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PROIBIDA A REPRODUÇÃO

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LIVRO DO
PROFESSOR

CAPA ANO 1 EM_PROFESSOR.indd 5 30/10/2019 15:17:04


PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Olá,

Você está em um momento muito importante da vida escolar:


a transição do Ensino Fundamental para o Ensino Superior. O
Ensino Médio dá oportunidade para o desenvolvimento de suas
habilidades, particularmente, para a cooperação e colaboração.
Preparamos um material didático robusto, com densidade de
conteúdo e uma grande variedade de atividades, para que você
possa aprimorar as habilidades já desenvolvidas nos anos anteriores.
A organização em disciplinas semestrais foi pensada para permitir
maior autonomia no planejamento pedagógico e na adequação ao
contexto da comunidade escolar.
A cada abertura de unidade, você terá contato com um desafio,
uma situação problema, uma reflexão ou um ponto de apoio para o
estudo do tema proposto. Os textos teóricos são organizados de tal
modo a apresentar o conteúdo da esfera mais ampla para a mais
detalhada. Textos complementares, links de acesso a conteúdos,
mapas, esquemas, gráficos são diagramados para criar fluidez
e agilidade de leitura. Atividades selecionadas especialmente de
vestibulares e do Enem juntam-se às questões, preparadas pelos
autores, para oferecer uma ampla oportunidade de desenvolvimento
da criatividade, do pensamento crítico e de habilidades necessárias
para a vida em sociedade, com foco na formação para a cidadania.
Desejamos que você aprecie este material didático tanto
quanto apreciamos criá-lo.

Equipe Editorial
io
éd
M
1.º ano – 2.º Semestre

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
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En

Biologia Coordenação de Editoração


Hélio Sylvestre e Maurízio Cúnico Eliana Pereira Quaresma
Córdova (AUTORIA)
Luiz Borges Neto (ANÁLISE CRÍTICA) Editoração
Nilson Souza Lima Junior (ANÁLISE CRÍTICA) Paitra Design
Revisão Comparativa
Direção-Geral
Dyanne Lopes
Maria Cristina Swiatovski
Elisabete Franczak Branco
Direção de Produtos
Gilberto Soares dos Santos Coordenação de Iconografia
Edição Sandra Sebastião
Daniele Cardoso
Gislaine Stadler Iconografia
Consultoria Pedagógica Fabio Souza
Maria Cristina Lindstron Mariana Batelli Bento
Vasco Moretto
Wellington Fukuda
Análise de Língua
Juliana Fortunato Ilustrações
Gabrielle Caroccia Jefferson Schnaider
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)
(Mônica Catani M. de Souza , CRB-9/807, PR, Brasil)

S958 Sylvestre, Hélio.


Coleção cidadania : ensino médio, 1º ano / Hélio
Sylvestre ...[et al.]. – 2.ed. – Curitiba : Opet, 2017.
1196 p.

ISBN: 978-85-8010-705-0 (Aluno)

1. Biologia. 2. Química. 3. Física. II. Título.

CDU 373

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial,


em quaisquer meios, sem prévia autorização por escrito da Editora Opet.
EDIÇÃO REFORMULADA 2020

Rua Máximo João Kopp, 167 • CEP 82630-492 • Curitiba-PR


Tel.: (41) 3123-4300 • 0800-41-0034
contato@opet-sefe.com.br • www.editoraopet.com.br
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Bio
Coleção Cidadania

Ícones Coleção Cidadania


A Coleção Cidadania apresenta seções que e o Enem

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
organizam o trabalho e o objeto de conhecimento, in- O Enem é uma avaliação de desempenho por
dicadas por ícones gráficos. São eles: competência, que segue um modelo de aferição das
estruturas mentais com as quais construímos con-
tinuamente conhecimentos que, juntamente com a
memória, fazem-nos capazes de compreender as
ATIVIDADES
exigências do mundo em que vivemos. Essa avalia-
ção é estruturada a partir de uma matriz que indica
competências e habilidades básicas próprias do nível
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
a que se destina. Nessa proposta, as competências
são entendidas como ações e operações mentais
utilizadas para estabelecer relações com e entre obje-
PESQUISA
tos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos
conhecer e remetem a um conjunto de saberes deno-
LEITURA E TROCA DE IDEIAS minados habilidades, que representam o saber fazer.
Ou seja, para que você tenha competência em deter-
minada área, é necessário que possua um conjunto de
TRABALHANDO EM GRUPO habilidades.
Para que essas compe-
tências e habilidades sejam COMPETÊNCIA HABILIDADE
INDICAÇÕES CULTURAIS verificadas ao longo do ma- 3 14
terial, você as encontrará
em uma pequena tabela que indica a quais delas o
SAIBA MAIS conteúdo apresentado se refere.

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Matriz de Referência

Ciências da natureza e suas tecnologias


BIOLOGIA

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
COMPETÊNCIA DE ÁREA 1 – COMPREENDER AS CIÊNCIAS NATURAIS E AS TECNOLOGIAS A ELAS ASSOCIADAS
COMO CONSTRUÇÕES HUMANAS, PERCEBENDO SEUS PAPÉIS NOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO E NO
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DA HUMANIDADE.

H1 – Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-


-os a seus usos em diferentes contextos.

H2 – Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente


desenvolvimento científico e tecnológico.

H3 – Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tem-
po ou em diferentes culturas.

H4 – Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas


de conservação, recuperação ou utilização sustentável da biodiversidade.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 2 – IDENTIFICAR A PRESENÇA E APLICAR AS TECNOLOGIAS ASSOCIADAS ÀS CIÊNCIAS


NATURAIS EM DIFERENTES CONTEXTOS.

H5 – Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

H6 – Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou siste-


mas tecnológicos de uso comum.

H7 – Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos,


tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 3 – ASSOCIAR INTERVENÇÕES QUE RESULTAM EM DEGRADAÇÃO OU CONSERVAÇÃO


AMBIENTAL A PROCESSOS PRODUTIVOS E SOCIAIS E A INSTRUMENTOS OU AÇÕES CIENTÍFICO-TECNOLÓGICOS.

H8 – Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos


naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando processos biológicos, químicos ou físicos
neles envolvidos.

H9 – Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação
de agentes ou fenômenos que podem causar alterações nesses processos.

H10 – Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou
prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.

H11 – Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e


processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológicos.

H12 – Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, conside-
rando interesses contraditórios.
COMPETÊNCIA DE ÁREA 4 – COMPREENDER INTERAÇÕES ENTRE ORGANISMOS E AMBIENTE, EM PARTICULAR
AQUELAS RELACIONADAS À SAÚDE HUMANA, RELACIONANDO CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS, ASPECTOS
CULTURAIS E CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS.

H13 – Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de carac-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
terísticas dos seres vivos.

H14 – Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio
interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade, entre outros.

H15 – Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer
nível de organização dos sistemas biológicos.

H16 – Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização


taxonômica dos seres vivos.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 5 – ENTENDER MÉTODOS E PROCEDIMENTOS PRÓPRIOS DAS CIÊNCIAS NATURAIS E


APLICÁ-LOS EM DIFERENTES CONTEXTOS.

H17 – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas


nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações mate-
máticas ou linguagem simbólica.

H18 – Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos


tecnológicos às finalidades a que se destinam.

H19 – Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosti-
car ou solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 6 – APROPRIAR-SE DE CONHECIMENTOS DA FÍSICA PARA, EM SITUAÇÕES-


-PROBLEMA, INTERPRETAR, AVALIAR OU PLANEJAR INTERVENÇÕES CIENTÍFICO-TECNOLÓGICAS.

H20 – Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 – Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no con-
texto da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.

H22 – Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifesta-
ções em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas
ou ambientais.

H23 – Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, consi-
derando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas.
UNIDADE 10
OS COMPONENTES DA CÉLULA
g i a
iol o Um mundo a desvendar ........................................2

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Citoplasma ............................................................ 12
Síntese, armazenamento e digestão celular ... 18

As células são unidades funcionais e estruturais


da vida. Os menores organismos são compostos
de uma única célula. Já os maiores são feitos de
bilhões de células, as quais vivem uma existência
parcialmente independente.
A caracterização de que todos os organismos
são compostos por células foi um dos mais
importantes avanços conceituais da história da
Biologia, porque proporcionou um tema unificador
para o estudo de toda a matéria viva. Quando
estudamos as células, mesmo os organismos mais
diversos são extremamente similares uns aos
outros, tanto na sua organização física quanto nas
propriedades bioquímicas.
RAVEN, Peter H.; EVERT, Ray F.; EICHHORN, Susan E. Biologia
vegetal. 5. ed. São Paulo: Guanabara-Koogan, 1996. (Adaptado).
©Ingimage
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Os componentes da célula

COMPETÊNCIA HABILIDADE

4 15
Um mundo a desvendar
O
Cultura Images/Latinstock
s citologistas, especialistas no
estudo de células, são muito
requisitados, principalmente na área da

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
saúde. Com a invenção do microscópio
eletrônico, a capacidade de visualizar
estruturas celulares em detalhes permite
ao ser humano compreender melhor
sobre o funcionamento dessas estruturas.
Para se ter uma ideia, com o microscópio
óptico a capacidade máxima de ampliar
a visualização de uma estrutura era cerca
de 1,5 mil vezes. Microscópio eletrônico

Já a microscopia eletrônica permite ampliações de 200 mil a 400 mil vezes o tama-
nho do objeto, o que provocou uma revolução no estudo da Citologia.
Vamos, então, conhecer os detalhes que a ciência nos oferece sobre a célula e suas
estruturas.

Membrana plasmática ou membrana celular


Constituída fundamentalmente por fosfo-
lipídios e proteínas – por isso denominada de Proteína
Fosfolipídeos

lipoproteica –, a membrana plasmática é uma


finíssima película que desempenha muitas fun-
ções. A principal delas é selecionar o que entra e o
que sai do meio celular de acordo com as neces-
sidades da célula.
A membrana plasmática apresenta uma
espessura média de, aproximadamente, 75 (1
é igual a 1 mm/10 milhões) e, por isso, só pode ser
visualizada ao microscópio eletrônico.
Em geral, a célula requer, para sobreviver, água,
Permeabilidade
oxigênio, íons e várias substâncias orgânicas. seletiva
Cabe à membrana plasmática funcionar como
uma barreira seletiva, deixando passar certas
substâncias e impedindo a entrada de outras,
e regular a quantidade do que deve entrar e
Lipídios

sair da célula. Tal propriedade é denominada


permeabilidade seletiva. A membrana plasmática
é lipoproteica, isto é, possui de 60% a 75% de
Proteínas
proteínas e de 25% a 40% de lipídios (fosfolipídios Modelos de mosaicofluido
e colesterol).
As proteínas da membrana, de acordo com a localização, são classificadas em dois
grupos: integrais e periféricas. Muitas das proteínas integrais atravessam a bicamada
lipídica, sendo denominadas transmembranosas, enquanto as proteínas periféricas
encontram-se nas superfícies da membrana.

2
Os componentes da célula ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

Nas células dos animais, além de fosfolipídios e proteínas, a membrana apresenta


colesterol em sua constituição.
Seymour Jonathan Singer e Garth L. Nicolson, em 1972, propuseram uma explicação
da estrutura da membrana celular a que chamaram de modelo do mosaico fluido. Nele,
as moléculas de fosfolipídios se dispõem uma ao lado da outra e formam uma dupla
camada. Esses fosfolipídios sofrem constantes deslocamentos sem nunca perder o

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
contato entre eles.
As proteínas podem ser encontradas aderidas à superfície da membrana ou
ainda totalmente mergulhadas nas paredes de fosfolipídios. Essas proteínas podem
movimentar-se de várias formas pela membrana, atravessando-a ou paralelamente ao
plano da membrana.

Glicocálix 7
Meio externo

6
As células dos animais apre-
Glicocálix

sentam, na superfície externa 4

da membrana plasmática, uma 5

camada de hidratos de carbono 1


plasmática
Membrana

ligada às proteínas (glicoproteí- 2 Fosfolipídeos

nas), o que constitui o glicocálix. 1


Ele exerce várias funções impor-
tantes, entre as quais destaca-se 3 Meio interno
1. Cabeça polar hidrófila 5. Glicolipídeo
a atuação no sistema imunoló- 2. Cauda apolar hidrófoba 6. Glicoproteína
3. Proteínas integrais
gico do organismo. 4. Glicoproteína
7. Glicídios

Especializações da membrana
As três principais especializações da membrana
são as microvilosidades, os desmossomos e as Microvilosidades
interdigitações, que são modificações da membrana
destinadas a exercer funções específicas.
Microvilosidades: projeções da superfície da
membrana, de aspecto digitiforme, com a função de
aumentar a área de absorção celular. Encontram-se
Desmossomo

Biologia
em diferentes tipos de células, principalmente no
revestimento da mucosa do intestino delgado, onde Filamento
de proteínas
estão em grande quantidade. Interdigitações

Desmossomos: com a finalidade de aumentar


a adesão entre as células vizinhas, estão presentes
em células dos tecidos epitelial e muscular, como
modificações em certos trechos da membrana Esquema que mostra as especializações da membrana.
plasmática. Compõem-se por placas densas
(escuras), situadas na face interna da membrana plasmática, entre células adjacentes,
onde se insere grande número de filamentos de proteínas (tonofilamentos) que se
aprofundam no citoplasma. O espaço entre as duas células também é preenchido por
filamentos de proteínas que se prendem à membrana das células adjacentes, conferindo
forte aderência entre elas.
Interdigitações: formam-se por saliências e reentrâncias das membranas de células
vizinhas que se encaixam umas nas outras, o que aumenta a coesão entre as células e
facilita as trocas de substâncias entre elas.
3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Os componentes da célula

Transporte através da membrana plasmática


A membrana separa o conteúdo celular do meio circundante e mantém estável o meio
interno da célula. Algumas substâncias atravessam a membrana com facilidade, enquanto
a passagem de outras é dificultada ou totalmente impedida. Certas substâncias úteis têm
entrada facilitada pela membrana e algumas chegam a ser bombeadas para dentro da

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
célula. A capacidade da membrana plasmática de impedir ou facilitar a passagem de
algumas substâncias é chamada de semipermeabilidade seletiva.

Osmose Transporte passivo


A membrana plasmática é totalmente É a passagem do soluto através de
permeável à água e a passagem através uma membrana semipermeável, sem gas-
dela denomina-se osmose. A quantidade
to de energia. Ocorre sempre a favor de
de água que entra e sai da célula
um gradiente de concentração, isto é, do
depende do tipo da solução intracelular
lado onde o soluto é mais concentrado pa-
e extracelular. Além disso, constitui-se em
ra o lado menos concentrado.
um mecanismo de transporte passivo,
porque ocorre sem gasto de energia.
Crenado Normal Inchado Lisado Difusão simples (diálise)
Hemácia O soluto tende a penetrar na célula
Concentração quando sua concentração é maior no meio
iônica externo, e sair dela em caso contrário,
no líquido
extracelular HIPERTÔNICO ISOTÔNICO HIPOTÔNICO sempre do meio de maior para o meio de
menor concentração. A entrada do Na+ e
Célula Vacúolo
vegetal
a saída de K+ são bons exemplos desse
Parede celular Célula fenômeno. A concentração de Na+ é maior
Célula Membrana
plasmolisada
túrgida no meio externo e a de K+ é maior no meio
plasmática
interno.
Na figura anterior, podemos observar
modificações do volume celular conforme Plasma
Glóbulo Membrana
as concentrações das soluções intra e vermelho
plasmática
extracelulares. Na parte superior da figura,
K+ Na+
vemos o que acontece com as hemácias Plasma
e, na parte inferior, com as células vege-
K+
tais. Mergulhadas em solução isotônica Na+
(mesma concentração da solução intrace-
Esquema de transporte passivo
lular), tanto as hemácias como as células
vegetais ganham e perdem água em igual
quantidade, não alterando o seu volume. Difusão facilitada
Em solução hipertônica (mais concentrada
É a passagem de substâncias, atra-
que a solução intracelular), ambas perdem
vés da membrana plasmática, a favor do
água; as hemácias murcham e as células
gradiente de concentração, sem gasto
vegetais sofrem plasmólise (retração do
de energia, porém, combinadas com
citoplasma e diminuição do volume do
moléculas de proteínas transportadoras
vacúolo). Em solução hipotônica (menos
denominadas permeases, existentes na
concentrada), ambas ganham água; as
membrana plasmática. A passagem da
hemácias incham e arrebentam (hemólise)
glicose e dos aminoácidos é feita por meio
e as células vegetais aumentam muito o
desse processo.
volume do vacúolo e ficam túrgidas.

4
Os componentes da célula ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

Molécula transportada

Proteína Proteína
canal carreadora

Bicamada Gradiente

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
lipídica eletroquímico

EN
ER
GI
A
Difusão Difusão mediada Difusão mediada
simples por canal por carreador

TRANSPORTE PASSIVO (DIFUSÃO FACILITADA) TRANSPORTE ATIVO

Transporte ativo
É o inverso do transporte passivo. O [Na+]
ÃO sivo Concentração elevada
soluto passa pela membrana contra um U S
DIF rte pa
s
no meio extracelular
Concentração
gradiente de concentração, isto é, do meio baixa de Na+ na n s po
Tra [Na ]
+
célula
de menor concentração (meio hipotônico) Transp
orte ativo TRANSPORTE
para o meio de maior concentração (meio ATIVO
hipertônico), necessitando, para isso, ra n sporte ativo [K+]
Concentração T
consumir energia do ATP e contar com a elevada de K+
na célula Tra DIFU Concentração baixa no
participação de moléculas de proteínas nsp
orte SÃO meio extracelular
pas
transportadoras. Um bom exemplo é a sivo
[K ]
+

saída de Na+ (menos concentrado dentro)


Esquema do transporte ativo e da difusão
e a entrada de K+ (menos concentrado
fora), cujo transporte é denominado “bomba de Na e K”. Veja a figura ao lado.

SAIBA MAIS

Bomba iônica: o que é?


Bombas iônicas são estruturas que funcionam de acordo com a diferença de concentração de íons de
determinado mineral, como cálcio ou sódio, que são requisitadas para regular o interior do corpo celular. Quando

Biologia
ativadas, permitem a passagem de íons da sua especialidade. Essa atividade é regulada por enzimas ATPases
que ativam o processo de abertura dessas bombas.

Endocitose Pseudópodos
A endocitose corresponde à entrada de substâncias de alto peso molecular (macro- são projeções
citoplasmáticas
moléculas de proteínas, polissacarídeos etc.) e, em alguns casos, de células inteiras.
contra a membrana
Envolve basicamente dois processos: fagocitose e pinocitose. plasmática.

Fagocitose
Processo de englobamento de partículas sólidas por meio
de formação de pseudópodos pela membrana plasmática.
Figura que ilustra a fagocitose em uma célula que tem movimento ameboide.

5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Os componentes da célula

A fagocitose pode ser observada em células vivas com o microscópio óptico. Nos
protozoários, a fagocitose serve para a captura de alimentos. Nos animais, representa
mecanismo de defesa, por meio do qual certas células especializadas (macrófagos,
neutrófilos) englobam e destroem outras células do corpo, como hemácias velhas,
partículas estranhas e micro-organismos invasores, tendo, portanto, função de defesa.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Pinocitose
Líquido
Processo de englobamento de extracelular

substâncias líquidas ou de partículas Membrana


plasmática
dissolvidas em um meio líquido pela
membrana plasmática. Hialoplasma
1 2
A membrana plasmática se invagina
sob a forma de um canal (1 e 2), que
cada vez se aprofunda mais no hialo-
Canal
plasma (3), em cujo fundo se destacam
as vesículas de pinocitose (4). É um
fenômeno observado na maioria das Vesícula de
células e serve principalmente para a pinocitose ou
pinossomo
3 4
alimentação.

Exocitose
Processo de eliminação de substâncias ou partículas que passam do meio intra celular
para o meio extracelular. Pode também ser referenciado como clasmatose ou clasmocitose.

ATIVIDADES COMPLEMENTARES
Complete adequadamente os espaços em branco.

a) A membrana plasmática tem constituição ___________, ou seja, é formada por


bicamada de ___________ e proteínas.

b) A membrana plasmática funciona como uma barreira seletiva, deixando passar


certas substâncias e impedindo a entrada de outras. Tal propriedade é denomi-
nada ____________________.

c) Algumas especializações da membrana plasmática são: ______________,


_____________ e ______________.

d) O transporte passivo ocorre _______ gasto de energia, e o transporte ativo ocorre


_______ gasto de energia.

e) O processo de ___________ ocorre a favor de um gradiente de concentração, e o


________________ ocorre contra o gradiente de concentração.

f) Na osmose, o movimento da água ocorre do meio ____________ para o meio


_____________, através da membrana plasmática.

g) ______________ é o englobamento de partículas sólidas.

h) ______________ é o englobamento de partículas líquidas.

i) ______________ é a secreção ou eliminação de partículas residuais.


6
Os componentes da célula ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

ATIVIDADES

01. (UFPE – 2013 – Adaptada) voltada para os meios extra e intracelulares,


e uma região apolar (sem afinidade pela
água).
16) A membrana plasmática possui a proprieda-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
de de permeabilidade seletiva. No transporte
ativo, as substâncias se movem contra um
gradiente de concentração, havendo gasto
de energia para esse deslocamento.
Soma ( )
A figura acima representa uma membrana celu-
lar, estrutura essencial por limitar o conteúdo da 03. (Cefet-MG – 2013) O processo de osmose, ca-
célula e regular a troca de substâncias entre os racterizado pela passagem de solvente de um
meios intra e extracelular.
meio hipotônico (menos concentrado) para
Nesse sentido, marque (V) para as verdadeiras e um meio hipertônico (mais concentrado) ajuda
(F) para as falsas. a controlar a diferença na concentração de sais
( ) A imagem representa o modelo de em todas as células vivas. Sabe-se que o consu-
mosaicofluido. mo superior a 2 g de sódio por pessoa ao dia é
( ) O item 1, na figura, representa uma proteí- prejudicial à saúde, pois causa a(o):
na globular. a) hemólise das hemácias.
( ) O item 2, na figura, representa a parte hi- b) acúmulo de colesterol nas artérias.
drofóbica dos lipídios. c) aumento do volume do sangue circulante.
( ) A membrana celular possui proteínas d) interferência na transmissão do impulso
associadas aos lipídios, o que está repre- nervoso.
sentado pelo item 3 da figura.
e) intensa eliminação de urina com altas taxas
( ) Em função de sua constituição química,
de sal.
substâncias lipossolúveis podem atraves-
sar a membrana por difusão simples. 04. (PUC-Rio – 2013) Quando comemos em um res-
taurante, as saladas de alface que são servidas
02. (UEPG – 2012) Todas as células estão envolvi-
não contêm, em geral, sal ou nenhum tipo de
das por uma membrana plasmática que controla
condimento. As saladas são temperadas apenas
a entrada e saída de substâncias. Nesse contex-
na hora de comer.
to, assinale o que for correto.
01) Nas células animais, na osmose ocorre a Esse procedimento evita que a salada murche
rapidamente, pois, quando adicionamos sal e

Biologia
passagem de solvente por uma membrana
semipermeável, quando há diferença de con- outros condimentos à salada:
centração entre duas soluções. O solvente a) o meio externo torna-se hipotônico, e as cé-
passa de uma região mais concentrada para lulas da alface ficam túrgidas.
uma menos concentrada (hipotônica). b) o meio externo torna-se isotônico, e as célu-
02) Mergulhadas nas camadas lipídicas das las da alface ficam túrgidas.
membranas estão as proteínas, as quais po- c) o meio externo torna-se hipertônico, e as cé-
dem desempenhar funções extremamente lulas da alface sofrem plasmólise.
importantes às células, como o transporte d) o meio externo torna-se hipertônico, e as cé-
de substâncias e como receptores celulares. lulas da alface sofrem lise celular.
04) O transporte de grandes moléculas para o e) o meio externo torna-se isotônico, e as célu-
interior da célula pode ser realizado por exo- las da alface sofrem lise celular.
citose, por meio da expansão de regiões do
citoplasma, denominadas de pseudópodes. 05. (UFRGS – 2013) Considere o enunciado abaixo e
08) A membrana plasmática é formada por uma as quatro propostas para completá-lo.
dupla camada de lipídeos, a qual apresenta No processo de transporte, através da membra-
uma região polar (com afinidade pela água), na, pode ocorrer:
7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Os componentes da célula

I. a difusão facilitada, um tipo de transporte Considere duas situações:


passivo. 1. a célula mergulhada em uma solução
II. o transporte passivo, a favor do gradiente de hipertônica;
concentração. 2. a célula mergulhada em uma solução
III. o transporte ativo, feito com gasto de energia. hipotônica.
IV. a difusão simples, independentemente do
Entre as figuras numeradas de I a III, quais repre-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
gradiente de concentração.
sentam o aspecto da célula, respectivamente,
Quais propostas estão corretas?
nas situações 1 e 2?
a) Apenas II.
b) Apenas II e IV.
c) Apenas I, II e III.
d) Apenas I, II e IV.
e) Apenas I, III e IV.

06. (UFPR – 2013) As figuras abaixo representam a


variação do volume celular e da relação entrada- a) I e II
-saída de água, ao longo do tempo, em três tipos b) I e III
celulares diferentes: célula animal, célula vegetal c) II e I
e protozoário. No tempo zero, as células foram d) III e I
mergulhadas em água pura. e) III e II

08. (Ifsp – 2013) Uma membrana limita o que está


dentro e fora de uma célula e determina o que
pode entrar ou sair dela. É essa capacidade de
controlar as substâncias que entram e saem que
dá às células condições de manter seus meios
internos diferentes e equilibrados em relação ao
meio externo. Uma hemácia (1) em equilíbrio iso-
tônico é colocada em um outro meio, onde se
observa o fenômeno representado pelas figuras
(2) e (3) do esquema abaixo.

Disponível em: <Revistaescola.Abril.Com.Br/Ensino-Medio/Examine-Importancia-


Equilibrio-Hidrico-Corpo-431026. Shtml>. Acesso em: 22 out. 2012.
As figuras A, B e C correspondem, respectiva-
mente, a: É correto afirmar que esse fenômeno é
a) animal, protozoário e vegetal. denominado:
b) animal, vegetal e protozoário. a) osmose e corresponde ao movimento de
c) protozoário, animal e vegetal. sais minerais do meio hipotônico para o
d) protozoário, vegetal e animal. hipertônico.
e) vegetal, protozoário e animal.
b) osmose e corresponde à entrada de água
07. (Fuvest – 2013) A figura abaixo representa uma na hemácia, uma vez que seu interior estava
célula de uma planta jovem. hipertônico em relação ao meio.
c) difusão e corresponde à saída de sais mine-
rais da célula para o meio hipotônico, com
alteração do volume celular.
d) difusão facilitada e corresponde à entrada
de água do meio hipotônico em relação ao
interior da hemácia que estava hipertônico.
8
Os componentes da célula ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

e) turgescência e corresponde à saída de água passagem de substâncias entre os meios


da célula através dos poros existentes ao extracelular e intracelular.
longo da membrana plasmática. b) permite, pelo processo de osmose, a pas-
09. (UFG – 2013) Leia o texto a seguir. sagem de solutos em direção a maior
concentração de suas moléculas.
A criação de peixes ósseos de água doce para fins
comerciais impõe aos animais estresses decorrentes c) possibilita à célula manter a composição intra-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
do manejo de rotina e doenças ocasionadas por proto- celular igual a do meio extracelular, em relação
zoários. Para reduzir o aparecimento dessas doenças à água, sais minerais e macromoléculas.
utiliza-se banhos com solução de NaCl em concentra- d) para a realização do transporte ativo, prote-
ções entre 2 a 5% com tempo de exposição variando ínas de membrana atuam como bombas de
entre 20 segundos a 20 minutos. íons, capturando ininterruptamente íons de
KUBITZA, Fernando. A versatilidade do sal na piscicultura. Panorama da aquicultura,
set./out. 2007. p. 14-23. (Adaptado).
sódio e mantendo igual concentração entre
os meios extracelular e intracelular.
De acordo com o texto, o controle de protozoários
e) permite o movimento de fosfolipídios que
requer a utilização de solução salina em
lhes confere um grande dinamismo, pois
concentração superior à fisiológica. Portanto,
deslocam-se continuamente sem perder o
para que o banho salino não cause a morte dos
contato uns com os outros.
animais, ele deve ser breve o suficiente para
impedir que os peixes: 12. (UCS – 2012) Para entender as propriedades da
a) inchem por absorção excessiva de água. membrana celular e o processo de osmose, um
b) inchem por retenção de urina concentrada. biólogo realizou o experimento descrito a seguir.
c) inchem por ingestão de solução salina. Três conjuntos de hemácias foram expostos
d) desidratem por perda excessiva de água. a três diferentes soluções, conforme descrito
e) desidratem por excreção de urina con- abaixo.
centrada I. O primeiro conjunto foi exposto a uma
solução isotônica em relação ao líquido in-
10. (UFRGS – 2012) A membrana plasmática é uma
estrutura que atua como limite externo da célula, tracelular das hemácias.
permitindo que esta realize suas funções. II. O segundo conjunto foi exposto a uma
solução hipotônica em relação ao líquido in-
Com relação à membrana plasmática, considere
tracelular das hemácias.
as afirmações abaixo.
III. O terceiro conjunto foi exposto a uma so-
I. Sua estrutura molecular tem como compo-
nentes básicos lipídeos e proteínas. lução hipertônica em relação ao líquido
intracelular das hemácias.
II. Os fosfolipídeos apresentam uma região
hidrofílica que fica voltada para o ambiente Assinale a alternativa correta, que corresponde
aos resultados desse experimento.

Biologia
não aquoso.
III. O esteroide colesterol é um lipídeo presente a) As hemácias mantêm sua forma e seu volu-
na membrana plasmática de células animais me, pois são impermeáveis à água.
e vegetais. b) As hemácias mantêm sua forma e seu vo-
Quais estão corretas? lume somente quando expostas à solução
a) Apenas I hipertônica.
b) Apenas II c) As hemácias murcham quando expostas à
c) Apenas I e III solução isotônica.
d) Apenas II e III d) As hemácias incham quando expostas à so-
e) I, II e III lução hipotônica.
e) As hemácias incham quando expostas à so-
11. (Unioeste – 2012) Considerando que a existên- lução isotônica.
cia e a integridade da membrana plasmática são
fundamentais para a célula, é correto afirmar que 13. (UFSM – 2012) No transporte ativo de subs-
esta estrutura: tâncias através da membrana plasmática, e
a) contém moléculas de lipídios que são inca- ativada a bomba de sódio e potássio. Então,
pazes de se deslocarem, não permitindo a considera(m)-se correta(s) a(s) afirmativa(s):
9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Os componentes da célula

I. A passagem de íons Na+ e K+ por difusão Assinale a alternativa que completa, correta e
simples é compensada pela bomba de só- respectivamente, as lacunas da oração.
dio e potássio. a) facilitado – independentemente do – micro-
II. Não há envolvimento de gasto de energia, -moléculas
no que se refere a moléculas de ATP. b) passivo – a favor do – aminoácidos e
III. Cada vez que a bomba de sódio e acionada, monossacarídeos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
três íons de sódio se ligam à proteína trans- c) ativo – contra o – íons
portadora, e a energia fornecida por um ATP d) fagocitário – na presença de – polissacarídeos
altera a forma da proteína, favorecendo a sa- e) celular – na ausência de – peptídeos
ída de íons de sódio.
Está(ão) correta(s): 16. (Enem – 2012) Alimentos como carnes, quando
a) apenas I. guardados de maneira inadequada, deterioram-
-se rapidamente devido à ação de bactérias e
b) apenas II.
fungos. Esses organismos se instalam e se
c) apenas I e III.
multiplicam rapidamente por encontrarem aí con-
d) apenas II e III. dições favoráveis de temperatura, umidade
e) I, II e III. e nutrição. Para preservar tais alimentos é
necessário controlar a presença desses micro-
14. (UFSM – 2012) Os transportes através da mem-
-organismos. Uma técnica antiga e ainda bas-
brana plasmática podem ser feitos a favor do
tante difundida para preservação desse tipo de
gradiente de concentração ou contra ele. No
alimento é o uso do sal de cozinha (NaCl).
entanto, quando as moléculas são grandes de-
mais, as células recorrem a outros mecanismos, Nessa situação, o uso do sal de cozinha preserva
como a endocitose e exocitose. É, então, correto os alimentos por agir sobre os micro-organismos:
afirmar: a) desidratando suas células.
a) A exocitose é denominada clasmocitose, b) inibindo sua síntese proteica.
quando libera exclusivamente resíduos gran- c) inibindo sua respiração celular.
des durante a digestão celular. d) bloqueando sua divisão celular.
b) No conjunto de processos da exocitose, não e) desnaturando seu material genético.
está incluída a liberação de hormônios para
o metabolismo celular. 17. (UFPR – 2012) Dois tipos de transporte que po-
c) A pinocitose é o processo usado pelas cé- dem acontecer nas membranas plasmáticas
lulas para englobar partículas pequenas e são o transporte passivo e o transporte ativo.
sólidas. O primeiro pode acontecer por simples difusão
d) Na fagocitose, a célula emite pseudópodes do elemento a ser transportado através da bi-
que envolvem a partícula a ser englobada. camada lipídica da membrana. Já o transporte
e) As bolsas citoplasmáticas que contêm o ativo sempre depende de proteínas que atra-
material englobado por pinocitose são cha- vessam a membrana, às quais o elemento a ser
madas fagossomas. transportado se liga, desligando-se posterior-
mente do outro lado da membrana. Ambos os
15. (FGV-SP – 2012) A figura ilustra a maneira como tipos de transporte estão esquematizados na
certas moléculas atravessam a membrana da figura abaixo. Com base nessas informações e
célula sem gastar energia, o que é denomina- nos conhecimentos de biologia celular, assinale
do transporte __________. Tal processo ocorre a alternativa que apresenta corretamente os grá-
__________ gradiente de concentração e é utili- ficos de cada tipo de transporte.
zado para a passagem de __________.
Meio extracelular

Meio intracelular
Disponível em: <https://picasaweb.google.com>.
10
Os componentes da célula ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

a) 19. (Uepa – 2012) No início da década de 1990


houve uma epidemia de cólera no Peru que se
disseminou pela América do Sul e Central, a qual
foi mundialmente veiculada, mostrando a dor, o
sofrimento e perdas humanas. Essa doença causa
uma inversão na concentração de sódio (Na+) e
b)

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Cloro (Cl-) no citoplasma celular, que por osmose
drena água das células para o intestino.
SADAVA et al. Vida: a ciência da Biologia. Volume I: Célula e
Hereditariedade, 2009.

Com referência ao processo em destaque, no


texto, leia atentamente as afirmativas abaixo.
c)
I. No meio isotônico a célula mantém seu volu-
me inalterado.
II. A célula perde água no meio hipotônico.
III. A parede celular limita a entrada de água na
célula vegetal, ocasionando pressão de turgor.
d) IV. A concentração de soluto é maior nas solu-
ções hipotônicas.
V. Esse processo depende do número de partí-
culas de soluto.
De acordo com as afirmativas acima, a alternati-
e) va correta é:
a) I e II.
b) I e III.
c) I, II e IV.
d) I, III e V.
e) I, IV e V.
18. (UEM – 2011) Sobre a membrana plasmática,
assinale o que for correto.
01) A parede celular é um revestimento externo ANOTAÇÕES
da membrana plasmática e está relacionada
à sustentação das células de vegetais, de al-
gas, de fungos e de bactérias.
02) Durante o transporte passivo, a célula trans-

Biologia
porta substâncias contra o gradiente de
concentração, o que envolve gasto de ener-
gia e consumo de ATP.
04) Microvilosidades são modificações da mem-
brana plasmática, encontradas nas células
do tecido de revestimento interno do intesti-
no, que aumentam a superfície de absorção.
08) A troca gasosa realizada nas brânquias de
um peixe é um exemplo de difusão simples,
processo que ocorre diretamente pela bica-
mada lipídica da membrana, sem gasto de
energia.
16) Ciclose é o processo de entrada e de movi-
mento de partículas sólidas no citoplasma,
realizado pelas expansões citoplasmáticas
Soma ( )
11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Os componentes da célula

Citoplasma
C om o desenvolvimento de tecnologias que permitiram um melhor estudo dos
componentes da célula, os citologistas descobriram que o citoplasma é for-
mado por um líquido gelatinoso denominado hialoplasma ou citosol.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
No citoplasma, além do núcleo, também são encontradas diversas estruturas: as
organelas celulares ou organelas citoplasmáticas.
Observe na ilustração a área que ocupa o citoplasma e as demais estruturas da
célula.

Hialoplasma
Membrana
plasmática
RE rugoso

Polirribossoma
Citoplasma
Centríolos Sistema
golgiense

Núcleo
Mitocôndria

RE liso

Na figura esquemática da célula, é possível perceber que o citoplasma ocupa a


região da célula externa ao núcleo e se estende até a membrana plasmática. Está
dividido em duas partes: a primeira, chamada hialoplasma ou citosol, é bastante
homogênea; a porção restante abrange estruturas com funções específicas e
características morfológicas distintas, chamadas de organelas citoplasmáticas,
organoides citoplasmáticos ou organelas celulares.

Hialoplasma
O hialoplasma é a parte homogênea do citoplasma, constituída de água, íons e
pequenas moléculas orgânicas (glicose, aminoáci­dos etc.), que formam uma solução.
É também constituída por macromoléculas orgânicas (proteínas, polissacarídeos e
polinucleotídeos), as quais formam coloide (gelatina), que pode se apresentar no estado
sol (mais fluido – solução) ou no estado gel (mais consistente – gelatinoso).
As organelas são estruturas que atuam em funções específicas na célula, como a
digestão de substâncias ou a produção de energia. Vamos estudá-las.

Citoesqueleto
Pode-se afirmar que uma célula tem um esqueleto? Teria ele a mesma função que o
esqueleto de uma pessoa? Vejamos.
O citoesqueleto é a denominação dada à estrutura das células eucariontes que atuam
na manutenção da forma e organização das organelas. O citoesqueleto é formado por
um emaranhado de pequenos tubos (microtúbulos) e fios (microfilamentos) proteicos.
12
Os componentes da célula ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

Os microtúbulos fornecem suporte estrutural, formam o fuso mitótico e meiótico (que


estudaremos mais à frente) e formam também os centríolos, os cílios e os flagelos.
Os microfilamentos fornecem suporte estrutural e promovem a ciclose e os movimen-
tos ameboides.
Veja, em detalhes, a estrutura do citoesqueleto celular.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Microfilamento Filamento intermediário
7 nm

8-12 nm

Monômero de actina

Subunidade fibrosa
Microtúbulo

25 nm

Dímero de tubulina

Centríolos
Nove grupos de três microtúbulos

São organelas encontradas nas células


de protistas, animais e vegetais menos
complexos. São formados por nove grupos de
três microtúbulos. Em geral, a célula possui
um par, disposto perpendicularmente entre
si, formando um diplossomo. Situam-se em
uma região denominada centro celular ou
centrossomo. Células procariontes não têm
centríolos.
Observe ao lado a estrutura de um
centríolo.

Biologia
Esquema do centríolo

O centríolo atua na separação das células, esticando-se para a divisão celular, e Interfase
também ajuda na divisão dos cromossomos, pois no processo de separação os é o período do
cromossomos ficam presos à sua estrutura, o que favorece a divisão. São os centríolos ciclo celular
que mantêm os cromossomos em seus devidos lugares durante a divisão celular. compreendido
entre duas
Cada célula animal, em interfase, possui um par de centríolos com capacidade de divisões celulares
autoduplicação. Esse fenômeno geralmente ocorre um pouco antes do início da divisão sucessivas.
celular. Ao redor dos centríolos, existem centros organizadores dos microtúbulos que for-
mam o áster durante a divisão celular. Os microtúbulos do áster, com os microtúbulos do
fuso, exercem papel importante no deslocamento dos cromossomos durante a divisão
da célula.
Os corpúsculos basais que originam os cílios e os flagelos têm estrutura idêntica à do
centríolo. São, na verdade, a mesma organela, porém com funções diferentes.
13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Os componentes da célula

A seguir, o processo de divisão celular pelo centríolo.


Áster

Centrosoma

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Microtúbulo
polar
Microtúbulo associado
ao cinetocoro Par de centríolos
Cinetocoro

Cílios e flagelos
Todo organismo vivo precisa ter algum modo de movimentação e, para os seres
celulares, não é diferente. Seu modo de locomoção pode ocorrer devido aos cílios e aos
flagelos, pequenas estruturas que garantem a movimentação de alguns seres vivos.
Os cílios e os flagelos são apêndices filamentosos e contráteis, visíveis ao
microscópio óptico, encontrados em vários tipos de células tanto de seres unicelulares
como pluricelulares. Os cílios são curtos e numerosos em cada célula e os flagelos são
longos, geralmente um só ou poucos em cada célula.
Estão ligados a duas funções básicas:
• Locomoção da célula ou do organismo em meio líquido – Protozoários, como o
paramécio e muitos tipos de larvas de animais aquáticos, locomovem-se por meio de
cílios. Alguns protozoários, como o tripanossoma, muitas algas, os zoósporos de algas
e fungos, os espermatozoides e anterozoides, locomovem-se por meio de flagelo.
• Movimento de líquidos e partículas na superfície de células fixas – Certos tipos de
epitélios de revestimento, como o de brânquias de animais aquáticos (mariscos, por
exemplo), vias aéreas (faringe, traqueia e brônquios) de muitos animais e oviduto de
mamíferos, são recobertos de cílios que servem para deslocar partículas ou células
que se acham na superfície do epitélio.

Estrutura
Você já teve a Tanto cílios como flagelos são constituídos por três partes: haste, corpo basal e
oportunidade de raiz. Quando a haste, prolongamento da membrana plasmática, é curta, constitui o cílio;
ver em vídeo ou
quando a haste é longa, constitui o flagelo.
ao microscópio
o movimento de Essas estruturas são construídas a partir de microtúbulos e de proteínas motoras
um protozoário (dineínas).
ciliado? É muito
interessante! Citóstoma
Procure assistir a Região anterior
um desses vídeos
acessando, com a
ajuda do professor,
o YouTube – A vida Núcleo Euglena Flagelo
Cloroplasto
dos ciliados.
Núcleo

Cílios
Paramécio
14
Os componentes da célula ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

Par de microtúbulos
Corte laterais
longitudinal

ME
Par de
microtúbulos
centrais

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Haste Corte transversal
Trinca de Membrana
microtúbulos plasmática

Corpo basal
Corte transversal
do corpo basal

Microfotografia eletrônica e esquema dos cílios e dos flagelos

O microtúbulo forma um feixe central chamado axonema, constituído de nove duplas


de microtúbulos dispostos circularmente e dois microtúbulos centrais. Moléculas de dine-
ína ciliar formam pontes entre os pares de microtúbulos.
O axonema é fixado por corpos basais à superfície celular, que apresenta a mesma
forma do centríolo e funciona como um núcleo de montagem de microtúbulos flagelares.
As dineínas do axonema provocam o deslizamento entre os microtúbulos por meio da
hidrólise de ATP, proporcionando os batimentos ciliares e flagelares.

PESQUISA
Busque vídeos que mostrem seres ciliados e flagelados. Em grupos, organizem uma mostra sobre eles
e relatem as curiosidades observadas.

ATIVIDADES

01. Explique o que são citoplasma e hialoplasma. 03. Defina centríolo descrevendo seu aspecto

Biologia
estrutural.

02. O que é citoesqueleto? Quais são as funções


dele?

15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Os componentes da célula

04. (UPE – 2013) A proliferação celular exagerada 04) Os lisossomos são pequenos vacúolos
está diretamente relacionada ao desenvolvimen- que têm por função armazenar substâncias
to de câncer. Tem-se como exemplo de bloqueio tóxicas às células e excretá-las ao meio
desse processo o uso de drogas antimitóticas, extracelular.
que desorganizam o fuso mitótico. Em relação à 08) Os centríolos são organelas localizadas pró-
formação e ao papel do fuso mitótico em condi- ximo ao centro das células, proporcionando

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ções normais, é correto afirmar que: a nutrição necessária ao funcionamento
a) a carioteca, membrana nuclear formada por celular.
proteínas fibrosas do citoesqueleto, está 16) O retículo endoplasmático é chamado de
envolvida na formação do fuso mitótico, es- rugoso quando está associado aos ribos-
sencial à adesão celular. somos, tendo como função a síntese de
b) o citoesqueleto é uma rede citoplasmática proteínas. Já o retículo endoplasmático liso
de ácidos nucleicos envolvidos no processo é aquele livre dos ribossomos.
da formação do fuso mitótico, de lisossomos Soma ( )
e do acrossomo, responsáveis pela mitose.
c) os centríolos são cilindros formados por ac- 07. (UEM – 2011) Sobre a membrana plasmática,
tina e miosina, envolvidos na formação do assinale o que for correto.
fuso mitótico, dos cílios e flagelos, que auxi- 01) A parede celular é um revestimento externo
liam na movimentação celular. da membrana plasmática e está relacionada
d) os centrômeros são responsáveis pela à sustentação das células de vegetais, de al-
formação do fuso mitótico constituído de gas, de fungos e de bactérias.
carboidratos, essencial ao direcionamento 02) Durante o transporte passivo, a célula trans-
do ciclo celular. porta substâncias contra o gradiente de
concentração, o que envolve gasto de ener-
e) os microtúbulos são constituídos de tubuli-
gia e consumo de ATP.
nas e formam o fuso mitótico, responsável
pela correta segregação dos cromossomos 04) Microvilosidades são modificações da mem-
durante a divisão celular. brana plasmática, encontradas nas células
do tecido de revestimento interno do intesti-
05. (UFRGS – 2013) Com relação às estruturas ce- no, que aumentam a superfície de absorção.
lulares encontradas nas células eucariontes, 08) A troca gasosa realizada nas brânquias de
considere as afirmações abaixo. um peixe é um exemplo de difusão simples,
I. O citoesqueleto e os centríolos são encontra- processo que ocorre diretamente pela bica-
dos somente em células animais. mada lipídica da membrana, sem gasto de
energia.
II. O cloroplasto e a parede celular são encon-
16) Ciclose é o processo de entrada e de movi-
trados somente em células vegetais.
mento de partículas sólidas no citoplasma,
III. O complexo golgiense e os lisossomos são
realizado pelas expansões citoplasmáticas.
encontrados somente em células animais.
Soma ( )
Quais estão corretas?
a) Apenas I d) Apenas II e III 08. (UFTM – 2012) Paramécios são seres unicelu-
b) Apenas II e) I, II e III lares heterótrofos que se deslocam com certa
c) Apenas I e III facilidade no meio em que se encontram. Os
gráficos ilustram as curvas de crescimento de
06. (UEPG – 2012) Com relação às células, assinale duas espécies de paramécio (Paramecium cau-
o que for correto. datum e P. bursaria) mantidas isoladas (gráfico 1)
e mantidas no mesmo tubo de ensaio, em cultu-
01) A célula da bactéria é mais simples do que ra mista (gráfico 2).
a célula dos eucariotos. A célula procariota
é caracterizada pela ausência de uma mem-
brana envolvendo o seu material genético,
não havendo então a presença de um núcleo
individualizado.
02) A energia celular é proveniente das mitocôn-
drias, organelas responsáveis pela digestão
de partículas no interior das células.
16
Os componentes da célula ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

Em relação às curvas de crescimento e às espé- 10. (UEPG – 2011) No que se refere às organelas
cies de paramécios, responda: citoplasmáticas, assinale o que for correto.
a) Em termos ecológicos, como pode ser expli- 01) Os plastos são organelas membranosas,
cado o fato de as curvas do gráfico 2 serem e arredondadas que ocorrem em células
semelhantes às do gráfico 1? animais, cuja função é a oxidação de subs-
tâncias orgânicas.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
02) O citoesqueleto é composto principalmente
de dois tipos de filamentos proteicos: os mi-
crotúbulos e os microfilamentos.
04) O glicocálix e a parede celular são consi-
b) Que prolongamentos celulares permitem o derados envoltórios externos à membrana
deslocamento dos paramécios? Como é a plasmática.
constituição dessas estruturas? 08) As mitocôndrias levam as proteínas produzi-
das no retículo endoplasmático por meio de
vesículas que se destacam do retículo.
Soma ( )

11. (UFRGS – 2011) Assinale a alternativa que pre-


09. (UEPG – 2011) A membrana plasmática é a estru- enche corretamente as lacunas do enunciado
tura que delimita o conteúdo celular, separando-o abaixo, na ordem em que aparecem.
do meio externo. Além de proteger, a membrana Os ______________ encontram-se nos centros
plasmática controla a entrada e saída de subs- organizadores de ___________da maioria dos
tâncias na célula. Muitas vezes pode apresentar eucariontes e estão envolvidos na formação do
associações ou modificações que otimizam suas fuso mitótico.
funções. a) ribossomos – microfilamentos
Com base nesse enunciado, assinale o que for b) lisossomos – filamentos intermediários
correto.
c) centríolos – microtúbulos
01) Os desmossomos são regiões especializa-
d) ribossomos – filamentos intermediários
das existentes nas membranas adjacentes
de células vizinhas, que funcionam como e) centríolos – microfilamentos
presilhas, aumentando a adesão entre as
células. A presença deles em todas as célu- 12. (UFPB – 2010) Em uma aula de Biologia, os
las de um epitélio garante a formação de um estudantes puderam observar, ao microscópio,
revestimento contínuo e coeso. emissão de pseudópodos em amebas e movi-
02) As bactérias possuem membrana esqueléti- mento de ciclose em células de folhas de Elodea.
ca feita de polissacarídeos, que promove à As estruturas celulares diretamente envolvidas
célula forma definida e rígida. Essa membra- nos movimentos celulares observados são os:

Biologia
na esquelética, contrariamente à plasmática, a) microtúbulos.
não é viva. b) microfilamentos.
04) As microvilosidades são dobras da membra- c) filamentos intermediários.
na plasmática na superfície da célula que, d) cílios.
voltadas para a parte interna do intestino
e) flagelos.
delgado, permitem uma absorção mais efi-
ciente do alimento digerido. 13. (PUCRS – 2010 – Adaptada) Um biólogo introdu-
08) As células vegetais possuem, associadas ziu no citoplasma de amebas certa droga capaz
externamente à membrana plasmática, a de despolimerizar as proteínas do citoesqueleto.
membrana esquelética, denominada mem- Em suas observações, ele notou que amebas
brana celulósica, que possui papel mecânico, desprovidas de citoesqueleto íntegro ficavam
selecionando as substâncias que entram e
impedidas de realizar muitas funções, exceto:
saem das células.
a) locomoção.
16) As interdigitações são dobras nas membra-
nas plasmáticas limítrofes de duas células e b) divisão.
que desempenham importante papel de co- c) fagocitose.
esão entre células vizinhas. d) exocitose.
Soma ( ) e) osmose.
17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Os componentes da célula

Síntese, armazenamento
e digestão celular

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Ribossomos
Os ribossomos são pequeníssimos corpúsculos irregulares, com cerca de 250
de diâmetro, visíveis somente ao microscópio eletrônico, formados de RNA ribossômico
(RNAr), combinados com vários tipos de proteínas. Nas células eucarióticas, o RNAr é
sintetizado no nucléolo, migrando posteriormente para o citoplasma. Por isso, dizemos
que a origem dos ribossomos acontece a partir do nucléolo.
A função dos ribossomos é traduzir as informações contidas no RNA mensageiro
(RNAm) durante a síntese de proteínas. A associação entre vários ribossomos e o RNAm
forma os polirribossomos ou polissomos.
Existem dois tipos de ribossomos: os das células procarióticas, das mitocôndrias
e dos cloroplastos, que têm coeficiente de sedimentação 70 S e são menores que
os ribossomos das células eucarióticas, o segundo tipo, que possuem coeficiente de
sedimentação 80 S.
Eles são formados por duas subunidades, as quais se unem no início da síntese
da proteína, separando-se após a sua conclusão. São encontrados em grande número
em todas as células: livres no hialoplasma e aderidos às membranas do retículo
endoplasmático (RE) e na face externa do envoltório nuclear.

Retículo endoplasmático (RE)


Essas estruturas citoplasmáticas Envoltório nuclear Núcleo
ocorrem obriga­toriamente em células Cisternas
eucarióticas de animais e vegetais. Lúmen

Além da função da síntese de


proteínas, o retículo endoplasmático
está também associado ao processo
de metabolização e desintoxicação da Ribossomos
célula.
São formados por tubos e redes de
Retículo
bolsas achatadas interligadas e com endoplasmático
rugoso
muitos ribossomos aderidos em suas Retículo
endoplasmático
membranas, quando no caso do retículo Retículo endoplasmático, esquema da estrutura liso
endoplasmático granuloso ou rugoso.
Esse formato da organela proporciona um aumento do volume da célula e ainda
facilita o transporte e a síntese de substâncias na célula.
O retículo endoplasmático granuloso atua na síntese proteica e, por isso, é também
denominado ergastoplasma (por causa da presença dos ribossomos). É também bem
desenvolvido em células com função secretora, como as das glândulas pancreáticas e
as células caliciformes da parede do intestino.
O retículo endoplasmático liso, agranular ou não granuloso é também um sistema
de túbulos cilíndricos e bolsas, porém sem ribossomos. Participam da síntese de lipídios
(gorduras, fosfolipídios e esteroides).
No retículo endoplasmático não granuloso há enzimas que alteram as moléculas de
substâncias tóxicas, como o álcool, o pesticida e outras drogas. Por isso, o retículo não
18
Os componentes da célula ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

granuloso é bastante desenvolvido nas células do fígado, nas gônadas e nas células
musculares. Nas células vegetais, dá origem ao vacúolo de suco celular.

RE rugoso ao M.E. Esquema do RE rugoso

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
RE
rugoso

100 nm
Ribossomo
Subunidade maior
Receptor de Vesícula em Vesícula de
proteína formação transporte

Interior
do RE

Subunidade menor
Esquema do ribossomo Síntese de proteína no ribossomo e transporte pelo RE

Em organismos que apresentam altas taxas de intoxicação por barbitúricos e outros


medicamentos, há proporcionalmente um aumento na quantidade do retículo endoplas-
mático nas células do fígado. Por esse motivo, é necessário um aumento da dose da
droga para que o indivíduo usuário dessas substâncias sinta o mesmo efeito de quando
iniciou o uso.

Sistema golgiense (SG) Vesícula secretora


Vesícula contendo
Agora conheceremos uma estrutura que proteínas que farão parte
coordena inúmeras funções, entre elas a liberação da membrana plasmática
de restos e também a intertransformação de Complexo golgiense
materiais para serem usados no crescimento e Lisossomo
Face
em outras funções vitais para manutenção da 3 2 trans
1
vida celular.
Vesícula
Como vimos anteriormente, o retículo

Biologia
Face
granuloso produz proteínas, mas para onde cis
elas vão?
Hoje, sabe-se que muitas das proteínas,
após serem produzidas, são enviadas para
outra estrutura celular, que pode ser chamada
de aparelho de Golgi, complexo de Golgi ou
Retículo endoplasmático granuloso
por um termo mais atual: complexo Golgiense. Núcleo

E quem foi Golgi? Camillo Golgi (1843-1926),


médico histologista italiano, recebeu em 1906 o Nobel de Fisiologia ou Medicina,
conjuntamente com Santiago Ramón y Cajal, pelos estudos sobre a estrutura do sistema
nervoso.
Em 1876, depois do regresso à Universidade de Pavia, continuou o estudo das célu-
las nervosas e obteve provas da existência de uma rede irregular de fibrilhas, cavidades e
grânulos (estrutura à qual depois seria dado o nome de aparelho de Golgi), que desem-
penha um papel essencial em operações celulares, como a construção da membrana, o
armazenamento de lipídios e proteínas ou o transporte de partículas ao longo da mem-
brana celular.
19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Os componentes da célula

O complexo golgiense é formado por um conjunto de sáculos achatados e


lisos, denominados dictiossomos. É o centro de armazenamento, transformação e
“exportação” na forma de vesículas com grãos de zimogênios, vesículas com proteínas
da membrana plasmática e vesículas com enzimas digestivas, os lisossomos. Participa
da formação do acrossomo nos espermatozoides e da lamela média nas células
vegetais. Todas as células eucariotas têm complexo Golgiense e é ele que processa

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
todos os lipídeos (gorduras) presentes nas células e redireciona os produtos celulares
gerados pelos lisossomos.
No complexo golgiense, os monossacarídeos são polimerizados e formam
polissacarídeos que, ao se combinarem com as proteínas, originam glicoproteínas
gelatinosas, como o muco nas cavidades nasais. Aparecem em maior quantidade nas
células com função secretora.
É no complexo de Golgi que ocorre a síntese, a excreção e a geração de vacúolos
de lipídios, que vão determinar o que será liberado, sintetizado e o que servirá para o
crescimento celular.
Resumindo, as principais funções do complexo golgiense são:
• armazenamento e condensação de substâncias;
• eliminação de substâncias armazenadas (secreção celular);
• reciclagem da membrana plasmática;
• síntese de polissacarídeos (pectina) e formação da lamela média que aparece na
região equatorial da célula vegetal no fim da divisão celular;
• formação dos lisossomos primários;
Acrossomo • formação do acrossomo do espermatozoide.
é a modificação do
Retículo
SG que ocorre no 1. Síntese de proteinas
´ Seqüência de cisternas
corpo celular dos 2. Segregação
contendo sistema
enzimático
espermatozoides 3. Glicosilação inicial
Lisossomas
e que contém a primários
hialuronidase –
enzima que facilita
a fecundação do
óvulo.

Vesículas Maduro
Espaços internos Imaturo
Esquema do sistema golgiense
Grânulos de secreção
Cisterna de Golgi 1. Empacotamento
1. Glicosilações sucessivas 2. Condensação
2. Empacotamento 3. Acúmulo
Funções do sistema golgiense

Secreção celular Luz do ácino


4 - Secreção
Nas células secretoras
dos ácinos pancreáticos (parte 3 - Grão de zimogênio
Região apical
ou de secreção
exócrina do pâncreas), ocorre a
síntese e a eliminação de enzimas 2 - Sistema Golgiense
digestivas chamadas zimogênios.
Tal fenômeno obedece à 1 - Retículo
endoplasmático Núcleo
seguinte sequência. rugoso ou granular

1. As enzimas digestivas são


produzidas no RER, que
se concentra ao redor do
Região basal
núcleo, o qual está localizado
Entrada de aminoácidos
na região basal da célula.
Esquema de uma célula secretora de um ácino pancreático
20
Os componentes da célula ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

2. As enzimas são recolhidas pelo próprio RER, que as transporta até o SG, onde são
armazenadas e empacotadas.
3. Do SG, que está localizado entre o núcleo e o ápice da célula, brotam e se desprendem
vesículas cheias de enzimas, que formam os grânulos de secreção ou grânulos de
zimogênio.
4. Esses grânulos migram para o ápice da célula, fundem-se com a membrana plas-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
mática e eliminam as enzimas na luz do ácino, fenômeno que constitui a secreção
celular.

PESQUISA

O que ocorre quando um organismo é intoxicado? Como um órgão como o fígado participa do processo
de desintoxicação? Qual é a influência do retículo endoplasmático nesses casos? Pesquise, converse
com os colegas e o professor e elabore um texto sobre o assunto.

Biologia

21
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Os componentes da célula

ATIVIDADES
01. (UFPR – 2014) Os vertebrados possuem grupos de células bastante variados, com adaptações neces-
sárias ao seu funcionamento. Essas adaptações refletem-se, muitas vezes, na própria estrutura celular,
de modo que as células podem tornar-se especializadas em determinadas funções, como contração,
transmissão de impulsos nervosos, “geração” de calor, síntese de proteínas e lipídios, secreção etc.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Considere os resultados obtidos do estudo de duas células diferentes, apresentados na tabela.
Estrutura de duas células extraídas de tecidos diferentes, observadas ao microscópio
Célula A Célula B
Filamentos de actina +++ +
Microtúbulos + ++
Retículo endoplasmático liso +++ ++
Retículo endoplasmático rugoso + +++
Mitocôndrias +++ +++
Aparato de Golgi + +++
Núcleo +++ +
+ poucos ou escassos; ++ intermediários; +++ muitos ou abundantes.
Considerando os resultados, que função poderia ser desempenhada pelas células A e B respectivamente?
a) Contração e secreção
b) Síntese de lipídios e contração
c) Geração de calor e síntese de lipídios
d) Síntese de proteínas e geração de calor
e) Transmissão de impulso nervoso e síntese de proteínas

02. (Enem – 2013) Uma indústria está escolhendo uma linhagem de microalgas que otimize a secreção de
polímeros comestíveis, os quais são obtidos do meio de cultura de crescimento. Na figura podem ser
observadas as proporções de algumas organelas presentes no citoplasma de cada linhagem.
Perfil celular das linhagens de microalgas
100%
90%
Quantidade de organelas

80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0% Linhagem I Linhagem II Linhagem III Linhagem IV Linhagem V
Núcleo 20 20 20 20 20
Retículo endoplasmático 20 35 15 40 35
Complexo golgiense 50 40 35 20 15
Mitocôndrias 10 5 30 20 30

Qual é a melhor linhagem para se conseguir maior rendimento de polímeros secretados no meio de
cultura?
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V
22
Os componentes da célula ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

03. (UEPB – 2013) Observe o desenho abaixo, que e) O lisossomo possui a função de sinteti-
representa um espermatozoide humano. Em se- zar lipídio e é constituído por uma rede de
guida, analise as proposições e coloque V para lipídeos.
as verdadeiras e F para as falsas.
05. (UFRGS – 2012) No bloco superior, abaixo,
são citados dois componentes do sistema de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
membranas internas de uma célula eucariótica;
no inferior, funções desempenhadas por esses
componentes.
Associe adequadamente o bloco inferior ao
( ) A estrutura 1 é o acrossomo, estrutura
formada pela fusão de vesículas do com- superior.
plexo golgiense e que contém enzimas I. Retículo endoplasmático liso
que irão digerir os envoltórios do ovócito II. Sistema golgiense
na fecundação. ( ) Modificação de substâncias tóxicas
( ) A estrutura 2 é a peça intermediária e apre- ( ) Síntese de lipídeos e esteróides
senta muitas mitocôndrias, responsáveis
( ) Secreção celular
pela liberação da energia necessária à
( ) Síntese de polissacarídeos da parede ce-
movimentação do espermatozoide.
lular vegetal
( ) A estrutura 3 é a cauda, originada a partir
do centríolo. A sequência correta de preenchimento dos pa-
( ) A estrutura 4 é o núcleo, que traz em seu rênteses, de cima para baixo, é:
interior os cromossomos pareados. a) I – II – II – I.
( ) 5 representa a cabeça do espermatozoide, b) I – I – II – II.
onde encontramos o capuz acrossômico e c) I – II – II – II.
o núcleo. d) II – II – I – I.
A alternativa que apresenta a sequência correta é:
e) II – I – I – I.
a) V – F – F – F – V.
06. (UFSM – 2012) Uma vida saudável combina com
b) F – V – V – V – V.
exercícios físicos aliados a uma dieta alimentar
c) F – F – V – V – V.
balanceada, mas não combina com a ingestão
d) V – V – V – F – V.
de drogas e álcool. A organela celular que atua
e) V – V – V – F – F.
auxiliando na degradação do álcool e outras dro-
04. (Udesc – 2013) Assinale a alternativa correta gas é chamada de:
quanto à célula. a) retículo endoplasmático liso.

Biologia
a) O peroxissoma é responsável pelo armaze-
b) retículo endoplasmático rugoso.
namento das proteínas ligadas ao peróxido
c) complexo de Golgi.
de nitrogênio e é constituído por uma rede
de túbulos separados. d) centríolos.
b) O retículo endoplasmático liso possui a fun- e) ribossomos.
ção de sintetizar proteínas e é constituído
07. (UFTM – 2012) Células humanas foram incubadas
por uma rede de túbulos separados.
em dois tubos durante alguns minutos. No tubo
c) O retículo endoplasmático rugoso possui a
I havia aminoácidos e no II havia ácidos graxos.
função de sintetizar proteínas e é constituí-
Essas moléculas foram metabolizadas diferen-
do por uma rede de túbulos interconectados
que se comunicam com o envoltório nuclear. temente por algumas organelas presentes nas
células: sistema golgiense, retículo endoplas-
d) O complexo de Golgi possui algumas
funções, dentre elas, é responsável pela for- mático rugoso (RER) e retículo endoplasmático
mação das mitocôndrias e pela formação do liso (REL), não necessariamente nessa ordem.
espermatozoide. É constituído por uma rede A atividade metabólica dessas organelas nos
de túbulos interconectados que permitem o tubos I e II está expressa nos gráficos 1 e 2
armazenamento de lipídeos. respectivamente.
23
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Os componentes da célula

gráfico 1 (tubo I) gráfico 2 (tubo II)


RER REL

quantidade de substância
quantidade de substância
sistema
golgiense

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
REL RER
sistema golgiense
tempo tempo

a) A partir das curvas dos gráficos 1 e 2, explique os resultados obtidos.

b) Qual dos gráficos poderia representar uma célula existente em uma gônada? Justifique sua resposta.

08. (Unioeste – 2012) Considerando as diversas estruturas celulares relacionadas no quadro abaixo, escolha
a alternativa cuja estrutura corresponde corretamente à função e à distribuição.

Distribuição
Estruturas Celulares Função Bactérias Animais Vegetais
a) Cromossomos Controle da estrutura e do funcionamento celular Ausente Presente Presente
b) Nucléolos Participação na divisão celular Ausente Presente Presente
c) Centríolos Formação dos ribossomos Presente Presente Ausente
d) Citoesqueleto Equilíbrio osmótico Ausente Presente Ausente
e) Complexo Golgiense Secreção celular Ausente Presente Presente

09. (Fuvest – 2012) O retículo endoplasmático e o complexo de Golgi são organelas celulares cujas funções
estão relacionadas. O complexo de Golgi:
a) recebe proteínas sintetizadas no retículo endoplasmático.
b) envia proteínas nele sintetizadas para o retículo endoplasmático.
c) recebe polissacarídeos sintetizados no retículo endoplasmático.
d) envia polissacarídeos nele sintetizados para o retículo endoplasmático.
e) recebe monossacarídeos sintetizados no retículo endoplasmático e para ele envia polissacarídeos.
24
Os componentes da célula ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

10. (Unicamp – 2012) As funções das células estão relacionadas com sua estrutura e com sua atividade me-
tabólica. Apresenta-se abaixo uma tabela em que estão discriminadas, em porcentagens, as extensões
de membranas de algumas organelas de duas células, A e B, provenientes de dois órgãos diferentes.
Porcentagem de área de membrana
Tipo de membrana Célula A Célula B

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Membrana de retículo endoplasmático rugoso 35 60
Membrana de retículo endoplasmático liso 16 <1
Membrana do complexo de Golgi 7 10
Membrana externa da mitocôndria 7 4
Membrana interna da mitocôndria 32 17

a) Compare os dados das células A e B e indique em qual delas predomina a atividade de destoxifica-
ção e em qual predomina a atividade de secreção. Justifique.

b) Experimentos bioquímicos realizados com os dois tipos celulares mostraram que a célula A apresenta-
va metabolismo energético mais elevado do que o a célula B. Como o resultado desses experimentos
pode ser confirmado a partir dos dados fornecidos pela tabela?

Biologia
ANOTAÇÕES

25
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Os componentes da célula

Lisossomo
Lisossomos são vesículas de vários tamanhos, revestidas por uma membrana lipo-
proteica, que se originam no Sistema Golgiense (SG) e contêm, em seu interior, várias
enzimas digestivas, sendo, por isso, responsáveis pela digestão intracelular. Encontram-se
nas células de animais e de protozoários.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
As enzimas digestivas presentes em seu interior atuam em pH = 5 (ácido) e são
capazes de digerir a maioria das substâncias orgânicas, como proteínas, lipídios, glicí-
dios e ácidos nucleicos. As principais enzimas são: fosfatase ácida, catepsina, lisozima
e hialuronidase.
Essas enzimas são sintetizadas no RER e, posteriormente, transportadas para o SG,
onde são acondicionadas. Do SG são desprendidas pequenas vesículas, lisossomos
primários, que contêm essas enzimas.
Os lisossomos apresentam duas funções: a heterofágica e a autofágica, ou
seja, digerem porções de fora da célula e partes não aproveitadas da própria célula
respectivamente.
A seguir, vamos entender melhor os significados dos termos.

Autofagia
É essencial para a manutenção celular. Nesse processo, há a eliminação de orga-
nelas envelhecidas, incluindo a formação de vesículas pelo retículo endoplasmático. O
processo geral culmina na eliminação dessas organelas por enzimas especializadas.
As organelas celulares, como mitocôndrias, RE, grânulos de secreção etc., podem
ser digeridas pelos lisossomos. O processo acontece da seguinte maneira: as organelas
são envolvidas por partes do REL, que formam vesículas que se fundem com o lisos-
somo primário e originam o vacúolo autofágico ou autofagossoma. No interior do vacúolo
autofágico, a organela é digerida pelas enzimas lisossômicas. Após a digestão, forma-se
o corpo residual, que permanece no interior da célula.
A autofagia também é verificada sempre que ocorre jejum ou durante a regressão da
cauda do girino em anfíbios e a transformação dos eritroblastos em eritrócitos. Nesses
três casos, praticamente todos os organoides celulares são destruídos.
Concentração de protease

Comprimento relativo
da cauda

100 80 60 40 20 0
A regressão da cauda do girino, no decorrer da
metamorfose

Heterofagia
Quando a célula engloba partículas por meio da fagocitose ou da pinocitose, formam-
-se as vesículas endocíticas, denominadas fagossomos e pinossomos respectivamente.
26
Os componentes da célula ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

Um ou mais lisossomos primários fun-


dem-se com o fagossomo ou pinossomo
Digestão extracelular
Algumas células liberam as enzimas
formando o lisossomo secundário ou va- lisossômicas para o meio extracelular, as
cúolo digestivo, no interior do qual ocorre quais digerem estruturas que estão fora
a digestão das partículas englobadas pela da célula. A atuação das células chama-
célula. das osteoclastos na reabsorção do tecido

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
As substâncias resultantes da digestão ósseo é um exemplo clássico de partici-
atravessam a membrana do lisossomo e pação do lisossomo nesse mecanismo de
ficam livres no hialoplasma, onde são utili- digestão.
zadas no metabolismo celular. O vacúolo,
Partículas
contendo os resíduos da digestão, passa a Aparelho alimentícias
de Golgi
ser denominado vacúolo residual ou corpo Pinocitose

residual. Em algumas células, especialmente Fagossomo

em protozoários, o corpo residual funde-se Núcleo Lisossomo


primário
Pinossomo
com a membrana plasmática e os resíduos Vacúolo
digestivo
da digestão são eliminados por exocitose, Egestão
celular
fenômeno denominado egestão ou defeca-
Corpo
ção celular ou, ainda, clasmocitose. Vacúolo
residual
autofágico
Em protozoários, a heterofagia serve RER
Mitocôndria Grânulo
para a nutrição. Em metazoários, ela fun- de lipofuscina

ciona especialmente como mecanismo Origem e tipos de lisossomos

de defesa. Lembramos, como exemplo,


os leucócitos e macrófagos, que fagocitam Peroxissomos
bactérias patogênicas.
(microcorpos)
Citólise Os peroxissomos são organelas mem-
branosas, de contorno arredondado e
A ruptura dos lisossomos no interior
diâmetro variável, presentes em todos os
da célula pode acarretar sua destruição,
eucariontes. O nome peroxissomo está
processo chamado autólise ou citólise. relacionado à principal função dessa orga-
Acompanhe na figura a seguir. nela: desdobrar o peróxido de hidrogênio
A função do lisossomo é “reciclar” o (H2O2 = água oxigenada).
material dentro da célula, para que este Esse composto é formado, normal-
possa ser reaproveitado em outros pro- mente, nas células por meio de algumas
cessos celulares. Com sua capacidade de reações químicas celulares e é extrema-
digestão de ácidos nucleicos, polissacarí-

Biologia
mente tóxico, devendo ser decomposto.
deos e lipídeos, os lissosomos têm como Essa decomposição é feita por uma
função digerir e lançar os restos no citosol enzima contida nos peroxissomos, deno-
da célula para que tudo seja reaproveitado. minada catalase, que desdobra a água
oxigenada em água e oxigênio.
Catalase
2 H2O2 2 H2O + O2
Eles podem atuar também na desinto-
xicação do organismo. Os grandes pero-
xissomos presentes nas células do fígado
metabolizam o etanol, um tipo de álcool
ingerido em bebidas alcoólicas, transfor-
mando-o em substâncias menos tóxicas.
Em protozoários, fungos e plan-
tas, existem também os glioxissomos,
com enzimas que convertem lipídios em
açúcares.
27
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Os componentes da célula

LEITURA

Lisossomos e doenças humanas


Silicose
É causada pela inspiração de pó de sílica, componente das rochas em minas. A sílica destrói a membrana

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
dos lisossomos das células alveolares.
Vale lembrar que a silicose é incurável, pois o pó de sílica se aloja nos pulmões e “endurece” os alvéolos,
dificultando a respiração e, em casos extremos, causando a morte.
Pode-se impedir a silicose?
Sim, é possível. Uma série de medidas deve ser tomada em locais de trabalho onde existe alta concentra-
ção de partículas de sílica, entre elas:
– monitoramento ambiental;
– uso dos EPI (equipamento de proteção individual), como máscaras com filtros adequados;
– utilização de sistemas de exaustão para fazer a purificação do ar respirado;
– umidificação do ambiente, pois assim as partículas de sílica molhadas não conseguem flutuar no ar e se
aderem a superfícies;
– treinamentos adequados aos trabalhadores;
– exames médicos periódicos para se medir a quantidade de sílica nos pulmões.
Artrite reumatoide
Decorre da liberação do conteúdo enzimático dos lisossomos para as articulações. É uma doença sem
cura, mas que, quando diagnosticada precocemente, pode ser controlada. Atualmente, existem tratamentos
médicos para controlar a artrite e possibilitar melhor qualidade de vida. Seus principais sintomas são:
• mal-estar;
• febre;
• suores;
• perda de massa corpórea;
• perda de apetite;
• fraqueza;
• irritação;
• mau humor;
• dores em articulações.
Cabe ressaltar que as dores são simétricas, ou seja, acontecem simultaneamente nos dois lados do
corpo.
Doença de Tay-Sachs
É uma doença de causa genética e se deve ao mau funcionamento das enzimas dos lisossomos das
células nervosas do cérebro, o que causa lesões irreversíveis e determina retardo mental e morte na infância.
Essa doença pode ser diagnosticada ainda na gestação e é fundamental que durante esse período se
faça um devido acompanhamento médico. É observada a deterioração das habilidades mentais e físicas nos
primeiros meses de vida e, geralmente, a criança torna-se cega, incapaz de engolir e de ouvir. Em casos mais
extremos, causa atrofia dos músculos e dos nervos, causando paralisia. A doença de Tay-Sachs não possui tra-
tamento e, para os casos iniciais, são prescritos anticonvulsivos para impedir o perigo constante de convulsões.
Doença de Fabry
Também conhecida como Deficit de Alfa Galactosidase A e Lipidose Hereditária Distópica, é uma enfer-
midade genética extremamente rara. Acredita-se que afeta a um em cada 117 mil nascidos vivos e se inclui
no grupo de enfermidades metabólicas hereditárias de depósito lisossomal. Essa enfermidade é causada por
um deficit de produção da alfa galactosidade A (gal A), enzima lisossomal (substância proteica capaz de ativar
uma reação química do organismo), presente em muitos tipos de células do organismo, implicada na ruptura
da globotriaosilceramida (Gb3). Na enfermidade de Fabry, a enzima gal A está parcial ou totalmente inativa. O
resultado é que a Gb3 se acumula em células do organismo e altera as funções de diferentes órgãos, como
rins, coração, sistema nervoso e pele.

