma das características fundamentais da Ciência é descrever o comportamento da natureza por meio da
observação e experimentação. A Astronomia é uma ciência baseada em leis conhecidas e consolidadas da
Física. Os resultados obtidos pelo exercício da Ciência – na qual se inclui a Astronomia –, com base nessas
leis, são únicos, ou seja, podem ser reproduzidos por qualquer pessoa que conheça essas leis e a metodologia
empregada.
Já a astrologia não segue esse rigor. Alguns críticos a consideram apenas uma superstição, pois, até o
momento, não foi capaz de demonstrar, segundo os preceitos científicos, os resultados que afirmam obter.
Segundo a visão da Astronomia, compartilhada pelos cientistas em geral, a astrologia é uma pseudociên-
cia, ou seja, um conjunto de teorias que se intitula como Ciência, porém não possui o embasamento científico e
não manifesta seus resultados por meio da metodologia científica.
Muito da popularidade da astrologia se deve ao fato de que ela é carregada de superstições, com base em
crenças bastante enraizadas no pensamento coletivo. Mesmo que diversas pesquisas mostrem que a fase da
Lua não tem relação direta com o crescimento de plantas ou no crescimento do cabelo, cada pessoa é livre para
crer no que quiser, é claro. Porém, o que os cientistas alertam é para a utilização da pseudociência para iludir e
usurpar dinheiro da população, fazendo dela charlatanismo puro.
SOUZA, Vinicius A. de. Disponível em: <http://www.artigonal.com/ciencias-artigos/
a-visao-da-astronomia-a-cerca-da-astrologia-870010.html>. Acesso em: 2 jul. 2014. (Adaptado).

Responda a estas questões:


01. Astronomia e astrologia são a mesma coisa? Comente sua resposta.

02. Cite algumas crenças populares sobre a influência da Lua ou dos demais astros no
cotidiano das pessoas. Você pode citar um exemplo no qual a Lua é capaz de afetar
algo que ocorre na Terra e que a Ciência comprove como verdadeiro?

6
Gravitação universal ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

03. Há alguma evidência científica de que os astros podem revelar aspectos ocultos de
nossa personalidade ou influenciar nosso comportamento, cotidiano e destino?

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
04. A astrologia pode ser considerada uma Ciência, no sentido moderno dessa palavra?

05. É possível testar, sob condições controladas, as previsões feitas por horóscopos e

Física
mapas astrais? Se sim, o que dizem os resultados desses experimentos?

7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Gravitação universal

Leis de Kepler
Primeira Lei de Kepler Na figura acima, ao passar da posição
P1 (definida pelo vetor r1) para a posição
(Lei das Órbitas) P2 (definida pelo vetor r2) decorre um inter-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
valo ∆t diretamente proporcional à área A
Os planetas descrevem órbitas elíp- descrita.
ticas em relação ao Sol, o qual ocupa Essa lei determina que o movimento
um dos focos da elipse. de cada planeta ao longo da elipse não é
uniforme, pois, quando ele está mais pró-
Planeta ximo do Sol, a variação de espaço medida
ao longo da elipse é maior do que quando
Semieixo

ele está mais longe, no mesmo intervalo de


menor

Semieixo
Sol maior tempo:
A B
F 2
o
ntr

F1 Movimento retardado
Ce

Afélio (Dt2)

A2
Trajetória elíptica de um planeta em torno do Sol. v2
Johannes Kepler (1571-1630), (Dt1) A1
Afélio (ponto A): ponto mais próximo do Sol.
astrônomo alemão v1
Periélio (ponto B): ponto mais afastado do Sol.
Periélio

Movimento acelerado

Segunda Lei de Kepler


Portanto, o movimento planetário é
retardado quando o planeta se afasta, e

(Lei das Áreas) acelerado quando se aproxima do Sol.


No ponto mais próximo do Sol (periélio),
a velocidade de translação do planeta é
As áreas “varridas” pelo vetor posi- máxima e, no ponto mais afastado (afélio),
ção de cada planeta (vetor com origem a velocidade é mínima (no uso da Terra,
no Sol e nas extremidades no planeta) esses valores são 30,2 km/s e 29 km/s).
são proporcionais aos intervalos de
tempo gastos para descrevê-las.
Terceira Lei de Kepler
(Lei dos Períodos)
Os quadrados dos períodos de revo-
lução dos planetas em torno do Sol são
r1
diretamente proporcionais aos cubos dos
r2 raios médios de suas respectivas órbitas.
A
P1
Dt P2 Representando-se o período de revo-
lução por T e o raio médio da órbita por
A
= constante R, essa lei pode ser expressa matematica-
∆t
mente por:
T2
Essa constante é denominada veloci- =k
R3
dade areolar.

8
Gravitação universal ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

Observação: se as órbitas forem cir- Período de Raio da órbita


culares, o semieixo maior será o raio, e a Planeta revolução (R – em unidade T2    (ano)2
(T – em anos) astronômica) u.a. R3 (u.a.)3
expressão da terceira lei será:
Mercúrio 0,241 0,387 1,002
T12 T22
= = k Vênus 0,615 0,723 1,000
R13 R32
Terra 1,000 1,000 1,000

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O período de revolução do planeta é Marte 1,881 1,524 0,999
também denominado ano, e o raio médio Júpiter 11,865 5,204 0,998
da órbita é a média aritmética entre as Saturno 29,650 9,580 0,999
distâncias do afélio e do periélio, ou
Urano 83,745 19,14 1,000
seja, corresponde ao semieixo maior da
elipse. Netuno 165,951 30,20 0,999
1 u.a. = unidade astronômica = raio da órbita da Terra = 149,5 milhões de km

Analisando a segunda coluna (revolução dos planetas em


Ponto médio
Afélio r2 r1 Periélio torno do Sol) e a terceira coluna da tabela (o raio das órbitas –
T2
distâncias dos planetas ao Sol) e utilizando a terceira lei ( 3 = k),
R Sol R
obtemos a quarta coluna, na qual o valor de k será o mesmo para
qualquer planeta (a diferença de valores é justificada por erros
R = r1 = r2 (Raio médio = semieixo maior)
2 experimentais).

Lei da Gravitação
Universal
S egundo a história da Física (ou seria
apenas lenda?), sir Isaac Newton
Dois corpos quaisquer exercem
entre si uma força de atração gravita-
(1643-1727) observou a queda de uma cional cuja intensidade é diretamente
maçã e refletiu consigo mesmo: “Não será proporcional ao produto de suas mas-
a força responsável pela queda da maçã sas e inversamente proporcional ao

Física
da mesma natureza da força que mantém a quadrado da distância que os separa.
Lua em órbita em torno da Terra?”.
Matematicamente, sendo as massas
Partindo dessa reflexão e de seus
dos corpos m e M e a distância entre eles
conhecimentos sobre Dinâmica e sobre as r, a intensidade da força gravitacional F,
leis de Kepler, Newton conseguiu explicar será:
teoricamente desde a queda dos corpos e
GMm
o movimento planetário até o movimento F=
r2
das marés, além de determinar a massa Na fórmula apresentada, G é uma
da Terra e da Lua. constante válida para quaisquer dois
Isso ocorreu em 1687, quando Newton corpos em qualquer local do Universo e
formulou a Lei da Gravitação Universal, é denominada constante de gravitação
que afirma: universal.

9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Gravitação universal

O valor da constante G é dado abaixo:


m2
G ≈ 6,67 · 10–11 N ·
kg2

Por intermédio da balança de torção (ver figura), Henry Cavendish conseguiu medir
a força de atração entre duas esferas, e com isso determinou o valor da constante de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
gravitação universal (G).

Aceleração da gravidade na superfície da Terra


A força gravitacional que a Terra exerce sobre um corpo qualquer de massa m é a
própria força peso, se considerarmos a Terra isolada no Universo e não levarmos em
conta a rotação. Assim, podemos escrever, para um corpo situado na superfície da
Terra, que a aceleração da gravidade será:

Fgravitacional = Peso

m
G·M· =m·g
R2

Simplificando a expressão:

M
g =G·
R2

(M = massa da Terra; R = raio da Terra)


m2 Observação: como Isaac Newton
F=P não tinha a exatidão do valor de G (como
F Cavendish), não conseguiu medir a massa
da Terra. Segundos relatos, Cavendish foi
F R quem conseguiu “pesar” a Terra.
M

M
Utilizando a fórmula g = G ∙ 2
R
M
9,8 = 6,67 ∙ 10–11 ∙
(6,37 ∙ 106)2
M = 5,97 ∙ 1027 kg

10
Gravitação universal ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

Observação: como a Terra não é totalmente esférica (“achatada” nos polos), o valor
de R na linha do Equador é maior do que o valor de R nos polos. Logo, concluímos que
a aceleração da gravidade na linha do Equador é menor que nos polos.

Norte (+)
90 Verifique na tabela:
60 60
(+) Variação da aceleração da gravidade (g)

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
30 30 com a latitude (nível do mar)
Latitude (grau) g (m/s2)
Equador 0
0º 9,780
30 30 20º 9,786
(-)
60 60 40º 9,802
90
Sul (-) 60º 9,819
80º 9,831
90º 9,832

Aceleração da gravidade sob altitude h da


superfície da Terra
A uma altitude h (ver figura abaixo), a aceleração da gravidade é menor que na super-
fície. Observe:

r=R+h

h gh
r M M
gh = G · =G·
r2 (R + h)2
R Ou, ainda, escrevendo de outra forma:
R
M gh = g ·
(R + h)2
Sendo g → na superfície da Terra e
R → raio da Terra.

LEITURA Física

Medidas astronômicas
Em Astronomia, os objetos de estudo estão sempre muito distantes. As distâncias entre planetas, estrelas ou
galáxias são tão grandes que simplesmente não é conveniente expressá-las em quilômetros ou milhas. Para isso,
costumam ser usadas outras unidades.

Ano-luz
Corresponde à distância a que a luz é capaz de viajar durante um ano no vácuo. Um ano-luz equivale a
9 460 530 000 000 km (aproximadamente 9,5 bilhões de quilômetros!). Usando a notação científica, escrevemos
que 1 ano-luz = 9,46053 · 1012 km. Em termos de unidades astronômicas (u.a.) um ano-luz é igual a 63 239 u.a.
Um ano-luz também equivale a 0,3066 parsecs.

11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Gravitação universal

Parsec
Unidade de distância frequentemente usada na Astronomia para medir distâncias entre estrelas e galáxias.
Ela é definida como a distância na qual um objeto celeste, como uma estrela, teria uma paralaxe de um segundo
de arco (veja diagrama mais adiante). O parsec corresponde a 206 265 unidades astronômicas e a 3,26 anos-luz.
Isso significa que um parsec = 3,085678 · 1013 km = 3,08 · 1018 cm.
– 1 kiloparsec = 1 kpc = 1 000 parsecs = 103 pc
– 1 megaparsec = 1 Mpc = 1 milhão de parsecs = 106 pc

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Unidade astronômica
É definida como a distância média entre a Terra e o Sol. Uma unidade astronômica equivale a 149 597 870,691
km. Em geral, consideramos que a distância aproximada entre a Terra e o Sol (ou seja, uma unidade astronômica)
é igual a 150 milhões de quilômetros, aproximadamente 500 segundos-luz. Um feixe de luz leva aproximadamente
8,3 minutos para viajar uma unidade astronômica.
E

1 AU
206 265 AU 1”
S D
No diagrama acima (fora de escala), S representa o Sol, e E representa a Terra em um ponto de sua órbita.
D é um objeto a distância de um parsec do Sol. Por definição, o ângulo D vale um segundo de arco e a distância
ES vale uma unidade astronômica.
Observatório Nacional. Unidade astronômica. Disponível em: <http://www.on.br/ead_2013/
site/conteudo/cap4-distancia/distancia.html>. Acesso em: 2 jul. 2014. (Adaptado).

Satélites
E m um satélite em órbita circular de raio r, em torno de um planeta, a força gravi-
tacional que atua sobre ele é a resultante centrípeta:

Fcp = F

m · v2 = G · M · m
r r2
Então, a velocidade do satélite em órbita circular e uniforme é expressa por:
G·M
v=
r
Denomina-se satélite estacionário aquele que permanece em repouso, isto é, esta-
cionado, em relação a um observador fixo na superfície da Terra.
Sua órbita, em relação ao referencial no centro de massa da Terra, deve ser circular
e estar contida no plano equatorial. Seu período é igual ao de rotação da Terra, ou seja,
de 24 horas.
Levando-se em conta que o raio da Terra é de, aproximadamente, 6 400 km, o satélite
deverá estar a uma altura aproximada de 35 840 km da superfície da Terra, girando no
mesmo sentido de rotação.
Utilizando a fórmula, podemos calcular a velocidade do satélite:
G = 6,67 ∙ 10–11 N ∙ m 2
2

kg
M = 5,97 ∙ 1024 kg
r = (R + h) = 6 400 + 35 840 = 42 240 km = 42 240 000 m
G·M 6,67 · 10–11 ∙ 5,97 ∙ 1024
v= =
r 42 240 000
v = 3 075,35 m/s = 11 053 km/h
12
Gravitação universal ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

LEITURA E TROCA DE IDEIAS

Astronautas
Os astronautas nos satélites em órbita ao redor da Terra têm a sensação de falta de peso, denominada
imponderabilidade. Mas você pode pensar: “Então a força gravitacional não existe!”. Não, isso não está correto.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O fato é que a força gravitacional está sendo usada como resultante centrípeta, necessária para mantê-los em
órbita circular.

Algumas curiosidades
Você sabia?
1. Se fôssemos montar um Sistema Solar em escala de distância e colocássemos a Terra a 1 metro do Sol,
Mercúrio estaria por volta de 40 cm do Sol, Plutão (que não é mais classificado como planeta) a uns 40 m,
e a estrela mais próxima de nós (depois do Sol), a 273 km.
2. Você sabia que a nossa vizinha galáxia de Andrômeda se aproxima da Via Láctea de forma que colidirão daqui a
uns 4 bilhões de anos? Data que coincide mais ou menos com a morte do Sol.
3. Você sabia que a galáxia de Andrômeda é o objeto mais distante visível a olho nu? Ela está a cerca de 2
milhões de anos-luz e possui quase o dobro do tamanho da nossa Via Láctea, que, por sua vez, tem um
tamanho aproximado de 110 mil anos-luz e 100 bilhões de estrelas.
4. Você sabia que a maior montanha do sistema solar fica em Marte? Trata-se do monte Olympus, um vulcão
com o tamanho de quase três picos do Everest empilhados.
Mundo Físico. Curiosidades. Disponível em: <http://www.mundofisico.joinville.udesc.br/
index.php?idSecao=3&idSubSecao=&idTexto=172>. Acesso em: 2 jul. 2014. (Adaptado).

A astronomia dos índios brasileiros


Já ficou olhando o céu à noite? Na cidade grande não tem tanta graça. Por causa da poluição atmosférica
e luminosa, não conseguimos ver tantas estrelas. Mas o céu é repleto de pontinhos brilhantes. Uma das coisas
mais legais é ligar esses pontos até formar um desenho. Foi assim que nasceram as constelações.
Os índios brasileiros também brincaram disso e imaginaram coisas bem diferentes no céu. Em vez de
Sagitário ou Órion, frutos da cultura europeia, as constelações indígenas brasileiras são a Anta, a Ema e o
Homem Velho, por exemplo. Eles enxergaram no céu o que existe de verdade aqui na Terra.
Por isso é muito mais fácil enxergar as constelações indígenas. Mas, mesmo com formas diferentes, as nossas
constelações e as deles foram inventadas para as mesmas coisas: definir as estações do ano, criar um calendário e
ajudar na caça e na coleta de alimentos.

A Ema

Física
A constelação da Ema existe em quase todos os povos indígenas do Brasil. Ela indica a chegada do inverno
para os guaranis e do tempo de seca para as tribos da Amazônia. Diz a lenda que o Cruzeiro do Sul está segu-
rando sua cabeça. Se soltar, a Ema vai beber toda a água do mundo. É por isso que, quando ela aparece no céu,
é sinal de que o tempo de seca chegou.

O Homem Velho
Essa é outra constelação muito comum. Ao contrário da Ema, o Homem Velho indica o verão. Um dia, um
velhinho se casou com uma índia bem nova. Só que a esposa era apaixonada pelo irmão do marido. Para viver
com o verdadeiro amor, a mulher cortou a perna do velho, que acabou morrendo. Com pena, os deuses transfor-
mam o Homem Velho em constelação. É por isso que ele aparece no céu com uma bengala.
Outra curiosidade sobre a Astronomia dos índios brasileiros são os mitos sobre eventos astronômicos.
Acompanhe um deles a respeito do eclipse lunar.
“No início do tempo e do espaço, antes de se fixarem no céu, o Sol e seu irmão mais novo, a Lua, habitavam
a Terra, vivendo juntos diversas aventuras. Um dia, encontraram um espírito maléfico, geralmente representado pela
Onça, pescando em um rio. Com o objetivo de importunar a Onça, que não havia percebido os dois irmãos, o Sol

13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Gravitação universal

mergulhou e mexeu o anzol, imitando um peixe grande. A Onça puxou o anzol vazio, caindo para trás. O Sol repetiu
o seu gesto por três vezes e em todas elas a Onça caiu de costas. ‘Agora é a minha vez’, disse a Lua sorrindo.
A Lua mergulhou e foi deslizando na direção do anzol. No entanto, a Onça foi mais rápida: pescou a Lua e a
matou com um bastão de madeira. Depois, levou a Lua, como se fosse um pescado, para comer com sua mulher.
Quando estavam cozinhando a Lua, o Sol chegou e foi convidado pela Onça para também comer o peixe. Ele
agradeceu dizendo que aceitaria apenas um pouco de caldo de milho e pediu que não jogassem fora os ossos do

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
peixe, pois gostaria de levá-los consigo.
Depois, recolhendo os ossos da Lua, o Sol levou-os para longe e, utilizando a sua própria divindade, res-
suscitou o seu irmão mais novo. Assim, um eclipse lunar representa a Lua sendo devorada pela Onça. A cor
avermelhada da Lua eclipsada é o seu próprio sangue que a oculta. A Lua só consegue ressurgir em toda a sua
plenitude, como lua cheia, porque o seu irmão mais velho, o Sol, a ressuscita.”
MOLINERO, Bruno. Folha de S.Paulo, 18 set. 2010. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/
797977-conheca-a-astronomia-dos-indios-brasileiros.shtml>. Acesso em: 2 jul. 2014. (Adaptado).

Responda a estas questões:

01. Quando falamos da Astronomia das culturas pré-colombianas, nos lembramos


sempre dos Maias e Incas, por exemplo. Acabamos nos esquecendo de que nos-
sos índios também acumularam muito conhecimento através da observação do
céu. Pesquise na internet e escreva um texto em seu caderno registrando o avanço
da Astronomia dos índios brasileiros e como eles usavam esse conhecimento no
dia a dia.

02. Discuta com seus colegas e aponte o que mais chamou sua atenção no mito indíge-
na do eclipse lunar.

Imponderabilidade
O fato de os astronautas flutuarem nas imagens feitas do interior de uma estação
espacial em órbita é explicado levando-se em conta que ambos, estação espacial e
astronautas, possuem a mesma aceleração, o que impossibilita que os astronautas sin-
tam o próprio peso. A essa situação chamamos de imponderabilidade.
Assista ao filme Gravidade (2013), em que o estado de imponderabilidade dos obje-
tos dentro da nave na qual a Ryan Stone (Sandra Bullock) retorna à superfície da Terra
se manteve à mesma aceleração (estando próxima da superfície terrestre), sem contar a
velocidade dos objetos.
Matt Kowalski (George Clooney) é um astronauta experiente que está em missão de
conserto ao telescópio Hubble com a doutora Ryan. Ambos são surpreendidos por uma
chuva de destroços decorrente da destruição de um satélite por um míssil russo, que faz
que sejam jogados no espaço sideral. Sem qualquer apoio da base terrestre da NASA,
eles precisam encontrar um meio de sobreviver em meio a um ambiente completamente
inóspito para a vida humana.
Agora a pergunta: como fica a imponderabilidade dos objetos nesse filme?

ATIVIDADES

01. (Udesc) Analise as proposições a seguir sobre no centro do Universo; e os planetas mo-
as principais características dos modelos de sis- viam-se em círculos, cujos centros giravam
temas astronômicos. em torno da Terra.
I. Sistema dos gregos: a Terra, os planetas, o III. Copérnico defendia a ideia de que o Sol es-
Sol e as estrelas estavam incrustados em es- tava em repouso no centro do sistema e que
feras que giravam em torno da Lua. os planetas (inclusive a Terra) giravam em
II. Ptolomeu supunha que a Terra encontrava-se torno dele em órbitas circulares.
14
Gravitação universal ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

IV. Kepler defendia a ideia de que os planetas 04. (Udesc) Na figura a seguir, o sul-africano Mark
giravam em torno do Sol, descrevendo traje- Shuttleworth, que entrou para a história como o
tórias elípticas, e o Sol estava situado em um segundo turista espacial, depois do empresário
dos focos dessas elipses. norte-americano Dennis Tito, “flutua” a bordo da
Assinale a alternativa correta. Estação Espacial Internacional que se encontra
a) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras. em órbita baixa (entre 350 km e 460 km da Terra).

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) Somente a afirmativa II é verdadeira. Sobre Mark, é correto afirmar:
c) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.

02. (UFRGS) A Astronomia estuda objetos celestes


que, em sua maioria, se encontram a grandes
distâncias da Terra. De acordo com a mecânica
newtoniana, os movimentos desses objetos obe-
decem à Lei da Gravitação Universal.
Considere as seguintes afirmações, referentes às
unidades empregadas em estudos astronô­micos.
I. Um ano-luz corresponde à distância percorri- a) tem a mesma aceleração da Estação Espacial
da pela luz em um ano. Internacional.
II. Uma unidade astronômica (1 UA) correspon- b) não tem peso nessa órbita.
de à distância média entre a Terra e o Sol. c) tem o poder de levitação.
III. No Sistema Internacional (SI), a unidade da d) permanece flutuando devido à inércia.
constante G da Lei da Gravitação Universal é
m/s2. e) tem velocidade menor que a da Estação Es­
pa­cial Internacional.
Quais estão corretas?
a) Apenas I d) Apenas I e II 05. (Unemat) Um objeto de massa igual a 60 kg tem
b) Apenas II e) I, II e III peso na superfície da terra igual a 600 N. O peso
c) Apenas III desse objeto, estando ele a uma altura corres-
pondente a 2/3 do raio da terra, será igual a:
03. (Uerj) Leia atentamente os quadrinhos a seguir. (Considere na superfície da terra: g = 10 m/s2).
a) 400 N. d) 150 N.
b) 216 N. e) 780 N.
c) 900 N.

06. (Unemat) Dois corpos de massas iguais a 110 kg


e 30 kg estão a uma distância de 13 metros um

Física
do outro. Sendo G = 6,7 · 10–11 N · m 2 , logo, a
2

kg
força de atração aproximada entre eles é:
A solução pensada pelo gato Garfield para
atender à ordem recebida de seu dono está fisi- a) 180,82 · 10–11 N.
camente correta? Justifique sua resposta. b) 160,82 · 10–11 N.
c) 120,85 · 10–11 N.
d) 130 · 10–11 N.
e) 170,82 · 10–11 N.

