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Anatomofisiologia

Prof.ª M.ª Adriana Leite Martins


Prof. Guilherme Bernardes Filho
Diretor Presidente
Prof. Aderbal Alfredo Calderari Bernardes
Diretor Tesoureiro
Prof. Frederico Ribeiro Simões
Reitor

UNISEPE – EaD
Prof. Me. Igor Gabriel Lima
Prof. Dr. Jozeildo Kleberson Barbosa
Prof. Me. Leonardo José Tenório Mourão Torres

Material Didático – EaD

Equipe editorial:
Fernanda Pereira de Castro - CRB-8/10395
Idamara Lobo Dias
Isis Gabriel Alves
Pedro Ken-Iti Torres Omuro
Prof. Dr. Renato de Araújo Cruz

Apoio técnico:
Alexandre Meanda Neves
Anderson Francisco de Oliveira
Gustavo Batista Bardusco
Matheus Eduardo Souza Pedroso
Vinícius Capela de Souza

Equipe de diagramação:
Laura Michelin de Oliveira Machado

Equipe de revisão:
Ana Beatriz Torres Omuro, Prof.ª Camila Santos Seimaru, Prof.ª Fabíola Löwenthal, Prof.ª Juliana Duarte, Laura Lemmi Di
Natale, Marcela Gonçalves Ferreira Camillo.
SOBRE A AUTORA:

Professora Adriana Leite Martins é graduada (Bacharelado) em Fisioterapia pela


Universidade de Mogi das Cruzes (2003). É mestre em Engenharia Biomédica (2006) pela
Universidade de Mogi das Cruzes em parceria com a UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo).

É docente do Centro Universitário do Vale do Ribeira (UNIVR) desde 2008, nos cursos de
Fisioterapia, Nutrição, Farmácia, Biomedicina, Enfermagem e Psicologia, já ministrou aulas na pós-
graduação nos cursos de Fisioterapia, Enfermagem e Educação Física. É supervisora de estágio
curricular nas áreas de Fisioterapia Neurológica e Fisioterapia Pediátrica.

Desenvolve atividades de iniciação científica como orientadora. È membro do núcleo docente


estruturante (NDE) do curso de Fisioterapia e membro da comissão Própria de Avaliação (CPA) do
UNIVR. Possui conhecimento no preparo de materiais para disciplinas EAD. Atua na área de
educação há 12 anos.

SOBRE A DISCIPLINA:

Caro aluno seja bem-vindo à disciplina de Anatomofisiologia Humana!

Esta disciplina tem por finalidade estudar o corpo humano conhecendo seus órgãos e
estruturas de formação, através dessa disciplina você conhecerá as formas, localização e
funcionamento de todos os constituintes corporais.

A disciplina de Anatomofisiologia Humana visa proporcionar o conhecimento básico da


estrutura e funcionamento dos diferentes sistemas orgânicos, bem como seu controle e inter-relações
com o meio interno e ambiente.

Este livro didático está dividido em três unidades, na primeira você conhecerá alguns conceitos
básicos necessários para entender o que é Anatomia e Fisiologia e quais as suas relações. Depois de
passar pelos conhecimentos da Introdução a Anatomia e Fisiologia nos próximos capítulos dessa
unidade, você estudará a Anatomia e Fisiologia Celular, Tegumentar e do Sistema Esquelético.

Na segunda unidade e terceira unidades, você aprenderá sobre a Anatomia e Fisiologia dos
Sistemas: Muscular, Nervoso, Endócrino, Cardiocirculatório, Respiratório, Digestório, Urinário e
Reprodutor.