28
Os componentes da célula ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

Vacúolos
A palavra vacúolo sugere “vazio”, “vácuo”, e tem origem do latim vaccuus. Meristema é um
grupo de células
Vacúolos celulares são estruturas muito importantes em células de origem vegetal. que se dividem
Apresentam-se em forma de uma bolsa fechada e ovalada e estão amplamente indefinidamente,
distribuídos no citoplasma. Nos vegetais, têm a função de isolar certos conteúdos produzindo

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
celulares do restante da célula. novas células
necessárias.
O vacúolo pode conter material de armazenamento, material de excreção, enzimas
digestivas e, em alguns casos, pigmentos que dão coloração ao vegetal.

Célula jovem Célula adulta Parede celular Mitocôndria

H2O Vacúolo
Citosol
Vacúolos

Núcleo

Pressão
Cloroplasto de turgor
Vacúolo Tonoplasto
celular (vacúolo de
Núcleo
membrana)

Esquema da célula vegetal que mostra a formação do vacúolo celular. Cloroplasto

Em seres muito simples, unicelulares, os vacúolos pulsáteis ou contráteis são organe-


las citoplasmáticas que realizam a osmorregulação, ou seja, deixam o meio externo com
concentração idêntica ao meio interno do ser vivo, permitindo a expulsão do excesso de
água com excretas tóxicos ao organismo.
O vacúolo digestivo é resultante da fusão das vesículas de fagocitose e pinocitose
com os lisossomos primários. É responsável pelos processos de digestão intracelular,
fenômeno que veremos ao lado.
O vacúolo pulsátil (ou contrátil) é encontrado em protistas de água doce, como os
paramécios e as amebas, e apresenta movimentos de contração rítmica para a expulsão
de água, por isso o seu nome.

Vacúolo pulsátil Núcleo

Lisossomo 1.º

Fagossomo

Biologia
Vacúolo digestivo

Esquema do paramécio mostrando o vacúolo pulsátil. Esquema que mostra a origem do vacúolo digestivo.

PESQUISA
A síndrome de Zellweger pode levar à morte um indivíduo já nos primeiros dias de
vida. Essa doença está associada aos peroxissomos e seu funcionamento. Procure
mais informações sobre a doença, registre no caderno as mais importantes que en-
contrar e, depois, apresente-as aos colegas.

29
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Os componentes da célula

ATIVIDADES
01. (UEPB – 2013) Complete as frases abaixo de for-
ma a torná-las corretas.
I. No processo de ..... A ..... a célula utiliza os
lisossomos para renovação de estruturas de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
seu citoplasma.
II. O desenvolvimento de seres multicelulares
depende da morte programada de certas
células. Nestas, a membrana do lisossomo
se rompe e as enzimas digestivas entram
em contato com o citoplasma, destruindo-o. I. É a representação esquemática de uma
Esse fenômeno biológico é regulado por ge- célula animal, pois em 1 observa-se a mi-
nes e denominado ....... B ..... tocôndria, organela de origem simbiótica,
III. No processo de ..... C ....., o material nu- responsável pelo processo de respiração
tritivo, que entra na célula por fagocitose celular aeróbia.
ou pinocitose, é envolto por uma vesícula II. É a representação esquemática de uma cé-
membranosa; essas vesículas se unem aos lula vegetal, pois em 3 observa-se o vacúolo
lisossomos, formando o vacúolo digestivo. de suco celular, organela que contém uma
A alternativa que apresenta a sequência correta é: solução aquosa com concentração seme-
a) A – apoptose; B – heterofagia; C – autofagia. lhante à do citoplasma, e cuja função está
relacionada aos processos osmóticos.
b) A – heterofagia; B – autofagia; C – apoptose.
III. É a representação esquemática de uma
c) A – autofagia; B – apoptose; C – heterofagia.
célula vegetal, pois em 2 observa-se o
d) A – apoptose; B – autofagia; C – heterofagia.
cloroplasto, organela responsável pela fo-
e) A – heterofagia; B – apoptose; C – autofagia tossíntese e que se origina sempre por
simbiose.
02. (UFPR – 2013) Lisossomos são organelas impor-
tantes nos processos de digestão intracelular. Assinale a alternativa que apresenta a(s)
Possuem enzimas que catalisam a hidrólise de proposição(ões) correta(s).
praticamente todos os tipos de macromoléculas. a) Apenas II
Essas enzimas funcionam em pH ácido (em torno b) Apenas I
de 5), que é o pH encontrado no interior dessas c) Apenas III
vesículas. Sobre os lisossomos, responda: d) Apenas II e III
e) I, II e III
a) Qual o nome geral dado às enzimas digesti-
vas que ficam em seu interior? 04. (FGV-SP – 2012) Os lisossomos são organelas
eucariotas importantes para processos vitais
da célula. São delimitados por uma membrana
semelhante à de outras organelas e ao próprio
envoltório celular. Caso o conteúdo enzimático
interno de todos os lisossomos seja liberado no
b) Qual a importância, para a “saúde” da cé- citoplasma, ocorre então a digestão:
lula, de que essas enzimas funcionem bem a) das partículas endocitadas pelos processos
apenas em pH ácido? de fagocitose e pinocitose, nutrindo a célula.
b) das estruturas internas, causando a morte
celular programada.
c) das organelas envelhecidas, para a renova-
ção dessas estruturas.
d) do vacúolo alimentar responsável por nutrir a
03. (UEPB – 2013) Observe atentamente a figura célula.
abaixo e em seguida analise as proposições e) do núcleo, iniciando-se o processo de divi-
apresentadas. são celular.
30
Os componentes da célula ENSINO MÉDIO UNIDADE 10

05. (Ulbra – 2012) A silicose é uma patologia comum Essa doença é causada pela incapacidade de
entre os mineiros decorrente da inalação repe- organelas digerirem os príons, que se acumulam
tida de sílica. Nessa condição, os macrófagos em vesículas, estas, por sua vez, vão ficando
pulmonares são recrutados e fagocitam essas repletas de príons e terminam por se romper,
partículas inorgânicas não degradáveis. Esse liberando as fibras proteicas no citoplasma da
processo leva ao rompimento e à liberação de célula. As células morrem e as proteínas anor-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
enzimas no citoplasma, acarretando morte ce-
mais podem invadir células vizinhas, nas quais
lular. Qual organela presente nos macrófagos
desencadeiam processo semelhante. Qual orga-
é a principal responsável pelo processo acima
nela está envolvida nesse processo de digestão?
descrito?
a) Complexo Golgiense
a) Ribossomos
b) Mitocôndrias b) Retículo Endoplasmático Granuloso
c) Lisossomos c) Lisossomo
d) Nucléolo d) Ergastoplasma
e) Retículo endoplasmático agranular
09. (UPE – 2012) A figura a seguir ilustra o processo
06. (Unisc – 2012) A falta de uma enzima lisossômi- de digestão intracelular, no qual estão envolvidas
ca nos lisossomas das células de um indivíduo várias organelas celulares. Identifique as estru-
leva ao acúmulo, no citoplasma celular: turas e/ou processos enumerados na figura a
a) do produto da ação dessa enzima. seguir.
b) do produto e substrato da ação desta.
c) do substrato dessa enzima.
d) dessa enzima.

07. (Uern – 2012) A água oxigenada (peróxido de


hidrogênio) originada através da oxidação de
moléculas orgânicas é altamente tóxica para
as células. A reação química 2 H2O2 → 2 H2O +
+ O2 representa o processo de decomposição
de peróxido de hidrogênio em água e oxigênio,
na presença da enzima catalase. A organela
responsável e o tipo de reação química são,
respectivamente:
a) peroxissomos e reação exergônica.
b) glioxissomos e reação endergônica.

Biologia
Estão corretas:
c) peroxissomos e reação endergônica.
a) I. Endocitose; II. Peroxissomo; III. Retículo
d) complexo golgiense e reação exergônica.
endoplasmático rugoso; IV. Vacúolo digesti-
08. (Uern – 2012) A Encefalopatia Espongiforme Bovina vo; V. Fagossomo; VI. Exocitose.
– EEB, comumente conhecida como “doença da b) I. Fagocitose; II. Lisossomo; III. Complexo de
vaca louca”, é uma enfermidade degenerativa fatal Golgi; IV. Vacúolo autofágico; V. Corpo resi-
e transmissível do sistema nervoso central de bovi-
dual; VI. Clasmocitose.
nos, com longo período de incubação (4 a 5 anos),
caracterizada clinicamente por nervosismo, reação c) I. Pinocitose; II. Vacúolo; III. Retículo en-
exagerada a estímulos externos e dificuldade de lo- doplasmático liso; IV. Mitocôndria; V.
comoção. A EEB é uma das doenças do grupo das Fagossomo; VI. Autofagia.
Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis – EET. O d) I. Heterofagia; II. Ribossomo; III. Complexo
agente causador da EEB é denominado de prion (do
de Golgi; IV. Vacúolo; V. Exocitose; VI.
inglês, proteinaceous infectious particle) ou PrP (prion
protein), e é uma proteína encontrada no tecido ner-
Excreção celular.
voso de animais infectados. Esse agente infeccioso e) I. Fagossomo; II. Grânulo de inclusão; III.
ainda é motivo de controvérsia científica. Retículo endoplasmático liso; IV. Mitocôndria;
Disponível em: <www.agricultura.gov.br>. Acesso em: 14 fev. 2012. V. Heterofagia; VI. Clasmocitose.
31
ENSINO MÉDIO UNIDADE 10 Os componentes da célula

10. (UEPG – 2012) Atualmente, detalhes da morfologia e da fisiologia celular são bem conhecidos, bem
como as características dos diferentes tipos de células. Sobre o assunto, assinale o que for correto.
01) Dentre as organelas celulares, os lisossomos são vesículas que armazenam em seu interior enzimas
responsáveis pela produção de energia no processo de respiração celular.
02) Nos vegetais, além da membrana plasmática existe uma parede celular, a qual protege e sustenta a
célula e é constituída principalmente por celulose.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
04) A osmose, um tipo de transporte passivo, é a passagem de solvente através de uma membrana se-
mipermeável do meio hipotônico para o meio hipertônico.
08) As células eucarióticas caracterizam-se por apresentarem o material genético protegido por uma
bicamada lipídica, a carioteca.
16) Dentre as diversas funções do complexo de Golgi, pode-se citar: secreção celular, armazenamento
de substâncias e formação do acrossomo dos espermatozoides.
Soma ( )

ANOTAÇÕES

32
UNIDADE 11
ENERGIA PARA A VIDA
g i a
iol o Mitocôndrias e bioenergética ..............................2

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Fotossíntese, vida na presença de luz ................8
Respiração celular ............................................... 17

O Sol é a fonte primária de energia para todos


os seres vivos. Os clorofilados, únicos organismos
capazes de realizar fotossíntese, transformam a
energia da luz solar em energia química, que, por
sua vez, fica armazenada nos compostos orgânicos.
Os consumidores, por meio da alimentação,
utilizam as substâncias orgânicas acumuladas
em diferentes níveis das cadeias alimentares
para obter a energia que os mantém vivos. Em
seguida, transformam aquilo que obtêm, por meio
de reações químicas, novamente em energia e a
utilizam para realizar todas as atividades vitais.
O ciclo de matéria e energia é fundamental para
a continuidade da vida na Terra.

©Ingimage
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Energia para a vida

Mitocôndrias e
COMPETÊNCIA HABILIDADE

4 15 bioenergética

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
8 28

A energia utilizada pelas células para realizar atividades está diretamente ligada
às mitocôndrias. O conjunto de mitocôndrias existentes no citoplasma deno-
mina-se condrioma.
Estruturalmente, as mitocôndrias apresentam-se envolvidas por duas
Membrana interna camadas de membranas. A membrana interna forma numerosas invaginações
Membrana denominadas cristas. Esses dobramentos em direção ao interior da organela
externa
aumentam a superfície disponível para as proteínas e para as reações ligadas
a elas.
O interior das mitocôndrias é preenchido por um líquido viscoso denominado
Crista matriz mitocondrial, em que estão dispersos enzimas, DNA, RNA e ribossomos.
Matriz Funcionalmente, as mitocôndrias são um sítio de respiração, um processo
que envolve a liberação de energia a partir de moléculas orgânicas, trans-
Estrutura interna da mitocôndria ferindo-a para moléculas de ATP (adenosina trifosfato), a principal fonte de
energia química para as células eucarióticas. O ATP produzido nas mitocôn-
drias é difundido para outras partes da célula e fornece energia para locais onde ela é
necessária.
Devido ao fato de terem DNA, as mitocôndrias são capazes de se autoduplicarem a
partir de mitocôndrias já existentes, processo denominado condriocinese.

LEITURA E TROCA DE IDEIAS

Ela é a causa de doenças quando funciona mal. Mitocôndria, uma E.T. na célula
©Tim Nugent/Image Source/Latinstock

(...) As mitocôndrias se distribuem dentro das células, no sentido de providenciar uma fonte
rápida de ATP. Elas se concentram nas regiões de maior atividade. Nos espermatozoides, por exem-
plo, essas organelas disputam espaço nas proximidades do flagelo, a fim de garantir o seu batimento.
Aliás, essa é a única participação das mitocôndrias na fecundação. Explica-se: os espermatozoides
injetam apenas o seu núcleo no óvulo e a receita para novas mitocôndrias está nas moléculas de
DNA que elas mesmas carregam. Em geral, as nossas características são herdadas do pai e da mãe,
porque são determinadas por genes de origem paterna e materna, presentes nos cromossomos.
Mas as mitocôndrias são herdadas apenas da mãe, porque só o óvulo contribui com essa organela.
Supõe-se que a bactéria primitiva teve grandes dificuldades para transmitir seus dados
genéticos para o núcleo da célula que a hospedou. Daí a maioria do seu material genético ter per-
manecido separado. A mais recente linha de pesquisa na área de Genética se dedica a investigar
se os mais de trinta DNAs mitocondriais não estariam por trás de doenças como enfartes e cegueiras. A desconfiança de que certas doenças
são causadas por um mau funcionamento das mitocôndrias não é novidade: há duas décadas, por exemplo, os cientistas observam que
problemas do coração são acompanhados por um excesso de ácido lático nas células desse músculo. Ora, se estão produzindo doses
extras dessa substância é porque fermentam, em vez de usarem suas mitocôndrias na respiração aeróbica. Mas até aí a falha poderia estar
sendo causada pelo comportamento da pessoa – se é fumante, por exemplo, ocupando parte do pulmão com fumaça no lugar de oxigênio
– ou por defeitos naqueles poucos genes do núcleo que têm a ver com as mitocôndrias.
No entanto, os cientistas notam que muitas dessas doenças têm maior incidência na família da mãe do que na do pai – e DNA mitocon-
drial é herança materna. Nos Estados Unidos, cientistas da Universidade Emory já provaram que um tipo de cegueira, a neuropatia de Leber,
é provocado por falhas do DNA mitocondrial. O problema deve ocorrer nas mitocôndrias de todas as células da vítima, mas as oculares
seriam as primeiras a manifestar sintomas. Afinal, os músculos dos olhos gastam muita energia, até para manter a retina fixa numa palavra.
Calcula-se que suas mitocôndrias trabalham em dobro na hora de se ler um texto qualquer, como este.
OLIVEIRA, Lúcia Helena de. Ela é a causa de doenças quando funciona mal. Mitocôndria, uma E.T. na célula. Superinteressante. São Paulo, n. 76, jan 1994. (Adaptado).

2
Energia para a vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

01. O que é a ATP fornecida pelas mitocôndrias e qual é sua função?

02. Por que os espermatozoides contêm muitas dessas organelas?

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Plastos ou plastídios
Você já reparou que os vegetais têm cores bem

 Kevin Griffin/123RF
interessantes?
Por exemplo, as algas, as folhas de plantas e os fru-
tos podem apresentar inúmeras colorações diferentes.
Mas o que gera essas cores?
Uma das características dos vegetais e das algas

©Ingimage
que chama atenção do ser humano é a diversidade
apresentada colorações, que podem ser verdes,
avermelhadas, amareladas, alaranjadas ou, ainda,
apresentar tons de marrom.
Essa característica é determinada pela presença de
uma organela denominada plasto ou plastídio. A forma
e o tamanho dessas organelas, exclusivas dos vegetais

©Purestock/Latinstock
e das algas, são variáveis, e isso se dá conforme o tipo
de organismo e da célula em que são encontradas.
Os plastos ou plastídios estão diretamente
relacionados com os processos de fotossíntese e arma-
zenamento de energia.
©Purestock/Latinstock

Cada plastídio é circundado por um envoltório


formado por duas membranas. Internamente, está dife-

Biologia
renciado em um sistema de membranas ou tilacoides
e uma matriz mais ou menos homogênea denominada
estroma.
Pode-se dizer que os principais tipos de plastos são
os leucoplastos, os cromoplastos e os cloroplastos.

Leucoplastos
São plastídios não pigmentados, ou seja, incolores; acumulam substâncias nutritivas e
se encontram em raízes e caules tuberosos. Exemplos: amiloplastos (amido), oleoplastos
(óleos).

Cromoplastos
São plastos que possuem pigmentos, são coloridos e participam da fotossíntese.
Classificam-se de acordo com a cor predominante.
• Xantoplastos – Amarelos, contêm xantofila, pigmento encontrado em certas algas e
nas partes amarelas dos vegetais mais complexos (folhas, frutos etc.); ala­ranjados,
3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Energia para a vida
©Image Source/Latinstock
contêm caroteno, encontrado em al- grandes e apresentam forma variada. Já
gumas algas e nas partes alaranjadas nos vegetais, são ovoides, existindo vários
dos vegetais (cenoura, frutos maduros em cada célula, e estão imersos no hia-
etc.). loplasma sem posição definida, uma vez
• Eritroplastos – Vermelhos, contêm que são arrastados pelo movimento de
licopeno, pigmento presente nos ve- ciclose.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
getais superiores e nos frutos madu- No cloroplasto, o tilacoide apresenta
ros (tomate, por exemplo). Nas algas inúmeras invaginações internas, formando
vermelhas (rodofíceas), o pigmento é túbulos e bolsas. Essas bolsas, por sua
a ficoeretrina.
vez, organizam-se em pilhas chamadas
• Feoplastos – Pardos e escuros, cujo granum, e o conjunto de pilhas membra-
pigmento é a feofeína, encontrada nosas do cloroplasto denomina-se grana.
apenas nas algas pardas (feofíceas).
2 µm
• Cloroplastos – Verdes, contêm clorofila CLOROPLASTO

e são os principais tipos de plastos FOLHA


Epiderme superior
Estroma

responsáveis pela fotossíntese. Granum

Cloroplastos
São os plastos que apresentam cloro- Membrana
tilacoide
Ciclose é o fila, que é um pigmento de cor esverdeada
Epiderme inferior
Membrana
Membrana Espaço
movimento e responsável pela absorção de energia externa interna tilacoide

de circulação Estrutura de um cloroplasto


promovido pelo luminosa no processo de fotossíntese.
Os cloroplastos são praticamente a
citoplasma de uma ©Ingimage

célula. fonte mais importante de todo o nosso


suprimento alimentar e de nossa energia,
além de serem sítios da fotossíntese. Nesse
A cor verde
desses
processo, os cloroplastos produzem car-
organismos se boidratos (na presença de luz e de dióxido
deve à presença
de clorofila nos de carbono), que também estão envolvidos
plastídios das
células. na síntese de aminoácidos e ácidos graxos,
Encontram-se em alguns protistas além de fornecerem espaço para o armaze-
(euglena), nas algas verdes (clorofíceas), namento temporário de amido.
nas briófitas (musgos), nas pteridófitas A presença de DNA e RNA e a capacida-
(samambaias), nas gimnospermas e nas de de síntese de proteínas por ribossomos
angios­
permas. Estão presentes também sugerem que essas organelas sejam inde-
nas células das partes verdes do vegetal, pendentes e que, provavelmente, tenham
expostas à luz, principalmente nas folhas. sido originadas a partir de uma associação
Nas algas, existem apenas um ou simbiótica entre seres procarióticos fotos-
dois cloroplastos em cada célula, que são sintéticos e outros organismos.

Membrana Membrana
A externa interna

Tilacoide

500 nm Estroma Granum


Tilacoide Granum

Tilacoide B
Estroma
Figura que ilustra um cloroplasto: A. Microfotografia eletrônica B. Esquema baseado na microfotografia eletrônica
4
Energia para a vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

ATIVIDADES

01. (Ifsp – 2013) Abaixo está esquematizada uma A micrografia acima é de uma organela celular
célula vegetal. encontrada em grande quantidade em células
que possuem alto gasto energético. Acerca des-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
sa organela, analise como verdadeiras (V) ou
falsas (F) as afirmações a seguir.
( ) Trata-se de uma organela essencial ao
processo de fotossíntese.
( ) É uma organela que está associada ao
processo de respiração celular.
( ) É nessa estrutura que ocorre a síntese de
ATP.
( ) A função dessa organela é a síntese de gli-
cose, fonte principal de energia.
Disponível em: <3dbiology.pbworks.com/w/page/3719423/ ( ) É nessa organela que ocorre o ciclo de
Plants%20Graphics>. Acesso em: 22 out. 2012. (Adaptado). Krebs.
Sabendo-se que a estrutura 1 corresponde ao
cloroplasto e a estrutura 2 à mitocôndria, assina- 03. (FGV-SP – 2013) Observe a figura que ilustra uma
le entre as afirmativas abaixo a que está correta. possível explicação, formulada pela pesquisado-
ra Lynn Margulis, em 1981, para o processo de
a) Os cloroplastos são exclusivos de seres
evolução das células eucariontes a partir de um
eucariontes que realizam fotossíntese, en-
ancestral procarionte.
quanto as mitocôndrias são encontradas
Célula eucariótica
nos seres eucariontes em geral. fotossintética
ancestral
b) Cloroplastos captam oxigênio do meio para
quebra da molécula de glicose com libera-
ção de energia para a atividade celular.
c) As mitocôndrias contêm o pigmento cloro- TE
M
PO
Procarionte
ancestral
fila capaz de captar energia luminosa, para Célula eucariótica
a realização da fotossíntese, que ocorre no heterotrófica ancestral
Disponível em: <www.cientic.com/tema_classif_img3.html>.
interior de suas cristas.
De acordo com a pesquisadora, o processo evo-
d) As duas estruturas são encontradas em cé-
lutivo celular teria ocorrido em função:

Biologia
lulas eucarióticas de praticamente todos os
a) da internalização de organelas membrano-
seres vivos, exceto os organismos perten-
sas, tais como o lisossomo e o complexo de
centes ao grupo das algas.
Golgi, a partir da simbiose com procariontes.
e) As mitocôndrias realizam um processo vital
b) do surgimento do núcleo celular a partir da
de transformação de energia luminosa em incorporação de organismos primitivos pro-
energia química, que é armazenada em mo- cariontes semelhantes às bactérias.
léculas orgânicas. c) do desenvolvimento de organelas membra-
02. (UFPE – 2013 – Adaptada) nosas, tais como mitocôndrias e cloroplas-
tos, a partir de invaginações da membrana
celular.
d) da fagocitose de procariontes aeróbios e
fotossintetizantes, originando os eucariontes
autótrofos e heterótrofos respectivamente.
e) da formação de membranas internas e, pos-
teriormente, da endossimbiose de ancestrais
das mitocôndrias e dos cloroplastos.
5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Energia para a vida

04. (Enem – 2013) A estratégia de obtenção de plan- IV. Cloroplastos


tas transgênicas pela inserção de transgenes V. Vesículas secretoras
em cloroplastos, em substituição à metodologia VI. Peroxissomas
clássica de inserção do transgene no núcleo da Nas células das plantas, as organelas que apre-
célula hospedeira, resultou no aumento quanti- sentam o mecanismo de síntese proteica igual ao
tativo da produção de proteínas recombinantes dos procariotos correspondem às de números:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
com diversas finalidades biotecnológicas. O a) I e IV.
mesmo tipo de estratégia poderia ser utiliza- b) II e III.
da para produzir proteínas recombinantes em c) III e VI.
células de organismos eucarióticos não fotossin-
d) IV e V.
tetizantes, como as leveduras, que são usadas
para produção comercial de várias proteínas 07. (UEPB – 2012) Observe o esquema a seguir,
recombinantes e que podem ser cultivadas em representativo de uma organela citoplasmá-
grandes fermentadores. tica. Agora, utilizando-se do esquema e dos
Considerando a estratégia metodológica des- conhecimentos científicos atuais, analise as pro-
crita, qual organela celular poderia ser utilizada posições que seguem, colocando V (Verdadeiro)
para inserção de transgenes em leveduras? ou F (Falso).
a) Lisossomo
b) Mitocôndria
c) Peroxissomo
d) Complexo golgiense
e) Retículo endoplasmático

05. (Enem – 2013) Para a identificação de um rapaz


vítima de acidente, fragmentos de tecidos foram
retirados e submetidos à extração de DNA nu-
clear, para comparação com o DNA disponível
dos possíveis familiares (pai, avô materno, avó
materna, filho e filha). Como o teste com o DNA ( ) A complexidade destas organelas, o fato
nuclear não foi conclusivo, os peritos optaram de possuírem genes, capacidade de au-
por usar também DNA mitocondrial, para dirimir toduplicação e a semelhança genética e
dúvidas. bioquímica com certas bactérias, além da
capacidade de síntese proteica, decor-
Para identificar o corpo, os peritos devem verifi-
rente da presença de 3 – DNA circular e
car se há homologia entre o DNA mitocondrial do
4 – mitorribossomos, sugerem que essas
rapaz e o DNA mitocondrial do(a): organelas sejam descendentes de seres
a) pai. procarióticos primitivos, que se instalaram
b) filho. no citoplasma de primitivas células euca-
c) filha. rióticas. Essa hipótese é conhecida como
d) avó materna. simbiogênese.
e) avô materno. ( ) Em certos seres que apresentam reprodu-
ção sexuada, estas organelas têm sempre
06. (Uerj – 2012) Durante o processo evolutivo, origem materna; isto é, consequência do
algumas organelas de células eucariotas se for- processo de degeneração que elas sofrem
maram por endossimbiose com procariotos. Tais durante a formação do gameta masculino.
organelas mantiveram o mesmo mecanismo de Assim, doenças como Mal de Alzheimer e
síntese proteica encontrado nesses procariotos. síndrome de Leigh estão codificadas na
estrutura 3, que são moléculas circulares
Considere as seguintes organelas celulares, de DNA, tendo sempre herança materna.
existentes em eucariotos.
( ) Nestas organelas ocorre a fotossíntese,
I. Mitocôndrias processo no qual moléculas de CO2 e H2O
II. Aparelho golgiense reagem na presença da energia luminosa
III. Lisossomas proveniente do Sol, formando glicídios e O2.
6
Energia para a vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

( ) Nestas organelas ocorre a respiração ae- b) acumula mutações de forma lenta.


róbia, processo em que moléculas orgâni- c) sofre recombinações com alta frequência.
cas provenientes do alimento reagem com d) apresenta fita única e replica-se facilmente.
O2, formando CO2, e H2O e liberando ener- e) possui polimerase capaz de iniciar sozinha a
gia, que é armazenada em moléculas de síntese de sua cadeia.
ATP, que serão utilizadas pela célula para

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
fornecimento de energia. 09. (UFG – 2012) Leia o texto a seguir.
( ) No esquema acima, identificamos em 1 a A teoria endossimbiótica, proposta pela bióloga Lynn
membrana externa, que corresponde, na Margulis, indica que os primeiros eucariontes eram
sua origem, à membrana plasmática do eu- organismos anaeróbios, heterotróficos e que se ali-
carionte ancestral e, em 2, as membranas mentavam fagocitando bactérias aeróbicas e fo-
internas, que correspondem, na sua ori- tossintetizantes. Essas bactérias fagocitadas pelos
gem, à membrana plasmática das bactérias eucariontes simples teriam mantido com eles relação
aeróbias ancestrais dessas organelas. simbiótica harmônica e, com o tempo, passaram a
Assinale a alternativa que apresenta a sequência constituir um só organismo.
correta.
Essa teoria tem nos cloroplastos e mitocôndrias
a) V – V – F – V – V
elementos-base de sua evidência, porque essas
b) V – F – F – V – V
organelas apresentam:
c) F – F – F – V – V
a) membrana dupla: a interna seria da bactéria
d) V – V – V – F – V
fagocitada e a externa, do envoltório da célu-
e) V – F – F – V – F la eucarionte.
08. (UFPB – 2012) Os estudos de Biologia Molecular b) reprodução por brotamento, caracterís-
têm auxiliado na busca do conhecimento sobre tica também encontrada nas bactérias
origem, evolução e jornada do homem na Terra. fagocitadas.
Nesses estudos, utiliza-se, principalmente, o c) RNA circular compatível com o que existe no
DNA mitocondrial. Os bons resultados alcança- núcleo das células eucariontes.
dos para os estudos entre espécies próximas, d) cinetoplastos, que foram incorporados às
utilizando o DNA mitocondrial, ocorrem porque células eucariontes.
essa molécula: e) carapaça de proteína transferida para as cé-
a) é herdada maternalmente. lulas eucariontes.

ANOTAÇÕES

Biologia

7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Energia para a vida

Fotossíntese, vida na
presença de luz

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O cloroplasto é a sede da fotossíntese (do grego photos = luz; e syntitheanai =
juntar, produzir) e é por meio desse processo que a maioria dos seres autotró-
ficos produz substâncias orgânicas, nutrientes, e obtém energia.
Outra consequência da fotossíntese é a liberação do gás oxigênio para a atmosfera.
Sabe-se que a maioria do oxigênio existente no ar é proveniente da fotossíntese realizada
pelas algas marinhas.
Veja a linha do tempo das descobertas sobre a fotossíntese.
Na fotossíntese, a Joseph Priestley (1733-1804), químico inglês, descobre que a vegetação pode res-
energia luminosa taurar o ar.
é convertida em
energia química e Ar “esgotado” Ar “puro”
o carbono é fixado (irrespirável) plantas
em compostos
orgânicos. Jan Ingenhousz (1730-1799), médico holandês, descobre que, para “restaurar” o ar,
as plantas têm de ser iluminadas.
luz
Ar “esgotado” Ar “puro”
(irrespirável) plantas

Mais tarde, os químicos descobrem que a pesquisa de Priestley poderia ser mais
bem elaborada e propõem:

luz
Ar rico em gás carbônico Ar rico em oxigênio
(CO2) plantas (O2)

Jan Ingenhousz, em 1796, amplia suas descobertas e sugere que:

luz
Gás carbônico Compostos orgânicos + Gás oxigênio
(CO2) plantas (contendo átomos de C) (O2)

Nicolas Saussure (1767-1845), cientista suíço, apresenta a água como elemento


participante da fotossíntese.

luz
Gás carbônico + H2O Compostos orgânicos + Gás oxigênio
(CO2) (água) plantas (contendo átomos de C) (O2)

Charles Reid Barnes (1858-1910), pesquisador inglês, propõe fotossíntese ao


processo de síntese de compostos orgânicos a partir do CO2, clorofila e luz. Outros pes-
quisadores sugerem, então, uma equação química para o processo da fotossíntese.

Reagentes Produtos
luz
6 CO2 + 6 H 2O C6H12O6 + 6 O2
(gás carbônico) (água) plantas (glicídio) (gás oxigênio)

Cornelis Bernardus van Niel (1897-1985), bioquímico holandês, propõe que todos
os átomos de oxigênio do gás oxigênio (O2) deveriam ser provenientes da água.
8
Energia para a vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

Reagentes Produtos
luz
6 CO2 + 12 H2O C6H12O6 + 6 O2 + 6 H 2O
(gás carbônico) (água) plantas (glicídio) (gás oxigênio) (água)

Melvin Calvin (1911-1997), bioquímico americano, e seus pesquisadores concluíram

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
que o gás oxigênio formado na fotossíntese era proveniente exclusivamente das moléculas
da água, reforçando a teoria de Niel.
Calvin e a equipe também descobriram que o carbono é reduzido exclusivamente no
estroma do cloroplasto por meio de uma série de reações batizadas de Ciclo de Calvin.
Por conta dessa descoberta, Calvin recebeu, em 1961, o Prêmio Nobel.
Equação geral da fotossíntese na atualidade:

luz
6 CO2 + 12 H2O C6H12O6 + 6 O2 + 6 H2O
plantas

Com base no que foi estudado durante muito tempo, pode-se dizer que a fotossín-
tese é um dos fenômenos biológicos de maior importância para os seres vivos, pois
produz substâncias orgânicas a partir de inorgânicas; transforma a energia luminosa em A energia luminosa
energia química, que fica armazenada na forma de glicose, principal combustível das é transmitida em
células; e produz o oxigênio que será utilizado na respiração celular aeróbica. unidades chamadas
quanta (singular
Esse processo somente se realiza em presença de luz e do pigmento verde denomi- = quantum) ou
nado clorofila. A clorofila absorve a luz com maior eficiência nos comprimentos de onda fóton. Para que a
correspondentes ao azul e ao vermelho. fotossíntese ocorra,
é necessário
Nos seres eucariontes que realizam a fotossíntese, a clorofila é encontrada no inte- que a clorofila
rior dos plastos. Nas cianobactérias, seres procariontes fotossintetizantes, a clorofila é absorva a energia
encontrada na superfície de certas membranas internas, já que os procariontes não têm de um fóton com
plastos. Convém citar que, além da clorofila, existem outros pigmentos envolvidos na o comprimento
ideal de onda para
fotossíntese: os carotenoides, as xantofilas e as ficobilinas.
iniciar as reações
Ainda com relação à clorofila, cabe ressaltar que elas existem em dois tipos: a e b. químicas.
A clorofila a ocorre nos organismos clorofilados; apresenta-se na cor verde-azulada e Disponível em:
absorve luz na região do espectro próximo ao azul e ao violeta e também próximo ao ver- <http://www.
infoescola.
melho. Já a clorofila b se apresenta na cor verde e é considerada um pigmento acessório, com/biologia/
fotossintese/>.
assim como os carotenoides. Acesso em: 20 fev.
Comprimento de onda de cada cor (em nanômetros)
2014.

Biologia
380 nm 500 nm 600 nm 750 nm

Violeta Azul Verde Amarelo Laranja Vermelho

Espectro de ação
da fotossíntese
100 M
Ondas de
rádio
1M
Intensidade de absorção

1 cm
Micro-ondas
0,01 cm
Sylvia S. Mader. Biology. WCB.

Luz
infravermelha
1 000 nm
Clorofila a
Luz visível
Clorofila b
Luz
ultravioleta
10 nm
Raio x
1 nm

Raios
gama

0,001 nm
Espectro eletromagnético Comprimento de ondas absorvidas pelas clorofilas a e b
Prisma

9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Energia para a vida

Etapas da fotossíntese
Retomando a equação geral da fotossíntese:

luz
6 CO2 + 12 H2O C6H12O6 + 6 O2 + 6 H2O
clorofila

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Pode-se dizer que a equação anterior mostra apenas as substâncias que participam
como reagentes iniciais e as que são produzidas ao final do processo. Porém, a fotossín-
tese é um processo bastante complexo, que envolve várias reações químicas.
De forma simplificada e para facilitar o estudo, a fotossíntese pode ser dividida em
quatro etapas.

Primeira etapa: absorção de luz


As moléculas de clorofila presentes na membrana do tilacoide absorvem luz, que
promove a quebra de moléculas de água ali presentes. Acompanhe a equação seguinte.

Luz
2 H 2O O2 + 4H+ + 4 e–
(água) Clorofila (gás oxigênio) (íons hidrogênio) (elétrons)

Segunda etapa: transporte de elétrons


Os elétrons liberados da quebra da água são transferidos sequencialmente de um
aceptor a outro, liberando parte da energia. O último aceptor de elétrons da cadeia trans-
portadora do cloroplasto é o NADP (nicotinamida adenina, dinucleotídio, fosfato). Esse
transporte de elétrons leva à redução de NADP+ a NADPH.

4 H2O + 2 NADP+ O2 + 2 H 2 O + 2 NADPH2

Terceira etapa: produção de ATP (adenosina trifosfato)


Esse processo também pode ser denominado quimiosmose. Na fotossíntese, a pro-
dução de ATP a partir de ADP e fosfato é denominada fotofosforilação.

ADP + P ATP

Quarta etapa: fixação do carbono


Nessa etapa, ocorre a conversão de CO2 em glicídios (moléculas orgânicas).
CO2 + 3 ATP + 2 NADPH2 (CH2O) + 3 ADP + 3 P + 2 NADP + H2O

As etapas que precedem a fixação do carbono, ou seja, a fotólise da água, o trans-


porte de elétrons com a produção de NADPH2 e a síntese de ATP dependem diretamente
da presença de luz. Por esse motivo, essas etapas fazem parte da fase de claro ou fase
fotoquímica da fotossíntese.
Já a etapa final, de fixação ou também denominada de redução do carbono, pode
ocorrer mesmo em ambiente escuro, pois não depende necessariamente da presença de
luz, embora precise de produtos das etapas anteriores.
10
Energia para a vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

Essa etapa é, portanto, denominada de fase de escuro ou química da fotossíntese.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Primeira fase Segunda fase

Esquema das etapas da fotossíntese no cloroplasto

Produtos da fotossíntese
Parte da glicose produzida na fotossíntese é utilizada pelas células na respiração.
A outra poderá transformar-se em outros açúcares, aminoácidos ou lipídios, enquanto
uma terceira porção sofrerá polimerização (união de dezenas de moléculas de glicose),
formando o amido, que será armazenado como reserva.

Transporte
Movimentação
Recepção
Trabalho e transmissão de estímulos
Acúmulo e transmissão
de informações genéticas
ATP Síntese de compostos químicos

O2
CO2
Mitocôndria
H2O

Biologia
Cloroplasto
Degradação do alimento
com liberação de energia
CO2 e H2O

Energia solar
acumulada em
compostos químicos
(alimento)

Desenho que ilustra a captação de energia pela fotossíntese, seu acúmulo nos alimentos e a sua utilização
pelas células.

Fotossíntese em bactérias
As bactérias fotossintetizantes (sulfabactérias) utilizam o gás sulfídrico (H2S) como
fonte de hidrogênio no lugar da água (H2O), conforme podemos observar na equação a
seguir.
6 CO2 + 12 H2S C6H12O6 + 6 H2O + 12 S

11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Energia para a vida

Quimiossíntese
É um processo de produção de substâncias
Oxidação
2 NH3 + 3 O2 2 HNO2 + 2 H2O + ENERGIA orgânicas a partir de água, gás carbônico e a ener-
(Amônia) (Nitrito) gia liberada de reações de oxidação de substâncias
inorgânicas simples, como amônia, enxofre, sais de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ferro etc.
6 CO2 + 12 H2O C6H12O6 + 6 H2O + 6 O2
Quimiossíntese Bactérias que vivem em ambientes anaeróbicos
(pobres em gás oxigênio) e arqueas metanogênicas
(que vivem em pântanos e tubos digestórios de animais) obtêm energia por meio desse
processo.
Entre as bactérias quimiossintetizantes, destacam-se dois tipos que vivem no solo: as
do gênero Nitrosomonas e do gênero Nitrobacter. Essas bactérias participam ativamente
da reciclagem do elemento químico nitrogênio, que é fundamental para o desenvolvi-
mento dos vegetais e da manutenção da vida de diversos outros seres vivos.

ATIVIDADES
01. (Fuvest – 2012) capacidades químicas, permitindo-lhe sintetizar cloro-
Luz do sol fila, produzindo, assim, seu alimento. Essa capacidade
Que a folha traga e traduz é a mais nova proeza do Elysia, cujas habilidades
evolutivas têm chamado a atenção da comunidade
Em verde novo
científica.
Em folha, em graça, em vida, em força, em luz
Superinteressante. mar. 2010. Disponível em: <http://super.abril.com.br/mundo-
Caetano Veloso animal/criatura-fusao-animal-vegetal-543145.shtml>. Acesso em: 20 jun. 2012.
(Adaptado).
Os versos de Caetano Veloso descrevem, po-
eticamente, um processo biológico. Escolha, a) Explique a função da clorofila na fotossíntese.
entre as equações abaixo (I, II ou III), a que re-
presenta esse processo, em linguagem química.
Justifique sua resposta, relacionando o que
dizem os versos com o que está indicado na
equação escolhida.
I. 6CO2 + 6H2O + Energia → C6H12O6 + 6O2
II. C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O + Energia
III. ADP + Pi + Energia → ATP + H2O

b) Pelo fato de realizar fotossíntese, qual seria


uma possível vantagem adaptativa do Elysia
chlorotica em relação a outros moluscos que
são heterotróficos?

02. (UEL – 2013) Leia o texto a seguir.


Elysia chlorotica (um tipo de lesma-do-mar) é um
molusco híbrido de animal e vegetal, considerado o
primeiro animal autotrófico. Cientistas identificaram
que o Elysia incorporou o gene das algas Vaucheria
litorea – o psbO – das quais ele se alimentava, por isso
desenvolveu a capacidade de fazer fotossíntese por
aproximadamente nove meses. Os últimos estudos
revelam que o molusco marinho também desenvolveu
12
Energia para a vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

03. (UEPG – 2012) Com relação ao processo de fotos- carboidrato e libera carbono na forma de
síntese esquematizado abaixo, assinale o que for CO2 na mesma proporção, ou seja, consome
correto. tudo o que produz.
c) morre, pois não consegue produzir energia
suficiente para suas atividades metabólicas.
d) cresce, pois utiliza todo o carbono disponível

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
para a produção de energia metabólica para
a manutenção da vida.

05. (Unesp – 2013) Um vaso com uma planta de


folhas verdes foi colocado sobre uma mesa,
no centro de um quarto totalmente vedado, de
modo a impedir a entrada da luz externa, e ali
permaneceu por 24 horas.
LINHARES, S.; GEWANDSZNAJDER, F. Biologia hoje, os seres vivos. 15. ed. Durante as 12 primeiras horas (período I), a
Volume 1. São Paulo: Ática. 2008.
planta foi iluminada com luz verde, de com-
01) A fase escura da fotossíntese, também primento de onda na faixa de 500 a 550 nm.
denominada de ciclo de Calvin, está repre-
Nas 12 horas seguintes (período II), a planta
sentada na Fase II e ocorre nos tilacoides
foi iluminada com luz laranja-avermelhada, de
dos cloroplastos.
comprimento de onda na faixa de 650 a 700 nm.
02) Na Fase I, os átomos de hidrogênio prove-
nientes da água e os carbonos obtidos a Considerando a incidência da luz sobre a plan-
partir do gás carbônico ocasionam a produ- ta e a taxa fotossintética, é correto afirmar que,
ção de glicose. aos olhos de um observador não daltônico
04) Na Fase I, há à produção de hidrogênio e que estivesse no quarto, as folhas da planta se
gás carbônico, os quais são imediatamente apresentariam:
liberados pela planta ao ambiente. a) de cor verde no período I e enegrecidas
08) Nos eucariotos, a fotossíntese ocorre nos no período II, e a taxa de fotossíntese seria
cloroplastos. Já nas cianobactérias (seres maior no período II e reduzida ou nula no pe-
procariotos), a fotossíntese ocorre em um ríodo I.
conjunto de membranas, semelhantes às b) enegrecidas no período I e de cor vermelha
membranas dos tilacoides, localizadas no no período II, e a taxa de fotossíntese seria
citossol. maior no período I e reduzida ou nula no pe-
16) A fase clara da fotossíntese, ou etapa fo- ríodo II.

Biologia
toquímica, está representada na Fase I e
c) enegrecidas no período I e enegrecidas no
ocorre na presença de energia luminosa,
período II, e em ambos os períodos a plan-
que é absorvida pela clorofila e armazenada
ta não realizaria fotossíntese, mas apenas
na forma de ATP.
respiração.
Soma ( )
d) de cor verde no período I e de cor vermelha
04. (UFSJ – 2013) O ponto de compensação fótico no período II, e a taxa de fotossíntese seria
é o ponto em que, para uma certa luminosidade, maior no período I do que no período II.
uma planta devolve e fixa as mesmas quanti- e) de cor verde no período I e de cor verde no
dades de carbono para o ambiente durante a período II, e a taxa de fotossíntese seria a
fotossíntese.
mesma em ambos os períodos.
Nessas condições, é correto afirmar que a planta:
a) continua crescendo, pois, embora consuma 06. (Ibmec – 2013) O gráfico abaixo representa a re-
carboidrato proveniente da fotossíntese, não lação entre uma reação que ocorre em alguns
interrompe os processos de retirada de água seres vivos e a concentração do gás carbônico.
e alimento do solo. De acordo com o gráfico e os dados nele indica-
b) não cresce, pois fixa carbono na forma de dos, assinale a alternativa incorreta.
13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Energia para a vida

09. (Ifsp – 2012) As indústrias de refrigerantes ou


Taxa da
reação
bebidas gaseificadas, como a água com gás,
adicionam gás carbônico a essas bebidas.
Assim, se essas bebidas fossem colocadas
em um copo e não fossem ingeridas, o gás
carbônico:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) reagiria com os corantes e estabilizantes des-
sas bebidas e as bolhas desapareceriam.
Concentração de b) seria liberado para o ar e não seria mais utili-
gás carbônico zado por qualquer ser vivo.
a) A reação exemplificada nesse gráfico é reali- c) se transformaria em substância não gasosa,
zada somente por seres autótrofos. mudando o sabor dessas bebidas.
b) A reação representada na questão utiliza oxi- d) seria liberado para o ar e poderia ser utiliza-
gênio como um de seus reagentes. do na respiração realizada pelos vegetais.
c) Após o ponto B, a concentração do CO2 não e) escaparia para o ar e poderia ser utilizado na
influencia mais na taxa da reação. fotossíntese realizada pelos vegetais.
d) A reação representada na questão utiliza a
luz solar como fonte de energia. 10. (UFPR – 2012) Considere o seguinte experi-
e) Do ponto A até o ponto B a taxa da reação mento: duas plantas cresceram em ambientes
completamente isolados. A planta A cresceu
aumenta proporcionalmente à concentração
com suprimento de dióxido de carbono normal,
do gás carbônico.
mas foi regada com água contendo átomos de
07. (Feevale – 2012) Marque a alternativa que com- oxigênio radioativo. A planta B desenvolveu-se
pleta corretamente a frase que segue. com suprimento de água normal, mas em uma
atmosfera com dióxido de carbono que conti-
As folhas das árvores parecem-nos verde por-
nha átomos de oxigênio radioativo. Cada planta
que a luz solar que incide sobre elas:
cresceu realizando fotossíntese. Foram então
a) é verde e as folhas refletem-na.
analisados, para detecção de radioatividade, o
b) contém a cor verde e esta é absorvida pelas oxigênio da atmosfera e os açúcares das plan-
folhas. tas. Em qual sistema (A ou B) será encontrado
c) contém a cor verde e esta é refletida pelas oxigênio radioativo e em qual será encontrado o
folhas. açúcar radioativo? Explique suas escolhas.
d) não contém a cor verde e as plantas emitem-na. Reação simplificada da fotossíntese:
e) contém as cores vermelha e azul e a cor ver- dióxido de carbono + água + luz → açúcar +
de emitida pelas folhas é uma mistura destas oxigênio
duas.

08. (Feevale – 2012) O sequestro de carbono é um


processo de remoção de gás carbônico da at-
mosfera por organismos fotossintetizantes, o
que ocorre em oceanos e florestas. Assinale a
alternativa incorreta sobre a fotossíntese.
a) Para ocorrer, é necessária a presença de clo-
rofila, que é um pigmento verde.
b) A etapa fotoquímica ocorre nos tilacoides
dos cloroplastos.
c) A etapa bioquímica ocorre no estroma dos
cloroplastos.
d) Pode ser representada pela equação: 6CO2 + 11. (Uerj – 2012) Em uma experiência, mediram-se,
+ 6H2O → C6H12O6 + O2. em presença do ar atmosférico, o consumo e a
e) O oxigênio é produzido na etapa fotoquímica produção de oxigênio de uma planta em função
a partir da fotólise da água. da luminosidade a que estava submetida.
14
Energia para a vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

A curva do gráfico abaixo indica os resultados 13. (PUC-Rio – 2012) Atualmente um dos principais
da medição. temas apresentados na mídia é a mudança cli-
mática global vinculada ao aumento de gás
Produção de O2 carbônico atmosférico. E uma das principais
maneiras de mitigação deste problema seria o
sequestro de carbono pelas plantas, especial-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
mente pelas espécies arbóreas. Que processo
fisiológico realizado pelas plantas captura o car-
Intensidade luminosa
bono atmosférico?
a) Respiração
b) Absorção de nutrientes pela raiz
Consumo de O2

c) Expressão gênica
d) Fotorrespiração
e) Fotossíntese
Identifique os dois pontos da curva que repre-
sentam condições para o crescimento dessa 14. (Cefet-MG – 2012) As plantas são capazes de
planta a partir do acúmulo de reservas energéti- realizar a fotossíntese (I) e também a respiração
cas. Justifique sua resposta. celular (II). Assim, o processo (I) ocorre, princi-
palmente, e o (II) .
Os termos que preenchem de forma correta as
lacunas são, respectivamente:
a) durante dia, à noite.
b) à noite, durante o dia.
12. (UFTM – 2012) O gráfico ilustra o espectro de c) na presença de luz, com ou sem luz.
absorção da luz pelas clorofilas a e b, em dife- d) na ausência de luz, durante a noite.
rentes comprimentos de onda. Elas são duas
das principais clorofilas presentes nos eucarion- 15. (Cefet-MG – 2012) Sobre a fotossíntese, afirma-
tes fotossintetizantes. -se corretamente que é:
a) realizada por órgãos subterrâneos.
b) essencial para a cadeia alimentar.
c) bloqueada pela iluminação artificial.
d) inútil para plantas aquáticas submersas.

16. (Unesp – 2011) Em comemoração aos cinco


séculos do descobrimento do País, em 21 de se-

Biologia
tembro de 2000 foi inaugurado no Horto Florestal
da cidade de São Paulo o Arboreto 500 anos. No
Disponível em: <www.austincc.edu>. local foram plantadas 500 mudas de 24 espécies
de árvores nativas do Brasil.
Suponha que três plantas (I, II e III) da mesma
espécie ficaram expostas diariamente aos com- Em 2008, aos 8 anos, a área possuía exemplares
primentos de onda 460 nm, 550 nm e 660 nm por com altura de até 26 metros, como o mutambo e
um mês respectivamente. É possível supor que: o ingá. Nesse ano, os organizadores do Arboreto
a) todas sucumbiram depois desse período, 500 anos resolveram calcular o sequestro de CO2
devido à falta de reservas orgânicas. pelas árvores plantadas. Para isso, calcularam o
b) apenas a planta II conseguiu sintetizar matéria volume dos troncos, ramos, raízes e densidade
orgânica suficiente para crescer. da madeira das árvores do local.
c) as plantas I e III conseguiram sintetizar matéria Estimaram que, em oito anos, o Arboreto absor-
orgânica suficiente para crescerem. veu 60 toneladas de CO2.
d) todas permaneceram no seu ponto de com- Contudo, os pesquisadores acreditam que este
pensação fótico durante esse período. número esteja subestimado, pois, ao longo dos
e) a planta II respirou e as outras realizaram oito anos de crescimento das árvores, o total
somente a fotossíntese para crescer. de carbono sequestrado teria sido maior que
15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Energia para a vida

aquele presente quando do cálculo do volume 18. (UPE – 2011) Sobre a organela cloroplasto, ana-
dos troncos, ramos e raízes. Outro importante lise a figura abaixo.
fator deveria ter sido considerado.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Fonte: <http://web.educastur.princast.es/proyectos/biogeo_ov/2bch/
B3_METABOLISMO/t32_FOTOSINTESIS/TEST/65_Diapositiva.GIF>.
Os cloroplastos são envoltos por duas mem-
branas, uma __I__ e outra __II__, separadas por
um espaço intermembranar. No interior dessa
organela, existe uma matriz amorfa __III__, que
Arboreto 500 anos, Parque Estadual Alberto Löfgren (Horto Florestal), São Paulo. contém enzimas, amido, ribossomos e DNA.
(www.abjica.org.br)
Mergulhados nessa matriz, existe um sistema
Que processo fisiológico permitiu às árvores o membranar que forma um conjunto de vesículas
acúmulo de 60 toneladas de carbono e que fa- achatadas __IV__, em forma de discos, onde se
tor deveria ter sido considerado no cômputo do encontra o pigmento clorofila.
total de carbono sequestrado pelas árvores do
Assinale a alternativa que preenche corretamen-
Arboreto ao longo dos oito anos? Justifique suas
te os números das lacunas.
respostas.
a) I. membrana externa, II. membrana interna,
III. estroma, IV. tilacoide.
b) I. membrana interna, II. membrana externa,
III. grana, IV. estroma.
c) I. membrana externa, II. membrana interna,
III. estroma, IV. granum.
d) I. membrana externa, II. membrana interna,
III. estroma, IV. lamela.
e) I. membrana interna, II. membrana externa,
III. lamela, IV. tilacoide.

19. O objetivo da agricultura é a produção de ali-


mentos. Para o seu crescimento, as plantas
necessitam produzir carboidratos a partir de
uma reação química que envolve água, gás car-
bônico e energia luminosa.
Em relação ao contexto:
17. (UFRGS – 2011) A fotossíntese consiste em um
processo metabólico pelo qual a energia da luz a) Qual é o nome da estrutura celular e do pig-
mento responsável pela captação da energia
solar é utilizada na conversão de dióxido de car-
luminosa nas plantas?
bono e de água em carboidratos e oxigênio.
Com relação a esse processo, considere as se-
guintes afirmações.
I. A produção de carboidratos ocorre na etapa
fotoquímica.
II. A água é a fonte do oxigênio produzido pela
fotossíntese. b) Descreva o significado do ponto de com-
pensação fótico e a sua importância para o
III. A etapa química ocorre no estroma dos
crescimento das plantas.
cloroplastos.
Quais estão corretas?
a) Apenas I. d) Apenas II e III.
b) Apenas II. e) I, II e III.
c) Apenas I e III.
16
Energia para a vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

Respiração celular
N os seres vivos, a energia química do alimento pode ser extraída com ou sem
a utilização do oxigênio (O2). No primeiro caso, a respiração é denominada
aeróbia e no segundo é denominada anaeróbia. Nesse tipo de respiração, não há a par-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ticipação das mitocôndrias.
Na grande maioria dos seres vivos, as substâncias utilizadas pelas células como
fontes de energia, ou seja, fornecedoras de hidrogênio (redutor), são os seguintes com-
postos orgânicos: glicose (carboidrato), ácidos graxos (lipídios) e alguns aminoácidos
(proteínas).
Usaremos a glicose como fonte de energia para estudar a respiração celular aeróbica.
Equação geral:

C6H12O6 + 6 O2 6 CO2 + 6 H2O + ATP

A respiração celular aeróbica é dividida em três etapas.

1. Glicólise (etapa anaeróbica)


Ocorre no hialoplasma. Nessa etapa, a glicose, uma hexose (C6H12O6), sofre suces-
sivas reações até formar duas moléculas de ácido pirúvico ou piruvato, uma triose
(C3H6O3). Essa quebra resulta de uma série de reações que liberam energia. No início
da glicólise ocorre uma reação na qual há consumo de energia. Essa energia é forne-
cida por dois ATPs que se transformam em dois ADPs. Nas reações seguintes, ocorre a
liberação de energia suficiente para formar quatro ATPs a partir de quatro ADPs. Nessas
reações, ocorre também a liberação de quatro hidrogênios que não podem ficar livres
no hialoplasma, uma vez que provocariam uma diminuição do pH celular. Para evitar que
isso ocorra, moléculas de outro composto, o NAD (nicotinamina adenina dinucleotídeo),
ligam-se aos átomos de hidrogênios livres, funcionando como um aceptor intermediário
de H+, formando NADH2, que transporta os hidrogênios para a cadeia respiratória.

2 ATP 2 NAD 2 NADH2 Ácido Pirúvico

Glicose

Biologia
2 ADP 4 ADP 4 ATP Ácido Pirúvico
Resumo das etapas da glicólise

2. Ciclo de Krebs (etapa anaeróbica)


Ocorre na matriz mitocondrial, a partir do ácido pirúvico. Mas, antes de entrar na
mitocôndria e no ciclo de Krebs, cada uma das moléculas de ácido pirúvico perde
hidrogênios e CO2, transformando-se em ácido acético, que se combina com a coenzima
A e forma a acetil-coenzima-A. É a partir da acetil-coA que se inicia o ciclo, no qual a
coenzima A é reciclada e volta ao hialoplasma. O grupo acetil combina-se com o ácido
oxalacético e forma o ácido cítrico. Este sofre descarboxilações (liberação de CO2) e
desidrogenações (liberação de H2), reciclando o ácido oxalacético.
O CO2 é liberado enquanto os H2 (hidrogênios) são aceptados pelo NAD ou FAD (fla-
vina adenina dinucleotídeo), outro aceptor de H2, formando NADH2 e FADH2, que trans-
portam os hidrogênios para a última etapa da respiração. Essas reações liberam energia
para a formação de dois ATPs, a partir de duas moléculas de ácidos pirúvicos.
17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Energia para a vida

NAD e FAD são coenzimas que atu- o NADH2 nunca se combina diretamente
am no transporte de H+ para a cadeia com o oxigênio, já que essa reação libe-
respiratória. raria muita energia, prejudicial à célula. Os
elétrons de hidrogênio, carregados de ener-
Ácido pirúvico (três C) gia, unem-se a um grupo de substâncias
chamadas citocromos (cromoproteínas).

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
um NAD
Os citocromos formam uma cadeia
Coenzima A transportadora de elétrons, ao longo da
um NADH2
qual ocorre a liberação de energia em
etapas, por um processo denominado
CO2
fosforilação oxidativa. A energia ali libe-
rada é utilizada para produzir 34 moléculas
Acetil-coenzima A (dois C)
de ATPs. No fim do processo, os elétrons
ligam-se ao O2, formando O2–, o qual, por
sua vez, combina-se com os prótons (H+),
Coenzima A
formando H2O e impedindo a acidificação
celular.
Glicose Saldo
Hialoplasma

Ácido oxalacético Acetil +


Primeira Glicólise Dois ATP
(quatro C) ácido oxalacético

Dois NADH 2 Dois piruvatos


Mitocôndria
Dois NADH 2 Dois Co2
FAD
Ciclo de Krebs
Segunda
NADH2 Matriz Seis NADH2 Quatro Co2
Ciclo de
Dois FADH 2 Krebs Dois ATP
ATP
FADH2
Terceira H2O
NAD ADP Cadeia
34 ATP
Ácido cítrico respiratória Transporte de elétrons
Crista
(seis C) Fosforilação oxidativa Total:
CO2 38 ATP
O2
cinco C Esquema geral da respiração celular aeróbica

CO2
Esquema que ilustra o ciclo de Krebs.
Resumindo
A respiração aeróbia é o conjunto de
3. Cadeia respiratória (etapa aeróbica) reações de oxirreduções que acontecem
Ocorre nas partículas elementares ou no interior da célula. Essas reações degra-
F1 das mitocôndrias. dam substâncias orgânicas e liberam
NADH2
H2 2H++
energia com a produção de água e de gás
2e carbônico. As reações acontecem em três
Citocromo b etapas principais
ATP
2e
Citocromo c • Glicólise
2e • Ciclo de Krebs
Citocromo a
ATP • Cadeia respiratória
2e
Citocromo a3 Observe a descrição sucinta e em eta-
2e pas do processo de respiração aeróbia.
-- H2O + 34 ATPs
O
• O ácido acético reage com a coen-
Esquema que ilustra a cadeia respiratória.
zima-A, formando a acetilCoA, que
Na cadeia respiratória, os NADH2 e penetra na mitocôndria.
o FADH2, produzidos nas duas etapas • A acetilCoA reage com o ácido oxala-
anteriores, cedem os hidrogênios que se cético que existe na matriz mitocondrial
combinam com o oxigênio. No entanto, e dá origem ao ácido cítrico.
18
Energia para a vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

• Em uma sequência de etapas seguintes, acontecem mais duas descarboxilações,


três desidrogenações na presença do NAD, resultando em três NADH.
• Na sequência e na presença do FAD (flavina adenina dinucleotídeo), ocorre a forma-
ção de FADH, refazendo, então, a molécula de ácido oxalacético.
• Nas cristas mitocondriais, ocorrem mais etapas de oxidações consecutivas com a
formação de água como produto final. Essa etapa é denominada cadeia respiratória.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
• Durante essas reações, são produzidas moléculas de ATP, que armazenam energia.

SAIBA MAIS

O que é ATP?
NH2
N C
C N
O

O
– –
O HC
C CH

O —P—O—P—O—P—O—CH2 O N N
O O O H H
H H
OH OH

A estrutura anterior se refere ao ATP (adenosina trifosfato). Essa molécula gera a maior parte da energia
química nas células e, devido a sua estrutura, pode entrar em qualquer meio transportando energia. A ponta em
vermelho é responsável pelo armazenamento de energia.

Respiração celular anaeróbica


Esse processo de respiração não utiliza o oxigênio como aceptor de hidrogênios,
mas outra substância inorgânica, como nitratos (NO3–) ou sulfatos (SO42–).
Ela ocorre no hialoplasma de seres como bactérias, leveduras e parasitas intestinais.
Nos seres de respiração anaeróbica, os íons H+ liberados durante a degradação das
moléculas orgânicas são recolhidos por compostos inorgânicos e geram H2O e energia.

Biologia
Resultantes das oxidações
de moléculas orgânicas

10 H+ + 2 HNO3 N2 (livre) + 6 H2O + Energia


Nitrato proveniente
do meio extracelular

Reação de respiração anaeróbia realizada por bactérias denitrificantes existentes no solo.

Agora observe que as bactérias denitrificantes, como as pseudomonas, tanto podem


usar o nitrato como oxidante (respiração anaeróbia) quanto o oxigênio (respiração
aeróbia). Todavia, elas só reduzem o nitrato a nitrogênio gasoso na ausência do oxigênio.
Já as bactérias do gênero desulfovibrio só oxidam compostos orgânicos usando o sulfato
como oxidante.
Nos dois exemplos de respiração anaeróbia citados, as etapas iniciais são
semelhantes às da respiração aeróbia e, no fim, os citocromos também exercem o papel
de transportadores de hidrogênio. Assim, a única diferença entre a respiração aeróbia e
a anaeróbia é o tipo de oxidante final.
19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Energia para a vida

CO2

CO2
Respiração aeróbica
O2
Ciclo de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Glicólise 2H+
Krebs

Citocromos

2H+
– 2–
NO3 ou SO4

Respiração anaeróbica

Esquema simplificado de respiração celular aeróbica e anaeróbia

Fermentação
A fermentação é um processo de oxirredução fornecedor de energia, no qual comu-
mente a glicose é o doador de hidrogênios e outro composto orgânico é o aceptador final
de íons hidrogênio.
Na ausência de oxigênio, ocorre, na fermentação, a degradação parcial da glicose.
Esse processo acontece integralmente no hialoplasma e é, basicamente, igual ao da
glicólise, já descrito anteriormente.

Fermentação alcoólica
Ocorre em certas bactérias, mas é principalmente observada em leveduras.
CO2
H2
C3H4O3 C2H5OH + ATP
Piruvato Álcool etílico

NADH2 NAD
Entre as leveduras, o Saccharomyces cerevisiae é muito utilizado na fabricação
de pão, bebidas alcoólicas, como vinho, cerveja, aguardente, vodca, uísque, e álcool
combustível etc.
O fermento, que é um tipo de fungo utilizado para fazer crescer a massa de pão,
também realiza fermentação alcoólica. O que faz a massa crescer é o CO2 desprendido
na fermentação.

Fermentação acética
Esse tipo de fermentação é realizado por bactérias e produz ácido acético e CO2.
CO2
C3H4O3 C2H3O + ATP
Piruvato Ácido acético

NAD NADH
A fermentação acética é utilizada na fabricação de vinagre.

Fermentação lática
A fermentação lática é realizada normalmente por bactérias, mas pode, em certas
condições de anaerobiose, ocorrer nas fibras musculares, o que produz ácido lático.
20
Energia para a vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

H2
C3H4O3 C3H6O3 + ATP
Piruvato Ácido lático

NADH2 NAD
Outros exemplos de fermentação lática são o azedamento do leite e a produção de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
picles.

SAIBA MAIS

Fermentação lática X câimbra


Durante um esforço muito prolongado, as células do tecido muscular, por falta de oxigenação, realizam uma
respiração anaeróbica. Nesse caso, o produto final da fermentação é o ácido lático, que se acumula diminuindo o
desempenho muscular e, em algumas vezes, resultando em câimbras.

PESQUISA
Reúna-se com dois colegas e pesquise sobre a aplicação da fermentação lática e
alcoólica na fabricação de alimentos e bebidas. Monte um painel com as informações
encontradas, ilustrando-as. Depois, com os colegas de equipe, apresente o resultado
do trabalho para a turma e o professor.

ANOTAÇÕES

Biologia

21
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Energia para a vida

ATIVIDADES
01. Elabore um quadro comparativo sobre as principais diferenças entre a respiração aeróbia e a fermenta-
ção. Para isso, preencha o quadro com os dados solicitados.

Respiração aeróbia Respiração anaeróbia/fermentação

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Quanto à presença
de oxigênio

Formação de água
como produto final

Quanto à oxidação

Quanto à formação
de moléculas de ATP

Etapas

Em que tipo de seres


vivos ocorre

02. Com os conhecimentos adquiridos até o momento, explique por que é possível sentir um cheiro que
lembra substâncias alcoólicas em um cesto com frutas em decomposição.

22
Energia para a vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

03. (Enem – 2012) Para preparar uma massa básica III. A fase aeróbica da respiração no ser huma-
de pão, deve-se misturar apenas farinha, água, no ocorre nas mitocôndrias, enquanto nas
sal e fermento. Parte do trabalho deixa-se para plantas, ela ocorre nos plastos.
o fungo presente no fermento: ele utiliza amido IV. Tanto nas plantas quanto no ser humano, a
e açúcares da farinha em reações químicas que respiração ocorre o tempo todo.
resultam na produção de alguns outros com-
Assinale se estão corretas, apenas:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
postos importantes no processo de crescimento
a) I e II.
da massa. Antes de assar, é importante que a
massa seja deixada em um recipiente por algu- b) I e III.
mas horas para que o processo de fermentação c) I e IV.
ocorra. d) II e III.
Esse período de espera é importante para que a e) II e IV.
massa cresça, pois é quando ocorre a:
06. (Cefet-MG – 2013) O procedimento experimental
a) reprodução do fungo na massa.
abaixo ilustrado foi sugerido por Joseph Priestley.
b) formação de dióxido de carbono.
c) liberação de energia pelos fungos.
d) transformação da água líquida em vapor
d’água.
e) evaporação do álcool formado na decompo-
sição dos açúcares.

04. (UEM – 2012) A liberação de energia a partir da


quebra de moléculas orgânicas complexas com-
preende basicamente três fases: glicólise, ciclo
de Krebs e cadeia respiratória. Sobre esse as- Disponível em: <http://www2.vobs.at/bio/botanik/pics/b-photo-01.jpg>.
Acesso em 07 out. 2012.
sunto, assinale o que for correto.
A partir da análise desse experimento, o cientista
01) Na cadeia respiratória, que ocorre nas cristas
chegou à conclusão de que:
mitocondriais, o NADH e o FADH2 funcionam
como transportadores de íons H+. a) as plantas foram capazes de renovar o ar.
02) A glicólise é um processo metabólico que só b) o vidro impediu a passagem de raios lumi-
ocorre em condições aeróbicas, enquanto o nosos.
ciclo de Krebs ocorre também nos proces- c) o rato morreu por causa da ausência de ali-
sos anaeróbicos. mentos.
04) Nas células eucarióticas, a glicólise ocorre d) a movimentação do ar apagou a vela com a
no citoplasma, enquanto o ciclo de Krebs e colocação do vidro.
a cadeia respiratória ocorrem no interior das

Biologia
mitocôndrias. 07. (Unifesp – 2013) Considere a receita.
08) No ciclo de Krebs, uma molécula de glico- Receita de pão
se é quebrada em duas moléculas de ácido Ingredientes:
pirúvico. 500 mL de água
16) A utilização de O2 se dá no citoplasma, du- 1 e ½ kg de farinha de trigo
rante a glicólise. 1 copo de óleo
Soma ( ) 3 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (chá) de sal
05. (Mackenzie – 2013) Respiração e transpiração
são dois processos que ocorrem nas plantas e 50 g de fermento biológico
no ser humano. A respeito disso, considere as Modo de preparo:
afirmações abaixo. Amornar a água e colocar o óleo, o açúcar, o sal e o
I. A transpiração nesses organismos tem finali- fermento em uma tigela.
dades diferentes. Misturar tudo e acrescentar, aos poucos, a farinha, até
II. Na transpiração do ser humano, a água é a massa desgrudar das mãos.
eliminada na forma gasosa, enquanto nas Tirar a massa da tigela, colocá-la na mesa e sová-la.
plantas ela é eliminada na forma líquida. Colocar uma bolinha de massa em um copo com água.
23
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Energia para a vida

Enrolar a massa e deixá-la crescer, até a bolinha subir Após 10 minutos de incubação, o estudante con-
no copo com água. Depois, é só colocar a massa em feriu os resultados.
uma forma e assá-la.
Em relação aos resultados desse experimento,
a) Qual processo biológico é o responsá- assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
vel pelo crescimento da massa do pão? 01) O fermento biológico é composto de leve-
Considerando esse processo, explique por duras e a produção de gás é resultado da

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
que a bolinha no copo com água vem à tona fermentação, um processo de respiração ae-
depois que a massa cresce. róbica desenvolvido por estes organismos.
02) Não ocorreu produção de gás na garrafa 2.
04) Nas garrafas 1 e 2 houve produção de gás e
os balões inflaram.
08) O gás liberado após a reação de fermenta-
ção é o CO2. Além dele, através da quebra
da glicose, a fermentação promove a produ-
ção de ATP e pode ter como subproduto o
álcool.
16) O balão da garrafa 1 inflou-se mais, em
comparação com o da garrafa 2, porque o
carboidrato presente na garrafa 1 é predomi-
nantemente um dissacarídeo, enquanto o da
b) Considerando que a produção de vinho e a
garrafa 2 é um polissacarídeo.
produção de pão têm por princípio o mesmo
32) Temperaturas muito altas impedem a reação
processo biológico, explique por que o vinho
de fermentação por degradarem os carboi-
contém álcool e o pão assado não.
dratos envolvidos antes que as leveduras
possam ter acesso a eles.
Soma ( )

09. (UEPG – 2012) Considerando-se os processos


de fermentação, assinale o que for correto.
01) Ao contrário da respiração aeróbia, na fer-
mentação, a glicose é quebrada sem o
consumo de oxigênio do ambiente e ocorre
no citosol.
02) A bactéria causadora do botulismo (Clostridium
botulinum) é um exemplo de organismo ana-
08. (Ufsc – 2013) A fim de realizar um trabalho de eróbio estrito ou obrigatório, pois não se
Biologia, um estudante adicionou misturas de reproduz na presença de oxigênio.
ingredientes em cinco garrafas plásticas peque- 04) O fermento de padaria (Saccharomyces
nas, conforme o quadro abaixo. Imediatamente cerevisiae) faz crescer a massa do pão gra-
após a inserção dos ingredientes, o estudante ças à produção de oxigênio, fato facilmente
observado pela formação de bolhas cheias
colocou balões no gargalo das garrafas, como
desse gás no meio da massa.
demonstrado na ilustração abaixo.
08) As células musculares podem realizar tanto
Garrafas respiração aeróbia quanto fermentação lác-
Ingredientes
1 2 3 4 5 tica. A respiração ofegante dos atletas após
Fermento biológico X X X X exercício físico contribui para a remoção do
ácido lático e o reabastecimento de ATP e
Farinha de trigo X
glicogênio.
Açúcar X X X X
Soma ( )
Água morna
X X X
(25 °C – 37 °C)
10. Nos organismos vivos, a degradação do ATP
Água quente em ADP + P libera a energia necessária ao tra-
X X
(80 °C – 100 °C)
balho celular. A produção de ATP exige energia,
24
Energia para a vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

que geralmente é proveniente da degradação Os números I, II e III podem representar, respec-


da glicose em processos complexos como a tivamente, os processos:
respiração celular. Sobre esses fenômenos bio- a) glicólise, ciclo de krebs e fosforilação oxida-
lógicos, foram feitas as seguintes proposições. tiva.
I. Nos organismos de respiração aeróbica, a b) glicogênese, ciclo de Calvin e fotofosforilação.
degradação da glicose libera mais energia c) glicólise, ciclo de pentoses e ciclo de Krebs.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
para a produção de ATP do que naqueles d) ciclo de Krebs, ciclo de Calvin e fosforilação
de respiração anaeróbica, ou que o faz por oxidativa.
fermentação. Isso se explica pelo fato de no e) glicogênese, ciclo de Krebs e fotofosforilação.
primeiro caso a glicose ser totalmente degra-
dada a dióxido de carbono e água. 12. (UFRGS – 2012) Durante as fases da respiração
II. As reações químicas que levam à produção celular aeróbia, a produção de CO2 e água, ocor-
de ATP a partir de ADP + P na respiração ce- re, respectivamente:
lular necessitam da ação de proteínas com a) na glicólise e no ciclo de Krebs.
poder catalítico. b) no ciclo de Krebs e na cadeia respiratória.
III. Os organismos autótrofos utilizam apenas a c) na fosforilação oxidativa e na cadeia respira-
energia luminosa para a produção de ATP a tória.
partir de ADP + P. d) no ciclo de Krebs e na fermentação.
IV. Somente os organismos heterótrofos é que e) na glicólise e na cadeia respiratória.
se utilizam da energia liberada da conversão
de ATP em ADP + P para a realização do 13. (UEM – 2011) Sobre o processo de respiração
trabalho celular. celular, assinale o que for correto.
V. O pouco aproveitamento energético na fer- 01) Além da respiração celular, existem na natu-
mentação ou na respiração anaeróbica para reza outros processos que permitem obter
a produção de ATP se deve ao fato de, nes- energia a partir de carboidratos. Um deles
ses casos, resultarem moléculas ainda muito é a fermentação, processo mais eficiente do
energéticas após a degradação da glicose. que a respiração celular, por produzir maior
quantidade de ATP.
Estão corretas, apenas:
02) Uma das fases da respiração celular a par-
a) I, II e V.
tir da glicose é a glicólise, que ocorre no
b) I, II e IV.
hialoplasma. Nessa fase, uma molécula de
c) II, III e V. glicose transforma-se em duas moléculas de
d) II, III e IV. ácido pirúvico com produção de dois ATP.
e) I, II e III. 04) Havendo oxigênio em quantidade suficiente,
as células musculares realizam o processo

Biologia
11. (UCS – 2012) A glicose é a principal fonte de
de respiração celular aeróbico; porém, em
energia utilizada pelas células.
situações de atividade intensa, na falta de
O caminho realizado pela glicose, desde a sua oxigênio, elas podem realizar quimiossíntese.
entrada nas células até a produção de ATP, en- 08) Na cadeia respiratória, ocorre transferência
volve uma série de reações químicas, que geram de hidrogênio de um componente para o
diferentes intermediários e diferentes produtos. outro, fazendo com que esses componentes
Considere a seguinte rota metabólica. percam energia gradativamente e possam,
ao final da cadeia, combinar-se com o oxi-
gênio, formando água e liberando grande
quantidade de energia.
16) Existe relação entre respiração pulmonar e
respiração celular, no sentido de que o gás
carbônico capturado pela respiração pul-
monar é levado até as células, as quais irão
participar da respiração celular.
Soma ( )
25
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Energia para a vida

14. (Unioeste – 2012) Relativo à produção e consu-


mo de energia pela célula, é correto afirmar que:
a) o processo que permite às células utilizarem
o CO2 como oxidante das moléculas orgâni-
cas é a respiração celular.
b) lipídios representam o combustível preferido

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
das células, mas na falta deste composto as
células utilizam glicose ou até mesmo prote-
ínas como fonte de energia.
c) elétrons H+ são capturados durante a glicó-
lise e o ciclo de Krebs para a produção do
ácido cítrico, que representa a molécula ini- 16. (PUC-SP – 2012) Considere os esquemas
cial no processo de respiração. simplificados de duas vias metabólicas indicados
d) no organismo humano, a fibra muscular por I e II.
estriada pode realizar o processo de fer-
mentação, que é um processo anaeróbio de
produção de ATP.
e) a fonte imediata que permite a síntese de
ATP na fosforilação oxidativa é a transferên-
cia de fosfatos de alta energia provenientes
do ciclo de Krebs. É correto afirmar que:
a) I é apresentado exclusivamente por cer-
15. (UFMG – 2012 – Adaptada) As leveduras são
tas bactérias e II exclusivamente por certos
fungos unicelulares que participam de proces-
fungos, pois estes organismos são todos
sos biológicos importantes.
anaeróbicos.
Evidências da ação desses micro-organismos b) I e II são apresentados exclusivamente por
podem ser identificadas no experimento a seguir procariontes, pois estes organismos são to-
descrito. dos anaeróbicos.
Em dois tubos de ensaio, foram colocados 2 mL c) em I e II há liberação de gás carbônico e os
de uma solução que contém fermento biológico dois processos apresentam o mesmo rendi-
– leveduras vivas – e 4 mL de suco de uva. Na mento energético.
extremidade aberta de todos os tubos colocou- d) I é apresentado por células do tecido mus-
-se um balão de borracha. Isso feito, cada tubo cular esquelético humano quando o nível de
foi submetido a uma destas condições: oxigênio é insatisfatório para manter a pro-
– 60 minutos na geladeira, a 10 °C; dução de ATP necessária.
– 60 minutos em estufa, a 30 °C. e) I é um processo utilizado na fabricação de
pães e II, um processo utilizado na indústria
Os resultados estão mostrados nestas figuras.
alimentícia para a produção de alimentos
como iogurtes e queijos.
17. (Uespi – 2012) O metabolismo celular fermentati-
vo é um processo de degradação de moléculas
orgânicas com liberação de energia usada para
formar ATP. A fermentação lática, um dos proces-
sos fermentativos:
a) é resultado do anabolismo de carboidratos,
cuja regeneração do NAD gera um produto
Com base nos resultados desse experimento e final oxidado.
em outros conhecimentos sobre o assunto, indi- b) produz quatro moléculas de ácido lático e
que o tubo – I ou II – que foi colocado na estufa gás carbônico por molécula de glicose.
e explique o resultado obtido, considerando o c) quando realizada por bactérias no leite, pro-
processo metabólico envolvido. voca a coagulação de proteínas.
26
Energia para a vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 11

d) na presença de oxigênio, produz saldo ener- d) O esquema 3 demonstra um processo aeró-


gético superior à respiração aeróbica. bio em que o gás oxigênio atua como agente
e) gera 4 ATPs de saldo energético a partir da oxidante de moléculas orgânicas.
degradação do ácido pirúvico. e) Os esquemas 1, 2 e 3 evidenciam processos
aeróbios de obtenção de energia que ocor-
18. (UFG – 2012) Leia o texto a seguir. rem em plantas e animais em geral.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
(...) as pessoas sedentárias engajadas em aumentar o
nível de atividade física devem começar de forma de- 20. (Unesp – 2011) Universitários moradores de uma
vagar e gradual para dar ao corpo tempo de se adaptar. mesma república resolveram, cada um, preparar
Disponível em: <www.copacabanarunners.net/sedentarismo-2.html>.
Acesso em: 9 fev. 2012. (Adaptado).
um bolo.