07. (UFSCar) Leia a tirinha.

15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Gravitação universal

Não é difícil imaginar que Manolito desconheça 09. (UFPA) Em 4 de outubro de 2007 fez 50 anos do
a relação entre a força da gravidade e a forma lançamento do Sputnik, que foi o primeiro saté-
de nosso planeta. Brilhantemente traduzida pela lite artificial da Terra. Lançado pela antiga União
expressão criada por Newton, conhecida como a Soviética, consistia em uma esfera metálica de 58
lei de gravitação universal, essa lei é por alguns cm de diâmetro e massa de 83 kg. Sua órbita era
aclamada como a quarta lei de Newton. De sua elíptica, inclinada de 64° em relação ao equador

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
apreciação, é correto entender que: terrestre, com período de 96 min. Seu foguete de
a) em problemas que envolvem a atração lançamento era de dois estágios, tendo o segun-
gravitacional de corpos sobre o planeta do estágio também entrado em órbita ao redor
Terra, a constante de gravitação universal, da Terra. O Sputnik, cuja função básica era trans-
inserida na expressão newtoniana da lei de mitir sinais de rádio para a Terra, ficou em órbita
gravitação, é chamada de aceleração da por aproximadamente seis meses antes de cair.
gravidade.
Com base no texto, julgue as afirmações a
b) é o Planeta que atrai os objetos sobre sua
seguir.
superfície e não o contrário, uma vez que a
massa da Terra supera muitas vezes a mas- I. O Sputnik era um satélite do tipo geoestacio­
sa de qualquer corpo que se encontre sobre nário.
sua superfície. II. Após o Sputnik separar-se do segundo es-
c) o que caracteriza o movimento orbital de um tágio do foguete, considerando-se que o
satélite terrestre é seu distanciamento do momento linear do sistema se conserva, a
planeta Terra, longe o suficiente para que o trajetória do centro de massa do conjunto
satélite esteja fora do alcance da força gravi- não é modificada.
tacional do Planeta. III. Se o Sputnik mudasse de trajetória, vindo a
d) a força gravitacional entre dois corpos di- ocupar uma órbita circular, de menor raio, a
minui linearmente conforme é aumentada a sua velocidade certamente deveria diminuir.
distância que separa esses dois corpos. IV. A Terceira Lei de Kepler pode ser usada para
e) aqui na Terra, o peso de um corpo é o resul- comparar os raios das órbitas e períodos da
tado da interação atrativa entre o corpo e o Lua e do Sputnik.
planeta e depende diretamente das massas
do corpo e da Terra. Estão corretas somente:
a) I e II. d) I, III e IV.
08. (Unesp) A órbita de um planeta é elíptica e o Sol
b) II e III. e) II, III e IV.
ocupa um de seus focos, como ilustrado na fi-
c) II e IV.
gura (fora de escala). As regiões limitadas pelos
contornos OPS e MNS têm áreas iguais a A. 10. (Unicamp) Em 1665, Isaac Newton enunciou a
Lei da Gravitação Universal, e dela pode-se ob-
ter a aceleração gravitacional a uma distância d
de um corpo de massa M, dada por g = G M2
d
sendo G = 6,7 · 10−11 Nm2 a constante de gravi-
2

kg
tação universal. Sabendo-se o valor de G, o raio
da Terra, e a aceleração da gravidade na super-
fície da Terra, foi possível encontrar a massa da
Se top e tmn são os intervalos de tempo gastos Terra, Mt = 6,0 · 1024 kg.
para o planeta percorrer os trechos OP e MN, A aceleração gravitacional sobre um deter-
respectivamente, com velocidades médias vop e
minado satélite orbitando a Terra é igual a
vmn, pode-se afirmar que:
g = 0,25m/s .
a) top > tmn e vop < vmn.
b) top = tmn e vop > vmn. A distância aproximada do satélite ao centro da
c) top = tmn e vop < vmn. Terra é de:
d) top > tmn e vop > vmn. a) 1,7 · 103 km. c) 7,0 · 103 km.
e) top < tmn e vop < vmn. b) 4,0 · 10 km.
4
d) 3,8 · 105 km.
16
Gravitação universal ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

11. (UEPG – 2012) Aproximadamente, durante 13. (UFPR) Comemoramos recentemente os 400 anos
um período de quase 2 mil anos, a humanida- das primeiras descobertas astronômicas com
de aceitou a teoria geocêntrica, isto é, a Terra a utilização de um telescópio, realizadas pelo
como centro do Universo. Graças ao trabalho de cientista italiano Galileu Galilei. Além de revelar
grandes cientistas, entre eles Johannes Kepler, ao mundo que a Lua tem montanhas e crateras
estabeleceu-se a verdade em relação ao Sistema e que o Sol possui manchas, ele também foi o

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Solar, a teoria heliocêntrica tendo o Sol como o primeiro a apontar um telescópio para o planeta
centro do Sistema Solar e os planetas girando ao Júpiter e observar os seus quatro maiores satéli-
seu redor. Com relação às leis enunciadas por tes, posteriormente denominados de Io, Europa,
Kepler, assinale a alternativa correta. Ganimedes e Calisto.
a) Um planeta em órbita em torno do Sol não
se move com velocidade constante, mas de Satélite
Raio orbital Massa
tal maneira que uma linha traçada do plane- (105 km) (1022 kg)
ta ao Sol varre áreas iguais em intervalos de Io 4 9
tempo iguais. Europa 6 5
b) Todos os planetas do Sistema Solar, incluin- Ganimedes 10 15
do a Terra, giram em torno do Sol em órbitas Calisto 20 11
circulares, tendo o Sol como centro.
c) Periélio é a aproximação entre os planetas e Supondo que as órbitas desses satélites ao
o Sol, enquanto afélio é o afastamento en- redor de Júpiter sejam circulares, e com base
tre os planetas e o Sol. No inverno ocorre o nas informações da tabela acima, assinale a
periélio. alternativa correta. (Os valores da tabela foram
d) A segunda lei de Kepler prova que a maior arredondados por conveniência).
velocidade de translação dos planetas, no a) A força de atração entre Júpiter e Ganimedes
periélio, é menor que nos pontos mais afas-
é maior do que entre Júpiter e Io.
tados, no afélio.
b) Quanto maior a massa de um satélite, maior
e) As leis enunciadas por Kepler são válidas
será o seu período orbital.
apenas para o Sistema Solar.
c) A circunferência descrita pelo satélite Calisto
12. (Cefet-SC) é quatro vezes maior que a circunferência
descrita pelo satélite Europa.
d) A maior velocidade angular é a do satélite
Calisto, por possuir maior período orbital.
e) O período orbital de Europa é aproximada-
mente o dobro do período orbital de Io.

Física
14. (UFRGS) Sobre as três leis de Kepler, são feitas
as seguintes afirmações:
I. A órbita de cada planeta é uma elipse com o
Sobre a trajetória elíptica realizada pela Terra em Sol em um dos focos.
torno do Sol, conforme ilustração acima, é corre-
to afirmar que: II. O segmento de reta que une cada planeta ao
a) a força pela qual a Terra atrai o Sol tem o Sol varre áreas iguais em tempos iguais.
mesmo módulo da força pela qual o Sol atrai III. O quadrado do período orbital de cada pla-
a Terra. neta é diretamente proporcional ao cubo da
b) o sistema mostrado na figura representa o distância média do planeta ao Sol.
modelo geocêntrico. Quais estão corretas?
c) o período de evolução da Terra em torno do a) Apenas I
Sol é de aproximadamente 24 horas.
b) Apenas II
d) a velocidade de órbita da Terra no ponto A é
maior do que no ponto C. c) Apenas III
e) a velocidade de órbita do planeta Terra inde- d) Apenas I e II
pende da sua posição em relação ao Sol. e) I, II e III
17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Gravitação universal

15. (Udesc) A maré é o fenômeno natural de subida 17. (UEMG) O ano de 2009 foi proclamado pela
e descida do nível das águas, percebido princi- Unesco o Ano Internacional da Astronomia para
palmente nos oceanos, causado pela atração comemorar os 400 anos das primeiras observa-
gravitacional do Sol e da Lua. A ilustração a se- ções astronômicas realizadas por Galileu Galilei
guir esquematiza a variação do nível das águas através de telescópios e, também, para celebrar
ao longo de uma rotação completa da Terra. a Astronomia e suas contribuições para o conhe-
cimento humano.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O ano de 2009 também celebrou os 400 anos da
formulação da Lei das Órbitas e da Lei das Áre-
as por Johannes Kepler. A terceira lei, conheci-
da como Lei dos Períodos, foi por ele formulada
posteriormente.
Em seu movimento em torno do Sol, o nosso pla-
neta obedece às leis de Kepler. A tabela a seguir
mostra, em ordem alfabética, os 4 planetas mais
próximos do Sol.

Considere as seguintes proposições sobre maré Planeta Distância média do planeta ao Sol (km)
e assinale a alternativa incorreta. Marte 227,8 · 106
a) As marés de maior amplitude ocorrem próxi-
mo das situações de Lua Nova ou Lua Cheia, Mercúrio 57,8 · 106
quando as forças atrativas, devido ao Sol e à Terra 149,5 · 106
Lua, se reforçam mutuamente.
Vênus 108,2 · 106
b) A influência da Lua é maior do que a do Sol,
pois, embora a sua massa seja muito menor Baseando-se na tabela apresentada acima, só é
do que a do Sol, esse fato é compensado correto concluir que:
pela menor distância à Terra. a) Vênus leva mais tempo para dar uma volta
c) A maré cheia é vista por um observador completa em torno do Sol do que a Terra.
quando a Lua passa por cima dele, ou quan- b) a ordem crescente de afastamento desses
do a Lua passa por baixo dele. planetas em relação ao Sol é Marte, Terra,
d) As massas de água que estão mais próxi- Vênus e Mercúrio.
mas da Lua ou do Sol sofrem atração maior c) Marte é o planeta que demora menos tempo
do que as massas de água que estão mais para dar uma volta completa em torno do Sol.
afastadas, devido à rotação da Terra. d) Mercúrio leva menos de um ano para dar
uma volta completa em torno do Sol.
e) As marés alta e baixa sucedem-se em inter-
valos de aproximadamente 6 horas. 18. (Etec – 2012) A maçã, alimento tão apreciado,
faz parte de uma famosa lenda ligada à biogra-
16. (ITA) Na ficção científica A Estrela, de H.G. Wells, fia de Sir Isaac Newton. Ele, já tendo em mente
um grande asteroide passa próximo a Terra que, suas Leis do Movimento, teria elaborado a Lei
em consequência, fica com sua nova órbita mais da Gravitação Universal no momento em que,
próxima do Sol e tem seu ciclo lunar alterado para segundo a lenda, estando Newton ao pé de
80 dias. uma macieira, uma maçã lhe teria caído sobre a
Pode-se concluir que, após o fenômeno, o ano cabeça.
terrestre e a distância Terra-Lua vão tornar-se, Pensando nisso, analise as afirmações:
respectivamente: I. Uma maçã pendurada em seu galho per-
a) mais curto – aproximadamente a metade do manece em repouso, enquanto duas forças
que era antes. de mesma intensidade, o seu peso e a for-
ça de tração do cabinho que a prende ao
b) mais curto – aproximadamente duas vezes o
galho, atuam na mesma direção e em sen-
que era antes.
tidos opostos, gerando sobre a maçã uma
c) mais curto – aproximadamente quatro vezes força resultante de intensidade nula.
o que era antes. II. Uma maçã em queda cai mais rápido quanto
d) mais longo – aproximadamente a metade do maior for a sua massa, já que a força re-
que era antes. sultante, nesse caso chamada de peso da
e) mais longo – aproximadamente um quarto maçã, é calculada pelo produto de sua mas-
do que era antes. sa pela aceleração da gravidade.
18
Gravitação universal ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

III. A maçã em queda sofre uma ação do pla-


neta Terra, denominada força-peso, que tem
direção vertical e o sentido para baixo, e a
maçã, por sua vez, atrai a Terra com uma for-
ça de mesma intensidade e direção, contudo
o sentido é para cima.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas. d) II e III, apenas.
b) II, apenas. e) I, II e III.
c) I e III, apenas.
A força gravitacional entre dois corpos de mas-
19. (Udesc – 2012) A aceleração centrípeta de um m ·m
sas m1 e m2 tem módulo FG= G ∙ 1 2 2, em que
satélite que gira em uma órbita circular em torno r
da Terra é aproximadamente 10 vezes menor do m2
r é a distância entre eles e G = 6,7 ∙ 10–11 N ∙ 2.
kg
que a aceleração gravitacional na superfície da
Sabendo que a massa de Júpiter r é
Terra. A distância aproximada do satélite à super-
mJ = 2,0 ∙ 1027 kg e que a massa da Terra
fície da Terra é:
é mT = 6,0 ∙ 1024 kg, o módulo da força gravitacio-
Dados: raio da Terra R = 6,4 ∙ 106 m; massa da nal entre Júpiter e a Terra no momento de maior
Terra M = 6,0 ∙ 1024 kg; constante de gravitação proximidade é:
m2
universal G = 6,7 ∙ 10–11 N ∙ 2 e aceleração da
kg a) 1,4 ∙ 1018 N. c) 3,5 ∙ 1019 N.
gravidade na superfície da Terra g = 10 2m . b) 2,2 ∙ 1018 N. d) 1,3 ∙ 1030 N.
s
a) 6,4 ∙ 106 m. d) 4,5 ∙ 107 m.
22. (FGV-SP – 2012) Curiosamente, no sistema so-
b) 3,2 ∙ 108 m. e) 4,5 ∙ 108 m. lar, os planetas mais afastados do Sol são os
c) 1,4 ∙ 107 m. que têm maior quantidade de satélites naturais,
principalmente os de maior massa, como Júpiter
20. (Unicamp – 2012) Quando o segmento de reta
e Saturno, cada um com mais de 60 satélites
que liga Júpiter ao Sol faz um ângulo de 120°
naturais.
com o segmento de reta que liga a Terra ao Sol,
Considere dois satélites A e B de Júpiter. O satélite
a distância entre os dois planetas é de:
A dista R do centro de Júpiter e o satélite B dista
4R do mesmo centro. Se A demora n dias terres-
tres para completar uma volta em torno de Júpiter,
o número de dias terrestres em que B completa
uma volta em torno do mesmo planeta é:
a) √2 ∙ n. d) 8 ∙ n.
b) 2 ∙ n. e) 8 ∙ √2 ∙ n.

Física
c) 4 ∙ n.

23. (Unioeste – 2012) No filme 2001: uma odisseia


no espaço (Stanley Kubrick, 1968), os tripulantes
a) RJ2 + RT2 – RJRT √3 da estação espacial V desfrutam de “gravidade
artificial”, um efeito produzido nos módulos cir-
b) RJ2 + RT2 + RJRT √3
culares (de raio R) da estação espacial por sua
c) RJ2 + RT2 – RJRT rotação ao redor do eixo de simetria.
d) RJ2 + RT2 + RJRT

21. (Unicamp – 2012) Em setembro de 2010, Júpiter


atingiu a menor distância da Terra em muitos
anos. As figuras abaixo ilustram a situação de
maior afastamento e a de maior aproximação
dos planetas, considerando que suas órbitas
são circulares, que o raio da órbita terrestre (RT)
mede 1,5 ∙1011 m e que o raio da órbita de Júpiter
(RJ) equivale a 7,5 ∙ 1011 m.
19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Gravitação universal

Se o raio vale R, qual deve ser a frequência an- 25. (Uerj – 2012) Na tirinha abaixo, o diálogo entre a
gular de rotação ω para produzir uma aceleração maçã, a bola e a Lua, que estão sob a ação da
igual a g? Terra, faz alusão a uma lei da Física.
g 1 1
a) ω = d) ω =(g ∙ R)
R 2 2
R 1 g
b) ω = e) ω =

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
g 2 R
c) ω = g ∙ R

24. (Enem – 2012) A característica que permite iden- DAOU, Luisa; CARUSO, Francisco. Tirinhas de Física. Rio de Janeiro: CBPF, 2000.
tificar um planeta no céu é o seu movimento
relativo às estrelas fixas. Se observarmos a posi- Aponte a constante física introduzida por essa lei.
ção de um planeta por vários dias, verificaremos Indique a razão entre os valores dessa constante
que sua posição em relação às estrelas fixas se física para a interação gravitacional Lua-Terra e
modifica regularmente. A figura destaca o movi- para a interação maçã-Terra.
mento de Marte observado em intervalos de 10
dias, registrado da Terra.

26. (Unicamp – 2012) Em 2011 o Atlantis realizou a


última missão dos ônibus espaciais, levando qua-
tro astronautas à Estação Espacial Internacional.
a) A Estação Espacial Internacional gira em
torno da Terra numa órbita aproximadamen-
Projecto Física. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1980. (Adaptado). te circular de raio R = 6 800 km e completa
16 voltas por dia. Qual é a velocidade escalar
Qual a causa da forma da trajetória do planeta média da Estação Espacial Internacional?
Marte registrada na figura?
a) A maior velocidade orbital da Terra faz com
que, em certas épocas, ela ultrapasse Marte.
b) A presença de outras estrelas faz com que
sua trajetória seja desviada por meio da atra-
ção gravitacional.
c) A órbita de Marte, em torno do Sol, possui b) Próximo da reentrada na atmosfera, na
uma forma elíptica mais acentuada que a viagem de volta, o ônibus espacial tem velo-
dos demais planetas.. cidade de cerca de 8 000 m/s, e sua massa
. entre a Terra e Marte
d) A atração gravitacional é de aproximadamente 90 toneladas. Qual é
faz com que este. planeta apresente uma ór- a sua energia cinética?
bita irregular em torno do Sol.
.
e) A proximidade de Marte com Júpiter, em
algumas épocas do ano, faz com que a atra-
ção gravitacional de Júpiter interfira em seu
movimento.

20
UNIDADE 11
TERMOLOGIA: TERMOMETRIA

í s i ca Calor ou temperatura? ..........................................2


F

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Princípio número zero da termodinâmica .........4
Medida de temperatura ........................................6
Variações de temperatura ....................................9
Escalas arbitrárias ............................................... 11
Conversão entre escalas .................................... 15

O aquecimento global ocorre de forma cíclica e


natural na história do planeta, mas também parece estar
associado a concentrações crescentes de gases do efeito
estufa, resultado de atividades humanas como a queima
de combustíveis fósseis e o desmatamento, por exemplo.
Saber se a temperatura tem subido e em que taxa é
essencial na busca de uma solução que reverta ou pare
esse processo de degradação que o homem vem causando.
O monitoramento preciso da temperatura também é
indispensável para avaliar se as soluções adotadas trazem
os efeitos esperados.
Aprenderemos nesta unidade o que é e como pode
Hellen Sergeyeva/Pavel Losevsky/adaptada/123RF ser determinada a temperatura de um sistema, que
conceitos como quente ou frio são subjetivos e imprecisos
para descrever um estado térmico de forma completa, e
que calor em Física não é um sinônimo de quente, como
muitas pessoas pensam.
Andrea Izzotti/123RF
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Termologia: termometria
jeka81/123RF

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
COMPETÊNCIA HABILIDADE

5 17 Calor ou temperatura?
A ntes de verificarmos qual é a dife-
rença entre calor e temperatura,
devemos estar cientes de alguns concei-
Calor – Energia térmica em trânsito,
que passa de um corpo a outro devido
à diferença de temperatura entre eles.
tos que poderão ajudar a entender melhor
essa diferença. A medida da quantidade de calor tro-
– Termologia: parte da Física que estuda cada entre dois corpos é, portanto, uma
o calor. medida de energia. A energia, no Sistema
– Termometria: parte da Termologia que Internacional (SI), é medida em joule (J). No
estuda os métodos para a determina- entanto, utiliza-se também, como medida
ção da temperatura de um corpo. das quantidades de calor, a caloria (cal),
– Energia térmica: as moléculas cons- unidade estabelecida antes de se entender
tituintes da matéria estão em contínuo o calor como forma de energia. Sabe-se
movimento, denominado agitação tér- atualmente que:
mica. A energia cinética associada a
esse movimento é chamada de ener- 1 caloria = 4,1868 joules
gia térmica. Ao conceituarmos temperatura, tere-
– Sistema: é o conjunto de elementos, mos de nos submeter mais uma vez ao
objeto de determinado estudo. conceito de energia térmica, porém lem-
– Sistema isolado: é aquele que não brando que essa energia está associada
permite trocas de energia ou matéria ao movimento molecular, portanto:
com o meio externo.
Temperatura – Grandeza escalar que
– Sistema adiabático: sistema que não
mede o grau de agitação molecular de
permite trocas de calor com a vizi-
um corpo.
nhança, com o meio externo ou com o
meio ambiente. Desse modo, supondo não haver
Agora que conhecemos alguns concei- mudança de fase, quando um corpo
tos importantes no estudo da Termologia, recebe energia térmica, suas moléculas
podemos entender melhor a diferença passam a se agitar mais intensamente
entre calor e temperatura. – a temperatura aumenta. Ao perder ener-
Ao conceituarmos calor, temos de nos gia, as moléculas do corpo se agitam
submeter ao conceito de energia térmica, com menor intensidade – a temperatura
definindo-o da seguinte forma: diminui.
2
Termologia: termometria ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

A transferência de calor entre dois fechado a vácuo, e um bulbo (espécie de


corpos pode ser explicada pela diferença bolha arredondada) em uma extremidade
entre as temperaturas. Assim, se dois contendo mercúrio.
corpos, a temperaturas diferentes, forem O mercúrio (substância termométrica)
colocados em presença um do outro, as dilata-se bastante, se comparado a outros
moléculas lentas do corpo frio aumentam materiais, quando aumenta sua tempe-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a velocidade e as moléculas rápidas do ratura. O termômetro então é colocado
corpo quente têm a velocidade diminuída, em contato com o corpo da pessoa cuja
até ser alcançado um equilíbrio. Em outras temperatura se pretende medir até que
palavras, há uma passagem de energia se atinja o equilíbrio térmico. O volume do
térmica (calor) do corpo mais quente para mercúrio aquecido se expande no tubo
o corpo mais frio, independentemente de capilar do termômetro. Essa expansão é
suas massas.
medida pela variação do comprimento da
A situação final de equilíbrio caracte- coluna de mercúrio em uma escala gra-
rizada pela igualdade de temperatura duada. É dessa forma, pela expansão do
dos corpos constitui o equilíbrio tér- líquido, que observamos a variação da
mico. Assim, dois corpos em equilíbrio temperatura.
térmico possuem obrigatoriamente tem-  scanrail/123RF

peraturas iguais.