Bons Estudos!
Os ÍCONES são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e
facilitar a organização e a leitura hipertextual.
SUMÁRIO

UNIDADE I ............................................................................................05
1º INTRODUÇÃO À ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA....................05
2º ANATOMIA E FISIOLOGIA CELULAR...........................................15
3º ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA TEGUMENTAR.................26
4º ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA ESQUELÉTICO.................35

UNIDADE II ..........................................................................................49
5º ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA MUSCULAR....................49
6º ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO......................62
7º ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA ENDÓCRINO...................74
8º ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOCIRCULATÓRIO...86

UNIDADE III .......................................................................................99


9º ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO...........99
10º ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO...........114
11º ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO...............129
12º ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR.........141

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................155


UNIDADE I
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO À ANATOMIA E FISIOLOGIA
HUMANA
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ O que é Anatomia Humana;


✓ O que é Fisiologia Humana;
✓ O que é Variação anatômica, Anomalia e Monstruosidade;
✓ O que é Mecanismo de Regulação Homeostásica;
✓ Como é a Posição Anatômica;
✓ O que são Planos de Delimitação;
✓ O que são Planos de Secção;
✓ Quais são os Termos de Posição do corpo humano;

Introdução

Para realizar o estudo da Anatomia e Fisiologia Humana é preciso considerar que todas as
descrições são realizadas a partir de uma posição anatômica estabelecida.

Para lidar com os fatores de transformações estruturais e arquiteturais, causados pela


variação genética, idade e sexo é preciso entender os conceitos de Normalidade, Variação
Anatômica, Anomalia e Monstruosidade. O estudo da Anatomia e Fisiologia Humana nos possibilita
aprender mais sobre o corpo humano, entender como é o seu funcionamento e como ele é
organizado.

Este capítulo dará embasamento para a aprendizagem de um vocabulário anatômico com


terminologias e conceitos específicos, além de compreensões sobre o funcionamento harmônico e
fisiológico de todas as estruturas envolvidas na formação do corpo humano.

Homeostase é manter o equilíbrio necessário para a vida

Fonte: https://biografiasarte.blogspot.com/p/a-homeostasis.html?m=1

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1.1 O que é anatomia humana

A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte). Dissecação
deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é equivalente etimologicamente à anatomia.
Contudo, atualmente, Anatomia é a ciência, enquanto dissecar é um dos métodos desta ciência.

Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os primórdios da civilização humana.
Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela manipulação dos corpos, expandiu-se, ao longo
do tempo, graças à aquisição de tecnologias inovadoras.

Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em dois grandes grupos: Anatomia macroscópica
e Anatomia microscópica. A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho
nu, utilizando ou não recursos tecnológicos, os mais variáveis possíveis, enquanto a Anatomia
Microscópica é aquela relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso
de instrumental para ampliação, como lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é
dividido em Citologia (estudo da célula) e Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se
organizam para a formação de órgãos).

Anatomia Humana é uma ciência que estuda o corpo, suas formas e estruturas de maneira macroscópica e
também através de um auxílio de microscópio, isso que dizer que o estudo das células (Citologia) e dos tecidos
(Histologia) também faz parte dessa ciência.

1.2 O que é fisiologia humana

A palavra "fisiologia" tem origem grega: onde "physis" significa "fisio" ou "natureza das coisas" e
"logos" significa "logia" ou "estudo". Dessa forma, a fisiologia é uma ciência que estuda o
funcionamento normal do corpo humano considerando os processos químicos e físicos.

Mas você pode se questionar: “o que é um funcionamento normal, considerando um corpo


composto por uma infinidade de células, tecidos, órgãos e sistemas, com características tão
diferentes de pessoa para pessoa?” Um corpo está em condições de normalidade quando consegue
manter todas as suas funções em determinado equilíbrio e harmonia.

Para que o organismo funcione como uma unidade funcionalmente integrada são necessários
mecanismos de monitoramento de acontecimentos internos e externos, de processamento de
estímulos e produção de comandos e de execução coordenada das tarefas de ajuste. Esse processo
fisiológico recebe o nome de Mecanismo de Regulação Homeostásica.