A orientação contida no texto é importante, pois


nas pessoas sedentárias, durante a prática de
exercícios físicos muito intensos, sem o devido
condicionamento corporal, o oxigênio inspirado
pode não ser suficiente para permitir a quei-
ma da glicose nas células musculares. Nessas
condições, essas células realizam, de modo al-
ternativo, atividade anaeróbica. Embora tenha a
vantagem de disponibilizar rapidamente energia
(ATP), uma das consequências dessa atividade
é a fadiga muscular causada pela produção e
• Juliana preferiu usar fermento químico em
pelo acúmulo, nas células musculares, de:
pó. Misturou o fermento ao leite fervente,
a) ácido lático.
esperou que esfriasse, adicionou os ovos, a
b) ácido pirúvico.
manteiga, o açúcar e a farinha, e colocou o
c) dióxido de carbono.
bolo para assar em forno a gás previamente
d) glicose 1,6-bifosfato.
e) monóxido de carbono. aquecido.
• Guilherme fez o mesmo, porém, ao invés de
19. (Fatec – 2012) Os esquemas, a seguir, eviden-
usar fermento químico, preferiu usar fermen-
ciam três maneiras diferentes através das quais
to biológico.
a glicose pode ser utilizada como fonte de ener-
gia necessária à manutenção da vida. • Mariana também usou fermento biológico,
que foi misturado à farinha, ao açúcar, à
manteiga, aos ovos e ao leite frio, e a massa
foi imediatamente colocada em forno a gás
previamente aquecido.

Biologia
• Roberto agiu exatamente como Mariana,
mas, ao invés de colocar o bolo no forno
a gás, de imediato colocou-o em forno de
micro-ondas.
• Rafael também fez o mesmo que Mariana,
mas optou pelo fermento químico.
Assinale a alternativa correta sobre esses es-
Apenas um bolo cresceu, e foi dividido por todos.
quemas.
Considerando-se as reações químicas e os pro-
a) Os esquemas 1 e 3 ocorrem em ambientes
cessos biológicos que fazem o bolo crescer,
totalmente anaeróbios para a produção de
pode-se afirmar corretamente que o bolo sabore-
pães e bolos.
ado pelos estudantes foi aquele preparado por:
b) O esquema 1 exibe a fermentação alcoóli-
a) Juliana.
ca realizada nas mitocôndrias de leveduras
com consumo de oxigênio. b) Guilherme.
c) O esquema 2 revela um processo aeróbio c) Mariana.
realizado nas mitocôndrias de lactobacilos e d) Roberto.
de células musculares humanas. e) Rafael.
27
ENSINO MÉDIO UNIDADE 11 Energia para a vida

ANOTAÇÕES

PROIBIDA A REPRODUÇÃO

28
UNIDADE 12
a
O CÓDIGO DA VIDA
o g i
iol
De geração em geração... .....................................2
B

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Código genético: síntese de proteínas ........... 12

A “receita” completa para produzir um


ser vivo inteiro, seja ele homem, animal ou
planta, está contida na molécula do DNA, cujo
“alfabeto” é escrito com apenas quatro letras (A,
C, T, G). O DNA é formado pela combinação de
milhares dessas letras, cuja sequência armazena
informações específicas, os genes. O conjunto de
genes de um indivíduo é chamado genoma.
É o genoma que determina as características
específicas de um indivíduo.

Sergey Volkov/123RF
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 O código da vida

COMPETÊNCIA HABILIDADE

4 13
De geração
em geração...

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
V ocê já reparou que, em algumas famílias, pode haver filhos com características
semelhantes às dos pais, tais como a cor dos olhos, cor da pele, o tipo de
cabelo, o jeito de ser etc.?
O que faz com que essas características sejam passadas de pais para filhos, de avós
para netos?
Para saber, vamos voltar ao século XIX. Nessa época, descobriu-se que havia no
núcleo das células uma substância de caráter ácido e, por isso, essas substâncias foram
denominadas ácidos nucleicos.

Ácidos nucleicos
A partir de 1940, os ácidos nucleicos passaram a ser mais detalhadamente pesqui-
sados. Hoje sabemos que os ácidos nucleicos são moléculas complexas produzidas
pelas células e são formados por subunidades chamadas nucleotídeos, que consistem
em uma base nitrogenada, uma pentose e um ácido fosfórico (grupo fosfato).

Composição química
O DNA e o RNA são estruturas formadas por dezenas de nucleotídeos, cada um
constituindo-se em três partes: um grupo denominado fosfato, ligado a uma estrutura
denominada pentose (açúcar de cinco carbonos) que, por sua vez, está ligada a uma
base nitrogenada. Veja a fórmula geral do nucleotídeo.

Pentoses
Há dois tipos de ácidos nucleicos: o DNA (ácido desoxirribonucleico) e o RNA (ácido
ribonucleico). Esses nomes devem-se ao fato de o DNA apresentar desoxirribose como
monossacarídeos e o RNA, de apresentar ribose em sua molécula.
HOCH2 OH HOCH2 OH
O O

H H H H

H H H H
Ribose Desoxirribose
OH OH OH H

As pentoses do RNA e do DNA


2
O código da vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

Bases nitrogenadas
Dos cinco tipos de bases nitrogenadas presentes nos ácidos nucleicos, três ocorrem
tanto no DNA quanto no RNA, as quais são: adenina (A), citosina (C) e guanina (G).
Já a base nitrogenada uracila (U) ocorre somente no RNA, enquanto a base timina
(T) ocorre somente no DNA.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
BASES NITROGENADAS
Pirimídicas Púricas
NH2 O O O O
C C C C N C N
CH3
N CH HN C HN CH N C HN C
CH CH
O C CH C CH C CH C C C C
N O N O N H2N N N
N N
H H H H H
Citosina (A) Timina (T) Uracila (U) Adenina (A) Guanina (G)

Por maior que seja uma molécula de DNA, ela será formada por apenas quatro
tipos de nucleotídeos, cuja sequência de organização definirá inúmeras características
do ser vivo que surgiu por meio dele. Tais bases estarão sempre acompanhadas por
desoxirriboses, sejam elas púricas ou pirimídicas.

Os 4 nucleotídeos do DNA Os 4 nucleotídeos do RNA

P P
Pentoses Desoxirribose Ribose
D A R A
Adenina (A) Adenina (A)
P P
Púricas
D G G
Guanina (G) Guanina (G) R
Bases
Nitrogenadas P P
Citosina (C) Citosina (C)
D C R C
Pirimídicas
P P
Timina (T) Uracila (U)
D T R U

D DESOXIRRIBOSE R RIBOSE

Já em uma molécula de RNA, as bases adenina, guanina, citosina e uracila se carac-

Biologia
terizam por estarem ligadas a uma ribose.
Tanto o DNA como o RNA são macromoléculas consti­tuídas por algumas centenas
de nucleotídeos que se unem por meio do fosfato de um com o açúcar do outro, for-
mando longos filamentos.

P
D A
Essas moléculas são essenciais para todos os 5 4
3 2
1

seres vivos. São elas que determinam o desenvolvi- P


D T
mento do organismo e as características específicas 5
4
3 2
1

que ele apresenta. P


D G
São os ácidos nucleicos que fornecem as 5

informações que são transmitidas de pai para filho P


C
(características hereditárias) e é por meio deles que 5 D

ocorre a síntese de proteínas.


Esquema de um pequeno segmento de
ácido nucleico que mostra a união entre
os nucleotídeos através do fosfato de
um com a pentose (açúcar) do outro.
3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 O código da vida

Estrutura do DNA
A estrutura molecular do DNA foi proposta por
Watson e Crick, em 1953, com base em análises
H
T H A químicas de diferentes moléculas de DNA e de estudos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
C
H
H G
de difração de raio X do DNA feitos por Wilkins.
H
Segundo o modelo formulado por Watson e Crick, a
C
H molécula de DNA é constituída por duas fitas enroladas,
H G
H que formam uma dupla hélice.
H Note no esquema que o fosfato está ligado ao car-
T H A
bono de posição 5 do açúcar de um nucleotídeo e ao
P
P
carbono de posição 3 do açúcar do outro nucleotídeo.
5'
CH2
A
H
H T
3' Observe, também, que as duas fitas correm em dire-
3' ções opostas. Por isso é que se diz que as duas fitas
P 5' são antiparalelas.
5'
CH2
H Por outro lado, as duas fitas estão ligadas entre si
G H C
por meio das bases nitrogenadas, através de pontes de
H
P
3'
hidro­gênio. A ligação só ocorre entre pares de bases
H
5'
CH2 T H A 1’
2' 3'
específi­cas: adenina (púrica) com timina (pirimídica) e
4'
4' 1' CH2 guanina (púrica) com citosina (pirimídica). Duas pontes
3' 2' 5'
de hidrogênio ligam A com T e três ligam G com C.
Esquema da estrutura em dupla hélice do DNA, segundo Watson e
Crick. A, adenina; T, timina; C, citosina; G, guanina; P, fosfato. Dessa forma, os pares de bases corresponderiam
aos degraus da escada.

Duplicação ou replicação do DNA


Para o DNA se duplicar ou “replicar”, há necessi-
dade de uma enzima especial, a DNA polimerase. Por
C
G
meio da presença dessa enzima, ocorrem as seguintes
G C etapas:
T A a) As pontes de hidrogênio que ligam as bases nitroge­
A
nadas se rompem: as duas fitas se afastam.
T b) Nucleotídeos de DNA livres, que já existem na
T
A C célula, encaixam-se nas duas fitas que se afastam.
G
C G O encaixe só ocorre se as bases forem complemen-
A
tares (adenina com timina, citosina com guanina) e
T
Duplicação do DNA A
sempre na direção 5’ → 3’ (5 linha – 3 linha).
T
G
G
c) Quando duas fitas originais tiverem sido comple-
C G
A
C G mentadas por nucleotídeos novos, haverá a pre-
C
C
G
A
sença de duas moléculas de DNA, idênticas entre
G
C G si. Em cada molécula, há um filamento antigo,
C G
T
que pertencia à molécula-mãe, e um novo, que
A A
T T A
se formou por meio do antigo.
A T
A
T
T A Tal processo de duplicação é chamado “duplicação
T A
C G semicon­servativa”, uma vez que cada molécula-filha
C
de DNA conserva metade da molécula-mãe. Por esse
T T
modelo de duplicação do DNA, é fácil entender como
A A
a informação é transportada de uma célula para outra.
T A A
T
G C
G C

4
O código da vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

No momento que antecede às divisões celulares, período denominado interfase, ocorre


a duplicação do DNA de modo que as células-filhas recebam todas as informações
contidas na célula original. Além disso, como o modelo é semiconservativo, a
possibilidade de erros no momento da duplicação é muito pequena, o que explica a
precisão na passagem da informação de uma célula para outra.

Estrutura do RNA

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O RNA é bastante similar ao DNA. As diferenças entre eles ocorrem
em três pontos principais: o açúcar é a ribose; em vez da base nitrogenada
timina (T), temos a uracila (U); possui um só filamento, de modo que
as relações A = U e G = C geralmente não se verificam. Por ser uma
e
fita simples, o RNA pode formar pontes entre a própria molécula, o Bases o d to
let osfa
e
que permite que tenha grande variedade de arranjos tridimensionais, qu r-f
Es úca

importantes para sua função.
Figura esquemática que mostra um pequeno
segmento de RNA.

Tipos de RNA
Existem três tipos de RNA nas células que diferem na estrutura, peso molecular e função.
RNA ribossômico (RNAr): é o RNA de cadeia mais longa e maior peso molecular.
Nas células eucarióticas, é sintetizado e armazenado no nucléolo. Posteriormente,
associa-se a moléculas de proteínas e forma os ribossomos.
RNA mensageiro (RNAm): é sintetizado no núcleo ou no citoplasma. Sua cadeia tem
tamanho e peso molecular de acordo com a proteína que irá sintetizar.
É formado por uma sequência de trincas de bases especializadas em codificar um tipo de
aminoácido; e quando codifica mais de um aminoácido, diz-se que o código é degenerado.
Quando o DNA é duplicado, pode ocorrer a substituição errada de uma ou mais
bases nitrogenadas, alterando um ou mais códons. Nesse caso, poderão ocorrer
alterações nas características do indivíduo: é o que se chama mutação gênica.
RNA transportador (RNAt) ou RNA solúvel (RNAs): tem a cadeia molecular mais
curta, comportando de 75 a 100 nucleotídeos.
É sintetizado no núcleo e, depois, migra para o citoplasma, onde vai se ligar especi-
ficamente a determinado aminoácido e transportá-lo até o RNAm.
Em uma das extremidades, ele possui uma trinca de nucleotídeos específica,
denominada anticódon, que irá codificar o aminoácido a ser transportado; e, na outra

Biologia
extremidade, todos eles possuem a trinca ACC, onde o aminoácido se liga.
Ribossomo Aminoácido

Uracila

RNA mensageiro
RNA ribossômico RNA transportador
Tipos de RNA: os três principais tipos de RNA são RNA mensageiro, RNA ribossômico e RNA transportador. O RNA
ribossômico é combinado com proteínas para formar ribossomos.

Origem do RNA
A produção do RNA resulta de uma transcrição do código da sequência das bases
nitrogenadas de um DNA. Ou seja, a sequência de bases nitrogenadas de uma molécula
de RNA reflete rigorosamente a sequência correspondente das bases nitrogenadas do
DNA que serviu de modelo.
5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 O código da vida

Exemplificando:
DNA com a sequência de bases: T A G C T A ... produz um
RNA com a sequência de bases: A U C G A U ...;
onde T = timina, A = adenina, C = citosina, G = guanina, U= uracila.
A transcrição ocorre no núcleo de células eucarióticas e tem como função “infor-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
mar” a ordem correta dos aminoácidos a serem sintetizados em proteínas – e você já
sabe o quanto as proteínas são importantes no organismo!
O processo de transcrição é catalisado pela enzima RNA-polimerase.
Os fatores de transcrição (auxiliares da RNA-polimerase) são responsáveis por
romper as pontes de hidrogênio entre as bases nitrogenadas dos dois filamentos de
DNA, como se fosse um zíper.
A partir desse momento, a enzima RNA-polimerase escolhe uma das fitas de DNA
como molde para se construir o RNA, ligando bases nitrogenadas de RNA (adenina,
citosina, uracila e guanina) a essa fita de DNA.

Enzima RNA polimerase

Filamento
complementar Filamento molde de DNA
do DNA

Base nitrogenada

Figura esquemática que ilustra a síntese de


RNA por meio do DNA.
Observe que a adenina do DNA combina
com a uracila do RNA.
Filamento de RNA Observe também que o RNA é formado
sintetizado apenas por uma única fita.

Assim, uma das fitas do DNA serve de molde para a síntese do RNA, que será cons-
tituído de uma única fita. O processo, simplificadamente, acontece da seguinte maneira:
a) uma enzima denominada RNA polimerase provoca o rompimento das pontes de
hidrogênio e a separação das duas fitas do DNA;
b) a enzima RNA polimerase promove o encaixe de nucleotí­deos livres do RNA em uma
das fitas do DNA: U com A, C com G, G com C e A com T;
c) a fita de RNA sintetizada se destaca do seu molde de DNA e fica livre no núcleo;
d) as duas fitas do DNA novamente se unem, reconsti­tuindo a molécula de DNA.

Transcrever é igual a replicar? Não!


A transcrição difere da replicação do DNA em vários aspectos:
1. Diferentemente de uma fita de DNA recém-sintetizada, o RNA não permanece
ligado por pontes de hidrogênio à fita de DNA molde. Então, as moléculas de RNA
produzidas por transcrição são liberadas do molde de DNA, como fita única.
2. As moléculas de RNA são copiadas de uma região limitada do DNA (gene); por
essa razão, as moléculas de RNA são muito mais curtas que as moléculas de DNA.
6
O código da vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

Agora, vamos observar quais são as diferenças entre RNA polimerase e DNA
polimerase:
1. A RNA polimerase catalisa a ligação de ribonucleotídeos e não desoxiribonu-
cleo­tídeos.
2. A RNA polimerase pode começar uma cadeia de RNA sem um iniciador, pois o RNA
não estoca permanentemente a informação genética nas células e, por isso, a trans-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
crição não precisa ser tão acurada quanto a replicação do DNA.
3. Sinais no DNA avisam a RNA polimerase onde começar e parar.
Para transcrever um gene precisamente, a RNA polimerase precisa reconhecer no
genoma onde deve começar e onde deve terminar a transcrição. Veja como é isso.
a) Sequência promotora: local onde a RNA polimerase começa a transcrição.
b) Sequência terminal: local onde a RNA polimerase para a transcrição, liberando
tanto a fita molde de DNA quanto a molécula de RNA recém-sintetizada.

Splicing  do RNA


Nas células eucarióticas, o RNAm recém-transcrito é ainda inativo e denomina-se
RNAm imaturo (ou pré-RNAm), que é maior que o RNAm final. O RNAm imaturo deve
sofrer um processamento para tornar-se ativo, o qual é denominado splicing, no qual
os fragmentos inativos (íntrons) são eliminados e ocorre a união dos fragmentos ativos
(éxons), originando dessa forma um RNAm funcional ou maduro, que será traduzido
pelos ribossomos em uma proteína específica. O splicing ocorre no núcleo da célula.
Observe a seguir:
exon exon exon exon
gene (DNA) intron intron intron
}

promoter
transcrição
RNAm

Splicing

mRNA
tradução
cadeia de
aminoácidos

modificação
pós-tradução

Biologia
proteína

ANOTAÇÕES

7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 O código da vida

ATIVIDADES

01. (Fuvest – 2014) Observe a figura abaixo, que 08) A principal função da carioteca é manter o
representa o emparelhamento de duas bases conteúdo nuclear separado do meio cito-
nitrogenadas. plasmático, impedindo o intercâmbio de
substâncias entre o núcleo e o citoplasma.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
16) A análise do cariótipo de um feto revela a
forma, o número e o tamanho dos cromos-
somos, possibilitando detectar alterações
cromossômicas antes do nascimento da
criança.
Soma ( )

04. (UPE – 2013) Nos ácidos nucleicos encontram-


Indique a alternativa que relaciona corretamente -se bases nitrogenadas formando pares de
a(s) molécula(s) que se encontra(m) parcialmen- relativas especificidades. Ao se analisar o DNA
te representada(s) e o tipo de ligação química de uma determinada bactéria, encontram-se
apontada pela seta.
38% de bases Citosina (C). Que percentuais de
Molécula(s) Tipo de ligação química bases Adenina (A), Guanina (G) e Timina (T) são
a) Exclusivamente DNA Ligação de hidrogênio esperados respectivamente?
b) Exclusivamente RNA Ligação covalente apolar a) 62%, 38%, 62%
c) DNA ou RNA Ligação de hidrogênio b) 24%, 38%, 24%
d) Exclusivamente DNA Ligação covalente apolar c) 38%, 12%, 12%
e) Exclusivamente RNA Ligação iônica d) 62%, 12%, 12%
e) 12%, 38%, 12%
02. (Uece – 2014) No mecanismo da transcrição,
uma das fitas do DNA (a fita molde) é transcrita 05. (UFRGS – 2013) Sabe-se que a replicação do
em RNA mensageiro pela ação de: DNA é semiconservativa.
a) um peptídeo sinalizador iniciador. Com base nesse mecanismo de replicação,
b) dois RNAs ribossômicos acoplados. assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afir-
c) uma enzima denominada RNA polimerase mações abaixo.
dependente de DNA. ( ) O DNA original atua como molde, e cada
d) uma associação de RNAs ribossômicos com novo DNA possui uma fita antiga e outra
vários RNAs transportadores. nova.
( ) Os quatro ribonucleosídeos trifosfatados,
03. (UEM – 2013) O núcleo é considerado portador dATP, dGTP, dCTP e dUTP, devem estar
dos fatores hereditários e controlador das ativi- presentes.
dades metabólicas da célula animal. Sobre esse ( ) O DNA deve ser desnaturado (desenrola-
assunto, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). do) para tornar-se acessível ao pareamento
01) Os nucléolos representam o material genéti- das novas bases.
co contido no núcleo, sendo resultantes da ( ) A enzima DNA polimerase adiciona nucle-
associação entre proteínas e moléculas de otídeos novos de acordo com o molde de
DNA. DNA.
02) Cromossomos homólogos são os dois re- A sequência correta de preenchimento dos pa-
presentantes de cada par cromossômico
rênteses, de cima para baixo, é:
presente em células diploides, provenientes
a) V – V – F – F.
originalmente do par de gametas.
b) F – V – V – V.
04) Um trecho da molécula de DNA cromossô-
mico que contém informações para sintetizar c) V – F – V – V.
a cadeia de aminoácidos de uma proteína é d) F – V – F – F.
definido como gene. e) F – F – F – V.
8
O código da vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

06. (PUCRS – 2013) Se compararmos as sequên- O papel do detergente nessa extração de DNA é:
cias de DNA de duas pessoas, veremos que são a) aglomerar o DNA em solução para que se
idênticas: torne visível.
a) apenas nos cromossomos autossômicos. b) promover lise mecânica do tecido para ob-
b) apenas no cromossomo mitocondrial.
tenção do DNA.
c) no cromossomo X, se forem de duas
c) emulsificar a mistura para promover a preci-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
mulheres.
pitação do DNA.
d) no cromossomo Y, se forem de dois homens.
e) em tudo, se forem de gêmeos monozigóticos. d) promover atividades enzimáticas para acele-
rar a extração do DNA.
07. (UEPG – 2013) Considerando os ácidos nuclei- e) romper as membranas celulares para libera-
cos, assinale o que for correto. ção do DNA em solução.
01) Tanto o DNA quanto o RNA são formados de
sequências de moléculas denominadas de nu- 10. (Unioeste – 2012) Em uma das fitas de DNA de
cleotídeos, os quais são constituídos de uma uma espécie de vírus encontram-se 90 adeninas
pentose, uma base nitrogenada e um grupo e 130 citosinas. Sabendo-se ainda que nesta fita
fosfato. ocorre um total de 200 bases púricas e 200 ba-
02) Existem 5 tipos principais de bases nitroge- ses pirimídicas, assinale a alternativa correta.
nadas: adenina, timina, guanina, citosina e a) Na dupla fita de DNA ocorrem 180 adeninas.
uracila. A uracila é exclusivamente encontra- b) Na dupla fita de DNA ocorrem 140 guaninas.
da na molécula de RNA.
c) Na fita complementar ocorrem 300 bases
04) Durante a duplicação, novas fitas de DNA
púricas e 100 bases pirimídicas.
são formadas baseadas em um molde de
d) Na fita complementar ocorrem 70 adeninas e
DNA pré-existente, o qual é descartado ao
fim do processo. 110 citosinas.
08) Durante o processo denominado síntese e) Não é possível determinar a composição de
proteica, ou tradução, a informação presente bases nitrogenadas da fita complementar.
no DNA é transferida ao RNA, no núcleo da
11. (Uespi – 2012) Sobre o processo de replicação
célula.
do DNA nos organismos, é correto afirmar o
16) Nos eucariotos, durante todo o processo de
que segue.
divisão celular, o DNA pode ser encontrado
em sua forma mais descompactada. a) A enzima DNA polimerase utiliza as fitas
Soma ( ) do DNA como molde para a replicação e a
transcrição, respectivamente.
08. (UFG – 2013) Observe a sequência de bases b) É semiconservativa, pois as novas duplas fi-
nitrogenadas de um fragmento de DNA apresen- tas são formadas a partir do DNA mãe.
tado a seguir.

Biologia
c) É semelhante em organismos procariotos e
TACAAGGTTCTTTGACTATAATTAGCATTC eucariotos.
A sequência resultante da transcrição deste frag- d) É mais rápida nos príons que em células
mento é composta de: eucariontes.
a) 30% de timina. e) Ocorre na prófase I do ciclo celular.
b) 40% de timina.
12. (Ulbra – 2012) Com relação ao DNA e ao RNA, é
c) 60% de timina.
correto afirmar o seguinte:
d) 30% de uracila.
a) Ambos são dupla fita em todos os seres vivos.
e) 40% de uracila.
b) Ambos são constituídos de ribonucleotídeos.
09. (Enem – 2012) O DNA (ácido desoxirribonu- c) Ambos são polímeros de nucleotídeos.
cleico), material genético de seres vivos, é uma d) Ambos contêm a base U, uracila.
molécula de fita dupla, que pode ser extraída de e) Ambos contêm a base T, timina.
forma caseira a partir de frutas, como morango
ou banana amassados, com uso de detergente, 13. (Unisinos – 2012) Em 1953, James Watson e
de sal de cozinha, de álcool comercial e de uma Francis Crick descreveram a estrutura do DNA
peneira ou de um coador de papel. (ácido desoxirribonucleico). O DNA armazena as
9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 O código da vida

informações genéticas que coordenam o desen- Assinale a alternativa correta.


volvimento e o funcionamento dos seres vivos a) I corresponde a uma cadeia de DNA e II a
em unidades chamadas genes. Sua estrutura uma cadeia de RNA, que podem ser observa-
é formada por um longo polímero de unidades das em mitocôndria e retículo endoplásmico
simples de nucleotídeos (monômeros), e sua rugoso.
cadeia principal, por moléculas de açúcares e b) I e II correspondem a duas moléculas de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
fosfato intercaladas, unidas por ligações fosfo- RNA e são encontradas apenas no núcleo
diéster. Ligada a cada molécula de açúcar está das células.
uma das quatro bases nitrogenadas, cuja se- c) I e II correspondem a duas cadeias de uma
quência, ao longo da molécula de DNA, cons- molécula de DNA e podem ser encontradas
titui a informação genética. A leitura dessas nas mitocôndrias e complexo de Golgi.
sequências é realizada pelo RNA mensageiro
d) I e II correspondem a duas cadeias de uma
(ácido ribonucleico), que copia parte da cadeia
de DNA por um processo chamado transcrição, molécula de DNA e encontram-se dispersas
e, posteriormente, a informação contida neste é no citoplasma.
“traduzida” em proteínas pela tradução. Embora e) I corresponde a uma cadeia de DNA e II a
a maior parte do RNA produzido seja utilizada uma cadeia de RNA, que podem ser en-
na síntese de proteínas, pode também ter função contradas nas mitocôndrias e no retículo
estrutural (RNA ribossômico), que faz parte da endosplasmático liso.
constituição dos ribossomos.
16. (UFSM – 2012) Os atletas obtêm sucesso através
Das bases nitrogenadas listadas abaixo, qual
de muito treinamento, entretanto as característi-
ocorre exclusivamente na estrutura do DNA?
cas genéticas de cada indivíduo colaboram para
a) Adenina d) Guanina
um resultado final positivo.
b) Uracila e) Citosina
c) Timina

14. (UFSJ – 2012) Em um experimento laboratorial,


fez-se a análise da composição de nucleotídeos
do ácido nucleico que constitui o material genético
de quatro organismos hipotéticos. Os resultados
da análise estão descritos na tabela abaixo.
% de nucleotídeos
Organismo Adenina Guanina Timina Citosina Uracila
A 23,3 26,7 23,5 26,5 0
No esquema, as bases do DNA que dão origem
B 17,3 40,5 28,2 14,4 0
ao RNA mensageiro, no sentido da seta, são:
C 27,5 14,3 0 35,5 22,7
D 18,5 31,5 18,3 31,7 0
a) C – A – U – G – A – C – G – U.
b) A – U – A – C – U – G – C – A.
Com base nesses resultados, é correto afirmar que: c) G – T – A – C – U – G – C – A.
a) os organismos A, B e D possuem DNA e RNA. d) C – A – T – G – A – C – G – T.
b) o DNA dos organismos A e D possui duas e) A – G – C – T – C – T – A – T.
cadeias polinucleotídicas complementares
(dupla hélice). 17. (UFF – 2011) Após o anúncio histórico da criação de
c) o DNA do organismo C possui uma cadeia vida artificial no laboratório do geneticista Craig Venter,
polinucleotídica simples. o mesmo responsável pela decodificação do geno-
d) os ácidos nucléicos dos organismos B e C ma humano em 2001, o presidente dos EUA, Barack
são de cadeias polinucleotídicas simples. Obama, pediu a seus conselheiros especializados em
biotecnologia para analisarem as consequências e as
15. (UEPB – 2012) O esquema seguinte representa implicações da nova técnica.
duas cadeias de ácidos nucleicos. (O Globo on line, 22/05/2010)

A experiência de Venter ainda não explica como


a vida começou, mas reforça novamente que,
sob determinadas condições, fragmentos quími-
cos são unidos para formar a principal molécula
responsável pelo código genético da vida.
10
O código da vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

Para a síntese de uma molécula de DNA em Considerando a estrutura da molécula de DNA e


laboratório, a partir de uma fita molde de DNA, a posição das pontes de hidrogênio na mesma,
além do primer, deve-se utilizar: os experimentos realizados por Meselson e Stahl
a) nucleotídeos de timina, citosina, guanina e a respeito da replicação dessa molécula levaram
adenina; DNA e RNA polimerase. à conclusão de que:
b) nucleotídeos de timina, citosina, guanina e a) a replicação do DNA é conservativa, isto é,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
uracila; e DNA polimerase. a fita dupla filha é recém-sintetizada e o fila-
c) nucleotídeos de timina, citosina, guanina e mento parental é conservado.
adenina; e DNA polimerase.
b) a replicação de DNA é dispersiva, isto é, as
d) nucleotídeos de timina, citosina, guanina e
fitas filhas contêm DNA recém-sintetizado e
uracila; e RNA polimerase.
parentais em cada uma das fitas.
e) nucleotídeos de timina, citosina, guanina,
uracila e adenina; e DNA polimerase. c) a replicação é semiconservativa, isto é, as
fitas filhas consistem de uma fita parental e
18. (IFSul – 2011) Em 1962, o prêmio Nobel de uma recém-sintetizada.
Fisiologia e Medicina foi concedido aos cientis- d) a replicação do DNA é conservativa, isto é,
tas Francis Crick, Maurice Wilkins (britânicos) e as fitas filhas consistem de moléculas de
James Watson (norte-americano) por suas pes- DNA parental.
quisas que determinaram a estrutura molecular
e) a replicação é semiconservativa, isto é, as fi-
do DNA.
tas filhas consistem de uma fita molde e uma
Sobre o DNA, são feitas as seguintes afirmativas:
fita codificadora.
I. Possui estrutura em dupla hélice, encontrada
no núcleo celular, e sua importância reside 20. (Enem – 2011) Um instituto de pesquisa norte-ame-
no fato de que ele carrega os genes. ricano divulgou recentemente ter criado uma “célula
II. No emparelhamento das fitas de DNA; se sintética”, uma bactéria chamada de Mycoplasma
mycoides. Os pesquisadores montaram uma sequên-
em uma fita tivermos a sequência de bases
cia de nucleotídeos, que formam o único cromossomo
AATTTCG, na outra teremos TTAAAGC.
dessa bactéria, o qual foi introduzido em outra espé-
III. É formado por uma pentose denominada cie de bactéria, a Mycoplasma capricolum. Após
desoxirribose e pelas bases nitrogenadas a introdução, o cromossomo da M. capricolum foi
adenina, timina, citosina, guanina e uracila. neutralizado e o cromossomo artificial da M. mycoi-
IV. Em alguns vírus, são encontrados ácidos des começou a gerenciar a célula, produzindo suas
nucleicos do tipo DNA espalhados no cito- proteínas.
plasma viral. GILBSON et al. Creation of a Bacterial Cell Controlled by a Chemically synthesized
Estão corretas apenas as afirmativas: Genome. Science v. 329, 2010. (Adaptado).

a) I e II. c) III e IV. A importância dessa inovação tecnológica para


b) I, II e III. d) I, III e IV. a comunidade científica se deve à:
a) possibilidade de sequenciar os genomas de

Biologia
19. (Enem – 2011) Nos dias de hoje, podemos dizer
que praticamente todos os seres humanos já ouviram bactérias para serem usados como recepto-
em algum momento falar sobre o DNA e seu papel na ras de cromossomos artificiais.
hereditariedade da maioria dos organismos. Porém, b) capacidade de criação, pela ciência, de no-
foi apenas em 1952, um ano antes da descrição do vas formas de vida, utilizando substâncias
modelo do DNA em dupla hélice por Watson e Crick, como carboidratos e lipídios.
que foi confirmado sem sombra de dúvidas que o DNA
c) possibilidade de produção em massa da
é material genético. No artigo em que Watson e Crick
bactéria Mycoplasma capricolum para sua
descreveram a molécula de DNA, eles sugeriram um
modelo de como essa molécula deveria se replicar. distribuição em ambientes naturais.
Em 1958, Meselson e Stahl realizaram experimentos d) possibilidade de programar geneticamente
utilizando isótopos pesados de nitrogênio que foram microrganismos ou seres mais complexos
incorporados às bases nitrogenadas para avaliar como para produzir medicamentos, vacinas e
se daria a replicação da molécula. A partir dos resul- biocombustíveis.
tados, confirmaram o modelo sugerido por Watson e
e) capacidade da bactéria Mycoplasma ca-
Crick, que tinha como premissa básica o rompimento
pricolum de expressar suas proteínas na
das pontes de hidrogênio entre as bases nitrogenadas.
GRIFFITHS, A. J. F. et al. Introdução à Genética. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
bactéria sintética e estas serem usadas na
2002. indústria.
11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 O código da vida

Código genético:
síntese de proteínas

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Para a fabricação das proteínas é necessário que as estruturas celulares e os
ribossomos, decodifiquem a mensagem contida na molécula de RNAm (RNA
mensageiro) para uma cadeia de aminoácidos.
Veja que os genes, contidos no DNA, são responsáveis pela determinação das
características biológicas. Como já sabemos, o DNA é formado pela união de centenas
de quatro tipos de unidades chamadas nucleotídeos (A, G, C e T). São, portanto,
polinucleotídeos.
No entanto, quem expressa o caráter não é o gene e, sim, as proteínas. Caráter
biológico são os traços que os indivíduos de cada espécie manifestam, por exemplo,
na espécie humana a cor dos olhos, a pigmentação da pele, o tipo de sangue etc. As
proteínas são formadas de aminoácidos que se unem por meio de ligações peptídicas,
ou seja, são polipep­tí­deos. Existem 20 tipos diferentes de aminoácidos com os quais as
células produzem todos os tipos de proteínas de que necessitam.

Aminoácidos

Ligações peptídicas
Esquema de um pequeno polipeptídeo

Transcrição
O DNA contém as instruções para a produção de proteínas na célula. Todavia, não é o
DNA que age diretamente na síntese da proteína e, sim, o RNAm, que é formado por meio
do DNA. Desse modo, fica bem clara a relação entre DNA, RNA e proteína, conhecida como
Dogma Central da Biologia.
DNA → RNA → PROTEÍNA
As informações genéticas são armazenadas no DNA por meio de um código, no
qual a sequência de nucleotídeos determina a sequência de aminoácidos na proteína
(polipeptídeo).
O filamento do DNA que contém as instruções serve de molde para formar o RNAm,
o qual transcreve as informações para produzir a proteína.

DNA
RNAm molde
transcrito

Esquema do processo de transcrição

12
O código da vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

Depois de muitas experiências, foi confirmada a T A U


códon F
U E
hipótese de que a sequência de três nucleotídeos T A para
N
T A U
no RNAm codifica um certo tipo de aminoácido na
proteína. A essa unidade de codificação foi dado C G C G
códon
o nome códon. Assim, cada códon do RNAm é G C G para L
I
T A U
transcrito de uma trinca de nucleotídeos do DNA.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Como você observou na figura anterior, a deco- A T A
códon L
A para I
A T
dificação está baseada em trincas de nucleotídeos, A T A
S

chamadas códons, que são usados para especificar


o aminoácido. C G C
códon P
C G C R
para O
A correspondência entre uma trinca de nucle- C G C
otídeos e um aminoácido é chamada de código DNA RNAm Polipeptídeo
(polinucleotídeo) (polinucleotídeo) (proteína)
genético.

Ligação peptídica
Ligação peptídica
Aminoácido LEU

Ribossomo FEN GLI


LEU
RNAt FEN
3
1 A A A
C C G
GA C A A A
C U G U U U G G C A G A G A A C C U G
C U G U U U G G C A G A G A A C C U G

RNAm

1º. códon 2º. códon LEU Ligação do


FEN
ARG RNA de
GLI Ligação do RNAt arginina
LEU
de glicina GLI
FEN

4 C U
U
A

A A
C G C C G
C
C

GA C U G U U U G G C A G A G A A C C U G
2 A A A
C U G U U U G G C A G A G A A C C U G Desligamento do
Desligamento RNAt de fenilalanina
do RNAt de 4º. códon
leucina 3º. códon

Etapas do processo de tradução gênica. Estágios do deslocamento do ribossomo sobre o RNAm, que mostram o crescimento da cadeia de aminoácidos.
Note a correspondência entre os códons do RNAm e os anticódons do RNAt, assim como o deslocamento do ribossomo.

O código é universal
Uma das questões mais intrigantes que surgiu durante a decifração do código era

Biologia
se os códons especificam os mesmos aminoácidos para todos os organismos. A univer-
salidade do código foi demonstrada quando RNAm e ribossomos de reticulócitos de
coelho foram corretamente reconhecidos por RNAts da E. coli (bactéria), havendo síntese
de hemoglobina.

SAIBA MAIS

O que é um gene?
O gene é uma parte da molécula de DNA formado por certo número e sequência de nucleotídeos, que são
transcritos por um RNA mensageiro que, por sua vez, contém as instruções que orientam a produção de uma
proteína ou enzima na célula.

13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 O código da vida

ATIVIDADES
Um pouco de matemática: combinando os quatro nucleotídeos em triplas, quantas combinações são
possíveis? Faça os cálculos e registre sua resposta.
A quantidade de combinações que você encontrou é superior aos 20 aminoácidos existentes, mais do
que um códon poderia representar em um mesmo aminoácido.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Entre os códons possíveis, alguns não especificam aminoácidos e referem-se a sinais de terminação ou
de início da síntese de uma cadeia de aminoácidos.
Segunda letra
U C A G

}
} } }
UUU UCU UAU UGU U
Phe Tyr Cys
U UUC UCC Ser
UAC UGC C

}
Códon
UUA UCA UAA Stop UGA Stop A
Leu
UUG UCG UAG Stop UGG Trp G RNAm

} } }
}
CUU CCU CAU His
CGU U A U G C A U U U G C A

C CUC CCC CAC CGC Arg C


}
Leu Pro
Primeira letra

Terceira letra
U A C Anticódon
CUA CCA CAA Gln
CGA A
CUG CCG CAG CGG G

} }
RNAt

AAC } }
AUU ACU AAU AGU Ser
U
Asn
A AUC ACC AGC
lle C Aminoácido
Thr

AAG } }
AUA ACA AAA AGA A
Lys Arg
AUG Met ACG AGG G

} } }
Esquema que mostra a relação entre códon do RNAm e anticódon do RNAt.

GAC }
GUU GCU GAU GGU U
Asp
G GUC GCC GGC C

GAG }
Val Ala Gly
GUA GCA GAA Glu
GGA A
GUG GCG GGG G
Tabela dos códons com os seus respectivos aminoácidos

O código genético estabelece um códon de início (start codon), pelo qual começa o processo de tradu-
ção do RNAm.
Na maioria das proteínas, o códon de início especifica o aminoácido metionina, que também está pre-
sente no interior das cadeias.
Há também os códons que são chamados de códons de parada (stop codons), pelo qual é determinado
o fim do processo de tradução. Mas, como se dá o processo de tradução?

ANOTAÇÕES

14
O código da vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

Tradução É claro que todos os polipeptídeos são


iguais, uma vez que a informação con-
1. Ao combinar-se com os ribossomos, o tida no RNAm é a mesma para cada
RNAm tem sua sequência de códons ribossomo.
lida e, para cada códon, o respectivo
RNAt é atraído até os ribossomos e,
licaçã

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
pela complementaridade de bases, é

o
R ep
feita a ligação entre o códon do RNAm DNA
transcrição
RNAm
tradução
PROTEÍNA
ribossomo
e o anticódon do RNAt, liberando o
Núcleo citoplasma
aminoácido carregado pelo RNAt.
GENE CARÁTER
2. Esse aminoácido é, então, ligado à Esquema das etapas do código genético.
cadeia crescente do polipeptídeo.
3. Moléculas de RNAt agem como adap- Gene = Cistron
tadores entre a sequência codificante
C T G T T T G G C A G A C A T
dos nucleotídeos do RNAm e o ami- DNA =
noácido que é codificado. Uma ponta G A C A A A C C G T C T G T A
dessa molécula carrega o aminoácido Transcrição
e a outra ponta consiste em uma sequ-
ência de três nucleotídeos, conhecida
como anticódon. RNAm =
4. A síntese da proteína é encerrada C U G U U U G G C A G A C A U

quando os ribossomos encontram um


códon de parada no RNAm. G A C A A A C C G U C U G U A
RNAt =
A tradução pode ser feita simulta­
Tradução
neamente por vários ribossomos que se
dispõem ao longo do RNAm em fila. O
conjunto formado por um RNAm e vários Aminoácidos = LEU FEN GLI ARG HIS
ribossomos é denominado polirribosso-
mo ou polissomo. Cada ribossomo que Polipeptídeo
percorre o RNAm produz um polipeptídeo. Esquema simplificado do código genético
©Tim Nugent/Image Source/Latinstock;

Biologia

15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 O código da vida

LEITURA
Para saber mais sobre DNA e RNA, leia os textos a seguir.

1. Do DNA à proteína
Veja como os genes dão uma fotocópia. O processo percorre, com os ribossomos, que traduzem

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
as instruções que fazem a em seguida, as seguintes etapas: as mensagens genéticas veiculadas
célula funcionar. 2 As moléculas de RNA descartam pelo RNAm em uma determinada
As células são fábricas de proteínas, os íntrons, pedaços de material cadeia de aminoácidos.
as moléculas mais importantes no genético inútil para a fabricação de 4 No retículo endoplasmático,
organismo de qualquer ser vivo. proteínas. os aminoácidos adquirem a forma
1 Para produzir as proteínas, a 3 O RNA mensageiro – como ele de proteínas que, em seguida, são
célula transcreve em RNA (ácido passa a se chamar a partir desse liberadas. Essas proteínas podem
ribonucleico) as porções de DNA que ponto – deixa o núcleo da célula. atuar na própria célula ou serem
contêm as informações genéticas. Ou No citoplasma (a parte de fora do exportadas para agir em outras
seja, os genes são copiados, como núcleo), o RNAm entra em contato partes do organismo.
RNA
DNA

Cromossomos
CITOPLASMA Retículo
1 endoplasmático

4
Proteína
2 NÚCLEO
DA CÉLULA

Cadeia de
aminoácidos
RNA mensageiro
Ribossomos

Projeto Genoma Humano


Os pesquisadores sempre desejaram desvendar os grandes norte-americanos) resolveu apressar suas pesquisas com medo de
segredos do DNA humano. Os avanços científicos na área são que alguém pudesse terminar antes e patentear os genes humanos.
enormes e divulgados com muita rapidez, para que ninguém fique Depois de muita competição, os laboratórios resolveram unir
para trás no progresso da ciência. Desde o lançamento do Projeto suas forças para desvendar o mais rápido possível esse código
Genoma Humano (PGH), muita briga já foi gerada por conta das genético.
patentes dos genes sequenciados. A conclusão do Projeto Genoma Humano foi anunciada em 26
de junho de 2000, na Casa Branca, pelos dois líderes das pesquisas.
O início oficial do PGH foi no ano de 1990, por um consórcio
Cada um publicou seus resultados em revistas de grande prestígio
público, que tinha como líder o pesquisador Francis Collins. Esse
no meio científico. A Celera, laboratório de Craig Venter, publicou
projeto já previa os problemas éticos que seriam gerados, legais
seus resultados na revista científica Science e o consórcio público
e sociais. Também estavam previstas as técnicas. Apesar de ser
publicou na revista científica Nature, ambos em fevereiro de 2001.
um projeto de sequenciamento de DNA humano, havia a intenção
As pesquisas concluíram que o Genoma Humano é formado
de sequenciar o DNA da bactéria Escherichia coli, do nematódeo
por aproximadamente 3 bilhões de pares de nucleotídeos, que estão
Caenorhabditis elegans, a da mosca Drosophila melanogaster,
distribuídos nos 24 cromossomos humanos. Porém apenas 3%
entre outros animais.
desses pares de bases são capazes de transcrever para moléculas
O projeto desse consórcio público era de fragmentar o DNA
de RNA, o que aproxima o ser humano de outros animais quanto à
em pedaços grandes e sequenciar os seus nucleotídeos. Ao final
quantidade de genes funcionais. Também mostrou a semelhança
de um longo dia de trabalho, os resultados parciais eram publicados
de vários genes humanos com outras espécies de seres vivos,
em um site, de acesso público.
como bactérias, vírus, vermes, moscas e camundongos.
Esse projeto aguçou a ambição de alguns cientistas, e em
No Brasil foi realizado o completo sequenciamento do DNA da
1998, em maio, um cientista chamado Craig Venter entrou na corrida
bactéria Xilela fastidiosa, que causa uma doença chamada amare-
pelo sequenciamento do genoma humano, prometendo concluí-lo
em seu próprio laboratório muito antes do consórcio público. linho em laranjas.
GONÇALVES, Fabiana Santos. Projeto Genoma Humano.
Em decorrência dessa competição, o consórcio público (formado Disponível em: <http://www.infoescola.com/genetica-humana/projeto-genoma-
pelo Instituto Nacional de Saúde e o Departamento de Energia – ambos humano/>. Acesso em: 10 mar. 2014.

16
O código da vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

ATIVIDADES
01. (Unicamp – 2014) A imagem abaixo representa o início da tradução
processo de tradução.

AUGCUUCUCAUCUUUUUAGCU

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Observe os códons correspondentes a alguns
aminoácidos:
Aminoácido codificado Códon
Fenilalanina UUU
Fenilalanina UUC
Leucina UUA
Leucina UUG
Leucina CUC
Metionina AUG
Valina GUU
Valina GUA
a) Quais são as estruturas representadas pelas
letras A e B, respectivamente? Sabe-se que o códon de iniciação de leitura é
AUG.
A probabilidade de que a proteína a ser tradu-
zida pelo RNA mensageiro da célula que sofreu
mutação não apresente alterações na disposi-
ção de seus aminoácidos é de:
a) 0.
b) 0,25.
c) 0,50.
d) 1,00.
e) 1,25.

b) Nos eucariotos, em quais estruturas celula- 03. (Ibmec-RJ – 2013) A descoberta do código ge-
res esse processo ocorre? nético data do início da década de 1960, quando
já se sabia que existia uma relação entre a se-
quência de nucleotídeos presentes nos ácidos
nucleicos e a sequência de aminoácidos das

Biologia
proteínas. Sobre o código genético, julgue as
afirmativas a seguir:
I. O código genético é considerado universal,
pois seu funcionamento é idêntico para to-
dos os seres vivos.
II. Ele é degenerado, pois um mesmo amino-
ácido pode ser codificado por mais de um
códon.
02. (Uerj – 2013) A mutação no DNA de uma célu- III. Esse código é estabelecido por meio da
complementaridade entre as bases nitroge-
la eucariota acarretou a substituição, no RNA
nadas e o RNAr (ribossômico).
mensageiro de uma proteína, da 15.ª base nitro-
a) V – F – F
genada por uma base C.
b) V – V – V
A disposição de bases da porção inicial do RNA c) F – V – V
mensageiro da célula, antes de sua mutação, é d) F – V – F
apresentada a seguir: e) V – V – F
17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 O código da vida

04. (UFJ – 2013) A figura a seguir esquematiza as 05. (UFSM – 2013) Ao percorrerem uma trilha eco-
duas etapas envolvidas no processo de síntese lógica, os escoteiros encontraram duas plantas
proteica em um linfócito B. que eram fenotipicamente idênticas, porém ti-
nham aromas distintos, uma exalava citral, outra
canela. Com permissão do fiscal, levaram amos-
tras para análise de DNA. A seguir, tem-se parte
das sequências obtidas das plantas.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
citral:...‘AACAAGCCAACCAGCACGCGGAAA’...
E
canela:...‘GGGAAAGGACCAAAACCAAAAGGC’...

TABELA DO CÓDIGO GENÉTICO


Segunda Base do Códon
U C A G

UUU Phe UCU Ser UAU Tyr UGU Cys U


UUC Phe UCC Ser UAC Tyr UGC Cys C
U
UUA Leu UCA Ser UAA pare* UGA pare* A
UUG Leu UCG Ser UAG pare* UGG Trp G

Com base nestas informações, responda: CUU Leu CCU Pro CAU His CGU Arg U
Primeira CUC Leu CCC Pro CAC His CGC Arg C
C
a) Como se denominam as etapas 01 e 02 Base CUA Leu CCA Pro CAA Gin CGA Arg A Terceira
do CUG Leu CCG Pro CAG Gin CGG Arg G Base
respectivamente? Códon do
AUU Ile ACU Thr AAU Asn AGU Ser U
AUC Ile ACC Thr AAC Asn AGC Ser C Códon
A
AUA Ile ACA Thr AAA Lys AGA Arg A
AUG Met ACG Thr AAG Lys AGG Arg G
GUU Val GCU Ala GAU Asp GGU Gly U
GUC Val GCC Ala GAC Asp GGC Gly C
G
GUA Val GCA Ala GAA Glu GGA Gly A
GUG Val GCG Ala GAG Glu GGG Gly G

Abreviaturas dos aminoácidos


Phe ou fen = fenilalanina His = histidina
Leu = leucina Gln = glutamina
Ile ou iso = isoleucina Asn = aspargina
Met = metionina Lys ou lis = lisina
Val = valina Asp = ácido aspártico
Ser = serina Glu = ácido glutâmico
Pro = prolina Cys ou cis = cisteína
Thr ou tre = treonina Trp = triptofano
Ala = alanina Arg = arginina
b) Após uma imunização ativa, como ocorre a Tyr ou tir = tirosina Gly ou gli = glicina
ação do produto final desse processo? *A abreviatura pare corresponde aos códons de parada.
AMABIS, J.; MARTHO, G. Biologia - Biologia das Células. 3. ed. São Paulo:
Moderna, 2010. v. 1. p. 227. (Adaptado).

Com base nessas informações, determinou-


-se que as plantas citral e canela são diferentes
genotipicamente. Os aminoácidos correspon-
dentes a elas são, respectivamente:
a) leu–fen–gli–trp–ser–cis–ala–fen e pro–fen–
pro–gli–fen–gli–fen–pro.
b) asn–lis–pro–tre–tre–pro–arg–lis e gli–lis–
–gli–pro–lis–pro–lis–gli.
c) asn–lis–pro–tre–tre–pro–arg–lis e pro–fen–
–pro–gli–fen–gli–fen–pro.
d) leu–lis–gli–tre–ser–pro–ala–lis e pro–lis–
–pro–pro–fen–pro–pro–gli.
e) leu–fen–gli–trp–ser–cis–ala–fen e gli–lis–
–gli–pro–lis–pro–lis–gli.
18
O código da vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

06. (PUC-Rio – 2013) As tetraciclinas constituem 09. (Uern – 2012) Em 1978, o geneticista Walter
uma classe de antibióticos produzidos por Gilbert propôs os termos exon para designar as
bactérias do gênero Streptomyces. Elas atuam regiões de um gene que codifica uma sequên-
impedindo que o RNA transportador se fixe ao cia de aminoácidos, e intron para designar as
ribossomo nas células bacterianas. regiões de um gene não traduzidas, localizadas
Em qual processo biológico este antibiótico atua? entre os exons.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) Transcrição
b) Síntese Proteica
c) Replicação do DNA
d) Divisão celular
e) Recombinação

07. (UEPG – 2012) Com relação às biomoléculas de


DNA e RNA, assinale o que for correto.
01) O RNA mensageiro carreia a informação do
gene, na forma de RNA mensageiro, para os
ribossomos, onde a informação é traduzida
em proteína.
02) O DNA tem funções de hereditariedade e ar-
mazenamento das informações genéticas.
04) O DNA é constituído por duas fitas de nu-
cleotídeos e as ligações do tipo pontes de A Ciência estima que seja de 30 mil o número de
hidrogênio mantêm as duas fitas de DNA genes da espécie humana, no entanto, o núme-
unidas. ro de proteínas diferentes esteja estimado entre
100 mil a 120 mil. Isso ocorre devido ao(à):
08) O DNA é uma fita simples e possui adenina,
citosina, guanina e uracila. a) união de proteínas recém-sintetizadas, for-
mando novos compostos.
16) O RNA transportador ou de transferência au-
b) Splicing, isto é, cortes e montagens diferen-
xilia no transporte dos hormônios durante a
tes do mesmo RNA-mensageiro.
secreção.
c) genes que, ativos em uma célula, podem es-
Soma ( )
tar inativados em outra.
08. (PUC-Rio – 2012) O projeto genoma humano fez d) diferença da carga genética nos tipos de cé-
uma estimativa do número de genes em um ser lulas diferenciados.

Biologia
humano como sendo em torno de 30 mil, sen-
10. (Unicamp – 2012) Em um experimento, um seg-
do que cada gene tem uma extensão média de
mento de DNA que contém a região codificadora
aproximadamente 5 mil nucleotídeos. No entan-
de uma proteína humana foi introduzido em um
to, parte do genoma humano é formada por DNA
plasmídeo e passou a ser expresso em uma
não codificador.
bactéria. Considere que o 50.º códon do RNA
Sobre o DNA não codificador, é incorreto afirmar mensageiro produzido na bactéria a partir desse
que: segmento seja um códon de parada da tradu-
a) ele não codifica proteínas ou moléculas que ção. Nesse caso, é correto afirmar que:
controlam a produção de proteínas. a) a proteína resultante da tradução desse RNA
b) ele é constituído em parte por sequências mensageiro possui 50 aminoácidos.
nucleotídicas repetidas. b) a proteína resultante da tradução desse RNA
c) ele é tratado por alguns pesquisadores como mensageiro possui 49 aminoácidos.
DNA-lixo ou DNA sem função. c) a proteína resultante da tradução desse RNA
d) ele pode possuir apenas função estrutural. mensageiro possui 150 aminoácidos.
e) ele constitui a menor parte do genoma d) nenhuma proteína é formada, pois esse RNA
humano. mensageiro apresenta um códon de parada.
19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 O código da vida

11. (Ufsc – 2012) O Código Genético é universal por 32) Pela análise da tabela do código genético
ser praticamente o mesmo em todos os seres vi- podemos afirmar que o aminoácido da 7.ª
vos, embora existam raríssimas exceções a esta (sétima) posição pode ser codificado por
universalidade. Ele também é chamado de de- apenas um códon.
generado, porque para a codificação de quase
64) Uma mutação no DNA pode ou não levar a
todos os aminoácidos existem mais de um có-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
modificações na sequência dos aminoáci-
don, conforme é mostrado na Tabela do Código
dos deste polipeptídio.
Genético, a seguir:
Soma ( )
Primeira Terceira
Base Segunda Base do Códon Base 12. (UFRGS – 2012) O quadro abaixo representa o
do do
código genético universal.
Códon U C A G Códon
U C A G
Fenilalanina Serina Tirosina Cisteína U
}
} } Tir }
Fenilalanina Serina Tirosina Cisteína C UUU UCU UAU UGU U
U UUC Fen UCC Ser UAC UGC Cis C
Leucina Serina Parada (Stop) Parada (Stop) A U
Leucina Serina Parada (Stop) Triptofano G UUG }
UUA Leu UCA
UCG
UAA
UAG } Fim UGA Fim
UGG Trp
A
G

C
Leucina
Leucina
Leucina
Prolina
Prolina
Prolina
Histidina
Histidina
Glutamina
Arginina
Arginina
Arginina
U
C
A
C
CUU
CUA
CUG
}
CUC Leu
CCU
CCC
CCA
CCG
} Pro CAC } His
CAU

CAG } GIn
CAA
CGU
CGC
CGA
CGG
}Arg
U
C
A
G

} }
Leucina Prolina Glutamina Arginina
AAC } }
G AUU ACU AAU Ans AGU U
AUC lle ACC Tre AGC Ser C
A
Isoleucina
Isoleucina
Treonina
Treonina
Asparagina
Asparagina
Serina
Serina
U
C
AUA
AUG Met/início
ACA
ACG AAG } Lis
AAA AGA
}
AGG Arg
A
G
A

} } }
Isoleucina Treonina Lisina Arginina A
Metionina Treonina Lisina Arginina G G
GUU
GUC Val
GCU
GCC Ala GAC }
GAU Asp GGU
GGC Gli
U
C

Valina Alanina Ac. Aspártico Glicina U


GUA
GUG
GCA
GCG
GAA
}
GAG GIu
GGA
GGG
A
G
Valina Alanina Ac. Aspártico Glicina C
G
Valina Alanina Glutamina Glicina A A molécula de RNA mensageiro com a sequên-
Valina Alanina Glutamina Glicina G
cia CGAAUGACAAAAGGAUAACGU produz o
Ao final da tradução de um RNA mensageiro foi segmento de proteína:
formado um polipeptídio que apresenta os se-
guintes aminoácidos em suas posições relativas: a) Met – Tre – Lis – Gli – Arg.
b) Tre – Arg – Met.
Metionina – Triptofano – Triptofano – Arginina – Lisina – Cisteína – Fenilalanina
c) Arg – Met – Tre – Lis – Gli.
1 2 3 4 5 6 7
d) Met – Tre – Lis – Gli.
Assinale a(s) proposição(ões) correta(s). e) Leu – Arg – Met – Tre – Lis – Gli.
01) O RNA mensageiro que forma este poli-
peptídio apresenta 7 (sete) pares de bases 13. (Uerj – 2012) Observe a sequência de bases ni-
nitrogenadas. trogenadas que compõem a porção inicial de um
02) Se o códon do RNA mensageiro que codi- RNA mensageiro transcrito em uma determinada
fica o segundo aminoácido for modificado proteína de uma célula eucariota:
na sua terceira base (de G para A), a ca- AUGGCUAAAUUAGAC..........
deia polipeptídica será formada faltando um
Nessa proteína, o aminoácido introduzido pelo
aminoácido.
códon iniciador foi removido durante o proces-
04) Existem no total 16 sequências possíveis
de RNA mensageiro para formarem este so de síntese. Admita que uma mutação tenha
polipeptídio. atingido o códon correspondente ao aminoácido
08) Os aminoácidos da primeira e da segunda número 3 da estrutura primária desse polipep-
posição são exemplos da razão pela qual o tídeo, acarretando a troca de uma base A, na
código genético é chamado de degenerado. célula original, pela base U, na célula mutante. A
16) A presença do códon UAA no RNA men- tabela abaixo permite a identificação dos códons
sageiro faz com que a maquinaria de dos aminoácidos encontrados tanto na proteína
tradução (ribossomo + RNA mensageiro) original como na mutante, codificados pelo tre-
seja desmontada. cho inicial desse RNA mensageiro:
20
O código da vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

Identifique a sequência de bases que irá compor


Aminoácido Códons
o trecho de RNA mensageiro a ser traduzido em
Alanina GCU, GCC, GCA, GCG proteína e determine o número de aminoácidos a
serem introduzidos na proteína nascente.
Arginina CGU, CGC, CGA, CGG, AGA, AGG

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Aspártico GAU, GAC

Fenilalanina UUU, UUC

Leucina UUA, UUG, CUU, CUC, CUA, CUG

Lisina AAA, AAG

Metionina e códon de
AUG
iniciação

Serina UCU, UCC, UCA, UCG, AGU, AGC

Tirosina UAU, UAC

Triptofano UGG

Agora, a estrutura primária da proteína mutante


tem como terceiro aminoácido:
a) tirosina.
b) leucina.
c) triptofano.
d) fenilalanina.

14. (Uerj – 2012) O esquema abaixo representa o me-


15. (Fuvest – 2012) Uma mutação, responsável por
canismo de biossíntese proteica em um trecho uma doença sanguínea, foi identificada em uma
de DNA de uma célula eucariota. Observe que família. Abaixo estão representadas sequências
sua hélice inferior será transcrita e que as bases de bases nitrogenadas, normal e mutante; nelas
estão destacados o sítio de início da tradução e
nitrogenadas, em destaque, compõem um íntron,
a base alterada.

Biologia
a ser removido no processamento do pró-RNAm.

O ácido nucleico representado acima e o núme-


ro de aminoácidos codificados pela sequência
de bases, entre o sítio de início da tradução e a
mutação, estão corretamente indicados em:
a) DNA; 8.
b) DNA; 24.
c) DNA; 12.
d) RNA; 8.
e) RNA; 24.
21
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 O código da vida

16. (Enem – 2012) Os vegetais biossintetizam 18. (UFPR – 2012) A partir de apenas 20 tipos
determinadas substâncias (por exemplo, alca- diferentes de aminoácidos, uma célula pode pro-
loides e flavonoides), cuja estrutura química e duzir aproximadamente 20 mil diferentes tipos de
concentração variam em um mesmo organis- proteínas, como, por exemplo, hemoglobina, co-
mo em diferentes épocas do ano e estágios de lágeno e miosina. Essa produção acontece pela
ligação dos aminoácidos em sequências espe-
desenvolvimento.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
cíficas, que são diferentes para cada proteína.
Muitas dessas substâncias são produzidas para Entretanto, a mesma proteína (por exemplo, he-
a adaptação do organismo às variações am- moglobina) tem exatamente a mesma sequência
bientais (radiação UV, temperatura, parasitas, de aminoácidos todas as vezes que é produzida
herbívoros, estímulo a polinizadores etc.) ou fi- em uma mesma célula. Explique como a célula
siológicas (crescimento, envelhecimento etc.). controla essa produção, para que todas as he-
moglobinas sejam iguais.
As variações qualitativa e quantitativa na pro-
dução dessas substâncias durante um ano
são possíveis porque o material genético do
indivíduo:
a) sofre constantes recombinações para adap-
tar-se.
b) muda ao longo do ano e em diferentes fases
da vida.
c) cria novos genes para biossíntese de subs-
tâncias específicas.
d) altera a sequência de bases nitrogenadas
para criar novas substâncias.
e) possui genes transcritos diferentemente de
acordo com cada necessidade.

17. (Ifsp – 2012) A produção de uma proteína no


interior das células eucarióticas poderia ser
comparada a uma linha de produção de uma in-
dústria. Para que o trabalho ocorra, é necessária
a síntese de uma molécula de RNA mensageiro
e esta será utilizada pelos ribossomos para que
a proteína seja sintetizada. Pode-se afirmar que: 19. (UCS – 2012) O DNA desempenha suas funções
a) a síntese de RNA mensageiro ocorre no ci- por meio do RNA mensageiro (RNAm). A maioria
tosol e a síntese proteica ocorre no núcleo das moléculas de RNA, por sua vez, orienta a
celular. produção de proteínas.
b) a síntese de RNA mensageiro é denomi- Considere as seguintes afirmações em relação
nada tradução e a de proteínas chama-se aos processos de expressão gênica.
transcrição. I. Nos procariotos, a transcrição gênica dá ori-
c) o RNA mensageiro apresenta uma sequ- gem a um pré-RNAm, que posteriormente
passa pelo processo de splicing para gerar
ência de anticódons que serão traduzidos
o RNAm.
pelos ribossomos.
II. Nos eucariotos e procariotos, uma molécula
d) a proteína é formada por aminoácidos que de RNAm passa pela tradução, para dar ori-
foram trazidos pelos RNA mensageiros até gem a um peptídeo.
os ribossomos. III. Nos eucariotos, o ribossomo pode acoplar-
e) os ribossomos realizam a tradução da molé- -se ao retículo endoplasmático, durante o
cula de RNA mensageiro no citosol da célula. processo de tradução.
22
O código da vida ENSINO MÉDIO UNIDADE 12

Das afirmações acima: por Linus Pauling, naquela época o maior


a) apenas I está correta. químico do mundo.
OLIVEIRA, Fátima. Engenharia genética: o sétimo dia da criação.
b) apenas II está correta. São Paulo: Moderna, 2004. p. 68-70. (Adaptado).
c) apenas III está correta.
A partir de seus conhecimentos de
d) apenas I e III estão corretas.
Citogenética, analise as proposições a
e) apenas II e III estão corretas.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
seguir:
I. Na estrutura do DNA, as duas fitas
20. (IFBA – 2012)
estão unidas por ligações de hidro-
A dupla hélice gênio (pontes).
Uma curiosidade: hoje se sabe que II. O RNA, nos eucariotos, é produzido
Rosalind Franklin realizou as pesquisas no citoplasma e, posteriormente,
básicas (o uso de raio X na observação do migra para o núcleo.
DNA) que possibilitaram a proposta da es- III. O anticódon representa a trinca de
trutura do DNA. Esse fato é reconhecido por bases do RNAm, que orientará a
James Watson, em seu livro A dupla hélice RNAr na síntese proteica.
– um relato pessoal da descoberta da es-
IV. O código genético humano é de-
trutura do DNA (Lisboa, Gradiva, 1987)(...).
generado, pois pode apresentar
A descoberta da dupla hélice foi repleta de mais de um códon para um mes-
emoções, paixões e intrigas. A disputa e a mo aminoácido.
corrida contra o tempo envolveram três gru-
A alternativa em que todas as proposi-
pos de pesquisadores de DNA: os enfants
ções estão corretas é:
terribles do laboratório de Cavendish, em
a) I, II, III e IV.
Cambridge (James Watson e Francis Crick,
que não chegavam a formar uma equipe ofi- b) I e II.
cial), o grupo do King’s College, em Londres c) II e III.
(Maurice Wilkins e Rosalind Franklin), e o d) III e IV.
grupo da CalTech, na Califórnia, chefiada e) I e IV.

ANOTAÇÕES

Biologia

23
ENSINO MÉDIO UNIDADE 12 O código da vida

ANOTAÇÕES

PROIBIDA A REPRODUÇÃO

24
UNIDADE 13
a
O CICLO CELULAR
o g i
iol
Controle do funcionamento celular ...................2
B

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Divisão celular .........................................................7
Mitose .......................................................................9
Meiose ................................................................... 16
Número de cromossomos ................................. 28
Mutações cromossômicas numéricas .............. 29

A divisão celular garante a continuidade da


vida. Nos seres unicelulares, representa a própria
reprodução do indivíduo.
Nos pluricelulares, é a base do desenvolvimento,
da diferenciação, do crescimento e da reprodução.

Nobeastsofierce/123RF
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

COMPETÊNCIA HABILIDADE

4 13
Controle do
funcionamento celular
A

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
té o momento, você estudou algumas peculiaridades sobre as células, sua
composição química, a diferenciação entre células procarióticas e eucarióticas,
a membrana e o citoplasma com suas organelas. Estudou, também, sobre as formas de
obtenção de energia e um pouco sobre o código genético, entre outros.
Agora, vamos nos aprofundar no conhecimento de uma organela fundamental, o
núcleo celular e, depois, estudaremos também como é o ciclo de vida de uma célula.

Núcleo celular
Desde o século XVII, a comunidade científica já sabia da existência do núcleo. Porém,
somente muitos anos depois foi verificado que a maior parte do material genético encon-
trava-se no interior dessa organela.
Hoje, são atribuídas ao núcleo duas funções muito importantes: armazenar as infor-
mações genéticas do organismo e controlar o metabolismo celular.
A maioria das células apresenta um único núcleo, porém, existem células que apre-
sentam dois ou mais núcleos.

Fibra muscular
Núcleo interfásico
estriada
Núcleo interfásico ou metabólico representa o núcleo
de uma célula que não está ativa em divisão.
Núcleo
Na maioria das células, o núcleo localiza-se mais ou
menos ao centro. Em algumas, entretanto, ocupa posições
Célula da glândula diferentes. Nas células secretoras, por exemplo, situa-se na
da seda de mariposa região basal. Nas células que armazenam substâncias de
Núcleos
reserva, como é o caso dos ovócitos e das células adipo-
sas, encontra-se na periferia, próximo à membrana celular.

Macronúcleo
Grande parte das células possui um único núcleo e,
com raras exceções, as eucarióticas não o possuem, como
Micronúcleo é o caso das hemácias, nos mamíferos. Existem células
binucleadas, como é o caso dos protozoários ciliados e
das células hepáticas (hepatócitos). Há também células
Paramécio
polinucleadas como as fibras estriadas esqueléticas e os
Núcleo osteoclastos.
As células polinucleadas podem resultar de duas manei-
ras diferentes: pela fusão de várias células uninucleadas
(sincícios) ou pela divisão múltipla do núcleo (cariocinese),
Neutrófilo
sem a divisão do citoplasma correspondente (citocinese),
Variações da forma do núcleo nas diferentes células quando, então, denominam-se plasmódio.

Estruturas do núcleo interfásico


As principais estruturas que constituem o núcleo são a dupla membrana, denomi-
nada envoltório nuclear ou carioteca. Essa membrana separa o conteúdo da organela,
mantendo-o sem contato com o citoplasma.
2
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

A membrana é somente visível em microscopia eletrônica, pois é apenas com esse


instrumento que é possível observar que a membrana é extremamente porosa, o que
permite trocas de substâncias entre o núcleo e o citoplasma.
No interior do núcleo está contido o nucleoplasma (cariolinfa), que é uma substância
semelhante ao hialoplasma. Nessa solução estão dispersos a cromatina e o nucléolo e é
nela que ocorrem várias reações químicas, como a duplicação do DNA e a síntese do RNA.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Observe a imagem:

Membrana nuclear dupla

Nucleoplasma

Nucléolo
Poros da
membrana nuclear
Cromatina

Poros da membrana nuclear


B
Face interna
Face externa

Bicamada
de lipídios

D Poro nuclear
C

Cromatina (cromossomos)
O termo cromatina (croma = cor) indica, com exceção do nucléolo, toda região do
núcleo que se tinge e é visível ao MO. É formada por DNA associado a proteínas básicas
(histonas) e RNA. Apresenta caráter ácido, razão pela qual tem afinidades por corantes
básicos, propriedade essa denominada basofilia. Sua disposição e grau de condensação
variam de acordo com o tipo de célula.
A cromatina pode se apresentar sob duas formas: heterocromatina e eucromatina.

Biologia
A heterocromatina é muito condensada durante a interfase e permanece assim durante a
divisão celular. A eucromatina é pouco condensada durante a interfase e muito conden-
sada durante a divisão celular.

Estrutura da cromatina
A cromatina é formada por um filamento
constituído por uma cadeia dupla de DNA,
que se enrola duas vezes em torno de oito
Histonas
moléculas de histonas, formando unidades
repetitivas chamadas nucleossomos, os DNA

quais estão ligados entre si por uma porção


de DNA que, por sua vez, está associada a
outra proteína histona. Essa disposição da
cromatina torna possível o seu dobramento DNA
e a sua transformação em cromossomos
visíveis durante a divisão celular. Nucleossomo Cromossomo
3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

SAIBA MAIS

Cromatina sexual
Nas células da mulher (epitélio da mucosa bucal) e de outras fêmeas de mamíferos, observa-se, durante
a interfase, um corpúsculo com cerca de 1 µm de diâmetro, junto à membrana interna do núcleo, chamado

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
cromatina sexual ou corpúsculo de Barr. A mulher possui dois cromossomos sexuais ou cromossomos X, dos
quais um deles permanece totalmente condensado e inativo durante a interfase (heterocromatina), formando a
cromatina sexual.
Quando se tinge o núcleo de células femininas, pode-se observar a cromatina sexual. Por isso, diz-se que,
na mulher, a cromatina sexual é positiva. As células masculinas, que são XY, possuem somente um cromossomo
X, logo são cromatina sexual negativa.

Nucléolo
São estruturas geralmente esféricas, às vezes irregulares, possuem tamanho variável
e dispersas no nucleoplasma, sem membrana envolvente, formadas por RNA ribossômico
(RNAr) associado a proteínas. Geralmente são únicos, mas podem existir dois ou mais
nucléolos em cada célula. Estão, em geral, associados à cromatina, que se situa em sua
periferia. O nucléolo é formado por uma região do cromossomo denominada organizador
nucleolar, onde ocorre a síntese do RNA ribossômico.
O tamanho dos nucléolos está, em geral, relacionado à intensidade da síntese proteica
que ocorre nas células. As que sintetizam proteínas ativamente, como as células secretoras,
e as que se reproduzem rapidamente têm nucléolos maiores que outros tipos celulares.