E agora? Você já descobriu por que a


frase “Eu estou com calor” está errada? Termômetro clínico

De acordo com o conceito apresen-


tado, o calor é uma forma de energia em Fontes de calor
trânsito, logo, o calor não fica retido no
corpo. Ele passa de um corpo a outro, de
e propriedades
maneira espontânea, do mais quente para termométricas
o mais frio, desde que exista entre os cor- Quando falamos em fonte de calor,
pos uma diferença de temperatura. lembramos que a vida na Terra está inti-
mamente ligada ao Sol, que há milhões de
E como se mede a anos nos fornece luz e calor. Mas, além do

temperatura? Sol, logo nos ocorre a imagem da chama


dos fogões e fornos domésticos, produ-

Física
A determinação da temperatura dos zida pela queima de um combustível, o
corpos pode ser feita pelo termômetro, que gás liquefeito de petróleo (GLP).
apresenta vários tipos. Todos são constru- Sendo a chama uma fonte de calor,
ídos com uso de uma escala graduada e se colocarmos um corpo em contato, ele
uma substância termométrica. poderá sofrer um aquecimento (sua tem-
Substância termométrica é aquela que peratura aumenta), uma ampliação nas
tem pelo menos uma de suas proprieda- dimensões (dilatação) ou mesmo uma
des físicas (comprimento, volume, pressão mudança de fase (passar do estado líquido
etc.) variando de forma mensurável com a para o gasoso, por exemplo). Ainda poderá
temperatura. ocorrer variação da densidade (líquido, por
O termômetro mais conhecido entre exemplo), da pressão de um gás, da resis-
nós é o termômetro clínico, usado na tência elétrica de um metal, da cor de uma
determinação da temperatura do corpo barra de ferro etc. Essas propriedades que
humano. Ele consiste basicamente de um variam com a temperatura são denomina-
tubo capilar (fino como cabelo) de vidro, das propriedades termométricas.
3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Termologia: termometria

TRABALHANDO EM GRUPO
Experimento: quente ou frio?
Materiais
– Três recipientes;
– Água da torneira em temperatura ambiente, água quente (na temperatura em que sai

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
do chuveiro, por exemplo) e água com gelo.
Procedimento
– Posicione os três recipientes sobre a mesa.

Água fria (com gelo) Água em temperatura ambiente Água quente

– Coloque uma das mãos mergulhada no recipiente com água quente e a outra mão no
recipiente com água fria. Espere algum tempo.
– Retire ambas as mãos ao mesmo tempo dos recipientes e coloque-as juntas, sem se
tocarem, no recipiente com água em temperatura ambiente.
– Registre as sensações obtidas por você e discuta os resultados com os colegas.
Análise e reflexão
1. Como você explicaria a diferença entre o que cada mão sentiu quando elas foram
imersas no recipiente com água em temperatura ambiente?
2. Será o nosso corpo um bom medidor da temperatura? Explique.
3. As sensações de quente e de frio são idênticas para todas as pessoas?

Princípio número zero da


termodinâmica
I magine dois corpos A e B. Para sabermos se as temperaturas são iguais ou não,
basta colocá-los em contato e verificarmos se eles estão em equilíbrio térmico.
Se os corpos forem muito grandes, podemos usar um terceiro corpo – C (corpo de
prova) e colocá-lo em contato com A e B. Se o corpo C estiver em equilíbrio térmico com
A e estiver em equilíbrio térmico com B, então A e B estarão em equilíbrio térmico entre si.
Assim, podemos enunciar o princípio número zero da termodinâmica:

Se dois corpos, A e B, estão em equilíbrio térmico com um terceiro corpo, C, então


eles estarão em equilíbrio térmico entre si.
Passaremos agora ao estudo da medida da temperatura: de que forma podemos quan-
tificá-la? De quantas maneiras podemos medi-la e quais são os instrumentos utilizados?
Mas antes, leia o texto a seguir, destacando informações e dados importantes para o
estudo da temperatura.
4
Termologia: termometria ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

LEITURA E TROCA DE IDEIAS

A história do termômetro e das


Olof Arenius
O astrônomo dinamarquês Olaf Roemer
escalas termométricas (1644-1710) criou, em 1702, a primeira escala
com dois pontos fixos: adotou o “zero” para uma
Parece ter sido o famoso médico grego

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
mistura de gelo e água (ou de gelo e cloreto de
Galeno, em 170 d.C., o primeiro a ter a ideia de amônia, segundo alguns) e o valor 60 para água
utilizar uma escala de temperaturas, tomando fervente. Com essa escala, Roemer registrou a
como base a ebulição da água e a fusão do gelo. temperatura diária de Copenhague durante os
Em suas notas médicas, ele sugeria, em torno anos de 1708 e 1709.
dessas temperaturas, quatro “graus de calor” Após uma visita a Roemer, em 1708, o físico
acima e quatro “graus de frio” abaixo. Entretanto, alemão Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736)
suas observações não são suficientemente claras começou a construir seus próprios termômetros
e precisas para dizermos que ele tenha criado e, em 1714, passou a usar o mercúrio como subs-
uma escala de temperaturas. Anders Celsius tância termométrica. A escala que leva seu nome
Os primeiros equipamentos para avaliar temperaturas eram foi criada em 1724, adotando como “zero” uma mistura de sal de
aparelhos simples chamados termoscópios. Admite-se que Galileu amônia, gelo e água e o valor 96 para a temperatura do corpo. Após
(1564-1642), em 1610, tenha concebido um dos primeiros termos- algum tempo, fez ajustes em sua escala, atribuindo os valores 32 e
cópios, utilizando vinho em sua construção. Na verdade, esses 212, respectivamente, para os pontos de congelamento e ebulição
aparelhos usam o ar como “substância termométrica”, pois é sua da água.
expansão ou contração que faz movimentar a coluna líquida. Os ter- Contemporâneo de Fahrenheit, o físico e biólogo francês
moscópios são aparelhos sem precisão, servindo mais para verificar René-Antoine de Réaumur (1683-1757) criou uma escala para os
se a temperatura subiu ou desceu, ou para comparar corpos mais termômetros de álcool que construía. Com o valor zero para o ponto
frios ou mais quentes. do gelo e 80 para o ponto de ebulição da água, essa escala hoje só
A constatação de que a água e o álcool dilatam-se em tem valor histórico.
faixas de temperatura comuns na vida cotidiana possibilitou a Em 1742, o astrônomo e físico sueco Anders Celsius (1701-
construção de aparelhos mais aperfeiçoados. -1744) apresentou à Real Sociedade sueca sua escala, que adotava
Em 1641, o grão-duque da Toscana, Ferdinando II, construiu o “zero” para o ponto de ebulição da água e 100 para seu ponto de
primeiro termômetro selado, que usava líquido em vez de ar como congelamento. Foi o biólogo sueco Carlos Lineu (1707-1778) quem,
substância termométrica. Nesse termômetro usou-se álcool dentro em 1745, propôs a inversão dos valores, estabelecendo a escala
de um recipiente de vidro e foram marcados, em um tubo, 50 graus. definitiva usada até hoje – zero para o ponto de gelo e 100 para o
Entretanto, como não foi especificado um ponto fixo como o “zero” ponto de ebulição da água.
da escala, as indicações careciam de precisão. A substituição do nome da unidade (de grau centígrado para
A primeira escala termométrica confiável é atribuída ao cien- grau Celsius) e a adoção do nome da escala (escala Celsius) ocor-
tista inglês Robert Hooke (1635-1703), que, em 1664, idealizou-a reram apenas em 1948.
usando em seu termômetro tinta vermelha em vez de álcool. Nessa A escala científica adotada hoje é a escala absoluta, criada em
escala, o “zero” era o ponto de congelamento da água e cada grau 1848 pelo físico inglês conhecido como Lorde Kelvin (1824-1907).
correspondia a um aumento de 2 milésimos no volume do líquido A unidade de medida dessa escala, o kelvin (K), é a unidade de

Física
do termômetro. A escala de Hooke foi usada pela Real Sociedade temperatura termodinâmica no SI.
inglesa até 1709, e com ela se fez o primeiro registro meteorológico RAMALHO JÚNIOR, Francisco; FERRARO, Nicolau Gilberto; SOARES, Paulo
de que se tem notícia. Antonio de Toledo. Os fundamentos da física. 9. ed. São Paulo: Moderna, 2007.

Elabore um resumo que informe a importância das escalas termométricas adotadas.

5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Termologia: termometria

Medida de temperatura
V imos anteriormente que, quando dois corpos são colocados em contato,
além da variação das temperaturas, ocorre variação nas propriedades

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
mais comuns, tais como: o comprimento de uma barra de ferro, o volume de um
líquido, a pressão de um gás mantido a volume constante, a resistência elétrica
dos metais, a cor dos corpos etc. Portanto, podemos usar a variação de qualquer
uma dessas propriedades para construir uma escala termométrica.
Para isso, devemos:
– escolher uma boa substância termométrica: mercúrio;
– escolher uma grandeza termométrica: o comprimento de uma coluna líquida;
– escolher dois pontos fixos fundamentais: ponto de fusão do gelo (PG) e ponto de
ebulição da água (PV);
– atribuir valores aos pontos fixos: PG e PV.
Chamaremos de pontos fixos os pontos
que servirão de referência em cada escala
e que informam valores de temperatura de
dois fenômenos: a fusão do gelo (passa-
gem do estado sólido, gelo, para o líquido,
água) e a vaporização (passagem do estado
líquido, água, para o gasoso, vapor).
Uma vez atribuídos esses valores
numéricos, podemos obter uma escala ter-
mométrica, já que elas se diferenciam pelos
seus pontos fixos. As principais escalas
termométricas são: a escala Celsius (que é
mundialmente usada, inclusive no Brasil),
a escala Fahrenheit (usada, ainda, nos paí-
ses de língua inglesa) e a escala absoluta
de Kelvin (a única que tem cunho científico,
é usada no Sistema Internacional – SI).
Se colocarmos as três escalas em contato com uma mistura de gelo e água, sob
pressão normal, enquanto a escala Celsius indicar 100 °C, as demais indicarão 212 °F e
373 K. Todas elas indicam o mesmo estado térmico, porém dados por números diferen-
tes, pois são escalas diferentes.
Assim:
100 °C = 212 °F = 373 K
0 °C = 32 °F = 273 K
Das citadas, a Kelvin é dita escala absoluta de temperatura, pois não admite tem-
peraturas negativas. Ao limite inferior de temperatura (ou seja, a menor temperatura que
um corpo pode atingir), que vale –273 °C, Kelvin atribuiu em sua escala o valor 0 K. Essa
temperatura corresponde a um estado em que cessa o movimento vibratório molecular,
ou seja, a velocidade das moléculas tenderia a zero.
Zero absoluto = 0 K = –273 °C

6
Termologia: termometria ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

LEITURA

Os limites da temperatura
A maioria das pessoas já ouviu falar do zero absoluto como sendo a menor temperatura possível. Mas o que
exatamente isto significa? Ela é realmente a temperatura mais fria ou apenas a menor temperatura que nós somos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
capazes de medir? Há uma correspondente temperatura mais alta possível? Segundo Moses Chan, professor de
Física da Universidade Penn State, nos Estados Unidos, responder a essas questões exige que se entenda exata-
mente o significado de temperatura.
Zero absoluto
“Temperatura é uma medida do grau de desordem ou ‘bagunça’ de um sistema”, explica o professor Moses
Chan, da Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos. “Quando um sistema é resfriado até o zero absoluto, então
aquele sistema está perfeitamente ordenado e todos os seus constituintes – átomos e moléculas – estão no seu
devido lugar. Esta é a temperatura mais baixa possível.”
Esta temperatura mais baixa possível, chamada de zero absoluto ou 0 Kelvin, corresponde a –273,16 °C.
Energia do ponto-zero
Antes que a mecânica quântica fosse desenvolvida como um modelo para explicar o comportamento das
partículas atômicas e subatômicas, os cientistas acreditavam que todos os átomos parariam de se movimentar
quando atingissem o zero absoluto. Entretanto, mesmo nessa temperatura, os átomos e as moléculas retêm o que
é chamado de energia do ponto-zero, a menor energia possível que um sistema pode ter.
Como explica o professor Chan, a energia no vácuo do espaço é considerada uma forma de energia do
ponto-zero. Também descrito como terra ou estado estacionário, o zero absoluto é considerado um estado estável
do qual nenhuma energia pode ser removida.
Supercondutores e superfluidos
“A baixas temperaturas”, continua Chan, “os efeitos da mecânica quântica dominam as propriedades de toda
a matéria”. Em alguns materiais, o efeito é verdadeiramente espetacular. A temperaturas suficientemente baixas,
por exemplo, alguns tipos de matéria se tornam supercondutoras, transportando corrente elétrica com absoluta-
mente nenhuma resistência. Aplicações práticas desse fenômeno incluem os enormes campos magnéticos dos
equipamentos de ressonância magnética e motores e transformadores extremamente eficientes.
Outro vívido exemplo dos efeitos quânticos pode ser encontrado no hélio líquido. Quando o hélio líquido se
torna um superfluido, a temperaturas abaixo de 2,176 K, lembra o professor Chan, ele pode fluir sem fricção. A falta
de atrito significa que o superfluido não tem viscosidade. Se uma gota de superfluido é posta em rotação no interior
de um recipiente, ela pode continuar a girar para sempre, como se estivesse em um vácuo. Para Chan, esses são
exemplos de fenômenos quânticos macroscópicos – a mecânica quântica funcionando em escala macroscópica.
Condensado de Bose-Einstein

Física
Nos anos 1920, os físicos Satyendra Bose e Albert Einstein previram que, a temperaturas muito baixas, partí-
culas como os átomos vão se aglomerar com exatamente o mesmo estado quântico de menor energia possível.
Esse estado da matéria é conhecido como Condensado de Bose-Einstein (BEC, na sigla em inglês: Bose-Einstein
Condensate).
Esse fenômeno foi finalmente observado em
laboratório em 1995, resfriando-se átomos de rubídio
NASA
na fase vapor até a temperatura de 50 nanokelvins
acima do zero absoluto. Os físicos que fizeram o
experimento, Carl Weiman e Eric Cornell, ganharam
o Prêmio Nobel de Física por isso. A imagem mostra
a formação de um condensado de Bose-Einstein em
Ocorrência da condensação de Bose-Einstein em átomos de rubídio. Da esquerda para a direita, a distribuição
átomos de rubídio. atômica antes, no início e após a condensação. Os picos correspondem a um maior número de átomos.

Supersólidos
A própria pesquisa com temperaturas muito baixas do Dr. Chan alcançou outro importante avanço em 2004.
“Meu ex-orientando, Eunseong Kim, descobriu que o hélio sólido também apresenta propriedades do tipo super-
fluido abaixo de 0,2 K”, explica ele. “A descoberta dessa fase supersólida indica que todos os três estados da
matéria – vapor, líquido e sólido – podem se tornar BEC”.
7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Termologia: termometria

Fenômenos de supersólidos atraíram o interesse de físicos teóricos e pesquisadores de baixas temperaturas


em todo o mundo. Chan e seus atuais estudantes – Tony Clark, Xi Lin e Josh West – continuam o esforço para
entender essa descoberta fascinante.
Quente infinito
E então, há um equivalente de alta temperatura para o zero absoluto? “Quando um material se torna muito
quente, suas partículas têm quantidades enormes de energia termal”, diz Chan. Os sólidos se fundem e os líquidos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
vaporizam porque sua energia termal supera a força que mantém juntos seus átomos e suas moléculas. A tempe-
raturas ainda mais altas, os átomos se dissociam em elétrons e plasma de íons, por sua vez um outro estado da
matéria. À medida que mais energia for adicionada ao sistema, sua temperatura continua a subir.
“No sentido de que há um limite para a energia total que existe no Universo, há uma temperatura mais alta
possível”, diz Chan. Os cosmologistas postulam que, ao redor de 10–43 segundos, uma fração inimaginável de
instante após o Big Bang, a temperatura do Universo nascente era de 1032 K. Se você começar uma viagem para
a galáxia mais distante da Terra, 10–43 representa o primeiro bilionésimo de milímetro que você irá viajar. Mesmo
o centro do Sol hoje, com 15 milhões de graus centígrados, é gelado em comparação com essa temperatura.
Temperatura inatingível
É claro que nós nunca poderemos usar toda a energia do Universo, de forma que a mais alta temperatura pos-
sível não é atingível. Mas poderíamos então experimentar pelo menos o outro extremo da escala, o zero absoluto?
“Não. Nós podemos chegar muito perto, mas nunca ao zero absoluto”, explica Chan.
“Alguns laboratórios, incluindo o nosso aqui na Universidade da Pensilvânia, podem resfriar amostras de vapor
até uns poucos nanokelvins, ou bilionésimos de grau. Mas para trazer algo para uma ordem perfeita, você tem que
se livrar de toda a desordem. À medida que o sistema se aproxima do zero absoluto, torna-se mais e mais difícil
remover a desordem”.
Na prática, recentemente se quebrou o recorde de temperatura máxima já obtida pelo homem.
O Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), maior acelerador de partículas do mundo, obteve as
maiores temperaturas já produzidas por um experimento científico, graças a uma agitação que lembra “mini big
bangs”. Por causa desses fenômenos, o colisor está alcançando a temperatura de 10 trilhões de °C. As informa-
ções são do site da revista New Scientist.
No dia 7 de novembro de 2010, o LHC começou a colidir átomos pesados (de chumbo), em vez da usual
colisão entre prótons, o que causou a produção dos “mini big bangs”. Nesta temperatura, o núcleo dos átomos
derrete em uma mistura de quarks e glúons, conhecida por plasma de quark e glúon.
MILLER, Steve. Perguntinha rápida: existe um limite superior e inferior para a temperatura? Inovação Tecnológica, 30 jul. 2007. Disponível em:
<http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010130070730>. Acesso em: 20 out. 2014.

PESQUISA
01. Um recorde antigo de temperatura conseguida pelo homem era a temperatura no
centro da explosão de uma bomba de hidrogênio (Bomba H). Faça uma pesquisa
para descobrir qual é seu valor e compare com a temperatura obtida recentemente
no LHC.

02. Pesquise na internet, em bancos de dados meteorológicos, quais são as temperatu-


ras máximas e mínimas já registradas em sua cidade e no mundo.

03. Pesquise qual é o nível máximo e o mínimo que a temperatura do corpo pode atingir.

ANOTAÇÕES

8
Termologia: termometria ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

Variações de temperatura
E m certos processos físicos, como o aquecimento ou o resfriamento de um
corpo, é importante conhecermos a variação de temperatura (∆T) sofrida por
ele. Para isso, fazemos a diferença entre o valor final (TF) da temperatura e o seu valor

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
inicial (T0). Então:
∆T = TF – T0
Se determinada massa de água é aquecida de 0 °C (32 °F) até 100 °C (212 °F), ela se
aqueceu de 100 °C. Registrada por um termômetro Fahrenheit, essa variação seria de
180 °F.
0 °C 100 °C
32 °F 212 °F
Para variações de temperatura:

Observe que as escalas Celsius e


Kelvin possuem exatamente 100 divisões.
Isso significa que, se houver uma varia-
ção de 1°C, haverá uma variação de 1 K.
Assim: ∆tC = ∆tK
Para a conversão Celsius-Fahrenheit de
variação de temperatura, usa-se a relação:
DtC Dt
= F
5 9
DtC Dt Dt
Expressão geral: = F= K
5 9 5

ATIVIDADES
01. Certa massa de água sofreu uma variação de b) Fahrenheit.
temperatura de 15 °C. Determine a variação cor-
respondente na escala:

Física
a) Kelvin;

9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Termologia: termometria

02. Certo dia, a temperatura em São Paulo variou de


18 °C para 26 °C. Determine:
a) a variação de temperatura ocorrida.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
05. Em uma cidade da Europa, durante um ano,
a temperatura mais baixa no inverno foi 23 °F
e a mais alta no verão foi 86 °F. A variação de
temperatura, em graus Celsius, ocorrida nesse
período foi:
a) 28 °C.
b) 40 °C.
b) o valor dessa variação expresso em graus
c) 63 °C.
Fahrenheit.
d) 35 °C.
e) 50,4 °C.

06. (Mackenzie – 2012) A diferença entre as tempera-


turas de ebulição do álcool etílico e do éter etílico,
sob pressão de 1 atm, é 78,0 °F. Sabendo-se que
a temperatura de ebulição desse éter é 35,0 °C,
conclui-se que a temperatura de ebulição desse
álcool é:
a) 8,3 °C.
b) 35,3 °C.
c) 43,3 °C.
03. Um corpo sofreu um acréscimo de temperatu- d) 78,3 °C.
ra de 20 °C. O acréscimo de temperatura desse e) 105,4 °C.
corpo é expresso na escala Fahrenheit por:
a) 4 °F. 07. (ITA) O verão de 1994 foi particularmente quen-
b) 10 °F. te nos Estados Unidos da América. A diferença
c) 14 °F. entre a máxima temperatura do verão e a mínima
do inverno anterior foi de 60 °C. Qual o valor des-
d) 36 °F.
ta diferença na escala Fahrenheit?
e) 40 °F.
a) 33 °F
04. A temperatura do corpo humano pode variar, b) 60 °F
aproximadamente, entre 35 °C e 42 °C. c) 92 °F
a) Determine os valores desses limites na esca- d) 108 °F
la absoluta de Kelvin. e) 140 °F

08. (Mackenzie) Um turista brasileiro sente-se mal


durante a viagem e é levado inconsciente a um
hospital. Após recuperar os sentidos, sem saber
em que local estava, é informado de que a tem-
peratura de seu corpo atingira 104 graus, mas
que já “caíra” de 5,4 graus. Passado o susto,
percebeu que a escala termométrica utilizada
era a Fahrenheit. Desta forma, na escala Celsius,
a queda de temperatura de seu corpo foi de:
a) 1,8 °C.
b) Determine a variação ocorrida quando a b) 3,0 °C.
temperatura de uma pessoa se altera do va- c) 5,4 °C.
lor mínimo para o valor máximo referido nas d) 6,0 °C.
duas escalas. e) 10,8 °C.
10
Termologia: termometria ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

Escalas arbitrárias
C omo vimos, as escalas usuais de temperatura diferenciam-se apenas pelos
pontos fixos, que são valores arbitrários. Devido a isso, já tivemos muitas esca-
las termométricas. Para a conversão entre duas escalas quaisquer, fazemos sempre a

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
mesma relação já feita para as escalas conhecidas. Assim sendo:

a x – x1 y – y1
= =
b x2 – x1 y2 – y1

ATIVIDADES
01. A antiga escala Réaumur adotava os valores
0 °RE para o ponto de gelo e 80 °RE para o ponto
de vapor. Determine:
a) a equação de conversão entre essa escala e a
escala Celsius;
02. (Fatec) Um cientista criou uma escala termomé-
trica D que adota como pontos fixos o ponto de
ebulição do álcool (78 °C) e o ponto de ebulição
do éter (34 °C).
O gráfico a seguir relaciona esta escala D com a
escala Celsius.
tC (°C)

78 Física

b) a que temperatura na escala Réaumur 34


corres­pondem 50  °C.