Entenda melhor como isso funciona:

Para que as funções do organismo ocorram com normalidade, ou seja, em homeostasia,


existe a ação de um mecanismo de regulação corporal. Esse mecanismo de regulação
corporal envolve três componentes essenciais:

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• Órgãos sensoriais: estruturas altamente sensíveis à detecção de mudanças específicas
dos meios interno ou externo.
• Órgãos de processamento e de integração: local de recebimento e processamento da
informação; está capacitado para analisar e elaborar comandos de ação.
• Órgãos efetuadores: sistemas de órgãos que executam as tarefas necessárias para o
restabelecimento do controle.

De uma maneira simples, esse sistema funciona da seguinte forma:

Todas as vezes que algo em nosso organismo começa a funcionar fora do que é considerado
“normal”, algumas estruturas capazes de perceber o funcionamento “alterado” de qualquer célula,
órgão ou sistema do corpo (órgãos sensoriais), percebe essa alteração e envia uma mensagem a
uma segunda estrutura (órgãos de processamento e de integração), que receberá essa
informação e irá elaborar uma ação para corrigir tal “alteração” na tentativa de restituir a
“normalidade”, vai encaminhar esse plano de ação a uma terceira estrutura (órgãos efetuadores)
que executarão a ação para corrigir o problema.

Fluxograma 1 - Mecanismo de Regulação Homeostásica

ÓRGÃOS DE
PROCESSAMENTO E
DE INTEGRAÇAO

ÓRGÃO ÓRGÃO
SENSORIAL EFETUADOR

Fonte: Elaborado pela autora

1.3 Organização funcional do corpo humano

Fluxograma 2 – Estrutura - Corpo Humano

CÉLULAS TECIDOS ÓRGÃOS SISTEMAS

CORPO HUMANO

Fonte: Elaborado pela autora

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Os níveis de organização de uma linguagem acontecem da seguinte forma: um conjunto de letras
forma uma palavra, um conjunto de palavras forma uma frase, um conjunto de frases forma um
parágrafo e um conjunto de parágrafos forma um texto. De forma semelhante acontece no corpo
humano.

A menor unidade funcional do nosso corpo é a célula, um conjunto delas forma um tecido, um
conjunto de tecidos forma um órgão, um conjunto de órgãos forma um sistema e um conjunto de
sistemas forma nosso complexo corpo humano.

O objeto de estudo da nossa disciplina é abordar o conhecimento das estruturas (Anatomia) e


funções (Fisiologia) dos sistemas corpóreos.

- Tegumento Comum: composto por pele e suas estruturas.

- Sistema Esquelético: composto por ossos e suas estruturas.

- Sistema Muscular: composto por músculos e suas estruturas.

- Sistema Nervoso: composto por ossos e suas estruturas.

- Sistema Cardíaco: composto por coração e vasos sanguíneos.

- Sistema Respiratório: composto por pulmões e suas estruturas.

- Sistema Digestório: composto por tubo digestivo e suas estruturas.

- Sistema Urinário: composto por rins e outras estruturas.

- Sistema Reprodutor: composto por gônadas e órgãos associados.

1.4 Conceitos em anatomia e fisiologia

Alguns fatores como sexo, idade, herança genética e biótipo definem mudanças na estrutura do
corpo. Para isso, é importante considerar alguns conceitos como:

- Normal: é quando a forma e suas estruturas são mais frequentes em uma população. Trata-se,
portanto, de um conceito estatístico e não idealístico.

- Variação Anatômica: é quando as alterações internas ou externas não promovem prejuízos da


função. Variação anatômica é qualquer fuga do padrão sem prejuízo da função. Por exemplo, a
artéria braquial mais comumente divide-se na fossa cubital. Este é o padrão. Entretanto, em alguns
indivíduos, a divisão ocorre ao nível da axila. Como não existe perda funcional, esta é uma variação.

Os fatores que interferem na variação anatômica são: sexo, idade, raça, biótipo, herança genética,
entre outros.