ATIVIDADES
01. (Unesp – 2013) Leia a placa informativa presente tendo herdado o material genético de ambas
em uma churrascaria. as subespécies.
c) do cruzamento de uma leitoa com um ja-
vali devem resultar híbridos fêmeas com 38
cromossomos e híbridos machos com 36
cromossomos.
d) os animais não puros terão o mesmo núme-
ro de cromossomos do porco doméstico,
mas não o número cromossômico do javali.
e) os animais puros, aos quais o restaurante
Porcos e javalis são subespécies de uma mesma se refere, são filhos de casais em que pelo
espécie, Sus scrofa. A referência ao número de menos um dos animais paternos tem 36
cromossomos justifica-se pelo fato de que são cromossomos.
considerados javalis puros apenas os indivíduos
com 36 cromossomos. Os porcos domésticos 02. (UEM – 2011) Identifique o que for correto sobre
possuem 38 cromossomos e podem cruzar com as características gerais dos cromossomos.
javalis. 01) Durante a interfase, ocorre a duplicação dos
Desse modo, é correto afirmar que: cromossomos, e essas cópias unidas de um
a) os animais com 37 cromossomos serão fi- cromossomo duplicado são denominadas
lhos de um leitão ou de uma leitoa, mas não cromátides-irmãs.
de um casal de javalis. 02) A posição do centrômero serve de critério pa-
b) um híbrido de porco e javali, conhecido ra classificar os cromossomos em três tipos:
como javaporco, terá 74 cromossomos, metacêntrico, acrocêntrico e telocêntrico.
4
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

04) Os genes da espécie humana distribuem-se b) Em um organismo pluricelular, podemos


em cromossomos autossomos e sexuais. observar células com um mesmo código
Cada pessoa herda dois conjuntos de 23 genético desempenhando funções muito
desses cromossomos, um proveniente da diferentes, por exemplo, um neurônio e uma
mãe e outro do pai. célula muscular. Como isso é possível?
08) Nos eucariontes, o material genético chama-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
do de cromatina é separado do citoplasma
pela membrana nuclear.
16) As alterações cromossômicas estruturais
correspondem a modificações na sequência
dos genes ao longo do filamento, podendo
ser provocadas por vírus, radiação ou subs-
tâncias químicas.
Soma ( )

03. (UFSCar – 2010) A edição n.º 76 da revista


Scientific American Brasil, de 2008, noticiou
que pesquisadores da Harvard Medical School,
nos Estados Unidos, conseguiram construir um
modelo da célula primitiva, que surgiu há, aproxi-
madamente, 3,5 bilhões de anos e que deu início 04. (UFPR – 2010) O complexo de poro nuclear é a
à jornada da vida na Terra. A partir dessa célula estrutura que regula o trânsito de grandes mo-
primitiva surgiram os dois tipos fundamentais de léculas (como RNA e proteínas) entre o núcleo
células: um, presente em bactérias e cianobac- celular e o citoplasma. O número de complexos
térias, e o outro, presente em todos os demais de poro encontrados no envoltório nuclear pode
seres vivos conhecidos atualmente, exceto vírus. variar entre diversos tipos celulares.
Esse feito científico é de extrema importância, a) Coloque em ordem crescente de número de
pois pode fornecer informações mais preci- complexos de poro por núcleo os seguintes
sas de como esse processo de diversificação tipos celulares: neurônio, espermatozoide,
aconteceu. adipócito.
a) Quais são os dois tipos celulares a que o tex-
Número de complexos de poro por núcleo celular
to faz referência, e qual é a diferença mais
< <
marcante entre eles, visível com o auxílio do
microscópio óptico?
b) Justifique a ordem escolhida, com base

Biologia
nos conhecimentos de biologia e fisiologia
celular.

5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

05. (UFU – 2010) Em uma olimpíada, a ausência III. A inativação do cromossomo X faz com
de corpúsculo de Barr (cromatina sexual) nas que a quantidade de genes ativos nas cé-
células interfásicas da mucosa bucal pode ser lulas das fêmeas dos mamíferos seja igual à
um critério utilizado para a exclusão de atletas
quantidade de genes ativos nas células dos
de uma competição feminina. Sabendo-se que
machos. A esse mecanismo dá-se o nome
o corpúsculo de Barr corresponde a um cro-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
mossomo X inativo (heterocromatina), analise as de compensação de dose.
seguintes afirmativas: IV. O exame de corpúsculo de Barr permite de-
I. Nas mulheres (assim como nas fêmeas dos tectar precocemente indivíduos aneuploides
mamíferos em geral), o cromossomo X inati- com cariótipos: 45, X; 47, XXY; e 47, XYY.
vo é, preferencialmente, o cromossomo X de
origem paterna. Assinale a alternativa correta.
II. A ausência de cromatina sexual, nas célu- a) Apenas I e III são verdadeiras.
las interfásicas da mucosa bucal, permite
b) Apenas I e IV são verdadeiras.
detectar mulheres com cariótipo masculino
(46, XY) que possuem mutação ou deleção c) Apenas II e III são verdadeiras.
no gene SRY. d) Apenas II e IV são verdadeiras.

ANOTAÇÕES

6
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

Divisão celular

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Interfase
A maioria das células, durante o seu ciclo vi­tal, passa por dois estágios: interfase e
período de divisão.
Geralmente, a célula passa a maior parte do seu tempo em interfase, período em que
ela sofre alterações morfológicas, mas realiza a maioria das suas funções.

Durante a divisão, ao contrário, ocorrem várias alterações morfológicas, que envolve


principalmente o núcleo e os cromossomos.
Agora que você já conhece as principais estruturas do núcleo, vamos acompanhar o
processo de divisão celular.

Biologia
Nessa fase, o núcleo é delimitado pela carioteca, o nucléolo é bem evidente e os cro-
mossomos acham-se descondensados e imersos no carioplasma sob a forma de massas
irregulares denominadas cromatina.
A interfase é dividida em três períodos: G1, S e G2 (G vem do inglês gap, intervalo, e
S, de síntese).
O período G1 é geralmente a fase do ciclo mais variável em duração. Caracteriza-se
pelo reinício da síntese de RNA e proteínas, que estava interrompida durante a mitose
(período M). Nos tecidos de rápida renovação, cujas células estão constantemente
em divisão, o período G1 é curto. Um exemplo é o epitélio que reveste o intestino
delgado, o qual se renova no ser humano de três em três dias. Outro tecido com pro-
liferação intensa é a medula óssea, na qual se for­mam as hemácias e certos glóbulos
brancos do sangue.
Outros tecidos apresentam proliferação mais lenta, tal como ocorre na epiderme (20
dias). Finalmente, há tecidos cujas células se reproduzem muito raramente, como o mús-
culo liso e os neurônios (células nervosas), quando estimulados. Diz-se que as células que
não se dividem, permanecendo indefinidamente na interfase, estão no período Go (G-zero).
7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

Durante o período S, a célula duplica seu conteúdo de DNA e, consequentemente,


o número de cromátides de cada cromossomo. No período do G1, cada cromossomo
possui uma cromátide; após o período S, cada cromossomo possui duas cromátides
idênticas, denominadas cromátides-irmãs.
É também nessa fase que ocorre, nas células animais, a duplicação dos centríolos.
No período G2, há os preparativos necessários para a divisão. Sabe-se, também,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
que a síntese do DNA pode se prolongar até o período G2 e a do RNA e de proteínas,
além de ocorrer em G1, continua pelos períodos S e G2, sendo interrompida durante
a divisão celular.

INTERFASE

S
G1 (Síntese do DNA)

nes
e G2
ci
se

to
Ci
ito

F
M

Mit ase
ótic
a (M
)

Tipos de divisão
Existem dois tipos básicos de divisão celular nos eucariontes: mitose, que mantém
constante o número de cromossomos; e meiose, que reduz o número de cromossomos
de 2n para n.
• Mitose é o processo mais comum de divisão celular e ocorre na maioria dos tipos de
células.
• Meiose, ao contrário, é menos comum, ocorrendo somente em determinados tipos
de células, as células reprodutoras.
É interessante observar que, em todos os organismos estudados, a sequência de
eventos na mitose ou meiose é basicamente a mesma, quer seja um porífero ou um ver-
tebrado, um musgo ou uma planta.
Ambos os processos de divisão celular apresentam quatro fases características: pró-
fase, metáfase, anáfase e telófase. Cada ciclo celular inicia-se na interfase e termina no
final da telófase.

8
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

Mitose

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Célula somática é qualquer célula do orga-
nismo que não está envolvida diretamente
com a reprodução, como as células da pele.
Descrição da mitose
Durante o processo, o núcleo e os cromosso-
Célula germinativa é a que pode formar gameta mos sofrem sucessivas alterações morfológicas e,
caso sofra meiose, como o óvulo feminino ou o para facilitar o estudo, o processo foi dividido em
espermatozoide masculino. quatro fases.
Célula diploide (2n) é aquela cujos cromos- Vejamos, a seguir, os principais eventos de cada
somos se organizam em pares de cromossomos fase.
homólogos (iguais) e, para cada característica, exis-
tem pelo menos dois genes, estando cada um deles
localizados em um cromossomo homólogo.
Prófase
No caso da espécie humana, n corresponde a • O envoltório nuclear fragmenta-se de maneira
23 cromossomos, sendo que as células somáticas que os componentes do núcleo se misturam com
possuem 2n, ou seja, 46 cromossomos. Quando os do citoplasma.
ocorre a fecundação, os 23 cromossomos presentes • O nucléolo dissolve-se e o seu conteúdo espa-
no espermatozoide juntam-se com os 23 cromosso- lha-se pelo citoplasma.
mos presentes no óvulo. • Tem início a espiralização ou condensação dos
As mulheres possuem o último par de cromos- cromossomos, que começam a se tornar visíveis
somos, o 23.º, igual a XX, no qual X é um tipo de individualmente.
cromossomo. Já os homens o possuem como XY, • Entre os dois polos da célula tem início a forma-
determinando o sexo. ção do fuso ou aparelho mitótico. Nas células
Célula haploide (n) é a célula dos organismos dos animais, os pares de centríolos migram para
eucariotos que apresentam apenas um conjunto do os polos opostos, e surgem ao redor deles os
número de cromossomos característico da espécie. microtúbulos que originam o áster. Por isso, a
Muitos protistas e fungos apresentam todas mitose é denominada astral. Nas células vegetais
as células somáticas haploides, ao contrário dos forma-se o fuso, mas como elas não possuem
animais e das plantas vasculares, cujas células centríolos, o áster também não aparece. Por
não reprodutivas são normalmente diploides (2n). isso, a mitose é chamada anastral.
Nesses organismos, apenas as células sexuais, os
gametas, têm um único complemento cromossô- Áster Centríolos

Biologia
mico, uma vez que são geradas por meiose.
Fuso
Mitose ou cariocinese é o tipo de divisão que
produz duas células semelhantes e com o mesmo
número de cromossomos. Se a célula for diploide
(2n), produz duas células diploides (2n); se for
haploide (n), produz duas células haploides (n). A B

Esquema que ilustra o fuso ou aparelho mitótico. A: na célula animal, com


centríolo, tipo astral. B: na célula vegetal, sem centríolo, tipo anastral.
2n 2n n n

2n 2n 2n 2n n n n Metáfase
n

• O envoltório nuclear desaparece.


Mitose em célula 2n Mitose em célula n
A mitose ocorre nas células somáticas e em • O fuso está totalmente formado.
alguns tipos de células germinativas dos animais e • Os cromossomos bem condensados, cada um
dos vegetais eucariontes, durante as diversas fases com duas cromátides, prendem-se ao fuso pelo
do ciclo vital: embriogênese, crescimento, manuten- centrômero e se deslocam para o meio da célula,
ção, cicatrização etc. formando a placa equatorial.
9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

Anáfase • Finalmente, ocorre a citocinese ou divisão do


citoplasma. Nas células dos animais, é por
• Ocorre a divisão do centrômero e a separação estrangulamento, de fora para dentro (centrí-
das cromátides-irmãs, que se deslocam para os peta). Nas células vegetais, devido à presença
polos opostos e formam os cromossomos-filhos. da parede celular, é feita pela lamela média for-
• O número de cromossomos duplica-se e a célula mada de pectina (polissacarídeo), do centro para
a periferia (centrífugo), a partir de secreções do

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
momentaneamente tem um número 4n de cro-
complexo golgiense.
mossomos, sendo que cada cromossomo possui
somente uma cromátide. Lamela
média

Telófase
• Os cromossomos desespiralizam-se, voltando à
forma de longos e finos filamentos.
• O fuso desintegra-se.
• Ao redor dos cromossomos, em cada polo,
forma-se o envoltório nuclear das duas novas
células. A B
• O nucléolo reaparece, resultante da atividade Figura esquemática que ilustra a citocinese. A: citocinese
dos organizadores nucleolares de certos tipos centrífuga com formação da lamela média na célula
vegetal. B: citocinese centrípeta por estrangulamento na
de cromossomos. célula animal.
Mitose animal

Prófase Metáfase Anáfase Telófase Interfase

Mitose vegetal
Carioteca
Nucléolo Cromossomos
Cromatina Fuso Lamela média Parede celular

2n = 6

2n = 6 2n = 12 2n = 6

Interfase Prófase Metáfase Anáfase Citocinese centrífuga Duas novas células


Telófase

Variação da quantidade de DNA


durante a mitose

Quantidade de DNA

4C

2C
C

G1 S G2 Tempo
Prófase Metáfase Anáfase Telófase

10 Mitose
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

ATIVIDADES
01. (Fuvest – 2014) A sequência de fotografias abaixo
mostra uma célula em interfase e outras em eta-
pas da mitose, até a formação de novas células.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
PURVES, W.K. et al. Vida: a ciência da Biologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

Assinale a alternativa correta em relação à interfase.


a) A interfase é o período em que não ocorre
divisão celular, e a célula permanece sem ati-
vidade metabólica.
b) As células que não se dividem são normal-
Disponível em: <http://coofarm.fmns.rug.nl/celbiologie/gallery>. Acesso em: mente mantidas em G0.
1.º mar. 2011. (Adaptado).
c) O nucléolo desaparece durante o G1.
Considerando que o conjunto haploide de cro- d) A quantidade de DNA permanece constante
mossomos corresponde à quantidade N de durante o período S.
DNA, a quantidade de DNA das células indica- e) O G2 caracteriza-se pela presença de cro-
das pelos números 1, 2, 3 e 4 é, respectivamente: mossomos constituídos de uma única
a) N, 2N, 2N e N. cromátide.
b) N, 2N, N e N/2. 04. (Uern – 2013) O organismo humano é formado
c) 2N, 4N, 2N e N. por dois tipos de células: as diploides ou somá-
d) 2N, 4N, 4N e 2N. ticas, conhecidas por formarem todas as células
e) 2N, 4N, 2N e 2N. do corpo humano, e as haploides ou gametas,
que são células sexuais e apresentam metade
02. (Cefet-MG – 2013) Observe a fase do processo do número de cromossomos. A maioria dessas
de divisão celular de uma célula, cuja ploidia é células está sempre se renovando, gerando no-
vas células pelos processos de mitose e meiose.
2n = 2, conforme a figura.
O esquema a seguir representa as fases da re-
produção celular.

Biologia
Observe as figuras e analise as afirmativas a
Conclui-se que a fase mostrada na figura refere- seguir.
-se à mitose, pois se fosse meiose: I. A anáfase I da meiose e a telófase da mito-
se estão representadas pelas figuras 4 e 2,
a) as cromátides irmãs estariam afastando-se
respectivamente.
em direção aos polos da célula.
II. As figuras 2 e 3 representam a telófase I da
b) a visualização dos cromossomos seria meiose e a metáfase da mitose.
impossível. III. Durante a fase representada pela figura 2,
c) os cromossomos mudariam de formato. ocorre o desaparecimento da carioteca, e o
d) o número cromossômico seria diferente. material do núcleo mistura-se ao citoplasma.
IV. A figura 3 corresponde à metáfase I da meio-
03. (UFRGS – 2013) A figura abaixo representa o ci- se, em que os cromossomos se alinham na
clo celular de uma célula eucariótica. região equatorial da célula.
11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

V. Durante a fase da figura 1, em que os cromos- 07. (Ifsp – 2012) Bioquímicos, médicos, biólogos,
somos tornam-se mais curtos e mais espes- químicos, entre outros, podem trabalhar em
sos, o processo é chamado condensação. pesquisa e descobrir substâncias que podem in-
Estão corretas apenas as afirmativas: terferir em algum mecanismo celular e com isso
auxiliar na saúde humana. Entre elas, está a vin-
a) I, II e IV.
blastina, alcaloide que impede a formação das
b) II, III e V.
proteínas chamadas microtúbulos, presentes

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
c) I, IV e V. nas fibras do fuso. Ela pode:
d) II, III e IV. a) inibir divisões mitóticas, impedindo, assim, o
crescimento de um tumor.
05. (Fuvest – 2013) Na figura abaixo, está representado
b) inibir divisões meióticas, impedindo, assim, a
o ciclo celular. Na fase S, ocorre síntese de DNA;
formação de células somáticas.
na fase M, ocorre a mitose e, dela, resultam novas
células, indicadas no esquema pelas letras C. c) reduzir a digestão lipídica, favorecendo a
perda de massa corpórea.
d) facilitar a perda de proteínas durante a diges-
tão, favorecendo o emagrecimento.
e) estimular a divisão citoplasmática do final da
mitose, estimulando o crescimento.

08. (UEPG – 2011) No que se refere à cromatina, as-


sinale o que for correto.
01) Aparece em todas as etapas da mitose: pró-
fase, metáfase, anáfase e telófase.
02) Aparece apenas na anáfase, pois, apenas
nesta etapa a cromatina é importante no pro-
cesso da divisão celular.
04) Está presente no núcleo interfásico e aparece
durante a divisão celular com uma organiza-
ção estrutural diferente, transformando-se
Considerando que, em G1, existe um par de ale- nos cromossomos.
los Bb, quantos representantes de cada alelo
08) É formada por nucleoproteínas.
existirão ao final de S e de G2 e em cada C?
Soma ( )
a) 4, 4 e 4
b) 4, 4 e 2 09. (UPE – 2011) A figura abaixo representa um corte
c) 4, 2 e 1 histológico de raiz de cebola, na qual estão enu-
d) 2, 2 e 2 meradas diferentes fases do ciclo celular.
e) 2, 2 e 1

06. (UFPB – 2012) O aumento da temperatura nas


últimas décadas, principalmente influenciado por
fatores antrópicos, como a crescente emissão
de CO2 devido a um processo de industrializa-
ção massivo, está diretamente relacionado à
alta incidência de câncer de pele na população,
em consequência do aumento da radiação UV.
Utilizando os conhecimentos sobre ciclo celular e
material genético, julgue as afirmativas a seguir, Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br/upload/conteudo_legenda/46
relativas à ação da radiação UV sobre as células: bb800fb7c29b4228969b92cbdbc1b5.jpg>.

( ) Provoca mutações que podem aumentar a Assinale a frase que identifica corretamente a
ação dos fatores de crescimento celular. fase 5 (cinco) e a estrutura apontada com uma
( ) Destrói os tecidos. seta.
( ) Induz a célula a parar de se multiplicar. a) A interfase está subdividida nas fases S, G1
( ) Acarreta mutações que podem diminuir a e G2. A estrutura apontada é o cloroplasto.
ação das proteínas de checagem do ciclo b) Na metáfase, os cromossomos estão alinha-
celular. dos na placa equatorial. A estrutura apontada
( ) Aumenta o tamanho das células. é o cloroplasto.
12
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

c) Na metáfase, os cromossomos estão alinha- c) A divisão equacional da etapa M é justificada


dos na placa equatorial. A estrutura apontada a partir dos eventos de replicação que ocor-
é a parede celular. rem na etapa S.
d) Na telófase, ocorre a descondensação dos d) A condensação do material genético é es-
cromossomos e a citocinese centrípeta. A sencial para que o processo de replicação
estrutura apontada é o fragmoplasto. seja plenamente completado na etapa M.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
e) Na telófase, ocorre a descondensação dos e) A expressão da informação genética é
cromossomos e a citocinese centrífuga. A garantida a partir dos eventos realizados ex-
estrutura apontada é o fragmoplasto. clusivamente na etapa S.

10. (IFCE – 2011) Quando ocorre a divisão celular 12. (Uerj – 2011) Normalmente não se encontram neu-
descontrolada das células de determinada re- rônios no cérebro em plena divisão celular. Entretanto,
gião do organismo, pode ocorrer a formação de no Mal de Alzheimer, grandes quantidades dessas cé-
um tumor. Nos tumores benignos, as células per- lulas iniciam anormalmente o ciclo de divisão. Estudos
manecem no local, prejudicando apenas o órgão mostram que até 10% dos neurônios nas regiões atin-
onde se originou o tumor ou os tecidos vizinhos. gidas por tal degeneração tentaram iniciar a divisão
O câncer é um tumor maligno prejudicial que se celular. Contudo, nenhum deles conseguiu terminá-la,
espalha para outras regiões do corpo. pois não foi observado o sinal mais característico da
O processo celular envolvido nessa desobediên- consumação da divisão de uma célula: cromossomos
cia genética é chamado de: alinhados no meio dos neurônios.
a) meiose e origina células haploides. HERCULANO-HOUZEL, S. O cérebro nosso de cada dia. Rio de Janeiro: Vieira e
Lent, 2002. (Adaptado).
b) fissão e ocorre nas células eucarióticas dos
animais evoluídos. Nomeie o tipo de divisão celular ao qual o texto
faz referência e a fase dessa divisão correspon-
c) mitose e tem participação dos centríolos.
dente ao alinhamento dos cromossomos.
d) cromossômico e origina duas células
diploides.
e) mitose celular e origina células haploides.

11. (Uesc – 2011)

Biologia
13. (UEL – 2011) O processo de mitose é essencial
para o desenvolvimento e o crescimento de to-
dos os organismos eucariotos.

A imagem representa a variação da quantidade


de DNA ao longo do ciclo celular de uma célula
eucariótica.
Em relação aos eventos que caracterizam as mu-
danças observadas na imagem, pode-se afirmar:
a) A duplicação do DNA ocorre a partir da etapa
G1, finalizando na G2.
b) A redução do número cromossômico é con-
cretizada pela separação dos cromossomos
homólogos na etapa M. KLUG, Willian et al. Conceitos de Genética. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 24.
13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

Com base na figura e nos conhecimentos sobre 16. (UFPB – 2010) Nos organismos eucariontes,
o ciclo celular, é correto afirmar: cada cromossomo contém uma molécula de
a) O período durante o qual ocorre a síntese DNA. Nas células somáticas diploides (2n) des-
do DNA é maior que o período em que não ses organismos, os cromossomos ocorrem aos
ocorre síntese alguma de DNA. pares e os que formam cada par são denomina-
b) Ao final de um ciclo celular, a quantidade de dos cromossomos homólogos.
material genético, nos núcleos de cada célu-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Na tabela e no gráfico a seguir, constam informa-
la-filha, equivale ao dobro da célula parental.
ções sobre o número diploide de cromossomos
c) O tempo gasto para o pareamento cro-
mossômico na placa equatorial equivale ao em diferentes organismos e sobre a variação na
tempo gasto para síntese de DNA. quantidade de DNA, ao longo do ciclo celular.
d) Em mais da metade do tempo da mitose, Organismo Homem Cão Drosófila Cebola Gato
as cromátides estão duplicadas, separadas Número diploide
longitudinalmente, exceto no centrômero. 46 78 08 16 38
de cromossomos
e) Durante a fase mais longa da mitose, as
cromátides-irmãs se separam uma da outra
e migram para as extremidades opostas da
célula.

14. (Ufsc – 2011)


O ciclo celular é dividido em duas etapas: Divisão
Celular e Interfase. Nesta última etapa (Interfase),
Considerando as informações dadas, os fenôme-
subdividida em G1 – S – G2, a célula realiza seu
metabolismo e se prepara, quando necessário, nos característicos da mitose e a análise da tabela
para a etapa da divisão celular. e do gráfico, identifique as afirmativas corretas:
Assinale a(s) proposição(ões) correta(s). ( ) Nos núcleos das células somáticas do
01) O tempo que as células permanecem na eta- gato, no final do período S, existirão 76
pa chamada de Interfase é o mesmo entre moléculas de DNA distribuídas nos 19 pa-
os diferentes tipos celulares. res de cromossomos homólogos.
02) No período do desenvolvimento embrioná-
( ) Nas células somáticas do cão, na metáfa-
rio, o ciclo celular compreende etapas de
Interfases longas e etapas de divisões celu- se mitótica, os 39 pares de cromossomos
lares rápidas. homólogos estarão alinhados na região
04) Na fase S da Interfase ocorre o processo de equatorial.
duplicação do DNA. ( ) Nos núcleos das células da drosófila, no
08) Durante a Interfase o DNA está em plena final do período G2, existirão 8 moléculas
atividade, formando o RNA com as informa-
de DNA.
ções para a síntese proteica.
16) Em G2 a quantidade de DNA é a mesma ( ) Nos núcleos das células do homem, no
que em G1. início da prófase, existirão 46 pares de
32) A frequência com que as células entram em cromossomos homólogos iniciando o pro-
divisão celular varia com o tipo e o estado cesso de espiralização.
fisiológico de cada uma delas. ( ) Nos núcleos das células de cebola, no final
64) Na etapa chamada de divisão celular, pode da telófase, as células recém-formadas es-
ocorrer tanto a mitose como a meiose, em
tarão com 8 moléculas de DNA.
qualquer célula do corpo humano.
Soma ( ) 17. (Ufla – 2010) Apresentam-se a seguir eventos
15. (UFU – 2011) Na espécie humana, o número de que ocorrem durante o processo de divisão ce-
cromossomos presentes em um neurônio, no es- lular mitótico.
permatozoide, no óvulo e na célula adiposa é, Analise os eventos e marque a alternativa correta.
respectivamente:
I. Condensação máxima dos cromossomos
a) 23, 23, 23, 23.
b) 46, 46, 46, 46. II. Segregação cromatídica
c) 46, 23, 23, 46. III. Cromossomos no equador da célula
d) 23, 46, 26. 23. IV. Desestruturação da carioteca
14
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

Na metáfase: d) (1) Os cromossomos duplicados na interfa-


a) ocorrem somente os eventos I e III. se começam a se condensar. (2) Ocorre a
b) ocorrem somente os eventos I e II separação das duas cromátides-irmãs. (3)
c) ocorrem somente os eventos II e IV. Os cromossomos se descondensam e as
fibras do fuso mitótico desaparecem. (4) Os
d) ocorrem somente os eventos II e III.
cromossomos se deslocam em direção à re-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
18. (Cefet-MG – 2010) A questão refere-se ao gráfico gião da placa equatoriana e há a formação
a seguir. do fuso mitótico.
e) (1) Ocorre a separação das duas cromáti-
des-irmãs. (2) Os cromossomos duplicados
na interfase começam a se condensar. (3)
Os cromossomos se descondensam e as
fibras do fuso mitótico desaparecem. (4) Os
cromossomos se deslocam em direção à re-
gião da placa equatoriana e há a formação
Um pesquisador, com a finalidade de estudar do fuso mitótico.
a forma e o tamanho dos cromossomos de
uma célula, interrompeu a divisão celular na 20. (Unicamp – 2010) O esquema a seguir repre-
fase em que eles se encontravam na máxima senta três fases do ciclo celular de uma célula
condensação. somática de um organismo diploide.
Analisando esse processo, pode-se deduzir,
corretamente, que a fase em questão é a de
número:
a) 1.
b) 2.
c) 3. a) Qual é o número de cromossomos em uma
d) 4. célula haploide do organismo em questão?
Justifique sua resposta.
19. (Udesc – 2010) Assinale a alternativa correta
quanto à mitose na espécie humana, referente
à fase da anáfase (1), da prófase (2), da telófase
(3) e da metáfase (4), respectivamente:
a) (1) Os cromossomos duplicados na interfa-
se começam a se condensar. (2) Ocorre a
separação das duas cromátides-irmãs. (3)
Os cromossomos se deslocam em direção à
região da placa equatoriana e há a formação
do fuso mitótico. (4) Os cromossomos se

Biologia
descondensam e as fibras do fuso mitótico
desaparecem. b) Identifique se a célula representada é de
b) (1) Os cromossomos se deslocam em di- um animal ou de uma planta. Aponte duas
reção à região da placa equatoriana e há a
características que permitam fazer sua iden-
formação do fuso mitótico. (2) Os cromos-
somos duplicados na interfase começam tificação. Justifique.
a se condensar. (3) Os cromossomos se
descondensam e as fibras do fuso mitótico
desaparecem. (4) Ocorre a separação das
duas cromátides-irmãs.
c) (1) Ocorre a separação das duas cro-
mátides-irmãs. (2) Os cromossomos se
descondensam e as fibras do fuso mitótico
desaparecem. (3) Os cromossomos duplica-
dos na interfase começam a se condensar.
(4) Os cromossomos se deslocam em di-
reção à região da placa equatoriana e há a
formação do fuso mitótico.
15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

Meiose
A meiose é um tipo de divisão celular que tem por finalidade transformar célula
diploide (2n) em célula haploide (n). Nos animais, ocorre durante a gametogê-
nese e origina os gametas, células reprodutoras: espermatozoides (masculinos) e óvulos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
(femininos). Nos vegetais, ocorre durante a esporogênese e dá origem aos esporos, célu-
las responsáveis pela reprodução.
Outro fenômeno importante que ocorre durante a meiose é a recombinação gênica,
que possibilita o aumento da variabilidade das características hereditárias entre os indi-
víduos da mesma espécie.
A meiose compreende duas divisões sucessivas:
• A primeira delas, uma divisão reducional, pela qual uma célula diploide origina duas
células haploides (com redução do número de cromossomos).
• A outra, uma divisão equacional (semelhante à mitose), em que cada uma das células
haploides resultantes da primeira divisão origina duas outras, com o mesmo número
de cromossomos.

Características gerais da meiose


• É um conjunto de duas divisões sucessivas, separa­das por uma breve interfase
(intercinese).
• Antes do início da primeira divisão, ocorre na interfase os estágios G1, S e G2, de
maneira que, quando se inicia a meiose, os cromossomos já possuem as cromátides
duplicadas.
• Na prófase da primeira divisão, ocorre o pareamento dos homólogos (dois cromos-
somos do mesmo par; um de origem paterna e outro de origem materna), e, a seguir,
a troca de segmentos entre eles, fenômeno denominado crossing-over ou permuta,
que possibilita a mistura de genes entre os dois cromossomos e o consequente
aumento da variabilidade genética.
• Na anáfase da primeira divisão, não ocorre divisão dos cromossomos, mas tão
somente a separação dos cromossomos homólogos, formando duas células haploi-
des, sendo, portanto, reducional em relação ao número de cromossomos.
• Na anáfase da segunda divisão, ocorre a divisão dos cromossomos, dando um
total de quatro células haploides. Na segunda divisão não há, portanto, redução do
número de cromossomos.
• Como acabamos de ver, na meiose ocorrem duas divisões celulares e somente uma
cromossômica. Por isso, uma célula diploide (2n) origina, ao final das duas divisões,
quatro células haploides (n).

2n primeira divisão
Primeira divisão
reducional
reducional

n n segunda divisão
Segunda divisão
equacional
equacional

n n n n

Esquema simplificado da meiose


16
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

Descrição da meiose
Primeira divisão
Prófase I

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A prófase I é a etapa mais longa da meiose e é também a mais delicada. Nessa
etapa, os cromossomos fazem o pareamento que pode oportunizar uma permuta entre
eles, fenômeno denominado crossing-over.
Observe as etapas:

Leptóteno Zigóteno Paquíteno

Leptóteno (do grego leptós = delgado, fino)


Embora ainda muito finos, os cromossomos já começam a ficar visíveis. Apesar de
possuírem as cromátides duplicadas, parecem ser constituídos por um só filamento. Os
cromossomos estão unidos pelas extremidades a alguma parte do envoltório nuclear. Em
alguns casos, todas as extremidades estão voltadas para um mesmo ponto de envoltório
nuclear, caracterizando o arranjo denominado “buquê”.

Zigóteno (do grego zugon = junto)


Ocorre o emparelhamento dos cromossomos homólogos, fenômeno denominado
sinapse, que tem início nas extremidades que estão presas no envoltório nuclear e
continua de modo semelhante a um zíper ou cremalheira para o centro até o completo
emparelhamento dos cromossomos homólogos.

Paquíteno (do grego pachys = espesso)


Os pares homólogos ficam mais curtos e grossos e recebem o nome de bivalentes
ou tétrades. Nessa fase, embora não seja visível, ocorre o cruzamento entre as cromáti-
des homólogas e a troca de segmentos entre elas, fenômeno denominado crossing-over

Biologia
ou permuta. A troca de material genético entre os cromossomos homólogos possibilita o
aumento da variabilidade genética.

Diplóteno (do grego diplóos = duplo)


Os dois cromossomos de cada biva-
lente vão separando-se um do outro,
mas permanecem unidos2n nos locais 2n Crossing-over
Crossing -over durante
durante
onde ocorreu o crossing-over. Tais pontos a aprófase
prófaseda
daprimeira divisão
primeira divisão

recebem o nome de quiasma (do grego 1ª. divisão


2n
1ª. divisão
chiasma = encruzilhada). O 2n número de

quiasmas varia,n podendo 2ª. divisãoexistir um,n dois n 2ª. divisão n

ou mais quiasmas em cada bivalente.


Nessa fase, as n
quatro
n
cromátides
n n
da n n n n

bivalente ou tétrade são bem nítidas. O Esquema simplificado da meiose com a ocorrência do crossing-over.
Surgiram duas novas combinações entre os cromossomos, formando
quiasma é o sinal mais evidente da ocor- quatro tipos de gametas geneticamente diferentes.
rência do crossing-over.
17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

Diacinese (do grego dia = através; kynesis = movimento)


A última fase da prófase I caracteriza-se apenas por apresentar cromossomos mais
curtos e grossos que no estágio anterior. O termo diacinese significa “movimento para a
periferia” e se refere à tendência dos bivalentes de se deslocarem para perto da mem-
brana nuclear. Enquanto aumenta a condensação cromossômica e a repulsão entre
cromossomos homólogos do bivalente, os quiasmas vão sendo gradativamente desloca-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
dos para as extremidades dos cromossomos. Esse movimento do quiasma em direção
aos telômeros, conhecido como terminalização, tende à separação total dos homólogos.
Contudo, essa separação só é efetivada, na maioria dos casos, na anáfase I. Com o fim
da prófase, desaparece o nucléolo e rompe-se a carioteca.

Metáfase I
Nessa fase, como na mitose, os cromossomos atingem o grau máximo de espira-
lização e se dispõem na região equatorial da célula. Os dois centrômeros de cada par
cromossômico colocam-se em lados opostos da placa equatorial.

Anáfase I
Os cromossomos homólogos separam-se totalmente e migram para os polos opos-
tos. Cada cromossomo permanece com suas duas cromátides unidas pelo centrômero.

Telófase I
Quando os cromossomos alcançam os polos, formam-se dois núcleos haploides,
uma vez que existe apenas um cromossomo de cada par de homólogos. Termina a divi-
são que reduz o número de cromossomos.
O citoplasma se divide (citocinese) e forma duas novas células.
Cada célula resultante da primeira divisão passa por uma breve interfase chamada
de intercinese que, em certos casos, nem chega a ocorrer e entra em prófase II, iniciando
a segunda divisão.

MEIOSE

Cromossomos
Carioteca fragmentando-se entre os dois polos
Membrana plasmática
Microtúbulos Bivalente
Centríolos
P migrando
R para o polo
I oposto
M
E
I
R
A

D
I PRÓFASE I METÁFASE I ANÁFASE I TELÓFASE I
V – cada bivalente – bivalentes no – separação dos – cromossomos
I (par de homólogos) equador da célula; homólogos que chegam nos polos,
S começa a se afastar, – cada cromossomo migram para um de cada par;
à ficando preso (com duas polos opostos; – cada cromossomo
O pelos quiasmas cromátides) fica – cada cromossomo possui duas
(pontos onde voltado para um permanece com cromátides;
ocorreu o dos polos; duas cromátides; – divisão do
crossing-over); – cromossomos estão – célula 2n = 4. citoplasma
– célula 2n = 4. ligados ao fuso pelo formando duas
centrômero; células n = 2.
– célula 2n = 4.

18 S
E
G
Microtúbulos
Centríolos
P migrando
R para o polo
I oposto
O ciclo
M celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13
E

Segunda divisão
I
R
A
Todas as fases da meiose II podem ser descritas da mesma maneira que as da mitose.
D
A única
I
diferença
PRÓFASE I
é que o número de cromossomos envolvidos
METÁFASE I ANÁFASE I
é n. É importante
TELÓFASE I notar
também
V que,
– cadana anáfase II, ocorre
bivalente a divisão
– bivalentes no dos centrômeros
– separação e
dosa separação das cromáti-
– cromossomos
I (par de homólogos) equador da célula; homólogos que chegam nos polos,
des-irmãs,
S
que migram para
começa a se afastar,
os polos opostos.
– cada cromossomo migram para um de cada par;

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Do ponto
à depreso
ficando vista genético, há(com
uma duaspequena diferença: – cada cromossomo
as cromátides-irmãs
polos opostos; de cada
O pelos quiasmas cromátides) fica – cada cromossomo possui duas
cromossomo daonde
(pontos meiose II não são exatamente
voltado para um iguais entre
permanecesi, com
como na mitose.
cromátides;Isso por-
que, durante a prófase
ocorreu o I, uma ou dos
ambas,
polos; as cromátides trocam
duas – divisão
segmentos
cromátides; com do as suas
crossing-over); – cromossomos estão – célula 2n = 4. citoplasma
homólogas e possuem
– célula 2n = 4. parte dasligados
cromátides
ao fuso pelo originais e parte oriunda de suas duas
formando homólo-
gas, o que leva à formação de quatro células n, geneticamente diferentes.
centrômero; células n = 2.
– célula 2n = 4.

S
E
G
U
N
D
A

D
I
V
I PRÓFASE II METÁFASE II ANÁFASE II TELÓFASE II
S – cromossomos – cromossomos – divisão do centrômero – divisão do
à migram para o no equador da e separação das citoplasma;
O equador da célula; célula (um de cromátides-irmãs, que – reaparecimento
– célula n = 2. cada par); migram para os polos da carioteca;
– cada cromossomo opostos; – resultam
possui duas – cada cromossomo 4 células n = 2
cromátides; possui uma cromátide; geneticamente
– célula n = 2. – célula momentaneamente diferentes.
2n = 4.

Esquema comparativo entre mitose e meiose


MEIOSE
MITOSE
Primeira Divisão Segunda Divisão

2n Interfase(s) Interfase(s)
2n

Biologia
Duplicação
das cromátides Duplicação das
cromátides
2n n
2n
n Metáfase II

Prófase I
2n Metáfase Sinapses
2n
bivalentes
Crossing-over Separação
das cromá-
Separação tides-irmãs
das cromá- Anáfase II
2n Metáfase I
tides-irmãs
Anáfase

Separação
dos homólogos
Anáfase I
n n n n
2n 2n

19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

Diferenças entre mitose e meiose

Mitose Meiose
(1) Uma divisão equacional separa as cromátides-irmãs. (1) O primeiro estágio é a divisão por redução, que separa os
cromossomos homólogos durante a primeira anáfase; as
cromátides-irmãs separam-se na divisão equacional da segunda
anáfase.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
(2) Uma divisão por ciclo; isto é, uma divisão citoplasmática (2) Duas divisões por ciclo; isto é, duas divisões citoplasmáticas; uma
(citocinese) por divisão equacional cromossômica. seguindo a divisão de redução cromossômica e a outra seguindo
a divisão equacional cromossômica.
(3) Os cromossomos não entram em sinapse; não há (3) Há sinapse de cromossomos e ocorrência de permuta genética
formação de quiasma; não há também ocorrência de entre os cromossomos homólogos. Há formação de quiasmas.
permuta genética entre os cromossomos homólogos.
(4) Dois produtos (duas células-filhas) produzidos por ciclo. (4) Quatro produtos celulares (gametas ou esporos) produzidos por
ciclo.

(5) Os conteúdos genéticos dos produtos mitóticos são (5) Os conteúdos genéticos dos produtos meióticos são diferentes.
idênticos.

(6) O número de cromossomos das células-filhas é o (6) O número de cromossomos dos produtos meióticos é a metade
mesmo que o da célula-mãe. do da célula-mãe.

(7) Produtos mitóticos geralmente são capazes de sofrer (7) Produtos meióticos não podem empreender outra divisão
outras divisões mitóticas subsequentes. meiótica, embora possam empreender divisões mitóticas.

(8) Ocorre normalmente na maioria das células somáticas. (8) Ocorre somente nas células especializadas da linhagem
germinativa.

(9) Começa no estágio de zigoto e continua durante a vida (9) Ocorre somente após o organismo superior atingir maturidade;
do organismo. ocorre no zigoto de algumas algas e fungos.

DNA
Separação dos cromossomos homólogos
2x

Separação das
x cromátides irmãs

x
2

G1 S G2 PI MI AI TI PII M II A II T II Ciclo celular


Variação da quantidade de DNA durante a meiose.

20
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

ATIVIDADES

01. (Uece – 2014) Considere os eventos abaixo, que podem ocorrer na mitose ou na meiose.
I. Emparelhamento dos cromossomos homólogos duplicados.
II. Alinhamento dos cromossomos no plano equatorial da célula.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
III. Permutação de segmentos entre cromossomos homólogos.
IV. Divisão dos centrômeros, resultando na separação das cromátides irmãs.
No processo de multiplicação celular para reparação de tecidos, os eventos relacionados à distribuição equi-
tativa do material genético entre as células resultantes estão contidos somente em:
a) I e III.
b) II e IV.
c) II e III.
d) I e IV.

02. (UEL – 2013) Um pesquisador determinou as variações nos números de cromossomos e de moléculas
de DNA, ao longo do tempo, em células vegetais em reprodução sexuada e assexuada. As variações na
quantidade de moléculas em cada célula, nos dois casos, estão representadas nas figuras A e B.

a) Que tipo de divisão celular está caracterizado na figura A? E na figura B? Qual tipo corresponde
às células em reprodução sexuada? Qual tipo corresponde às células em reprodução assexuada?

Biologia
Justifique suas respostas.

21
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

b) Explique as características genéticas dos III. Na primeira fase da meiose, ocorre o pare-
descendentes das reproduções sexuada e amento e a segregação dos cromossomos
assexuada. homólogos.
IV. Na mitose, os cromossomos são alinhados
na placa equatorial e ocorre a separação das
cromátides irmãs.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Estão corretas:
a) todas as afirmativas.
b) somente I e IV.
c) somente I, III e IV.
d) somente I, II e IV.
e) somente I, II e III.

05. (Ifsp – 2013) Após uma aula sobre divisão celu-


lar, em células eucariontes, o professor projeta a
imagem de uma célula 2n = 4, que representa
uma das etapas estudadas, e pergunta a seus
03. (FGV – 2013) Observe a figura que ilustra uma alunos qual fase e divisão celular estão sendo
célula em determinada etapa de um processo de representadas.
divisão celular.
Observe a imagem da representação projetada e
assinale, das alternativas abaixo, qual a resposta
correta para a questão proposta pelo professor.

Disponível em: <http://abrahames-proyecto1.blogspot.com.br/>. (Adaptado).


a) Metáfase da Mitose.
Sendo 2n o número diploide de cromossomos,
b) Anáfase da Mitose.
é correto afirmar que tal célula encontra-se em
c) Anáfase I da Meiose.
anáfase da mitose de uma célula-mãe:
d) Metáfase II da Meiose.
a) 2n = 8, ou anáfase I da meiose de uma célu-
la-mãe 2n = 8. e) Anáfase II da Meiose.
b) 2n = 16, ou anáfase II da meiose de uma 06. (UFSM – 2013) Ao observar a produção de vinho
célula-mãe 2n = 8. em uma vinícola, um grupo de turistas percebeu
c) 2n = 4, ou anáfase I da meiose de uma célu- que vários tipos de uvas eram utilizados para fa-
la-mãe 2n = 8. zer o vinho. Esses tipos ocorrem devido também
d) 2n = 8, ou anáfase II da meiose de uma cé- à reprodução sexuada.
lula-mãe 2n = 16.
A divisão celular meiótica garante o aumento da
e) 2n = 4, ou anáfase II da meiose de uma cé- variabilidade genética através do(a):
lula-mãe 2n = 8.
a) pareamento dos cromossomos homólogos
04. (PUC-Rio – 2013) Considere as afirmativas abai- durante a prófase I.
xo acerca dos processos de divisão celular. b) terminalização dos quiasmas na diacinese.
I. Na mitose, a célula-mãe dá origem a duas c) permuta que ocorre entre cromátides não ir-
células filhas geneticamente idênticas. mãs no paquíteno.
II. Em todos os organismos que fazem repro- d formação das tétrades na telófase II.
dução sexuada, a produção de gametas se e) formação do complexo sinaptonêmico no
dá por meiose. zigóteno.
22
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

07. (UEPB – 2012) Leia atentamente as proposições III. Permutação de segmentos entre cromosso-
abaixo acerca do ciclo celular e, em seguida, as- mos homólogos.
sinale a alternativa correta. IV. Divisão dos centrômeros resultando na se-
paração das cromátides irmãs.
a) Raramente, durante a telófase, ambas as
No processo de multiplicação celular para re-
cromátides de um cromossomo podem mi-
paração de tecidos, os eventos relacionados à
grar juntas para o mesmo polo celular – é a

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
distribuição equitativa do material genético entre
não disjunção cromossômica, que leva a um
as células resultantes estão indicados em:
erro na distribuição dos cromossomos: uma
a) I e III, apenas.
das células-filhas fica com um cromossomo
a mais e a outra, com um cromossomo a b) II e IV, apenas.
menos. As duas situações são denominadas c) II e III, apenas.
aneuploidias. d) I e IV, apenas.
b) O ciclo celular está dividido em duas etapas: e) I, II, III e IV.
divisão celular, período que compreende a
mitose e a citocinese, e interfase, período 09. (Unisinos – 2012) O ciclo de vida dos animais
compreendido entre duas divisões celulares é caracterizado pelo crescimento, reprodução e
consecutivas, sendo este o período de me- morte dos indivíduos. Sabendo que o crescimen-
nor duração total do ciclo celular de células to ocorre através de sucessivas divisões celula-
que se multiplicam ativamente. res e a reprodução, pela formação dos gametas
c) Durante a metáfase, os cromossomos du- e consequente fecundação com um gameta de
plicados são deslocados para a região outro indivíduo da mesma espécie, qual das
equatorial da célula. Prossegue o processo alternativas abaixo indica, respectivamente, o
de condensação cromossômica, que atin- tipo de divisão celular envolvido nos processos
girá o nível máximo na anáfase, período em de crescimento do organismo e formação dos
que também ocorre a separação dos cen- gametas?
trômeros e a consequente separação das a) Fissão binária e meiose
cromátides-irmãs. b) Meiose e mitose
d) A interfase é subdividida em três fases: G1, c) Mitose e fissão binária
que antecede a duplicação do DNA cromos- d) Mitose e meiose
sômico; S, período em que ocorre a dupli- e) Fissão binária e mitose
cação do DNA cromossômico; G2, período 10. (Unesp – 2012) Bom seria se todas as frutas fossem
que sucede a duplicação cromossômica. como a banana: fácil de descascar e livre do inconve-
Células que se dividem com pouca frequên- niente dos caroços. Para darem uma forcinha à natureza,
cia podem entrar em uma fase denominada pesquisadores desenvolveram versões sem sementes
em laboratório (...). Para criar frutos sem sementes a
G0: seu metabolismo continua normal, mas
partir de versões com caroços, como acontece com a

Biologia
a divisão celular é bloqueada; em determina- melancia, é preciso cruzar plantas com números dife-
das situações, a célula pode ser estimulada rentes de cromossomos, até que se obtenha uma fruta
a reingressar na fase G1 e volta a se dividir. em que as sementinhas não se desenvolvam.
e) O paquíteno é a segunda subfase da prófa- Veja, 25/01/2012.
se 1, na meiose 1. Nesta subfase, ocorre o
fenômeno da permutação ou crossing-over,
que tem importante significado biológico,
pois a troca de fragmentos entre cromátides
homólogas permite o rearranjo dos genes, o
que leva a uma maior variedade de gametas
formados por um indivíduo.
08. (Fuvest – 2012) Considere os eventos abaixo,
que podem ocorrer na mitose ou na meiose:
Suponha que, no caso exemplificado, a me-
I. Emparelhamento dos cromossomos homó- lancia sem sementes tenha sido obtida a partir
logos duplicados. do cruzamento entre uma planta diploide com
II. Alinhamento dos cromossomos no plano 22 cromossomos e uma planta tetraploide
equatorial da célula. com 44 cromossomos.
23
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

Quantos cromossomos terão as células so- 12. (Udesc – 2012) Assinale a alternativa correta
máticas da nova planta? Considerando que as quanto à característica da meiose.
sementes são o resultado da reprodução sexua- a) Quando sofre mutações, estas são do tipo
da, explique por que os frutos dessa planta não somáticas e induzem a célula à apoptose.
as possuem. b) Garante a manutenção das características
genéticas ao longo dos anos.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
c) Garante a variabilidade genética da espécie,
através do crossing-over.
d) Reduz as características genéticas do indiví-
duo pela metade, ou seja, incompletas.
e) Reduz as características da célula, por isso
requer uma nova duplicação do material
genético.

13. (Uespi – 2012) A reprodução sexuada gera va-


riabilidade genética dentre os seres vivos. Para
tanto, durante a formação dos gametas sexuais,
um processo de meiose forma células filhas com
11. (Unifesp – 2012) Durante a prófase I da meiose, metade do número de cromossomos da célula
pode ocorrer o crossing-over ou permuta gênica mãe. Sobre este processo, ilustrado na figura
entre os cromossomos das células reprodutivas. abaixo, é correto afirmar que:
a) Explique o que é crossing-over e sua impor-
tância para as espécies.

a) em “1”, é mostrada a prófase I, onde a


condensação dos cromossomos os torna
visíveis ao microscópio ótico.
b) na fase de diplóteno da meiose I, os cro-
mossomos homólogos iniciam sua separa-
ção, cujas cromátides se cruzam originando
quiasmas.
b) Considerando que a maioria das células de
c) na anáfase I, os pares de cromossomos ho-
um organismo realiza divisão celular mitótica
mólogos prendem-se ao fuso acromático
para se multiplicar, justifique o fato de as cé-
dispondo-se na região equatorial da célula.
lulas reprodutivas realizarem a meiose.
d) na metáfase II, os microtúbulos do fuso acro-
mático puxam as cromátides-irmãs para os
polos opostos da célula.
e) na telófase II, desaparecem os nucléolos e a
célula se divide (citocinese II).

14. (Cefet-MG – 2011) Os gráficos a seguir represen-


tam processos de divisão celular, em que X é o
número haploide de material genético.

24
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

É incorreto afirmar que o processo: 17. (Fuvest – 2011) A figura abaixo representa uma
a) I permite o crescimento de plantas. célula diploide e as células resultantes de sua
b) II ocorre nos testículos e ovários. divisão.
c) I pode ocorrer em hemácias maduras.
d) II está ligado à variabilidade genética.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
15. (UFRGS – 2011) A coluna da esquerda, abaixo,
apresenta diferentes fases da meiose; a da direi-
ta, as fontes de variabilidade genética de duas
dessas fases.
Associe adequadamente a coluna da direita à da
esquerda.
1. Prófase I ( ) Permutação
2. Anáfase I ( ) Segregação
3. Prófase II independente
Nesse processo:
4. Metáfase II de homólogos
a) houve um único período de síntese de DNA,
5. Anáfase II
seguido de uma única divisão celular.
A sequência correta de preenchimento dos pa-
b) houve um único período de síntese de DNA,
rênteses, de cima para baixo, é:
seguido de duas divisões celulares.
a) 1 e 2.
b) 2 e 3. c) houve dois períodos de síntese de DNA, se-
c) 3 e 4. guidos de duas divisões celulares.
d) 4 e 5. d) não pode ter ocorrido permutação cromos-
e) 5 e 1. sômica.
e) a quantidade de DNA das células filhas per-
16. (Udesc – 2011) Em organismos de reprodução
maneceu igual à da célula mãe.
sexuada pode ocorrer, durante a prófase I da
meiose I, na formação dos gametas, um evento 18. (UFSM – 2011) Os erros de replicação do DNA
denominado permutação, permuta genética ou
ocorrem antes mesmo da prófase. Na figura,
crossing-over.
estão representadas fases da divisão celular
Em relação ao contexto, responda: meiótica de uma planta.
a) no que consiste o crossing-over?

Biologia

b) qual a função do crossing-over?

As letras B, D, G e H correspondem, respectiva-


mente, às fases da meiose:
a) Metáfase I – telófase I – anáfase II – telófase II.
b) Anáfase I – metáfase II – telófase I – telófase II.
c) Metáfase I – telófase I – anáfase I – telófase I.
d) Anáfase I – metáfase I – anáfase I – anáfase II.
e) Metáfase II – telófase I – anáfase I – metáfase I.
25
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

19. Teste seus conhecimentos ao preencher no quadro “resumo da meiose” os principais eventos de
cada fase.
Divisão Fases Subfases Principais eventos

Leptóteno

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Zigóteno

Prófase I Paquíteno

Diplóteno
Heterotípica
Reducional
(diferente da
mitose)
Diacinese

Metáfase I

Anáfase I

Telófase I

Intercinese

Prófase II

Metáfase II
Homotípica
Equacional
(semelhante
à mitose)
Anáfase II

Telófase II

26
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

20. (UFRGS – 2010) Observe o quadro a seguir, re- III. A duplicação do DNA ocorre no período S da
ferente a diferentes fases do ciclo celular de uma interfase nas células que sofrerão mitose ou
célula meiótica de uma determinada espécie. meiose.
A B C D E F IV. A permuta genética (crossing-over) ocorre
no paquíteno da prófase I da meiose.
Número de cromátides
20 40 40 20 20 10 a) Apenas as proposições I, III e IV estão
por célula

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Número de corretas.
20 20 20 10 10 10
cromossomos por célula b) Apenas as proposições I, II e III estão
Com base nos dados apresentados no quadro, corretas.
assinale a afirmação correta. c) Apenas as proposições I, II e IV estão
a) A separação das cromátides-irmãs é respon- corretas.
sável pela redução do número de cromosso- d) Apenas as proposições II, III e IV estão
mos entre as fases C e D. corretas.
b) O aumento do número de cromátides em re-
23. (PUC-SP – 2010) Nos seres vivos ocorrem dois
lação ao número de cromossomos na fase B
processos de divisão celular, mitose e meiose.
é consequência da separação dos cromos-
Qual das alternativas a seguir apresenta uma si-
somos homólogos.
tuação na qual ocorre meiose?
c) O valor n mantém-se constante em todas as
a) Um fungo haploide produz esporos haploi-
fases do ciclo celular.
des e cada esporo, ao germinar, origina um
d) O número de cromossomos de células ha- novo fungo.
ploides desta espécie é 20.
b) O prótalo ou geração haploide de uma sa-
e) A redução do número de cromátides entre mambaia produz gametas e estes se unirão
as fases E e F deve-se à separação das originando o zigoto.
cromátides-irmãs.
c) Um zigoto de coelho origina blastômeros
21. (Unemat – 2010) Uma célula animal, diploide, que constituem o embrião.
com 20 pares de cromossomos, vai passar pelo d) O esporo haploide de um pinheiro dá origem
processo de divisão celular chamado meiose. a uma das fases dessa planta.
Assinale a alternativa que corresponde corre- e) Um espermatócito primário humano dá ori-
tamente à fase da meiose com os números de gem a quatro células haploides.
cromossomos desta célula.
a) Na fase paquíteno, a célula terá 80 cromos-
ANOTAÇÕES
somos.
b) Na fase metáfase I, a célula terá 20 cromos-

Biologia
somos.
c) Na fase anáfase I, a célula terá 20 cromos-
somos.
d) Na fase anáfase II, a célula terá 40 cromos-
somos.
e) Na fase telófase II, após a citocinese, a célu-
la terá 20 cromossomos.

22. (Ufla – 2010) Em relação aos processos de


divisão celular, mitose e meiose, analise as pro-
posições abaixo e, a seguir, assinale a alternativa
correta.
I. A orientação ao acaso dos cromossomos
homólogos, para os polos opostos da célula,
ocorre na metáfase II da meiose.
II. Na anáfase da mitose, ocorre a segregação
cromatídica.
27
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

COMPETÊNCIA HABILIDADE

4 13
Número de cromossomos
Introdução

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A grande maioria das espécies de plantas e animais, incluindo o homem, apresenta
nas células do corpo (somáticas) dois conjuntos completos de cromossomos, ou seja,
dois cromossomos de cada tipo, portanto, aos pares. Essas células, bem como os
organismos que as possuem, são chamadas de diploides (do grego di = dois; eidos
= semelhante). Por outro lado, as células reprodutoras dessas espécies (gametas e
esporos) têm um único conjunto completo de cromossomos – apresentam só um cro-
mossomo de cada tipo e são chamadas de haploides (do grego haplos = simples). As
células haploides (gametas e esporos) surgem, por meiose, a partir de células diploides
especiais.
As células diploides e haploides
são representadas por 2n e n, respec-
tivamente, em que n corresponde a um
conjunto completo de cromossomos.
Todo o material genético (DNA) existente
II em um conjunto haploide de cromosso-
II III III
mos recebe o nome de genoma.
O número diploide (2n) encontrado
X IV X X IV nas células das diferentes espécies é
Y
muito variável: desde apenas 2, na lom-
I I briga de cavalo (Ascaris univalens), até
Drosophila melanogaster, a mosquinha das frutas, apresenta células mais de 1 000, em certos protozoários.
do corpo 2n=8.
Na espécie humana, como sabemos, é
46. O número diploide (2n) é específico e constante nos indivíduos de mesma espécie,
conforme pode se observar no quadro abaixo.

N.º de N.º de
Nome científico e vulgar cromosssomos Nome científico e vulgar cromosssomos
(2n) (2n)
Ascaris univalens
2 Equus caballus (cavalo) 66
(lombriga de cavalo)

Culex pipiens (mosquito) 6 Columba livia (pomba) 80

Drosophila melanogaster
8 Cucumis sativus (pepino) 14
(mosca-de-frutas)
Deidelphis paraguayensis
22 Carioca papaya (mamão) 18
(gambá ou timbu)

Rattus rattu (rato) 42 Solanum lycopersicum (tomate) 24

Macaca mullata (Rhesus) 42 Avena sativa (aveia) 42

Homo sapiens (homem) 46 Solanum tuberosum (batata) 48

Gossypium hinsurum
Gorilla gorilla (gorila) 48 52
(algodão)
Sacchanam offimanum (cana-
Capra hincus (cabra) 60 80
-de-açúcar)

A conclusão após analisarmos o quadro acima é que o número diploide de cromos-


somos de uma espécie não tem relação direta com a sua posição na escala evolutiva.
28
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

Mutações cromossômicas
numéricas

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
C onforme estudado, via de regra, as células somáticas são diploides, enquanto
nos gametas ou células reprodutoras, costumam ser haploides. Contudo, pode
haver alterações no número de cromossomos encontrados em determinada espécie de
ser vivo. Essas alterações cromossômicas numéricas, que podem ser espontâneas ou
provocadas artificialmente, são de dois tipos: euploidias e aneuploidias ou somias. Nas
euploidias (do grego eu= verdadeiro; eidos= semelhante) há diminuição ou aumento
de um ou mais conjuntos completos de cromossomos. Nas aneuploidias (do grego an=
não) há falta ou excesso de um ou mais cromossomos de um determinado tipo no con-
junto diploide, característico da espécie.
Observe o quadro:

Monoploidia (n) (Haploidias)


Euploidias
(Alteração no lote de Triploidia (3n)
cromossomos) (Poliploidias)
Tetraploidia (4n)
Mutações cromossômicas Monossomia (2n – 1)
numéricas
Aneuploidias Nulissomia (2n – 2)
(Alteração no n.º de
cromossomos) Trissomia (2n + 1)
(Polissomias)
Tetrassomia (2n + 2)

Euploidias
As espécies euploides podem ser monoploides (n), com apenas um conjunto com-
pleto de cromossomos, ou poliploides, com três (triploides, 3n), quatro (tetraploides,
4n) ou mais conjuntos completos de cromossomos.

X Biologia
16 32

Monoploidia Rainha
Zangão
A monoploidia é normal entre as algas, fungos
e briófitas (musgos), e menos frequente entre as 16
16
plantas e animais. Na espécie humana, é inviável. 16
16 16
16 16 16
16
Um exemplo bem conhecido de monoploidia 16

entre os animais é encontrado nas abelhas, ves- Zangão


Rainha

pas e formigas. Nesses insetos, as fêmeas são 32


16 Abelha operária 32
diploides (2n) e os machos, que se desenvolvem
O zangão é monoploide com n = 16 cromossomos e forma espermatozoides
por partenogênese (do grego phartenós= virgem; através de mitoses e diferenciação. A rainha, única fêmea fértil, é diploide com
gênese= dar origem), ou seja, a partir de um 2n = 32 cromossomos. Ela forma óvulos através da meiose. Note que óvulos
fecundados originarão fêmeas; enquanto que óvulos não fecundados darão
óvulo (n) não fecundado, são monoploides (n). origem aos machos monoploides (partenogênese).

29
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

Poliploidia
As espécies poliploides apresentam três ou mais conjuntos completos de cromosso-
mos em suas células. A poliploidia é frequente entre os vegetais e rara entre os animais.
Na espécie humana, um indivíduo poliploide é inviável, todavia, algumas células do corpo
(fígado) são normalmente triploides (3n). Há um caso raríssimo chamado de quimerismo,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
no qual o indivíduo possui parte do corpo diploide e parte triploide. Esses indivíduos
apresentam várias anomalias, incluindo deficiência mental.
Entre as plantas, a poliploidia acontece espontaneamente e faz parte de seu pro-
cesso evolutivo. Entretanto, também pode ser obtida artificialmente por agrônomos e
geneticistas, com o objetivo de melhorar a produtividade ou alguma outra característica
útil da planta.
As plantas poliploides podem ser de dois tipos: autopoliploides (do grego autos=
próprio), quando apresentam a repetição de um único genoma básico, e alopoliploides
(do grego allos= outro), quando reúnem dois ou mais genomas oriundos de duas espé-
cies diferentes, geneticamente muito próximas. Nas plantas poliploides, as células são
maiores, bem como o tamanho de algumas de suas partes, como folhas, flores, frutos e
sementes, além de serem capazes de ocupar ambientes menos favoráveis, por isso são
preferidas comercialmente.
Várias espécies de plantas de interesse econômico são poliploides. Algumas são
naturais, como trigo, aveia, algodão, cana-de-açúcar (todas alopoliploides), alfafa e batata
(ambas autopoliploides). Outras são produzidas artificialmente, como banana, melancia,
pera, maçã (todas autotriploides), o triticale (trigo + centeio) e o tabaco (ambos alotetra-
ploides). De um modo geral, as plantas triploides são estéreis e as tetraploides, férteis.
 Igor Yaruta/123RF PaylessImages/123RF

Melancia, banana
e maçã são
autotriploides.

 anelina/123RF

Dois métodos são utilizados para a obtenção


de plantas poliploides artificialmente. Um deles
utiliza o alcaloide colchicina, que bloqueia a for-
mação do fuso durante a mitose, não permitindo a
separação dos cromossomos e provocando, com
isso, a duplicação do número de cromossomos
na célula. As divisões nucleares subsequentes
são normais, produzindo uma linhagem de célu-
las poliploides. O outro método consiste na fusão
de gametas de indivíduos de mesma espécie
(autopoliploidia), com número alterado de cro-
mossomos (2n+n = 3n e 2n+2n = 4n), ou na
fusão de gametas entre indivíduos de espécies diferentes (alopoliploidia), produzindo
indivíduos híbridos, que podem ou não ser estéreis.
30
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

SAIBA MAIS

Simbologia aplicada às aberrações • inv Inversão


• Inv(p+q –) Inv(q+p –)  inversão pericêntrica
• mar Marcador

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
• Mat  Origem materna
• Pat  Origem paterna
• p  Braço curto do cromossomo
• q  Braço longo do cromossomo
• r  Cromossomo em anel
• s Satélite
• t Translocação
• tri Tricêntrico
• del Deleção
• der  Cromossomo derivativo
Autossomos (1 – 22) • dup Duplicação
Heterossomos ou cromossomos sexuais • ins Inserção
(X e Y) • rcp  Translocação recíproca
• 44AXX ou 46XX • rec  Translocação recombinante
• 44AXY ou 46XY • Rob  Translocação robertsoniana
• A – G  Grupos cromossômicos • tan  Translocação em tandem
• 1 – 22  Números de autossomos • quebra sem junção dos fragmentos
• X, Y  Cromossomos sexuais • ::  quebra e junção
• /  Separar as linhagens celulares • de-para
• + ou – Indica se o cromossomo foi adicionado ou perdido;
indica ganho ou perda no braço cromossômico COMO INTERPRETAR
• ?  Identificação questionável do cromossomo ou da estru-
23
tura cromossômica 35,2
35
21
p
34,2
12
• *  Indica que o cromossomo ou a estrutura deve estar expli- 33
32,2
31,3 12
cen
31,2 p
cada no rodapé 22,2 1p22,2
21,1
21,3
21 22,2 q
• ace Acêntrico
13,2

Biologia
12 cen 31
12 33 13 (sa) p
• cen Centrômero
21,2 11,2
22 Cromossomo: 1 34,2 cen
24 Braço: Curto 12
q
• dic  Cromossomo dicêntrico 31 Região: 2 21

32,2 Banda: 2 23 q
• end Endoreduplicação 41
42,2
43
Sub-banda: 2 24,2
31
32,2

• h Heterocromatina
• i Isocromossomo FONTE: ISCN: An International System for Human Cytogenetic Nomenclature

Aneuploidias ou somias
As aneuploidias caracterizam-se pela falta ou excesso de um determinado tipo de cromossomo nas
células do corpo (somáticas) dos indivíduos diploides.
De acordo com a alteração cromossômica, as aneuploidias são classificadas em nulissomia (2n–2), monos-
somia (2n–1), trissomia (2n+1) e polissomia (2n+2 ou +3, ou +4 etc.).
Em plantas e animais, quando não são letais, geralmente causam prejuízos. Na espécie humana tam-
bém, quando não são letais, causam graves anomalias. Pelo fato de apresentarem maior interesse, vamos
estudar apenas as aneuploidias que ocorrem na população humana.
31
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

Aneuploidias na espécie humana


Para que se possa entender melhor alguns casos de aneuploidias na espécie humana,
é importante conhecer antes o significado de cariótipo e cariograma.
Cariótipo (do grego karyon= núcleo; tipo= padrão) são todos os dados referentes à
forma, tamanho e número dos cromossomos de uma pessoa (ou de qualquer espécie).

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Cariograma (do grego gramma= gráfico) ou ideograma é o mapa do cariótipo.
Os cromossomos humanos, de acordo com a forma e tamanho, são classificados em
sete grupos (I a VII ou A a G) e indicados por números de 1 a 23 (pares). Para obter o
cariograma, são tiradas fotografias de leucócitos (glóbulos brancos do sangue) que se
encontram em metáfase, fase em que os cromossomos são mais nítidos. As fotos são
ampliadas e os cromossomos são recortados e agrupados, de acordo com os critérios
estabelecidos.

1 2 3 4 5

6 7 8 9 10 11 12

Cariótipo normal, feminino (46XX).


Grupos: A (1, 2 e 3); grupo B (4 e 5); 13 14 15 16 17 18
grupo C (6 ao 12); D (13, 14 e 15);
E (16, 17 e 18); F (19 e 20); G (21 e
22) e, finalmente, o par sexual (neste
caso, X e X). 19 20 21 22 x y

A análise do cariótipo é de grande importância para a identificação de várias anoma-


lias genéticas causadas pelas mutações cromossômicas numéricas.

Nulissomia
A nulissomia (2n–2), que consiste na ausência de um dos pares de cromossomos
nas células do corpo, é letal na fase embrionária, por isso não existem pessoas com esse
tipo de aneuploidia.

Monossomia
Monossomia (2n–1) consiste na falta de um cromossomo de um dos pares existentes
nas células diploides (2n) do corpo.

Síndrome de Turner
Na espécie humana, existe um exemplo muito impor-
tante de monossomia de cromossomo sexual. Trata-se da
Síndrome de Turner, exclusiva do sexo feminino, cuja fór-
1 2 3 4 5 mula cromossômica é 44A + X0 = 45 ou 45, X0, com
cromatina sexual negativa. Isso significa que as células
do corpo (somáticas) possuem 44 (22 pares) autossomos
6 7 8 9 10 11 12 e apenas um cromossomo sexual X. A incidência é de
1/4 000 de nascimentos vivos. Cerca de 25% de abortos
13 14 15 16 17 18
espontâneos são de fetos 45X0. Resultam da fecundação
entre óvulo (22A + X) e espermatozoide (22A + 0) ou óvulo
(22A + 0) e espermatozoide (22A + X).
19 20 21 22 x y Mulheres portadoras da Síndrome de Turner apresen-
Cariograma de indivíduo com Síndrome de Turner tam estas principais características:
32
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

– estatura baixa, adultos raramente passam de 1,50 m;


– prega da pele nos lados do pescoço (pescoço alado);
– tórax largo, mamas pouco desenvolvidas e mamilos bem afastados;
– inserção baixa dos cabelos na nuca;
– deformidade no cotovelo, quarto metacarpo reduzido e unhas estreitas;
– geralmente estéreis, ovários reduzidos e ausência de menstruação;

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
– genitália infantil e pelos pubianos reduzidos;
– leve retardo mental.
Convém ressaltar que monossomia de cromossomos autossômicos na espécie
humana são letais.

Trissomia
Trissomia (2n + 1) consiste na presença de um cromossomo a mais em um dos pares
existentes nas células diploides (2n) do corpo. Há vários casos de trissomia na população
humana e podem ser de cromossomos sexuais ou de autossomos. Vejamos, a seguir, os
principais exemplos.

Síndrome de Klinefelter
1 2 3 4 5
Síndrome de Klinefelter, exclusiva do sexo mas-
culino, é uma trissomia de cromossomo sexual,
cuja fórmula cromossômica é 44A + XXY ou
6 7 8 9 10 11 12
47, XXY com cromatina sexual positiva. A inci-
dência é de 1/1 000 nascimentos masculinos.
Resultam da fecundação entre óvulo (22A + XX) 13 14 15 16 17 18

e espermatozoide (22A + Y) ou óvulo (22A + X) e


espermatozoide (22A + XY). Há casos de Síndrome 19 20 21 22 x y
de Klinefelter por polissomia, com cariótipos Cariograma de indivíduo com Síndrome de Klinefelter
48XXXY; 48XXYY; 49XXXXY e 50XXXXXY.
Homens portadores da Síndrome de Klinefelter apresentam estas principais
características:
– estatura alta e braços longos;
– físico de aspecto feminino;
– ginecomastia (mamas desenvolvidas);

Biologia
– pouco crescimento de barba e poucos pelos no tórax;
– osteoporose;
– pelos pubianos com distribuição feminina;
– órgãos genitais masculinos, mas com testículos atrofiados e que não produzem
espermatozoides, por isso são estéreis;
– leve retardo mental, cujo grau aumenta
à medida que aumenta o número de
cromossomos X. 1 2 3 4 5

Trissomia do triplo X
6 7 8 9 10 11 12
Trissomia do triplo X é exclusiva do sexo femi-
nino, tem fórmula cromossômica 47, XX e incidência
13 14 15 16 17 18
muito baixa na população. Indivíduos com essa
característica têm duas cromatinas sexuais em
suas células, uma vez que dois cromossomos X são 19 20 21 22 x
inativados. Apresentam aspecto físico normal. 47XXX
Cariótipo de mulher com trissomia do X 33
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

Síndrome de Down
Fluído amniótico com Síndrome de Down (SD) é
células de feto
São Agulha da uma trissomia do cromossomo

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
retirados, seringa autossômico 21 e ocorre tanto
em média,
20 mL de no sexo masculino como no femi-
líquido nino. A fórmula cromossômica é
Líquido
47, + 21 ou 45A (+21) + XY e
amniótico 45A (+21) + XX. O nome é uma
As células, por
centrifugação, são homenagem ao médico inglês J.
Células de
feto
separadas do fluido Iangdon Down, o primeiro a des-
O DNA é
Células
crever a síndrome, em 1866.
analisado para
verificar mutações A SD é o tipo mais frequente
de aneuploidia humana viável. A
Em meio de cultura, as
células crescem
incidência é de 1/650 nascimen-
tos. Calculam-se cerca de 3 000
Faz-se o cariótipo para As células são analisadas novos casos de SD por ano no
verificação de anomalias para verificar problemas
cromossômicas metabólicos Brasil. Mães com mais idade
Amniocentese (acima de 35 anos) correm risco
maior de ter filhos com SD. Essa
anomalia pode ser detectada por amniocentese (exame de células do feto encontradas
no líquido amniótico) durante a gestação.
Cerca de 5% dos casos de SD são causados por translocação do cromossomo 21
extra, ligado a um dos cromossomos do par 14.
As pessoas portadoras da SD apresentam estas principais características, com
expressividade variada:
– a maioria possui retardo mental, de leve a moderado;
– tônus muscular diminuído (hipotonia muscular) e grande flexibilidade nas
articulações;
– anomalias cardíacas;
– baixa estatura, pescoço curto, face larga e achatada;
– olhos com prega epicântica e fendas palpebrais oblíquas;
– língua grande, sulcada e protusa (fora da boca);
– mãos curtas e largas, com uma única linha na palma da mão e 5.º dedo curvado;
– dedão do pé (hálux) bem espaçado dos demais dedos.
 Denys Kuvaiev/123RF

1 2 3 4 5

6 7 8 9 10 11 12

13 14 15 16 17 18

19 20 21 22 x y

47XX, +21 Criança com Síndrome de Down


Cariótipo de indivíduo do sexo feminino com Síndrome de Down

34
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

Síndrome de Patau
Síndrome de Patau é uma trissomia do cromos-
somo autossômico 13 e ocorre nos dois sexos. A
fórmula cromossômica é 47 + 13. A incidência é de
1/6 000 nascimentos.
As principais caracteríscas são:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
1 2 3 4 5
– anomalia cerebral grave, com deficiência
mental severa;
– microftalmia/anoftalmia, fissura labial e/ou
6 7 8 9 10 11 12
palatina;
– anomalia cardíaca;
– anomalia genital; 13 14 15 16 17 18
– defeitos localizados no couro cabeludo
(região paríeto-occipital);
– polidactilia. 19 20 21 22 x y

– Cerca de 50% desse pacientes morrem no 1.o Cariótipo de indivíduo com trissomia do cromossomos 13 (Síndrome de Patau)
mês de vida.

Síndrome de Edwards
Síndrome de Edwards é uma trissomia do cro-
mossomo autossômico 18 e ocorre nos dois sexos.
A fórmula cromossômica é 47 +18. A incidência é
1 2 3 4 5
de 1/4 000 nascimentos.

As principais características são:


– hipertonia muscular; 6 7 8 9 10 11 12
– orelhas displásicas com implantação baixa;
– micrognatia;
13 14 15 16 17 18
– esterno curto;
– anomalia cardíaca;
– hérnias inguinal e umbilical; 19 20 21 22 x y
– pelve pequena; Cariótipo de paciente com Síndrome de Edwards, trissomia do cromossomo 18
– mãos fechadas, com tendência à sobreposi-
ção do 2.o dedo sobre o 3.o e do 5.o sobre o 4.o

Biologia
dedo;
– pilosidade exacerbada;
– evidências de severo retardo mental;
– sobrevivência limitada, com 50% de óbitos no 2.o mês de vida.

Causas das aneuploidias ou somias


As aneuploidias têm como causa principal a não disjunção na meiose, falha na
separação entre os cromossomos homólogos de um determinado par, durante a
formação dos gametas, que tanto pode ocorrer na gametogênese materna como paterna.
A consequência da não disjunção é a formação de gametas com falta ou excesso de
cromossomos de um determinado tipo.
Caso um desses gametas seja utilizado na fecundação, dará origem a um zigoto com
número de cromossomos alterado e que, ao se desenvolver, originará um indivíduo
com um tipo de aneuploidia.
35
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

A não disjunção dos homólogos durante a


meiose pode ocorrer tanto na 1.ª como na 2.ª divi-
Meiose I Meiose I são, com consequências diferentes, conforme
Não disjunção Normal
você pode observar nos esquemas ao lado.
As aneuploidias também podem ser cau-
sadas, menos frequentemente, pela perda

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Meiose II Meiose II
cromossômica ou pela não disjunção das
Anormal Normal Não disjunção
Anormal cromátides-irmãs durante a primeira divisão
mitótica do zigoto ou durante a segmentação
de um dos blastômeros. Em outras palavras,
as aneuploidias podem ser consequência de
Esquema que ilustra a não disfunção dos Esquema que ilustra a não disfunção dos
homólogos na meiose I. homólogos na meiose II.
acontecimentos pós-zigóticos.