0 80 tD (°D)

A temperatura de ebulição da água vale, em °D:


a) 44.
b) 86.
c) 112.
d) 120.
e) 160.
11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Termologia: termometria

03. (PUC-SP) O gráfico a seguir representa a relação 06. (Mackenzie – 2010) Um termômetro graduado
entre a temperatura medida em uma escala de na escala Celsius (°C) é colocado juntamente
temperatura hipotética W e a temperatura medi- com dois outros, graduados nas escalas arbi-
da na escala Celsius, sob pressão normal. trárias A (°A) e B (°B), em uma vasilha contendo
gelo (água no estado sólido) em ponto de fusão,
tw (ºw)
ao nível do mar. Em seguida, ainda ao nível do
mar, os mesmos termômetros são colocados em

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
20
uma outra vasilha, contendo água em ebulição,
até atingirem o equilíbrio térmico.
As medidas das temperaturas, em cada uma
0 40 tC (ºC)
das experiências, estão indicadas nas figuras 1
e 2 respectivamente.
Figura 1

–40

A temperatura de fusão do gelo e a de ebuli-


ção da água são, em graus W, respectivamente
iguais a:
a) –40 e 40.
b) –40 e 110.
c) 20 e 110. Figura 2
d) –40 e 100.
e) 20 e 100.

04. Um termômetro de mercúrio é graduado de forma


que o ponto de gelo corresponda a 5 cm de al-
tura da coluna de mercúrio e o ponto de vapor, a
10 cm de altura. Assim:
a) obtenha a equação que relaciona a tempera-
tura t (em °C) com a altura h (em cm); Para uma outra situação, na qual o termômetro
graduado na escala A indica 17 °A, o termô-
metro graduado na escala B e o graduado na
escala Celsius indicarão, respectivamente:
a) 0 °B e 7 °C.
b) 0 °B e 10 °C.
c) 10 °B e 17 °C.
d) 10 °B e 27 °C.
b) determine a temperatura na qual a coluna de
mercúrio apresenta uma altura de 7,7 cm. e) 17 °B e 10 °C.

07. Uma certa escala termométrica X assinala 20 °X e


80 °X, quando a escala Celsius assinala, para essas
temperaturas, 10 °C e 130 °C, respectivamente.
Determine as temperaturas correspondentes ao
ponto de gelo e ao ponto de vapor da escala X.

05. (Ufal) Considere uma escala termométrica X tal


que, sob pressão normal, ao ponto de fusão do
gelo, faça corresponder o valor –20 °X e ao ponto
de ebulição da água o valor 180 °X. Uma queda de
temperatura de 5 °C corresponde, na escala X, a:
a) 16. d) 8.
b) 12. e) 5.
c) 10.
12
Termologia: termometria ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

08. (PUCPR) Dona Maria do Desespero tem um fi- c) a que temperatura o termômetro mal gradua-
lho chamado Pedrinho, que apresentava os do assinala um valor correto.
sintomas característicos da gripe causada pelo
vírus H1N1: tosse, dor de garganta, dor nas
articulações e suspeita de febre. Para saber a
temperatura corporal do filho, pegou seu termô-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
metro digital, entretanto, a pilha do termômetro
tinha se esgotado.
Como segunda alternativa, resolveu utilizar o ter-
mômetro de mercúrio da vovó, porém constatou 10. Um termômetro é graduado em uma escala Y,
que a escala do termômetro tinha se apagado tal que 20 °C correspondem a 30 °Y e 120 °C
com o tempo, sobrando apenas a temperatura correspondem a 300 °Y. Qual é o valor da escala
mínima da escala 35 °C e a temperatura máxima Y que corresponde a 50 °C?
de 42 °C.
Lembrou-se, então, de suas aulas de Termometria
do Ensino Médio. Primeiro, ela mediu a distân-
cia entre as temperaturas mínima e máxima e
observou h = 10 cm. Em seguida, colocou o
termômetro embaixo do braço do filho, esperou
o equilíbrio térmico e, com uma régua, mediu a
altura da coluna de mercúrio a partir da tempera-
tura de 35 °C, ao que encontrou h = 5 cm.
Com base no texto, assinale a alternativa correta.
a) Pedrinho estava com febre, pois sua tempe-
ratura era de 38,5 °C.
b) Pedrinho não estava com febre, pois sua
temperatura era de 36,5 °C.
c) Uma variação de 0,7 °C corresponde a um des-
11. Dispõe-se de um termômetro calibrado em uma
locamento de 0,1 cm na coluna de mercúrio.
escala arbitrária que adota –10 °X para a tem-
d) Se a altura da coluna de mercúrio fosse
peratura de 10 °C e 70 °X para a temperatura
h = 2 cm, a temperatura correspondente
de 110 °C. Com esse termômetro, mediu-se a
seria de 34 °C.
temperatura de uma cidade que registra, no mo-
e) Não é possível estabelecer uma relação
mento, 77 °F. Essa medida foi de:
entre a altura da coluna de mercúrio com a
escala termométrica. a) 2 °X.
b) 12 °X.
09. Um termômetro mal graduado indica –2  °C c) 18 °X.

Física
e 108 °C para os pontos fixos fundamentais. d) 22 °X.
Determine: e) 25 °X.
a) a equação de correção desse termômetro.
Explique sua resposta.

b) a indicação correta, quando o termômetro


mal graduado assinala 53 °C.

13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Termologia: termometria

12. (FIA-SP) Um termômetro foi graduado segun- 15. (Mackenzie) Ao nível do mar, mediante os termô-
do uma escala arbitrária X, de tal forma que as metros, um graduado na escala Celsius e outro
temperaturas 10 °X e 80 °X correspondem a 0 °C na escala Fahrenheit, determinamos a tempera-
e 100 °C, respectivamente. A temperatura em X tura de certa massa de água líquida. A diferença
que corresponde a 50 °C é:
entre as leituras dos dois termômetros é 100.
a) 40 °X. A temperatura dessa massa de água na escala

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) 45 °X. Kelvin é:
c) 50 °X.
a) 85 K.
d) 55 °X.
b) 108 K.
e) 60 °X.
c) 273 K.
13. (UEL) Uma escala termométrica E adota os valo- d) 358 K.
res –10 °E para o ponto de gelo e 240 °E para o e) 438 K.
ponto de vapor. Qual a indicação que na escala
E corresponde a 30 °C? 16. (Fatec) Certo dia, um viajante verificou que a
a) 55 °E temperatura local acusava X °F. Se a escala uti-
b) 65 °E lizada tivesse sido a Celsius, a leitura seria 52
c) 66 °E unidades mais baixa. Essa temperatura é:
d) 54 °E a) agradável.
e) 38 °E b) 50 °C.
14. (Uniban) Ao utilizar um termômetro de mercúrio c) 84 °C.
para medir a temperatura de uma pessoa, um d) 100 °C.
médico percebeu que a escala do instrumento e) acima de 100 °C.
estava apagada entre os valores 36,5 °C e 40 °C.
Para saber a temperatura do paciente, o médico 17. (Mackenzie) O quíntuplo de certa indicação de
mediu o comprimento da escala do instrumen- temperatura registrada num termômetro gradu-
to (de 35 °C a 45 °C), encontrando 5,0 cm. Em ado na escala Celsius excede em 6 unidades o
seguida, mediu a altura da coluna de mercú- dobro da correspondente indicação na escala
rio correspondente à temperatura da pessoa,
Fahrenheit. Esta temperatura, medida na esca-
encontrando 1,5 cm. Qual a temperatura deter-
la Kelvin, é de:
minada pelo médico?
a) 50 K.
a) 18 °C
b) 26 °C b) 223 K.
c) 24 °C c) 273 K.
d) 30 °C d) 300 K.
e) 38 °C e) 323 K.

ANOTAÇÕES

14
Termologia: termometria ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

Conversão entre escalas


D as escalas citadas anteriormente, a mais usada é a escala Celsius, inclusive
usada no Brasil. Nos países de língua inglesa, usa-se a escala Fahrenheit, mas
a escala oficial, indicada pelo Sistema Internacional de Medidas (SI), é a Kelvin. Não é

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
raro termos de transformar a leitura feita em uma escala para outra. Para resolvermos o
problema, podemos relacionar as escalas envolvidas.

a) Relação Celsius-Kelvin
Observe que a escala Kelvin é a própria escala Celsius apenas adiantada de
273 graus. Assim, para transformar uma temperatura Celsius em Kelvin, basta:

tK = tC + 273

Sendo que:

tK= temperatura Kelvin

tC= temperatura Celsius

b) Relação Celsius-Fahrenheit
Observe que, para as duas escalas (e isso pode ser feito com quaisquer escalas
y
arbitrárias), a razão é constante.
x
Assim:

y t –0 t – 32 t t – 32
= C = F C = F
x 100 – 0 212 – 32 100 180

tC t – 32
= F Física
5 9

Fórmula geral:

tC t – 32 t – 273
= F = K
5 9 5

15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Termologia: termometria

Questões de estudo
01. A temperatura média do corpo humano é 36,5 °C. Determine o valor dessa tempera-
tura na escala Fahrenheit.
Comparando as escalas Celsius e Fahrenheit, obtemos:
tC t – 32 .
= F Sendo tC = 36,5 °C, vem:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
5 9
36,5 t – 32 t – 32
= F → 7,3 = F → 65,7 = tF – 32 → tF = 97,7 °F
5 9 9

02. Dois termômetros, um graduado na escala Celsius e outro na escala Fahrenheit, for-
necem a mesma leitura para a temperatura de um gás. Determine o valor dessa
temperatura.
Se a temperatura do gás é indicada pelo mesmo número nas escalas Celsius e
Fahrenheit, podemos escrever:
tC = x °C tF = x °F

Substituindo na expressão de conversão, vem:


tC t – 32 x x – 32 → 9x = 5x  –  160 → 4x = –160 → x = – 40
= F → =
5 9 5 9
Portanto: tC = – 40 °C e tf = – 40 °F

ATIVIDADES COMPLEMENTARES
01. A temperatura é uma grandeza escalar. A tempera- 05. Ao aquecer na chama de uma vela um termôme-
tura de um corpo mede o quê? tro de mercúrio em vidro, a coluna de mercúrio
inicialmente se contrai e só depois se expande.
Como se explica esse comportamento?
02. Dois corpos são colocados em contato e após
algum tempo eles atingem o equilíbrio térmico. O
que isso significa?

06. Defina propriedade termométrica. Cite as mais


comuns.
03. Enuncie o princípio número zero da termodi-
nâmica.

04. Para medir a temperatura corporal do filho, a 07. A massa é uma propriedade termométrica?
mãe, demonstrando ter conhecimentos de ter- Por quê?
mometria, deixa o termômetro em contato com
ele durante um certo intervalo de tempo. Por
quê?

16
Termologia: termometria ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

08. Defina ponto de fusão do gelo e ponto de ebuli- 14. Complete corretamente a tabela a seguir, onde
ção da água. P.G. é o ponto de gelo e P.V. é o ponto de vapor.
Escala P.G. P.V.
Celsius
Fahrenheit

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Kelvin

09. Alguém lhe informa que a temperatura de um
corpo é igual a –327 °C. O que há de errado nes- 15. Escolha a opção que completa corretamente as
sa informação? lacunas do texto.
Por muito tempo, na história da Física, considerou-se
que o calor era uma propriedade dos corpos, que a
possuíam em uma quantidade infinita. Esse conceito
errôneo desapareceu no século XIX. Hoje se sabe que
o calor é uma forma de (1) e, portanto,
não tem sentido falar em (2) .
10. O que se entende por zero absoluto de a) (1) energia em trânsito
temperatura? (2) calor contido nos corpos
b) (1) temperatura
(2) aquecimento dos corpos
c) (1) pressão
11. Observe um termômetro clínico (figura abaixo). (2) energia interna dos corpos
Repare que entre o bulbo (reservatório de mer- d) (1) força
cúrio) e o tubo existe um estrangulamento. Por (2) trabalho realizado por um corpo
quê?  scanrail/123RF
e) (1) momento
(2) energia cinética de um corpo

16. Lord Kelvin – título de nobreza dado ao célebre


físico Willian Thompson (1824-1907) – estabele-
ceu uma associação entre a energia de agitação
das moléculas de um sistema e a sua temperatu-
ra. Deduziu que, a –273,15 °C, também chamado
de zero absoluto, a agitação térmica das molé-
culas deveria cessar. Considere um recipiente
com gás, fechado e de variação de volume des-
12. O termômetro clínico é utilizado para medir a
prezível nas condições do problema e, por

Física
temperatura corporal humana. Ele é graduado
comodidade, que o zero absoluto corresponda
entre 35 °C e 42 °C. Por quê?
a –273 °C. É correto afirmar que:
a) o estado de agitação é o mesmo para tem-
peraturas de 100 °C e 100 K.
b) à temperatura de 0 °C, o estado de agitação
das moléculas é o mesmo que a 273 K.
c) as moléculas estão mais agitadas a –173 °C
do que a –127 °C.
13. Se fizéssemos um termômetro cuja substância d) a –32 °C, as moléculas estão menos agita-
termométrica fosse a água, ele marcaria tempe- das que a 241 K.
raturas acima de 100 °C? Por quê? e) a 273 K, as moléculas estão mais agitadas
que a 100 °C.

17. Um biólogo precisava determinar a temperatura


de um inseto. Para isso, reuniu muitos deles em
um recipiente e introduziu entre os insetos um
17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Termologia: termometria

termômetro. Depois de certo tempo, verificou 19. (Unifesp) O texto a seguir foi extraído de uma
que o termômetro indicava 30 °C. matéria sobre congelamento de cadáveres para
a) Para determinar a temperatura de cada inse- sua preservação por muitos anos, publicada no
to seria necessário conhecer o número deles jornal O Estado de S. Paulo de 21/07/2002.
no recipiente? Justifique. Após a morte clínica, o corpo é resfriado com gelo.
Uma injeção de anticoagulantes é aplicada e um fluido

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
especial é bombeado para o coração, espalhando-se
pelo corpo e empurrando para fora os fluidos naturais.
O corpo é colocado numa câmara com gás nitrogênio,
onde os fluidos endurecem em vez de congelar. Assim
que atinge a temperatura de –321°, o corpo é levado
para um tanque de nitrogênio líquido, onde fica de ca-
beça para baixo.
Na matéria, não consta a unidade de tempe-
ratura usada. Considerando que o valor indicado
de –321° esteja correto e que pertença a uma
das escalas, Kelvin, Celsius ou Fahrenheit, pode-
-se concluir que foi usada a escala:
b) Então, qual era a temperatura de um dos a) Kelvin, pois trata-se de um trabalho científi-
insetos? co e esta é a unidade adotada pelo Sistema
Internacional.
b) Fahrenheit, por ser um valor inferior ao zero
absoluto e, portanto, só pode ser medido
nessa escala.
c) Fahrenheit, pois as escalas Celsius e Kelvin não
admitem esse valor numérico de temperatura.
d) Celsius, pois só ela tem valores numéricos
negativos para a indicação de temperaturas.
e) Celsius, por tratar-se de uma matéria pu-
blicada em língua portuguesa e esta ser a
unidade adotada oficialmente no Brasil.
18. (Uepa) Um jornal resolveu fazer uma brincadeira
de 1.º de abril e anunciou uma série de notí- 20. (UTFPR) Analise as seguintes afirmações sobre
cias falsas de cunho científico. Das manchetes conceitos de termologia.
citadas abaixo, indique a única que poderia real- I. Calor é uma forma de energia.
mente ter acontecido. II. Calor é o mesmo que temperatura.
a) Físicos conseguiram resfriar uma massa de III. A grandeza que permite informar se dois
hidrogênio até –290 °C. corpos estão em equilíbrio térmico é a
b) Um fio de cobre de 1 m foi resfriado até seu temperatura.
comprimento cair para 70 cm pela contra- Está(ão) correta(s) apenas:
ção térmica. a) I.
c) Um litro de água foi aquecido de 20 °C até b) II.
40 °C e sua massa aumentou de 1 kg para c) III.
1,2 kg.
d) I e II.
d) Um barco transportava uma tonelada de
e) I e III.
gelo. Durante a viagem o gelo derreteu e o
barco afundou por causa do aumento da 21. (UFPB) Em uma conferência pela internet, um
densidade de sua carga. meteorologista brasileiro conversa com três ou-
e) Cientistas conseguiram dobrar a energia tros colegas em diferentes locais do Planeta. Na
média de vibração das moléculas em uma conversa, cada um relata a temperatura em seus
amostra de ferro que estava inicialmente a respectivos locais. Dessa forma, o brasileiro fica
–100 °C. sabendo que, naquele momento, a temperatura
18
Termologia: termometria ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

em Nova Iorque é TNI = 33,8 °F, em Londres, 01) A fixação de uma escala de temperatura
TL = 269 K, e em Sidnei, TS = 27 °C. Comparando deve estar associada a uma propriedade fí-
essas temperaturas, verifica-se: sica que, em geral, varia arbitrariamente com
a) TNI >TS >TL. a temperatura.
b) TNI >TL >TS. 02) Grau arbitrário é a variação de temperatura
c) TL >TS >TNI. que provoca na propriedade termométrica

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
d) TS >TNI >TL. uma variação correspondente a uma unida-
e) TS >TL >TNI. de da variação que esta mesma propriedade
sofre quando o termômetro é levado do pon-
22. (CPS) A partir dos sentidos, o homem começou to de fusão até o ponto de ebulição da água.
a ter contato com o mundo físico que o cerca. 04) Temperatura é uma medida da quantidade
O médico grego Galeno, no século II a.C., su- de calor de um corpo.
geriu que as sensações de quente e frio fossem
08) A água é uma excelente substância termo-
medidas com base em uma escala de quatro
métrica, dada a sua abundância no meio
divisões.
ambiente.
Após 1 300 anos, Harme de Berna desenvolveu
16) Dois ou mais sistemas físicos, colocados
uma escala de temperatura baseada nas latitu-
em contato e isolados de influências exter-
des terrestres. Galileu, utilizando a expansão do
nas, tendem para um estado de equilíbrio
ar, desenvolveu um termoscópio com uma esca-
térmico, que é caracterizado por uma unifor-
la mais precisa para leitura, dividida em graus de
midade na temperatura dos sistemas.
calor.
Soma ( )
Com o passar dos tempos e a aquisição de
novos conhecimentos, desenvolveram-se ter- 24. (PUC-Rio – 2010) Temperaturas podem ser me-
mômetros que utilizavam diferentes substâncias didas em graus Celsius (oC) ou Fahrenheit (oF).
– álcool, óleo de linhaça, mercúrio, gás – até os Elas têm uma proporção linear entre si. Temos:
termômetros digitais, sempre acompanhados de 32 oF = 0 oC; 20 oC = 68 oF. Qual a temperatura
diferentes escalas, com maior precisão de leitu- em que ambos os valores são iguais?
ra, que foram padronizadas e aperfeiçoadas – °C
a) 40
e °F, por exemplo – até chegar a uma escala de
referência, Kelvin (K), que possui o zero absoluto. b) –20
c) 100
De acordo com o texto, o desenvolvimento do
termômetro e das escalas: d) –40
a) facilitou a leitura da quantidade de energia e) 0
transferida entre dois corpos.
25. (Cefet-MG) O gráfico abaixo mostra como estão
b) permitiu medir temperaturas mais baixas que
relacionadas as escalas termométricas Celsius e
o zero absoluto.

Física
Fahrenheit.
c) permitiu que a indústria de construção de
t (°F)
termômetros aperfeiçoasse as escalas.
d) aconteceu pela necessidade de o homem 212
comparar qual objeto estava quente ou frio.
e) tornou difícil ao homem adquirir conheci-
mentos para aperfeiçoar a construção de
32
escalas.
0 100 t (°C)
23. (UEPG) A temperatura é uma das grandezas
No inverno, a temperatura, na cidade de Nova
físicas mais conhecidas dos leigos. Todos os
Iorque, chega a atingir o valor de 10,4 °F. Na es-
dias, boletins meteorológicos são divulgados
cala Celsius, esse valor corresponde a:
anunciando as prováveis temperaturas máxima
e mínima do período. A grande maioria da popu- a) –12,0.
lação conhece o termômetro e tem o seu próprio b) –13,6.
conceito sobre temperatura. Sobre temperatura c) –38,9.
e termômetros, assinale o que for correto. d) –42,0.
19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Termologia: termometria

26. (CPS) Você já pensou em passar a noite em uma 28. Em um dia quente de verão, em Nova Iorque, os
geladeira ou dormir sobre uma grande pedra de termômetros acusam “104 graus”.
gelo? A quantos graus Celsius equivale essa tempe-
Apesar de essa ideia ser assustadora, já exis- ratura?
tem hotéis feitos de gelo que são como imensos
iglus. O primeiro hotel de gelo do mundo, o Ice,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
fica na Suécia. Esse hotel possui paredes, ca-
mas, mesas e tudo o que existe em um hotel
normal, só que de gelo. Não há como não se
impressionar.
A inusitada construção é branca, transparente e
costuma durar apenas o período do inverno, por-
que depois o gelo se derrete.
Em 2009, Raquel hospedou-se no hotel Ice.
Naquela noite, observou que o termômetro
marcava, na escala Fahrenheit (°F), para a tem-
peratura externa, –32 °F e, para a interna do
hotel, 23 °F. Curiosa, Raquel resolveu calcular, 29. A temperatura normal do corpo humano é de
em graus Celsius (°C), essas temperaturas. 36 °C. Qual é o valor dessa temperatura na es-
Sabendo que, para a água, o ponto de gelo é cala absoluta de Kelvin?
0 °C ou 32 °F e que o ponto de vapor é 100 °C
ou 212 °F, Raquel concluiu que a temperatura
externa do hotel e a temperatura interna valiam,
respectivamente, em graus Celsius:
Temperatura externa (°C) Temperatura interna (°C)
a) –35 –5
b) –32 –8
c) –31 23
d) –25 10
e) 5 7
27. Fahrenheit 451 é o título de um filme em que se
explica que 451 °F é a temperatura da chama
que destrói totalmente um livro. Qual seria o título 30. (Fafipar) Existem duas escalas termométricas que
desse filme se fosse usada a escala Celsius? só admitem temperaturas positivas. São elas:
a) 232,8 °C a) Celsius e Fahrenheit.
b) 242,8 °C b) Fahrenheit e Kelvin.
c) 248,6 °C c) Kelvin e Rankine.
d) 324,6 °C d) Rankine e Reaumur.
e) 342,8 °C e) Reaumur e Celsius.

20
UNIDADE 12
DILATAÇÃO TÉRMICA

í s i ca Dilatação térmica dos sólidos ..............................2


F

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Dilatação térmica dos líquidos ............................7
Dilatação anômala da água ............................... 17

Quando ocorre um impedimento à livre dilatação


ou contração de um corpo, surgem forças internas
de tensão que podem levá-lo a se romper ou se
deformar. Por isso, há muitas situações do cotidiano
em que a dilatação ou a contração térmica são
“facilitadas” para evitar problemas desse tipo.
Nas ferrovias, nos viadutos e nas grandes
construções, empregam-se as chamadas juntas de
dilatação. Elas evitam que variações das dimensões,
devidas a mudanças de temperatura, venham a
danificar a estrutura do concreto. Às vezes, a junta
de dilatação consiste em roletes sobre os quais a
estrutura pode deslizar, compensando os efeitos da
dilatação.
Experimentalmente, são estabelecidas leis para
Hellen Sergeyeva/Pavel Losevsky/adaptada/123RF relacionar as variações das dimensões com as
variações de temperatura correspondentes. Essas leis
serão estudadas nesta unidade.
Steve Mann/123rf
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 Dilatação térmica

Dilatação térmica
COMPETÊNCIA HABILIDADE

5 17
dos sólidos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A lgumas situações do dia a dia
podem explicar o que é dilata-
ção térmica.
– Os disjuntores substituem os fusíveis
com grande vantagem.
– Existem regiões na Terra onde o inverno
– Nos postos de gasolina, os tanques de é tão rigoroso que os lagos congelam
combustíveis são subterrâneos. na superfície, embora no fundo a água
– Quando queremos abrir a tampa me- permaneça no estado líquido, com
mais ou menos 4 °C.
tálica de um pote de vidro, é recomen-
V.Sagaydashin/ © Ingimage
dável colocá-la sob água quente, para
desatarraxar mais facilmente.