LEITURA

O que é síndrome de down? amniótico entre as semanas 14 e 18 de gestação) ou a biópsia do


vilo corial (coleta de um fragmento da placenta). Ambos os exames
A síndrome de Down (SD) é uma alteração genética produzida
diagnosticam a SD e outras cromossopatias.
pela presença de um cromossomo a mais, o par 21, por isso tam-
bém conhecida como trissomia 21. Recentemente a prática médica tem incorporado métodos
para a determinação do risco de ter um filho com SD, como por
A SD foi descrita em 1866 por John Langdon Down. Esta alte-
exemplo, o exame bioquímico, que se realiza mediante a avaliação
ração genética afeta o desenvolvimento do individuo, determinando
dos níveis de substâncias químicas no sangue materno alteradas
algumas características físicas e cognitivas. A maioria das pessoas
com SD apresenta a denominada trissomia 21 simples, isto significa no caso da SD. Este exame se realiza entre a semana 14 e 17. A
que um cromossomo extra está presente em todas as células do ultrassonografia também pode colaborar para detectar a SD, através
organismo, devido a um erro na separação dos cromossomos 21 dos marcadores ecográficos, principalmente da prega nucal, que
em uma das células dos pais. Este fenômeno é conhecido como pode ser medida a partir da décima semana de gestação. Estas
disfunção cromossômica. Existem outras formas de SD como, por últimas intervenções não são consideradas diagnósticas, para isso
exemplo: mosaico, quando a trissomia está presente somente em é necessário realizar os exames mencionados em primeiro lugar.
algumas células, e por translocação, quando o cromossomo 21 está Embora as alterações cromossômicas da SD sejam comuns
unido a outro cromossomo. a todas as pessoas, nem todas apresentam as mesmas caracterís-
O diagnóstico da SD se realiza mediante o estudo cromos- ticas, nem os mesmos traços físicos, tampouco as malformações.
sômico (cariótipo), através do qual se detecta a presença de um A única característica comum a todas as pessoas é o déficit inte-
cromossomo 21 a mais. Este tipo de análise foi utilizado pela pri- lectual. Não existem graus de SD; a variação das características e
meira vez em 1958 por Jerome Lejeune. personalidades entre uma pessoa e outra é a mesma que existe
Não se conhece com precisão os mecanismos da disfunção entre as pessoas que não tem SD.
que causa a SD, mas está demonstrado cientificamente que acon-
Cerca de 50% das crianças com SD apresentam problemas
tece igualmente em qualquer raça, sem nenhuma relação com o
cardíacos, algumas vezes graves, necessitando de cirurgia nos pri-
nível cultural, social, ambiental, econômico, etc. Há uma maior pro-
meiros anos de vida.
babilidade da presença de SD em relação à idade materna, e isto é
mais frequente a partir dos 35 anos, quando os riscos de se gestar A intervenção médica pode acontecer com a finalidade prin-
um bebê com SD aumenta de forma progressiva. Paradoxalmente, cipal de prevenção dos problemas de saúde que podem aparecer
o nascimento de crianças com SD é mais frequente entre mulheres com maior frequência na SD. Queremos destacar que a SD não é
com menos de 35 anos, isto se deve ao fato de que mulheres mais uma doença e sim uma alteração genética, que pode gerar proble-
jovens geram mais filhos e também pela influência do diagnóstico mas médicos associados.
pré-natal, que é oferecido sistematicamente às mulheres com mais Devemos olhar a pessoas com SD em sua singularidade, para
de 35 anos. que possa ter um pleno desenvolvimento enquanto sujeito.
Como a SD é uma alteração cromossômica, é possível realizar Disponível em: <http://www.fsdown.org.br/sobre-a-sindrome-de-down/o-que-e-
um diagnóstico pré natal utilizando diversos exames clínicos como, sindrome-de-down/>. Acesso em: 1.° set. 2014.

por exemplo, a amniocentese (pulsão transabdominal do liquido


36
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

Aberrações cromossômicas estruturais


As alterações na estrutura dos cromossomos ocorrem devido a quebras no material
genético, que tende a se ressoldar, podendo ocorrer falhas nesse processo. As causas
associadas a essas quebras incluem radiação e substâncias químicas, como os metais
pesados, por exemplo.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
– DELEÇÃO – Perda de um segmento do cromossomo.
– DUPLICAÇÃO – Quando um segmento de um cromossomo apresenta-se
duplicado.
– INVERSÕES – Quando um segmento do cromossomo originado de duas que-
bras sofre rotação de 180° e é ressoldado. Se a inversão envolver o centrômero é
denominada pericêntrica, caso contrário é denominada paracêntrica.
– TRANSLOCAÇÃO – Troca de segmentos entre cromossomos não homólogos.
– ISOCROMOSSOMOS – Resultam de um erro na divisão do centrômero que, ao
invés de separar as cromátides, separa os braços do cromossomo.
– CROMOSSOMOS EM ANEL – Ocorrem duas quebras em um cromossomo, uma
em cada braço. As pontas se afastam ou se juntam e o pedaço mediano se cur-
va, formando um anel.
Exemplo:

Biologia
Síndrome do “miado de gato”
• 46XX ou XY 5p – (deleção no braço curto do cro-
mossomo 5);
• peso baixo ao nascer;
• crescimento lento;
1 2 3 4 5
• deficiência mental;
• hipotonia;
• microcefalia;
6 7 8 9 10 11 12
• face arredondada;
• hipertelorismo;
• choro semelhante ao miado do gato; 13 14 15 16 17 18
• 85% resultam de uma nova deleção;
• Frequência: 1:50 000 nascimentos. 19 20 21 22 x y
37
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

SAIBA MAIS

Hibridização in situ – FISH


Esse método refere-se aos proce­dimentos que demonstram a localização de deter­mi­nadas sequências de
DNA diretamente sobre as preparações cromossô­micas (in situ), permitindo a exata localização regional de uma

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
sequência de DNA.
Algumas alterações detectadas pelo método FISH:
• Síndrome de Williams del(7) (q11.23)
• Síndrome de Prader-Willi del(15) (q12)
• Síndrome de Angelman del(15) (q12)
• Síndrome Miller-Dieker (Isolated lissencephaly) del(17) (p13.3)
• Doença de Charcot-Marie-Tooth (Tipo 1A) dup(17) (p12)
• Neuropatia Hereditária del(17) (p12)
• Síndrome de Smith-Magenis del(17) (p11.2)
• Síndrome de DiGeorge/Síndrome Velocardiofacial del(22) (q11.2)
• Adrenal hipoplasia congênita (Glycerol kinase deficiency) del(X) (p21)
• Síndrome de Kallman (Steroid sulfatase deficiency) del(X) (p22.3)

ATIVIDADES

01. (UFPR – 2013) Na síndrome de Down, geralmente ocorre uma trissomia do cromos-
somo 21, ou seja, a pessoa apresenta três cópias (cromátides) desse cromossomo,
ao invés de apenas duas. Na maioria dos casos de síndrome de Down, a terceira
cópia do cromossomo 21 é originada devido a um erro durante a formação dos ga-
metas do pai ou da mãe. Que tipo de erro, durante a formação dos gametas do pai
ou da mãe do portador de síndrome de Down, leva a uma trissomia como essa?

38
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

02. (UFSM – 2013) Uma senhora está grávida e deseja adquirir conhecimento a respeito
da saúde do seu futuro bebê. Após um exame, ela fica sabendo que seu filho terá
uma mutação cromossômica.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
As mutações cromossômicas que correspondem ao resultado da divisão celular em
1 e 2 são, respectivamente:
a) trissomia – monossomia.
b) diploidia – haploidia.
c) triploidia – haploidia.
d) tetrassomia – trissomia.
e) trissomia – diploidia.

03. (UPE – 2013) Os zangões, machos das abelhas, são formados por um processo de
partenogênese e possuem 16 cromossomos. Já as abelhas operárias são fruto de
um processo de fecundação. Diante dessas informações, analise as afirmativas a
seguir:
I. Por serem fruto de partenogênese, os machos possuem o dobro de cromosso-
mos encontrados na abelha rainha.

II. A abelha rainha possui óvulos com o mesmo número de cromossomos encontra-
dos nas células somáticas das operárias, pois ela também é uma fêmea.
III. Todas as fêmeas possuem 32 cromossomos nas suas células somáticas, o do-
bro que os machos possuem.
IV. A abelha rainha possui 16 cromossomos em seus óvulos, que, quando fecunda-
dos, geram indivíduos com 32 cromossomos.

Biologia
Estão corretas:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

04. (Udesc – 2012) Analise as proposições abaixo, em relação às mutações:


I. As mutações gênicas são alterações na sequência dos nucleotídeos do material
genético.
II. As mutações cromossômicas numéricas são aquelas que não modificam a quan-
tidade de cromossomos de uma célula e sim a estrutura do cromossomo.
III. As euploidias são casos de mutações cromossômicas, ocorrendo redução ou
aumento em toda a coleção de cromossomos com a formação de células n, 3n,
4n e sucessivamente.
39
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

IV. A síndrome de Down é um tipo de mutação cromossômica estrutural em que


ocorre a trissomia do cromossomo 21; a síndrome do Cri du Chat é um exemplo
de mutação cromossômica numérica que ocorre na ausência de um fragmento
do braço curto do cromossomo 5.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.

05. (Uern – 2012) A laranja-da-baía, facilmente conhecida pela presença de um “umbi-


go” saliente em um dos polos, e uma variedade triploide, isto é, apresenta três lotes
de cromossomos. Sua formação de gametas é anormal e nessa espécie não ocorre
produção de sementes. A laranja-baía surgiu espontaneamente no estado da Bahia
em 1810, e todas as mudas são propagadas de forma assexuada. Dessa forma, pode-
-se indicar a classificação e o tipo de alteração cromossômica sofrida pela laranja-baía,
como:
a) angiosperma e euploidia.
b) monocotiledonea e aneuploidia.
c) gimnosperma e euploidia.
d) angiosperma e aneuploidia.

06. (EEWB – 2011) Um determinado casal, ambos com cariótipo normal, têm um filho
com cariótipo 2n = 47XYY.
Podemos inferir que o cromossomo Y extra foi decorrente de erro na:
a) meiose I da mãe.
b) meiose II da mãe.
c) meiose II do pai.
d) meiose I do pai.

07. (UEPB – 2011) Um casal, orientado pela pediatra que acompanha sua criança desde
o nascimento e que agora com 8 anos apresentava um deficit de crescimento, bus-
cou um médico, especialista em genética, para exames que elucidassem o problema
apontado pela pediatra. Durante o exame clínico, o geneticista observou que a meni-
na apresentava pescoço curto e largo, sem deficit de inteligência; solicitou então uma
coleta de sangue para realização de cariotipagem.
Sobre o texto acima, são apresentadas as seguintes proposições:
02) O cariótipo é o conjunto cromossômico ou a constante cromossômica diploide
de uma espécie.
04) Qualquer célula sanguínea coletada será analisada à microscopia eletrônica,
para visualização dos cromossomos e montagem do cariótipo.
07) Os leucócitos serão tratados com colchicina para que a divisão celular fique
paralisada em metáfase, visto ser esta fase aquela na qual os cromossomos
atingem o máximo de condensação.
11) As características descritas sugerem um caso de síndrome de Turner, sendo ne-
cessário uma cariotipagem para diagnóstico conclusivo.
16) As características descritas sugerem um caso de síndrome de Down, sendo ne-
cessário uma cariotipagem para diagnóstico conclusivo.
Soma ( )
40
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

Para realização da cariotipagem deverá ser utilizada a célula representada na


alternativa:

(A) (C)

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
(B) (D)

Caso o exame confirme a suspeita clínica, o cariótipo da criança está representado


em:
I. 2AXX
II. 2AXX+21
III. 2AX0
IV. 2AXXY
V. 2AXY
A alternativa que reúne as respostas corretas é:
a) 20 – D – II.
b) 25 – B – II.
c) 13 – A – IV.
d) 20 – C – III.
e) 25 – D – II.

08. (UEPG – 2011) A permutação é um processo que permite a recombinação entre os


genes, aumentando a variabilidade genética nas populações. O aumento da variabili-
dade genética pode ocorrer por mudanças estruturais nos cromossomos, chamadas
mutações cromossômicas estruturais. A respeito dessas mutações, assinale o que
for correto.
01) A deficiência ou deleção ocorre quando um cromossomo perde um segmento
em função de quebras. Deficiências muito acentuadas podem ser letais, uma vez

Biologia
que a perda de muitos genes altera profundamente as condições do indivíduo.
02) As mutações cromossômicas estruturais apresentam alteração no número de
cromossomos, além da alteração estrutural.
04) A translocação ocorre quando dois cromossomos homólogos quebram-se
simultaneamente e trocam seus segmentos. Na meiose os dois pares de cro-
mossomos homólogos emparelham-se lado a lado em função da translocação.
08) A inversão ocorre quando um cromossomo sofre quebra em dois pontos e o
segmento entre as quebras apresenta um giro de 180 graus, soldando-se inver-
tido no cromossomo. A sequência de genes apresenta-se, assim, invertida em
relação à anterior.
16) A duplicação corresponde à ocorrência de um ou mais segmentos em dose dupla,
em um mesmo cromossomo e nem sempre reduz a viabilidade do organismo.
Naqueles que toleram duplicações, um dos trechos em duplicata pode sofrer mu-
tação sem que isso interfira na adaptabilidade do organismo, pois o outro trecho
não alterado pode continuar a atuar normalmente.
Soma ( )
41
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

09. (Ufsc – 2011 – Adaptada) Leia atentamente o trecho abaixo.


“... o que ele quer resolver agora não é o problema da criança, mas o espaço que ela ocupa
na sua vida. E esses contatos medonhos do dia: explicar. Já viu na enciclopédia que o nome
da síndrome se deve a John Haydon Down (1828-1896), médico inglês. À maneira da melhor
ciência do império britânico, descreveu pela primeira vez a síndrome frisando a semelhança da
vítima com a expressão facial dos mongóis, lá nos confins da Ásia; daí “mongoloides”. Que tipo

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
de mentalidade define uma síndrome pela semelhança com os traços de uma etnia?...”
TEZZA, Cristóvão. O filho eterno. 8. ed. Rio de Janeiro/São Paulo:
Record, 2009. p. 42-43.

No texto anterior é citado o nome do médico que descreveu uma síndrome, hoje
chamada de Síndrome de Down e a razão de se usar (erroneamente) o termo
mongolismo.
As síndromes cromossômicas são ocasionadas por alterações no número de cro-
mossomos (aneuploidias) ou por alterações na sua estrutura (deleções, inversões,
entre outras). Normalmente os seres humanos apresentam 46 cromossomos em pa-
res de homólogos, um paterno e outro materno. A Síndrome de Down é determinada
pela presença de 3 cromossomos (trissomia), ao invés do par usual de cromosso-
mos homólogos no genoma humano.
a) Qual par cromossômico apresenta a trissomia na Síndrome de Down?

b) Escreva o cariótipo do portador da Síndrome de Down.

c) Cite o nome e escreva o cariótipo de uma Aberração Cromossômica Numérica


envolvendo os cromossomos sexuais.

42
O ciclo celular ENSINO MÉDIO UNIDADE 13

10. (UFSM – 2010) Durante a evolução humana, muitas mutações ocorreram. Na figura,
os cromossomos apresentam mutações ou alterações do tipo cromossômicas es-
truturais. Identifique cada uma delas e complete a coluna correspondente ao tipo de
alteração.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
UZUNIAM, Amênio; BIRNER, Ernesto. Biologia. 2. ed. São Paulo: Habra,
2004. p. 744. (Adaptado).
( ) deleção
( ) inversão
( ) translocação
( ) duplicação
A sequência correspondente é:
a) A – B – D – C.
b) B – A – D – C.
c) C – B – A – D.
d) D – D – C – A.
e) A – C – D – C.

ANOTAÇÕES

Biologia

43
ENSINO MÉDIO UNIDADE 13 O ciclo celular

ANOTAÇÕES

PROIBIDA A REPRODUÇÃO

44
UNIDADE 14
a
REPRODUÇÃO HUMANA
o g i
iol
Reproduzir para perpetuar ..................................2
B

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Sistemas genitais ....................................................3

Então, no seu início, essa mancha cresceu e,


presentemente, separando seu pequenino ser em
dois, formou um par aderente. Em seguida, 4, 8,
16, 32, e assim por diante; para só ir mais devagar
após atingir milhões e milhões.
Cada uma das células, desde o começo, além de
adquirir forma própria, toma para si um lugar certo
na assembleia total, de acordo com o estágio que a
assembleia alcançou até esse instante. Assim, cada
célula ajuda a formar, e a construir segundo um
plano, a assembleia total.
Sherrington, 1951.

KrishnaKumar Sivaraman/123RF
ENSINO MÉDIO UNIDADE 14 Reprodução humana

Reproduzir
COMPETÊNCIA HABILIDADE
para perpetuar

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
4 13

O bserve a ilustração a seguir, que sintetiza de forma clara o processo de repro-


dução humana.

Células Células
somáticas somáticas

MEIOSE
GAMETAS

46 cromossomos 46 cromossomos
(2n) (2n)

Espermatozoide
23 cromossomos Óvulo
(n) 23 cromossomos
(n)

FECUNDAÇÃO

Mitoses
ZIGOTO
(2n)
Células
somáticas
(2n)

Gametogênese é o processo de constituição dos gametas, as células reprodutoras.


Na maioria dos animais pluricelulares, a formação de um novo indivíduo é precedida pela
fecundação, que consiste na fusão das células reprodutoras: os gametas masculinos
são os espermatozoides e os femininos, os óvulos. Essas células são produzidas no
interior das gônadas ou glândulas sexuais. As gônadas masculinas são os testículos e
as femininas, os ovários.
Durante a gametogênese, as células germinativas diploides sofrem meiose, o que
reduz à metade o número de cromossomos, produzindo células haploides (n) com 23
cromossomos, as quais se transformam em gametas.

2
Reprodução humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 14

Sistemas genitais
H omens e mulheres têm basicamente todos os órgãos iguais, não diferem em
forma nem em função. Porém, o sistema genital se apresenta de maneira dife-
rente no homem e na mulher.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
De modo geral, os sistemas genitais têm sua importância por produzirem as células
sexuais ou gametas, fabricarem ou auxiliarem no controle de hormônios sexuais, apre-
sentarem estruturas que permitam a transmissão e o encontro dos gametas e, assim,
possibilitarem a fecundação e, no caso do sistema genital feminino, permitirem o desen-
volvimento de um novo ser.

Sistema genital masculino


O sistema genital masculino é constituído pelos seguintes órgãos:
• Um par de gônadas, os testículos, alojados na bolsa escrotal, no interior dos quais
estão os tubos seminíferos, onde ocorre a espermatogênese.
• Vias extratesticulares: canais eferentes e canal epidimário no epidídimo (armazena
os espermatozoides), canal deferente, canal ejaculador (passa no interior da próstata),
uretra (via geniturinária que atravessa o pênis).
• Glândulas anexas: vesícula seminal, próstata e glândula de Cowper ou bulbouretral,
a qual produz secreções que, com os espermatozoides, constituem o sêmen.
• Pênis: órgão copulador masculino, de formato cilíndrico e com tecido altamente
elástico, constituído de três estruturas fundamentais. Duas delas são os chamados
corpos cavernosos; a terceira é o corpo esponjoso, que envolve a uretra. É o pênis
que deposita o esperma no interior da vagina. Para desempenhar suas funções, suas
dimensões variam muito, oscilando desde, aproximadamente, sete centímetros até
o triplo desse comprimento, quando em ereção. Esse aumento do órgão é determi-
nado pelo ingresso de sangue, que preenche os corpos cavernosos e esponjoso.
O corpo esponjoso, cilindro vascularizado que envolve a uretra peniana, forma a
glande, uma porção dilatada. A glande é envolvida por uma prega de pele denomi-
nada prepúcio. Essa pele é retrátil e permite a exposição da extremidade do órgão,
quando este está ereto.
Bexiga Vesícula

Biologia
urinária seminal

Canal
deferente

Uretra

Corpos
cavernosos
Glândula
Corpo bulbouretral
Pênis esponjoso

Glande
peniana

Prepúcio
Escroto Testículo Epidídimo Próstata
Sistema genital masculino (em corte)
3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 14 Reprodução humana

LEITURA

Circuncisão
Circuncisão é a remoção cirúrgica do prepúcio, a prega da pele que cobre a glande ou cabeça do pênis. Sua
realização é recomendável, uma vez que representa uma medida preventiva contra o câncer do pênis, e também

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
higiênica, pois garante melhor limpeza do órgão.
Dados estatísticos demonstram que mulheres casadas com homens circuncidados têm menos probabili-
dade de adquirir câncer do cérvix uterino.
A circuncisão é recomendada antes do recém-nascido deixar a maternidade, uma vez que é muito simples,
não necessitando nem de anestesia para a realização.

Criptorquidia
Durante o desenvolvimento do embrião, os testículos estão localizados no abdome. À medida que o
embrião cresce, os testículos descem para a região inguinal; na época do nascimento, já atingem o escroto.
À ausência dessa migração ou à migração incompleta dos testículos ao escroto, que pode ser apenas de um
dos lados ou de ambos, dá-se o nome de criptorquidia (do grego: kriptós = escondido; órchis = testículos).
Se até o nascimento um testículo não desce ao escroto, poderá descer espontaneamente durante o primeiro
ano de vida e, às vezes, até o início da puberdade.
O tratamento que se aplica para induzir a descida do testículo ao escroto é a administração de hormônios. Se
após uma série de injeções o tratamento não der resultado, recorre-se à cirurgia. A melhor idade para a realização
da cirurgia é dos 9 aos 10 anos; no entanto, alguns cirurgiões acham que há condições de operar já aos 5 anos.
Existem várias técnicas para essa operação, denominada orquidopexia. Em geral, faz-se uma incisão de 7 a 10
centímetros na região inguinal para expor o testículo e o cordão espermático. O cordão é estendido, removendo-
-se aderências que possam estar circundando-o; o testículo é levado ao escroto, onde é fixado por meio de sutura
com pontos de seda.
Nem sempre os testículos funcionam normalmente após a realização da operação, uma vez que já podem
ter sofrido atrofia. Todavia, mesmo que sejam incapazes de produzir esperma, poderão fabricar o hormônio sexual
masculino, a testosterona, mantendo, dessa forma, as características sexuais do indivíduo.
Na maioria das vezes, quando a criptorquidia é unilateral e não é corrigida, um testículo desenvolvido é sufi-
ciente para produzir a quantidade de esperma necessária para tornar o indivíduo fértil.

Glândulas exócrinas
As glândulas do sistema genital masculino que têm secreção externa são vesículas
seminais, próstata e glândulas bulbouretrais.
As vesículas seminais, com mais ou menos 7 cm de comprimento, segregam um
líquido viscoso, amarelado e alcalino, que constitui a maior parte do sêmen ejaculado e
possibilita a locomoção dos espermatozoides nas vias genitais femininas.
A próstata é uma glândula cuja forma e tamanho aproximam-se de uma castanha.
Localiza-se em torno da uretra, logo depois que esta sai da bexiga. A secreção
prostática é formada por um líquido alcalino, que dá ao esperma seu odor característico
e neutraliza a acidez vaginal.
As glândulas bulbouretrais, localizadas na extremidade do bulbo da uretra, são
do tamanho de uma ervilha. Segre­gam um produto mucoso em pequena quantidade,
prova­vel­mente para lubrificar a uretra e facilitar o acesso dos espermatozoides. A secre-
ção ocorre, geralmente, por estímulos excitatórios, momentos antes da ejaculação.
4
Reprodução humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 14

Espermatogênese
O processo de formação dos esper-
Multiplicação
matozoides denomina-se espermatogê- lenta no jovem

Es
nese. É realizado no interior dos túbulos

pe 2n
rm
s
ose
seminí­fe­ros, a partir de células germinati-

a to
Multiplicação ativa


Mit
Fase de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
nia
vas primitivas, as espermatogônias, que multiplicação durante todo o período

s
de atividade sexual
aderem às paredes dos túbulos seminí-
feros e ali amadurecem, transformando-
-se sucessivamente em espermatócitos,
espermátides e espermatozoides. Estes Fase de
Pequeno crescimento
distinguem-se das células anterio­res pela crescimento

presença de uma cauda vibrátil, da qual se Espermatócito I


Divisão I
servem, ao término da maturação, para se 2n da meiose
deslocar no meio líquido. (reducional)

A espermatogênese compreende três Espermatócitos II


fases: n n
• Primeira fase, multiplicação ou ger-
minativa. Período no qual as esperma- Divisão II
da meiose
togônias (2n) dividem-se por mitoses, (equacional)
originando dois tipos de espermato-
gônias: A e B. As espermatogô­nias A
tornam a se dividir por mitose.
Fase de Espermátides n n n n
• Segunda fase, crescimento. As esper- maturação
matogônias B aumentam ligeiramente
de volume, transformando-se nos es-
permatócitos I (2n).

Espermiogênese
• Terceira fase, maturação. Cada es-
permatócito I (2n) sofre a primeira divi-
são de meiose, que é reducional para
n n n n
s
de

os cromossomos, e origina dois esper-


zoi
ato

matócitos II (n). Em seguida, cada es-


rm
pe

permatócito II sofre a segunda divisão


Es

de meiose, que é equacional para os


cromossomos, e origina quatro esper-

Biologia
mátides (n). Então, cada espermátide
(n), sem sofrer divisão, transforma-se Esquema da espermatogênese
em espermatozoide (n). Tal fenômeno
é chamado espermiogênese.
Da puberdade até a senilidade do homem, os testículos demonstram uma ativi-
dade espantosa na produção de espermatozoides. Em um processo quase contínuo, a
espermatogênese transcorre, em determinados casos, até idades bastante avançadas;
conhecem-se casos de indivíduos que se tornaram pais com mais de 90 anos de idade.
Cada espermatogônia que inicia a gametogênese leva cerca de 64 dias a 70 dias
para originar os espermatozoides.
Uma ejaculação elimina mais ou menos 450 milhões de espermatozoides.
Mergulhados no líquido seminal, deslocam-se a uma velocidade de 3 cm por minuto no
interior das vias genitais femininas. Somente cerca de 6 mil chegam à extremidade da
tuba uterina com chance de realizar a fecundação, levando mais ou menos duas horas
para percorrer esse trajeto. O tempo de vida dos espermatozoides nas vias genitais femi-
ninas é de aproximadamente 72 horas.
5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 14 Reprodução humana

Observando-se um corte transversal de um tubo seminífero, verifica-se que este é


formado por um epitélio estrati­ficado, constituído pelas próprias células da linha­gem ger-
minativa, entre as quais se encontram as células de Sertoli, cuja função é nutrir as células
germinati­vas.
Partindo das espermatogônias, que se encontram na região periférica do tubo, até o
centro do tubo (luz do tubo), onde ficam agrupados os espermatozoides, pode-se obser-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
var os demais tipos de células que surgem durante essa diferenciação, dispostas mais ou
menos em camadas concên­tricas: espermatócitos I, espermatócitos II e espermátides.
Entre os tubos, com as células de preenchimento, observamos as células intersticiais
de Leydig, produto­ras do hormônio masculino testosterona.
Canal deferente
Epidídimo
Células de Sertoli

Espermatozoide
maduro
Testículo
Espermátides
Espermatócitos
Espermatogônia

Túbulo seminífero

Túbulo seminífero em corte transversal

Hormônios sexuais masculinos


Os hormônios sexuais masculinos são produzidos pelas células intersticiais de Leydig
dos testículos. O principal deles é a testosterona, que estimula o desenvolvimento dos
caracteres sexuais masculinos, e os mantêm além de estimular a própria espermatogênese.
A adeno-hipófise produz o hormônio gonadotrófico ICSH, cuja função é a de estimu-
lar a atividade das células intersticiais de Leydig.

Morfologia do espermatozoide humano


O espermatozoide humano é uma célula pequena (55 micrômetros de comprimento),
formada de três partes:
Cabeça: contém o núcleo volumoso e, na parte anterior, o acrossomo, uma vesí-
cula, que é um lisossomo e contém enzimas hidrolíticas. O acrossomo origina-se do
complexo de Golgi da espermátide. Perto
Acrossomo
do núcleo, existe ainda o centríolo proxi-
Núcleo
mal, que está relacionado com a divisão
Citoplasma
celular.
Membrana
Centríolo Peça intermediária: região entre a
Mitocôndrias cabeça e a cauda. Contém o centríolo
(filamento espiral) distal, que dá origem ao flagelo. Ao
Flagelo redor do centríolo distal concentram-se
as mitocôndrias, formando o filamento
espiral, as quais produzem energia para
os movimen­tos do flagelo.
Cauda: filamento longo constituído
Cauda Peça Cabeça pelo flagelo, dotado de motilidade.
intermediária
6
Reprodução humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 14

LEITURA

Disfunção erétil
É a incapacidade de obter uma ereção com rigidez suficiente para a penetração e/ou mantê-la por um perí-
odo de tempo adequado para a satisfação do casal no ato sexual. A nomenclatura moderna prefere usar o termo
disfunção erétil (DE). Estima-se que a DE acometa de 10 a 20 milhões de brasileiros. A maioria dos homens, em

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
algum momento da vida, experimenta episódios de DE, geralmente decorrentes de cansaço, estresse ou abuso
de álcool; contudo, uma falha ocasional não deve ser supervalorizada. Porém, se o problema persistir, deve-se
procurar a ajuda de um urologista.
As causas da DE são divididas em orgânicas, psicogênicas e mistas. Tal distinção não é fácil de realizar,
visto que um problema orgânico poderá, adversamente, afetar o estado psicológico do paciente e vice-versa. Em
muitos casos, encontramos tanto fatores orgânicos quanto psicogênicos que levam à DE, como: idade avançada,
diabetes, hipertensão arterial, doenças vasculares periféricas, doenças neurológicas; doenças endócrinas, trau-
matismos da medula espinhal, cirurgias pélvicas radicais, radioterapia priapismo, alcoolismo, tabagismo, consumo
de maconha e/ou cocaína, uso de anti-hipertensivos, tranquilizantes e psicotrópicos, problemas de relaciona-
mento com a parceira, estresse, ansiedade e medo de falhar, depressão, personalidade obsessivo-compulsiva,
desvios sexuais.
EQUIPE EDITORIAL BIBLIOMED. Disfunção erétil. Disponível em: <http://www.boasaude.com.br/artigos-de-saude/4440/-1/disfuncao-eretil.
html>. Acesso em: 9 jun. 2014. (Adaptado).

ATIVIDADES

01. (Unesp – 2014) A figura mostra o encontro de d) aumento da produção dos hormônios trófi-
duas células, um espermatozoide e um ovócito cos da neuro-hipófise.
humano, momentos antes da fecundação. e) decréscimo da produção de andrógenos, de
estrógenos e de progesterona.

03. (UEG – 2012) Na reprodução humana, a meiose


é o processo básico para a ocorrência da esper-
matogênese e da ovulogênese. Considerando-se
as diferentes etapas na produção dos gametas
masculinos, responda ao que se pede.
Considerando as divisões celulares que deram a) Se o espermatócito primário apresentar 40
origem a essas células, é correto afirmar que o cromossomos, quantos cromossomos se-

Biologia
sexo da criança que será gerada foi definido na: rão encontrados em cada espermatozoide?
a) metáfase I da gametogênese feminina. Justifique sua resposta.
b) diacinese da gametogênese masculina.
c) anáfase II da gametogênese feminina.
d) anáfase I da gametogênese masculina.
e) telófase II da gametogênese masculina.

02. (UFRGS – 2013) A puberdade é o período de b) Para produzir 300 mil espermatozoides,
maturação sexual em humanos. Essa fase do quantas espermatogônias serão necessá-
desenvolvimento caracteriza-se pelo: rias? Justifique sua resposta.
a) aumento da produção de gonadotropinas e
de esteroides sexuais.
b) decréscimo da produção do hormônio
luteinizante.
c) início da produção de esteroides sexuais,
como a testosterona e o estradiol.
7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 14 Reprodução humana

04. (Uerj – 2012) Observe, na ilustração, os tipos ce- A sequência correta é:


lulares da linhagem germinativa presentes nos a) V – F – V – F – V. d) V – F – F – V – F.
túbulos seminíferos. b) F – V – V – V – F. e) F – V – F – V – F.
c) F – V – V – F – V.
Espermatogônia
06. (UFPR – 2010) Um dos dogmas centrais da

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Biologia é que, na reprodução em humanos,
todas as mitocôndrias têm origem materna.
Espermatócito
primário
Embora, atualmente, saiba-se que é possível
Espermatogênese

herdar mitocôndrias paternas, ainda assim a


Espermatócitos
grande maioria delas provém da mãe. O que jus-
secundários
tificaria a predominância de herança materna
Espermátides
jovens
dessa organela, uma vez que se sabe que tan-
to os gametas femininos quanto os masculinos
Espermátides
contribuem para a formação do zigoto?
maduras

Espermiogênese

Lúmen do túbulo seminífero

Cite o tipo de divisão celular que ocorre na


transformação de espermatócito primário para
espermatócito secundário e nomeie a célula re-
sultante da espermiogênese.

07. (UFC – 2010) Os seres humanos reproduzem-se


sexuadamente, com os gametas masculinos,
presentes no sêmen, fertilizando os óvulos no
sistema genital feminino. Além de espermatozoi-
des, o sêmen humano é formado por secreções
05. (Uepa – 2012) O Brasil é uma nação que não en- de glândulas anexas (ou acessórias) do sistema
frenta problemas com superpopulação, por isso nes-
genital masculino.
te país não existe um programa oficial de controle da
natalidade. Dessa forma, a reprodução humana ocor- a) Cite os nomes dos três tipos de glândulas ane-
re de forma livre, natural, algumas vezes irresponsá- xas presentes no sistema genital masculino.
vel e inconsequente, causando inúmeros problemas,
principalmente, para famílias menos privilegiadas
financeiramente.
(Texto Modificado: Bio: Volume único, Sônia Lopes, 2008).

Quanto às palavras em destaque no texto,


analise as afirmativas abaixo e identifique as ver-
dadeiras (V) e as falsas (F).
( ) I. Próstata, vesículas seminais e bexiga são
glândulas acessórias do sistema reprodu- b) Relacione quatro diferentes funções exerci-
tor masculino. das pelas secreções das glândulas anexas.
( ) II. Os testículos produzem os espermatozoi-
des e o hormônio masculino Testosterona.
( ) III. Os ovários produzem os ovócitos e
os hormônios femininos Estrógeno e
Progesterona.
( ) IV. O útero é o órgão feminino onde ocorre
o desenvolvimento embrionário e fetal.
( ) V. A ereção peniana é causada pelo au-
mento do volume sanguíneo no corpo
esponjoso.
8
Reprodução humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 14

Sistema genital feminino


O sistema genital feminino é constituído dos seguintes órgãos:

Ovários

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
São duas pequenas glândulas (aproximada­mente 3 cm de comprimento por 2 cm
de largura e 1 cm de espessu­ra), em forma de amêndoa, que localizam-se no abdômen,
à direita e à esquerda do útero. Exercem duas funções: a primeira é a produção dos
hormônios estrógeno e progesterona, que regem o desenvolvimento e funciona­mento
dos demais órgãos genitais e são responsáveis pelo desenvolvimento dos caracteres
secundários femininos. A segunda função é a produção de óvulos, que se originam de
formações especiais, os folícu­los primários, mergulhados na porção cortical de cada
ovário. Os folículos contêm o ovócito ou oócito (de oon = ovo; cito = célula), célula jovem
que dá origem ao óvulo.

Ovidutos ou tubas uterinas


São os canais que ligam cada ovário ao útero e através dos quais o óvulo se move. Têm,
em média, cerca de 12 cm de comprimento. A porção inicial de cada uma das tubas abre-
-se no interior do útero. A outra extremidade, denominada porção ampular, é dilatada e
abre-se diretamente na cavidade abdominal, contendo as bordas franjadas, como um lírio.
É geralmente no terço final da tuba uterina, denominado infundíbulo, que o óvulo é
fecundado por um dos espermatozoides que vão ao seu encon­tro.

Útero
É o órgão da gestação e do parto. Tem o formato de uma pera entortada em sua parte
mais fina. Essa porção mais delgada é o colo do útero e a parte mais volumosa, o corpo.
Colo e corpo são separados por uma cintura, o istmo.
O útero é constituído por uma parede muscular espessa, o miométrio (de mio = músculo;
metra = útero ou matriz), revesti­da, por fora, pelo peritônio e, por dentro, pelo endomé­trio (de
endon = no interior de).
O colo uterino apresenta um orifício correspondente ao canal cervical (de cervix =
colo) bem mais estreito e circular na mulher que ainda não passou pelo parto.

Biologia
Vagina
Órgão de copulação da mulher, a vagina é um canal muscular que se estende até o
útero. Possibilita a eliminação do sangue menstrual para o exterior e constitui parte do canal
do parto. A constituição músculo-elástica das paredes confere-lhe grande elasticidade e
alguma contratilidade. As dimensões vaginais variam conforme estatura e compleição
física, mas têm, em média, de 7 cm a 10 cm de compri­mento e 2,5 cm de diâmetro.

Vulva
É o conjunto de formações externas que protege a vagina e o orifício urinário e cola-
bora na copulação. É formada por grandes lábios, pequenos lábios, clitóris, vestíbulo
vaginal e orifício vaginal.
Por dentro dos grandes lábios estão os pequenos lábios, duas pregas cutâneas de
reduzidas dimensões e coloração rosa. No ponto de encontro superior desses lábios,
localiza-se um pequeno tubérculo arredondado e erétil, o clitóris.
9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 14 Reprodução humana

De cada lado do orifício vaginal, abrem-se os condutos das glândulas de Bartholin, que
secretam um líquido claro e viscoso, com propriedade lubrificante. As paredes do orifício
vaginal aderem às bordas de uma delgada prega de mucosa altamente vasculariza­da, o
hímen, que, em geral, apresenta perfuraç­ões de diâmetro variável.
(a)

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
(b)

Clitóris
Abertura da uretra
Grande lábio

Pequeno lábio
Abertura da vagina
Himen

Ovário
Ânus

Tuba
uterina

Útero

Bexiga
(c) urinária
Tuba uterina
Púbis
Clitóris

Pequeno
lábio
Reto
Uretra
Vagina Grande lábio

Útero Sistema reprodutor feminino:


(a) Vista externa.
Ovário Endométrio
(b) Vista lateral dos orgãos internos.
Ligamento
próprio (c) Vista frontal dos orgãos internos.
Colo

Vagina

Hormônios sexuais femininos


Na mulher, assim como no homem, o lobo anterior da hipófise produz vários hormô-
Mamas nios. Dois deles, iguais em ambos os sexos, destinam-se especificamente a regular as
São elevações atividades do sistema genital. Na mulher, porém, a liberação é periódica, ao passo que
peitorais que no homem é contínua.
abrigam as
Os dois hormônios hipofisários gonadotróficos femininos são: o FSH (hormônio folí-
glândulas de onde
provém o leite culo-estimulante), que estimula o cresci­mento dos folículos no ovário, e o LH (hormônio
requerido para luteinizan­te), que estimula a ovulação e transformação do folículo em corpo lúteo ou
a amamentação. corpo amarelo. Nas mulheres, o lobo anterior da hipófise produz outro hormônio ligado
Embora não sejam à reprodução, a prolactina. Esse hormônio, que tem sua produção ligada, entre outros
órgãos genitais,
fatores, ao estímulo de sucção da mama pelo bebê, incentiva a produção de leite após
recebem estímulos
do hormônio o parto.
prolactina. Os ovários, por sua vez, também produzem dois hormô­nios que atuam no ciclo ovu-
Nidação
latório. O folículo, estimulado pelo FSH, produz o estrógeno que, além de promover o
desenvolvimento e a manutenção dos caracteres sexuais femininos, atua no ciclo esti-
Fixação do
embrião na forma mulando a regeneração da mucosa do útero após a menstruação; e o corpo lúteo,
de blastócito na estimulado pelo LH hipofisário, produz a progesterona, que prepara e mantém a mucosa
mucosa uterina. do útero para a nidação.
10
Reprodução humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 14

O aumento dos níveis de estrógeno na corrente sanguínea exerce na hipófise um


efeito de inibição (feedback negativo) na produção do seu precursor, o FSH. A mesma
relação ocorre com a progesterona que, em níveis elevados, bloqueia a produção do LH.
Esse mecanismo é que determina o ciclo ovulatório.

Hipófise

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
LH Níveis elevados
de progesterona
inibem a produção
do LH e do FSH.

FSH
Níveis elevados
de estrógeno inibem
a produção de FSH Ovário
e estimulam a
produção
de LH. lação
Ovu

Corpo
lúteo
Folículo
de Graaf

Estrógeno
Esquema ilustrando a ação
dos hormônios hipofisários e o
efeito de feedback, que regula
os níveis hormonais no corpo
Progesterona da mulher.

Ovulogênese
Ovulogênese ou oogênese é o processo de formação do óvulo, o gameta feminino.
A ovulogênese humana processa-se em três fases:
1) Fase de multiplicação ou proliferação. As ovogônias (2n), originadas das células
germinais primordiais existentes no córtex
ovariano, multiplicam-se intensamente por
mitoses, formando os folículos primários. Multiplicação
(2n nias

Fase de
restrita ao
Esse fenômeno inicia-se logo nas primeiras multiplicação
ô
)
og

período

Biologia
Ov

semanas de vida intrauterina do feto e termina intrauterino

por volta do terceiro mês. Fase de Grande crescimento


crescimento (acúmulo de vitelo)
2) Fase de crescimento. É o período em que
Ovócito I
uma das ovogônias (2n), existentes no interior (2n) 2n
de cada folículo primá­rio, cresce, aumentando Divisão I
Dictióteno
da meiose
de tamanho devido ao acúmu­lo de substân­
n n Primeiro
cias de reserva, transformando-se em ovócito Ovócito II glóbulo polar
I (2n). Em seguida, após essa diferenciação, Fase de Divisão II
maturação da meiose
cada ovócito I (2n) existente no interior de
n
cada folículo inicia a primeira divisão de Óvulo (n) n
Segundos
glóbulos polares
meiose que, no entanto, é paralisada logo no n
n
início de sua prófase, fenômeno denominado
dictióteno. Por volta do sétimo mês de vida Segundos glóbulos
Óvulo (n) n
fetal, a menina já apresenta no interior dos polares em degeneração

seus ovários todos os folículos (cerca de


400 mil), contendo um ovócito I em dictióte­no. Figura esquemática que ilustra as fases da ovulogênese.
11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 14 Reprodução humana

3) Fase de maturação. Nesse período, vários folículos primários passam por uma
fase de crescimento, mas somente um deles atinge a maturação, ocasião em
que passará a ser denominado folículo de Graaf. Durante o amadurecimen­to do
folículo, o ovócito I, sob a ação de hormônios hipofisá­rios, completa a primeira
divisão de meiose, originando um ovócito II (n) e um glóbulo polar (n) bem
pequeno, que fica aderido à superfície do ovócito II. Em seguida, ocorre a liberação

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
do ovócito II (n) do folículo; esse fenômeno é a ovulação. O ovócito II (n), agora
liberado, entra na tuba uterina onde poderá ser fecundado pelo espermatozoide.
Caso tal fato não ocorra, o ovócito II (n) sofrerá degeneração por autólise, sendo
absorvido no oviduto. Em decorrência disso, cerca de 10 a 15 dias depois, a mucosa
do útero, ou seja, o endométrio, que havia se preparado para receber o embrião,
é parcialmente destruída, descamando-se, provocando o rompimento de vasos
capilares, fenômeno que caracteriza a menstruação. Tal fato deverá se repetir a cada
mês aproximadamente (daí o termo menstruaç­ão: ciclo mensal).
Se ocorrer a fecundação, o ovócito II (n) que se encon­tra em metáfase II completará
a segunda divisão de meiose, originando o óvulo. Após a fusão dos núcleos do
espermato­zoide e do óvulo (cariogamia), surge o zigoto. O mesmo deverá aconte­cer
com o primeiro glóbulo polar que, ao sofrer a segunda divisão de meiose, formará
dois novos glóbulos polares (n), os quais permanecerão aderidos à superfície do
zigoto para depois sofrerem a degene­ração.

Ciclo ovulatório
Simplificadamente, o ciclo ovulatório ocorre da seguinte maneira: o início da mens-
truação (descamação da mucosa uterina) marca o início de um ciclo ovulatório; nesse
momento, a taxa de todos os hormônios é baixa.
No começo de um novo ciclo,
aumenta a taxa do FSH, que estimula
gonadotrofinas

o desenvolvimento de alguns folícu-


no plasma
Nível de

los primários nos ovários, os quais


FSH aumentam a secreção do estrógeno.
LH O estrógeno estimula a produção do
LH e a inibição do FSH produzidos
pela hipófise. Por volta do 14.º dia do
ciclo, a taxa do LH e do estrógeno é
hormônios
ovarianos
Nível de

alta e a do FSH é baixa.


Estrógenos O folículo que completa o ama-
Progesterona durecimento rompe-se e ocorre a
Fase Fase 14º. dia Fase 28º. Fase
ovulação. O folículo que libera o ovó-
menstrual proliferativa (ovulação) secretora dia menstrual cito transforma-se em corpo lúteo.
Gráfico que mostra Gráfico
a concentração dos hormônios que atuam no ciclo menstrual.
mostrando a concentração dos hormônios Depois da ovulação, com a for-
que atuam no ciclo menstrual.

mação do corpo lúteo, diminui a produção do estrógeno e do LH e aumenta a produção


de progesterona pelo corpo lúteo. A progesterona prepara a mucosa do útero para a
nidação. Por volta do 21.º dia do ciclo, a taxa de progesterona é alta. Se não ocorreu
fecundação, a partir desse momento o corpo lúteo começa a regredir e diminui a produ-
ção de progesterona.
Por volta do 28.º dia do ciclo, a taxa de todos os hormônios é novamente baixa, condição
para que se inicie uma nova menstruação, que marca o fim de um ciclo e o início de outro.
Se ocorre fecundação, o embrião se fixa na mucosa uterina. A placenta passa a
produzir a gonadotrofina coriônica (HGC), hormônio que estimula a produção de proges-
terona pelo corpo lúteo. Dessa forma, a taxa de progesterona mantém-se elevada até o
fim do ciclo, impedindo a ocorrência da menstruação e o início de um novo ciclo.
12
Reprodução humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 14

A suspensão da menstruação é um dos sintomas da gravidez, durante a qual não


ocorrerão novas ovulações nem menstruações.
Durante a gestação, a taxa de progesterona, estrógeno, bem como a da gonadotro-
fina coriônica (HGC) é alta, enquanto a do FSH e do LH mantém-se baixa.

Hipófise

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
HORMÔNIOS GONADOTRÓFICOS

FSH LH

Corpo lúteo em Corpo lúteo em


Folículo Ovulação
Folículo desenvolvimento degeneração
maduro
em crescimento

OVÁRIO

PROGESTERONA
Ovócito II
ESTRÓGENO

Mucosa
uterina

Período de fertilidade

1º. dia 5º. dia 7º. dia 10º. dia 14º. dia 17º. dia 21º. dia 28º. dia

Representação esquemática da ação dos hormônios gonadotróficos ao longo do ciclo ovulatório.

Aspectos gerais da fecundação


Após a ovulação, o ovócito II (n) é lançado pelo líquido folicular para o interior da tuba

Biologia
uterina. Lembre-se de que, nesse momento, o ovócito II encontra-se em metáfase II.
Na extremidade superior da tuba uterina (região ampular, geralmente), o ovócito II tem
24 horas (tempo de fertilidade) para ser fecundado.
Se não houver fecundação, o ovócito II sofrerá autólise e será reabsorvido juntamente
com o primeiro glóbulo polar, geralmente na própria tuba. Caso os espermatozoides
alcancem o ovócito II, tem início a fecundação. O espermatozoide ativa o ovócito II, que
comple­ta a segunda divisão de meiose, formando o óvulo e o segundo glóbulo polar.
Nesse momento, o espermatozoide encontra-se no interior do óvulo. Em seguida, ocorre
a fusão dos dois núcleos (n), o do espermatozoide e do óvulo (cariogamia), formando o
zigoto (ovo) (2n).
Tem início, então, a segmentação ou clivagem do zigoto. À medida que vão ocorrendo
as divisões, o embrião em formação vai sendo empurrado pelas contrações musculares
da tuba uterina em direção ao útero.
Cinco dias depois, o embrião chega ao útero já em forma de blástula, denominada
blastocisto, e vai se fixar na mucosa uterina (nidação).
13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 14 Reprodução humana

Zona pelúcida 2 células


4 células
Espermatozoide (n)
Mórula
8 células

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Oviduto Massa celular
interna
Blastocisto

Implantação do
blastocisto
Ovócito Fímbrias Implantação
secundário
Ovulação Ovário

Blastocele
Tropoblasto

MADER, Sylvia S. Biology. Editora WCB. p. 812.

LEITURA

Clonagem
A clonagem (do grego Klon = broto vegetal) é processo natural ou artificial no qual são produzidos organis-
mos geneticamente idênticos. Trata-se de um tipo de reprodução assexuada, pois não envolve troca de gametas
entre indivíduos.

Histórico
Em 1903, o botânico Herbert J. Webber criou o termo clonagem. Mas ela ficou mundialmente conhecida com
a clonagem da ovelha Dolly, que nasceu dia 5 de julho de 1996, feita pelo cientista escocês Ian Wilmut. Em 2001,
um médico italiano, chamado Severino Antinori teve a intenção de clonar um ser humano, o que causou grande
agito na sociedade científica. Outros cientistas até anunciaram que haviam clonado um ser humano, porem esses
fatos nunca foram provados.

Clonagem reprodutiva
A clonagem reprodutiva se refere à produção de seres vivos geneticamente idênticos, ou seja, produção de
cópias idênticas de seres vivos, animais, vegetais ou humanos. Neste processo, normalmente o núcleo de uma
célula reprodutiva é retirado e esta recebe uma célula somática, que irá se fundir e se dividir, comportando-se
como um embrião normal. Este embrião é implantado em uma mãe de aluguel. O organismo formado é genetica-
mente idêntico ao organismo doador da célula somática. Assim que a ovelha Dolly foi clonada. A célula somática
utilizada é de uma glândula mamária.

Clonagem terapêutica
O objetivo desta técnica é produzir células-tronco para o tratamento de doenças e produção de órgãos para
transplante. Esta técnica é a esperança de muitas pessoas portadoras de doenças como diabetes, Parkinson e
Alzheimer. Esta técnica esbarra em muitos preconceitos e parâmetros éticos. O processo de produção de uma
14
Reprodução humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 14

célula é muito parecido com a clonagem reprodutiva, porem a célula não é implantada no útero. As células-tronco
embrionárias podem se diferenciar em todos os tipos de tecidos e são chamadas de multifuncionais, já as adultas
não possuem esta capacidade, cada uma dá origem ao mesmo órgão.

Benefícios da clonagem
Os cientistas têm muitas esperanças com relação à clonagem na cura de doenças, porem esbarram em

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
parâmetros éticos. Mas acreditam que no futuro a clonagem possa produzir células de órgãos ou até órgãos
inteiros, salvando a vida de muitas pessoas e diminuindo a fila dos transplantes, e também possa utilizar células
do próprio organismo no lugar de implantes mamários, clonando as células de gordura, por exemplo. A clonagem
de seres humanos poderá solucionar os casos de infertilidade e até evitar que crianças nasçam com defeitos
genéticos. Espécies de animais com risco de extinção podem ser clonados.

Riscos da clonagem humana


• Muitos médicos “espertinhos” podem querer lucrar muito com esta técnica, clonando seres humanos,
cobrando muito dinheiro por isso.
• Como ocorreu na ovelha Dolly, os clones podem ter envelhecimento precoce, uma vez que são originados de
uma célula adulta.
• A individualidade do organismo passa a ser invadida, pois ele será ou terá uma cópia andando por aí.
• Muitas pessoas clonadas podem ser alvos de preconceito.

Aspectos éticos
Todos nós sabemos que a clonagem pode acabar se tornando um grande comércio no futuro e acabar
fugindo do controle. O custo desta técnica é e será cada vez mais caro e poucas pessoas terão acesso a ela.
“A ciência precisa seguir em frente no seu objetivo de antecipar-se ao futuro, com prudência e controle demo-
crático sobre suas aplicações práticas”. (Revista Scientifc American, Ano 2, n.º 14).
Segundo a reportagem “Prós e contras da clonagem humana”, ela pode sim ser realizada, porém necessita
de limites e um equilíbrio, respeitando os valores morais e éticos. Uma legislação deve ser construída democrati-
camente com a participação de todos garantindo uma tecnologia segura a serviço da humanidade, que respeite
os valores humanos e ao mesmo tempo possa desenvolver novas tecnologias.
GONÇALVES, Fabiana Santos. Clonagem. Disponível em: <http://www.infoescola.com/biologia/clonagem/>. Acesso em: 7 abr. 2014.

Métodos anticoncepcionais
Os métodos anticoncepcionais permitem que o ato sexual seja dissociado de sua
consequência natural, a concepção. A finalidade de todos os métodos é impedir a gravi-

Biologia
dez, impossi­bilitando o encontro do espermatozoide com o óvulo ou a fixação do embrião
no útero.
A possibilidade de um casal fértil engravidar em um ciclo único é de 25%. Ao final de
seis meses consecutivos, essa chance sobe para 95%.

Métodos hormonais
Os hormônios femininos estrógeno e progesterona podem ser usados sob várias
formas para impedir a ovulação.

Pílula
Anticoncepcional Hormonal Combinado Oral (AHCO), também é conhecido como
“pílula”, é um anticoncepcional anovulatório por via oral. Atualmente, é o método mais
popular de controle da natalidade.
As pílulas são constituídas por hormônios sintéticos similares ao estrógeno e à
progesterona, hormônios naturais produzidos pelo corpo da mulher. Elas impedem a
15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 14 Reprodução humana

concepção por inibir a ovulação, ou seja, o óvulo não é liberado pelo ovário, como ocorre
normalmente. Também modificam o muco cervical (secreção natural espessa logo à
entrada do útero), dificultando a entrada do esperma no útero, alteram as condições
endometriais e modificam a contratilidade das tubas, interferindo no transporte ovular.
Eficácia: é alta, se usada corretamente. Varia de 97% a 99,9%.
Vantagens: pode contribuir com a redução dos problemas menstruais; não interfere

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
na relação sexual; protege contra algumas doenças ginecológicas, inclusive alguns tipos
de câncer; reduz a cólica menstrual e a tensão pré-menstrual; os períodos menstruais
ficam mais regulares; é fácil de usar e barata.
Desvantagens: é preciso disciplina e constância; pode produzir efeitos colaterais
como náuseas, mal-estar gástrico, aumento de massa corpórea, dor de cabeça, tontura,
diminuição das menstruações, acne, dor mamária, sangramento entre as menstruações,
alterações emocionais, manchas na pele; é menos efetiva quando tomada com algumas
drogas. Certas medicações, especificamente antibióticos, interferem na ação das pílulas
e tornam o controle menos efetivo.
Existem diversas marcas com diferentes dosagens de hormônios. O ideal é que a
pílula só seja tomada depois de um exame médico completo em um ginecologista, que
receitará a mais adequada para cada caso.

Pílula do dia seguinte


A anticoncepção de emergência é um uso alternativo de contracepção hormonal oral
(tomado até 72 horas após o ato sexual), que evita a gestação após uma relação sexual
desprotegida. É um método indicado para ser usado somente em casos de emergência,
quando outros métodos anticoncepcionais não tenham sido adotados, tenham falhado,
ou ainda em caso de estupro. Esse contraceptivo contém o levonorgestrel, um tipo de
progesterona que previne a gravidez inibindo a ovulação, a fertilização e a implantação
do blastocisto.
É importante saber que essa não é uma pílula de aborto e não causa aborto, por-
tanto, não ajudará se a mulher já estiver grávida. Ela destina-se apenas para prevenir
a gravidez. Essa medida tem causado vários efeitos colaterais e não deve ser usada
regularmente.
Eficácia: se usada até 24 horas após a relação: 95%; entre 25 e 48 horas: 85%; entre
49 e 72 horas: 58%.

Injetáveis
São aplicações hormonais musculares mensais ou trimestrais. As mensais podem
trazer irregularidade menstrual no início do tratamento e efeitos colaterais semelhantes
aos da pílula. Retorna-se à fertilidade em até dois meses. As trimestrais podem causar
aumento de massa corporal. A maioria das mulheres fica sem menstruar durante o uso e
pode engravidar em até seis meses após a interrupção.
Eficácia: 99,5%, se usado corretamente.

Implante endoceptivo
Pequenos bastões (do tamanho de um palito de fósforo), que liberam hormônios
gradualmente, são colocados sob a pele na região do braço, e as trocas devem ser feitas
a cada cinco anos. Apresenta menos efeitos colaterais que outros métodos hormonais e
retorna-se à fertilidade em até um ano após a retirada.
Eficácia: entre 95% a 99%.
16
Reprodução humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 14

Dispositivo intrauterino (DIU) tomfotografeert/123RF

Um pequeno aparelho de plástico ou metal é colocado dentro do


útero, onde cria um ambiente desfavorável ao espermatozoide ou à blás-
tula. Deve ser inserido por um médico e a mulher deve submeter-se a um
controle periódico. O DIU de cobre precisa ser trocado a cada três anos.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O DIU age destruindo o espermatozoide dentro do útero, o que
impede a fecundação. Ele pode aumentar o fluxo e prolongar a menstru-
ação. As desvantagens são a possibilidade de cólicas e sangramentos,
aumentados durante a menstruação, além do risco de infecção uterina,
que pode aumentar.
Após a retirada, ocorre o retorno imediato à fertilidade. Mulheres que
DIU
já tiveram filhos se adaptam melhor ao aparelho.
Útero
Eficácia: alta, variando de 95% a 99,7%.
Colo do útero
Fio

Métodos de barreira
O uso de barreiras que impedem o encontro do espermatozoide
Vagina
com o óvulo não causa efeitos colaterais. São eles:

Diafragma
Anel de borracha colocado dentro da vagina momentos antes da relação. Fecha a
entrada do útero impedindo o encontro das células reprodutivas. Deve ficar no lugar por,
no mínimo, seis horas e, no máximo, 24 horas após a última ejaculação. É usado em
associação com um gel espermicida que “mata” os espermatozoides.
O tamanho do diafragma deve ser medido por um médico e varia de acordo com
cada mulher. Esse método não tem efeitos hormonais nem causa danos ao leite materno,
caso a mulher esteja amamentando. É um método que se pode interromper a qualquer
momento. Pode ser lavado e reutilizado, colocado até seis horas antes da relação sexual.
Eficácia: varia entre 82% e 92%.

Preservativo
Camisinha masculina
Pode ser usada com outros métodos anticoncepcionais. Algumas são lubrificadas e

Biologia
contêm espermicida. Existem camisinhas de látex e de plástico.
Agem como uma barreira entre o pênis e a vagina e não permitem que o espermato-
zoide contido no sêmen entre em contato com a vagina, além disso, atuam também como
preventivo contra doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Eficácia: se usada corretamente, varia de 86% a 97%.
s.SRR
Common
Axefan2/C.

Camisinha feminina
Por ser um método novo no Brasil, é relativamente cara, se comparada com a cami-
sinha masculina. Pode ser encontrada em farmácias e drogarias.
Consiste em um “saquinho” feito de poliuretano transparente e um anel, também em
poliuretano, que serve para facilitar a colocação e fixação na vagina. Deve ser colocado
antes da relação sexual para revestir a vagina e a parte externa da vulva, protegendo os
grandes lábios. Assim como a camisinha masculina, ela é descartável e deve ser jogada
no lixo após o uso.
Eficácia: se usada corretamente, varia de 82% a 97%.
17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 14 Reprodução humana

Métodos naturais
Nesse método, a mulher controla as características do próprio organismo para saber
quando deve evitar as relações sexuais. A eficácia do método não é alta, mas melhora
se outras formas contraceptivas forem combinadas. São, normalmente, escolhidos pelas
mulheres que, por razões ideológicas ou religiosas, não querem usar nenhum dos outros
métodos.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Tabelinha
Para usá-la, a mulher precisa ter ciclos mestruais regulares. A ovulação acontece 14
dias antes da menstruação, e, como o período fértil acontece três dias antes e três dias
após a ovulação, nessa fase as relações sexuais devem ser evitadas.

Avaliação do muco
As características do muco (espécie de líquido produzido no colo do útero) mudam
durante o período fértil. Sua quantidade aumenta e fica com aspecto de clara de ovo. As
relações sexuais devem ser evitadas enquanto o muco mantiver essas características.

Temperatura basal
A mulher que optar por esse método deve medir sua temperatura diariamente antes
de sair da cama. Após a ovulação, essa temperatura aumenta cerca de 0,5 °C até o fim
do ciclo. Após o aumento, a mulher deve evitar relação sexual por quatro dias.

Métodos definitivos
São procedimentos cirúrgicos que visam impedir, em caráter permanente, a gesta-
ção. É o método mais eficaz de contracepção. As indicações devem ser cuidadosas.
Eventualmente são reversíveis, mas necessitam, para isso, de uma nova intervenção.


Laqueadura
As tubas uterinas são “cortadas” para impedir o trajeto normal dos óvulos, conforme
mostra a figura.

Vasectomia
A via de saída dos espermatozoides no homem (ductos deferentes) é interrompida por
meio de uma cirurgia em cima do escroto. As taxas de falha da vasectomia são menores
de 1%. Após a cirurgia, o sêmen é liberado no orgasmo, mas sem os espermatozoides.

Corte
Corte Corte
Corte

Laqueadura Vasectomia
18
Reprodução humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 14

ATIVIDADES
01. (UFPR – 2014) A exposição da mãe à nicotina duran- 04. (FGV – 2013) A gestação assistida, por meio de
te a gravidez pode levar ao retardo do crescimento do procedimentos clínicos, permite que casais im-
feto, maior incidência de abortos e morte na infância. possibilitados de gerarem filhos naturalmente
Isso ocorre porque a nicotina causa constrição dos va- obtenham sucesso em sua constituição familiar.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
sos sanguíneos uterinos, levando ao baixo suprimento
Alguns desses procedimentos estão listados em
de oxigênio e nutrientes para o feto.
sequência.
Moore, K.; Persaud, T.V.N. Embriologia Básica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
I. Estímulo à ovulação.
Nesses casos, o feto recebe menos oxigênio e
II. Aspiração de óvulos liberados a partir dos
nutrientes porque:
folículos ovarianos.
a) a circulação placentária é interrompida.
III. Estímulo ao desenvolvimento do endométrio.
b) apenas sangue venoso circula na placenta.
IV. Fertilização in vitro.
c) menos sangue materno circula na placenta.
V. Implantação do embrião no útero.
d) o sangue materno deixa de entrar na circula-
Em função da sequência de procedimentos re-
ção do feto.
ferentes à biologia reprodutiva humana, está
e) o sangue materno e fetal deixam de se mis- correto afirmar que:
turar na placenta.
a) o estímulo à ovulação ocorre através de hor-
02. (UFG – 2014) Leia o texto a seguir. mônios hipofisários.
A anticoncepção de emergência, ou “pílula do dia se- b) a ovulação ocorre no útero, após cerca de 14
guinte”, é um método que pode evitar a gravidez. O dias de estímulo hormonal.
Sistema Único de Saúde disponibiliza dois métodos ao c) o desenvolvimento do endométrio permane-
usuário, sendo um deles o medicamento que possui ce até o final da gestação.
levonorgestrel, uma progesterona sintética, que é usa- d) a fertilização de um óvulo por dois esperma-
do até 72 horas após a relação sexual sem proteção. tozoides origina gêmeos fraternos.
BRASIL. Ministério da Saúde. Anticoncepção de emergência: perguntas e respostas
para profissionais de saúde. 2005. e) a implantação do embrião no útero, a nida-
ção, ocorre na fase de nêurula.
Uma mulher no início da fase lútea e, após 30 ho-
ras da relação sexual desprotegida, para evitar 05. (Uerj – 2013) A pílula anticoncepcional contém
gravidez indesejável, fez uso do medicamento os hormônios estrogênio e progesterona, que
referido no texto. Nessa situação, o medicamen- agem sobre a hipófise alterando os níveis de
to é eficaz, pois bloqueia a: liberação dos seguintes hormônios: folículo es-
a) maturação do folículo. timulante (FSH) e luteinizante (LH).
b) liberação do óvulo.

Biologia
No gráfico abaixo, são mostradas as variações
c) fecundação do oócito. das concentrações de FSH e de LH durante um
d) formação do corpo amarelo. ciclo menstrual de 28 dias de uma mulher que
e) diferenciação do disco embrionário. não usa anticoncepcionais.

03. (Uece – 2014) Dentre os métodos contraceptivos,


a vasectomia é um processo que consiste em:
a) eliminar os tubos seminíferos para que os
espermatozoides não possam se locomover
até o óvulo.
b) cortar os canais deferentes para que não
seja mais possível a eliminação dos esper- Considere agora uma mulher que utilize esse
matozoides no sêmen. método anticoncepcional na prescrição usual:
c) retirar a vesícula seminal para diminuir a uma pílula por dia ao longo de 28 dias.
quantidade de sêmen produzido. Os valores sanguíneos dos hormônios FSH e LH,
d) isolar a próstata, cessando a produção de durante o ciclo menstrual dessa mulher, estão
espermatozoides. apresentados em:
19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 14 Reprodução humana

a) 07. (Mackenzie – 2013)

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b)

c) A respeito do esquema acima, assinale a alter-


nativa correta.
a) A parede interna do órgão B é descamada
durante o período de ovulação.
b) Estrógeno e progesterona são hormônios
produzidos em A e agem em C.
c) Se em uma cirurgia o órgão B for removido,
d) a mulher não menstruará mais.
d) A laqueadura é uma cirurgia em que é feita a
remoção do canal indicado em D.
e) A produção de gametas e a fecundação são
eventos que ocorrem em A.

08. (UEL – 2013) O esquema e o gráfico, a seguir,


06. (UEM – 2013) Sobre os aparelhos reprodutores ilustram algumas das inúmeras atividades fisio-
masculino e feminino e sobre o controle hormo- lógicas da espécie humana.
nal nos homens e nas mulheres, é correto afirmar
que:
01) os tubos seminíferos, localizados nos testí-
culos, são responsáveis pela produção dos
hormônios masculinos.
02) a testosterona estimula a formação de es-
permatozoides, sendo também responsável
pelos caracteres sexuais secundários, como
pelos e modificação na voz.
04)
os ovários, conhecidos como gônadas
femininas, produzem os gametas femini-
nos e também os hormônios estrogênio e
progesterona. a) Analise o esquema e o gráfico e especifique
08) os espermatozoides, durante o processo de o que são as letras A, B, C e D.
ejaculação, passam pelas glândulas semi-
nais, pela próstata, pelo canal deferente e
pela uretra.
16) a atividade ovariana é regulada pelos hormô-
nios gonadotróficos FSH e LH, secretados
pela adenoipófise.
Soma ( )
20
Reprodução humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 14

b) Na fase lútea, observa-se um aumento do 10. (Unesp – 2013) Leia.


hormônio ovariano B, assim como a presen- Método de contracepção definitiva começa a se
ça da estrutura representada pela letra D no popularizar no país
endométrio. Que fenômeno justifica esses Consagrado nos Estados Unidos há quase uma déca-
fatos no corpo da mulher? Cite duas funções da, o Essure é um procedimento feito em ambulatório,
do hormônio B para tal fenômeno. que dispensa cortes. O Essure consiste de dois dis-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
positivos metálicos com 4 centímetros, instalados no
início das tubas uterinas por meio de um equipamento
bem fino, que é introduzido no canal vaginal. Em al-
gumas semanas, as paredes das tubas recobrem os
microimplantes, obstruindo as tubas e fazendo do
Essure um método contraceptivo permanente.
SPONCHIATO, Diogo. Revista Saúde, maio de 2012. (Adaptado).

Considerando o modo pelo qual o dispositivo


09. (Enem – 2013) A pílula anticoncepcional é um dos mencionado no texto leva à contracepção, é cor-
métodos contraceptivos de maior segurança, sen- reto afirmar que ele impede:
do constituída basicamente de dois hormônios a) a locomoção do espermatozoide da vagina
sintéticos semelhantes aos hormônios produzi- para o útero, e deste para as tubas uterinas,
dos pelo organismo feminino, o estrogênio (E) e com resultado análogo ao provocado pelos
a progesterona (P). Em um experimento médico, cremes espermicidas.
foi analisado o sangue de uma mulher que ingeriu b) que o embrião seja conduzido da tuba ute-
ininterruptamente um comprimido desse medica- rina até o útero, com resultado análogo
mento por dia durante seis meses. ao provocado pela camisinha feminina, o
Qual gráfico representa a concentração san- Femidom.
guínea desses hormônios durante o período do c) a implantação do embrião no endométrio,
experimento? caso o óvulo tenha sido fecundado, com
resultado análogo ao provocado pelo dispo-
a) sitivo intrauterino, o DIU.
sanguínea
sanguínea
sanguínea
sanguínea

d) que ocorra a ovulação, com resultado análo-


sanguínea
Concentração

go ao provocado pela pílula anticoncepcional


Concentração
Concentração

E
Concentração

PE
sanguíneaConcentração

hormonal.
E
P
E
P
TempoPE
TempoP
Tempo
Tempo e) que o espermatozoide chegue ao ovócito,
b) Tempo
com resultado análogo ao provocado pela
sanguínea
sanguínea
sanguínea

P
sanguínea

P laqueadura.
Concentração

P
Concentração

EP
Concentração
Concentração

EP

Biologia
E
11. (UEL – 2013) Adquira o óvulo em um país, faça a fer-
sanguíneaConcentração

E
E
Tempo
Tempo
Tempo
Tempo
tilização em outro e contrate a mãe de aluguel num
c)
Tempo
terceiro. Está pronto o seu filho com muita economia.
sanguínea
sanguínea
sanguínea

COSTA, C. Bebê globalizado. Supernovas. Superinteressante. São Paulo: Editora


sanguínea
Concentração

Abril, 296. ed., out. 2011. p. 28.


Concentração
Concentração
Concentração

E
PE
As transformações sociais possibilitam novas
sanguínea Concentração

E
PE
P
TempoPE

E
Tempo
Tempo
Tempo
P formas de constituição familiar. O desenvolvi-
EP

d)
EP
E
Tempo
mento científico e tecnológico consegue ajudar
sanguínea

P
EP
sanguínea
sanguínea

P
casais a terem filhos, recorrendo à reprodução
sanguínea
Concentração

assistida.
Concentração
Concentração
Concentração
sanguíneaConcentração

Tempo Nesse contexto e supondo que um casal cons-


Tempo
Tempo
Tempo
Tempo
tituído por duas mulheres deseje ter um bebê,
E
sanguínea

e) PE
considere as afirmativas a seguir.
sanguínea
sanguínea

E
P
E
P
sanguínea

P
E
I. A célula-ovo será resultante de um óvulo re-
Concentração

P
Concentração
Concentração
Concentração

tirado de uma das mães que foi fecundado


Concentração

Tempo
Tempo
Tempo
por um espermatozoide e implantado no úte-
Tempo
Tempo ro de uma mulher ou no de uma das mães.
21
ENSINO MÉDIO UNIDADE 14 Reprodução humana

II. A fusão dos núcleos dos óvulos das mães b) Embora o amadurecimento sexual ocor-
dará origem a um embrião do sexo feminino, ra para meninos e meninas em torno dos
o qual apresenta genes de ambas as genito- 12 anos, no sexo feminino a divisão celular
ras, portanto com características haploides meiótica começa muito antes e pode durar
de cada uma delas. décadas. Quando esse processo de divisão
III. O embrião formado, gerado in vitro, foi im- começa no sexo feminino e por que essa di-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
plantado no útero de uma “mãe de barriga visão pode ser tão longa?
de aluguel” para que o bebê tivesse caracte-
rísticas dela.
IV. O bebê será do sexo feminino, porque o nú-
cleo diploide que lhe deu origem é resultante
da fertilização do óvulo de uma das mães
com o espermatozoide haploide com cro-
mossomo X de um homem.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

12. (UFG – 2012) A maior parte dos copinhos de café,


copos de água e mamadeiras é feita de policar-
bonato com bisfenol A, substância que é liberada
quando algum líquido quente é colocado nesses
recipientes. O bisfenol A é um composto quími-
co cuja estrutura molecular é muito semelhante à
do hormônio estrógeno. A ingestão do bisfenol A
pode resultar em alterações do ciclo menstrual e
também causar alterações no amadurecimento
sexual principalmente em adolescentes do sexo 13. (UEM – 2012) Sobre o processo de gametogêne-
feminino. se humana, assinale o que for correto.
a) Considerando a semelhança do bisfenol 01) A ovulogênese inicia-se durante o desenvol-
A com o estrógeno e a sua presença em vimento embrionário das mulheres. Quando
adolescentes, explique como o bisfenol elas nascem, todos os seus óvulos já estão
A poderia influenciar no amadurecimento formados nos ovários.
sexual desses adolescentes e no espes- 02) Espermiogênese é o processo de trans-
samento do endométrio no início do ciclo formação das espermátides em esperma-
menstrual. tozoides, também conhecida como fase de
especialização.
04) Durante o processo de gametogênese, a di-
visão reducional ocorre para a formação das
ovogônias e das espermatogônias.
08) O número de cromossomos do ovócito
primário é diferente do número de cromos-
somos do ovócito secundário.
16) Durante o processo de espermatogênese
serão produzidos, a partir de 100 esper-
matócitos primários, 400 espermatócitos
secundários e 1 600 espermatozoides.
Soma ( )
22
Reprodução humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 14

14. (UFPB – 2012) A crescente inserção das mulheres no mercado de trabalho tem feito
com que a decisão pela maternidade ocorra em idades cada vez mais avançadas.
Porém, pesquisas revelam que a fertilidade feminina diminui, acentuadamente, com
o decorrer dos anos. Para atender a essa nova realidade social, diferentes técni-
cas biológicas foram desenvolvidas com êxito, entre elas, a inseminação artificial
ou reprodução assistida. Essa técnica consiste na união do espermatozoide com o

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ovócito secundário em laboratório e posterior implantação no organismo feminino.
Considerando os conhecimentos sobre a formação das células sexuais e a reprodu-
ção humana, é correto afirmar:
a) O espermatozoide, ao entrar no ovócito secundário, transforma-se em espermatócito I.
b) O corpúsculo polar II origina o ovócito secundário, utilizado na inseminação
artificial.
c) A duplicação do núcleo do ovócito secundário e do núcleo do espermatozoide
ocorre após a fecundação e antes da fusão dessas células.
d) A inseminação artificial pode ser realizada com êxito, mesmo em mulheres que
não possuem o útero.
e) Os ovócitos primários, sob a ação do hormônio estimulante de folículo (FSH),
darão origem aos ovócitos secundários.

15. (FGV – 2012) Com relação ao início do período reprodutivo, as mulheres são, de
forma geral, mais “precoces” que os homens. Isso ocorre pois a produção dos hor-
mônios gonadotróficos hipofisários começa um pouco mais cedo no sexo feminino.
Com relação à gametogênese, tal fato também é verificado, porém com uma preco-
cidade ainda maior, pois:
a) a formação meiótica dos gametas se inicia logo após o nascimento, sendo matu-
rados e liberados a partir da puberdade.
b) por volta dos 7 anos de idade se iniciam as meioses que formarão os folículos
ovarianos.
c) cerca de três anos antes da puberdade as mulheres iniciam a meiose em células
ovarianas para que ocorram as ovulações mensais.
d) as mulheres já nascem com os gametas prontos para serem fecundados, bas-
tando serem liberados na ovulação a partir da puberdade.
e) ainda no útero materno células ovarianas precursoras dos gametas iniciam, po-
rém não finalizam, a divisão meiótica.