/FoodCollection/Latinstock

– Quando levamos ao fogo um reci- Todas as situações mencionadas,


piente de vidro comum, ele se racha apesar de não serem nenhuma novidade,
facilmente. O mesmo não acontece estão relacionadas com o fenômeno da
quando usamos uma panela de vidro dilatação térmica.
temperado (esse tipo de vidro é subme- Sabemos que a temperatura é uma
tido a um tratamento térmico – têmpera grandeza escalar que mede o grau de agi-
– tornando-o bem mais resistente). tação térmica das moléculas de um corpo.
Quanto maior é a temperatura, maior é o
– Na construção de uma linha férrea, são grau de agitação térmica de suas moléculas.
deixadas pequenas folgas entre os
Assim, quando um corpo é aquecido,
trilhos. Isso também ocorre com gran-
ocorre aumento no grau de agitação de
des estruturas de concreto armado.
suas moléculas, o que faz que haja maior
São deixadas “juntas” de dilatação.
separação entre elas e aumento nas
DesignPics/Design Pics RF/Latinstock
dimensões do corpo. Quando o corpo é
resfriado, a menor agitação térmica faz
que as suas moléculas fiquem mais “jun-
tinhas”. Portanto, ocorre uma diminuição
nas dimensões do corpo. A essa variação
nas dimensões de um corpo, devido à
variação de temperatura, damos o nome
de dilatação térmica.
Quando temos dificuldades em abrir
um pote de conservas, colocamos a
tampa em água quente. Ele com certeza

2
Dilatação térmica ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

abre mais facilmente, pois a tampa, que é


metálica, dilata-se mais que o frasco, que
é de vidro.
Apesar disso, a dilatação dos corpos
nem sempre é desejável. É bom saber-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
mos como os corpos dilatam-se para nos
precavermos em certas condições, pois
os corpos, ao dilatarem-se, podem causar Se analisarmos a dilatação de uma
estragos em determinadas estruturas. Já das suas arestas, estaremos observando
sabemos que entre os trilhos de uma linha a dilatação linear; ao analisarmos o
férrea são deixadas pequenas folgas, aumento da área de uma de suas faces,
para que eles possam se dilatar em dias estamos tratando de dilatação superficial;
muito quentes. Mesmo assim, em deter- ao estudarmos o aumento de volume do
minadas ocasiões, verões muito rigorosos
cubo, estamos estudando a sua dilatação
em determinados países danificaram mui-
volumétrica.
tos trechos de ferrovias, tendo em vista
que prejuízos inestimáveis foram cau-
sados. Esse mesmo intervalo pode ser Dilatação linear
observado em calçadas de concreto ou
A dilatação linear é a variação de com-
mesmo em grandes estruturas de con-
primento (∆L) que uma barra (ou um fio
creto armado, onde são deixadas “juntas”
muito fino) experimenta quando submetida
de dilatação.
a uma variação de temperatura (∆T).
Outra aplicação importante da dila-
Seja uma barra de comprimento ini-
tação térmica está na fabricação dos
cial L0 à temperatura inicial T0. Quando a
disjuntores, que substituem com grande
barra é aquecida até uma temperatura T,
vantagem os fusíveis. Da mesma maneira,
o funcionamento dos termômetros de ela passa a ter um comprimento final L.
líquido (álcool ou mercúrio) está baseado
no fato de que os líquidos se dilatam muito
mais que os sólidos.
Quando um sólido é aquecido, ele se
dilata em todas as direções e sofre aumento

Física
de volume. Podemos, porém, analisar a
variação isolada de cada uma de suas Com base na figura, podemos deduzir
dimensões, ou a variação de uma delas, que a variação de comprimento da barra
quando esta for muito mais acentuada será dada por: ∆L = L – L0.
que as outras. Quando um fio metálico ou
A variação de comprimento da barra
uma barra muito fina (de pequena espes-
depende de fatores como o material de
sura) é aquecida, analisamos apenas a
variação de seu comprimento (dilatação que é feita, a variação de temperatura
linear); quando uma chapa metálica é sofrida por ela e seu comprimento inicial.
aquecida, observamos a variação da sua Vamos analisar como a dilatação de
área (dilatação superficial); para os líqui- uma barra varia com o comprimento inicial:
dos, há aumento de volume (dilatação imagine uma barra de determinado mate-
volumétrica). rial que tenha inicialmente comprimento de
Imagine um cubo de pequenas dimen- 1 metros (m) a 0 °C. Quando aquecida até
sões sendo aquecido. 1 °C, ela se dilata de x.
3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 Dilatação térmica

dilatará de 2∆L, e assim por diante. Então:

A variação de comprimento (∆L)


sofrida por uma barra é diretamente
proporcional à sua variação de tempe-
∆L = x ratura (∆T).

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Se tomarmos outra barra do mesmo
A dilatação da barra depende tam-
material, mas que inicialmente tenha o
bém do material de que ela é constituída.
comprimento de 2 m, é como se tivésse-
Materiais diferentes dilatam-se de formas
mos duas barras com comprimento de 1 m.
diferentes, uma vez que cada um tem
Ao variarmos a temperatura de 0 °C para
o seu próprio coeficiente de dilatação
1 °C, cada 1 m dela se dilatará de x.
linear (α); além disso, há uma cons-
tante para cada material, que nos indica
o quanto se dilata uma barra de 1 m de
determinado material para cada variação
de 1 grau em sua temperatura.
Substituindo-se as unidades conve-
Assim, essa barra dilata-se de 2x. nientes:
Então: ∆L = 2x. ∆L = L0 · α · ∆T
Da mesma maneira, outra barra do onde α é uma constante de proporciona-
mesmo material, com 3 m de compri- lidade, denominada coeficiente de dila-
mento, dilata-se de 3x, e assim por diante. tação linear, sendo uma característica do
Isso permite concluir que: material que constitui o corpo.
A unidade de α é o inverso da unidade
A dilatação de comprimento de uma de temperatura, sendo dada em °C–1, °F–1
barra (∆L) é diretamente proporcional
ou K–1. Para isso, temos, através da substi-
ao seu comprimento inicial.
tuição das unidades convenientes:
Se um fio de alumínio de 1 m de ∆L = L0 · α · ∆T
comprimento aumenta em 2 mm quando
m = m · α · °C
submetido a certa variação de temperatura,
m 1
outro, do mesmo material, com 2 m de a= → a= ou a = °C–1
m · °C °C
comprimento, dilata-se em 4 mm para a
mesma variação de temperatura. A rigor, o valor de α não é constante,
Da mesma maneira, podemos provar, pois depende da pressão e do intervalo de
através de experimentos, que a variação temperatura.
de comprimento da barra depende da DL
Na expressão: a =
variação de temperatura sofrida por ela. L0 · DT
Imagem cedida pela empresa AZEHEB | www.azeheb.com.br
Fazendo L0 = 1 m e ∆T = 1 °C, teremos
que α = ∆T. O coeficiente de dilatação
linear (α) representa a variação de compri-
mento que sofre uma barra desse material,
de comprimento unitário para cada varia-
ção de 1 grau na sua temperatura.
O coeficiente de dilatação linear do
aço é igual a 11 · 10–6 °C–1. Isso significa
que uma barra de aço de 1,0 m de compri-
Dilatômetro linear
mento dilata-se de 11 · 10–6 m (0,000011 m)
Se determinada barra se alonga de ao variar a sua temperatura de 1 °C.
∆L quando sofre uma variação ∆t de tem- A tabela a seguir mostra o coeficiente
peratura, é lógico que, se ela sofrer uma de dilatação linear de algumas substân-
variação de 2∆t em sua temperatura, ela cias a 20 °C.
4
Dilatação térmica ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

o latão, de maior coeficiente de dilatação,


Substância α ( °C–1) dilata-se mais e a lâmina curva-se, como se
pode observar na figura a seguir.
Chumbo 27 · 10–6

Zinco 26 · 10–6
Maior

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Alumínio 24 · 10–6 dilatação

Prata 19 · 10–6

Ouro 15 · 10–6

Concreto 12 · 10–6

Vidro comum 9 · 10–6 Menor


dilatação
Granito 8 · 10–6

Vidro pirex 3,2 · 10–6


Se a partir da temperatura T0 a lâmina
Porcelana 3,0 · 10 –6 for resfriada, a tira de latão contrai-se mais
e a lâmina curva-se para o outro lado.
Podemos, ainda, relacionar o compri- Essas lâminas estão presentes nos ferros
mento final L de uma barra em função do de passar roupas, nos disjuntores elétri-
comprimento inicial L0 e da variação de cos, na proteção contra o aquecimento
temperatura ∆T da seguinte maneira: excessivo de compressores de geladeiras,
1. ∆L = L – L0 na proteção contra sobreaquecimento de
2. ∆L = L0 ∙ α · ∆T secadores de cabelos, nos termostatos
de fornos e estufas e em diversos outros
Comparando-se as duas equações, equipamentos.
temos:
Observe
L – L0 = L0 · α · ∆T → L = L0 + L0 · α · ∆T
Uma barra apresenta, a 10 °C, com-
L = L0 (1 + α · ∆T) primento de 90 m e seu material tem
coeficiente de dilatação linear médio de
Lâminas bimetálicas 19 ∙ 10–6 °C. A barra é aquecida até 20 °C.
Determine:
Uma lâmina constituída de duas “bar-
rinhas” fortemente ligadas uma sobre a a) a dilatação ocorrida;
outra, de materiais diferentes, constitui A expressão que fornece a dilatação
uma lâmina bimetálica. linear é: DL = Lo ∙ a ∙ DT

Física
Sendo a = 19 ∙ 10–6 °C; Lo = 90 m =
A
= 9 000 cm e DT = 20 °C – 10 °C =
B
= 10  °C, temos: DL = 19 ∙ 10–6 ∙
Como as “barrinhas” têm o mesmo ∙ 9 000 ∙ 10
comprimento inicial e são feitas de mate- DL = 171 ∙ 10–2 → DL = 1,71 cm
riais diferentes, ao serem aquecidas, cada b) o comprimento final da barra.
material dilata-se de forma diferente. A O comprimento final L vale:
barra cujo material tem maior coeficiente L = Lo + DL → L = 9 000 + 1,71
de dilatação dilata-se mais e curva-se para
L = 9 001,71 cm
o lado da barra cujo material é de menor
coeficiente de dilatação linear. • Observação: as unidades DL, L e
Lo deverão estar na mesma uni-
Montamos uma lâmina bimetálica com
dade de resposta (em metros ou
uma tira de latão (α = 19 · 10–6 °C–1) e uma centímetros, por exemplo). Caso
tira de aço (α = 11 · 10–6 °C–1), fortemente uma delas não esteja na mesma
soldadas e de mesmo comprimento inicial, a unidade, deve-se fazer a transfor-
uma temperatura T0. Se a lâmina é aquecida, mação para a unidade desejada.
5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 Dilatação térmica

Dilatação superficial e Veja

volumétrica 1. Uma placa apresenta, inicialmente,


área de 1 m2 a 0 °C. Ao ser aquecida
Para analisarmos a dilatação super- até 50 °C, sua área aumenta 0,8 cm2.
ficial e a volumétrica, devemos ter em Determine os coeficientes de dilatação
mente que as leis que regem essas dila- superficial e linear médios do material

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
tações são as mesmas já vistas para a que constitui a placa.
dilatação linear.
São dados:
Imagine uma chapa de determinado
A0 = 1 m2 = 104 cm2
material que, a uma temperatura T0, tenha
área inicial A0. Quando ela é aquecida até DA = 0,8 cm2 → DT = 50 – 0 = 50 °C
uma temperatura T, a sua área aumenta Aplicando a fórmula da dilatação su-
de ∆A. perficial: DA = A0 · b ∙ DT, resulta:
x 0,8
x0 0,8 = 104 ∙ b · 50 → b = 4 →
10 · 50
y → b = 16 ∙ 10–7 °C
y0

Mas, pela relação entre os coeficientes


de dilatação, sabemos que:
b
b = 2a → a = → a = 8 · 10–7 °C
2
A0 = x0 ∙ y0 (área inicial) 2. O coeficiente de dilatação linear médio
A = x ∙ y (área final) do concreto é 12 · 10–6 °C. Um bloco
Para a dilatação superficial, podemos desse material tem volume de 20 cm3
escrever que: (4 cm · 2,5 cm · 2 cm – conforme figu-
– ∆A = A – A0 ra) a 20 °C.
– ∆A = A0 ∙ β ∙ ∆T Determine o aumento de volume ex-
em que β é uma característica do mate- perimentado pelo bloco quando sua
rial, denominado coeficiente de dilatação temperatura se eleva para 50 °C.
superficial, o qual é dado por β = 2α.
O coeficiente de dilatação volumétrica
Para a dilatação volumétrica, temos que:
é o triplo do coeficiente de dilatação li-
x
near: g = 3a
x0
y
y0 Então: g = 3 · 12 · 10–6 →
Quando uma z0
z
chapa com um furo → g = 36 · 10–6 °C
central é aquecida,
o furo fica maior Sendo:
com o aumento
V0 = 20 cm3
da temperatura.
O furo comporta- V0 = xo ∙ yo · zo (volume inicial) DT = 50 – 20 = 30 °C
se como se fosse Aplicando a fórmula de dilatação volu-
V = x · y · z (volume final)
constituído do
métrica obtemos:
próprio material – ∆V = V – V0
da chapa. Os DV = V0 · g · DT
– ∆V = V0 ∙ γ · ∆T
corpos ocos DV = 20 · 36 · 10–6 · 30 = 0,0216 cm3.
dilatam-se como em que g é uma característica do mate-
0/Image Source/Latinstock
se fossem maciços. rial, denominado coeficiente de dilatação
Se tivermos volumétrica, e vale: γ = 3 · α.
que calcular a
Para os coeficientes de dilatação, você
dilatação do furo,
usamos para ele o pode usar a seguinte relação:
mesmo coeficiente a b g
= =
de dilatação do 1 2 3
material da chapa.
6
Dilatação térmica ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

Dilatação térmica dos


líquidos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O s líquidos só apresentam dilata-
ção de volume e obedecem às
mesmas leis da dilatação volumétrica dos
O coeficiente de dilatação real do
líquido será dado pela soma do coeficiente
de dilatação aparente com o coeficiente de
sólidos, ou seja: dilatação do frasco, ou seja:
∆V = V0 · γ · ∆t gR = gF + gap
em que g é o seu coeficiente de dilatação Veja
volumétrica.
Um recipiente de vidro de coeficien-
Como os líquidos sempre são aqueci- te de dilatação linear médio 9 ∙ 10–6 °C
dos no interior de um recipiente, devemos tem volume de 100 cm3 a 0 °C, estando
levar em conta a dilatação dos frascos que completamente cheio com um líquido.
os contêm. Assim, imagine um frasco total- Ao ser aquecido até 200 °C, extravasam
mente cheio de um líquido. 5 cm3 de líquido. Determine:
a) o coeficiente de dilatação apa-
rente do líquido;
O extravasamento mede a dila-
tação aparente do líquido:

Ao ser aquecido, como os líquidos DVap = 5 cm3


dilatam-se mais que os sólidos, uma Temos ainda:
parte do líquido extravasa do recipiente.
A parte do líquido que extravasa mede a Vo = 100 cm3;
dilatação aparente (∆Vap) do líquido nesse DT = 200 °C – 0 °C = 200 °C
recipiente. Assim, temos que a dilatação
real (∆VR) do líquido será dada pela soma Da fórmula: DVap = gap · Vo · DT,
da dilatação do frasco (∆VF) com a parte obtemos:
que extravasa do recipiente. Então: 5 = gap · 100 · 200
∆VR = ∆VF + ∆Vap 5
gap =
20 000
V0 ∙ gR ∙ ∆T = V0 ∙ gF ∙ ∆T + V0 ∙ gap ∙ ∆T

Física
gap = 2,5 ∙ 10–4 °C
gR = gF + gap
b) o coeficiente de dilatação real
Para medirmos o coeficiente de dilata- do líquido.
ção real de um líquido, ele é colocado no O coeficiente de dilatação real g
interior de um recipiente de coeficiente de é dado pela soma: gR = gap + gF .
dilatação volumétrico (gF) conhecido. Se
O coeficiente de dilatação volu-
o recipiente estiver completamente cheio,
métrica do frasco é o triplo do
ao ser aquecido, uma parte do líquido
coeficiente de dilatação linear:
transborda. A parte que transborda mede
a dilatação aparente. Assim, calculamos gF = 3aF = 3 ∙ 9 ∙ 10–6 = 27 ∙ 10–6
o coeficiente de dilatação aparente do gF = 0,27 ∙ 10–4/°C
líquido nesse recipiente. Somando:
DVap gR = (2,5 ∙ 10–4) + (0,27 ∙ 10–4)
∆Vap = V0 · gap · ∆T → gap =
V0 · ∆t gR = 2,77 ∙ 10–4 °C

7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 Dilatação térmica

ATIVIDADES
01. Duas barras de alumínio sofrem a mesma va- b) o comprimento final da barra.
riação de temperatura. As duas apresentam a
mesma dilatação? Justifique sua resposta.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
05. O vidro temperado apresenta maior resistên-
cia ao choque térmico que o vidro comum,
02. Duas barras, A e B, de materiais diferentes e porque:
mesmo comprimento inicial, sofrem a mesma a) tem alto coeficiente de rigidez.
variação de temperatura. As duas apresentam a b) tem baixo coeficiente de dilatação térmica.
mesma dilatação? Justifique sua resposta. c) tem alto coeficiente de dilatação térmica.
d) tem alto calor específico.
e) é mais maleável que o vidro comum.

06. Uma barra de ferro tem, a 0 °C, comprimento


de 100,00 cm. Se o coeficiente de dilatação
linear do ferro é de 1,2 ∙ 10–5 °C–1, determine,
quando a barra for aquecida até 100 °C:
03. Duas barras, A e B, de materiais diferentes, so- a) a variação de comprimento sofrida pela barra.
frem a mesma variação de temperatura. As duas
apresentam a mesma dilatação? Justifique sua
resposta.

04. Uma barra de latão (a = 19 ∙ 10–6 °C–1) apresen-


ta, a 10 °C, comprimento de 900 cm. A barra é
aquecida até 110 °C. Determine:
a) a dilatação ocorrida. b) o comprimento final da barra.

07. As tampas metálicas dos recipientes de vidro


são mais facilmente removidas quando o con-
junto é imerso em água quente. Tal fato ocorre
porque:
a) a água quente lubrifica as superfícies em
contato, reduzindo o atrito entre elas.
8
Dilatação térmica ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

b) a água quente amolece o vidro, permitindo b) o coeficiente de dilatação linear do fio B é


que a tampa se solte. maior que o do fio A.
c) a água quente amolece o metal, permitindo c) o coeficiente de dilatação linear do fio A é
que a tampa se solte. maior que o do fio B.
d) o metal dilata-se mais que o vidro quando d) os comprimentos dos dois fios em θ = 0 são
ambos são sujeitos à mesma variação de diferentes.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
temperatura.
e) o vidro dilata-se mais que o metal quando 10. (UFPR) Um cientista está à procura de um ma-
ambos são submetidos à mesma variação terial que tenha um coeficiente de dilatação alto.
de temperatura. O objetivo dele é produzir vigas desse material
para utilizá-las como suportes para os telhados
08. O gráfico mostra como varia o comprimento de das casas. Assim, nos dias muito quentes, as
uma barra homogênea em função da temperatura. vigas dilatar-se-iam bastante, elevando o telha-
do e permitindo uma certa circulação de ar pela
casa, refrescando o ambiente. Nos dias frios,
as vigas encolheriam e o telhado abaixaria, não
permitindo a circulação de ar. Após algumas ex-
periências, ele obteve um composto com o qual
fez uma barra. Em seguida, o cientista mediu o
comprimento L da barra em função da tempera-
tura T e obteve o gráfico a seguir.
Determine o coeficiente de dilatação linear médio L (m)

do material da barra no intervalo de temperatura 2,24


considerado.

2,00

20 220 T (°C)

Analisando o gráfico, é correto afirmar que o


coeficiente de dilatação linear do material produ-
zido pelo cientista vale:
a) α = 2 ∙ 10–5 °C–1.
b) α = 3 ∙ 10–3 °C–1.
c) α = 4 ∙ 10–4 °C–1.
d) α = 5 ∙ 10–5 °C–1.
e) α = 6 ∙ 10–4 °C–1.

Física
11. (UFRGS) Em certo instante, um termômetro de
mercúrio com paredes de vidro, que se encontra
09. (UFU) O gráfico a seguir representa o compri-
à temperatura ambiente, é imerso em um vaso
mento L, em função da temperatura θ, de dois
que contém água a 10 °C. Observa-se que, no
fios metálicos finos A e B.
início, o nível da coluna de mercúrio cai um
L A
pouco e, depois, se eleva muito acima do nível
B
inicial. Qual das alternativas apresenta uma ex-
plicação correta para esse fato?
a) A dilatação do vidro das paredes do termô-
metro se inicia antes da dilatação do mercúrio.
0 θ b) O coeficiente de dilatação volumétrica do vi-
Com base nessas informações, é correto afir- dro das paredes do termômetro é maior que
mar que: o do mercúrio.
a) os coeficientes de dilatação lineares dos fios c) A tensão superficial do mercúrio aumenta
A e B são iguais. em razão do aumento da temperatura.
9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 Dilatação térmica

d) Na temperatura ambiente, o mercúrio apre- Com base em conhecimentos de termologia, ex-


senta um coeficiente de dilatação volumétrica plique por que o edifício entorta para a esquerda,
negativo, tal como a água entre 0 °C e 4 °C. e não para a direita.
e) O calor específico do vidro das paredes do
termômetro é menor que o do mercúrio.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
12. No sistema figurado a seguir, a barra AB é man-
tida fixa por duas hastes, uma de alumínio e a
outra de ferro. A haste de alumínio tem 20 cm,
a 0 °C. Determine o comprimento da haste de
ferro, a 0 °C, sabendo-se que a barra AB perma-
nece horizontal em qualquer temperatura.
Dados: aFe = 11 ∙ 10–6  °C–1
aA = 22 ∙ 10–6  °C–1

14. (FGV-SP) Um serralheiro monta, com o mesmo tipo


de vergalhão de ferro, a armação esquematizada.

A barra transversal que liga os pontos A e B não


exerce forças sobre esses pontos. Se a temperatu-
ra da armação for aumentada, a barra transversal:
a) continua não exercendo forças sobre os
pontos A e B.
b) empurrará os pontos A e B, pois ficará 2
vezes maior que o novo tamanho que deve-
ria assumir.
c) empurrará os pontos A e B, pois ficará
13. (UFRJ) Um incêndio ocorreu no lado direito de L0 α ∆T vezes maior que o novo tamanho que
um dos andares intermediários de um edifício
deveria assumir.
construído com estrutura metálica, como ilustra
d) tracionará os pontos A e B, pois ficará 2 ve-
a Figura 1. Em consequência do incêndio, que
zes menor que o novo tamanho que deveria
ficou restrito ao lado direito, o edifício sofreu uma
assumir.
deformação, como ilustra a Figura 2.
e) tracionará os pontos A e B, pois ficará
L0 α ∆T vezes menor que o novo tamanho
que deveria assumir.

15. (UFC) Duas barras, A e B, construídas de ma-


teriais diferentes, são aquecidas de 0 a 100 °C.
Com base na figura a seguir, a qual fornece in-
formações sobre as dilatações lineares sofridas
Figura 1 Figura 2 pelas barras, determine:
10
Dilatação térmica ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

17. Uma placa plana apresenta área de 100 cm2 a


L/L0
10 °C. Ao ser aquecida até 60 °C, sua área au-
1,0022 menta de 0,8 cm2. Determine o coeficiente de
1,0011 dilatação linear médio do material que constitui
A
B
a placa.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
1,0000

0 100 T(°C)
a) os coeficientes de dilatação linear das barras
A e B.

18. (Uece) Um ferreiro deseja colocar um anel de aço


ao redor de uma roda de madeira de 1,200 m de
diâmetro. O diâmetro interno do anel de aço é
1,198 m. Sem o anel, ambos estão inicialmente à
temperatura ambiente de 28 °C. A que temperatu-
b) a razão entre os coeficientes de dilatação li-
ra é necessário aquecer o anel de aço para que
near das barras A e B.
ele encaixe exatamente na roda de madeira?
(Observação: Use = 1,1 ∙ 10–5 °C–1 para o aço).
a) 180 °C
b) 190 °C
c) 290 °C
d) 480 °C

19. (PUC-Rio – Adaptada) Uma chapa quadra-


da, feita de um material encontrado no planeta
Marte, tem área A = 100 cm2 a uma temperatu-
16. (Mackenzie) A região da cidade de Nova Iorque,
ra de 10 °C. A uma temperatura de 110 °C, qual
nos Estados Unidos, é destacada entre os me- será a área da chapa em cm2? Considere que
teorologistas por ficar com temperaturas muito o coeficiente de expansão linear do material é
baixas no inverno (até –40 °C) e elevadas no

Física
α = 2,0 ∙ 10–3 °C.
verão (entre 35 °C e 40 °C). Nessas condições,
a) 170
dois fios metálicos possuem, em um dia de ri-
b) 160
goroso inverno, os mesmos comprimentos
Lo1= Lo2 = 10,000 m. Os coeficientes de dila- c) 150
tação linear médios dos materiais desses fios d) 140
são, respectivamente, α1 = 1,0 ∙ 10–5 °C–1 e e) 130
α2 = 2,6 ∙ 10–5 °C–1. A variação de temperatu-
20. (Ufsc) Um aluno de ensino médio está proje-
ra que esses fios devem sofrer juntos, para
tando um experimento sobre a dilatação dos
que a diferença entre seus comprimentos seja
sólidos. Ele utiliza um rebite de material A e uma
8,0 ∙ 10–3 m, é:
placa de material B de coeficientes de dilatação
a) 150 °C.
térmica, respectivamente, iguais a αA e αB. A pla-
b) 100 °C. ca contém um orifício em seu centro, conforme
c) 50 °C. indicado na figura. O raio RA do rebite é menor
d) 25 °C. que o raio RB do orifício e ambos os corpos se
e) 12,5 °C. encontram em equilíbrio térmico com o meio.
11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 Dilatação térmica

Rebite
c) dilatam-se como se fossem maciços.
A d) dilatam-se mais que os maciços de mesmo
volume.
e) dilatam-se menos que os maciços de mes-
RA mo volume.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
RB 23. (Udesc – Adaptada) A tabela a seguir apresenta
Placa uma relação de substâncias e os seus respecti-
B vos valores de coeficiente de dilatação linear e
condutividade térmica, ambos medidos à tem-
Assinale a(s) proposição(ões) correta(s). peratura de 20 °C.
01) Se αA > αB, a folga irá aumentar se ambos Coeficiente de Condutividade
forem igualmente resfriados. Substância dilatação linear térmica
(10–6 °C–1) (W/mK)
02) Se αA > αB, a folga ficará inalterada se am-
Gelo 51 2
bos forem igualmente aquecidos.
04) Se αA < αB e aquecermos apenas o rebite, a Chumbo 29 35
folga aumentará. Alumínio 24 240
08) Se αA = αB a folga ficará inalterada se ambos Cobre 17 400
forem igualmente aquecidos.
Concreto 12 0,8
16) Se αA = αB e aquecermos somente a placa,
Vidro comum 9 0,7
a folga aumentará.
32) Se αA > αB, a folga aumentará se apenas a Assinale a alternativa correta, tomando como
placa for aquecida. base as informações acima.
Soma ( ) a) Barras do mesmo comprimento dos metais
listados na tabela sofrerão dilatações iguais
21. (UFRGS) Assinale a alternativa que preenche cor- quando submetidas a uma variação de tem-
retamente as lacunas do texto a seguir, na ordem peratura de 20 °C.
em que aparecem. b) A condutividade térmica das substâncias
A figura seguinte representa um anel de alumínio tem clara relação com seu coeficiente de
homogêneo, de raio interno Ra e raio externo Rb, dilatação.
que se encontra à temperatura ambiente. c) Substâncias que têm maior condutividade
térmica também apresentam maiores coefi-
cientes de dilatação.
RA d) Dentre as substâncias listadas na tabela, o
cobre é a melhor opção para fazer isolamen-
RB tos térmicos.
e) Duas chapas de dimensões iguais, uma
de alumínio e outra de concreto, são sub-
Se o anel for aquecido até a temperatura de metidas à mesma variação de temperatura.
200 °C, o raio Ra ________ e o raio Rb _______. Constata-se que a variação de dilatação su-
a) aumentará – aumentará perficial da chapa de alumínio é duas vezes
b) aumentará – permanecerá constante maior que a da chapa de concreto.
c) permanecerá constante – aumentará 24. (UFPE) Em uma chapa metálica é feito um orifício
d) diminuirá – aumentará circular do mesmo tamanho de uma moeda. O con-
e) diminuirá – permanecerá constante junto (chapa com a moeda no orifício), inicialmente a
25 °C, é levado a um forno e aquecido até 225 °C.
22. Os corpos ocos homogêneos: Após o aquecimento, verifica-se que o orifício na
a) não se dilatam. chapa ficou maior do que a moeda. Dentre as
b) dilatam-se de tal modo que o coeficiente de afirmativas a seguir, indique a que está correta.
dilatação em cada direção é proporcional à a) O coeficiente de dilatação da moeda é maior
extensão do vazio. do que o da chapa metálica.
12
Dilatação térmica ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

b) O coeficiente de dilatação da moeda é me- c) 31 200.


nor do que o da chapa metálica. d) 4 088.
c) O coeficiente de dilatação da moeda é igual e) 880.
ao da chapa metálica, mas o orifício se dilatou
mais porque a chapa é maior que a moeda. 27. (UEPG – Adaptada) A respeito da dilatação tér-
d) O coeficiente de dilatação da moeda é igual mica, fenômeno de expansão e contração que

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ao da chapa metálica, mas o orifício se dila- ocorre nas substâncias quando há variação de
tou mais porque o seu interior é vazio. sua temperatura, assinale o que for correto.
e) Nada se pode afirmar sobre os coeficientes 01) A variação do volume de uma substância é
de dilatação da moeda e da chapa, pois não
proporcional ao produto entre seu volume
é dado o tamanho inicial da chapa.
inicial, seu coeficiente de dilatação volumé-
25. (Enem) A gasolina é vendida por litro, mas em trico e a variação de temperatura.
sua utilização como combustível, a massa é o 02) O coeficiente de dilatação é uma grandeza
que importa. Um aumento da temperatura do adimensional.
ambiente leva a um aumento no volume da ga- 04) Em um pedaço de arame ocorre dilatação
solina. Para diminuir os efeitos práticos dessa apenas em uma dimensão.
variação, os tanques dos postos de gasolina
são subterrâneos. Se os tanques não fossem 08) Se uma placa que contém um orifício sofrer
subterrâneos: um aumento em sua temperatura, as dimen-
I. você levaria vantagem ao abastecer o carro sões do orifício aumentarão.
na hora mais quente do dia, pois estaria com- Soma ( )
prando mais massa por litro de combustível.
II. abastecendo com a temperatura mais bai- 28. Um petroleiro recebe uma carga de 1,0 ∙ 106
xa, você estaria comprando mais massa de barris de petróleo (1,6 ∙ 105 m3) no Golfo Pérsico,
combustível para cada litro. a uma temperatura de aproximadamente 50 °C.
III. se a gasolina fosse vendida por kg em vez Qual a perda em volume, por efeito da contração
de por litro, o problema comercial decorrente térmica, que essa carga apresenta quando des-
da dilatação da gasolina estaria resolvido. carregada no sul do Brasil a uma temperatura de
Dessas considerações, somente: aproximadamente 20 °C? O coeficiente de dila-
a) I é correta. tação térmica do petróleo é aproximadamente
b) II é correta. igual a 1,0 ∙ 10–3 °C–1.
c) III é correta. a) 3 barris
d) I e II são corretas. b) 3 ∙ 101 barris
e) II e III são corretas. c) 3 ∙ 102 barris
d) 3 ∙ 103 barris
26. (UFPel) Os postos de gasolina são normalmen-
e) 3 ∙ 104 barris
te abastecidos por um caminhão-tanque. Nessa

Física
ação cotidiana, muitas situações interessantes
29. O tanque de gasolina (g = 1,1 ∙ 10–3 °C–1) de
podem ser observadas.
um carro tem capacidade para 60 litros. O car-
Um caminhão-tanque, cuja capacidade é de
ro é abastecido em sua capacidade máxima, a
40 000 litros de gasolina, foi carregado com-
uma temperatura de 10 °C. Se ele for deixado
pletamente, em um dia em que a temperatura
ambiente era de 30 °C. No instante em que che- em um estacionamento, a uma temperatura de
gou para abastecer o posto de gasolina, a 30 °C, determine a quantidade de gasolina que irá
temperatura ambiente era de 10 °C, devido a derramar.
uma frente fria, e o motorista observou que o
tanque não estava completamente cheio.
Sabendo que o coeficiente de dilatação da gaso-
lina é 1,1 ∙ 10–3 °C–1 e considerando desprezível a
dilatação do tanque, é correto afirmar que o vo-
lume do ar, em litros, que o motorista encontrou
no tanque do caminhão foi de:
a) 40 880.
b) 8 800.
13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 Dilatação térmica

30. (Udesc) A tabela a seguir apresenta os valores c) Placas quadradas de concreto, com largura
dos coeficientes de dilatação linear de alguns igual a 1,0 m, são utilizadas na construção
materiais. de uma calçada para pedestres. Sabendo-
Coeficiente de Coeficiente de se que essas chapas ficarão sujeitas a
dilatação dilatação variações de temperatura que podem che-
Material Material
linear volumétrica gar a 50 °C, calcule a dimensão mínima das
{(°C)–1} {(°C)–1}

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
juntas de dilatação que devem ser deixadas
Álcool entre uma placa de concreto e outra.
Alumínio 24 ∙ 10–6 1,12 ∙ 10–4
etílico
Cobre 17 ∙ 10–6 Gasolina 9,6 ∙ 10–4

Aço 11 ∙ 10–6 Glicerina 4,85 ∙ 10–4

Concreto 12 ∙ 10–6 Mercúrio 1,82 ∙ 10–4

Com base nessa tabela, resolva as questões a


seguir. 31. (Mackenzie – 2010) Uma chapa metálica de área
1 m2, ao sofrer certo aquecimento, dilata de
a) Em uma região, onde é normal ocorrerem
0,36 mm2. Com a mesma variação de tempera-
grandes variações de temperatura, foi cons-
tura, um cubo de mesmo material, com volume
truída uma passarela de aço. À temperatura inicial de 1 dm3, dilatará:
de 15 °C o comprimento da passarela é igual a) 0,72 mm3.
a 50 m. Qual a variação de comprimento b) 0,54 mm3.
dela, em um dia no qual a temperatura passa
c) 0,36 mm3.
de 15 °C para 45 °C?
d) 0,27 mm3.
e) 0,18 mm3.

32. (PUC Minas) Um recipiente de vidro está com-


pletamente cheio de determinado líquido. O
conjunto é aquecido, e isso faz com que trans-
borde um pouco desse líquido. A quantidade de
líquido transbordado representa a dilatação:
a) do líquido, apenas.
b) do líquido menos a dilatação do recipiente.
c) do recipiente, apenas.
d) do recipiente mais a dilatação do líquido.

b) Uma carreta que transporta combustível foi 33. (Enem) Durante uma ação de fiscalização em
postos de combustíveis, foi encontrado um
carregada com 20 mil litros de gasolina em
mecanismo inusitado para enganar o consu-
uma cidade do Sudeste do Brasil, em um dia
midor. Durante o inverno, o responsável por
no qual a temperatura era igual a 35 °C (mes- um posto de combustível compra álcool por
ma temperatura da gasolina). Qual a perda de R$ 0,50/litro, a uma temperatura de 5 °C. Para
volume, por efeito de contração térmica, que revender o líquido aos motoristas, instalou um
essa carga apresenta quando descarregada mecanismo na bomba de combustível para
no Sul do Brasil, a uma temperatura de 10 °C? aquecê-lo, para que atinja a temperatura de
35 °C, com o litro de álcool revendido a
R$ 1,60. Diariamente, o posto compra 20 mil li-
tros de álcool a 5 °C e os revende.
Com relação à situação hipotética descrita no
texto e dado que o coeficiente de dilatação
volumétrica do álcool é de 1 ∙ 10–3 °C–1, des-
prezando-se o custo da energia gasta no
aquecimento do combustível, o ganho financei-
ro que o dono do posto teria obtido devido ao
aquecimento do álcool após uma semana de
vendas estaria entre:
14
Dilatação térmica ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

a) R$ 500,00 e R$ 1 000,00. b) O calor fornecido pela vela ao anel metálico


b) R$ 1 050,00 e R$ 1 250,00. faz com que o tamanho da esfera diminua,
c) R$ 4 000,00 e R$ 5 000,00. quando em contato com o anel, facilitando a
d) R$ 6 000,00 e R$ 6 900,00. passagem da esfera.
e) R$ 7 000,00 e R$ 7 950,00. c) O calor fornecido pela vela ao anel me-
tálico provoca uma redução no nível de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
34. (UEPG – 2011) Dilatação térmica é o fenômeno agitação térmica das partículas do metal, o
pelo qual variam as dimensões geométricas de que provoca um aumento do diâmetro do
um corpo quando este experimenta uma varia-
anel, facilitando a passagem da esfera.
ção de temperatura. Sobre esse fenômeno físico,
d) O aumento de temperatura no anel de metal
assinale o que for correto.
causado pela chama da vela eleva a agita-
01) Em geral, as dimensões de um corpo au-
ção térmica das partículas do metal, o que
mentam quando a temperatura aumenta.
provoca uma redução do diâmetro do anel,
02) Um corpo oco se dilata como se fosse
maciço. facilitando a passagem da esfera.
04) A tensão térmica explica por que um recipien- e) Não é possível acontecer tal fenômeno, uma
te de vidro grosso comum quebra quando é vez que, após o anel ser aquecido, haverá
colocada água em ebulição em seu interior. uma diminuição do mesmo, impedindo a
08) A dilatação térmica de um corpo é inver- passagem da esfera de metal.
samente proporcional ao coeficiente de
dilatação térmica do material que o constitui. 36. (UEPB – 2012) O experimento do anel de
Gravesand pode ser usado para comprovar a di-
16) Dilatação aparente corresponde à dilatação
observada em um líquido contido em um latação volumétrica de um sólido. Considerando
recipiente. que, em outro artefato experimental, uma esfera
Soma ( ) metálica tinha, a 10 °C, um raio de 5,0 cm, que
a esfera foi feita com aço de coeficiente de di-
As duas próximas questões são baseadas no texto latação linear 1,5 · 10–3 °C–1 e adotando π = 3, a
a seguir. dilatação volumétrica sofrida pela esfera, se sua
Willen Gravesand (1688-1742), físico holandês, foi pro- temperatura for elevada para 110 °C, é:
fessor de Matemática, de Astronomia e de Física. Foi a) 1,13 cm3.
reconhecido, dentre as suas contribuições científicas, b) 1,00 cm3.
pelo famoso anel de Gravesand, experimento que se
c) 500,00 cm3.
constitui de uma esfera metálica, suspensa ou presa
por uma haste e um anel metálico, conforme ilustrado
d) 9,00 cm3.
abaixo. e) 2,25 cm3.

37. (Unioeste – 2012) O funcionário de uma ferro-

Física
via precisa instalar um segmento de trilho para
recompor uma linha férrea. O comprimento em
trilho é de 25,00 m. O funcionário sabe que
a temperatura no local da instalação varia de
Disponível em: <http//comcienciafisicaorg/roteiros/calor/anel-de-gravesande.pdf>. 10 °C, no inverno, a 40 °C, no verão. O coeficiente
(Adaptado).
de dilatação térmica do aço, material do qual o
35. (UEPB – 2012) Verifica-se na figura acima que, trilho e fabricado, é igual a 14 · 10–6   °C–1. Se a
inicialmente, não é possível passar a esfera atra- manutenção ocorrer no inverno, qual dos valo-
vés do anel de metal. Porém, após aquecer o anel res listados abaixo aproxima-se mais do máximo
de metal, a esfera passa facilmente. A alternativa comprimento que o funcionário deve cortar o tri-
que explica corretamente esse fenômeno é: lho para encaixar no espaço a ser preenchido?
a) O aumento de temperatura, causado pela a) 25,00 m
chama da vela no anel de metal, aumenta b) 24,90 m
a agitação térmica das partículas do metal, c) 25,01 m
o que provoca um aumento do diâmetro do d) 24,99 m
anel, facilitando a passagem da esfera. e) 24,95 m
15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 Dilatação térmica

38. (Udesc – 2012) Em um dia típico de verão utiliza-se Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):
uma régua metálica para medir o comprimen- a) I e III.
to de um lápis. Após medir esse comprimento, b) I, III e IV.
coloca-se a régua metálica no congelador a uma c) II.
temperatura de –10 °C e esperam-se cerca de d) II e IV.
15 min para, novamente, medir o comprimento e) II, III e IV.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
do mesmo lápis. O comprimento medido nesta
situação, com relação ao medido anteriormente, 40. (Mackenzie – 2011) A 20 °C, o comprimento de
será: uma haste A é 99% do comprimento de outra
haste B, à mesma temperatura. Os materiais
a) maior, porque a régua sofreu uma contração.
das hastes A e B têm alto ponto de fusão e co-
b) menor, porque a régua sofreu uma dilatação. eficientes de dilatação linear respectivamente
c) maior, porque a régua se expandiu. iguais a αA = 10 · 10–5 °C–1 e αB = 9,1 · 10–5 °C–1.
d) menor, porque a régua se contraiu. A temperatura em que as hastes terão o mesmo
e) o mesmo, porque o comprimento do lápis comprimento será:
não se alterou. a) 970 °C.
b) 1 120 °C.
39. (Uenp – 2012) As duas ilustrações a seguir estão c) 1 270 °C.
relacionadas com a dilatação térmica dos sóli- d) 1 770 °C.
dos, dado que a figura da esquerda mostra água e) 1 830 °C.
quente sendo derramada em um pote de vidro
fechado com tampa de metal; a outra mostra 41. (FGV-SP – 2011) Na Terra, o período de oscilação
de um pêndulo, isto é, o tempo que ele demanda
o aquecimento de uma porca em um parafuso.
para completar um ciclo completo, corresponde,
Ambas as ilustrações têm o objetivo de mostrar
com boa aproximação, à raiz quadrada do quá-
o desprendimento da tampa e da porca.
druplo do comprimento do pêndulo. O pêndulo
de um carrilhão, ao oscilar, bate o segundo e é
constituído por uma fina haste de aço de massa
desprezível, unida a um grande disco de bronze,
que guarda em seu centro o centro de massa
do conjunto haste-disco. Suponha que, a 20 °C,
o centro de massa do conjunto esteja a 1 m do
eixo de oscilação, condição que faz o mecanis-
Sobre esse assunto, analise as afirmativas abaixo. mo funcionar com exatidão na medida do tempo.
Considerando que o coeficiente de dilatação li-
I. O desprendimento só é possível porque o
near do aço é 10 · 10–6  °C–1 e supondo que o
coeficiente de dilatação da tampa é menor
centro de massa da haste-disco se mantenha
do que o coeficiente do vidro. sempre no centro do disco se a temperatura do
II. Tanto a tampa quanto a porca devem ter conjunto haste-disco subir 10 °C, a medida do
coeficientes de dilatação maiores do que tempo, correspondente a meio ciclo de oscila-
os coeficientes do vidro e do parafuso, ção do pêndulo, se tornará:
respectivamente. a) 1,0001 s, fazendo com que o relógio adiante.
III. Se a água despejada no pote fosse gelada,
b) 2,0002 s, fazendo com que o relógio adiante.
a tampa iria ficar mais firmemente encaixada.
c) 1,0001 s, fazendo com que o relógio atrase.
IV. Para desatarraxar, a distância entre os áto-
mos da porca deverá ser maior do que a d) 2,0002 s, fazendo com que o relógio atrase.
distância entre os átomos do parafuso. e) 2 2,0002 s, fazendo com que o relógio atrase.

16
Dilatação térmica ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

Dilatação anômala
da água

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A té aqui, mostramos que os corpos dilatam-se quando aquecidos e contraem-
-se quando resfriados. No entanto, um dos líquidos mais comuns, a água,
surpreendentemente comporta-se de uma maneira diferente (anômala). Quando ela é
aquecida, de 0 °C até 4 °C, ela se contrai. Acima de 4 °C, ela se comporta normalmente.
Isso significa que, quando a 4 °C, determinada massa de água apresenta volume mínimo.

0 °C 4 °C > 4 °C

Como a densidade de uma substância é a razão entre a massa e o volume ocupado


m
por ela (d = ), a água apresenta densidade máxima a 4 °C. Para qualquer outra tempe-
V
ratura, a densidade da água é menor que esse valor máximo.
Veja os diagramas abaixo.

Entre 0 °C até 4 °C, o


volume da água dimi-
nui, e a 4 °C o volume
é mínimo.