Biologia
16. (Fuvest – 2012 – Adaptada)

23
ENSINO MÉDIO UNIDADE 14 Reprodução humana

As figuras mostram os ciclos ovariano e uterino e as variações dos hormônios hipo-


fisários relacionadas com esses ciclos, na mulher. Em cada figura, a representação
dos eventos se inicia em tempos diferentes.
a) Nas linhas horizontais abaixo das figuras A e B, indique, com a letra M, o início da
menstruação.
b) Na linha horizontal abaixo da figura C, indique, com a letra O, o momento da

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ovulação.
c) Na gravidez, o que ocorre com a produção dos hormônios representados na
figura C?

17. (UFF – 2012) Os hormônios atuam em rede na integração de diferentes órgãos e sis-
temas fisiológicos de um indivíduo. O estrogênio, por exemplo, além de determinar
as características sexuais também induz o amadurecimento dos órgãos genitais e
promove o ímpeto sexual. Esse hormônio é produzido principalmente pelo(a):
a) hipófise.
b) útero.
c) testículo.
d) próstata.
e) ovário.

18. (Uerj – 2012) Durante o ciclo menstrual, as concentrações sanguíneas de hormônios


hipofisários e ovarianos sofrem notáveis variações. Os gráficos abaixo ilustram essas
variações, ocorridas durante um ciclo de 28 dias.

24
Reprodução humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 14

O gráfico que representa o hormônio progesterona, em um ciclo menstrual normal,


está indicado pela seguinte letra:
a) W.
b) X.
c) Y.
d) Z.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
19. (UFRN – 2012) Para um grande número de mulheres, a camisinha feminina e o dia-
fragma vaginal representam a conquista da liberdade de escolha para fazer o sexo
seguro, sem depender da iniciativa masculina. Ambos dispositivos apresentam uma
relativa eficiência como métodos contraceptivos e na prevenção de doenças sexual-
mente transmissíveis (DSTs), entretanto, têm seu uso corrente limitado por razões de
custo econômico e cuidados especiais quanto ao uso correto. Na tomada de deci-
são para a escolha entre esses dois métodos, é preciso considerar que o diafragma
vaginal:
a) dispensa o uso de espermicidas e previne as DSTs.
b) precisa ser retirado logo após o término do ato sexual.
c) impede a ovulação e a implantação do zigoto.
d) apresenta uma menor proteção contra as DSTs.

20. (Ifsp – 2012) Considere alguns métodos contraceptivos:


I. Vasectomia.
II. Tabelinha.
III. Pílula anticoncepcional.
IV. Coito interrompido.
V. Camisinha masculina e feminina.
VI. Adesivos anticoncepcionais.
Dos métodos citados, aqueles que utilizam hormônios sintéticos são, apenas:
a) I e III.
b) III e VI.
c) I, IV e V.
d) IV, V e VI.
e) II, III, IV e VI.

Biologia
21. (UPE – 2012) A gravidez na adolescência apresenta riscos por causa da imaturida-
de anatomofisiológica, dificultando o desenvolvimento e o desfecho do processo de
gestação, parto e puerpério. Observe a figura a seguir:

25
ENSINO MÉDIO UNIDADE 14 Reprodução humana

Sobre isso, preencha as lacunas do texto, correlacionando-as com os métodos de


contracepção, representados pelas figuras numeradas em algarismos arábicos.
De uma maneira geral, os adolescentes podem usar a maioria dos métodos anticon-
cepcionais disponíveis. No entanto, alguns métodos são mais adequados que outros
nessa fase da vida. ______ deve(m) ser usada(s) em todas as relações sexuais, in-
dependentemente do uso de outro método anticoncepcional, pois é o único que

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
oferece dupla proteção, protegendo-os ao mesmo tempo das doenças sexualmente
transmissíveis e da gravidez não desejada. Os métodos ______ são pouco reco-
mendados, porque exigem do adolescente disciplina e planejamento, e as relações
sexuais nessa fase, em geral, não são planejadas. _______ podem ser usadas(os),
desde a primeira menstruação, pois agem impedindo a ovulação. _______ pode ser
usada(o) pelas garotas, entretanto as que nunca tiveram filhos correm mais risco de
expulsá-la(lo) e também não é indicada(o) para aquelas com mais de um parceiro
sexual ou cujos parceiros têm outros parceiros/parceiras e não usam camisinha em
todas as relações sexuais, pois, nessas situações, existe risco maior de contrair do-
enças sexualmente transmissíveis. ______ não são indicadas(os) para adolescentes.
Assinale a alternativa cuja sequência numérica preenche corretamente as lacunas.
a) 1; 2; 3; 5; 7.
b) 1; 3; 4; 6; 2.
c) 1, 2; 3; 6; 7.
d) 4; 3; 1; 5; 2.
e) 5; 2; 3; 4; 6.

22. (Cefet-MG – 2012) A figura abaixo refere-se aos sistemas reprodutores humanos.

Disponível em: <http://www.prof2000.pt/users/ccaf/exercicios/reprodutor/sistema_reprodutor.htm>. Acesso em: 19 abr. 2011.

Os órgãos que produzem espermatozoides e óvulos, respectivamente, são os de


número:
a) 8 e 4.
b) 9 e 2.
c) 10 e 3.
d) 12 e 5.

23. (IFBA – 2012) Leia.


O fascinante processo de criação da vida
O interesse pelo desenvolvimento embrionário é antigo. Em seus estudos anatômicos, Leonardo
da Vinci especulou sobre os mistérios da concepção: desenhou um feto dentro do útero e criou
esboços de uma possível ligação entre a medula espinhal e os testículos. No século XVII, cien-
tistas naturalistas acreditavam que o espermatozoide abrigaria um bebê em miniatura, pronto
para usar o útero como incubadora. Hoje temos ao nosso alcance informações significativas,
que esclarecem boa parte das nossas dúvidas. Recursos de ultrassonografia permitem acom-
panhar a evolução da gravidez desde os primeiros dias após a fecundação, e descobertas no
campo da genética trouxeram revelações sobre hereditariedade.
Adaptado de: Mente & Cérebro, n.º 222, julho de 2011. p. 12.
26
Reprodução humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 14

Sobre desenvolvimento humano, é correto afirmar que:


a) o ovócito II, durante a penetração do espermatozoide, completa a 2.ª divisão mei-
ótica e dá origem a um óvulo e um 2.º glóbulo polar.
b) nos gêmeos monozigóticos, a fecundação se dá com a participação de dois
ovócitos e dois espermatozoides que podem dar origem a crianças de sexos
diferentes.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
c) no ciclo menstrual, após o pico de LH, a taxa de estrogênio aumenta e a da pro-
gesterona diminui, estimulando o aumento dos níveis de FSH.
d) aproximadamente cinco semanas depois da fecundação, ocorre o processo de
nidação, que estimula a produção de FSH.
e) na gravidez, o útero produz HCG, que contribuirá para suspensão da menstrua-
ção e da ovulação.
24. (UEPG – 2011) Sobre a gametogênese, assinale o que for correto.
01) No período de crescimento, as gônias acumulam substâncias de reserva e
aumentam em volume, passando a citos de primeira ordem, ou citos I, ainda
diploides.
02) No início, o período de multiplicação caracteriza-se por um grande número de mi-
toses das células germinativas primordiais, resultando as gônias, que são células
diploides.
04) A gametogênese masculina, denominada espermiogênese, e a gametogênese
feminina, denominada ovogênese, são processos muito semelhantes, diferindo
basicamente em relação ao tamanho das células e ao número de gametas férteis
resultantes das mitoses, ao final do processo.
08) No período de maturação, ocorre a meiose. Na telófase I originam-se os citos de
segunda ordem ou citos II, e, no final, na telófase II, já estão formados os óvulos
e as espermátides, ambos haploides.
16) No caso da ovogênese, das quatro células resultantes da meiose, apenas a gran-
de é o óvulo, fértil; as outras três, pequenas, são os corpúsculos polares, estéreis.
No caso da espermatogênese, as espermátides são células imóveis que se trans-
formarão em espermatozoides flagelados, capazes, portanto, de fecundar.
Soma ( )

25. (Ufsc – 2011) As figuras abaixo mostram procedimentos cirúrgicos no aparelho repro-
dutor masculino e feminino denominados de vasectomia (Figura 1) e ligação tubária
(Figura 2).

Biologia

AMABIS e MARTHO. Biologia das células. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004. p. 369.
27
ENSINO MÉDIO UNIDADE 14 Reprodução humana

Assinale a(s) proposição(ões) correta(s).


01) Um homem que se submete à vasectomia (mostrada na Figura 1) tem preserva-
da a capacidade de ejacular normalmente.
02) Uma mulher submetida ao procedimento de ligação tubária (mostrada na Figura
2) mantém a produção de óvulos (ovócitos secundários), mas estes não podem
ser alcançados pelos espermatozoides.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
04) Os ovários continuarão produzindo os hormônios FSH (hormônio estimulante do
folículo), LH (hormônio luteinizante), estrogênio e progesterona mesmo depois da
cirurgia.
08) O homem vasectomizado mantém a produção normal do hormônio testosterona,
uma vez que este é lançado diretamente na corrente sanguínea.
16) Ambos os procedimentos cirúrgicos são considerados métodos anticonceptivos
e são eficientes na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
32) Como um homem vasectomizado não mais elimina espermatozoides, não pode
mais transmitir o vírus da AIDS para seus parceiros sexuais.
64) No caso da mulher submetida ao procedimento de ligação tubária (mostrada na
Figura 2), com o passar dos anos, os óvulos (ovócitos secundários) acharão um
novo caminho até o útero, por isso este procedimento cirúrgico deve ser sempre
repetido a cada dez anos.
Soma ( )

26. (UFPE – 2010) A reprodução humana envolve aspectos biológicos, culturais e religio-
sos que são considerados na escolha do casal por ter filhos. Sobre aspectos ligados
ao controle da natalidade, pode-se afirmar o que segue.
( ) A pílula do dia seguinte é abortiva, pois a interação de seus princípios ativos
com o embrião fertilizado produz a destruição do mesmo.
( ) Mulheres com ciclo menstrual regular de 28 a 30 dias podem ter relações sexu-
ais do primeiro ao nono dia do ciclo com chances mínimas de engravidar.
( ) Os testes de farmácia para detecção da gravidez identificam a presença do
hormônio gonadotrofina coriônica na urina, produzido em maior quantidade em
mulheres grávidas.
( ) A utilização de camisinha somente previne a gravidez se for utilizada em asso-
ciação com uma pomada espermicida.
( ) A promiscuidade e a falta de uso da camisinha, além de aumentarem as chan-
ces de uma gravidez indesejada, acentuam a probabilidade de incidência do
vírus HIV e da AIDS.

28
UNIDADE 15
EMBRIOLOGIA
o g ia
l
Óvulo e ovos, qual é a diferença? ........................2

Bio

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Embriogênese .........................................................4
Histogênese e organogênese ........................... 14

A Embriologia estuda o desenvolvimento de um ser


vivo.
É considerado desenvolvimento todo processo
contínuo e organizado que engloba o período da
gametogênese, fertilização, clivagem, gastrulação e
organogênese.
É lícito afirmar que, quando tentamos compreender
todo o processo de desenvolvimento, notamos que
existem alguns pontos que ainda não foram bem
esclarecidos. Apesar disso, a simples observação de que
a partir da célula-ovo surge um novo ser demonstra-nos
que se trata de um verdadeiro milagre.
Assim, compreender a Embriologia é compreender,
em parte, o milagre da vida.
Dr. Romário de Araújo Mello – Prof. do Dep. de Morfologia da PUC-
Campinas.

Zoya Fedorova/123RF
ENSINO MÉDIO UNIDADE 15 Embriologia

COMPETÊNCIA HABILIDADE

3 14
Óvulo e ovos,
qual é a diferença?

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
E mbriologia é a parte da Biologia que estuda todos os processos de formação
do embrião. Nos animais metazoários (pluricelulares), após a fecundação e for-
mação do ovo ou zigoto, tem início a embriogênese, isto é, a formação de um novo
indivíduo.
A embriologia descritiva nos mostra que o desenvolvimento embrionário é muito
semelhante em todos os metazoários, a ponto de ser resumida em apenas três fases:
segmentação, gastrulação e organogênese. As duas primeiras fases possuem muitas
semelhanças, mas a organogênese difere muito de acordo com cada grupo animal.

Óvulo
O óvulo maduro, na maioria dos animais, é uma célula grande, geralmente esférica
e que pode ser vista a olho nu. Na espécie humana, a célula que sai do ovário, por
ocasião da ovulação, denomina-se ovócito e pode alcançar tamanhos consideráveis,
como ocontece com o óvulo dos répteis e das aves. Depois de fecundado, passa a
ser denominado ovo ou zigoto. Podemos observar nos óvulos, ou ovos, as seguintes
partes:
• Envoltórios: membrana primária ou vitelínica, que é a membrana plasmática, sempre
a mais interna; membrana secundária, formada pelas secreções das células folicu-
lares (membrana pelúcida no óvulo humano); e membranas terciárias, que se depo-
sitam ao redor do óvulo, após terem saído do ovário. Podem ser bainhas quitinosas,
calcárias ou de outra natureza (coroa radiata formada pelas células foliculares, nos
mamíferos).
• Citoplasma: dividido em duas partes, o citoplasma formativo ou bioplasma, que fica
ao redor do núcleo, e o citoplasma nutritivo ou deutoplasma, que armazena substân-
cias nutritivas, denominadas vitelo ou lécito, formado por uma mistura de glicídios,
lipídios, proteínas, vitaminas, sais minerais e outras substâncias.
• Núcleo: oval, grande, denominado vesícula germinativa; às vezes central, outras
vezes polarizado.

Células foliculares
Coroa radiata

Citoplasma

Núcleo

Zona pelúcida

Figura esquemática que ilustra o aspecto do ovócito humano


ao sair do ovário, por ocasião da ovulação.

Geralmente, as regiões em que se localizam o núcleo com o bioplasma e o


citoplasma nutritivo estão polarizadas. O polo onde se encontra o núcleo com o

2
Embriologia ENSINO MÉDIO UNIDADE 15

bioplasma é denominado polo animal, uma vez que dará origem a um novo indivíduo;
o polo onde se encontra o deutoplasma é denominado polo vegetativo, pois tem
função nutritiva.

Tipos de ovos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Será a partir do zigoto resultante da fecundação que um novo indivíduo irá surgir.
Trata-se de uma célula especial, geralmente grande, que armazena substâncias de
reserva denominadas lécito ou vitelo. De acordo com a quantidade e a distribuição do
lécito, os ovos são classificados em quatro tipos:

1 – Oligolécitos (alécitos ou isoléci- 3 – Telolécitos completos (macro-


tos): são os ovos que possuem pequena lécito ou megalécito): possuem grande
quantidade de lécito distribuída homoge- quantidade de lécito, concentrada no polo
neamente no citoplasma. O núcleo é quase vegetativo. O núcleo é periférico e fica com
central. Ocorre em esponjas, cnidários, o bioplasma, no polo animal. É observado
asquelmintes, equinodermos, protocorda- em cefalópodes (polvos), peixes, répteis,
dos e mamíferos (eutérios e metatérios). aves e mamíferos prototérios (ornitorrinco).

Aves Peixes Répteis


Equinodermos Mamíferos Anfioxo
PA
PA Citoplasma
Núcleo
Núcleo

VITELO

PV
PV
Ovo telolécito
Ovo oligolécito

2 – Telolécitos incompletos (hete- 4 – Centrolécitos: possuem grande


rolécitos): são os ovos que possuem quantidade de lécito, localizada no cen-
quantidade média de lécito, concentrada tro da célula, onde também se encontra o
no polo vegetativo. O núcleo é deslocado núcleo. O bioplasma fica reduzido a uma

Biologia
para a periferia com o bioplasma, que fica pequena camada periférica. É verificado
ao seu redor: é o polo animal. Ocorre em em artrópodes (insetos, crustáceos, arac-
platelmintos, anelídeos, moluscos, anfíbios
nídeos e miriápodes).
e ciclóstomos (lampreias).

Insetos
Anelídeos Moluscos Anfíbios
Aranha
Crustáceos
PA
Núcleo
Bioplasma
Vitelo

Núcleo
PV

Ovo heterolécito Ovo centrolécito

3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 15 Embriologia

Embriogênese Dmitry Knorre/123RF

Segmentação ou clivagem
Consiste em uma série de divisões celulares, deno-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
minadas mitoses, mediante as quais, a partir do ovo
ou zigoto, surgem numerosas células denominadas
blastômeros, que se transformam em um aglome-
rado multicelular compacto, semelhante a uma amora
pequena e, por isso, é denominado mórula.
Em seguida, forma-se uma cavidade no inte-
rior da mórula, que transforma-se em outra figura,
denominada blástula. Esta possui um revestimento
denominado blastoderma e uma cavidade cheia de
líquido, a blastocele.

Gastrulação
A partir da blástula ocorre intensa multiplicação celular e deslocamento das células,
que culmina com a formação dos três folhetos embrionários – o ectoderma, o endoderma
e o mesoderma – e o apareci­mento de uma nova figura, denominada gástrula. Nessa fase,
a estrutura do embrião modifica-se bastante, mas seu crescimento ainda é pequeno.
Durante a gastrulação dos cordados, forma-se também o arquêntero (intestino pri-
mitivo), o blastóporo (boca primitiva), o tubo neural e a notocorda, originando a nêurula.
Celoma
Arquêntero Ectoderma Tubo neural
Blastômeros Blastoderma Blastocele
Blastóporo
Ectoderma

Endoderma Notocorda
Mesoderma
Arquêntero
Endoderma
1 2 3 4 5

ZIGOTO BLÁSTULA GÁSTRULA NÊURULA


MÓRULA
(corte longitudinal) (corte transversal)

Segmentação ou clivagem Gastrulação

Figura esquemática que ilustra as fases iniciais da embriogênese dos cordados.

Tipos de segmentação
A maneira pela qual se dá a segmentação depende da quantidade de vitelo armaze-
nada no ovo. Quanto menor é a quantidade de vitelo, mais fácil é a segmentação do ovo.
O vitelo é a substância nutritiva que se acumula no citoplasma do ovócito durante a
ovulogênese. É constituído principalmente por proteínas, fosfolipídeos, glicídios e
gorduras. Nos vertebrados, a maior parte do vitelo não é sintetizada no próprio ovócito,
mas no fígado da fêmea, de onde é transportado pelo sangue até o ovário para, final-
mente, depositar-se no ovócito.
O quadro abaixo resume os tipos de segmentação de acordo com a quantidade de
vitelo no ovo:
Segmentação Ovos Ocorrência
Igual ou quase igual Oligolécitos ou alécito Anfioxo e mamíferos
Total ou holoblástica
Desigual Heterolécito Anfíbios e ciclóstomos
Parcial ou meroblástica Discoidal Telelécito completo Peixes, aves e répteis
4
Embriologia ENSINO MÉDIO UNIDADE 15

Segmentação total (ou holoblástica) igual


Ocorre nos ovos oligolécitos ou alécitos do anfioxo e dos mamíferos. A primeira divi-
são se faz segundo um plano meridional (longitudinal), que vai do polo animal ao polo Blastômeros
vegetativo, formando dois blastômeros semelhantes. A segunda divisão também ocorre Qualquer uma
das várias células
no plano meridional, mas a 90° em relação à anterior, resultando daí quatro blastômeros
resultantes das
semelhantes, situados no mesmo plano. A terceira divisão é transversal em relação às divisões iniciais

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
duas anteriores, levando à formação de oito blastômeros ainda semelhantes. do zigoto, que
As demais divisões alternam-se sucessivamente segundo os planos meridional e formam as fases
transversal até formar a mórula e, em seguida, a blástula. À medida que ocorre a seg- do embrião
mentação, os blastômeros vão diminuindo seu volume até formar a blástula que, no denominadas
mórula e blástula.
entanto, tem o mesmo tamanho do ovo (zigoto).
No anfioxo (figura A), a blástula é revestida por um blastoderma, formado por uma
única camada de células, e a cavidade blastocélica é ampla e central.
A
Blastocele

Blastoderma

Zigoto Blastômero Mórula Blástula


Figura que ilustra a segmentação total nos anfioxos.

Nos mamíferos (figura B), a blástula, denominada blastócito, é diferente, sendo for-
mada pelas seguintes partes: uma única camada de células denominada trofoblasto,
que a reveste e dá origem à placenta; um pequeno aglomerado de células preso ao tro-
foblasto internamente, em um dos polos da blástula, denominado massa celular interna
ou embrioblasto ou nó embrionário, que dá origem ao embrião, além de uma cavidade
interna, denominada blastocele.
B
Embrioblasto
Trofoblasto

Blastocele

Zona pelúcida Blastócito

Figura que ilustra a segmentação total em mamíferos.

Segmentação total (ou holoblástica) desigual

Biologia
Ocorre nos ovos heterolécitos de anfíbios.
As duas primeiras divisões são semelhantes ao caso anterior, desegmentação total
igual. A terceira divisão, no entanto, é diferente. Em razão da maior quantidade de vitelo
existente no polo vegetativo, a divisão se faz segundo um plano transversal em posi-
ção supraequatorial, de maneira a formar oito blastômeros, sendo os quatro menores
denominados micrômeros no polo animal e os quatro maiores, macrômeros no polo
vegetativo. As divisões seguintes processam-se alternadamente nos planos meridional
e transversal, mas já não são mais sincrônicas, uma vez que os micrômeros dividem-
-se mais rapidamente que os macrômeros. O resultado é a formação de uma blástula
revestida por uma blastoderme, formada por várias camadas de células, e uma cavidade
blastocélica pequena, deslocada para o polo animal.
Observe o esquema que ilustra a segmentação nos anfíbios:
Zigoto Micrômeros
Blastoderme

Blastocele
(excêntrica)

Mórula Blástula
Figura que ilustra a segmentação total desigual nos anfíbios. Macrômeros
5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 15 Embriologia

Segmentação parcial (ou meroblástica) discoidal


Ocorre nos ovos telolécitos completos de peixes, répteis e aves.
A segmentação ocorre apenas na região do citoplasma formativo, a cicatrícula, situ-
ada na superfície do ovo, no polo animal. A região onde fica o vitelo não se divide. As três
primeiras divisões se processam no plano vertical, resultando, assim, oito blastômeros

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
que se dispõem em um único plano. As divisões seguintes são assincrônicas e irregu-
lares. O conjunto de blastômeros resultantes assume uma forma discoidal, que origina
uma blástula denominada blastodisco.
O blastodisco é formado por duas capas celulares: uma superior, o epiblasto, consti-
tuída por várias camadas de células, e uma inferior, o hipoblasto, formada por uma única
camada de células. Entre o epiblasto e o hipoblasto existe uma pequena cavidade que
corresponde à blastocele.

Cicatrícula Blastodisco Blastocele

Vitelo
Vitelo

Zigoto
(corte transversal) Blástula em
Segmentação apenas da cicatrícula vista de cima corte transversal

Esquema que ilustra a segmentação parcial discoidal nas aves. O vitelo não se segmenta, apenas a cicatrícula sofre clivagem, originando os blastômeros.

Quadro resumo dos tipos de segmentação

Exemplos Anfioxo Mamíferos Anfíbios Répteis/Aves

Oligolécito Oligolécito Heterolécito Telolécito


completo
Tipos de ovo
(zigoto)
Zona pelúcida

Blastômeros

Mórula

Trofoblasto
Blastocele
Massa celular Blastocele
interna
Blástula
Vitelo
Blastocele

Parcial ou
Tipos de Total ou holoblástica
Total ou holoblástica igual meroblástica
segmentação desigual
discoidal

6
Embriologia ENSINO MÉDIO UNIDADE 15

Gastrulação
Gastrulação no anfioxo (tipo básico) Hans Hillewaert/C.Commons. SRR

É o processo de formação da gástrula a partir da blástula, e caracteriza-


-se pelo intenso deslocamento de grupos de células.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Ocorre pelo processo de invaginação do blastoderma para o interior
da blástula na altura do polo vegetativo, de maneira que a blastocele vai
diminuindo de tamanho até desaparecer por completo. O resultado é a
formação de uma estrutura com a forma de uma sacola, denominada gás-
trula, revestida por dois folhetos, um externo, o ectoderma, e outro interno,
o endoderma, que reveste a nova cavidade resultante da invaginação, que
é o arquêntero ou intestino primitivo.
Essa cavidade comunica-se com o exterior através de uma abertura
Anfioxo
denominada blastóporo, considerada como a boca primitiva, cujas bordas
são os lábios.
As células do folheto externo continuam a invaginar-se pelo lábio dorsal do blastóporo,
formando o cordomesoblasto, que vai se colocar no teto e nas paredes dorsolaterais do
arquêntero. A parte central do cordomesoblasto destaca-se e forma um eixo longitudinal
de sustentação, denominado notocorda. As partes laterais do cordomesoblasto sofrem
invaginação e também se destacam, formando duas bolsas que se expandem entre o
ectoderma e o endoderma, constituindo o terceiro folheto, mesoderma, no interior do
qual existe uma cavidade denominada celoma. O ectoderma mais o mesoderma formam
a somatopleura (folheto parietal); o endoderma mais o mesoderma formam a esplancno-
pleura (folheto visceral).
Blastoderma Ectoderma
Blastocele Cordomesoblasto
Arquêntero
PV
Endoderma Blastóporo

PA
1 2 3
BLÁSTULA GÁSTRULA
(corte longitudinal)

Cordomesoblasto Placa neural


Placa neural
Cordomesoblasto
Arquêntero Ectoderma (mesoderma)

Endoderma
Biologia
4 Ectoderma 5
GÁSTRULA Arquêntero
(corte transversal) Endoderma

Tubo neural Mesoderma Celoma Tubo neural


Cordomesoblasto
Tubo neural
Celoma

Ectoderma Notocorda
Arquêntero

Mesoderma

7 8 Ectoderma
6 Notocorda
em formação Endoderma
Endoderma Endoderma Arquêntero NÊURULA
Ectoderma
Ectoderma
Esquema que mostra a gastrulação do anfioxo. PV: polo vegetativo; PA: polo animal.
7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 15 Embriologia

Simultaneamente, no ectoderma, que fica sobre a notocorda, ocorre um achata-


mento celular formando a placa neural, que se dobra constituindo o sulco neural, o qual,
posteriormente, se fecha e se desprende do ectoderma, formando o tubo neural. O pro-
cesso de formação do tubo neural é denominado neurulação.
O resultado de todas essas transformações é uma nova figura denominada nêurula.
Nos vertebrados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos), a gastrulação difere bas-
tante em relação à do anfioxo, mas o resultado final também é a nêurula.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
LEITURA

Formação de gêmeos
Distinguem-se dois tipos fundamentais de gêmeos: os univitelinos ou monozigóticos, e os bivitelinos ou dizigóticos. Os primeiros são
habitualmente chamados “gêmeos verdadeiros”, e os últimos, “gêmeos falsos” ou “fraternos”. Observe o esquema:
n n n

2n 2n 2n

2n 2n

A) B)

Em A, os gêmeos univitelinos descendem do mesmo óvulo e espermatozoide e são Dmitriy Shironosov

originados de um único zigoto, possuindo a mesma constituição genética. Logo, são pro-
fundamente semelhantes. Em B, os gêmeos bivitelinos são provenientes de zigotos distintos.
Observam-se na sua formação duas mórulas e, a seguir, dois blastocistos (cada um com
seu trofoblasto), do qual resultarão embriões com placentas próprias. Quanto aos carac-
teres hereditários, esses gêmeos são tão diferentes entre si, como irmãos nascidos em
épocas diferentes, podendo, inclusive, ser de sexos diferentes. Os monozigóticos são sempre
do mesmo sexo, pois resultam de um mesmo zigoto, que pode ser 44A + XX ou 44A +
+ XY. Existem diferentes maneiras de formação de gêmeos monozigóticos.
Carlos Eduardo Lijo/123RF

Divisão da mórula
Logo na primeira segmentação do ovo ou nas etapas iniciais da mórula, os blastômeros
se distinguem em dois ou mais grupos e cada um deles evolui para um blastocisto completo.
Nesse caso, cada blastocisto desenvolverá um embrião e uma placenta. Os gêmeos assim
formados, ainda que sejam monozigóticos, terão placentas individuais.

Blastodiérese
Ocorre quando o blastocisto já está formado. O embrioblasto se organiza de
tal forma que acaba se dividindo em dois ou mais, mas o trofoblasto é único. Assim,
surgirão dois ou mais embriões, mas a placenta será a mesma para todos eles. Em
alguns animais, é constante a formação de vários embriões de cada óvulo fecun-
dado. Nos tatus, para cada zigoto formam-se sempre quatro embriões. Esse
fenômeno é chamado poliembrionia. Pode ocorrer, em uma mesma gestação, a
concomitância dos dois tipos de gemelaridade (univitelina e bivitelina).

Esquema que ilustra mecanismos de produção de


gêmeos idênticos. Em A houve separação precoce
em fase anterior à formação do blastocisto, com
produção de dois fetos com anexos embrionários
separados. Em B ocorreu a separação do
embrioblasto com produção de dois fetos com
placenta única e dois âmnios. Em C houve separação
mais tardia, que levou à formação de gêmeos com
anexos embrionários (placenta e âmnio) comuns.
A B C

8
Embriologia ENSINO MÉDIO UNIDADE 15

ATIVIDADES
01. (UFG – 2014) Analise a figura a seguir que repre- 02. (Udesc – 2014) O desenvolvimento embrionário é
senta a gástrula, uma estrutura embrionária. diversificado entre os diferentes grupos animais,
e ocorre, de maneira geral, em três fases conse-
cutivas. Assinale a alternativa correta quanto ao

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
desenvolvimento embrionário dos anfioxos.
a) A organogênese é a fase em que o arquên-
tero, ou intestino primitivo, é formado a partir
da blastocele.
b) A gastrulação é o processo de formação dos
órgãos, sendo possível visualizar o tubo neu-
ral e o intestino, ao final dessa fase.
c) A organogênese é o processo de transfor-
mação da blástula em gástrula.
Considerando a figura: d) A segmentação é um processo em que o
a) denomine os folhetos embrionários primor- zigoto sofre clivagens (divisões), originando
diais X, Y e Z, respectivamente, e identifique os blastômeros.
o folheto que irá originar a notocorda; e) A neurulação é o início da formação dos
folhetos embrionários denominados ecto-
derme e endoderme, a partir da gástrula.

03. (Uern – 2013) Durante a fase do desenvolvimen-


to embrionário, a célula-ovo passa por várias
divisões mitóticas, originando muitas células,
que permanecem unidas. Nas primeiras divisões
ocorre um aumento significativo do número de
células, porém, o tamanho total da célula-ovo
praticamente não se altera.
Sobre o processo de desenvolvimento embrio-
nário, analise.
I. O processo em que o volume da célula-ovo
não aumenta, caracteriza a segmentação.
b) nomeie a estrutura W. Com base no de- II. A organogênese é a fase seguinte à cliva-

Biologia
senvolvimento embrionário dessa estrutura, gem no desenvolvimento embrionário, onde
explique a classificação dos moluscos e dos ocorre a formação dos folhetos embrioná-
equinodermos. rios que darão origem a diversos tecidos do
organismo.
III. A meroblástica e um tipo de segmentação, e
ocorre em todo o ovo, exceto na região que
possui vitelo, chamada cicatrícula.
IV. Na segmentação discoidal, as divisões ocor-
rem na região da cicatrícula, formando um
disco de células, característica que denomi-
nou esse tipo de segmentação.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 15 Embriologia

04. (UEPB – 2013) O esquema abaixo representa o 06. (UPE – 2012) Com relação ao tipo de óvulo en-
processo de neuruIação em anfioxo. Identifique contrado nos seres humanos, é correto afirmar
as estruturas indicadas por setas e assinale a al- que ele é:
ternativa cujas informações estão corretas. a) telolécito, como o da maioria dos mamíferos.
b) alécito, pois a nutrição do embrião se pro-
cessará via placenta.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
c) alécito, com grande quantidade de vitelo na
região central, o que provoca uma segmen-
tação holoblástica igual.
d) centrolécito, o que se justifica pelo consumo
inicial do vitelo pelo embrião, até que a pla-
centa esteja pronta para a função.
e) isolécito, com segmentação holoblástica de-
sigual antes do processo de nidação.
a) 1 – tubo digestório; 2 – canal neural; 3 – no- 07. (Uespi – 2012) A figura abaixo mostra um dos
tocorda; 4 – somitos; 5 – hipômero. estágios do desenvolvimento embrionário obser-
b) 1 – tubo digestório; 2 – tubo neural; 3 – canal vado em vários grupos animais. Sobre este tema
neural; 4 – notocorda; 5 – celoma. é correto afirmar que:
c) 1 – celoma; 2 – notocorda; 3 – tubo neural;
4 – hipômero; 5 – somito.
d) 1 – tubo digestório; 2 – notocorda; 3 – canal
neural; 4 – somitos; 5 – celoma.
e) 1 – endoderma; 2 – tubo neural; 3 – notocor-
da; 4 – celoma; 5 – somito.

05. (Uerj – 2012) As células-tronco se caracterizam


por sua capacidade de autorrenovação e di-
ferenciação em múltiplas linhagens celulares.
Podem ser classificadas, quanto à origem, em
células-tronco embrionárias e células-tronco a) nesse estágio, é definido o plano corporal do
adultas. As adultas são encontradas nos teci- organismo.
dos dos organismos após o nascimento, sendo
b) o blastóporo (1) dará origem ao ânus nos
capazes de promover a diferenciação celular es-
vertebrados.
pecífica apenas do tecido de que fazem parte.
c) a figura mostra a blástula, estágio em que a
Nomeie a estrutura do blastocisto na qual se
blastocela (2) está repleta de líquido.
encontram as células-tronco embrionárias.
Identifique, também, no caso de uma lesão teci- d) o arquêntero (2) originará a boca nos molus-
dual, a vantagem da existência de células-tronco cos e artrópodes.
adultas nos tecidos. e) as células que originarão o sistema nervo-
so migram da periferia (3) para o interior do
embrião.

08. (UFTM – 2012) Um casal decidiu gerar um filho


submetendo-se à fertilização in vitro. A mulher,
após tratamento hormonal, conseguiu engravi-
dar e teve uma criança saudável. Após o parto,
ela desejou montar um álbum com todas as
fases de vida de seu filho e quis iniciá-lo com
algumas fases embrionárias pelas quais ele teria
passado. Como não tinha essas imagens, reuniu
algumas que fazem parte do desenvolvimento
embrionário de um animal, que é considerado
evolutivamente próximo dos seres humanos, e
formou uma sequência, porém incorreta.
10
Embriologia ENSINO MÉDIO UNIDADE 15

b) Que partes dos embriões humanos estão


formadas ao final da gastrulação?

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) Sabendo que a estrutura I representa um
maciço celular e a estrutura IV possui uma
cavidade interna, indique, baseando-se nos
quatro desenhos, a sequência correta do de-
senvolvimento embrionário. Em qual órgão c) Se a duração do desenvolvimento humano é
de 38 semanas em média, por que, clinica-
da mulher um embrião normalmente deve se
mente, são consideradas 40 semanas?
implantar?

b) Explique o que se entende por fertilização in 10. (UFRGS – 2011) Assinale a alternativa que pre-
vitro. Que hormônio essa mulher teve que re- enche corretamente as lacunas do enunciado
ceber para estimular a liberação do gameta abaixo, na ordem em que aparecem.
para que a fertilização fosse bem-sucedida? A _______ é o processo no qual os folhe-
tos germinativos embrionários são formados.
Nos vertebrados, o folheto denominado
_____________ originará o coração, os vasos e
as células sanguíneas.
a) clivagem – ectoderma
b) gastrulação – mesoderma
c) neurulação – endoderma
d) clivagem – endoderma
e) gastrulação – ectoderma
09. (UFPR – 2011) Após a fecundação, o zigo-
to humano passa por um período de intensa 11. (UFF – 2010)

Biologia
proliferação celular, denominado clivagem, ori- a) Os seres vivos apresentam diferenças im-
ginando um concepto multicelular conhecido portantes no desenvolvimento embrionário.
como blastocisto. Mais tarde, esse concepto Quanto à distribuição do vitelo, os ovos são
sofrerá o processo de gastrulação e prossegui- classificados em oligolécitos, heterolécitos,
rá em diversas etapas de desenvolvimento, com telolécitos e centrolécitos.
uma duração média total de 38 semanas conta- Complete a figura abaixo, identificando sua
das a partir da fecundação. origem (humano, anfíbio, ave e artrópode) na
a) Em que locais do aparelho reprodutor fe- caixa 1 e sua classificação na caixa 2 (oligo-
minino humano normalmente ocorrem a lécito, heterolécito, telolécito, centrolécito).
fecundação, a clivagem e a gastrulação?

11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 15 Embriologia

12. (UEPG – 2010) Após a fecundação, ou seja, a


fusão entre os gametas masculino e feminino,
ocorre o início de uma nova vida. Esse novo ser
vivo passará por uma série de etapas até que
possa ser considerado um feto. Essas etapas
são conhecidas como etapas embrionárias.
Sobre elas, assinale o que for correto.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
01) Em geral, um único espermatozoide penetra
no óvulo, ficando fora o flagelo. Logo após
b) Classifique os ovos dos seres humanos, sua entrada, a membrana do óvulo sofre uma
anfíbios e aves, respectivamente, quanto à grande modificação físico-química tornando-
segmentação. -se espessa e impedindo a penetração de
outros espermatozoides. Essa condição é
conhecida como monospermia.
02) A segmentação é uma série de divisões mei-
óticas do zigoto, que leva à formação de um
grupo maciço de células, a mórula. A mórula
cresce bastante, originando a blástula, com
uma cavidade interna, o blastômero. É a par-
tir da blástula que se diferenciam os folhetos
embrionários que se diferenciarão nos teci-
dos e órgãos do novo ser.
c) O aparelho reprodutor humano apresenta 04) A cabeça do espermatozoide, que contém
uma grande complexidade, sendo sua fun- o núcleo, é arrastada pelo citoplasma em
ção modulada por diversos hormônios que direção ao núcleo do óvulo, com o qual se
diferenciam o indivíduo do sexo masculino une, constituindo então o núcleo haploide do
do indivíduo do sexo feminino. zigoto.
Analise os gráficos que representam os ní- 08) Na primeira divisão mitótica resultarão as
veis hormonais de uma mulher saudável de duas primeiras células, os blastômeros, mar-
30 anos, determinados em 3 dias diferentes cando a segmentação, que é o começo do
(X, Y, Z) do ciclo menstrual de 28 dias.
desenvolvimento embrionário.
Soma ( )

13. (UFRGS – 2010) Assinale a alternativa corre-


ta a respeito dos ovos de diferentes espécies
animais.
a) Ovos de aves apresentam segmentação
total, originando blastômeros de tamanhos
iguais.
b) Ovos de insetos têm vitelo distribuído de for-
ma homogênea.
c) Ovos de moluscos apresentam vitelo abun-
dante distribuído de forma heterogênea.
Indique o(s) gráfico(s) que se refere(m) ao d) Ovos de anfíbios apresentam segmentação
1.º, 14.º, 21.º dias do ciclo, respectivamente, total, originando blastômeros de tamanhos
e justifique. diferentes.
e) Ovos de mamíferos realizam mitoses na re-
gião do disco germinativo.

14. (Ufal – 2010) Ao longo do desenvolvimento em-


brionário de organismos multicelulares, ocorrem
sucessivas divisões mitóticas, e grupos de cé-
lulas se especializam para o desempenho das
diferentes funções que o corpo deverá realizar.
Sobre esse assunto, analise as proposições
abaixo.
12
Embriologia ENSINO MÉDIO UNIDADE 15

I. As mitoses nos blastômeros se sucedem centrolécitos e segmentação do tipo


com rapidez até que o embrião assuma a superficial.
aparência de uma bola de células, a mórula. ( ) Os anfíbios possuem ovos do tipo hete-
II. Quando o embrião já se constitui de algumas rolécitos e segmentação holoblástica e
centenas de células, começa a surgir em seu desigual.
interior uma cavidade cheia de líquido; o em- ( ) Os peixes apresentam ovos do tipo
brião é, então, chamado de blástula. centrolécitos e segmentação do tipo mero-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
III. No estágio de gástrula o embrião já apresen- blástica.
ta um “esboço” de seu futuro tubo digestivo, ( ) Os répteis possuem ovos do tipo teloléci-
o arquêntero. tos e segmentação meroblástica discoidal.
IV. No estágio de gástrula, as células embrioná-
rias começam a se diferenciar, formando os 16. (UEG – 2010) O estudo da embriologia fornece
primeiros tecidos, conhecidos por folhetos subsídios para a compreensão dos processos
germinativos ou embrionários. biológicos envolvidos na formação e no desen-
volvimento embrionário e fetal humano. Sobre
Está(ão) correta(s):
esse assunto, é correto afirmar:
a I, II, III e IV.
a) a fase de segmentação acontece a partir da
b) II e IV apenas. terceira semana de gestação na qual ocor-
c) II e III apenas. rem as clivagens e a formação gastrular do
d) I, II e IV apenas. embrião.
e) I apenas. b) na formação do feto, a endoderma origina
os revestimentos do tubo neural assim como os
15. (UFPB – 2010) Em uma aula sobre embriologia somitos, células pertencentes à notocorda.
animal, a professora falou sobre os diversos ti- c) a fase de blastulação refere-se aos eventos
pos de ovos e suas segmentações. de formação do arquêntero e da blasto-
Sabendo-se que, nos diferentes grupos animais, cele, ambos responsáveis pela proteção
os tipos de ovos e suas segmentações são dis- embrionária.
tintos, identifique as afirmativas corretas: d) na fase de organogênese, ocorre a formação
( ) Os mamíferos apresentam ovos do tipo oli- dos tecidos especializados e dos órgãos
golécitos e segmentação meroblástica. através da diferenciação da ectoderma, me-
( ) Os insetos possuem ovos do tipo soderma e endoderma.

ANOTAÇÕES

Biologia

13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 15 Embriologia

Histogênese e organogênese
D urante a embriogênese, a partir da nêurula, tem início a histogênese, isto é, a
diferenciação celular que possibilitará a formação dos diferentes tipos de te-
cidos e órgãos, que se originam de três folhetos embrionários: ectoderma, endoderma

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
e mesoderma.

A formação de camadas germinativas de uma blástula (1), a gástrula (2). Algumas das
células do ectoderme (laranja) movem-se para dentro e formam a endoderme (vermelho).

O mesoderma diferencia-se em três regiões: paraxial, intermediária e lateral. A pa-


raxial, por sua vez, sofre segmentação, formando em cada lado da notocorda 42 a 44
pares de blocos denominados somitos. Os somitos diferenciam-se em três partes: escle-
rótomo, miótomo e dermátomo. Do mesoderma resultam células migratórias com grande
potencialidade, denominadas mesenquimais, que formam o mesênquima, considerado
como quarto folheto embrionário.
Vejamos, em seguida, quais tecidos e órgãos derivam dos três folhetos embrionários.

Do ectoderma
• Epiderme com seus anexos: pelos, unhas e glândulas sudoríparas, sebáceas e
mamárias.
• Epitélio da boca, do nariz e do ânus.
• Esmalte dos dentes.
• Orelha interna.
• Cristalino e retina.
• Hipófise.
• Medula suprarrenal.
• Sistema nervoso central e nervos.

Do endoderma
• Epitélio do aparelho digestório: esôfago, estômago e intestino.
• Pâncreas, fígado e vesícula biliar.
• Epitélio do aparelho respiratório: faringe, traqueia, brônquios e pulmões.
• Bexiga urinária.
• Amígdalas, tireoide e paratireoides.

Do mesoderma
• Do esclerótomo origina-se o esqueleto axial (crânio e coluna vertebral).
• Do dermátomo origina-se a derme.
• Do miótomo originam-se os músculos estriados.
• Do mesoderma intermediário origina-se o aparelho urogenital e o córtex da suprarrenal.
14
Embriologia ENSINO MÉDIO UNIDADE 15

• Do mesoderma lateral, a partir de células mesenquimais, Tubo Ectoderma


originam-se esqueleto apendicular, tecidos conjuntivos, car- neural

tilagens, sistema circulatório (coração, vasos sanguíneos e Notocorda


linfáticos), sangue e linfa, musculatura lisa, baço e serosas
(pleura, peritônio e pericárdio). Endoderma

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Mesoderma
Anexos embrionários Tubo
digestório Celoma
Durante o desenvolvimento embrionário dos vertebrados
formam-se certas estruturas derivadas do embrião, denomina-
das anexos embrionários: o saco vitelino, o âmnio, o córion e o alantoide.
São órgãos transitórios descartados no nascimento. Todavia, são indispensáveis
durante a vida embrionária, pois exercem funções de vital importância, tais como prote-
ção, nutrição, respiração e excreção.
Embrião Tubo neural

Ânus
Mesoderma
Saco
Boca vitelino Celoma

Ectoderma Ectoderma Células


Endoderma com vitelo
Mesoderma Endoderma
Vitelo

Peixes Anfíbios

Anexo Ocorrência
Peixes
Répteis
Saco vitelino
Aves
Mamíferos
Répteis
Âmnio Aves
Mamíferos
Répteis
Córion Aves
Mamíferos
Répteis
Alantoide Aves

Biologia
Mamíferos
Cordão umbilical Derivado do alantoide Mamíferos placentários
Placenta Derivado do córion e do endométrio uterino Mamíferos placentários

Saco vitelino
Presente em peixes, répteis, aves e mamíferos.
Nos peixes que possuem ovos telolécitos completos, o vitelo é gradualmente reco-
berto por ectoderma, mesoderma e endoderma, formando-se um saco vitelino trilaminar.
No mesoderma formam-se vasos que transportam substâncias nutritivas provenientes do
vitelo para o corpo do embrião, de maneira que ocorre uma diminuição progressiva do
saco vitelino, único anexo embrionário presente nos peixes.
Nos anfíbios e também nos ciclóstomos (lampreias), o vitelo situa-se no interior
dos macrômeros, de modo que, devido à localização intracelular do vitelo, os anfíbios
e ciclóstomos não possuem saco vitelino verdadeiro, bem como nenhum outro tipo de
anexo embrionário.
15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 15 Embriologia

Âmnio CO2 O2 Em répteis, aves e mamíferos, o saco vitelino forma-se a partir


do endoderma e do mesoderma visceral (esplancnopleura) sendo,
Córion Casca do ovo
portanto, bilaminar. O mesoderma também torna-se vascularizado,
Alantoide
como nos peixes, e absorve os nutrientes armazenados no saco
Câmara vitelino. Nos répteis e nas aves, o saco vitelino é bem desenvolvido
Embrião aérea
devido ao acúmulo de grande quantidade de vitelo.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Clara
Nos mamíferos eutérios, o saco vitelino apresenta-se pouco
Saco vitelino
desenvolvido, não exercendo função nutritiva, pois não contém
Anexos embrionários de répteis e aves.
vitelo, e regride precocemente. Todavia, no início da embriogê-
nese, ele exerce função hematopoiética, que consiste na produção
das primeiras hemácias do embrião.

Âmnio e córion
O âmnio e o córion aparecem nos répteis, nas aves e nos mamíferos que, por isso,
são denominados amniotas.
Nos répteis e nas aves, eles se formam simultaneamente, crescem ao redor do
corpo do embrião e acabam se fundindo. Formam-se, assim, duas membranas bila-
minares: o âmnio, voltado para o embrião, e o córion, mais afastado dele.
O âmnio delimita uma cavidade denominada amniótica, na qual fica o embrião. Essa
cavidade acumula um líquido produzido pelo âmnio, o líquido amniótico. Dessa forma,
embora os ovos de répteis e aves se encontrem em um meio terrestre, graças ao âmnio
o embrião desenvolve-se em meio líquido. Assim, o âmnio tem como principal função
proteger o embrião contra o ressecamento. Secundariamente, nos mamíferos, o âmnio
desempenha funções mecânicas de proteção, amortecendo impactos e impedindo a
aderência do embrião ao útero, possibilitando movimentos livres dele no interior da cavi-
dade amniótica.
O córion, nos répteis e nas aves, está em contato direto com a casca do ovo, auxi-
liando nas funções de proteção, absorção e respiração. Nos mamíferos, como veremos
mais adiante, está ligado à formação da parte fetal da placenta.

Alantoide
É encontrado em répteis, aves e mamíferos que, por isso, são chamados alantoidianos.
O alantoide origina-se de uma invaginação da parte posterior do intestino.
Nos répteis e nas aves, o alantoide cresce para o interior do celoma extraembrioná-
rio e acaba por colar-se ao córion, formando o alantocório. Nesses animais, o alantoide
está relacionado ao armazenamento de produtos de excreção e possui uma extensa
rede de capilares que se comunicam por meio de vasos sanguíneos com a circulação
intraembrionária. Por isso, ele pode desempenhar duas outras funções: trocas gasosas
com o meio externo através da casca porosa (respiração) e absorção de sais minerais da
casca, utilizados na formação do esqueleto do embrião.
Nos mamíferos, devido à viviparidade, o alantoide deixa de ter a função de excreção,
a qual passa a ser exercida pela placenta. Entretanto, a função de respiração persiste,
uma vez que é no mesoderma do alantoide que se formam os vasos, denominados
umbilicais, que ligam a placenta ao embrião.

Placenta e cordão umbilical


Nos mamíferos eutérios (placentários), durante a formação do embrião, surgem duas
outras estruturas: a placenta e o cordão umbilical, que não devem ser considerados ver-
dadeiros anexos embrionários, uma vez que resultam de transformações destes.
16
Embriologia ENSINO MÉDIO UNIDADE 15

Placenta
Alila/123RF
O trofoblasto, membrana celular externa do blastocisto, diferen-
cia-se em duas camadas: a externa, sem limites celulares e que está
em contato direto com a mucosa uterina (endométrio), forma o sin-
ciciotrofoblasto; a interna, formada por células individualizadas e

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
que está em contato com o embrioblasto, é denominada citotro-
foblasto. Essas duas membranas, depois de sofrerem várias
modificações, constituem o córion, que forma a parte fetal da
placenta.
O córion apresenta numerosas dobras digitiformes,
as vilosidades coriônicas, que aumentam a superfície da
placenta. As vilosidades coriônicas são irrigadas pelos vasos
sanguíneos, que chegam até elas pelo cordão umbilical.
É através da placenta que ocorre a troca de várias substân-
cias entre a mãe e o feto; não há mistura entre o sangue de ambos.
A passagem das substâncias é feita principalmente por difusão
e osmose. A placenta exerce as funções de nutrição, respiração (trocas de CO2 e O2),
excreção, defesa imunitária (deixa passar anticorpos da mãe para o feto) e hormonal. Ela
produz, logo no início da gravidez, o hormônio gonadotrofina coriônica, que nutre o corpo
lúteo ovariano, e continua assim produzindo o estrógeno e a proges­terona, dois hormônios
importantes para a manutenção do feto no interior do útero.
O embrião não se desenvolve dentro da cavidade normal do útero, mas no interior do
endométrio, que forma uma cápsula ao seu redor. A cápsula vai crescendo e acaba por
ocupar toda a cavidade uterina e dilatá-la. A camada do endométrio em que se aloja o
embrião é denominada decídua (que desce), isso porque ela é eliminada com os anexos
embrionários na hora do parto.

Cavidade
amniótica

Cordão Córion
umbilical

Vasos umbilicais
(do alantoide)

Biologia
Saco vitelino
Celoma
extra embrionário
Âmnio

Embrião humano mostrando os anexos embrionários dos mamíferos placentários (Segundo Patten).

Cordão umbilical
O cordão umbilical é considerado uma especialização do alantoide dos mamí­feros.
Admite-se que o alantoide orienta a formação dos vasos que percorrem o cordão umbili-
cal (vasos umbilicais ou alan­toidianos).
Durante o processo de formação do embrião, o pedúnculo do embrião, onde se
encontra o alantoide, desloca-se em direção ao pedúnculo do saco vitelino e ambos
acabam se fundindo. Forma-se, assim, o cordão umbilical, que une o feto à placenta. No
interior dele, existem duas artérias e uma veia, que possibilitam a circulação do sangue
do feto até a placenta.

17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 15 Embriologia

No fim da gravidez, o cordão umbilical tem um diâmetro médio de 2 (cm) e cerca


de 55 cm de comprimento. Isso permite que o feto se desloque livremente no interior da
cavidade amniótica.

Quadro resumo sobre as funções dos anexos embrionários


Anexo Origem Ocorrência Funções

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Ecto, endo e mesoderma Peixes
nos peixes; endoderma e Répteis Reserva nutritiva em peixes, répteis e aves.
Saco vitelino
mesoderma em répteis, aves Aves Produz as primeiras células do sangue nos mamíferos.
e mamíferos Mamíferos
Répteis
Vesícula protetora cheia de líquido que protege o embrião contra
Âmnio Ectoderma e mesoderma Aves
choque e contra ressecamento.
Mamíferos
Répteis
Proteção, respiração e absorção nos répteis e nas aves.
Córion Ectoderma e mesoderma Aves
Formação de placenta nos mamíferos.
Mamíferos
Répteis Excreção, respiração e absorção nos répteis e nas aves.
Alantoide Endoderma e mesoderma Mamíferos Incorpora-se ao cordão umbilical e forma os vasos sanguíneos que
Aves ligam o feto à placenta.
Cordão Une o feto à placenta. Contém os vasos sanguíneos que ligam o feto
Derivado do alantoide Mamíferos
umbilical à placenta.
Derivado do córion e do
Placenta Mamíferos Nutrição, respiração, excreção hormonal e defesa imunológica.
endométrio uterino

ATIVIDADES
01. (Fuvest – 2013) Piaimã virou o herói de cabeça para b) Considere que a gaiola esteja embaixo da
baixo. Então Macunaíma fez cócegas com os ramos escada em local frio e úmido, e com alimen-
nas orelhas do gigante (...). Chegaram no hol. Por to disponível. Que animais – cobras, lagartos
debaixo da escada tinha uma gaiola de ouro com ou passarinhos – teriam maior dificuldade
passarinhos cantadores. E os passarinhos do gigante para sobreviver por período muito longo nes-
eram cobras e lagartos. sas condições? Justifique.
Mário de Andrade, Macunaíma.

a) Suponha que o gigante Piaimã tenha encon-


trado os ovos de lagarto e os tenha posto
para chocar, pensando que fossem de aves.
O exame dos anexos embrionários dos
ovos desses dois grupos de animais permi-
te diferenciar se eles são de lagartos ou de
passarinhos? Justifique.
02. (Uern – 2013) A figura a seguir mostra o desen-
volvimento embrionário de um ser humano e
apresenta, numerados, os anexos embrionários
que o feto necessita para o seu desenvolvimento.

18
Embriologia ENSINO MÉDIO UNIDADE 15

Analise as afirmativas. 04. (UFU – 2012) No estágio de gástrula da maioria


I. A vesícula vitelina, representada pelo núme- das espécies animais, os blastômeros diferen-
ro 1, não é necessária nos mamíferos, ela ciam-se em três conjuntos de células conhecidos
se atrofia gradativamente e desaparece. No por folhetos germinativos.
parto, aparece junto com alantoide reduzida Esses folhetos germinativos formam todos os te-
a vestígios no cordão umbilical. cidos corporais, sendo que:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
II. Os números 5 e 6 representam a cavidade a) o folheto mais externo (ecdoderma) origina
amniótica e o córion. A cavidade amniótica os músculos, ossos, sistema cardiovascular
protege o feto contra choques mecânicos e e sistema urogenital.
o córion envolve a cavidade amniótica. b) o folheto mais interno (endoderma) origina
III. O número 3 indica a placenta, que é o princi- o revestimento interno do tubo digestivo, as
pal contato do feto com a mãe, facilitando a glândulas associadas à digestão e o sistema
entrada do oxigênio e dos nutrientes e elimi- respiratório (brânquias ou pulmões).
nando as excretas do embrião na circulação c) o folheto que se localiza entre o ectoderma e
materna. o endoderma é chamado de mesoderma, e
origina a epiderme e o sistema nervoso.
IV. O alantoide, representado pelo número 2, é
d) os cnidários, os poríferos e todos os ma-
bem reduzido, se une ao córion e à mucosa
míferos possuem somente dois folhetos
uterina para formar a placenta.
germinativos e são nomeados de diblásticos.
V. O âmnio, representado pelo número 4, pro-
tege todo o feto e os anexos embrionários. 05. (UEPG – 2012) Sobre embriologia animal, assi-
Estão corretas apenas as afirmativas: nale o que for correto.
a) I, II e V. 01) A ectoderme dará origem à epiderme e seus
anexos (pelos, glândulas etc.), à derme e
b) III e IV.
aos sistemas nervoso e muscular.
c) II e V.
02) Durante o estágio de nêurula, no dorso do
d) I, III e IV. embrião dos cordados, a ectoderme forma
um sulco que se aprofunda, originando a no-
03. (Uern – 2012) Durante a vida de um animal, as tocorda que persiste até a vida adulta dando
divisões celulares são rigorosamente controla- suporte ao tubo nervoso.
das, de modo a garantir o bom funcionamento 04) Durante a gastrulação são observados os
do organismo. Entretanto, certas alterações ge- primeiros tecidos embrionários: a ectoder-
néticas podem danificar o sistema de controle me, a endoderme e a mesoderme.
da divisão celular, levando à multiplicação des- 08) As células iniciais do embrião são denomina-
controlada da célula, com potencialidade para das blastômeros. Após sucessivas clivagens
formar um tumor. Os tumores malignos são clas- dessas células, o embrião adquire a for-
sificados em dois grupos: sarcomas, que são ma de uma estrutura maciça de células, a
originados de células do mesoderma, e carci- mórula.

Biologia
nomas, provenientes de células originadas do 16) Na fase de blástula, ocorre o aparecimento
ectoderma ou endoderma. Leucemia é carac- de uma cavidade cheia de líquido no interior
da estrutura, a blastocela, e a camada de cé-
terizada pela produção excessiva de células
lulas que a delimita é a blastoderme.
brancas anormais, superpovoando a medula
Soma ( )
óssea. A infiltração da medula óssea resulta na
diminuição da produção e funcionamento de 06. (UFPR – 2012) Durante o desenvolvimento em-
células sanguíneas normais. Dependendo do brionário, fontes constantes de oxigênio, energia
tipo, a doença pode se espalhar para os nódulos e nutrientes são imprescindíveis para manter as
linfáticos, baço, fígado, sistema nervoso central altas taxas de proliferação e migração celular. O
e outros órgãos e tecidos, causando inchaço embrião necessita também de água, tanto para
na área afetada. Esse tipo de câncer é prove- hidratação das células quanto para evitar a ade-
niente de células originadas no seguinte folheto rência inapropriada das estruturas em formação.
embrionário: Precisa, ainda, eliminar resíduos metabólicos tó-
xicos, que se formam ao longo dos processos de
a) mesoderme.
desenvolvimento, e se proteger de substâncias
b) ectoderme. tóxicas, variação térmica e outras adversidades
c) endoderme. do ambiente. Os embriões dos vertebrados mais
d) notocorde. primitivos, como os peixes (Anamniotas), se
19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 15 Embriologia

desenvolvem em íntimo contato com o ambiente 02) Ovos telolécitos apresentam grande quanti-
aquático, onde a maior parte dessas necessidades dade de vitelo, distribuída de forma hetero-
pode ser facilmente suprida. O aparecimento gênea no citoplasma. Esses ovos possuem
de ovos amnióticos permitiu que o desenvolvi- um polo vegetativo com maior concentração
mento embrionário de certos vertebrados, como de vitelo e um polo animal que apresenta
as aves (Amniotas), ocorresse em ambiente menos vitelo, e estão presentes em aves,
terrestre. Para isso, desenvolveram-se os ane- répteis, peixes e moluscos.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
xos embrionários âmnio (ou âmnion), córion (ou 04) O alantoide é uma membrana formada pelo
cório), saco vitelino e alantoide. Explique a im- crescimento conjunto do ectoderma e do
portância de cada um dos anexos no processo mesoderma ao redor do embrião e tem por
de desenvolvimento até a eclosão do indivíduo, função prevenir a dessecação e amortecer
considerando as necessidades expostas acima. choques mecânicos.
08) Para que a fecundação se concretize, é ne-
cessário que ocorra o fenômeno da anfimixia.
16) Os folhetos germinativos são diferenciados
no estágio de gástrula, sendo o ectoderma
responsável por originar o sistema nervoso,
a epiderme e as estruturas associadas a ela.
Soma ( )

09. (IFSul – 2011) Durante o desenvolvimento em-


brionário de répteis, aves e anfíbios, formam-se
estruturas associadas ao corpo do embrião
07. (UFRGS – 2012) Assinale a alternativa que pre- denominadas anexos embrionários. Desses ane-
enche corretamente as lacunas do enunciado xos, o âmnio é a estrutura que desempenha a
abaixo, na ordem em que aparecem. função de:
a) nutrição do embrião.
Em mamíferos, o _________ e as células trofo-
b) armazenamento de excretas pelo embrião
blásticas interagem com o útero materno para
durante o seu desenvolvimento.
formar a _________, a qual fornece nutrientes e
atua nas trocas gasosas do embrião. c) promoção de trocas gasosas entre o sangue
embrionário e o ar atmosférico.
a) saco vitelino – cavidade amniótica
d) proteção do embrião contra dessecação e
b) alantoide – vilosidade coriônica
eventuais choques mecânicos.
c) alantoide – placenta
d) córion – placenta 10. (Udesc – 2010) Assinale a alternativa incorreta
e) âmnio – vilosidade coriônica quanto aos tecidos e aos órgãos derivados dos
folhetos embrionários.
08. (UEM – 2012) Reunidos, os cromossomos do es- a) A epiderme e seus anexos se originam no
permatozoide e do óvulo representam o material ectoderma.
genético do novo indivíduo, com informações ne- b) Os órgãos dos sistemas genital e urinário se
cessárias e suficientes para o seu desenvolvimen- originam do mesoderma.
to. A respeito do desenvolvimento embrionário c) Fígado e pâncreas se originam do endo-
dos animais, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). derma.
01) O zigoto que se forma após a fecundação d) Todas as estruturas do sistema nervoso se
normal inicia um processo de divisão celular originam do ectoderma.
conhecido como gastrulação. e) O sistema respiratório (exceto as cavidades
nasais) se origina do mesoderma.

20
UNIDADE 16
HISTOLOGIA HUMANA
o g ia
l
Introdução ...............................................................2

Bio

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Tecido epitelial ........................................................6
Tecido conjuntivo ................................................ 20
Tecido muscular ................................................... 37
Tecido nervoso ..................................................... 48

A histologia é a área da biologia responsável


pelo estudo dos tecidos: conjuntos de células
que apresentam interdependência estrutural e
funcional, desempenhando funções específicas
no organismo. Os órgãos são formados pelo
agrupamento de tecidos, e o conjunto destes
formam sistemas.
Todos os indivíduos que possuem tecidos são
multicelulares, mas não o contrário. Assim, de
todos os seres vivos, somente alguns animais e
plantas possuem essas estruturas.
Cada um dos tecidos animais varia quanto à
disposição e morfologia de suas células, origem
embrionária, presença de vasos e função.
ARAGUAIA, Mariana. Histologia animal. Brasil Escola. Disponível
em: <http://www.brasilescola.com/biologia/histologia-animal.htm>.
Acesso em: 30 out. 2017. (Adaptado).
PAN XUNBIN/123RF
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

Introdução
COMPETÊNCIA HABILIDADE
H istologia (do grego histos = tecido; logos = estudo) é a parte da biologia que
se dedica ao estudo dos tecidos biológicos. Tecidos são conjuntos de células

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
4 15 diferenciadas morfologicamente, sustentadas por substância intercelular, adaptadas para
a realização de funções específicas.
Em uma rápida incursão com um microscópio de lentes poderosas de aumento, é
possível observar que a maioria dos tecidos, macroscopicamente, parece uma estrutura
íntegra sólida. São, na verdade, formados por inúmeras estruturas microscópicas deno-
minadas células. Os tecidos são compostos por células e por uma matriz extracelular
(MEC). Essa matriz pode dar ao tecido resistência às estruturas, como colágenos, e
dureza, como a parte mineral dos ossos. Há uma intensa interação entre as células e a
matriz extracelular.
O corpo humano, como o de todos os animais complexos, é constituído por grande
variedade de tipos celulares. Cada uma dessas células é, até certo ponto, uma entidade
independente. Todas precisam de oxigênio, glicose, aminoácidos e outras substâncias
essenciais à sua sobrevivência. Precisam também eliminar substâncias tóxicas, fruto do
seu metabolismo.
Embora apresentem características semelhantes às dos organismos unicelulares, as
células do corpo humano diferem deles porque atuam em conjunto, fazendo parte de um
todo, agrupando-se em estruturas mais bem organizadas e estáveis, especializadas em
funções específicas, que são os tecidos.
Todas as células e, consequentemente, todos os tecidos humanos se originam por
meio do zigoto, no decorrer do desenvolvimento embrionário, contendo, portanto, os
mesmos genes. No início, o nível de diferenciação é muito baixo e as células formadas
não apresentam todas as adaptações encontradas naquelas com níveis de especiali-
zação mais elevados. As células ainda não totalmente diferenciadas são chamadas de
células-tronco e as indiferenciadas, estaminais ou totipotentes.
Dessa forma, como surge a imensa variedade de células que existe em um mesmo
indivíduo?

Origem comum de todos os tecidos de células do corpo humano


2
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

O que promove o surgimento de células diferentes durante o desenvolvimento


embrionário é o processo de diferenciação celular, no qual alguns genes tornam-se ativos
em certas células e inativos em outras. Essa atividade gênica diferenciada é responsável
pela formação de todos os tipos de tecidos encontrados no organismo humano.
Os primeiros tecidos que surgem por diferenciação no embrião são a ectoderme, a

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
endoderme e a mesoderme. A partir deles se diferenciam todos os tipos de tecidos do
corpo.
Embora observem-se mais de cem tipos de células diferentes no corpo humano, as
células são agrupadas em apenas quatro tipos de tecidos, a saber, com suas respectivas
funções:

1. Tecido epitelial – Revestimento, proteção, absorção e secreção.


2. Tecido conjuntivo – Preenchimento, sustentação, transporte e defesa.
3. Tecido muscular – Sustentação, movimentação e locomoção.
4. Tecido nervoso – Recepção, condução e resposta aos estímulos.

Biologia

Alguns exemplos de tecidos humanos

3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

Células-tronco
A utilização das chamadas células-tronco tem gerado muitas discussões não somente de ordem técnica,
mas também de ordem ética e religiosa.
Até que ponto o homem pode interferir no fenômeno denominado vida? O que é vida? Quando ela inicia?
Existe diferença em permitir o aborto e permitir que se desligue os aparelhos de alguém que se encontra

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
em uma unidade de terapia intensiva, em coma por muitos meses? Você pode observar, com base nesses ques-
tionamentos, que esses tópicos discutidos dentro da área biológica fogem de uma análise puramente técnica. É
preciso avaliar a questão ética, moral e religiosa.
Um exemplo que podemos citar é a questão do início da vida; existem muitas teorias, mas vamos apresentar
quatro delas.
1. Teoria genética – A vida inicia a partir da fecundação, ou seja, com a anfimixia, que é a junção entre os
núcleos dos gametas masculino (espermatozoide) e feminino (óvulo).
2. Teoria embriológica – A vida surge com a nidação, ou seja, em média uma semana após a fecundação;
o embrião, na forma de blastocisto, se adere (nida) no endométrio do útero.
3. Teoria neurológica – A vida inicia entre a oitava e a nona semana de vida do embrião, quando concretiza-se a
formação do sistema nervoso, ou seja, entre a fase embrionária e a fetal.
4. Teoria ecológica – A vida surge por volta da 24.a semana de vida, quando o feto tem, teoricamente, con-
dições de sobreviver fora do corpo materno sem o auxílio de equipamentos, já apresentando maior
maturidade dos pulmões.
Essas são algumas das teorias que existem. Em qual você acredita? Já pensou nisso? Para exemplificar
a problemática associada a esse tema, vamos complicar um pouco mais. Você concorda que a pílula do dia
seguinte e o DIU sejam abortivos? O DIU, o dispositivo intrauterino, pode evitar a fecundação e a nidação, a pílula
do dia seguinte, da mesma forma, pode evitar a fecundação, mas sua ação principal é evitar a nidação. E aí?
Percebeu? Depende da teoria em que você acredita. Se tiver como base a teoria genética, a probabilidade de
ser considerado abortivo é enorme, mas qualquer outra teoria não consideraria aborto. E a ciência, o que pensa?
Como comentamos, a ciência não pode se isolar, desconsiderando o aspecto ético, moral. Os próprios cientistas
da área não concordam, têm dúvidas.
Nesse momento, os fatores religiosos, éticos e morais são evidenciados em qualquer decisão a ser tomada.
E as células-tronco? São células que possuem a capacidade de se dividir e originar outros tipos de células de
um indivíduo adulto. As células-tronco embrionárias têm a capacidade de se diferenciar nos 200 tipos de células
de um humano adulto. Devido a essa característica, as células-tronco são importantes, principalmente na aplica-
ção terapêutica, potencialmente úteis em terapias de combate a doenças cardiovasculares, neurodegenerativas,
diabetes tipo1, acidentes vasculares cerebrais, doenças hematológicas, traumas na medula espinhal e nefropatias
etc. Há duas possibilidades de extração das células estaminais:
• Embrionárias – São encontradas no embrião humano e classificadas como totipotentes ou pluripotentes por
seu poder de diferenciação celular de outros tecidos;
• Adultas – São encontradas em diversos tecidos, como medula óssea, sangue, fígado, cordão umbilical,
placenta e outros.

Definições de potência
As células-tronco podem ser classificadas de acordo com o tipo de células que podem gerar.
• Totipotentes: podem produzir todas as células embrionárias e extraembrionárias.
• Pluripotentes: podem produzir todos os tipos celulares do embrião, menos placenta e anexos.
• Multipotentes: podem produzir células de várias linhagens.
• Oligopotentes: podem produzir células dentro de uma única linhagem.
• Unipotentes: produzem somente um único tipo celular maduro.

4
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

Clonagem reprodutiva e
terapêutica
Clonagem reprodutiva – Tem por objetivo
produzir um novo organismo. O grande exemplo de
clonagem reprodutiva com sucesso foi o nascimento
da ovelha Dolly. Nesse experimento, foi utilizada uma

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
célula somática (não reprodutiva) da mama de uma
ovelha (1) e dessa célula retirou-se o núcleo que
contém a maior parte do DNA (material genético). De
uma segunda ovelha (2) retirou-se um óvulo, do qual
foi extraído o núcleo do citoplasma (óvulo anucleado).
O núcleo da célula somática da ovelha 1 foi colo-
cado no citoplasma do óvulo da ovelha 2. Depois de
277 tentativas, uma vingou e originou um embrião.
Esse embrião foi transferido para o útero de uma ove-
lha 3. Nasceu, assim, a Dolly. A pergunta é: a Dolly é
um clone verdadeiro? Não, pois a ovelha filha apre-
senta DNA nuclear da ovelha 1, da qual se diz que
ela é clone, mas o DNA mitocondrial é da ovelha 2,
portanto não é um clone verdadeiro. Você deve estar
se perguntando: mas por que não utilizaram mate-
rial somente de uma ovelha? Como comentamos
várias formas foram experimentadas, mas, das 277,
somente essa deu certo.
Clonagem terapêutica – Consiste na obtenção
de tecidos a partir de um óvulo que teve seu núcleo
retirado e recebeu o núcleo de células somáticas do
tecido que se deseja clonar. Por exemplo: o óvulo
anucleado recebe o núcleo de uma célula de tecido
muscular cardíaco. Essa estrutura será multiplicada
em laboratório. As células resultantes poderão ser
utilizadas na reparação de partes danificadas de um
organismo adulto, por exemplo: queimaduras.

Componentes dos tecidos

Biologia
De modo geral, os tecidos são formados por três componentes: células, substância
intercelular e líquidos.
Cada tipo de tecido tem os próprios tipos de células. A substância intercelular é
forma­da por dois compo­nentes: a substância fundamental ou matriz, gelatinosa, consti-
tuída principalmente por ácido hialurônico e sulfato de condroitina; e as fibras proteicas
(colágenas, elásticas e reticula­res), que servem para dar consistência ao tecido.
Os líquidos são: o intersticial, que circula livremente na substância intercelular e
banha as células; o sangue, que circula no interior dos vasos sanguíneos; e a linfa, que
circula no interior dos vasos linfáticos. Esses líquidos são responsáveis pelo transporte
das substân­cias no organismo. Os vasos linfáticos servem para drenar o líquido intersti-
cial que circula na substância interce­lular.

5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

Tecido epitelial
Q uanto à origem embriológica, os tecidos epiteliais podem se originar de qual-
quer um dos três folhetos embrionários (ectoderme, mesoderme e endoderme).

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Por exemplo, a epiderme origi­na-se da ectoderme; o epitélio do tubo digestivo origina-se
da endoderme; o mesotélio (pericárdio) origina-se da mesoderme.
Os tecidos epiteliais são classificados, com base em sua estrutura e função, em dois
grandes grupos: o de revestimento e o glandular ou secretor.

Epitélio de revestimento
O tecido epitelial de revestimento é formado por células justapostas com pouca ou
nenhuma substância intercelular.
As células estão dispostas em uma única camada ou em várias camadas superpostas.

Tecido epitelial

Membrana basal

Tecido conjuntivo

Tecido epitelial repousando sobre a membrana basal de natureza


conjuntiva.

O epitélio é um tecido não vascularizado (sem vasos sanguíneos). A sua nutrição é


feita por difusão a partir do tecido conjuntivo subjacente. Entre este e o epitélio existe
uma fina membrana (lâmina) basal que, além de permitir as trocas de substâncias, serve
como suporte ao epitélio, fixando-o ao tecido conjuntivo subjacente.
Ele reveste interna e externamente o corpo e exerce as funções de proteção, absor-
ção e recepção sensorial para o tato, a audição e a visão.
Como está sujeito a desgastes, apresenta grande capacidade de renovação, graças
às altas taxas de multiplicação celular mitóticas.

Especializações
No ápice das células e na região de contato entre as células epiteliais, podem surgir
diferenciações destinadas à função que os distintos tipos de epitélios desempenham.

Microvilosidades

Zônula de oclusão
Zônula de adesão

Desmossomo

Filamentos de queratina

Junção comunicativa

Hemidesmossomo Lâmina basal


6
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

As principais especializações são: as microvilosidades (ou microvilos), que são


dobras da membrana celular e servem para aumentar a superfície de absorção; os cílios,
projeções filiformes da membrana, dotados de movimentos, que servem para deslocar
partículas; e os desmossomos, filamentos de proteínas existentes entre as membranas
de células adjacentes que servem para aumentar a aderência entre elas.

Funções

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
As principais funções do tecido epitelial são: revestimento das superfícies interna
(esôfago) e externa (epiderme da pele); absorção (intestino); secreção (glândulas);
sensorial (neuroepitélio olfativo); proteção dos tecidos subjacentes contra abrasões;
transporte transcelular de moléculas; e contração (células mioepiteliais).

Camadas celulares
Os tecidos epiteliais, quanto ao número de camadas celulares, são classificados em:
– Simples: formado por uma única camada de células que repousa sobre a membrana
basal. Todas as células encontram-se basicamente na mesma altura;
– Pseudoestratificado: formado por uma única camada de células, porém com alturas
diferentes, dando a impressão de ter mais de uma camada;
– Estratificado: formado por várias camadas de células.