Esse procedimento é explicado pela existência de uma ligação especial que ocorre
entre as moléculas chamadas pontes de hidrogênio. Essa ligação tem base na natureza
elétrica. As pontes entre os hidrogênios se estabelecem, pois as moléculas da água são
polares (em cada molécula há uma parte com polaridade positiva e outra com polaridade
negativa).

Física
δ–
Ligações de
δ+ Hidrogênio
H

O
δ+ δ– H
δ– δ+
δ+ δ–

Por isso, quando a temperatura de água aumenta mais que 0 °C, ocorrem dois efeitos.
1 – Maior agitação térmica das moléculas: que produz um aumento na distância
média entre elas – dilatação.
2 – Rompimento das pontes de hidrogênio: ocorre uma nova situação de equilíbrio,
na qual as moléculas se aproximam umas das outras – contração.

17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 Dilatação térmica

Esse comportamento anômalo da


água permite a existência de vida marinha
nas regiões onde o inverno é rigoroso. Tal
Lago com a superfície congelada ar (–10 °C)
fenômeno permite que os lagos tenham
gelo (0 °C)
suas superfícies congeladas, porém a
água no fundo permanece no estado água (4 °C)

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
líquido, com temperaturas entre 0 °C e 4 °C.
V (cm3) d (g/cm3)

1,0000

0,9999
V0
0,9998
O comportamento da água também
Vmin explica por que as garrafas que ficam
0,9997
muito tempo no congelador de uma gela-
0,9996
0 4 θ (°C) 0 2 4 6 8 10 θ (°C) deira se quebram.

ATIVIDADES
01. Quando aquecemos determinada massa de água 04. Com relação ao comportamento térmico da
de 0 °C a 4 °C: água, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso).
a) o volume diminui e a densidade aumenta. ( ) Durante todo o aquecimento de 0 °C até
b) o volume aumenta e a densidade diminui. 100 °C, a água sofre aumento de volume.
c) o volume e a densidade diminuem. ( ) Ao aquecermos determinada massa de água,
d) o volume e a densidade aumentam. em um recipiente indilatável, de 0 °C até
4 °C, o nível da água diminui.
e) o volume aumenta e a densidade permane-
ce constante. ( ) Determinada massa de água apresenta
volume mínimo a 4 °C. Assim, nessa tempe-
02. Um recipiente contém certa massa de água na ratura, a sua densidade é máxima.
temperatura inicial de 2 °C, sob pressão nor- ( ) A dilatação irregular da água explica por
mal; quando é aquecido, sofre uma variação que nos países de clima muito frio os lagos
de 3 °C. Pode-se afirmar que, nesse caso, o congelam primeiro na superfície, ficando a
volume da água: água no fundo a 4 °C.
a) diminui e depois aumenta. ( ) O comportamento irregular da água é um
b) aumenta e depois diminui. dos motivos que limitam a utilização da
c) diminui. água como substância termométrica. Um
termômetro de água em vidro não marca-
d) aumenta.
ria temperaturas abaixo de 0 °C nem acima
e) permanece constante.
de 100 °C.
03. Nos países de inverno rigoroso, verifica-se o
05. (UFRJ) O gráfico abaixo mostra o comportamen-
congelamento apenas da superfície dos lagos e to anômalo da densidade da água próximo a
dos rios. A água não se congela completamente, 0 oC (Fig. 1). Baseado nesse fato, escreva se é
porque: possível a temperatura da água de um lago, em
a) o máximo de densidade da água verifica-se uma região fria, manter-se em equilíbrio hidros-
perto de 4 °C e o gelo, razoável isolante tér- tático estável e a temperatura ser estratificada,
mico, é menos denso que a água. como ilustra a Figura 2. Justifique sua resposta.
b) o ar resfria-se antes da água, congelando-se densidade
(g/cm3)
primeiro a superfície dos líquidos em contato 1
com o ar e, daí, propagando-se o congela-
mento em profundidade. superfície congelada 0°

c) a água em movimento dificilmente se congela. 2°
d) a água comporta-se como a maioria dos líqui- 3°

dos em relação às variações de temperatura. 0 4 T(°C)
e) nada do que foi dito é verdadeiro. Figura 1 Figura 2
18
Dilatação térmica ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

07. (UEPG – 2011) Considere uma garrafa de vidro


totalmente cheia com água, hermeticamente fe-
chada, submetida a alterações de temperatura.
Nesse contexto, assinale o que for correto.
01) Diminuindo a temperatura do sistema, desde
que a água permaneça líquida, o volume da

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
água diminui em relação ao volume da gar-
rafa, criando um espaço vazio no seu interior.
02) Se a variação de temperatura for de 15 °C
para –5 °C a garrafa não se romperá.
04) Sendo o coeficiente de dilatação da água
06. (Enem – Cancelado) De maneira geral, se a menor que o coeficiente de dilatação do vi-
temperatura de um líquido comum aumenta, dro, a dilatação observada na água não é
ele sofre dilatação. O mesmo não ocorre com a real.
água, se ela estiver a uma temperatura próxima a
08) Aquecido o sistema, o volume interno da
de seu ponto de congelamento. O gráfico mostra
garrafa aumenta, enquanto que o volume de
como o volume específico (inverso da densida-
água permanece o mesmo.
de) da água varia em função da temperatura,
com uma aproximação na região entre 0 °C e Soma ( )
10 °C, ou seja, nas proximidades do ponto de
congelamento da água.
ANOTAÇÕES

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Fundamentos de Física: Física


gravitação, ondas e termodinâmica. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos, 1991. v. 2.

Com base no gráfico, é correto concluir que o


volume ocupado por certa massa de água:
a) diminui em menos de 3% ao se resfriar de
100 °C a 0 °C.
b) aumenta em mais de 0,4% ao se resfriar de
4 °C a 0 °C.
c) diminui em menos de 0,04% ao se aquecer
de 0 °C a 4 °C.
d) aumenta em mais de 4% ao se aquecer de
4 °C a 9 °C.
e) aumenta em menos de 3% ao se aquecer de
0 °C a 100 °C.
19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 Dilatação térmica

ANOTAÇÕES

PROIBIDA A REPRODUÇÃO

20
UNIDADE 13
TERMOLOGIA: CALORIMETRIA

í s i ca Noções de calorimetria .........................................2


F

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Princípios da calorimetria .....................................9

Corpos, ao receberem calor, podem apenas mudar


de temperatura ou mesmo mudar de estado físico.
A lava vulcânica, por exemplo, é material geológico
em fusão por receber calor. Na foto temos a primeira
cratera do vulcão Eyjafjallajökull, na Islândia, que
entrou em erupção em abril de 2010 e causou
uma paralisação generalizada do transporte aéreo
europeu.
Por isso, conhecer o comportamento térmico
dos materiais, envolvendo apenas mudanças
de temperatura, além das trocas de calor, é
fundamental para entender como evolui um sistema
quando colocamos juntos corpos em temperaturas
diferentes.

Hellen Sergeyeva/Pavel Losevsky/adaptada/123RF


equilibriuman/123RF
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 Termologia: calorimetria

COMPETÊNCIA HABILIDADE

6 21
Noções de calorimetria
Para o estudo da calorimetria, é
importante conhecer, primeira-
mente, os conceitos mais importantes,
que o corpo, ou seja, é a massa de
água que, recebendo a mesma quan-
tidade de calor recebida pelo corpo,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
como estes. sofre a mesma variação de tempera-
NASA
tura que ele.

Unidades de medida
Quando falamos de calor, falamos
de energia. Como já sabemos, a ener-
gia é medida em joule, quando o sistema
adotado é o Sistema Internacional de
Unidades (SI). No entanto, faremos uso de
outra unidade para medir calor: a caloria.
Veja as unidades adotadas, bem como as
conversões entre unidades de grandezas
Sol que fazem parte desta unidade.
– Quantidade de calor: medida da
Quantidade de calor
energia transferida de um corpo para
(sensível ou latente)
o outro, que pode provocar variação
de temperatura ou mudança de estado SI → joule (J)
físico. Usual → caloria (cal) ou quilocaloria
– Caloria: quantidade de calor necessá- (kcal)
ria para aquecer de 14,5 °C até 15,5 °C 1 kcal = 1 000 cal
a temperatura de 1 grama de água
1 cal = 4,18 J
pura sob pressão normal. Ou, de forma
mais simples, a caloria é a quantidade Calor específico
de calor que faz em 1 grama de água
SI → joule/quilograma · Kelvin
uma variação de temperatura de 1 °C.
(J/kg ⋅ K)
– Calor específico: quantidade de calor
Usual → caloria/grama · Celsius
que cada 1 g da substância absorve
(cal/g ⋅ °C)
para variar de 1 °C a sua temperatura.
– Quantidade de calor sensível: quan- Capacidade térmica e
tidade de calor recebida ou cedida por equivalente em água
um corpo, necessária para fazer que o
SI → joule/Kelvin (J/K)
corpo mude sua temperatura sem alte-
rar seu estado físico. Usual → caloria/grau Celsius (cal/°C)

– Quantidade de calor latente: quanti-


dade de calor recebida ou cedida por
um corpo, necessária para fazer que o Capacidade térmica
corpo mude de estado físico, perma- A capacidade térmica não é uma carac-
necendo constante sua temperatura. terística da substância. Como depende da
– Capacidade térmica: quantidade de massa, ela caracteriza o corpo com o qual
calor que o corpo necessita para variar estamos trabalhando. Para corpos consti-
de 1 °C a sua temperatura. tuídos de uma mesma substância, quanto
– Equivalente em água: massa que maior é a massa, maior é a capacidade tér-
tem a mesma capacidade térmica mica e mais difícil é o aquecimento.
2
Termologia: calorimetria ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

A capacidade térmica de um corpo depende: Questões de estudo


– da massa (caracteriza o corpo); 01. Um corpo de massa 200 g é constituído por uma
– da natureza do material que constitui o corpo; substância de calor específico 0,4 cal/g ⋅ °C.
Determine:
– da temperatura;
a) a quantidade de calor que o corpo deve re-
– da pressão. ceber para que sua temperatura varie de 5 °C

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Numericamente, a capacidade térmica de um para 35 °C;
corpo é o quociente entre a quantidade de calor Q Para a temperatura aumentar de To = 5 °C
para T = 35 °C (T > To), o corpo deve receber
recebida ou cedida por esse corpo e a correspon-
calor (Q é positivo ou Q > 0):
dente variação de temperatura DT. Logo, podemos
escrever a seguinte expressão: DT = T – To → DT = 35 – 5 = 30 °C

Q Substituindo esse valor e os demais dados


C= (m = 200 g; c = 0,4 cal/g ⋅ °C) na equação
DT
fundamental da calorimetria, obtemos:
Q = m ⋅ c ⋅ DT = 200 ⋅ 0,4 ⋅ 30
Quantidade de calor Q = 2 400 cal

sensível b) que quantidade de calor deve ceder para


que sua temperatura diminua de 15 °C;
Quando um corpo troca calor e sua temperatura
Para a temperatura diminuir (T < To), o
varia, essa quantidade de calor é denominada calor
corpo deve ceder calor (Q é negativo ou
sensível. Essa quantidade de calor depende: Q < 0). Sendo DT = –15 °C; m = 200 g;
– da massa do corpo; c = 0,4 cal/g ⋅ °C, temos:
– da variação de temperatura; Q = m ⋅ c ⋅ DT = 200 ⋅ 0,4 ⋅ (–15)
Q = –1 200 cal
– da natureza do material (dada pelo valor do calor
O sinal negativo indica calor cedido.
específico do corpo).
c) a capacidade térmica do corpo.
Numericamente, a quantidade de calor sensível
pode ser calculada pela expressão: Podemos calcular a capacidade térmica do
corpo pela fórmula
Q = m · c · DT Q
C=
Na equação acima, denominada Equação DT
Fundamental da Calorimetria, se quisermos cal- Como Q = 2 400 cal para DT = 30 °C, temos:
cular a quantidade de calor sensível (Q) na unidade 2 400
C= → C = 80 cal/°C
usual, ou seja, em caloria, devemos ter as seguintes 30
Outra alternativa é utilizar a fórmula

Física
unidades para as grandezas da fórmula:
C=m⋅c C = 200 ⋅ 0,4
m = massa (grama – g) C = 80 cal/°C
c = calor específico (cal/g · oC)
02. Ao receber 6 000 calorias, um corpo de 250 g au-
DT = variação de temperatura (oC)
menta sua temperatura em 40 °C, sem mudar de
[ DT = T – To] fase. Qual é o calor específico do material desse
T = temperatura final corpo?

To = temperatura inicial Utilizando a equação fundamental da calorime-


tria e substituindo os dados
A quantidade de calor sensível pode ser positiva (Q = 6 000 cal; m= 250 g; DT = 40 °C), temos:
ou negativa, conforme o caso: Q = m ⋅ c ⋅ DT
– Quando o corpo recebe calor, a temperatura 6 000 = 250 ⋅ c ⋅ 40
aumenta (T > To), DT positivo. 6 000
c=
– Quando o corpo cede calor, a temperatura dimi- 10 000
nui (T < To ), DT negativo. c = 0,6 cal/g ⋅ °C
3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 Termologia: calorimetria

ATIVIDADES
01. Qual é a condição básica para que haja transfe- 06. (PUC-SP) Leia a tirinha a seguir:
rência de calor entre dois corpos?

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
02. Defina caloria.

03. O calor específico depende da massa de um


corpo? Explique.
Bill Watterson (Calvin e Haroldo)

O fato de Calvin e Haroldo sentirem as sensa-


ções de calor e de frio sugere que a situação se
passa:
a) de manhã e o calor específico da areia é
maior do que o da água.
b) à tarde e o calor específico da areia é maior
do que o da água.
c) de manhã e o calor específico da areia é me-
nor do que o da água.
d) à tarde e o calor específico da areia é menor
04. A capacidade térmica depende da massa de do que o da água.
um corpo? Explique. e) ao meio-dia e o calor específico da areia é
igual ao da água.
07. (UFMG) Numa aula de Física, o professor apre-
senta a seus alunos esta experiência: dois
blocos – um de alumínio e outro de ferro –, de
mesma massa e, inicialmente, à temperatura
ambiente, recebem a mesma quantidade de ca-
lor, em determinado processo de aquecimento.
O calor específico do alumínio e o do ferro são,
respectivamente, 0,90 J/(g °C) e 0,46 J/(g °C).
Questionados quanto ao que ocorreria em
05. Transforme: seguida, dois dos alunos, Alexandre e Lorena,
a) 836 J em calorias. fazem, cada um deles, um comentário.
b) 50 cal em joules. – Alexandre: “Ao final desse processo de
c) 12,54 kJ em quilocalorias. aquecimento, os blocos estarão à mesma
d) 2 kcal em quilojoules. temperatura.”
4
Termologia: calorimetria ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

– Lorena: “Após esse processo de aqueci- 08) A variação de temperatura do objeto B, por
mento, ao se colocarem os dois blocos em caloria absorvida, é maior que a variação
contato, fluirá calor do bloco de ferro para o de temperatura do objeto A, por caloria
bloco de alumínio.” absorvida.
Considerando-se essas informações, é correto 16) Se a massa do objeto A for de 200 g, seu
afirmar que: calor específico será 0,2 cal/g °C.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) apenas o comentário de Alexandre está certo. Soma ( )
b) apenas o comentário de Lorena está certo.
10. (PUC Minas) O gráfico mostra a quantidade de
c) ambos os comentários estão certos.
calor Q recebida por um corpo de 100 g, em
d) nenhum dos dois comentários está certo.
função de sua temperatura t. O calor específico
08. (Fatec) Em um dia de inverno, a temperatura do material de que é feito o corpo, em cal/g °C,
ambiente está muito baixa. Com a finalidade de vale:
aquecer o ar do interior de uma pequena caixa
Q (cal)
que estava em contato com o ambiente, colo-
ca-se dentro dessa caixa um objeto que está
inicialmente a 100 °C. 1 000

A tabela a seguir mostra cinco possibilidades


para esse objeto:
Calor específico
Objeto Massa
(cal/g°C)
25 75 t (°C)
A 0,10 kg 0,40
B 0,60 kg 0,15 a) 0,20.
C 500 g 0,40 b) 0,08.
D 500 g 0,10 c) 0,38.
E 5,0 g 0,60 d) 0,30.
e) 0,35.
O objeto mais indicado para tal finalidade é:
a) A. 11. (Ufes) A substituição dos materiais naturais pelos cen-
b) B. tros urbanos provoca mudanças nas características da
c) C. atmosfera local. Por isso podemos observar o aumento
de temperatura nos grandes centros, fenômeno cha-
d) D. mado de ilha de calor. Uma das causas responsáveis
e) E. pelas ilhas de calor está nas propriedades térmicas
dos materiais urbanos. O calor é rapidamente absor-
09. (Ufsc) O gráfico a seguir representa a quan- vido durante o dia, mas facilmente liberado durante a
tidade de calor absorvida por dois objetos A noite, gerando uma grande amplitude térmica.
e B ao serem aquecidos, em função de suas Disponível em: <http://www3.cptec.inpe.br/~ensinop/clima_urbano.tm>.

Física
temperaturas. Acesso em: 9 jun. 2006. (Adaptado).

Q (cal) Considerando o texto sobre “ilha de calor”, é


B
correto afirmar que as substâncias constituin-
A tes dos materiais urbanos:
a) têm, em sua maioria, calores específicos de
400 baixos valores.
b) têm, em sua maioria, calores específicos de
altos valores.
0 10 20 T (°C) c) são todos excelentes isolantes térmicos.
Observe o gráfico e assinale a(s) proposição(ões) d) são todos péssimos isolantes térmicos.
corretas. e) são todos excelentes condutores elétricos.
01) A capacidade térmica do objeto A é maior 12. (UEPG) Quanto à transferência de energia térmi-
que a do objeto B. ca, assinale com V o que for correto e com F o
02) A partir do gráfico é possível determinar as que for incorreto.
capacidades térmicas dos objetos A e B. ( ) Corpos diferentes apresentarão tempera-
04) Pode-se afirmar que o calor específico do turas diferentes após recebimento de calor
objeto A é maior que o do objeto B. num determinado tempo.
5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 Termologia: calorimetria

( ) A energia cinética média das partículas Supondo que esse material entra na turbina a
individuais está diretamente relacionada –20 °C, a energia cedida a uma massa m = 5 g
com a temperatura de uma substância. do material para que ele atinja uma temperatura
( ) Quanto maior o calor específico de uma de 880 °C é igual a:
substância, maior será a dificuldade em a) 220 J.
fazer variar a sua temperatura. b) 1 000 J.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
( ) O calor específico é de maior valor nas c) 4 600 J.
substâncias sólidas do que nas substân- d) 3 600 J.
cias líquidas.
e) 4 500 J.
13. (PUC-Rio) Quanto calor precisa ser dado a uma
16. (CPS) Uma barra de alumínio de 400 g recebe
placa de vidro de 0,3 kg para aumentar sua tem-
4 400 cal de uma fonte de calor. Sabendo que a
peratura em 80 °C? (Considere o calor específico
temperatura inicial do bloco é 20 °C e que o calor
do vidro como 70 J/kg °C).
específico do alumínio é 0,22 cal/g ⋅ °C, pode-
a) 1 060 J mos afirmar que a temperatura final da barra,
b) 1 567 J em graus Celsius, será:
c) 1 680 J a) 10.
d) 1 867 J b) 40.
e) 1 976 J
c) 50.
14. (UFPB) Um engenheiro testa materiais para se- d) 70.
rem usados na fabricação da carroceria de um e) 90.
automóvel. Entre outras propriedades, é de-
sejável a utilização de materiais com alto calor 17. (Uerj – 2010) O gráfico a seguir assinala a mé-
específico. Ele verifica que, para aumentar em dia das temperaturas mínimas e máximas nas
3 °C a temperatura de 32 g do material A, é ne- capitais de alguns países europeus, medidas
cessário fornecer 24 cal de calor a esse material. em graus Celsius.
Para obter o mesmo aumento de temperatura
em 40 g do material B, é preciso 24 cal. Já 50
g do material C necessitam 15 cal para sofrer
o mesmo acréscimo de temperatura. Os ca-
lores específicos dos materiais A, B e C são,
respectivamente:
a) cA = 0,25 cal/g °C; cB = 0,20 cal/g °C; cC =
0,10 cal/g °C.
b) cA = 0,20 cal/g °C; cB = 0,35 cal/g °C; cC =
0,15 cal/g °C.
c) cA = 0,30 cal/g °C; cB = 0,10 cal/g °C; cC = Factos e números essenciais sobre a Europa e os europeus. Luxemburgo: Serviço
das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 2006. (Adaptado).
0,20 cal/g °C.
Considere a necessidade de aquecer 500 g de
d) cA = 0,35 cal/g °C; cB = 0,20 cal/g °C; cC =
água de 0 °C até a temperatura média máxima
0,10 cal/g °C.
de cada uma das capitais.
e) cA = 0,10 cal/g °C; cB = 0,30 cal/g °C; cC =
Determine em quantas dessas capitais são
0,25 cal/g °C. necessárias mais de 12 kcal para esse aque-
15. (Unicamp) Em abril de 2010, erupções vulcâ- cimento. Considere o calor específico da água
nicas na Islândia paralisaram aeroportos em igual a 1 cal/g ⋅ °C.
vários países da Europa. Além do risco da falta
de visibilidade, as cinzas dos vulcões podem
afetar os motores dos aviões, pois contêm ma-
teriais que se fixam nas pás de saída, causando
problemas no funcionamento do motor a jato.
Considere que o calor específico de um ma-
terial presente nas cinzas seja c = 0,8 J/g °C.
6
Termologia: calorimetria ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

18. (PUC-Rio) Quanta energia deve ser dada a uma a energia emitida pelo aparelho celular seja ab-
panela de ferro de 300 g para que sua tempera- sorvida pelo conjunto.
tura seja elevada em 100 °C? Considere o calor Dado: o calor específico do líquido utilizado na si-
específico da panela como c = 450 J/kg °C. mulação é de 3,6 J/(g ⋅ °C).
a) 300 J
b) 450 J

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
c) 750 J
d) 1 750 J
e) 13 500 J

19. (UFRGS – 2010) Um corpo de alumínio e outro


de ferro possuem massas mAl e mFe, respecti-
vamente. Considere que o calor específico do
alumínio é o dobro do calor específico do ferro.
Se os dois corpos, ao receberem a mesma
quantidade de calor Q, sofrem a mesma varia-
ção de temperatura ∆T, as massas dos corpos 21. (Unesp) Antibióticos podem ser produzidos
são tais que: induzindo o crescimento de uma cultura de mi-
a) mAl = 4mFe. cro-organismos em meios contendo nutrientes e
b) mAl = 2mFe. oxigênio. Ao crescerem, esses micro-organismos
respiram e, com a oxigenação, retiram energia
c) mAl = mFe. dos alimentos, que em parte será utilizada para
m a sua sobrevivência, e a restante liberada na for-
d) mAl = Fe .
2 ma de energia térmica. Quando os antibióticos
mFe são produzidos em escala industrial, a cultura de
e) mAl = .
4 micro-organismos se faz em grandes tanques,
suficientemente oxigenados, conhecidos como
20. (UFSCar – 2010 – Adaptado) Estima-se que hoje
biorreatores. Devido ao grande volume de nu-
em dia o Brasil tenha cerca de 160 milhões de te-
trientes e micro-organismos, a quantidade de
lefones celulares em operação. Esses aparelhos
energia térmica liberada por unidade de tempo
tão populares utilizam a radiação na frequência
neste processo aeróbico é grande e exige um sis-
das micro-ondas para enviar e receber as infor-
mações das chamadas telefônicas. tema de controle da temperatura para mantê-la
entre 30 °C e 36 °C. Na ausência desse con-
trolador, a temperatura do meio aumenta com
o tempo. Para estimar a taxa de aquecimento
nesse caso, considere que, a cada litro de O2
consumido no processo aeróbico, sejam libera-
dos aproximadamente 48 kJ de energia térmica.

Física
Em um tanque com 500 000 litros de cultura, que
pode ser considerado como meio aquoso, são
consumidos 8 750 litros de O2 a cada minuto. Se
o calor específico da água é 4,2 J/(g °C), calcule
a variação da temperatura do meio a cada minuto
Considere um aparelho celular que emite 1 J/s do processo.
de energia quando em funcionamento. Um gru-
po de pesquisadores deseja estudar o quanto
esse aparelho celular provoca de aquecimento
na cabeça dos seus usuários. Para tanto, rea-
lizam uma simulação num laboratório: enchem
uma bexiga de festa, de massa desprezível, com
um dado líquido, tal que o conjunto (bexiga +
líquido) tenha massa de 2 kg. Em seguida, ligam
o telefone celular, encostado no conjunto, pelo
tempo total de 9 minutos. Faça uma estimativa
da elevação da temperatura do conjunto, após
esse intervalo de tempo, considerando que toda
7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 Termologia: calorimetria

22. (UFJF) Considere uma pessoa que consuma um reservatório termicamente isolado. De acordo
1200 kcal de energia diariamente e que 80% com esses dados, a variação da temperatura da
dessa energia seja transformada em calor. Se água (em graus Celsius) ao final de um dia é de:
esse calor for totalmente transferido para 100 kg
Dados: Calor específico da água = 1,0 cal/g °C;
de água, qual variação de temperatura ocorre-
ria na água? (1 cal = 4,18 J, calor específico da Densidade da água da = 1,0 g/cm3.
água = 4,18 kJ/kg ⋅ K). a) 1,2.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) 1,0 °C. b) 6,0.
b) 9,6 °C. c) 12,0.
c) 1,2 °C. d) 60,0.
d) 8,0 °C. e) 120,0.
e) 10 °C.
25. (Unesp – 2011) Foi realizada uma experiência
23. (Uerj) Um adulto, ao respirar durante um minuto,
em que se utilizava uma lâmpada de incandes-
inspira, em média, 8,0 litros de ar a 20 °C, expe-
cência para, ao mesmo tempo, aquecer 100 g de
lindo-os a 37 °C. Admita que o calor específico
e a densidade do ar sejam, respectivamente, água e 100 g de areia. Sabe-se que, aproxima-
iguais a 0,24 cal ⋅ g–1 ⋅ °C–1 e 1,2 g ⋅ L–1. damente, 1 cal = 4 J e que o calor específico da
Nessas condições, a energia mínima, em qui- água é de 1 cal/g °C e o da areia é 0,2 cal/g °C.
localorias, gasta pelo organismo apenas no Durante 1 hora, a água e a areia receberam a
aquecimento do ar, durante 24 horas, é aproxi- mesma quantidade de energia da lâmpada, 3,6 kJ,
madamente igual a: e verificou-se que a água variou sua temperatura
a) 15,4. em 8 °C e a areia em 30 °C. Podemos afirmar que
b) 35,6. a água e a areia, durante essa hora, perderam,
c) 56,4. respectivamente, a quantidade de energia para o
d) 75,5. meio, em kJ, igual a:
a) 0,4 e 3,0.
24. (UFG) Com o objetivo de economizar ener- b) 2,4 e 3,6.
gia, um morador instalou no telhado de sua
c) 0,4 e 1,2.
residência um coletor solar com capacidade de
1,2 · 108 cal/dia. Toda essa energia foi utilizada d) 1,2 e 0,4.
para aquecer 2,0 · 103 L de água armazenada em e) 3,6 e 2,4.

ANOTAÇÕES

8
Termologia: calorimetria ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

Princípios da calorimetria
D entro da Calorimetria, podemos Como o sistema é termicamente iso-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
enunciar dois princípios básicos: lado, a quantidade de calor cedida por
o princípio das transformações inversas A é exatamente igual à recebida por B.
e o princípio das trocas de calor. O que Podemos, então, enunciar o princípio da
são esses princípios? Que características igualdade das trocas de calor.
apresentam?
Quando dois ou mais corpos, cons-
tituindo um sistema isolado, trocam
Princípio das calor apenas entre si, a quantidade
transformações inversas de calor cedida por uns é igual à quanti-
dade de calor recebida pelos outros.
Ao aquecer 200 g (1 copo) de água
de 20 °C até sua temperatura de ebulição Matematicamente: Qrecebida = Qcedida
(100 °C). Para isso a água absorve uma Como vimos anteriormente, a Qcedida
quantidade de calor dada por: (QC) é negativa e a Qrecebida (QR) é positiva.
Q = m ⋅ c ⋅ ∆T → Q = 200 ⋅ 1 ⋅ 80 → Podemos escrever que:
→ Q = 16 000 cal QR= –QC → QR + QC = 0

Se essa mesma massa de água for Assim:


resfriada de 100 °C até 20 °C, é lógico que Quando dois ou mais corpos, coloca-
irá liberar 16 mil cal. Assim, podemos afir- dos em contato, constituem um sistema
mar que a mesma quantidade de calor que isolado, a soma algébrica das quanti-
uma substância absorve para se aquecer é dades de calor trocadas até o equilíbrio
liberada para se resfriar, ou seja: térmico é igual a zero.

A quantidade de calor recebida por ∑Q = 0


uma substância para realizar determi- Com base no princípio das trocas de
nada transformação é igual à quantidade calor, podemos determinar em laboratório
de calor que ela libera ao realizar a trans- o calor específico dos materiais. Para isso,
formação inversa. basta colocar em um recipiente termica-
mente isolado um corpo de determinado

Princípio das trocas de calor material e uma massa conhecida de água.

Física
Conhecidas as temperaturas iniciais e a
Ao misturar duas quantidades de temperatura de equilíbrio térmico do sis-
água, A e B, em temperaturas diferentes, tema, determinamos o calor específico do
tal que TA > TB, em um recipiente termica- material que constitui o corpo. O exemplo
mente isolado. a seguir ilustra bem a situação.
Se as temperaturas iniciais forem dife- Observe:
rentes, os corpos trocam calor até que as Em um recipiente termicamente iso-
temperaturas se tornem iguais, ou seja, até lado, colocamos um bloco sólido de 500 g
o equilíbrio térmico. de massa, a 140 °C, com 200 g de água (c
= 1 cal/g °C) a 10 °C. O equilíbrio térmico
ocorreu a 40 °C.
Determine o calor específico do mate-
rial que constitui o bloco.

9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 Termologia: calorimetria

Bloco Água
m = 500 g m = 200 g
To = 140 °C To = 10 °C
T = 40 °C
∑Q = 0 → (m ⋅ c ⋅ DT)água + (m ⋅ c ⋅ DT)bloco = 0
200 ⋅ 1 ⋅ (40 – 10) + 500 ⋅ c ⋅ (40 – 140) = 0

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
200 ⋅ 30 + 500 ⋅ c ⋅ (–100) = 0
6 000 – 50 000 ⋅ c = 0
6 cal
6 000 = 50 000 ⋅ c → c = → c = 0,12
50 g ⋅ °C

Calorímetros
Os calorímetros são recipientes metálicos (cobre ou alumínio) revestidos de isopor,
o que faz deles um sistema isolado, ou seja, não há troca de calor entre o que há dentro
deles e o meio externo. Além disso, o ideal seria que o calorímetro tivesse uma capacidade
térmica extremamente pequena, para que não houvesse trocas de calor entre ele e os
corpos que estão dentro dele. Quando isso não ocorre, temos de saber o comportamento
térmico do calorímetro, ou seja, a sua capacidade térmica (equivalente em água). Assim,
podemos calcular a quantidade de calor trocada pelo calorímetro da seguinte maneira:
Qcalorímetro = Ccalorímetro ⋅ ∆t
EA = Ccalorímetro = m ⋅ c
Veja:
No interior de um calorímetro de capacidade térmica 8,0 cal/°C (EA = 8,0 g), inicial-
mente a 10 °C, são colocados 200 g de um líquido a 54 °C. O equilíbrio térmico ocorre a
50 °C. Com base nessas informações, determine o calor específico do líquido.

Calorímetro Líquido
cal
C = m ⋅ c = 8,0 m = 200 g
°C
To = 10 °C To = 54 °C
Tf = 50 °C
∑Q = 0
Qcalorímetro + Qlíquido = 0
(m ⋅ c ⋅ ∆t)calorímetro + (m . c ⋅ ∆t)líquido = 0
8 ⋅ (50 – 10) + 200 ⋅ c ⋅ (50 – 54) = 0
8 ⋅ 40 + 200 ⋅ c ⋅ (–4) = 0
320 cal
320 – 800 ⋅ c = 0 → 800 ⋅ c = 320 → c = → c = 0,40
800 g ⋅ °C
O exemplo ilustra como é feita a determinação do calor específico dos materiais
em laboratórios pelo método das misturas.

10
Termologia: calorimetria ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

ATIVIDADES
01. (FEI) Para se determinar o calor específico do fer- Misturando-se as duas substâncias
ro, um aluno misturou, em um calorímetro ideal, A (mA=150 g e tA=60 °C) e
200 g de água a 20 °C com 50 g de ferro a 100 °C
B (mB=100 g e tB=40 °C), a temperatura final de
e obteve a temperatura final da mistura Tf = 22 °C.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
equilíbrio será:
Qual é o calor específico do ferro sabendo que o
a) 55 °C.
da água vale 1 cal/g °C?
b) 50 °C.
a) 0,05 cal/g °C
c) 45 °C.
b) 0,08 cal/g °C
d) 60 °C.
c) 0,10 cal/g °C
e) 40 °C.
d) 0,25 cal/g °C
e) 0,40 cal/g °C 05. (UFPI) Um cozinheiro coloca um litro de água ge-
02. (Unirio) No café da manhã de uma fábrica, é ofe- lada (à temperatura de 0 °C) em uma panela que
recida aos funcionários uma certa quantidade de contém água à temperatura de 80 °C. A tempe-
café com leite, misturados com massas iguais, ratura final da mistura é 60 °C. A quantidade de
obtendo-se uma mistura a uma temperatura de água quente que havia na panela, não levando
5 °C. Supondo que os calores específicos do em conta a troca de calor da panela com a água,
café e do leite são iguais, indique qual a tempe- era, em litros:
ratura que o café deve ter ao ser adicionado ao a) 2.
leite, caso o leite esteja a uma temperatura inicial b) 3.
de 3 °C. c) 4.
a) 40 °C. d) 5.
b) 50 °C. e) 6.
c) 60 °C.
d) 70 °C. 06. (PUCPR) O gráfico mostra a variação da tem-
peratura em função da quantidade de calor
e) 80 °C.
absorvida por dois corpos A e B de massas
03. (UFPE) Um calorímetro, de capacidade térmica 500 g e 400 g, respectivamente.
desprezível, contém 100 g de água a 15,0 °C.
Adiciona-se no interior do calorímetro uma peça Q (cal) A
de metal de 200 g, à temperatura de 95,0 °C. B
10 000
Verifica-se que a temperatura final de equilíbrio 8 000
é de 20,0 °C. Qual o calor específico do metal, 6 000
em cal/g °C? 4 000
2 000
a) 0,01
b) 0,02 10 20 30 40 50 60 t (°C)

Física
c) 0,03 Misturando-se essas substâncias em quantida-
d) 0,04 des de massa e temperatura, respectivamente:
e) 0,05 A: mA = 500 g, tA = 80 °C e B: mB= 400 g, tB = 34 °C,
04. (PUCPR) O gráfico mostra a variação da tempera- a temperatura final de equilíbrio térmico será:
tura em função da quantidade de calor absorvida a) 64 °C.
pelas substâncias A e B de massas mA=150 g e b) 54 °C.
mB=100 g. c) 50 °C.
Q (cal)
A B d) 74 °C.
6 e) 40 °C.
5
07. (UFRGS) Selecione a alternativa que preenche
4 corretamente as lacunas do texto abaixo, na or-
3 dem em que elas aparecem.
2
Quando um corpo mais quente entra em contato
1 com um corpo mais frio, depois de certo tem-
10 20 30 40 50 60
po ambos atingem a mesma temperatura. O
t (°C)
que será que “passa” de um corpo para o outro
11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 Termologia: calorimetria

quando eles estão a diferentes temperaturas?


Será que é transferida a própria temperatura?
Em 1770, o cientista britânico Joseph Black ob-
teve respostas para essas questões. Ele mostrou
que, quando misturamos partes iguais de um lí-
quido (leite, por exemplo) a temperaturas iniciais

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
diferentes, as temperaturas de ambas as partes
____________ significativamente; no entanto, se
derramarmos um copo de leite morno num balde
cheio de água a 0 °C e com vários cubos de gelo
fundente, e isolarmos esse sistema como um 10. (Mackenzie) Um calorímetro de capacidade
térmica 6 cal/°C contém 80 g de água (calor es-
todo, a temperatura do leite sofrerá uma mudan-
pecífico = 1 cal/g °C) a 20 °C. Ao se colocar um
ça significativa, mas a temperatura da mistura de
bloco metálico de capacidade térmica 60 cal/°C,
água e gelo não. Com esse simples experimen- a 100 °C, no interior desse calorímetro, verificou-
to, fica confirmado que “aquilo” que é transferido -se que a temperatura final de equilíbrio térmico
neste processo _____________ a temperatura. é 50 °C. A quantidade de calor perdida para o
A fim de medir a temperatura da mistura de gelo ambiente, nesse processo, foi de:
e água, um termômetro, inicialmente à tempera- a) 420 cal.
tura ambiente, é introduzido no sistema e entra b) 370 cal.
em equilíbrio térmico com ele. Nesse caso, o c) 320 cal.
termômetro ___________ uma variação em sua d) 270 cal.
própria temperatura. e) 220 cal.
a) mudam – não é – sofre
11. (UFC) Três recipientes A, B e C contêm, respec-
b) não mudam – é – sofre
tivamente, massas m, m/2 e m/4 de um mesmo
c) mudam – não é – não sofre líquido. No recipiente A, o líquido encontra-se a
d) mudam – é – não sofre uma temperatura T; no recipiente B, a uma tem-
e) não mudam – é – não sofre peratura T/2; no recipiente C, a uma temperatura
T/4. Os três líquidos são misturados, sem que
08. (UFPR) Numa garrafa térmica há 100 g de leite haja perda de calor, atingindo uma temperatura
à temperatura de 90 °C. Nessa garrafa são adi- final de equilíbrio Tf.
cionados 20 g de café solúvel à temperatura de Assinale a alternativa que contém o valor correto
20 °C. O calor específico do café vale 0,5 cal/ de Tf.
(g °C) e o do leite vale 0,6 cal/(g °C). A temperatu- a) T/2
ra final do café com leite é de: b) 3T/4
a) 80 °C. c) 3T/8
b) 42 °C. d) 5T/16
c) 50 °C. e) 2T/3
d) 60 °C.
12. (Enem – 2010) As cidades industrializadas pro-
e) 67 °C. duzem grandes proporções de gases como
o CO2, o principal gás causador do efeito es-
09. (UFRJ) Em um calorímetro ideal, há 98 g de água tufa. Isso ocorre por causa da quantidade de
à temperatura de 0 °C. Dois cubinhos metálicos combustíveis fósseis queimados, principalmen-
são introduzidos no calorímetro. Um deles tem te no transporte, mas também em caldeiras
massa 8,0 g, calor específico 0,25 cal/g °C e está industriais. Além disso, nessas cidades concen-
à temperatura de 400 °C. O outro tem 10 g de tram-se as maiores áreas com solos asfaltados e
massa, calor específico 0,20 cal/g °C e está à concretados, o que aumenta a retenção de calor,
temperatura de 100 °C. formando o que se conhece por “ilhas de ca-
lor”. Tal fenômeno ocorre porque esses materiais
Posteriormente, esse último cubinho é retirado
absorvem o calor e o devolvem para o ar sob a
do calorímetro e verifica-se, nesse instante, que
forma de radiação térmica. Em áreas urbanas,
sua temperatura é 50 °C. devido à atuação conjunta do efeito estufa e das
Calcule a temperatura final de equilíbrio da água “ilhas de calor”, espera-se que o consumo de
e do cubinho que permanece no calorímetro. energia elétrica:
12
Termologia: calorimetria ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

a) diminua devido à utilização de caldeiras por c) a capacidade térmica do objeto de alumínio


indústrias metalúrgicas. é menor que a do objeto de cobre.
b) aumente devido ao bloqueio da luz do sol d) a massa do objeto de alumínio é igual à mas-
pelos gases do efeito estufa. sa do objeto de cobre.
c) diminua devido à não necessidade de aque- e) a massa do objeto de alumínio é maior que a
cer a água utilizada em indústrias. massa do objeto de cobre.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
d) aumente devido à necessidade de maior re-
frigeração de indústrias e residências. 15. (FGV-SP – 2012) Sabe-se que a capacidade tér-
e) diminua devido à grande quantidade de ra- mica (C) é uma propriedade de cada corpo e
diação térmica reutilizada. está relacionada com o poder desse corpo de
variar sua temperatura ao trocar calor. O gráfi-
13. (Fatec – 2013) Uma determinada pesquisa teve co que melhor expressa a capacidade térmica
como objetivo principal analisar a utilização de chu- de um corpo ao receber calor com a respectiva
veiros elétricos e o conforto que ofereciam aos seus variação de temperatura (∆t ), sem mudar de es-
usuários. Para isso, anotaram-se os seguintes valores tado físico, é:
médios aproximados:
a)
• Número de banhos observados: 1 625; c
• Temperatura média da água que entra no chuvei-
ro: 18 °C;
• emperatura média da água que sai do chuveiro:
T
38 °C;
Dt
• Tempo médio de cada banho: 10 min;
• Vazão média do chuveiro: 0,06 L/s. b)
Disponível em: <unifra.br/Portals/35/ Artigos/2004/41/parametros.pdf>. c

Acesso em: 1.º fev. 2013. (Adaptado).

A relação entre a quantidade de energia transfe-


rida para que uma porção de água mude a sua
temperatura é dada por Q = m ⋅ c ⋅ ∆θ. Sendo Dt

assim, baseando-se nos dados apresentados,
podemos concluir que a quantidade de energia c)
c
total dissipada pelo chuveiro durante um banho
será, em kcal:
Dados: calor específico da água = 1,0 cal/g °C;
densidade da água = 1,0 kg/L.
a) 0,360. Dt

b) 7,20. d)
c) 72,0. c

Física
d) 720.
e) 3 600.

14. (Fatec – 2012) Em um sistema isolado, dois ob-


Dt
jetos, um de alumínio e outro de cobre, estão
à mesma temperatura. Os dois são colocados
e)
simultaneamente sobre uma chapa quente c
e recebem a mesma quantidade de calor por
segundo. Após certo tempo, verifica-se que
a temperatura do objeto de alumínio é igual à
do objeto de cobre, e ambos não mudaram de
estado. Se o calor específico do alumínio e do Dt
cobre valem respectivamente 0,22 cal/g °C e
0,09 cal/g °C, pode-se afirmar que: 16. (Unisc – 2012) Uma esfera de aço está inicial-
a) a capacidade térmica do objeto de alumínio mente à temperatura de 20 °C. Ao receber uma
é igual à do objeto de cobre. quantidade de calor de 600 calorias, sua tem-
b) a capacidade térmica do objeto de alumínio peratura passa para 24  °C. O valor da sua
é maior que a do objeto de cobre. capacidade térmica será, então, de:
13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 Termologia: calorimetria

a) 150 cal/°C. Na situação anterior, os líquidos 1 e 2 sofrem,


b) 100 cal/°C. respectivamente, variações de temperatura ∆T1 e
c) 200 cal/°C. ∆T2, tais que ∆T1 é igual a:
d) 250 cal/°C. ∆T2
a) .
e) 300 cal/°C. 5
2∆T2
17. (UCS – 2011) Uma pessoa esquenta 200 g de b) .

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
5
água em um copo, no aparelho de micro-ondas, c) ∆T2.
seu único meio de aquecimento, quando o apa-
5∆T2
relho estraga e não pode mais ser usado. A água d) .
está a 80 °C, mas a pessoa quer tomar a bebida 2
e) 5∆T2.
o mais quente possível. Suponha que ela tem
três opções de mistura: 20. (Uerj – 2012) Considere X e Y dois corpos homo-
– um sachê de chá de 20 g, que tem calor es- gêneos, constituídos por substâncias distintas,
pecífico de 0,4 cal/g °C; cujas massas correspondem, respectivamente,
– uma porção de cappuccino de 40 g, que tem a 20 g e 10 g. O gráfico a seguir mostra as varia-
calor específico de 0,5 cal/g °C; ções da temperatura desses corpos em função
– uma porção de 20 g de café solúvel, cujo ca- do calor absorvido por eles durante um processo
lor específico é de 0,1 cal/g °C. de aquecimento.
Assumindo que os três ingredientes estão à tem- T [K] Y
peratura inicial de 20 °C e que o calor específico
da água é de 1 cal/g °C, qual das três opções ela 283
X
deve escolher para conseguir, após a mistura, a 281
bebida com maior temperatura? (Despreze qual- 279
quer troca de calor que não seja entre a água e
277
as opções de mistura citadas.)
275
a) Apenas o chá
273
b) Apenas o café 0 20 40 60 80 Q [cal]
c) Apenas o cappuccino Determine as capacidades térmicas de X e Y e,
d) Tanto o chá quanto o cappuccino também, os calores específicos das substâncias
e) As três opções levam à mesma temperatura que os constituem.
final
18. (UCS – 2011) Uma cozinheira distraiu-se e en-
costou uma parte do antebraço em uma panela
muito quente, sofrendo queimadura. Admitindo
que, na área de sua pele que sofreu o contato,
a temperatura aumentou de 36,5 °C para 66,5 °C
em 0,5 s, qual foi a potência da transferência
de calor da panela para a pele da cozinheira?
(Considere a capacidade térmica na pele afeta-
da da cozinheira como 0,02 cal/°C e 1 caloria =
= 4,2 joules.)
a) 5,04 W
b) 7,13 W
c) 8,95 W
d) 12,43 W
e) 17,44 W
19. (UFRGS – 2011) Uma mesma quantidade de
calor Q é fornecida a massas iguais de dois líqui-
dos diferentes, 1 e 2. Durante o aquecimento, os
líquidos não alteram seu estado físico e seus ca-
lores específicos permanecem constantes, sendo
tais que c1 = 5 ⋅ c2.
14
Termologia: calorimetria ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

ANOTAÇÕES

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Física

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ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 Termologia: calorimetria

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