SAIBA MAIS

Um dos grandes prejuízos que o hábito de fumar causa é o câncer, especialmente nas vias aéreas; várias
substâncias presentes no cigarro, como o alcatrão, desencadeiam uma mitose desenfreada que pode se tornar
um tumor maligno. Outro processo comum em tabagistas é a metaplasia, no qual um tipo de tecido epitelial pode
se transformar em outro, normalmente reversível. Em fumantes, o epitélio da traqueia, que é pseudoestratificado
ciliado, pode se trasformar em epitélio estratificado pavimentoso e a falta de cílios pode provocar o pigarro típico
em fumantes. O uso do narguile também provoca a metaplasia.

Pele artificial
Cientistas espanhóis criam pela primeira vez pele artificial do cordão umbilical

Biologia
Cientistas espanhóis, pertencentes ao grupo de pesquisa de engenharia tissular do departamento de
Histologia da Universidade de Granada (UGR), conseguiram construir pele artificial pela primeira vez a partir de
células-tronco procedentes do cordão umbilical.
Seu trabalho, que publica a prestigiosa revista Stem Cells Translational Medicine, demonstra a capacidade
que têm as células-tronco mesenquimais da gelatina de Wharton do cordão umbilical para diferenciar-se em célu-
las epiteliais e constituir epitélios de revestimento de pele e de mucosa oral.
Para construir a pele artificial, os pesquisadores utilizaram, além deste novo tipo de epitélio de revestimento,
um biomaterial de agarose-fibrina previamente desenhado e desenvolvido pelo grupo granadino.
A pesquisa foi realizada nos laboratórios da Faculdade de Medicina e na Unidade Experimental do Hospital
Universitário Virgen de las Nieves do Complexo Hospitalar de Granada, informa a UGR.
Estudos prévios desse mesmo grupo de pesquisa, que foram já premiados no Congresso Mundial de
Engenharia Tissular celebrado faz uns meses, em Seul, sugeriam já a possibilidade de que as células de Wharton
do cordão umbilical pudessem converter-se em células epiteliais.
O presente trabalho é a confirmação desses estudos iniciais e sua aplicação a duas estruturas de revestimento,
a pele e a mucosa oral, cada vez mais demandadas para reparar as lesões existentes nessas localizações corporais.
CIENTISTAS espanhóis criam pela primeira vez pele artificial do cordão umbilical. ACI Digital. Disponível em: <http://www.acidigital.com/
noticia.php?id=26248>. Acesso em: 30 out. 2017.

7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

Forma das células da camada superficial


Os tecidos epiteliais são classificados conforme o quadro a seguir.

Microfotografias Classificação Funções e exemplos Figura esquemática

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Ray Simons/Photoresearchers/Latinstock Formado por células achatadas e dispostas em uma única
camada, ocorre em locais do corpo onde a proteção mecânica
Epitélio simples é pouco necessária. É um epitélio que permite a passagem de
pavimentoso
(vista frontal) substâncias. É encontrado nos alvéolos pulmonares, em que
ocorrem as trocas gasosas, e reveste os vasos sanguíneos e
linfáticos, nos quais recebe o nome de endotélio.

SPL/Latinstock
Formado por uma só camada de células cúbicas, recobre
Epitélio simples a superfície do ovário. Nos túbulos renais, tem a função de
cuboide reabsorção de substâncias úteis presentes na urina, devolvendo-as
(ou cúbico) para o sangue. Na superfície livre das células existem invaginações
que atuam para aumentar a superfície de absorção.

VisualsUnlimited/Corbis/Latinstock
Formado por uma só camada de células altas, prismáticas.
Quando não ciliado, ocorre revestindo o estômago e os intestinos;
Epitélio simples com a presença de glândulas mucosas unicelulares, atua na
prismático
(ou colunar) absorção de alimentos e nos intestinos; a superfície livre das
células é rica em microvilosidades que aumentam a área de
absorção; quando ciliado, é como o da tuba uterina.

Dr. Gladden Willis/Visuals


Unlim/SPL/Latinstock
Formado por apenas uma camada de células com alturas
diferentes, dando falso (pseudo) aspecto de estratificado, ou seja,
Epitélio de ser formado por mais de uma camada de células. Ocorre nas
pseudo- fossas nasais, nas traqueia e nos brônquios, onde possui cílios
estratificado e glândulas mucosas unicelulares. O muco aglutina partículas
estranhas que penetram em nosso corpo pelas vias aéreas e os
cílios transportam essas partículas para fora.

Dr. Alvin Telser/Visuals Unlimited/Corbis/


Latinstock Formado por várias camadas de células; apenas a inferior possui
células com capacidade de divisão celular (mitose). A função
Epitélio desse epitélio é a de proteção mecânica e de proteção contra a
estratificado
pavimentoso perda de água. Ocorre em áreas de atrito, como na pele, em que
é queratinizado. Nas mucosas bucal e vaginal e na língua, não
apresenta queratinização.
 Jose Luis Calvo/Shutterstock

Epitélio Formado por várias camadas de células; na superior, as células


estratificado
são altas e prismáticas. Ocorre em parte na uretra e na membrana
prismático
(ou colunar) conjuntiva do olho. A função é basicamente a de proteção.

Biophoto Associates/Photoresearchers/
Latinstock

Modificação especial do epitélio estratificado pavimentoso, em Distendido


Epitélio que o número de células e suas formas variam de acordo com a
estratificado
de transição distensão do órgão. Ocorre revestindo a bexiga urinária e parte
dos ureteres e da uretra.
Contraído

8
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

Epitélio glandular ou secretor


O epitélio glandular ou secretor é constituído por células dife­renciadas e especializa-
das na função de produzir e eliminar substâncias necessárias na superfície do epitélio. Na
maioria dos casos, essas células se agrupam no tecido conjuntivo subjacente e formam
as glândulas, que são órgãos especializados na produção de certos produtos chamados

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
secreções.

Origem das glândulas


Durante a embriogênese, nos locais onde a secreção é necessária e não pode ser
feita por células existentes na superfície do próprio epitélio, certas células se proliferam a
partir da membrana e penetram no tecido conjuntivo subjacente, formando as glândulas.

Epitélio
Proliferação das células
e sua penetração no
tecido conjuntivo
subjacente

Lâmina basal

Tecido conjuntivo

Formação de uma Cordões de células que Formação de uma glândula


glândula exócrina formam uma glândula endócrina folicular
endócrina cordonal

Desaparecimento
Ducto das células do
ducto

Capilares

Porção secretora Porção secretora

Processo de formação das glândulas exócrinas e endócrinas

Biologia
Classificação
Glândulas exócrinas
A glândula permanece em comunicação com o epitélio de origem por meio de um
canal ou ducto e lança o produto de secreção na superfície do próprio epitélio.
Exemplos: Sudoríparas, cuja secreção é o suor, eliminado pela pele.
Salivares, que elimi­nam saliva no interior da boca.
Lacrimais, cuja secreção lubrifica a mucosa dos olhos.
Sebáceas, cuja secreção oleosa lubrifica a pele.
Próstata, cuja secreção faz parte do sêmen.
Mamárias, que secretam o leite.

Glândulas endócrinas
Não possuem ducto (ou canal), eliminam seus produtos nos vasos sanguíneos adja-
centes, que se encarregam de distri­buí-los por todo o corpo. As secreções das glândulas

9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

endócrinas são chamadas hormônios, substâncias que estimulam ou inibem as funções


de certos órgãos.
Exemplos: hipófise, tireoide, paratireoides e suprarrenais (córtex e medula).

Glândulas anfícrinas ou mistas


Reúnem uma parte exócrina e outra endócrina na mesma glândula.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Exemplos: pâncreas: ácinos pancreáticos (parte exócrina) e ilhotas de Langerhans
(parte endócrina).
Sexuais: células intersticiais dos testículos e dos folículos ovarianos, que produzem
hormônios (parte endócrina) e gametas (parte exócrina).

Tipos de glândulas exócrinas quanto à forma de secreção

1. Merócrinas (do grego meros = metade; crina = secreção)


São glândulas cujas células elaboram os produtos de secreção que ficam
armazenados na região apical da célula. Essas células permanecem
intactas, eliminando somente a secreção.
Exemplos: a maioria das glândulas exócrinas, tais como as sudoríparas,
os ácinos pancreáticos e as salivares.

2. Apócrinas ou holomerócrinas (do grego apos = extremidade)


São formadas por células que eliminam, com os produtos de secreção,
parte do citoplasma apical em que a secreção fica armazenada.
Exemplos: Mamárias e sudoríparas axilares.

3. Holócrinas (do grego holos = total)


São glândulas em que as células são eliminadas como parte dos seus
produtos de secreção. Estas são substituídas a partir de células-fontes
existentes na glândula.
Exemplos: sebáceas.

Pele humana
A pele é o órgão mais extenso do corpo. Em uma pessoa adulta, ela cobre uma área
de cerca de dois metros quadrados.
Ela não é apenas uma cobertura do corpo, realiza várias funções essenciais ao orga-
nismo, como proteção contra choques mecânicos, contra invasão de micro-organismos
e contra desidratação e radiações ultravioleta; regulação da temperatura corporal pela
evaporação do suor; recepção sensorial, uma vez que possui numerosas terminações
nervosas e receptores que detectam estímulos referentes à temperatura, ao tato, à pres-
são e à dor; excreção, pela eliminação de impurezas existentes no suor, excretado pelas
glândulas sudoríparas; e síntese de vitamina D, quando exposta a radiações ultravioleta,
uma substância que auxilia a absorção do cálcio e do fósforo no intestino.
A pele é formada de duas partes: epiderme e derme. A epiderme é um tecido epite-
lial poliestratificado pavimentoso (escamoso) queratinizado, formado por cinco camadas
(estratos) de células que são, da base para a superfície, estrato basal, estrato espinhoso,
estrato granuloso, estrato lúcido (somente na pele espessa das palmas das mãos e das
plantas dos pés) e estrato córneo. A epiderme é formada por dois tipos principais de
células: os queratinócitos, que representam cerca de 90% do total e sofrem queratiniza-
ção, e os melanócitos, também encontrados na derme e que produzem melanina, um
dos pigmentos responsáveis pela cor da pele. No processo de queratinização, as células
10
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

produzidas nas camadas basais são empurradas para a superfície e, à medida que se
movem para cima, acumulam queratina e acabam morrendo. A queratina é uma proteína
que torna a pele mais resistente. As células queratinizadas superficiais descamam e são
substituídas pelas células subjacentes que, por sua vez, sofrem queratinização. Esse
processo de renovação da pele dura de duas a quatro semanas. A camada basal da
epiderme está fixada à derme, uma camada mais espessa de tecido conjuntivo.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Poro sudoríparo Corpúsculo de Glândula sebácea Pelo
Meissner

Camada córnea
Epiderme (queratinizada)

Terminação
nervosa livre

Derme Glândula
sudorípara

Músculo eretor
do pelo

Tecido subcutâneo
(adiposo)

Artéria
Veia Folículo piloso
Componentes da pele

A derme é dividida em duas regiões: a superior, formada por tecido conjuntivo frouxo
ou areolar, e a inferior, formada por tecido conjuntivo denso.
As papilas dérmicas (pequenas projeções digiformes) contêm terminações nervosas
sensíveis ao tato (corpúsculo de Meissner), ao frio, ao calor e à dor, além de vasos san-
guíneos, folículos pilosos, glândulas sebáceas e ductos das glândulas sudoríparas.
A derme possui uma quantidade razoável de fibras colágenas e elásticas, respon-
sáveis pela sua extensibilidade e elasticidade. A derme está assentada em uma tela
subcutânea (hipoderme) formada principalmente de tecido adiposo. Ela contém vasos

Biologia
sanguíneos e receptores sensoriais para a pressão (corpúsculo de Pacini).
A pele possui estruturas anexas que também desempenham papel relevante: os
pelos, filamentos formados por conjuntos de células queratinizadas e mortas, que servem
para proteção; as glândulas sebáceas (ausentes nas palmas das mãos e nas plantas dos
pés), comumente conectadas aos folículos pilosos, produzem uma secreção gordurosa,
sebo, que lubrifica os pelos e impermeabilizam a pele; as glândulas sudoríparas, que
produzem o suor, transpiração, uma secreção aquosa responsável pela eliminação de
impurezas, excreção, e que auxilia a manter a temperatura do corpo; e as unhas, forma-
das pelo acúmulo de células queratinizadas que não se descamam, tornando-se duras,
que recobrem e protegem partes terminais dos dedos das mãos e dos pés, auxiliando na
preensão e na manipulação de objetos.
A cor da pele é determinada pelos pigmentos melanina, caroteno e hemoglobina. A
quantidade de melanina existente nos melanócitos é que determina a variação da cor de
pele, do amarelo ao negro, junto com o caroteno, pigmento amarelo-alaranjado existente
no estrato córneo. A quantidade de hemoglobina existente no interior das hemácias que
se movem pelos vasos sanguíneos da derme é responsável pela cor pálida, rosada ou aver-
melhada das pessoas de pele clara.
11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

A cor do pelo também é devida à melanina. O pelo escuro contém só melanina, os


pelos grisalhos contêm redução da quantidade de melanina e os pelos brancos resultam
de bolhas de ar em sua haste.

SAIBA MAIS

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O câncer de pele é fruto da exposição demasiada da epiderme humana à ação dos raios solares ultravioleta.
Ele costuma acometer pessoas de pele mais branca, ou seja, que possuem menor quantidade dos pigmentos
que os melanócitos costumam produzir.
Não somente a ação dos raios solares, mas também os raios de luz das lâmpadas afetam as fibras, como as
de colágeno e elastina, causando flacidez e manchas e dando ao tecido um aspecto envelhecido. Esses raios,
que são ultravioleta, podem provocar mutação nos genes e resultar em câncer de pele. Por isso, é importante usar
protetores e bloqueadores solares. O raios ultravioleta A e B são radiações que não podem ser vistas pelo olho
humano e normalmente ultrapassam a camada de ozônio, podendo provocar problemas de pele. O envelheci-
mento da pele é típico do excesso de raios UVA, que ficam mais intensos quase todo o dia. Os raios UVB são os
raios que deixam a pele bem avermelhada quando ocorre exposição ao Sol no período entre 11h e 15h.

ATIVIDADES

01. (Mackenzie – 2010) A respeito das consequên- tóxicos do cigarro nas paredes dos vasos
cias do uso do cigarro para a saúde humana, sanguíneos.
muitas pesquisas têm sido publicadas, muitas d) O depósito de alcatrão ajuda na filtração do
delas voltadas ao mecanismo de ação de um ar que passa pelas vias aéreas.
dos principais componentes, a nicotina, enquan- e) As lesões provocadas pela amônia não po-
to outras procuram esclarecer a população a
dem ser relacionadas aos casos de câncer
respeito dos efeitos colaterais dos demais com-
de laringe em fumantes.
ponentes do cigarro.
A tabela a seguir mostra alguns desses compo- 02. (FGV-SP – 2010) Desde o dia 7 de agosto último,
nentes e seus efeitos no organismo humano. uma lei estadual proíbe o fumo em ambientes fe-
Componente Efeito chados coletivos no estado de São Paulo.

Nicotina Destrói o colágeno da pele; provoca A medida é bem-vinda, pois se sabe que den-
perda de elasticidade dos vasos tre os inúmeros problemas de saúde causados
sanguíneos; tem ação no sistema nervoso ou agravados pelo fumo, um deles é o fato de o
central. monóxido de carbono (CO), presente na fumaça
Alcatrão Deposita-se nas vias aéreas; contém do cigarro:
várias substâncias cancerígenas.
a) causar irritação no epitélio das vias aéreas
Monóxido de Liga-se ao átomo de ferro da molécula de superiores, favorecendo infecções e dificul-
carbono hemoglobina. tando o aporte de oxigênio aos pulmões.
Amônia Provoca irritações nas mucosas da boca b) provocar lesões nas paredes dos alvéolos,
e das vias aéreas.
que se rompem e ampliam a superfície do
Solventes Por serem lipossolúveis, depositam-se tecido para trocas gasosas.
e metais no tecido adiposo; juntamente com
pesados a nicotina, os solventes têm ação no c) provocar lesões nas organelas das células
sistema nervoso central. das mucosas das vias aéreas e dos pul-
mões, o que é a causa primária do câncer.
Assinale a alternativa correta.
d) provocar rigidez dos brônquios e do dia-
a) A nicotina e os solventes causam dependên-
cia por agirem no sistema nervoso central. fragma, comprometendo a capacidade de
b) O monóxido de carbono prejudica o trans- inspiração e expiração.
porte do CO2 produzido nos tecidos. e) estabelecer uma ligação química com a he-
c) O aumento do risco de desenvolver doenças moglobina, resultando em hemácias com
coronárias se deve ao acúmulo de resíduos baixo potencial de oxigenação.
12
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

03. (Ufsc – 2010) tecido conjuntivo desempenha importantes


papéis biológicos como, por exemplo, o de
A jovem mãe suspendeu o filho à teta; mas a boca infan-
til não emudeceu. O leite escasso não apojava o peito. ser importante reserva para muitos fatores
O sangue da infeliz diluía-se todo nas lágrimas inces-
de crescimento que controlam a proliferação
santes que não estancavam dos olhos; pouco chegava aos e a diferenciação celular.
seios, onde se forma o primeiro licor da vida. III. O tecido muscular é constituído por células

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ALENCAR, José de. Iracema. São Paulo: Ática, 1992. p. 77. cúbicas mononucleadas, que contêm peque-
na quantidade de filamentos citoplasmáticos
Após ler o excerto acima, analise e assinale a(s)
de proteínas contráteis, geradoras das for-
proposição(ões) correta(s).
ças necessárias para a contratação desse
01) O leite materno, tratado na obra Iracema tecido, oriunda do metabolismo anaeróbico.
como “licor da vida”, é considerado um
alimento completo para o recém-nascido, IV. Quando cortados, o cérebro, o cerebelo
contendo água, sais minerais e até anticor- e a medula espinhal mostram regiões de
pos fundamentais para sua saúde. substância branca e regiões de substân-
cia cinzenta. Os principais constituintes da
02) As glândulas sudoríparas, que produzem o
suor, são um exemplo de glândula endócrina. substância branca são axônios mielinizados,
oligodendrócitos e outras células da glia.
04) Quando o autor diz que o sangue diluía-se
todo nas lágrimas e não chegava aos seios, Assinale a alternativa correta.
está afirmando que o funcionamento da a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
glândula mamária não tem relação com a
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
circulação sanguínea.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
08) A oxitocina é o hormônio que, além de es-
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
timular os movimentos de contração uterina
no parto, estimula a contração da musculatu- e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
ra lisa das glândulas mamárias na expulsão
05. (Udesc) Assinale a alternativa incorreta a respei-
do leite materno.
to do tecido epitelial glandular.
16) A produção do leite materno não tem relação
direta com o ato de sucção do seio materno a) A paratireoide é um exemplo de glândula
pelo recém-nascido. endócrina. Esse tipo de glândula não possui
uma comunicação com o epitélio por meio de
32) As lágrimas e o leite produzidos pela mãe
um ducto ou canal. A secreção dessa glân-
são exemplos de secreções produzidas pe-
dula é liberada para os vasos sanguíneos.
las glândulas exócrinas.
Soma ( ) b) As glândulas são agrupamentos de células

Biologia
especializadas na produção de secreções.
04. (UEL) Apesar de sua grande complexidade, o
c) Glândulas sudoríparas são exemplos de
organismo humano é constituído por apenas
glândula exócrina. Esse tipo de glândula
quatro tipos básicos de tecidos: epitelial, conjun-
tivo, muscular e nervoso. mantém uma comunicação com o epitélio
por meio de um ducto ou canal, que permite
Com base nos conhecimentos sobre a histologia
a liberação da secreção.
dos tecidos, considere as afirmativas a seguir.
d) A tireoide é um exemplo de glândula endó-
I. Os tecidos epiteliais são estruturas dinâ-
crina. Esse tipo de glândula não possui uma
micas cujas células são continuamente
renovadas por atividade mitótica. A taxa de comunicação com o epitélio por meio de um
renovação é variável, podendo ser rápida ducto ou canal. A secreção dessa glândula é
em tecidos como o epitelial intestinal, que liberada para os vasos sanguíneos.
é totalmente substituído a cada semana, ou e) A hipófise é uma glândula mista, ou seja, ela
lenta, como no fígado e no pâncreas. apresenta uma parte endócrina que libera o
II. Além de desempenhar uma função estru- hormônio antidiurético, e outra exócrina que
tural, a grande variedade de moléculas do libera oxitocina (ocitocina).
13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

06. (Uece) Na primeira coluna da tabela a seguir, b) endócrinas eliminam seus produtos para o
encontram-se listadas estruturas da pele e, na exterior.
segunda, algumas das funções desempenha- c) exócrinas se relacionam ao restante do
das por essas estruturas. organismo.
d) sudoríparas são endócrinas, expelindo sua
Estruturas Funções secreção.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Pelos 09. (PUC Minas) O esquema mostra a localização
Controle de temperatura
Células adiposas de glândulas em um boneco, que representa a
Excreção
Glândulas sebáceas
Glândulas sudoríparas
Armazenagem espécie humana.

Tomando como base a tabela anterior, assinale


a alternativa que contém apenas estruturas que
desempenham, pelo menos, duas das funções
mencionadas na tabela.
a) Glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas
b) Pelos e células adiposas
c) Pelos e glândulas sudoríparas
d) Glândulas sudoríparas e células adiposas

07. (UTFPR) O tecido epitelial glandular é forma-


do por glândulas que produzem e secretam
substâncias no sangue ou em cavidades ou
superfícies do corpo. A hipófise, que lança seus
hormônios no sangue, e as glândulas salivares
que lançam suas secreções na boca, são, res-
pectivamente, glândulas:
a) exócrinas, ambas.
b) endócrinas, ambas.
c) exócrina, endócrina.
É correto afirmar sobre as glândulas do esquema,
d) endócrina, exócrina.
exceto:
e) de função mista, ambas. a) As estruturas 4 e 5 produzem hormônios que
atuam em caracteres sexuais masculinos.
08. (Cefet-MG) O esquema refere-se à fisiologia das
glândulas. b) O hormônio produzido em 3 atua no metabo-
lismo basal e, em altas taxas, pode provocar
agitação e nervosismo.
c) Os hormônios produzidos em 2 podem atuar
Proliferação das
também nas glândulas 3, 5, 6 e 7, estimulan-
Duto
células epiteliais e do a produção de outros hormônios.
aprofundamento no Porção secretora
tecido conjuntivo
d) Os hormônios produzidos pelas glândulas 3
e 8 regulam o nível de cálcio no sangue.
1
10. (PUC Minas) Observe o desenho esquemático,
Formação de glândulas
que mostra um tipo de comunicação entre as cé-
lulas por meio de moléculas específicas.
Porção secretora Célula secretora Célula sem os
2 Capilares receptores

Sobre as glândulas ilustradas na figura, é correto Receptores


Moléculas
afirmar que as:
Circulação
a) exócrinas e endócrinas têm origem sanguínea
Célula-alvo
ectodérmica.
14
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

As moléculas sinalizadoras percorrem a corrente b) Qual é o nome das células responsáveis


sanguínea até chegar aos seus receptores nas pela captação da imagem?
células-alvo. Nesse exemplo, pode-se afirmar
que essas moléculas são:
a) hormônios.
b) neurotransmissores.
c) Qual é a estrutura responsável pela percep-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
c) enzimas.
ção dos sabores azedo, doce e salgado?
d) mucos.

11. (UFPR – 2011) O esquema abaixo é representa-


tivo de um epitélio de revestimento estratificado.
Pode-se observar que as camadas superiores,
em contato com o meio externo, são compos- 13. (UFPel) A pele é um órgão muito importante para
tas por células cada vez mais achatadas. Além a homeostasia do corpo humano. Ela protege
disso, essas células achatadas geralmente es- contra agentes mecânicos, químicos e biológi-
tão mortas e descamam do tecido. Um exemplo cos, além de evitar a perda excessiva de água e
desse tipo de epitélio é encontrado no esôfago fazer o controle da temperatura corporal.
de animais carnívoros. Baseado no texto e em seus conhecimentos, é
incorreto afirmar que:
a) o suor é formado por água e outras subs-
tâncias, como os sais. Ele é produzido pelas
glândulas sudoríparas presentes na pele,
que são exemplos de glândulas exócrinas.
b) a epiderme é formada por um epitélio es-
tratificado, e a camada mais superficial é
formada por células repletas de queratina e,
normalmente, esse epitélio descama.
Qual o principal motivo que leva essas células a c) a derme é formada predominantemente por
morrerem e descamarem do epitélio? tecido conjuntivo; esse tecido é vasculari-
zado e responsável pela nutrição do tecido
a) O atrito causado pelos componentes de meio
epitelial que é avascular.
externo que entram em contato com o epitélio.
d) a pele possui células mecanorreceptoras,
b) A justaposição das células, que cria uma fal- que estão associadas a terminações ner-
ta de espaço para que todas se acomodem vosas e conduzem o estímulo mecânico ao
na superfície do epitélio. sistema nervoso.
c) O contato com o meio externo, que leva a e) o tecido adiposo é encontrado na região
uma hiperoxigenação das células. mais profunda da derme. Ele produz gordu-

Biologia
d) A distância dessas células em relação às ra (sebo), que é liberada diretamente para a
fontes de oxigênio e alimento, trazidos pelos epiderme, fazendo a sua lubrificação.
tecidos adjacentes ao epitélio.
14. (UFPel)
e) O deslocamento da posição das organelas
intracelulares, por conta do achatamento A técnica convencional para reconstruir uma bexiga
promovido pelo citoesqueleto. consiste em extrair pedaços do intestino delgado ou
do estômago, porém esse procedimento traz várias
12. (Udesc) O ser humano possui um tecido epitelial complicações. Recentemente, cientistas “construíram”
especial, denominado neuroepitélio, respon- bexigas em laboratório para pacientes que apresentam
sável por captar estímulos externos relativos à deficiência funcional nesse órgão. Os cientistas cons-
visão, à gustação, ao odor e ao tato. truíram com colágeno uma estrutura de sustentação
e a recobriram internamente com células da bexiga e
Sobre o enunciado, responda:
externamente com células musculares. Esse conjunto
a) Quais são os outros dois tipos de tecido foi colocado em uma sopa de nutrientes para facilitar o
epitelial? crescimento celular. Depois de dois meses, as células
já haviam recoberto o modelo e estava pronta uma be-
xiga feita sob medida.
Ciência Hoje, v. 38, 2006. (Adaptado).
15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

De acordo com o texto e seus conhecimentos, 16. (Ufsc – 2013) Os tecidos epiteliais são encontra-
analise as seguintes afirmativas. dos em uma variedade de organismos animais
I. A cavidade da bexiga é revestida pelo tecido ou vegetais, desempenhando diferentes fun-
epitelial, o qual não é vascularizado e apre- ções. Com relação a este tecido, assinale a(s)
senta pouca substância intercelular. proposição(ões) correta(s).
II. Tanto as células do tecido epitelial quanto as 01) Os epitélios dos animais caracterizam-se por

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
do tecido muscular são ricas em fibras co- possuírem muita substância intercelular e au-
lágenas. Essas fibras têm a capacidade de sência de junções celulares.
ceder facilmente às pressões e voltar ao es- 02) Os tecidos epiteliais têm como principal ca-
tado normal quando as pressões terminam.
racterística o fato de serem uniestratificados.
III. O corpo humano apresenta dois tipos de
04) As microvilosidades são especializações
tecido muscular estriado: o cardíaco e o
esquelético. As estrias são resultados da presentes no epitélio dos alvéolos e têm como
organização dos miofilamentos dentro das principal função aumentar a capacidade
células. de trocas gasosas (hematose).
IV. Todos os órgãos citados no texto pertencem 08) A pele é o melhor exemplo de tecido epitelial
ao sistema digestório, por isso é comum fa- de revestimento.
zer a reconstituição da bexiga com pedaços 16) O epitélio de revestimento das folhas é o
de intestino ou estômago. principal responsável pela fotossíntese.
V. Uma vantagem da nova técnica desenvolvi- 32) Alguns epitélios são responsáveis pela pro-
da é a não ocorrência de rejeição do novo dução de secreções como a adrenalina, a
órgão, uma vez que o tecido implantado é do tiroxina e o leite.
próprio paciente. 64) Todos os tecidos epiteliais são originados a
Estão corretas as seguintes afirmativas: partir da mesoderme na embriogênese.
a) I, II e III. d) II, III e IV.
Soma (    )
b) II, IV e V. e) I, III e V.
c) I, IV e V. 17. (UEPB – 2013) Observe atentamente a represen-
tação esquemática dos tecidos e, em seguida,
15. (UFPE – Adaptada) A pele é fundamental na relacione a imagem com a descrição e o local de
adaptação do organismo ao meio ambiente, ocorrência de cada um:
pois é fator de proteção contra as agressões,
além de ser importante órgão sensorial. Analise
o que se diz a seguir e marque verdadeiro (V) ou
falso (F).
( ) No estrato basal ou germinativo da epider-
me, encontramos células ramificadas, os
melanócitos, produtores de melanina. O
número de melanócitos é que determina a
cor da pele.
( ) À medida que as células do estrato
germinativo sofrem um processo de quera-
tinização, elas morrem e formam a camada
córnea protetora mais superficial da nossa
pele.
( ) Na derme, encontramos abundante irriga-
ção sanguínea, que garante a nutrição do
estrato germinativo. A. Epitélio pseudoestratificado.
( ) As glândulas sudoríparas permitem a B. Epitélio estratificado pavimentoso.
evaporação, garantindo a perda de ca- C. Epitélio simples pavimentoso.
lor; fundamental para os mecanismos de D. Epitélio simples cúbico.
termorregulação. E. Epitélio simples prismático.
( ) Na região mais profunda da derme, a hipo-
derme, fica o tecido adiposo, camada de a. Ocorre na pele e nas mucosas bucal e vaginal.
gordura que apresenta a mesma espessura b. Ocorre na cavidade nasal, na traqueia e nos
em todas as partes do corpo; por isso, sua brônquios.
importância como isolante térmico. d. Ocorre nos túbulos renais.
16
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

g. Ocorre nos alvéolos pulmonares e revestindo d) a redução da hematose, em função da des-


os vasos sanguíneos. truição dos capilares.
Ω. Ocorre revestindo o estômago e os intestinos. e) a instalação de infecções respiratórias, devi-
do à deficiência no transporte de muco.
Assinale a alternativa que apresenta a relação
correta entre imagem-descrição-função. 20. (UFJF – 2012) Analise as seguintes afirmativas
a) I – E – a; lI – B – d; III – D – a; IV – C – Ω; sobre tecido epitelial.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
V–A–b I. O tecido epitelial reveste o corpo e protege o
b) I – A – d; II – D – b; III – C – g; IV – B – a; V – organismo contra atritos, invasão de micro-
E–Ω -organismos e evaporação.
c) I – D – Ω; lI – A – g; III – B – b; IV – E – d; V – II. É caracterizado pela pouca quantidade de
C–a substância intercelular e abundância de va-
d) I – B – b; II – C – Ω; lII – A – d; IV – D – g; V – sos sanguíneos, o que favorece sua função
E–a de barreira contra invasão de patógenos.
e) I – C – g; II – B – a; III – E – Ω; IV – A – b; V – III. Quanto mais grosso for o epitélio, melhor será
D–d sua capacidade de proteção; quanto mais
fino, melhor sua capacidade de absorção.
18. (UEM – 2011) Sobre os tecidos epiteliais, é corre- IV. Nos vertebrados terrestres (répteis, aves e
to afirmar que: mamíferos), as células epiteliais da epiderme
01) o tecido epitelial glandular é formado por fabricam a actina, uma proteína impermeável
agrupamento de células especializadas na que evita a desidratação.
produção de secreção. V. As pessoas idosas têm cabelos grisalhos
02) o tecido epitelial de revestimento é classifica- porque os melanócitos da base do pelo per-
do de acordo com o número de camadas e deram a capacidade de produzir melanina.
com a morfologia de suas células.
04) os tecidos epiteliais são vascularizados na Assinale a opção que apresenta somente infor-
epiderme e no intestino. mações corretas.
08) o tecido epitelial se origina, embriologica- a) I e II d) I, III, V
mente, da ectoderme. b) I, III, IV e) II, IV, V
16) no intestino é encontrado o tecido epitelial do c) II e IV
tipo pseudoestratificado ciliado.
Soma (  ) 21. (Enem – 2012) Os tecidos animais descritos no
quadro são formados por um conjunto de célu-
19. (FGV-SP – 2012) O epitélio respiratório humano é las especializadas, e a organização estrutural de
composto por células ciliadas e pelas células ca- cada um reflete suas respectivas funções.
liciformes produtoras de muco. A figura ilustra tal
Tecido Organização estrutural
organização histológica em um brônquio humano.
Ósseo Células encerradas em uma matriz
extracelular rica principalmente em
fibras colágenas e fosfato de cálcio.

Biologia
Célula Colunar Ciliada Conjuntivo denso Grande quantidade de fibras
colágenas
Conjuntivo frouxo Fibras proteicas frouxamente
Célula entrelaçadas
Caliciforme
Epitelial de revestimento Células intimamente unidas entre
si, podendo formar uma ou mais
camadas celulares.
Muscular estriado Longas fibras musculares ricas em
Disponível em: <http://medicinestuff.tumblr.com/post/949709042/epitelio-
esquelético proteínas filamentosas
respiratorio>. (Adaptado).

A destruição dos cílios bronquiolares, promovi- De acordo com a organização estrutural dos te-
da pelo alcatrão presente na fumaça do cigarro, cidos descrita, aquele que possui a capacidade
propicia: de formar barreiras contra agentes invasores e
evitar a perda de líquidos corporais é o tecido:
a) o impedimento da ventilação pulmonar em
decorrência da obstrução da traqueia. a) ósseo.
b) uma maior absorção da nicotina realizada b) conjuntivo denso.
pelo muco nos alvéolos. c) conjuntivo frouxo.
c) a diminuição da atividade dos glóbulos bran- d) epitelial de revestimento.
cos que atuam nos brônquios. e) muscular estriado esquelético.
17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

22. (Udesc – 2012) As glândulas são agrupamentos são altamente resistentes à tração, graças à forte
de células especializadas na produção de subs- adesão entre as suas células.
tâncias úteis ao organismo humano. Assinale a Em relação aos tecidos epiteliais de revestimento,
alternativa correta quanto ao exemplo de glându- é incorreto afirmar que:
la e sua morfologia. a) os alvéolos e o estômago são revestidos por
a) O testículo é um exemplo de glândula endó- epitélio formado por apenas uma camada de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
crina, pois a glândula endócrina possui um células.
canal ou ducto por onde sai a secreção, que b) a mucosa que reveste a cavidade intestinal e
faz uma comunicação com o epitélio que a o peritônio que reveste a cavidade abdomi-
originou. nal têm origem endodérmica.
b) A glândula hipófise é um exemplo de glându- c) no epitélio de revestimento do intestino são
la exócrina, pois a glândula exócrina possui encontradas células secretoras e células es-
um canal ou ducto por onde sai a secreção, pecializadas na função de absorção.
que faz uma comunicação com o epitélio d) o endotélio é um tipo de tecido epitelial pavi-
que a originou. mentoso simples, de origem mesodérmica,
que reveste internamente os vasos sanguíneos.
c) A glândula tireoide é um exemplo de glându-
e) a epiderme é um epitélio pavimentoso es-
la exócrina, pois a glândula exócrina possui
tratificado, de origem ectodérmica, que
um canal ou ducto por onde sai a secreção,
apresenta, entre outros tipos de células, os
que faz uma comunicação com o epitélio
melanócitos.
que a originou.
d) A glândula paratireoide é um exemplo de 25. (Udesc – 2010) O bolo alimentar passa do
glândula endócrina, pois a glândula en- esôfago para o estômago com o auxílio de mo-
dócrina não possui um canal ou ducto de vimentos peristálticos. No estômago ele sofre a
comunicação com o epitélio que a originou; quimificação e, no intestino delgado, transforma-
ela lança seu produto de secreção em capi- -se em quilo (produto final da digestão), quando
lares sanguíneos. a maior parte dos nutrientes começa a ser absor-
vida pelas células que revestem o intestino.
e) A suprarrenal é uma glândula anfícrina ou
mista, pois apresenta partes endócrinas e Assinale a alternativa correta que contém o te-
exócrinas. cido responsável pelos movimentos peristálticos
e o tecido das células absortivas do intestino
23. (IFCE – 2011) O Demodex folliculorum é um respectivamente.
ácaro que habita os folículos pilosos dos se- a) Tecido epitelial estratificado pavimentoso e
res humanos, alimentando-se de pele e sebo. tecido epitelial simples prismático
Algumas pessoas podem ter reações alérgicas b) Tecido muscular esquelético e tecido epitelial
a esse animal e desenvolver a acne. A bactéria estratificado cúbico
Propionebacterium acnes é um ser vivo oportu- c) Tecido muscular liso e tecido epitelial sim-
nista e prolifera na pele, causando inflamação. ples prismático
As glândulas envolvidas nesse processo infec- d) Tecido muscular liso e tecido epitelial estrati-
cioso são chamadas de: ficado pavimentoso
e) Tecido muscular esquelético e tecido epitelial
a) sebáceas e exócrinas.
simples prismático
b) sudoríparas e endócrinas.
c) sebáceas e endócrinas. 26. (UFF – 2010) As glândulas multicelulares se for-
mam a partir da proliferação celular de um tecido
d) sudoríparas e exócrinas. e após a sua formação ficam imersas em ou-
e) mistas e exócrinas. tro tecido, recebendo nutrientes e oxigênio. De
acordo com o tipo de secreção que é produzido,
24. (UFJF – 2010) Uma das funções mais impor- as glândulas são classificadas basicamente em
tantes dos tecidos epiteliais de revestimento é, endócrinas e exócrinas. Entretanto, existe uma
justamente, a proteção dos tecidos e órgãos in- glândula que possui duas partes, uma exócrina
ternos, como barreira a patógenos. Os epitélios e outra endócrina.

18
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

A figura a seguir mostra um esquema comparativo da formação de dois tipos de glândulas.


Lâmina basal

Formação de Glândula I
glândula Porção
secretora

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Proliferação
celular

Formação de
glândula

Glândula II
Porção
secretora

Com base na figura, assinale a opção que identifica, respectivamente, o tecido de onde as glândulas se
originam, o tecido onde elas ficam imersas, a glândula I, a glândula II e um exemplo de uma glândula
exócrina.
a) Tecido epitelial, tecido conjuntivo, glândula exócrina, glândula endócrina e glândula salivar.
b) Tecido conjuntivo, tecido epitelial, glândula exócrina, glândula endócrina e tireoide.
c) Tecido epitelial, tecido conjuntivo, glândula endócrina, glândula exócrina e pâncreas.
d) Tecido conjuntivo simples, tecido epitelial, glândula endócrina, glândula exócrina e paratireoide.
e) Tecido conjuntivo frouxo, tecido epitelial, glândula endócrina, glândula exócrina e glândula lacrimal.

27. (UFPI) Os epitélios de revestimento são tecidos cujas células estão dispostas em camadas, recobrindo
as superfícies externas ou as cavidades do corpo. Esses epitélios são classificados tendo em vista o
número de camadas constituintes e a forma das células na camada mais superficial. Observe o desenho
esquemático e analise as proposições a seguir como verdadeiras (V), se totalmente corretas, ou, como
falsas (F).
( ) Os endotélios dos vasos e as cavidades peritoneal e pericárdica são exemplos de epitélio estra-
tificado pavimentoso (Fig. F), ao passo que os mesotélios da cavidade pleural são exemplos de
epitélio simples cúbico (Fig. C).
( ) O revestimento do ovário é constituído por epitélio prismático (Fig. F), ao passo que o revestimento
do intestino é de epitélio simples cúbico (Fig. D).
( ) O epitélio da pele, da boca e do esôfago está caracterizado na Figura D; os de revestimento da
bexiga e de parte das vias urinárias, bem como da traqueia e dos brônquios, estão demonstrados
nas Figuras E e F, respectivamente.
( ) Os epitélios simples subdividem-se, de acordo com as formas de suas células, em epitélios sim-

Biologia
ples pavimentoso, cúbico e prismático (Fig. A, B e C, respectivamente). Os epitélios estratificados
podem ser pavimentoso (Fig. D) e de transição (Fig. E). O epitélio pseudoestratificado está repre-
sentado na Figura F, sendo este último encontrado no revestimento da traqueia e dos brônquios.

Tecido epitelial. Junqueira e Carneiro, 1999. (Adaptado).

19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

Tecido conjuntivo
O tecido conjuntivo é o tipo de tecido mais amplamente distribuído pelo nosso
corpo, exercendo várias funções, tais como preenchimento, sustentação, trans-
porte e defesa.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Ao contrário do tecido epitelial, as células do tecido conjuntivo ficam imersas em
grande quantidade de substância intercelular denominada matriz.
A matriz do tecido conjuntivo pode ser fluida, gelatinosa, fibrosa ou calcificada, geral-
mente é secretada por células existentes no próprio tecido e serve de sustentação para
as células.
O tecido conjutivo é altamente vascularizado e inervado, com exceção das cartilagens.

Componentes da matriz
A matriz do tecido conjuntivo é constituída por dois componentes: substância funda-
mental e fibras proteicas. A substância fundamental pode ser fluida, gelatinosa ou sólida
e serve de sustentação para as células e para as fibras proteicas. Ela contém água, sais
minerais, glicídios, proteínas e principalmente dois mucopolissacarídeos, o ácido hialurô-
nico e o sulfato de condroitina, responsáveis pela sua viscosidade.

Tipos de fibras proteicas


As fibras proteicas são de três tipos: colágenas, constituídas por uma proteína cha-
mada colágeno (a mais abundante do corpo humano), são espessas, ocorrem em feixes,
são resistentes à tração e permitem certa flexibilidade ao tecido; elásticas, constituí-
das pela proteína elastina, são menores que as colágenas, apresentam ramificações e
elasticidade; e reticulares, também formadas de colágeno, porém, mais delgadas, são
dispostas em retículo (rede muito fina), responsáveis pela sustentação.

Fibra reticular – As fibras entrelaçam-se


formando um retículo.

Fibra elástica

Fibra colágena – As fibras são muito


resistentes à tração.

Tanto a parte orgânica da substância fundamental como as fibras são produzidas por
um tipo de célula chamada fibroblasto, existente no próprio tecido conjuntivo.
Veremos a seguir os vários tipos de tecidos conjuntivos.

Tecido conjuntivo propriamente dito ou frouxo


Esse tipo de tecido conjuntivo é assim chamado porque
possui relativamente poucas fibras na substância intercelu­lar,
formando uma espécie de rede de malhas largas, o que lhe con-
fere pouca consistência, daí o nome de frouxo ou areolar.
O tecido conjuntivo frouxo é o tecido essencialmente de
união e de preenchimento. É encontrado na derme, entre os
órgãos e no interior destes, preenchendo os espaços e unindo
as diferentes estruturas do corpo. Exerce também as funções de
Tecido conjuntivo frouxo
20
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

defesa e de nutrição, uma vez que possui os vasos sanguíneos que levam alimento para
as células de todas as partes do corpo.
O tecido conjuntivo frouxo possui vários tipos de células com diversas funções.
Vejamos quais são elas:
– Fibroblastos são células de forma estrelada e as mais abundantes do tecido. São
encarregadas de produzir as fibras e os compo­nentes orgânicos da substância

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
fundamental.
– Macrófagos ou histiócitos são células grandes, semelhantes aos leucócitos. Pos­
suem movimento ameboide e formam pseudópodes. Loco­mo­vem-se na substância
fundamental do tecido e encarre­gam-se da defesa do organismo, capturando corpos
estra­nhos e micróbios por meio de fagocitose.
– Plasmócitos são células não muito grandes, com forma ovoide, que produzem
anticorpos contra os micróbios invasores do tecido conjuntivo, atuando também na
defesa do organismo.
– Mastócitos são células grandes, globosas, com citoplasma cheio de grânulos de
hepari­na, um anticoagulante, e histamina, que provoca a dilatação dos capilares
sanguíneos.
– Adipócitos são também chamadas células adiposas. Armazenam gordura (lipídios) Figura do mastócito
e são encontradas em pequeno número no tecido conjuntivo frouxo.

Tecido denso ou fibroso


Biophoto Associates/Photoresearchers/Latinstock

Semelhante ao tecido conjuntivo frouxo, tem um número Núcleo dos


reduzido de células e grande quantidade de fibras colágenas fibroblastos

dispostas em feixes parale­los, de modo a oferecer grande resis-


tência à tração, funcionando de maneira semelhante a um cabo
de aço. Feixes de fibras
colágenas
Esse é o tipo de tecido que forma os tendões, os quais ligam
os músculos esqueléticos aos ossos.

SAIBA MAIS

Diapedese

Biologia
Quando há um processo de inflamação, caracterizado por dor, calor, rubor e inchaço, ocorre a migração
de leucócitos através da parede de vênulas e capilares para os locais inflamados, para fagocitar o patógeno.
Diapedese é, portanto, a capacidade que certas células possuem de atravessar a parede de certos vasos para
realizar a defesa do organismo.

Capilar sanguíneo

Glóbulo branco em
diapedese
Restos de bactérias
Bactéria
e de glóbulos
brancos (pus)

Glóbulo branco fagocitando

Bactéria em processo de digestão pelo


glóbulo branco

21
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

Tecido adiposo
Uma das funções do tecido adiposo é o modelamento da superfície do corpo, sendo
em parte responsável pelas diferenças entre o corpo do homem (15% a 20% de gordura
corporal) e da mulher (20% a 25% de gordura corporal).
Existem dois tipos de adipócitos:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Uniloculares: têm cor branca ou amarela, são abundantes no adulto; acumulam gor-
dura continuamente em uma única gotícula (sem membrana) que acaba preenchendo
quase todo o citoplasma.
Multiloculares: cor parda, mais frequente no feto e no recém-nascido; acumulam
gordura em várias gotículas lipídicas.
Dr. Fred Hossler/Visuals Unlimited/Corbis/Latinstock Biophoto Associates/Photoresearchers/Latinstock

Uniloculares Multiloculares

Nesse tecido, há predomínio de células adiposas e a subs-


tância intercelular é reduzida. Apresenta-se envolto por tecido
conjuntivo frouxo, no qual se localizam os vasos sanguíneos
responsáveis pela sua nutrição. É um tecido de ampla distribui-
ção subcutânea (que ocorre embaixo da pele); exerce funções
Corte histológico de tecido adiposo de reserva de energia, proteção contra choques mecânicos
e isolamento térmico. Ocorre também ao redor de alguns
órgãos, como rins e coração.

SAIBA MAIS

Obesidade
A obesidade é considerada um desequilíbrio dos sistemas que regulam o peso corporal. Há vários fatores
associados à obesidade: genéticos, ambientais e comportamentais. Considera-se obesa a pessoa 20% ou mais
acima do peso considerado normal para a sua altura. O processo mais utilizado para medir a extensão da obe-
sidade é o Índice de Massa Corporal (IMC), que é a relação do peso em quilogramas dividido pelo quadrado da
altura em metros.
peso (kg)
IMC = altura (m)2 . O valor considerado normal é de 20 a 25.
A Organização Mundial de Saúde usa um critério simples, exempliflicado na tabela a seguir.

Condição IMC em adultos


Abaixo do peso Abaixo de 18,5
No peso normal Entre 18,5 e 25
Acima do peso Entre 25 e 30
Obeso Acima de 30

22
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

Tecido cartilaginoso
A cartilagem, ou tecido cartilaginoso, SPL/Latinstock

possui uma matriz contendo fibras colá- Fibroblasto do


pericôndrio
genas e elásticas mergulhadas em uma
Pericôndrio
substância fundamental gelatinosa e

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
firme, rica em proteínas, associadas ao
sulfato de condroitina. Essas substâncias
dão à cartilagem uma consistência firme
e flexível, tornando-a capaz de sustentar Condroblasto
diversas partes do corpo e permitindo,
ao mesmo tempo, certa flexibilidade de Cartilagem

movimentos.
No interior da cartilagem não exis- Matriz
tem vasos sanguíne­ os, vasos linfáticos
ou nervos. Ao redor da cartilagem existe Condrócito

uma variedade de tecido conjuntivo denso


Matriz
chamado pericôndrio, no qual há vasos san- capsular
guíneos que fornecem os alimentos para as
células da cartilagem.
As células maduras da cartilagem são
chamadas condrócitos e encontram-se iso- Dr. Fred Hossler/Visuals Unlimited/Corbis/Latinstock

ladas ou em pequenos grupos no interior de


lacunas existentes na matriz, chamadas con-
droplastos. Os condrócitos e a substância
intercelular orgânica da matriz originam-se
de células chamadas condroblastos, exis-
tentes na parte interna do pericôndrio.
Existem três tipos de cartilagens: hia-
lina, menos consistente, encontrada no
nariz, na laringe, na traqueia, nos brônquios,
nas articulações e nas costelas; fibrocartila-
gem, mais fibrosa e resistente, encontrada Cartilagem hialina

nos discos intervertebrais e nos meniscos;


elástica, contendo uma fina rede de fibras

Biologia
elásticas, encontrada na epiglote e no pavi-
lhão da orelha.

Patrick J. Lynch/Photoresearchers/Latinstock Biophoto Associates/Photoresearchers/Latinstock

Cartilagem fibrosa Cartilagem elástica

23
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

Tecido ósseo
É o mais resistente dos tecidos de sustentaç­ão e forma as colunas mestras do esque-
leto. Protege órgãos vitais, como os contidos nas caixas craniana e torácica e no canal
da coluna vertebral e proporciona apoio aos músculos estriados esqueléticos, transfor-
mando suas contrações em movimentos úteis. Além disso, os ossos longos consti­tuem

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
sistemas de alavancas que ampliam as forças geradas na contração muscular.

O tecido ósseo apresenta também funções de armazenamento de lipídios na medula


óssea amarela (tutano) dos ossos longos e função hematopoiética (produção de células
do sangue) na medula óssea verme­lha, encontrada nas cavidades dos ossos esponjosos.
A substância intercelular do tecido ósseo é constituída de componentes orgânicos
(substância fundamental), abundante quantidade de fibras colágenas e componentes
inorgânicos (fosfato e carbonato de cálcio). A união das fibras coláge­nas com fosfato de
cálcio determina a rigidez e a resistên­cia dos ossos.

Componentes da matriz óssea


Parte orgânica: 35% a 45% do peso
• Colágeno I (90% a 95%), ligações cruzadas
• Proteoglicanas e proteínas de adesão
Parte inorgânica: 55% a 65% do peso
• Principalmente cálcio e fósforo na forma de cristais de hidroxiapatita
• Outros minerais: Mg++, Na+, K+
Observação: o colágeno confere resistência com flexibilidade e os cristais, a dureza do tecido ósseo.

Célula osteogênica
(precursor de
osteoblasto)

Osteoblasto

Osteoide (matriz óssea


não calcificada)
Matriz óssea
calcificada

Processo celular no
canalículo
Osteócito

Tecido ósseo

10 mm

Existem três tipos de células no tecido ósseo:


1. Os osteócitos localizam-se no interior de lacunas denominadas osteoplastos. Cada
lacuna possui canalículos que se comunicam com os canalí­culos das lacunas vizi-
nhas. É através desses canalí­cu­los que os osteócitos recebem oxigênio e nutrientes
24
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

necessá­rios a sua sobrevivência. São as principais e mais abundantes células do


tecido ósseo, responsáveis pela manutenção das atividades dos ossos.
2. Os osteoblastos são as células que constroem o tecido ósseo, pois produzem os
componentes orgâni­cos da substância intercelu­lar, além de se transfor­marem em
osteócitos, já que estes não possuem capacidade de multiplicação. Os osteoblastos
surgem de células osteogênicas encontradas no endósteo e no periósteo.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O endósteo é uma membrana que reveste os canais internos dos ossos e o periósteo
é uma mem­brana que reveste os ossos externamente.
3. Os osteoclastos são células grandes, polinucleadas, encontradas nas superfícies
de reabsorção óssea, situadas no interior das lacunas de Howship. Os osteoclastos
são encarregados da reabsorção óssea (destruição da matriz), importante no cresci-
mento, na manutenção e no reparo do osso.

Variedades de tecido ósseo


Existem duas variedades de tecido ósseo: compacto e esponjoso.
O tecido ósseo compacto é encontrado na superfície de todos os ossos, na diáfise (parte
longa) dos ossos longos e na epífise (extremidade) dos ossos curtos e chatos. É constituído
de uma série de 7 a 15 lâminas (lamelas) ósseas, estreitamente unidas e dispostas de
maneira concêntri­ca ao redor de um orifício ao centro, formando algo seme­lhante a um
disco long-play e recebe o nome de ósteon. Cada lamela é constituída de matriz dura,
calcificada, contendo os osteócitos enfileirados no interior das lacunas (condroplastos),
as quais comunicam-se entre si através da rede de canalículos existentes na matriz. Um
conjunto de discos (ósteon) super­postos forma uma estrutura chamada sistema de Havers,
semelhante a uma pilha de discos com um canal no centro chamado canal de Havers. Os
canais de Havers de um sistema comunicam-se com os canais de Havers dos sistemas
vizinhos por meio de canais transversais chamados canais de Volkmann.
Lamelas
Cartilagem
Epífise articular

Osso
esponjoso
Canal de Havers
Osso
Artéria compacto
Lamelas Veia
intersticiais Ósteons
Periósteo
Cavidade
Camada celular medular
de periósteo
Camadas fibrosas
de periósteo Diáfise
Canalículos
Lacuna

Biologia
Osteócito

Trabéculas
Canal
perfurante

Epífise

Osso esponjoso Osso compacto

Dessa maneira, o tecido ósseo compacto é formado por milhares de sistemas de


Havers que se comunicam entre si constituindo um imenso labirinto microscópico.
No interior dos canais de Havers e de Volkmann, além de vasos linfáticos e nervos,
existem vasos sanguíneos que levam alimento e oxigênio através dos canalículos existen-
tes nas lamínulas ósseas, onde se encontram os osteócitos.
O tecido ósseo esponjoso não apresenta ósteons nem sistemas de Havers. Ele é
formado por lamelas ósseas, denominadas trabéculas, dispostas de maneira irregu-
lar, em forma de rede. As lacunas existentes entre as trabéculas são preenchidas pela
medula óssea e contêm os vasos sanguíneos que nutrem os osteócitos existentes nas
25
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

trabéculas. O tecido ósseo esponjoso é encontrado nos ossos curtos, planos e na maior
parte das epífises dos ossos longos. Esse tecido dos ossos do quadril, das costelas, do
esterno, das vértebras, do crânio e das extremidades de alguns ossos longos são os
únicos locais nos quais encontramos a medula óssea vermelha, onde ocorre a produção
de células do sangue (hematopoiese).

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O tecido ósseo, embora duro e rígido, ao contrário do que muitas pessoas pensam,
é um tecido vivo, dinâmico e que se renova constantemente. Se a parte mineral for remo-
vida, ele torna-se elástico e flexível, podendo ser facilmente dobrado sem se quebrar.

SAIBA MAIS

Principais desvios da coluna vertebral


Coluna
cervical Lordose
Escoliose Cifose Lordose cervical

Coluna
Cifose
toráxica
torácica

Coluna
Lordose
lombar
lombar

Sacro
Curvaturas fisiológicas (naturais)

Escoliose – É a curvatura lateral da coluna vertebral.


Cifose – É definida como um aumento anormal da concavidade posterior da coluna vertebral.
Lordose – É o aumento anormal da curva lombar.

Tecido conjuntivo hemocito­


poiético ou sanguíneo
As células do sangue – hemácias, leucócitos e plaque-
tas – são altamente especializadas, com tempo de vida
relativamente curto e incapazes de se dividi­rem. Por isso, o
organismo necessita de um mecanismo capaz de retirar as
células velhas e desgastadas da corrente circula­tória e de
uma fonte, onde continuamente novas células são produzi­
das para manter o número de células de que ele necessi­ta.
Existem duas variedades de tecido hemocitopoiético:

Mieloide
Essa variedade de tecido hemocitopoiético é encon-
trada no indivíduo adulto, na medula óssea vermelha,
existente no interior das cavidades de certos ossos espon-
josos, tais como: crânio, vértebras, esterno, costelas, alguns
ossos curtos e epífises dos ossos longos.
26 Origem das células do sangue e de outros tipos de tecidos
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

Ele é formado por uma matriz gelatinosa, O sangue é um líquido viscoso, de


na qual encontra-se grande quantidade de coloração vermelha, que circula no inte-
finíssimos capilares sustenta­dos por uma rior dos vasos sanguíneos do corpo, nas
extensa rede de fibras colágenas e reti- artérias, nas veias e nos capilares, sendo
culares, entre as quais há células-tronco de vital importância para o organismo
hemocitopoiéticas, que são as precursoras humano.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
de todas as células sanguíneas. A partir Ele é um tipo de tecido em que a subs-
delas são produzidas as hemácias, os leu- tância intercelular é líquida, na qual as
cócitos granulóci­tos (neutrófilos, eosinófilos células encontram-se em suspensão.
e basófilos), os monó­citos (leucócito agra-
O sangue é consti­tu­ído de uma parte
nulócito) e as plaquetas.
líquida chamada plasma (55% do volume
total) e uma parte sólida, os elementos
Linfoide figurados, que são células, hemácias, leu-
É formado pelos seguintes órgãos: cócitos e plaquetas (45% do volume total).
baço, timo, amígda­las e nódulos ou gân- A sua temperatura fica em torno de 38 °C
glios linfáticos. São órgãos constituídos e o seu pH entre 7,34 e 7,35 (levemente
por uma variedade de tecido conjuntivo alcalino).
formada por uma rede de fibras reticula- O volume total de sangue em um
res, células reticulares e macrófagos fixos, homem adulto de estatura mediana é de
sustentados pela matriz gelatinosa. 5 litros a 6 litros e o de uma mulher é de 4
Entre as malhas dessa rede encontra- litros a 5 litros. O volume total de sangue
mos os linfoblas­tos, oriundos da medula de uma pessoa corresponde a cerca de
óssea, os quais dão origem aos linfóci­ 8% do peso total do corpo.
tos (B e T). Juntamente com os linfócitos,
observamos ainda outros dois tipos de
células livres: os macrófagos livres e os Funções do sangue
plasmóci­tos (originam-se dos linfócitos B). – Transporte das substâncias que nele
Os órgãos linfoides, além da produção circulam, tais como substâncias nutriti-
dos linfócitos, têm a função de retirar as vas (glicose, aminoácidos, ácidos gra-
células velhas da corrente circulatória atra- xos etc.), gases respiratórios (O2 e CO2),
vés do processo de fagocitose, realizado anticor­pos (globulinas), hormônios, pro-
pelos macrófagos existentes no tecido. teínas, sais minerais, excretas (ureia, ácido
Os órgãos linfoides funcionam ainda úrico e creatina) etc.
na defesa do organis­mo, quer pela fago- – Defesa contra a invasão de micro-
citose de vírus, bactérias e outros agentes -organismos e partículas estranhas,

Biologia
patogênicos realizada pelos macrófagos, por meio da ação fagocitária dos leu-
quer pela produção de anticorpos especí- cócitos e da produção de anticorpos.
ficos produzidos pelos plasmócitos.
– Termorregulação, uma vez que o san-
gue, circulando por todo o corpo,
Estudo do sangue distribui de modo uniforme o calor,
mantendo cons­ tante a temperatura
 DENYS Rudyi/123RF
interna.
– Equilíbrio hídrico e osmótico, apre-
sentando uma concentração iônica
constante; o sangue mantém a isoto-
nia com os tecidos, garantindo com
isso o equilí­brio hídrico e osmótico
com as células do corpo.
– Manutenção do pH, por meio de
sistemas tampões, como os íons
bicarbonato, por exemplo.
27
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

Elementos figurados do sangue


Hemácias (ou glóbulos vermelhos ou eritrócitos)
 rasslava/123RF
Na espécie humana, as
hemácias são células discoi-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
dais, bicôncavas, com cerca de
8 µm de diâmetro e altamente
especializadas para o transporte
de gases respiratórios. São anu-
cleadas e não têm capacidade
de divisão, têm curta duração,
cerca de 120 dias.
O conteúdo das hemácias
é representado apenas por um
citoplasma homogêneo, com
uma alta taxa do pigmento
hemoglobina. O número médio Hemácia vista em M.E. de varredura

de hemácias é de 4,5 milhões a


5,5 milhões por milimetros cúbicos de sangue (5,4 milhões no homem e 4,8 milhões na
mulher).
Calcula-se que uma hemácia pode ter cerca de 280 milhões de moléculas de hemo-
globina, executando um eficiente transporte de oxigênio e, em menor escala, de gás
carbônico. Com esses dois gases, a hemoglobina forma compostos instáveis, isto é,
pode recebê-los e doá-los facilmente. Com o O2, forma a oximoglobina; e com o CO2,
forma a carboemoglobina.

Hemácias transportam:
• Hb + O2 = oxiemoglobina;
• Hb + CO2 = carboemoglobina;
• Hb + CO = carboxiemoglobina (tóxica).

Já o monóxido de carbono (CO), produzido pela queima de combustíveis, é um gás


muito tóxico. Ele liga-se à hemoglobina de maneira muito estável, bloqueando-a para o
transporte de gases respiratórios.

SAIBA MAIS

A combustão incompleta pode gerar o CO (monóxido de carbono), passível de se ligar à hemoglobina das hemácias (Hb+CO = HbCO
(carboxiemoglobina), formando uma reação até 210 vezes mais estável que a ligação que ocorre com o O2. Impedindo o transporte de oxi-
gênio, pode ocorrer morte por não oxigenação dos tecidos. Outro perigo é que o CO se liga ao citocromos das mitocôndrias, impedindo a
fosforilação oxidativa na cadeia respiratória, ou seja, dificulta a formação de ATP.
Cuidados devem ser tomados, como manutenção de aquecedores, para que não ocorra queima incompleta (chama que fica ama-
relada). Outro cuidado é não permanecer em locais com fumaça de veículos, além de evitar a queima de combustíveis dentro de casa
para fazer o aquecimento.

28
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

Leucócitos (glóbulos brancos)


Os leucócitos apresentam forma variável, são nucleados, não possuem hemoglobina e alguns invadem
o tecido conjuntivo, no qual realizam movimentos ameboides e fagocitose. Vejamos no quadro a seguir as
suas principais características.

Classificação dos leucócitos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Granulócitos Agranulócitos
(apresentam grânulos no citoplasma) (não apresentam grânulos no citoplasma)

 decade3d/123RF  decade3d/123RF  decade3d/123RF  decade3d/123RF  decade3d/123RF

Neutrófilo Eosinófilo Basófilo Linfócito Monócito


Núcleo geralmente Núcleo bilobulado. Grânulos citoplas- Núcleo muito Núcleo em forma
trilobulado. máticos muito condensado, de rim.
Característica
grandes, chegando a ocupando quase Transformam-se em
geral
mascarar o toda a célula. macrófagos quando
núcleo. invadem os tecidos.
10 µm a 12 µm de 10 a 14 µm de 8 µm a 10 µm de 6 µm a 15 µm de 12 µm a 20 µm de
Tamanho
diâmetro diâmetro diâmetro diâmetro diâmetro

Número
4 800 240 80 2 400 480
aproximado
(60% a 70%) (2% a 4%) (0,5% a 1,0%) (20% a 25%) (3% a 8%)
em cada mm3

Fagocitar elementos Fagocitar apenas Liberar heparina Linfócitos B Fagocitar bactérias,


estranhos ao determinados (anticoagulante) e transformam-se em vírus, fungos
organismo, elementos. Em histamina (substância plasmócitos que e protozoários
como bactérias, doenças alérgicas, vasodilatadora produzem patogênicos.
protozoários, fungos ou provocadas por liberada em anticorpos. Linfócitos Também fagocitam
Função e vírus, além de parasitas intestinais, processos alérgicos). T atacam vírus células mortas.
células mortas. há aumento no invasores, células
número dessas cancerosas e
células. células de tecidos
transplantados.

Biologia
Plaquetas ou trombócitos
As plaquetas não são células, mas sim fragmentos celulares originados por frag-
mentação dos megacariócitos (células especiais) da medula óssea. Seu número é de
250 mil a 400 mil por mm3. São responsáveis pela produção de uma enzima: a trombo-
plastina, que atua na coagulação do sangue.

Coagulação do sangue
Para que o sangue coagule, é preciso que o fibrinogê­nio (proteína globular encon-
trada no plasma) se transforme em fibrina (proteína fibrosa que só aparece no sangue
na hora da coagulação). Mas, para que haja essa transformação, tem de atuar sobre o
fibrinogênio uma enzima chama­da trombina.
Vejamos como ocorre o desencadeamento da coagulação: quando há lesão na
parede de um vaso sanguíneo, as células endoteliais desse vaso e as plaquetas (naquela
região) liberam uma substância chamada trombo­ plastina, ou tromboquinase, que

29
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

“inativa” a heparina. Sem a heparina, e em presença de


íons Ca++, a protrombina passa a trombina. A trombina
age sobre o fibrinogênio, que se transforma em fibrina.

eo
u ín
ng
Como a fibrina é uma proteína fibrosa longa, ela forma

sa
so
va
do
uma rede muito fina em cujas malhas se encalham as
ão
Plaquetas
triç Fibrinas Plaquetas e células
ns
Co

Fibras colágenas do
danificadas hemácias, os leucócitos e as plaquetas. Forma-se uma

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
vaso danificado
Tromboplastina
Ca+e massa compacta, o coágulo, que veda o orifício do vaso
vitaminas K
e estanca a hemorragia.
Protrombina Trombina

Fibriogênio Fibrina
Esquema simplificado da coagulação do sangue

ATIVIDADES

01. (UFPel) c) alterações nas funções de liberação de insu-


Até recentemente acreditava-se que o tecido adiposo lina pelos adipócitos interferem na absorção
tinha apenas a função de armazenar lipídios, servin- da glicose pelas células, podendo promo-
do como uma reserva energética. No entanto, novas ver o desenvolvimento de diabetes tipo 2.
pesquisas vêm mudando essa ideia, ao revelar que Essa doença se caracteriza pela redução do
os adipócitos têm importante participação nos me- número de receptores de insulina nas mem-
canismos que regulam a concentração de glicose no branas das células musculares e adiposas,
sangue. Essa atuação recém-descoberta do tecido diminuindo sua capacidade de absorver a
adiposo também está relacionada ao diabetes melito glicose do sangue.
tipo 2. Os novos estudos revelaram que os adipócitos
d) a absorção de glicose pelo pâncreas fica
produzem e liberam no sangue dezenas de diferentes
comprometida em pessoas obesas, pois a
fragmentos de proteínas que agem como hormônios
disfunção do tecido adiposo promove um
ou agentes inflamatórios (citocinas) e regulam a ação
da insulina nos outros tecidos. Quando a captação de descontrole no metabolismo da glicose,
glicose pelo adipócito é impedida, por exemplo, ocor- bem como uma diminuição na produção
re resistência à insulina no tecido muscular. Já o maior de hormônios que regulam a ação da in-
uso de glicose no tecido adiposo leva a um aumento sulina. Esse comprometimento na ação da
significativo da sensibilidade à insulina e da tolerância insulina promove um aumento na concentra-
à glicose no tecido muscular. Os estudos comprovam, ção de glicose no sangue, o que caracteriza
portanto, a associação entre obesidade e diabetes. a diabetes tipo 2.
Ciência Hoje, v. 40, jun. 2007. (Adaptado). e) alterações nas funções de captação de gli-
cose pelas células de gordura interferem
Com base no texto e em seus conhecimentos, é
na ação da insulina, podendo promover o
correto afirmar que:
desenvolvimento de diabetes tipo 2. Essa
a) alterações nas funções de liberação de insu- doença se caracteriza pela redução do
lina pelos adipócitos interferem na absorção número de receptores de insulina nas mem-
da glicose pelas células, podendo promo- branas das células musculares e adiposas,
ver o desenvolvimento de diabetes tipo 2. diminuindo sua capacidade de absorver a
Essa doença se caracteriza pela redução glicose do sangue.
do número de células beta do pâncreas, o
que diminui a capacidade desse órgão de 02. (Udesc) Diversos tipos de materiais e equipa-
produzir insulina e leva a um aumento da mentos estão sendo projetados para proporcio-
concentração de glicose no sangue. nar maior conforto ao consumidor e promover a
b) a obesidade está fortemente associada à correta postura do corpo, em especial, a postura
da coluna.
incidência de diabetes melito tipo 2, uma
vez que o excesso de gordura leva a uma Diante do exposto, pergunta-se:
disfunção do tecido adiposo, promovendo a) Quais são as três regiões da coluna vertebral?
resistência à ação da insulina e, consequen-
temente, ao desenvolvimento de diabetes
tipo 2. Essa doença se caracteriza pela re-
dução do número de células produtoras de
insulina do pâncreas.
30
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

b) Qual é a função das vértebras e da coluna? e) A coagulação sanguínea é desencadeada


por uma série de enzimas, culminando na
formação de um trombo, cujos principais
componentes são hemácias e leucócitos.

05. (UFRGS) Em uma partida de futebol, um jogador


fraturou o fêmur.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Considere os seguintes eventos, relacionados à
recuperação da zona de lesão desse jogador.
03. (PUCPR) O tecido conjuntivo possui três tipos de
I. Preenchimento por proliferação do periósteo.
fibras: colágenas, reticulares e elásticas. Com
relação a elas, analise as afirmativas e assinale a II. Remoção de células mortas e de restos de
alternativa correta. matriz óssea, por fagocitose.
a) As fibras colágenas, assim como as elás- III. Ossificação do tecido regenerado.
ticas, são constituídas de microfibrilas de IV. Formação de calo ósseo com tecido ósseo
colágeno, que se unem formando as fibrilas primário.
de colágeno, que, por sua vez, se unem for- A ordem em que esses eventos ocorrem no pro-
mando as fibras de colágeno. cesso de regeneração do tecido ósseo é:
b) As células de certos órgãos, como o baço
a) I – III – IV – II.
e os rins, são envolvidas por uma trama de
b) II – I – III – IV.
sustentação constituída de fibras reticulares,
cujo principal componente é a elastina, uma c) III – II – I – IV.
escleroproteína. d) IV – I – III – II.
c) Os pulmões são órgãos facilmente sujeitos e) III – IV – II – I.
à expansão de volume, pois são ricos em
fibras elásticas, constituídas de elastina, pro- 06. (UFSC) Os tecidos conjuntivos derivam do
teína cuja principal função é dar elasticidade mesoderma do embrião e caracterizam-se por
aos locais onde se encontram. apresentar diversos tipos de células imersas em
d) Quanto maior a quantidade de colágeno material extracelular sintetizado por elas.
nos tecidos, maior a elasticidade, como, por Com relação aos tecidos conjuntivos, assinale
exemplo, nos tendões, onde o colágeno se a(s) proposição(ões) correta(s).
distribui em uma só direção, enquanto que
01) Dentre as várias funções dos tecidos conjun-
o cordão umbilical forma uma malha difusa
tivos, podemos citar a absorção e a secreção
entre as células dos tecidos.
de substâncias através de glândulas.
e) As fibras colágenas são constituídas da
proteína colágeno, polimerizadas fora das 02) Entre os vários tipos de células existen-
células, a partir do tropocolágeno sintetizado tes nos tecidos conjuntivos, encontramos
pelos macrófagos. os fibroblastos, adipócitos, melanócitos e

Biologia
neurônios.
04. (UFC) A doação de sangue é um ato de solida- 04) Em indivíduos adultos, os elementos figu-
riedade e pode salvar a vida de muitas pessoas. rados do sangue se originam do tecido
Sobre os componentes desse tecido, assinale a conjuntivo encontrado na medula óssea
alternativa correta. vermelha, a qual apresenta células-tronco
a) O O2 e os nutrientes, como glicose e aminoáci- pluripotentes (ou multipotentes) que, após
dos, são transportados através das hemácias. se multiplicarem ativamente, se diferenciam
b) O plasma sanguíneo é o componente ex- em leucócitos, hemácias e plaquetas.
tracelular em abundância, característico do 08) O tecido conjuntivo denso modelado, também
tecido conjuntivo. chamado de tecido tendinoso, é formado por
c) Os reticulócitos – células de defesa do san- fibras grossas orientadas paralelamente, es-
gue – produzem anticorpos quando entram pecialmente fibras colágenas, o que confere
em contato com elementos estranhos. grande resistência a estruturas como tendões
d) A hemoglobina perde sua conformação e ligamentos.
estrutural e, consequentemente, a função 16) Os condrócitos, após formarem a matriz
devido a uma falha na síntese proteica, cartilaginosa, sofrem uma pequena retração
ocasionada por uma doença hereditária, a de volume e passam a ser chamados de
anemia falciforme. condroblastos.
31
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

32) Os ossos de uma criança são mais flexíveis e) A matriz óssea é denominada plástica
que os ossos de um adulto, pois apresentam porque os ossos são os vestígios mais du-
maior quantidade de osteoblastos, os quais radouros que permanecem após a morte do
produzem muitas fibras colágenas. indivíduo.
Soma (  )
09. (PUC-Rio) A fotomicrografia apresentada a se-
07. (PUCPR) Associe o tipo de tecido animal à sua guir é de um tecido que apresenta as seguintes

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
correlação. características: riqueza de substância intercelu-
I.
Tecido ósseo compacto lar, tipos celulares variados e presença de fibras
II.
Tecido ósseo esponjoso na matriz extracelular. Podemos afirmar que se
III.
Cartilagem hialina trata do tecido:
IV.
Cartilagem elástica
V.
Cartilagem fibrosa
( ) Ocorre nos pontos de ligação do tendão
do osso.
( ) É formado por sistemas organizados.
( ) Ocorre na epiglote e pavilhão auditivo.
( ) É formada por trabéculos.
( ) Constitui o primeiro esqueleto fetal.
Assinale a sequência correta.
a) V; I; IV; II; III
b) IV; II; III; I; V
c) V; III; II; I; IV
HAM, Arthur W. Histologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1977.
d) I; V; IV; II; III
e) V; IV; I; III; II a) nervoso.
b) epitelial.
08. (UEL) O osso, apesar da aparente dureza, é
considerado um tecido plástico, em vista da c) conjuntivo.
constante renovação de sua matriz. Utilizando- d) cartilaginoso.
se dessa propriedade, ortodontistas corrigem as e) muscular.
posições dos dentes, ortopedistas orientam as
consolidações de fraturas e fisioterapeutas cor- 10. (UFPR) Células e outras estruturas com funções
rigem defeitos ósseos decorrentes de posturas especializadas formam os diferentes tecidos do
inadequadas. A matriz dos ossos tem uma par- organismo. A esse respeito, numere a coluna da
te orgânica proteica constituída principalmente
direita com base nas informações da coluna da
por colágeno, e uma parte inorgânica constituí-
da por cristais de fosfato de cálcio, na forma de esquerda.
hidroxiapatita. I. Síntese de fibras colágenas ( ) Macrófagos
Com base no texto e nos seus conhecimentos II. Capacidade fagocitária ( ) Plaquetas
sobre tecido ósseo, é correto afirmar:
III. Produção de anticorpos ( ) Fibroblastos
a) A matriz óssea tem um caráter de plasti-
cidade em razão da presença de grande IV. Coagulação sanguínea ( ) Plasmócitos
quantidade de água associada aos cristais
V. Percepção de cores ( ) Células da glia
de hidroxiapatita.
b) A plasticidade do tecido ósseo é resultante VI. Sustentação dos neurônios ( ) Cones
da capacidade de reabsorção e de síntese
de nova matriz orgânica pelas células Assinale a alternativa que apresenta a sequên-
ósseas. cia correta da coluna da direita, de cima para
c) O tecido ósseo é considerado plástico em baixo.
decorrência da consistência gelatinosa a) I, IV, VI, II, III, V
da proteína colágeno que lhe confere alta b) II, IV, I, III, VI, V
compressibilidade.
c) III, II, I, IV, V, VI
d) A plasticidade do tecido ósseo, por decorrer da
substituição do colágeno, aumenta progressi- d) IV, II, III, V, VI, I
vamente ao longo da vida de um indivíduo. e) I, III, IV, II, V, VI
32
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

11. (Enem) A água é um dos componentes mais 13. (Unioeste) Escolha a(s) alternativa(s) correta(s)
importantes das células. A tabela a seguir com relação aos tecidos animais.
mostra como a quantidade de água varia em 01) O tecido adiposo, originado da mesoderme,
seres humanos, dependendo do tipo de célula. constitui uma reserva de material energético
Em média, a água corresponde a 70% da com- em processo de renovação.
posição química de um indivíduo normal. 02) O tecido conjuntivo, originado da mesoder-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
me, apresenta, entre outros tipos de células,
Quantidade fibroblastos e plasmócitos.
Tipo de célula de água 04) O tecido muscular liso, originado da endo-
Tecido nervoso – substância cinzenta 85% derme, possui contração controlada pelo
Tecido nervoso – substância branca 70% sistema nervoso central.
Medula óssea 75% 08) O tecido cartilaginoso, originado da meso-
Tecido conjuntivo 60% derme, possui células especiais chamadas
condrócitos.
Tecido adiposo 15%
16) O tecido epitelial de revestimento do tubo
Hemácias 65%
digestivo, originado da ectoderme, possui
Ossos (sem medula) 20% vascularização intensa.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 8. ed. Rio de Janeiro: 32) O tecido nervoso, originado da ectoderme,
Guanabara Koogan, 1985.
apresenta, entre outros tipos de células,
Durante uma biópsia, foi isolada uma amostra de astrócitos.
tecido para anáIise em um laboratório. Enquanto Soma (  )
intacta, essa amostra pesava 200 mg. Após se-
14. (UFRJ) Tal como acontece com os animais, os
cagem em estufa, quando se retirou toda a água
vegetais superiores também apresentam célu-
do tecido, a amostra passou a pesar 80 mg.
las com uma organização estrutural formando
Baseado na tabela, pode-se afirmar que essa é
tecidos. Existe uma certa analogia entre alguns
uma amostra de:
tecidos vegetais e determinados tecidos animais.
a) tecido nervoso – substância cinzenta. Esta analogia existe entre:
b) tecido nervoso – substância branca.
a) o esclerênquima encontrado nos vegetais e
c) hemácias.
tecido cartilaginoso dos animais.
d) tecido conjuntivo.
b) o tecido suberoso dos vegetais e o tecido
e) tecido adiposo. sanguíneo dos animais.
c) os vasos liberianos dos vegetais e o tecido
12. (Furg) Com relação aos tecidos de animais su-
ósseo dos animais.
periores, pode-se afirmar que:
d) os canais laticíferos dos vegetais e a epider-

Biologia
I. os linfócitos são produzidos na medula ós- me dos animais.
sea vermelha.
e) o colênquima dos vegetais e o tecido mus-
II. o músculo liso é formado por células fusifor- cular liso dos animais.
mes com núcleo central.
III. os oligodendrócitos produzem mielina no 15. (UFPel)
sistema nervoso central. Graças a uma mandíbula feita sob medida, um homem
IV. os osteoblastos produzem a parte orgânica de 56 anos de idade, que teve câncer na face, con-
da matriz óssea. seguiu fazer sua primeira refeição sólida, depois de 9
V. as glândulas endócrinas lançam sua secre- anos. Para isso, foi criado um molde na forma de “U”
ção para ductos. (Figura A), preenchido com hidroxiapatita, sangue e
Assinale a alternativa com a sequência correta. proteínas, que ajudaram a formar a estrutura óssea. O
protótipo foi colocado na musculatura das costas do
a) I, II e III estão corretas.
paciente (Figura B, setas) e, sete semanas depois, foi
b) II, III e IV estão corretas. retirado e implantado na face. Após quatro semanas
c) III, IV e V estão corretas. da cirurgia de implantação, o paciente comeu salsicha
d) I, IV e V estão corretas. e pão.
e) I, II e V estão corretas. Ciência Hoje, v. 35, n. 209, 2004. (Adaptado).
33
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

17. (UFRGS – 2013) Considere a figura abaixo, que re-


presenta uma vista lateral de um joelho humano.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO

Com base no texto e em seus conhecimentos,
assinale a alternativa incorreta.
a) As células do tecido no qual foi colocado o
molde para a formação da mandíbula são ri-
cas em filamentos contráteis, especializadas
em contração.
b) O procedimento descrito acima só foi pos- Assinale a alternativa que apresenta os tipos dos
sível pelo fato de o tecido ósseo ser um tipo tecidos conjuntivos que correspondem, respecti-
de tecido conjuntivo, assim como o tecido vamente, aos números 1, 2, 3 da figura.
muscular. a) Cartilaginoso – denso – frouxo
c) As células do tecido ósseo se localizam em b) Reticular – frouxo – cartilaginoso
espaços (lacunas) do material intercelular, c) Frouxo – reticular – frouxo
comunicando-se entre si pelos prolonga- d) Cartilaginoso – frouxo – denso
mentos citoplasmáticos. e) Frouxo – cartilaginoso – denso
d) Para preencher o molde, foi utilizado o san-
18. (Unicamp – 2012) A osteoporose, principal cau-
gue, que, assim como o tecido adiposo, é
sa de quedas entre idosos, é resultado da perda
exemplo de tecido conjuntivo especializado.
gradual da densidade da matriz óssea, que é
e) A maior parte dos minerais dos ossos se lo- remodelada por osteoblastos e osteoclastos.
caliza na matriz extracelular. Segundo os especialistas, a prevenção contra
a osteoporose deve começar na infância, com
16. (UEM – 2013) Sobre os elementos figurados do alimentação rica em cálcio e em vitamina D, ex-
sangue, assinale o que for correto. posição diária ao sol e exercícios físicos. Sobre
01) As hemácias são formadas na medula óssea os vários fatores envolvidos na formação do
vermelha, a partir dos eritroblastos – célu- osso, é correto afirmar que:
las originadas pela diferenciação de células a) a fixação do cálcio no tecido ósseo depende
troncomieloides. da presença de vitamina D, cuja síntese é di-
02) A histamina, liberada pelos basófilos, pro- minuída em indivíduos que têm o hábito de
voca aumento da permeabilidade dos tomar sol.
capilares sanguíneos, ajudando nos proces- b) o excesso de vitamina C pode levar à di-
sos inflamatórios. minuição da densidade óssea, pois essa
vitamina causa degradação das moléculas
04) As plaquetas apresentam a capacidade de
de colágeno.
atravessar a parede dos capilares para atin-
c) os osteoblastos e os osteoclastos são células
gir uma região infectada do organismo.
responsáveis, respectivamente, pela captura
08) Pessoas que moram em locais com baixa de cálcio e pela absorção de vitamina D.
altitude e se deslocam para regiões com ele- d) os osteoblastos e os osteoclastos são cé-
vadas altitudes passarão pelo processo de lulas responsáveis, respectivamente, pela
diminuição da quantidade de hemácias. produção e pela degradação de componen-
16) Quando ocorre lesão de um vaso sanguíneo, tes da matriz óssea.
em uma das etapas da coagulação, o
19. (UFPR – 2012) A vitamina C atua na reação de
fibrinogênio é convertido pela trombina em hidroxilação enzimática da prolina em hidroxipro-
fibrina, que se adere à parede do vaso e lina, aminoácidos essenciais para a formação do
retém os glóbulos sanguíneos. colágeno. A partir dessa informação, é possí-
Soma (  ) vel afirmar que a vitamina C está relacionada à
34
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

manutenção de qual tipo de tecido dos organis- Considerando isto:


mos multicelulares? a) apresente duas funções do tecido cartilagi-
a) Conjuntivo noso no organismo humano;
b) Epitelial
c) Sanguíneo
d) Nervoso

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
e) Adiposo

20. (UFF – 2012) O sistema imune apresenta um tipo


de célula que passa do vaso sanguíneo para o
tecido conjuntivo onde irá exercer sua função de b) justifique, do ponto de vista da constituição
defesa. A célula e a passagem são, respectiva- do tecido cartilaginoso, as dificuldades para
mente, identificadas como: controlar uma infecção em locais que conte-
a) basófilos e pinocitose. nham cartilagens.
b) macrófagos e fagocitose.
c) leucócitos e endocitose.
d) leucócitos e diapedese.
e) glóbulos brancos e endocitose.

21. (UFTM – 2012) A tabela mostra os resultados dos


exames de sangue de três estudantes da UFTM.
23. (Uespi – 2012) São funções desempenhadas
Conteúdo Valores de
sanguíneo referência
Carlos Sérgio Camila pelo tecido sanguíneo, exceto:
Glóbulos 3,9 – 5,6 milhões/
a) o transporte de gases.
4,2 3,5 5,0
vermelhos mm3 b) a excreção de metabólitos.
Leucócitos 3,8 – 11,0 mil/mm 3
12,0 5,8 6,7 c) a dissipação do calor.
Plaquetas 150 – 450 mil/mm 3
230 350 50 d) a coagulação sanguínea.
e) a nutrição celular.
Em relação aos resultados, responda:
a) Qual estudante pode apresentar quadros 24. (Enem – 2011) Um paciente deu entrada em
hemorrágicos e qual pode desenvolver uma
um pronto-socorro apresentando os seguin-
possível infecção, respectivamente?
tes sintomas: cansaço, dificuldade em respirar
e sangramento nasal. O médico solicitou um
hemograma ao paciente para definir um diag-
nóstico. Os resultados estão dispostos na tabela.

Biologia
Constituinte Número normal Paciente
Glóbulos vermelhos 4,8 milhões/mm 3
4 milhões/mm3
b) Qual deles pode estar anêmico? Explique
por que pessoas com anemia normalmente Glóbulos brancos (5 000 – 10 000)/mm3 9 000/mm3
apresentam um quadro de cansaço físico. Plaquetas (250 000 – 400 000)/mm3 200 000/m3
TORTORA, G. J. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre:
Artmed, 2000. (Adaptado).

Relacionando os sintomas apresentados pelo


paciente com os resultados de seu hemograma,
constata-se que:
a) o sangramento nasal é devido à baixa quan-
tidade de plaquetas, que são responsáveis
22. (UFRN – 2012) Para fazer um piercing é neces-
pela coagulação sanguínea.
sário saber quais são os principais cuidados
apontados por especialistas, dentre eles, o de b) o cansaço ocorreu em função da quantidade
optar por áreas sem cartilagens, pois pode haver de glóbulos brancos, que são responsáveis
o risco de infecções e formação de queloides. pela coagulação sanguínea.
35
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

c) a dificuldade respiratória ocorreu da baixa b) onde está localizada a medula óssea no or-
quantidade de glóbulos vermelhos, que são ganismo humano;
responsáveis pela defesa imunológica.
d) o sangramento nasal é decorrente da baixa
quantidade de glóbulos brancos, que são res-
ponsáveis pelo transporte de gases no sangue.
e) a dificuldade respiratória ocorreu pela quan-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
tidade de plaquetas, que são responsáveis
pelo transporte de oxigênio no sangue.
25. (UPE – 2011) Analise a figura de um corte histo-
lógico de um tipo especial de tecido conjuntivo e
as suas características descritas no texto.

c) três células produzidas pela medula óssea.

É um tipo de tecido conjuntivo de consistên-


cia rígida, que tem função de sustentação e de
revestimento de superfícies articulares. Suas
células, condrócitos e condroblastos são res-
ponsáveis pela formação das fibras colágenas e
da substância intercelular, denominada matriz.
27. (UFG – 2010) Analise a tabela a seguir, na qual é
Assinale a alternativa que indica corretamente o
tecido correspondente. apresentado o resultado de parte de um hemo-
grama de um indivíduo adulto do sexo masculino,
a) Tecido adiposo
com peso e altura compatíveis.
b) Tecido cartilaginoso
c) Tecido epitelial Elementos Valores Valores de
d) Tecido ósseo figurados encontrados referência
e) Tecido sanguíneo Hemácias 5,2 4,5 – 6,0 (M/mL)
26. (Udesc – 2010) Para montar um simulador de Hematócritos 50 40 – 52 (%)
modelos anatômicos é necessário conhecer a Hemoglobinas 16,5 13 – 18 (g/dL)
anatomia dos seres vivos. O organismo humano
é constituído de vários sistemas que desempe- Neutrófilos totais 59 51 – 65 (%)
nham funções importantes para a manutenção Linfócitos 31 20 – 35 (%)
da vida.
Eosinófilos 2 1 – 4 (%)
A respeito do sistema esquelético humano, cite:
Monócitos 7 2 – 14 (%)
a) duas funções do sistema esquelético;
Plaquetas 68 150 – 500 (giga/L)

O resultado apresentado indica que esse indiví-


duo tem uma predisposição à:
a) anemia.
b) infecção.
c) hemorragia.
d) siclemia.
e) talassemia.
36
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

Tecido muscular
Características gerais

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O tecido muscular apresenta quatro faculdades ligadas às suas fun-
ções: excitabilidade, capacidade de receber estímulos e responder a
eles; contratilidade, capacidade de encurtar-se; extensibilidade, capaci-
dade de distender-se (estender); e elasticidade, capacidade de retornar
à forma original após contrair-se ou distender-se.
Ele exerce quatro funções importantes no organismo: movimento
do corpo e locomoção; movimentos de substâncias dentro do corpo

Sebastian Kaulitzki/123RF
(sangue, alimentos, urina, gametas); sustentação do corpo e produção
de calor (as contrações musculares geram até 85% de todo o calor do
corpo). Constitui cerca de 40 a 50% do peso total do corpo.
Origem: tecido embrionário denominado mesoderma nesta ordem:
células mesenquimais mioblastos miotubos miofibrilas fibras
(células maduras).
O tecido muscular é constituído por células cilíndricas ou alongadas (fusiformes), deno-
minadas fibras musculares. No seu citoplasma encontramos grande número de filamentos
proteicos chamados miofibrilas, que são formadas pela associação de dois tipos de prote-
ínas: miosina (espessas) e actina (finas), as quais são responsáveis pela contratilidade da
fibra muscular.
Além dessas duas proteínas especiais, as fibras musculares possuem outra, chamada
mioglobina, que existe em maior ou menor quantidade no músculo, de acordo com a ativi-
dade deste. Essa proteína, quando em maior quantidade em determinado tipo muscular, é
responsável pela cor mais escura do músculo. A mioglobina é semelhante à hemoglobina
e serve como auxiliar no transporte de oxigênio às miofibrilas.
Os músculos são formados pela associação de centenas a milhares de fibras
musculares.
Componentes da célula muscular recebem nomes especiais:

Biologia
– Membrana plasmática sarcolema
– Citoplasma sarcoplasma
– Retículo endoplasmático retículo sarcoplasmático
– Mitocôndrias sarcossoma
Existem três tipos de tecido muscular e, consequentemente, de músculos:

Tecido muscular estriado esquelético  blueringmedia/123RF

As fibras musculares estriadas esqueléticas são células cilíndricas,


finas e que podem medir vários centímetros de compri­mento. Algumas
podem ser observadas a olho nu.
O número de mitocôndrias é muito grande, uma vez que necessita
gerar grande quantidade de energia (ATP) para poder se contrair.

37
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

As fibras musculares esqueléticas têm contração voluntária, isto é, podem contrair-se


ou relaxar dependendo da vontade (consciente). A sua contração é rápida e forte.

Músculos ligados ao esqueleto

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Características das fibras estriadas esquelé­ti­cas

Apresentam faixas transversais claras e escuras alternadas, o que lhes confere o


aspecto estria­do. As miofibrilas são polinucleadas com núcleos periféricos. Elas são
produzi­das unicamente durante a vida embrionária pela fusão de várias células, por
isso são sincícios. Depois que os músculos estão formados, elas nunca mais se divi-
dem, apenas aumentam de volume, fazendo que o tamanho do músculo fique maior.
Músculo esquelético

Epimísio

Perimísio
Endomísio
Sarcolema
Endomísio
Núcleo

Sarcoplasma

Músculo total Fascículo

Músculo liso Fibra

Miofibrila

Outra característica da fibra estriada é a ocorrência dos túbulos transversos (ou


túbulos T), invaginações do sarcolema em forma de tubos, abertos para o exterior, que
invadem o sarcoplasma, sendo encarregados de levar os impulsos (potencial de ação)
para o interior da fibra.
Grande número de fibras esqueléticas agrupam-se em feixes e, associadas ao tecido
conjuntivo, formam os músculos estriados esqueléticos. São assim chamados porque
unem-se aos ossos, como os músculos
Sarcolema
das pernas, dos braços, do tronco e da
Fibra face.
muscular Miofibrilas
Tanto as fibras como todo o músculo
Capilar Perimísio
são envolvidos por tecido conjuntivo,
Epimísio que contém os nervos e os vasos san-
Capilares
guíneos. Estes levam alimento e oxigênio
Endomísio para as células e retiram o gás carbônico
e as substâncias tóxicas resultantes do
catabolismo celular, assim como dis-
Epimísio
sipam o calor. A camada do tecido
conjuntivo que envolve todo o músculo
Fibras colágenas
é chamada epimísio, a que separa os
feixes de fibras dentro do músculo é o
perimísio e a que fica entre as fibras é o
endomísio.
38
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

Tecido muscular liso


As fibras musculares lisas são células fusiformes, alongadas e afiladas nas extre-
midades. São menores e mais finas que as fibras estriadas esqueléticas e visíveis
somente pelo microscópio. Possuem apenas um núcleo central e as miofibrilas
não pos­suem faixas transver­sais. As fibras lisas têm capacidade de sofrer divi-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
sões mitóticas. A contração é involuntária (independente da vontade) e lenta, e
são comandadas pelo sistema nervoso autônomo. As fibras lisas não possuem
túbulos T.
Os músculos lisos são constituídos por feixes que contêm poucas centenas
de fibras musculares e são encontrados nas paredes dos órgãos do tubo digestivo
(esôfago, estômago e intestino), das vias respiratórias, das vias geniturinárias, dos vasos
sanguíneos, dos condutos das glându­las exócrinas e do útero.

Tecido muscular estriado Discos intercalares


Núcleos

cardíaco Fibra muscular


As fibras estriadas cardíacas são células ramifi-
cadas e menores que as lisas e possuem geralmente
um só núcleo central. As miofibrilas possuem faixas
transversais. Não possuem capacidade de divisão. Corte Capilar
As fibras cardíacas possuem formações chamadas longitudinal de
musculatura
discos intercalares, que correspondem a junções cardíaca Disco intercalar
entre as mem­bra­nas de células contíguas, o que não Mitocôndrias
é observado nos outros dois tipos de fibras. A contra-
ção é involuntária (controlada pelo sistema nervoso
autônomo) e moderadamente forte e rápida. Também
possuem túbulos T, como as esqueléticas. O miocár-
dio ou coração é o único músculo do corpo formado
por esse tipo de tecido muscular. Retículo
sarcoplásmatico

Musculatura cardíaca

Quadro comparativo entre os três tipos de fibras musculares


Características Lisas Estriadas Cardíacas

Biologia
Fibras
(células)

Cilíndricas ramificadas
Forma Fusiformes Longas e cilíndricas
anastomosadas
Tamanho (comprimento) 20 µm a 50 µm Vários centímetros 100 µm
Estrias transversais Não há Há Há
Núcleo Um central Muitos, periféricos (sincício) Um central
Discos intercalares Não há Não há Há
Mitose Há Não há Não há
Contração Involuntária, lenta e fraca Voluntária, rápida e forte Involuntária, moderada e forte
Túbulos T Ausentes Presentes Presentes
Parede dos sistemas digestório,
Formam pacotes bem definidos, Formam as paredes do coração
Localização geniturinário, respiratório e dos
os músculos esqueléticos (miocárdio)
vasos sanguíneos
39
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

SAIBA MAIS

O infarte do miocárdio ocorre devido à perda do fornecimento de sangue para o músculo cardíaco (miocár-
dio), geralmente provocado por entupimento das artérias coronárias (que irrigam o próprio coração). O resultado
clínico depende da região afetada, da extensão e da duração da interrupção do fluxo sanguíneo.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Ultraestrutura da miofibrila estriada
As miofibrilas encontradas no interior das fibras estria-
das são formadas por dois tipos principais de filamen­tos de
proteínas: os espessos, que são de miosina, e os finos, que
são de actina. A dispo­sição dos dois tipos de filamentos
determina o aspecto estriado que a miofibrila apresenta.
Ao microscópio ótico, as miofibrilas parecem formadas
por uma sucessão periódica de faixas claras e escuras.
Essas faixas colocam-se em um mesmo nível por conjunto
em uma mesma fibra, dando à célula aspecto estriado
característico. Em luz polarizada, as faixas escuras são
altamente birrefringentes, por isso são chamadas anisotró-
picas ou faixas A. As faixas claras, pouco birrefringentes,
são denominadas isotrópicas ou faixas I. A faixa A apre-
senta uma região mais clara no meio, a linha H. Por sua vez,
a faixa I tem uma linha escura no meio, que recebe o nome
de linha Z. A porção da miofibrila compreendida entre duas
linhas Z é o sarcômero. A miofibrila pode ser considerada uma sucessão de sarcômeros
idênticos. Os sarcômeros são as unidades de contratilidade das miofibrilas e, conse-
quentemente, das fibras musculares.

Mecanismo de contração das fibras estriadas


Teoria dos filamentos deslizantes de Huxley
Durante a contração, os filamentos finos de actina deslizam entre
os filamentos de miosina e vão para o interior da faixa A. A faixa I
torna-se mais estreita, e a faixa H desaparece. Ocorre, portanto, um
encurtamento do sarcô­mero.
Durante o relaxamento, os movimentos possuem sentido inverso.
Na contração, há gasto de ATP e os íons Ca++ têm papel importante
nesse mecanismo.
Uma teoria simplificada admite que, ao receber um estímulo ner-
voso, a fibra muscular mostra, em sequência, estes eventos:
1. Os túbulos T transmitem a excitação para o interior da fibra,
implicando que o retículo sarcoplasmático libere íons Ca++ para o
Figura que ilustra o mecanismo de contração de uma citoplasma.
miofibrila estriada. A - sarcômero relaxado;
B - sarcômero contraído. Note a diferença no
2. Em presença desses íons, a miosina desdobra o ATP, liberando a
comprimento do sarcômero nas duas figuras. À medida energia de um radical fosfato.
que o músculo se contrai, os filamentos de actina
deslizam entre os de miosina. MIOSINA
ATP ADP + P + Energia
Ca++
3. A energia liberada provoca o deslizamento da actina entre os filamentos da miosina,
caracterizando o encurta­mento das miofibrilas.

40
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

Resumo contração muscular

Estímulo
Membrana
plasmática
Sistema T
Liberação de Citoplasma

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Ca++ Retículo
endoplasmático

Miofibrila
Ca ++
Atividade
ATPásica da Miosina Deslizamento
da actina Concentração
miosina
+
ATP ADP + Pi

A química da contração

Tipos de fibras musculares esqueléticas


Dos pontos de vista energético, fisiológico, morfológico e histoquímico, existem três
tipos de fibras cuja diferenciação é dependente de sua inervação.
1. Fibras escuras = vermelhas = aeróbicas
– Contrações lentas e contínuas
– Energia: fosforilação oxidativa de ácidos graxos
– Muitas mitocôndrias, mioglobina e suprimento sanguíneo
Exemplo: corredores de maratona.
2. Fibras claras = brancas = anaeróbicas
– Contrações rápidas e descontínuas
– Energia: glicólise anaeróbica
– Glicogênio e enzimas glicolíticas
– Mitocôndrias, mioglobina e suprimento sanguíneo
Exemplo: corredores de velocidade, 100 metros.
3. Fibras intermediárias: entre os dois tipos.

ATIVIDADES

Biologia
01. (UFRGS) Observe a ilustração a seguir.

Assinale a alternativa correta a respeito desta


ilustração.
a) O conjunto ilustra uma sinapse neuro-
muscular.
Neurônio b) O número 1 indica vesículas de fagocitose.
pré-sináptico
c) O número 2 representa os neurotransmisso-
1 res na fenda sináptica.
d) O número 3 identifica os canais que permi-
4 2
tem a passagem de íons cloro.
3 e) O espaço indicado pela seta de número 4
Célula nervosa
denomina-se nó neurofibroso.

41
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

02. (FGV-SP – 2010) O gráfico compara a velocidade para promover a reabsorção de sódio e a
de crescimento, em centímetros ao ano, de me- excreção de potássio.
ninos e meninas dos 7 aos 18 anos de idade. ( ) Em um atleta da natação, por exemplo, a
quebra do glicogênio para o fornecimento
10 de açúcar ao sangue é dependente da li-
Meninas beração de glucagon pelo pâncreas.
Velocidade crescimento (cm/ano)

8 Meninos ( ) A ingestão de hormônios esteroides de-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
rivados da testosterona é proibida nos
6 jogos olímpicos. Tal prática pode influen-
ciar, nas mulheres, o desenvolvimento de
4 características sexuais masculinas.

2 04. (UFPR – 2010) Há aproximadamente 90 anos, o


farmacologista alemão Otto Loewi realizou expe-
0 rimentos que o credenciaram a receber o Prêmio
7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Nobel de Medicina em 1936. Em um dos expe-
Idade (anos) rimentos, ele retirou os corações de dois sapos,
deixando-os em solução fisiológica em recipien-
Analisando o gráfico, pode-se concluir que: tes separados. Em um dos corações, um nervo
a) meninos e meninas têm velocidade de cres- do sistema nervoso autônomo foi preservado.
cimento semelhante após os 10 anos de Loewi estimulou eletricamente o nervo e obser-
idade. vou a redução da frequência cardíaca. Depois,
b) meninos, em menor espaço de tempo, apre- ele injetou a solução do coração estimulado no
sentam velocidade de crescimento maior outro coração e observou o mesmo efeito, ou
que a das meninas. seja, o outro coração também apresentou uma
redução da frequência de seus batimentos.
c) as meninas atingem sua maior estatura aos
12 anos de idade e os meninos aos 14 anos a) A qual divisão do sistema nervoso autônomo
de idade. pertence o nervo preservado?
d) tanto meninos quanto meninas começam a
produzir o hormônio do crescimento a partir
dos 8 anos de idade, mas essa produção ces-
sa mais cedo nas meninas que nos meninos.
e) meninos interrompem o crescimento aos 18
anos de idade e meninas o fazem a partir
dos 15 anos de idade.

03. (UFPE – Adaptada) Após a escolha do Rio de


Janeiro para sediar as Olimpíadas em 2016,
alguns atletas brasileiros afirmaram já esta-
rem se preparando para este grande evento.
Considerando a regulação integrada dos vários b) Explique por que a solução do coração es-
sistemas do corpo humano durante o exercício timulado provocou o mesmo efeito no outro
físico, marque (V) para as verdadeiras ou (F) coração.
para as falsas.
( ) O estresse dos atletas, antes das com-
petições, é controlado com uma grande
descarga de dopamina pela medula su-
prarrenal, que suprime a atividade do
sistema nervoso central.
( ) A descarga de adrenalina pela hipófise,
no organismo de um atleta do salto em
distância, provoca aumento do fluxo san-
guíneo, do coração para os músculos das
pernas, antes da competição.
( ) No desafio da maratona, o tremendo des-
gaste físico e a desidratação fazem o córtex
suprarrenal liberar mineralocorticoides
42
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

c) O que aconteceria se a solução do coração a) Diminuem os filamentos de actina e miosina.


estimulado fosse injetada em uma fibra mus- b) Diminuem os filamentos de miosina.
cular esquelética? c) Diminuem e se espessam os filamentos de
miosina.
d) Os filamentos de actina deslizam entre os de
miosina.
e) A linha z torna-se mais espessa, englobando

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
os filamentos de actina.

07. (UFC) Assinale, na tabela a seguir, a alternativa


que indica corretamente os tipos de músculos,
nervos e sinapse envolvidos na contração de um
músculo esquelético de um mamífero.

05. (Udesc) A contração muscular é realizada por Músculo Nervo Sinapse


células que se diferenciaram durante o desen-
a) Estriado Motor Neuromuscular
volvimento embrionário, e que se encontram
altamente inervadas. b) Liso Sensorial Interneural
a) Desenhe o sarcômero da fibra muscular estriada c) Estriado Motor Interneural
esquelética contendo as proteínas responsá- d) Liso Motor Neuromuscular
veis pela contração muscular e identifique-as.
e) Estriado Sensorial Neuromuscular

08. (PUC-Campinas) As várias partes do corpo di-


vergem quanto às necessidades dos tipos de
músculos que utilizam. Por exemplo, o tipo
de músculo requisitado por um jogador de tênis
para correr e bater na bola com força e precisão
não é o mesmo tipo usado para movimentar a
comida ao longo do trato digestório, para que o
alimento possa ser digerido.
b) Explique o mecanismo da contração
Os dois tipos de músculos acima mencionados
muscular.
diferem em várias características, mas asseme-
lham-se por possuírem:
a) miofibrilas.
b) células mononucleadas.
c) estrias transversais.
d) fibras plurinucleadas.
e) sarcolema.

Biologia
09. (Uerj) A força de contração da fibra muscular es-
triada é definida pela tensão desenvolvida pelos
filamentos de miosina e actina do sarcômero e
sofre influência do grau de superposição desses
filamentos.

06. (UFRGS) Na fibra muscular esquelética, as mio- 100


B C

fibrilas são constituídas por filamentos de actina A


e miosina, na disposição apresentada no esque-
Tensão desenvolvida

ma. O que acontece quando ocorre a contração


(por cento)

muscular? 50
Sarcômero

O
D
Miosina Actina 0
0 1 2 3 4
Comprimento do sarcômero
(micrometros)

43
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

De acordo com o gráfico, podemos dizer que a O músculo testado está sob contração máxima
molécula de miosina apresenta uma interação no seguinte intervalo de tempo:
mais eficiente com a actina entre os seguintes a) T1 – T3.
segmentos:
b) T3 – T5.
a) O e A. c) B e C.
c) T6 – T8.
b) A e B. d) C e D.
d) T9 – T11.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
10. (UFPE – Adaptada) Considere as seguintes re-
12. (UnB – Adaptada) Os “canhoneiros”, como são
presentações de um músculo esquelético e as
chamados os chutadores mais potentes, cons-
faixas indicadas pelas letras.
tituem um pequeno e seleto grupo entre os
jogadores de futebol. A velocidade de contração
Fascículo muscular do sistema muscular dos “canhoneiros” é extre-
mamente alta. Eles já nasceram com músculos
super-rápidos, embora um bom programa de
Fibra muscular treinamento possa aumentar consideravelmente
a potência de um jogador de chute médio, bem
como de qualquer atleta.
Superinteressante, 1988.

Miofibrila
Considerando essas informações, marque ver-
dadeiro (V) ou falso (F) nos itens que seguem.
( ) A potência do chute depende da quanti-
dade de terminações nervosas em cada
grupo de células musculares.
Marque verdadeiro (V) ou falso (F) nas seguintes
afirmações. ( ) O mesmo tipo de célula muscular que pro-
( ) A faixa A, denominada de Banda A (ani- porciona o chute é encontrado também no
sotrópica), corresponde à justaposição de músculo cardíaco.
moléculas de actina e miosina. ( ) O volume das fibras musculares aumenta
( ) A faixa B corresponde ao sarcômero que com uma atividade muscular de esforço.
vai de uma linha Z a outra. ( ) Alguns músculos, quando se está dormin-
( ) A faixa C, denominada Banda I (isotrópica), do, mantêm-se em um estado de pequena
corresponde a uma região onde são en- contração
contradas apenas moléculas de miosina.
( ) A faixa C (Banda I) reduz seu tamanho na 13. (UEL) Considere os tipos de fibras musculares e
contração muscular. as ações a seguir.
( ) A zona H situa-se no centro da Banda A I. Cardíaca
(faixa A) e se reduz na contração muscular. II. Estriada
III. Lisa
11. (Uerj) Mediu-se a concentração do íon cálcio
A. Contração involuntária e lenta
no interior do retículo sarcoplasmático e no sar-
coplasma de células de músculo esquelético, B. Contração voluntária, em geral vigorosa
adequadamente preparado e submetido a pul- C. Contração involuntária e rápida
sos de estímulo contrátil. Parte dos resultados Assinale a alternativa que associa corretamente
obtidos está mostrada no gráfico a seguir. os tipos de fibras musculares com sua respectiva
ação.
a) IA, IIB, IIIC
Concentração de Ca—

b) IA, IIC, IIIB


c) IB, IIC, IIIA
d) IC, IIA, IIIB
e) IC, IIB, IIIA

14. (Uerj) Com o objetivo de demonstrar, em labora-


T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T18 T9 T10 T11
tório, a importância de certos fatores no processo
Sarcoplasma
Tempo de contração da célula muscular estriada, um
Retículo sarcoplasmático pesquisador colocou células musculares em
44
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

recipientes com solução fisiológica, à qual dife- 02) Quando se move contrai-se um tipo de
rentes fatores foram adicionados, conforme está músculo que se prende aos nossos ossos:
representado no esquema. músculo estriado esquelético – formado por
longas células cilíndricas e plurinucleadas.
04) O processo de contração muscular deve-se
ATP ATP ATP ao encurtamento de miofibrilas compostas
+ + + de dois tipos de açúcares: miosina e actina.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ácido cálcio sódio
lático O deslizamento dessas estruturas, umas so-
(1) (2) (3) bre as outras, libera energia suficiente para o
processo de contração.
08) O tecido muscular estriado cardíaco possui
ATP ATP células longas e mononucleadas, que se
+ +
glicose glicogênio contraem voluntariamente e de maneira len-
ta, fazendo com que o coração bata de uma
(4) (5) maneira constante e ritmada.
O número que indica o recipiente onde se obser- Soma (  )
vou a contração muscular é:
17. (UPE – 2013) Os músculos esqueléticos dos
a) 1.
vertebrados são compostos por dois tipos de fi-
b) 2. bras: I – as fibras lentas oxidativas ou vermelhas,
c) 3. e II – as fibras rápidas ou brancas. O tipo de ati-
d) 4. vidade física exercida por uma pessoa pode, até
e) 5. um certo grau, alterar a proporção dessas fibras
em seu corpo. De acordo com a modalidade
15. (UFSCar) Se um músculo da perna de uma rã esportiva e o tipo de treinamento, quais desses
for dissecado e mantido em uma solução isotô- atletas olímpicos apresentam maior número de
nica em recipiente hermeticamente fechado, o fibras lentas?
músculo é capaz de se contrair algumas vezes I. Corredor de 100 m
quando estimulado, mas logo deixa de respon- II. Maratonista (percorre 42 km)
der aos estímulos. No entanto, se a solução for III. Nadador de 1 500 m
arejada, o músculo readquire a capacidade de se IV. Levantador de peso
contrair quando estimulado. A explicação para o V. Atleta de salto
fenômeno é que o ar fornece o gás: a) I e II
a) nitrogênio, necessário à transmissão do impul- b) I e III
so nervoso ao músculo. c) II e III
b) nitrogênio, necessário à síntese dos aminoá- d) III e IV
cidos componentes da miosina. e) IV e V
c) oxigênio, necessário à oxidação da miosina
18. (Udesc – 2013) Analise as proposições abaixo

Biologia
e da actina que se unem na contração.
em relação ao tecido muscular.
d) oxigênio, necessário à respiração celular da
I. Nos três tipos de tecidos musculares, ou
qual provém a energia para a contração.
seja, tecido muscular estriado cardíaco, te-
e) carbônico, necessário à oxidação do ácido cido muscular estriado esquelético e tecido
lático acumulado nas fibras musculares. muscular liso, a contração muscular ocorre
por meio do deslizamento dos filamentos de
16. (UEPG – 2012) Por ocasião das Olimpíadas
actina em relação ao de miosina, diminuindo
sempre vem à tona a importância da prática assim a distância entre as duas linhas Z (o
de exercícios físicos. Assim, assinale o que for espaço entre as duas linhas Z é chamado de
correto com relação aos tecidos musculares e sarcômero, que é a unidade de contração
processos de contração muscular. das células musculares).
01) As células musculares são chamadas de II. O tecido muscular estriado cardíaco é
fibras musculares (ou miócitos) e seus constituído por células longas com estrias
constituintes recebem denominações espe- transversais, e sua contração é involuntária.
ciais. O seu citoplasma recebe o nome de III. O tecido muscular estriado esquelético é
sarcoplasma, o retículo endoplasmático é constituído por células mononucleadas com
chamado de retículo sarcoplasmático e a estrias longitudinais, e sua contração é lenta
membrana plasmática é o sarcolema. e involuntária.
45
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

IV. O tecido muscular liso é constituído por célu- 08) Os músculos de cor avermelhada têm essa
las mononucleadas, sem estrias transversais, coloração devido à presença da fibroxantina,
e sua contração é involuntária. uma proteína sintetizada pelo perimísio.
Assinale a alternativa correta. 16) Os vasos sanguíneos nutrem e oxigenam as
a) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. fibras e removem dos espaços entre elas o
gás carbônico e as excreções geradas no
b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
metabolismo celular.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
c) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
Soma (  )
d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. 21. (EEWB – 2011) Tecidos biológicos são unidades
cooperativas de células similares que desem-
19. (UFU – 2012) A exposição “O Fantástico Corpo penham uma função específica. Considere as
Humano”, atualmente em cartaz em São Paulo, afirmações a seguir sobre diferentes tipos de
mostra corpos humanos inteiros e peças preser- tecido.
vadas em silicone. O visitante dessa exposição
I. O tecido cartilaginoso é muito vascularizado.
poderá notar diversos feixes de fibras muscula-
res e tendões em corpos mostrados em posições II. O tecido sanguíneo é formado por células e
cotidianas, como alguém lendo um livro, chutan- plasma.
do uma bola, comendo. III. O tecido epitelial cobre a superfície do corpo
e dos órgãos internos.
Em relação ao músculo esquelético, é correto
IV. O músculo esquelético é composto por fi-
afirmar que:
bras musculares lisas e estriadas.
a) nas extremidades do músculo esquelético, for-
V. O tecido nervoso se origina da ectoderma.
mam-se bainhas de tecido conjuntivo frouxo,
os tendões, que prendem o músculo ao osso. Está correto o que é afirmado somente em:
b) o músculo esquelético propicia a locomo- a) I, II e III.
ção, juntamente com os tendões e os ossos, b) II, III e V.
devido à diminuição do comprimento dos c) I, IV e V.
sarcômeros das miofibrilas. No processo de d) I, III e IV.
contração muscular, os filamentos espessos
de actina se sobrepõem aos filamentos del- 22. (Ufsc – 2010) Para o alto e avante!
gados de miosina. Mecanismo único permite que um inseto salte mais de
c) a contração do músculo esquelético é de- cem vezes sua própria altura
pendente de íons de sódio, armazenados no Um inseto de apenas seis milímetros de comprimen-
retículo endoplasmático, que favorecem liga- to é capaz de pular proporcionalmente mais alto que
ção da actina com a miosina. qualquer outro animal na natureza. O salto da cigarra
da espuma (Philaenus spumarius) pode chegar a
d) o músculo esquelético é formado por teci- 70 centímetros – mais de 100 vezes sua própria altu-
do muscular estriado esquelético e tecido ra. Isso seria o equivalente a um homem que saltasse
conjuntivo rico em fibras colágenas, o qual uma altura de 200 metros, ou um prédio de cerca de
envolve o músculo como um todo e mantém 70 andares. A execução dos enormes saltos da cigarra
os feixes de fibras musculares, nervos e va- da espuma requer uma grande quantidade de energia,
sos sanguíneos unidos. que não pode ser obtida pela contração direta dos
músculos em um curto espaço de tempo. A força mus-
20. (UEM – 2011) No que se refere à estrutura da cular do inseto é gerada lentamente antes do pulo e
fibra muscular estriada esquelética, assinale o é estocada. Assim que os músculos da cigarra geram
que for correto. força suficiente para o salto, ela “solta” suas pernas,
que disparam como um gatilho e a projetam no ar.
01) As fibras musculares estriadas esqueléti-
Disponível em: <http://www.cienciahoje.uol.com.br/3819>.
cas se formam durante o desenvolvimento Acesso em: 15 set. 2009. (Adaptado).
embrionário a partir de células precursoras
denominadas mioblastos. Sobre o assunto do texto, assinale a(s) propo-
02) Uma fibra muscular estriada esquelética sição(ões) correta(s).
apresenta um padrão bem definido de faixas 01) A energia necessária para o movimento des-
(ou estrias) transversais claras e escuras al- crito é gerada pela musculatura do tipo lisa,
ternadas, decorrente do arranjo peculiar das já que o movimento é lento e contínuo.
proteínas actina e miosina nas miofibrilas. 02) A fonte primária de energia dos músculos
04) Cada fibra muscular estriada esquelética é provém da molécula de adenosina trifosfato
revestida por um envoltório, o sincício. (ATP), presente nas células.
46
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

04) A cigarra mencionada no texto (Philaenus 25. (UEPG – 2010) Os tecidos animais têm uma
spumarius) é um artrópode, pertencente ao relação forma-função marcante, pois as suas
grupo dos aracnídeos. principais características revelam a adaptação
08) Os mecanismos de produção de energia na para a execução de suas principais funções.
célula envolvem a participação direta de or- Eles são classificados em epitelial, conjuntivo,
ganelas celulares, como os lisossomos. muscular e nervoso. Sobre esses tecidos, assi-
16) O exemplo de movimento citado no texto nale o que for correto.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
(salto) é incomum e pode parecer desneces- 01) O tecido epitelial tem células justapostas de
sário entre os insetos, já que todos possuem várias formas, unidas por uma fina camada
asas e podem voar. de substância cimentante. Eles recobrem
32) Em geral uma contração muscular é resul- todo o corpo dos animais.
tado da interação entre filamentos contráteis 02) O tecido muscular é composto de apenas
que deslizam em direções contrárias. um tipo de célula, de forma alongada, a fibra
Soma (  ) muscular. As fibras musculares são células
muito especializadas, com a propriedade
23. (UFPB – 2010) O tecido muscular caracteriza-se de contração. Na fibra muscular há uma fina
por apresentar diversidade morfológica e células membrana plasmática, denominada sar-
especializadas e responsáveis pelos movimen- colema e relativamente pouco citoplasma,
tos. Sobre a estrutura dos tecidos musculares e denominado sarcoplasma, onde se distri-
suas características, é correto afirmar: buem um retículo endoplasmático muito
a) Os sarcômeros são constituídos unicamente desenvolvido, muitas mitocôndrias, siste-
por filamentos proteicos de miosina. ma golgiense, ribossomos e inclusões de
b) A contração, nas células musculares, é cau- glicogênio.
sada pela ausência de ATP e íons cálcio, 04) O tecido conjuntivo é de estrutura com-
livres no citosol. plexa, sendo formado por vários tipos de
c) Os filamentos de actina deslizam entre os de células e fibras, em diferentes proporções,
miosina durante a contração muscular. mergulhadas numa substância intercelular
d) As fibras musculares brancas, nos músculos de consistência gelatinosa. As fibras são
esqueléticos, são ricas em mioglobina e pos- organizadas de forma homogênea e são de
suem grande quantidade de mitocôndrias. composição mineral (cálcio e fósforo).
e) As fibras musculares esqueléticas de um in- 08) O tecido nervoso garante a homeostase do
divíduo que passa muito tempo em repouso organismo, isto é, a propriedade de manter
apresentam altas concentrações de ácido o meio interno constante, mesmo com va-
lático. riações ambientais, visto que por intermédio
de conexões celulares diretas, envia pronta-
24. (Ufla – 2009) Assinale a alternativa que carac- mente impulsos de natureza elétrica a todos
teriza corretamente a fibra muscular estriada os órgãos, para uma regulação imediata.
esquelética. 16) O tecido nervoso é formado por células
a) Multinucleada, núcleos centralizados, con-

Biologia
altamente especializadas, os neurônios, res-
tração involuntária ponsáveis pelos mecanismos de regulação
b) Mononucleada, núcleo periférico, contração interna e coordenação. Os neurônios são
involuntária alongados, com um corpo celular e mui-
c) Mononucleada, núcleo centralizado, contra- tas ramificações. A ramificação principal
ção voluntária denomina-se axônio e as mais curtas e nu-
d) Multinucleada, núcleos periféricos, contra- merosas denominam-se dendritos.
ção voluntária Soma (  )

ANOTAÇÕES

47
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

Tecido nervoso
O tecido nervoso, da mesma forma que o tecido epitelial, origina-se embriologicamente
da ectoderme e também é constituído por arranjos compactos entre as células, com

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
poucos espaços ou substância intercelular e frequentes junções celulares entre elas.
Existem dois grupos de células no tecido nervoso: os neurônios, que apresentam mais
desenvolvidas as propriedades de excitabilidade (capacidade de reagir aos estímulos) e con-
dutibilidade (transmitir as informações por meio de ondas de excitações chamadas impulsos
nervosos); e a neuróglia ou célula da glia (do grego neuro = nervo; glia = cola), encarrega-
das da sustentação, da nutrição e da proteção dos neurônios.
Os neurônios possuem corpo celular, dendritos (ramificações curtas ao redor do
corpo celular), que recebem estímulos, e axô-
nio (prolongamento único, fino e longo), que
envia impulsos a outros neurônios ou a um
Dendritos
músculo ou a uma glândula.
Núcleo
A neuróglia (astrócitos, oligodendrócitos,
Sinapse
micróglia, células de Schwann, células satéli-
Bainha de mielina Corpo Nucléolo
tes e células ependimárias) possui geralmente Axônio celular

grande número de ramificações (não são cha-


Célula de
mados dendritos), não possui axônio e não Schwan Nódulo de
Axônio

conduz impulsos nervosos. Ranvier

Esclerose múltipla
Esclerose múltipla é uma doença que provoca a desmielinização de áreas isoladas dos nervos dos
olhos, do cérebro e da medula espinhal. Os sinais e os sintomas neurológicos da esclerose múltipla são
muitos, observe.

Sintomas sensoriais (alterações da sensibilidade) Sintomas motores (alterações da função muscular)

Fraqueza, atitude desajeitada, dificuldade de marcha ou de


Dormência, formigamento, outras sensações anormais
manutenção do equilíbrio, tremor, visão dupla, problemas de
(disestesias), distúrbios visuais, impotência sexual nos
controle intestinal ou da bexiga, constipação, rigidez, instabilidade,
homens, tontura ou vertigem
cansaço anormal

Como a doença frequentemente piora lentamente no decorrer do tempo, Fibra nervosa e sua bainha de mielina

os indivíduos afetados apresentam períodos de saúde relativamente boa Fibra nervosa (axônio) Bainha de mielina

(remissões) alternados com períodos de fraqueza (exacerbações).


O que causa a esclerose múltipla? A causa é desconhecida, mas
suspeita-se que um vírus ou algum antígeno desconhecido sejam os res-
ponsáveis que desencadeiam, de alguma maneira, um processo autoimune, Bainha de mielina normal

geralmente no início da vida. Em seguida, o corpo, por alguma razão, produz


anticorpos contra sua própria mielina. Os anticorpos produzem inflamação e Bainha de mielina lesada

lesam a bainha de mielina. A hereditariedade parece ter também um papel


importante na esclerose múltipla.

48
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

Neurônios
Os neurônios são as unidades morfológicas (estruturais) e fisiológicas
(funcionais) do tecido nervoso. São células alongadas, com um corpo
celular (pericário) e muitas ramificações. Normalmente o neurônio tem
uma ramificação principal, longa, o axônio, que pode atingir vários centí-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
metros de comprimento e numerosas ramificações geralmente curtas, os
dendritos.
Os corpos celulares são encontrados na substância cinzenta do
encéfalo e da medula nervosa (espinal), nos gânglios nervosos e nos
órgãos sensoriais.
Apesar de diversos avanços científicos e do surgimento de novas
possibilidades futuras, as lesões do corpo celular ou pericário ainda são
irreversíveis e deixam o local permanentemente afetado. Os neurônios são Componentes de um neurônio

células altamente especializadas; a partir dos seis meses de


vida, os neurônios não mais se dividem, para substituir outros
que venham a morrer naturalmente ou por algum acidente. Ao
contrário, a neuróglia se multiplica durante toda a vida.
No corpo celular do neurônio há um núcleo esférico, além
dos outros organoides celulares comuns a outras células.
Salienta-se a presença de um retículo endoplasmático rugoso
bem desenvolvido (substância de Nissl).
Os dendritos são prolongamentos bastante ramificados,
arborizados (do grego dendron = árvore), que conduzem
impulsos para o corpo celular.
O axônio é um fino filamento que pode ter mais de um metro
de comprimento, terminando em ramificações, os telodendros.
Conduz impulsos do corpo celular para os órgãos e músculos
ou estabelece comunicações com outros neurônios por meio Os vários tipos de neurônios

das sinapses.
Os axônios dos neurônios do SNP podem apresentar um
envoltório, ao longo de sua extensão, formado pelas células

Biologia
de Schwann, que se enrolam em espiral ao redor do axônio e
secretam uma substância de natureza lipídica chamada mie-
lina. A mielina se deposita em torno do axônio formando uma
bainha envolvente, a bainha de mielina. Esta desempenha
papel protetor e funciona como isolante elétrico.
Cada célula de Schwann envolve apenas uma parte do
axônio, constituindo um segmento mais espesso, em que
se nota a mielina. A camada de citoplasma externo com o
núcleo da célula de Schwann, que cobre a bainha de mie-
lina, forma o neurolema ou bainha de Schawnn. Ao longo do
axônio, existem várias constrições entre os segmentos: são Formação da bainha de mielina
os estrangulamentos de Ranvier (nódulos de Ranvier). Como
veremos adiante, nas fibras (axônios) mielínicas a velocidade
do impulso nervoso é maior (mais de 100 metros por segundo). Há também fibras
“amielínicas”, assim chamadas porque não possuem bainha de mielina. Nelas, a con-
dução do impulso nervoso é mais lenta.
49
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

Tipos de neurônios substâncias entre eles e servindo de


sustentação;
Em termos funcionais, podemos dis-
– as micróglias (do grego mikros =
tinguir vários tipos de neurônios.
pequeno), muito pequenas, com
Neurônios sensitivos ou aferentes corpo celular alongado e ramificações
curtas, originam-se a partir da meso-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Levam as mensagens nervosas da
pele ou de outro órgão sensorial, que derme e invadem tanto a substância
recebe uma informação sensorial aos cen- cinzenta como a branca, onde reali-
tros nervosos, à medula e ao encéfalo. zam a função de defesa, fagocitando e
destruindo micro-organismos e restos
Neurônios motores ou eferentes
de células do SNC;
Transportam as respostas dos centros
nervosos, da medula e do encéfalo, con- – os oligodendrócitos (do grego oligo
duzindo-as aos órgãos que podem efetuar = pouco; dendro = árvore), com
resposta, como os músculos e as glândulas. poucos e curtos prolongamentos, pro-
duzem a bainha de mielina ao redor
Interneurônios ou de associação dos axônios dos neurônios na subs-
São neurônios pequenos que se tância branca do SNC;
encontram inteiramente dentro dos cen- – as células ependimárias (do grego
tros nervosos, recebem as mensagens ependyma = revestimento superior) for-
nervosas dos neurônios sensitivos e se mam um epitélio, com uma só camada
comunicam entre si ou com neurônios de células ciliadas, que reveste os ven-
motores. A função desses neurônios é
trículos cerebrais e o canal central da
interligar a parte sensitiva à parte motora.
medula espinal, produzindo o líquido
Observe. cerebroespinal neles existentes, e auxi-
Axônio do neurônio sensorial
liam na sua circulação.

No sistema nervoso periférico (SNP)


Neurônio motor encontramos:
Dentrito do Neurônio de
neurônio sensorial associação – as células de Schwann ou neurole-
Terminações sensoriais
na pele mócitos, como já vimos, enrolam-se
em espiral em torno do axônio (até 100
Neuróglia camadas), formando a bainha de mie-
lina, e a camada de citoplasma externa
Neuróglia ou glia é o termo usado com o núcleo da célula de Schwann,
para designar as células de sustentação
que cobre a bainha de mielina, formam
do tecido nervoso e que não conduzem
o neurolema ou bainha de Schwann e
o impulso nervoso. Existem vários tipos e,
também auxiliam na regeneração do
como já vimos, existem bilhões delas.
axônio quando este é lesado;
No sistema nervoso central (SNC)
encontramos: – as células satélites, pequenas e
achatadas, dispõem-se ao redor
– os astrócitos (do grego astro =
dos corpos celulares dos neurônios
estrela; kytos = célula), com forma
estrelada devido ao grande número de nos gânglios, exercendo a função de
ramificações (processos citoplasmáti- sustentação.
cos), encontrados tanto na substância
cinzenta (em que são chamados pro-
toplasmáticos) como na substância
branca (em que são chamados fibro-
sos), estão conectados aos neurônios
e aos vasos sanguíneos, transportando Oligodendrócitos Astrócito Micróglia
50
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

Origem e propagação do
impulso nervoso
Quando um neurônio não está condu-
zindo um impulso nervoso (neurônio em

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
“repouso”), existe um potencial de repouso
através da membrana. O valor do potencial
de repouso é de aproximadamente –80 mV
(milivolts), isto é, a face interna é carregada
negativamente em relação à face externa. Gráfico que ilustra a variação do potencial da membrana provocada
pelo influxo (entrada) do Na+ e efluxo (saída) do K+.

Células de
Nódulos de
Schwann
Ranvier

Axônio

Região
despolarizada

Potencial de ação

A existência do potencial de repouso


deve-se principalmente à diferença de
concentração de ânions (íons negativos),
que é maior no lado interno em compara- O potencial de ação que se estabelece
na área da membrana estimulada perturba
ção com o externo.
a área vizinha, levando à sua despolariza-
Quando um estímulo apropriado
ção seguida da repolarização. A onda de
atinge o neurônio, há a abertura de canais
despolarização e repolarização (potencial
de sódio existentes na membrana, deter- de ação) que percorre um neurônio carac-
minando a entrada de íons de sódio (Na+) teriza o impulso nervoso. É semelhante a
para o meio intracelular. O influxo de derrubar uma fileira de peças de dominó.

Biologia
cargas positivas faz que o potencial da A fibra nervosa só responde a um
membrana, que era de –80 mV (potencial estímulo quando este ultrapassa uma
de repouso), passe a aproximadamente intensidade mínima, denominada limiar de
+40 mV, caracterizando a despolarização. excitação. Atingido esse limiar, a resposta
Essa inversão abrupta do potencial será sempre igual, mesmo que o estímulo
elétrico (despolarização), cuja amplitude se torne cada vez mais forte. A intensidade
é da ordem de aproximadamente 120 do impulso ao longo da fibra é, portanto,
sempre constante. O que pode variar é a
mV (de –80 mV a +40 mV), denomina-se
velocidade do impulso. A resposta do neu-
potencial de ação.
rônio se faz de acordo com a “lei do tudo
Após alguns milissegundos, no ponto ou nada”, isto é, ou existe impulso ou não
originalmente estimulado, ocorre a repo- existe.
larização, onde há saída de íons potássio
Nas fibras nervosas mielínicas, as
(K+), tornando novamente a face interna da alterações da polarida­de da membrana
membrana negativa em comparação com ocorrem somente nos nódulos de Ranvier.
a face externa, restabelecendo o potencial Nos internódulos, a mielina funciona como
de repouso. um isolante, impedindo a formação dos
51
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

circuitos locais. Dessa maneira, o impulso neurônios estabe­lecem conexões funcio-


nervoso salta de um nódulo para outro nais com outros neurônios e com efetores
por causa do campo elétrico gerado pela (por exemplo, músculos e glândulas). Não
inversão da polaridade em cada nódulo. existem, portanto, conexões anatômicas,
Esse tipo de condução chama-se saltató- somente fisiológicas. Os neurônios não se
ria, sendo por isso muito mais rápida. comunicam morfologicamente; há, entre

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
eles, espaços de descontinuidade, cha-
Sentido da propagação mados de sinapses nervosas.
do impulso nervoso Entre dois neurônios, a sinapse
ocorre conectando o axônio de um
O impulso nervoso propaga-se sempre
com os dendritos ou corpo celular do
no mesmo sentido. É recebido pelos den-
outro. A porção em que termina o axô-
dritos, segue para o corpo celular e, deste,
nio ramifica-se em pequenas fibrilas que
para o axônio, até chegar ao seu destino.
terminam em dilatações – os botões
terminais. Em microscopia eletrônica,
Ao próximo
Direção do neurônio nota-se que esses botões apresentam
impulso vesículas cheias de substâncias quími-
cas, denomina­ das neuro-hormônios ou
mediado­ res químicos ou neurotrans-
Núcleo
missores, que por ação de um impulso
nervoso são liberados podendo inibir ou
Axônio excitar o neurônio seguinte.
O mediador mais comum que esti-
Ao próximo
Direção do impulso
neurônio
mula a propagação do impulso entre dois
neurônios é a acetilcolina, que é imediata-
O sentido de propagação do impulso mente destruída no neurônio seguinte pela
nervoso é dendritos → corpo celular → enzima colinesterase, impedindo, dessa
axônio. Isso ocorre porque somente na forma, a passagem contínua do impulso.
membrana pós-sináptica dos dendritos exis- Assim, a sinapse funciona como uma
tem receptores para os neurotransmissores. espécie de “válvula” que se fecha, uma vez
passado o impulso nervoso. Constatou-se
Fibras nervosas que, embora esse acontecimento seja muito
rápido, a sinapse retarda a con­dução do
No sistema nervoso, fibras são as
impulso em mínimas frações de segundo.
ramificações celulares, geralmente os axô-
As placas motoras (junções neuromus-
nios, isoladas ou em feixes (nervos) que se
culares) são também sinapses que tornam
ligam a outros neurônios ou aos músculos
possível a contração da fibra muscular.
ou às glândulas por meio das sinapses.
Outros exemplos de neurotrans-

Sinapse missores são: adrenalina (epinefrina),


noradrenalina (norepinefrina), serotonina,
Por meio de seus prolongamentos, os dopamina etc.

Estrutura e funcionamento da sinapse

52
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

SAIBA MAIS

Doença de Parkinson é uma doença progressiva caracterizada por tremores, movimentos voluntários lentos
(distúrbios hipocinéticos) e rigidez. Nessa doença ocorre perda de neurônios que liberam dopamina (neurônios
dopaminérgicos da substância negra). A causa ainda é desconhecida.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Doença de Alzheimer é uma demência do córtex que também é progressiva, afeta memória, fala, visão,
personalidade e emoção. Ocorrem mutações nos genes da pré-senilina1 e 2 e da proteína precursora do amiloide
(betaAPP); casos familiraes estão documentados. A herança de um ou mais alelos da apolipoproteína (APOE
lócus) é indicativo de suscetibilidade.

ATIVIDADES

01. (Enem – 2009) As células possuem potencial de a célula ao potencial de repouso. Para tanto, há
membrana, que pode ser classificado em repou- o efluxo celular de íons K+.
so ou ação, e é uma estratégia eletrofisiológica Qual das fases, presentes na figura, indica o pro-
interessante e simples do ponto de vista físico. cesso de despolarização e repolarização celular
Essa característica eletrofisiológica está presen- respectivamente?
te na figura a seguir, que mostra um potencial de
a) Fases 0 e 2.
ação disparado por uma célula que compõe as
fibras de Purkinje, responsáveis por conduzir os b) Fases 0 e 3.
impulsos elétricos para o tecido cardíaco, possi- c) Fases 1 e 2.
bilitando assim a contração cardíaca. Observa-se d) Fases 2 e 0.
que existem quatro fases envolvidas nesse po- e) Fases 3 e 1.
tencial de ação, sendo denominadas fases 0, 1,
2 e 3. 02. (Ufes) A esclerose múltipla é uma doença
causada pela perda da bainha de mielina (des-
mielinização) dos neurônios.
Essa alteração dos neurônios tem como
consequência:
a) o aumento das expansões da membrana
plasmática do axônio, na tentativa de repor
a bainha de mielina.
b) a diminuição do espaço entre os nódulos de
Ranvier, dificultando a transmissão dos im-

Biologia
pulsos nervosos nesses neurônios.
c) a diminuição da velocidade de propagação
dos impulsos nervosos nos neurônios afeta-
das pela doença.
d) o aumento da produção de neurotransmis-
sores para facilitar a condução do impulso
nervoso nos nódulos de Ranvier.
O potencial de repouso dessa célula é –100 mV,
e quando ocorre influxo de íons Na+e Ca²+, a e) a propagação do impulso nervoso nos dois
polaridade celular pode atingir valores de até sentidos da fibra nervosa, causando, assim,
+10 mV, o que se denomina despolarização um colapso do sistema nervoso.
celular. A modificação no potencial de repouso
03. (Ufla) A condução de um estímulo nervoso é
pode disparar um potencial de ação quando a
mais rápida nas fibras nervosas que apresentam
voltagem da membrana atinge o limiar de dis-
as seguintes características:
paro que está representado na figura pela linha
pontilhada. Contudo, a célula não pode se man- a) amielínicas com axônio de maior diâmetro e
ter despolarizada, pois isso acarretaria a morte nódulos de Ranvier mais espaçados.
celular. Assim, ocorre a repolarização celular, me- b) mielínicas com axônio de menor diâmetro e
canismo que reverte a despolarização e retorna nódulos de Ranvier mais próximos.
53
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

c) amielínicas com axônio de menor diâmetro e Com base no texto e nos conhecimentos sobre o
nódulos de Ranvier mais próximos. tema, analise as afirmativas a seguir.
d) mielínicas com axônio de maior diâmetro e I. O sistema nervoso periférico autônomo tem
nódulos de Ranvier mais espaçados. por função controlar a atividade dos siste-
e) mielínicas com axônio de menor diâmetro e mas digestivo, cardiovascular, excretor e
nódulos de Ranvier mais espaçados. endócrino.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
II. O cerebelo é o principal centro integrador
04. (Cesgranrio) Observando o esquema a seguir, entre os sistemas nervoso e endócrino, e o
que representa um neurônio em repouso, pode- hipotálamo é o responsável pela manuten-
mos afirmar que, nestas condições:
ção da postura corporal.
Na+ Na+ Na+
+++++++++++++++ III. Destacam-se como substâncias que atuam
––––––––––––––––––––
como neurotransmissoras: a acetilcolina, a
K+ K+ K+
adrenalina, a noradrenalina.
––––––––––––––––––––
+++++++++++++++ IV. A presença da bainha de mielina, que reco-
Na+ Na+ Na+ bre a maioria dos axônios, além de proteger
a) se a membrana do neurônio for atingida por o axônio, facilita a propagação do impulso
um estímulo, as quantidades de íons Na+ e nervoso.
K+ dentro e fora da membrana se igualam.
Assinale a alternativa que contém todas as afir-
b) devido à diferença de cargas entre as faces
mativas corretas.
externa e interna, o neurônio está polarizado.
a) I e II d) I, II e III
c) a ocorrência do impulso nervoso depende
de estímulos de natureza apenas elétrica. b) II e IV e) I, III e IV
d) a quantidade de íons K+ é menor na parte c) III e IV
interna do neurônio devido à sua saída por
07. (UFMG)
osmose.
e) as concentrações dos íons Na+ e K+ se fa- Sabe-se que o chocolate contém muitas substâncias
psicoativas, que chegam ao cérebro através do san-
zem sem gasto de energia, sendo exemplo
gue, logo após sua digestão. Elas atuam sobre os
de transporte ativo.
neurônios e os neurotransmissores, provocando todas
aquelas sensações de bem-estar, euforia, prazer, tran-
05. (UFSM) Sobre o tecido nervoso, assinale a(s)
quilidade, concentração e diminuição da ansiedade e
proposição(ões) correta(s). da dor, que fazem a gente querer mais um pedacinho
01) O axônio constitui parte do neurônio especiali- de chocolate.
zado na transmissão do impulso nervoso. GUERRA, L. B. Chocolate é uma festa para o cérebro.
02) A medula espinal (espinhal) é classificada Química do chocolate. CDC; UFMG, 2007. (Adaptado).
como sistema nervoso periférico (SNP).
04) A bainha de mielina (estrato mielínico), Considerando essas informações e outros
encontrada em axônios mielínicos, propor- conhecimentos sobre o assunto, assinale a alter-
ciona uma condução não saltatória e uma nativa que apresenta células ou estruturas que
redução da velocidade de condução do im- não estão diretamente envolvidas na percepção
pulso nervoso. das sensações induzidas pelo chocolate.
08) O encéfalo é classificado como sistema ner- a) Alvéolos pulmonares
voso central (SNC). b) Células absortivas do intestino
16) Neurônios multipolares possuem um único c) Células endoteliais
axônio e muitos dendritos. d) Substância cinzenta do cérebro
32) A sinapse química é caracterizada pelo con-
tato físico entre neurônios com ausência de 08. (PUC Minas) Observe o esquema da célula ner-
neurotransmissores (mediadores químicos). vosa representada.
Soma (  )

06. (UEL)
O sistema nervoso usa potenciais de ação (impulsos ner-
vosos) para regular as atividades corporais; detecta as
alterações nos ambientes externos e internos do corpo,
interpreta essas alterações e responde a elas por causar
contrações musculares ou secreções glandulares.
TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Princípios de anatomia e fisiologia. 9. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 5.
54
Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

Assinale a afirmativa incorreta. ( ) Na fase 2, a célula apresenta uma inversão


a) Nas partes 1 e 4, podem ocorrer sinapses de sua polaridade, sendo o interior da célula
químicas, dependentes de moléculas neuro- positivo em relação ao meio extracelular.
transmissoras como a acetilcolina. ( ) A fase 3 corresponde ao momento de repo-
b) Moléculas produzidas em 2 podem ser trans- larização do neurônio, sendo este incapaz
portadas até 4 através do citoesqueleto. de responder a outro estímulo; por isso,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
c) Em 3, observa-se um envoltório membrano- esse momento é chamado de período re-
so chamado de bainha de mielina, presente fratário absoluto.
apenas em axônios dos neurônios do siste- ( ) Na fase 4, ocorre a redistribuição de íons
ma nervoso central. através da membrana, sendo que, ativa-
d) A parte 5 é responsável pela condução do mente, o sódio é retirado e, ao mesmo
impulso nervoso, que é unidirecional e de- tempo, ocorre entrada de potássio.
pendente dos íons sódio e potássio. ( ) Na fase 5, a célula alcançou seu nível de
repouso; nesta fase, é mais difícil obter-se
09. (Fuvest) Examine a seguinte lista de eventos que uma resposta a qualquer estímulo.
ocorrem durante a propagação de um impulso
11. (UFPA) O tecido nervoso é formado por células
nervoso.
com capacidade de transmissão de impulsos.
I. Neurotransmissores atingem os dendritos. São dotadas de prolongamentos, os dendritos e
II. Neurotransmissores são liberados pelas ex- o axônio. Na interação entre dois neurônios, não
tremidades do axônio. há continuidade citoplasmática, mas sim uma re-
III. O impulso se propaga pelo axônio. lação de estreita vizinhança denominada:
IV. O impulso se propaga pelos dendritos. a) interdigitação.
V. O impulso chega ao corpo celular. b) sinapse.
Que alternativa apresenta a sequência temporal c) neurilema.
correta desses eventos? d) desmossomo.
a) V – III – I – IV – II e) microvilosidade.
b) I – IV – V – III – II 12. (UFRGS) Para que um impulso nervoso possa ser
c) I – IV – III – II – V transmitido de um neurônio a outro, é necessária
d) II – I – IV – III – V a liberação, na fenda sináptica, de mediadores
e) II – III – I – IV – V químicos. Um desses mediadores é a:
a) insulina.
10. (UFPE – Adaptada) Julgue os itens relacionados
b) tirosina.
à figura seguinte, que mostra a variação do po-
c) vasopressina.
tencial de membrana durante a resposta “tudo

Biologia
ou nada” do neurônio a um estímulo eficaz e d) acetilcolina.
marque verdadeiro (V) ou falso (F). e) histamina.

13. (UFMS)

I II III IV

Estímulo Impulso
nervoso Impulso
nervoso

A figura mostra dois neurônios. Terminações
axônicas estão representadas em:
a) I e II.
b) I e III.
( ) Na fase 1, a membrana celular apresenta
uma maior permeabilidade ao K+, tornan- c) II e III.
do o meio intracelular mais negativo em d) II e IV.
relação ao meio extracelular. e) III e IV.
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ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

14. (UFPE – Adaptada) Na figura ilustra-se uma si- a) unidirecional em todos os neurônios, e tam-
napse nervosa, região de interação entre um bém em suas terminações.
neurônio e uma outra célula. Com relação a esse b) bidirecional em todos os neurônios, e tam-
assunto, marque verdadeiro (V) ou falso (F). bém em suas terminações.
c) reversível na maioria dos neurônios, não o
sendo em suas terminações.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
d) unidirecional, dependendo de seu estímulo
3
inicial em suas terminações.
e) bidirecional, dependendo de seu estímulo
1 inicial em suas terminações.
6

2 16. (Ufsc – 2013) O neurônio é uma célula altamen-


5
te especializada, didaticamente dividida em três
4
regiões: dendritos, corpo celular e axônio, con-
forme a figura a seguir.
( ) A fenda sináptica está compreendida en-
tre a membrana pré-sináptica do neurônio
(1) e a membrana pós-sináptica da célula
estimulada (2).
( ) Na extremidade do axônio existem vesícu-
las sinápticas (3), que contêm substâncias
como a acetilcolina e a noradrenalina.
( ) Os neurotransmissores liberados pelo axô-
nio ligam-se a moléculas receptoras (4) na
membrana pós-sináptica.
( ) Canais iônicos (5), na membrana pós-si-
náptica, permitem a entrada de íons Na+
na célula.
Considere o esquema de uma célula neural e as-
( ) A passagem do impulso nervoso pela si- sinale a(s) proposição(ões) correta(s).
napse é um fenômeno físico-químico; 01) Um neurônio em repouso apresenta con-
depende do número de vesículas sinápti- centrações dos íons de sódio e potássio
cas na parede da célula estimulada (6). semelhantes às encontradas no meio
extracelular.
15. (FGV-SP – 2013) O tecido nervoso do ser humano
02) Em um neurônio em repouso, a superfície
é composto por bilhões de células, desempe-
interna da membrana plasmática é eletri-
nhando diversas funções, entre elas a condução
do impulso nervoso. camente negativa em relação à superfície
externa.
A figura ilustra uma organização sequencial de
neurônios nos quais a sinapse é química, e me- 04) Quando o impulso nervoso ocorre, há aber-
diada por neurotransmissores. tura dos canais de sódio e ocorre grande
influxo desse íon para o interior da célula
através de transporte ativo.
08) O impulso nervoso ocorre sempre no sentido
Dendritos 3 → 2 → 1.
Núcleo 16) Se colocado em meio hipertônico, o neurô-
nio esquematizado terá saída de água por
Sinapse
osmose, um tipo de transporte de membra-
Bainha de mielina Corpo Nucléolo
Axônio celular na que utiliza ATP.
32) Se colocado em meio hipotônico, o neurô-
Célula de Axônio nio esquematizado terá uma entrada passiva
Schwan Nódulo de
Ranvier
de água por osmose, sendo a homeostase
celular facilmente restabelecida por bombas
Disponível em: <http://www.sociologia.com.br/conteudos/Histologia/
epitelio27.php>. de água que ocorrem em toda membrana
Tal organização é fundamental, pois o percurso plasmática.
celular de um impulso nervoso, neste caso, é: Soma (  )
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Histologia humana ENSINO MÉDIO UNIDADE 16

17. (UFSJ – 2013) d) Os neurônios são tipos celulares dife-


Os tecidos são arranjos celulares funcionais, cons- renciados que têm como característica
tituindo os órgãos e os sistemas. Um órgão é uma prolongamentos celulares finos e ramificados
organização de diferentes tecidos geralmente de vários chamados de dendritos e um prolongamen-
tipos, realizando funções específicas. to longo chamado de axônio.
Histologia. Disponível em:
<http://acd.ufrj.br/labhac/histologia.htm>. Acesso em: 25 ago. 2012.
19. (Cefet-RJ – 2012) Algumas doenças neurodege-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
nerativas podem ser resultado da degradação
progressiva da bainha de mielina dos neurônios
Em relação a essa afirmação, assinale a alterna-
pela ação do próprio sistema de defesa. Um
tiva correta.
exemplo é a adrenoleucodistrofia (ou ALD), uma
a) O tecido epitelial é formado por células ar- doença hereditária na qual os portadores apre-
ranjadas morfologicamente para revestir sentam um acúmulo de grandes quantidades
superfícies, cavidades ou formar glândulas.
de um determinado tipo de gordura nos neurô-
Os vasos sanguíneos e o intestino, por exem-
nios, o que estimula o ataque por leucócitos do
plo, são revestidos internamente por tecido
próprio organismo. Outro exemplo de doença
epitelial.
desmielinizante é a esclerose múltipla (figura a
b) O tecido conjuntivo é um tecido de preenchi- seguir) que apresenta características semelhan-
mento formado por matriz extracelular e não tes à ALD, mas possui causas distintas. Embora
tem forma definida. os estudos já realizados não permitam uma con-
c) O tecido muscular é composto de células clusão definitiva, acredita-se que a esclerose
musculares, em forma de fuso, que têm a múltipla tenha um componente genético, mas
capacidade de contraírem-se e gerarem que a expressão da doença seja desencadeada
movimento. Assim, todo o sistema motor é pela ação de determinados micro-organismos.
formado de tecido muscular.
d) O tecido nervoso é o tecido que forma o siste-
ma nervoso, ou seja, os neurônios, os nervos
e o cérebro são formados de tecido nervoso.

18. (UFSJ – 2013) Observe a imagem abaixo.

Biologia
A partir dessa imagem, assinale a alternativa
correta.
Disponível em: <http://patologiadeorgaosesistemas.blogspot.com.com/2010/09/
a) Os dendritos e os axônios são responsáveis esclerose-multipla.html>.
pela condução do impulso nervoso. O que
os diferencia é que o axônio é o prolonga- A partir do texto lido e dos seus conhecimentos
mento mais longo e não ramificado e os sobre tecido nervoso e doenças relacionadas,
dendritos são prolongamentos mais finos e analise as seguintes afirmativas e aponte a que
ramificados. apresenta um erro.
b) O axônio é o prolongamento celular mais a) Os neurônios, embora mais conhecidos, não
longo dos neurônios e é responsável por são as únicas células encontradas no tecido
conduzir o impulso nervoso. nervoso. Encontramos também células que
c) Os dendritos e axônios são caracterizados exercem outras funções, como nutrição, sus-
por sua função em conduzir impulso nervoso tentação e proteção dos neurônios.
e não por sua morfologia. Assim, através dos b) Os danos à bainha de mielina dificultam a
dendritos, o impulso nervoso é transmitido transmissão dos impulsos nervosos pelos
na direção do corpo celular e através dos neurônios, o que pode resultar, por exem-
axônios o impulso nervoso é conduzido a plo, em problemas motores, de raciocínio e
partir do corpo celular. sensoriais.
57
ENSINO MÉDIO UNIDADE 16 Histologia humana

c) Leucócitos, ou glóbulos brancos, são as principais células do sistema de defesa do organismo. Por
isso, as doenças citadas no texto podem ser caracterizadas como autoimunes.
d) Ambas as doenças desmielinizantes citadas no texto possuem como causa a presença de um
gene alterado herdado dos pais, não apresentando nenhuma influência do ambiente.

20. (Cefet-MG – 2010) A questão refere-se ao neurônio a seguir.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A sequência que apresenta o sentido correto de propagação do impulso nervoso em um neurônio é:
a) I → II → III.
b) I → III → II.
c) II → I → III.
d) III → II → I.

21. (PUCPR – 2010) Os neurônios são células extremamente especializadas do sistema nervoso.
Cada neurônio é formado essencialmente por:
a) dendritos, corpo celular e axônio.
b) dendritos, sinapses e axônio.
c) sinapses, dendritos e corpo celular.
d) axônio e sinapses.
e) dendritos e axônios.

22. (Uece – 2010) Na cadeia de propagação do impulso nervoso, na ordem de passagem do impulso pelo
neurônio, podemos afirmar corretamente que o corpo celular é a estrutura neuronal que o recebe:
a) por último, passando-o para um novo neurônio.
b) intermediariamente, passando-o para o dendrito.
c) primeiro, passando-o para o axônio.
d) intermediariamente, passando-o para o axônio.

ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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