- Anomalia: é quando as alterações internas ou externas promovem prejuízos da função.

- Monstruosidade: é quando as alterações internas ou externas são tão severas que colocam a vida
em risco.

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Os fatores que interferem na Variação Anatômica são: sexo, idade, raça, biótipo, herança genética, entre
outros.

As atividades celulares (das células), orgânicas (dos órgãos) e sistêmicas (dos sistemas),
quando funcionam em condições de normalidade, estão em condições fisiológicas ou
homeostásicas.

Homeostase é a condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções
adequadamente para o equilíbrio do corpo.

1.5 Posição anatômica

Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, considerando que a posição pode
ser variável, optou-se por uma posição padrão, denominada posição de descrição anatômica
(posição anatômica). Deste modo, os anatomistas, quando escrevem seus textos, referem-se ao
objeto de descrição considerando o indivíduo como se estivesse sempre na posição padronizada.
Ficou estabelecida então a posição:

Figura 1 – Posição Anatômica

Posição Anatômica: Indivíduo em posição


bípede/ortostática (em pé), face voltada para frente, olhar
dirigido para o horizonte, pés unidos, membros superiores
ao longo do corpo com palmas das mãos voltadas para
frente.

Fonte: Wikimedia Commons (https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Anterior_view_of_human_male,_retouched.jpg)

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A posição anatômica definida pelos anatomistas impede confusões nas descrições de partes e/ou regiões
corpóreas. Para relatar a posição de qualquer estrutura do corpo é necessário antes considerar a posição
adotada como padrão de estudo.

1.6 Planos de delimitação do corpo humano

São planos que tangem (tocam) as porções anterior, posterior, superior, inferior e lateral do corpo
humano.

• Plano Ventral (Anterior): plano vertical tangente ao ventre;


• Plano Dorsal (Posterior): plano vertical tangente ao dorso;
• Planos Laterais (D e E): planos verticais tangentes ao lado direito e esquerdo;
• Plano Superior (Cranial): plano horizontal tangente à cabeça;
• Plano Inferior (Caudal/Podálico): plano horizontal tangente aos pés.

Figura 2 – Planos anterior/posterior Figura 3 – Planos laterais Figura 4 – Planos superior/inferior

Fonte: https://www.slideshare.net/malinga21/anato-conceitos

1.7 Planos de secção do corpo humano

São planos que cortam imaginariamente o corpo humano para facilitar a observação das estruturas
e forma.

• Plano Sagital – Mediano: divide o corpo em duas partes, direita e esquerda.


• Plano Frontal – Coronal/Vertical: divide o corpo em duas metades, anterior e posterior.
• Plano Transversal – Horizontal: divide o corpo em duas metades, superior e inferior.

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Figura 5 – Plano sagital Figura 6 – Plano frontal Figura 7 – Plano transversal

Fonte: https://www.slideshare.net/malinga21/anato-conceitos

1.8 Termos de posição ou direcionais do corpo humano


Os termos direcionais são palavras que descrevem a posição de uma parte do corpo em relação à
outra. Estes são os termos direcionais ou de posição:

• Proximal: estrutura próxima ou voltada à raiz.


• Distal: distante da raiz.
• Lateral: mais próximo do plano lateral.
• Medial: mais próximo do plano sagital
• Homolateral (Ipsilateral) e Contralateral: mesmo lado e lado oposto.
• Superficial e Profundo: mais próximo ou afastado da superfície.

Neste capítulo, você viu que a Anatomia Humana é uma ciência que estuda o corpo humano e suas formas
macroscopicamente e microscopicamente. As diferenças que existem na Anatomia e que não causam prejuízo
da função são determinadas pelo sexo, idade, raça, biótipo, herança genética e é denominada de variação
anatômica, as diferenças que causam prejuízo funcional são denominadas de anomalias ou monstruosidade.

A posição anatômica definida pelos anatomistas impede confusões nas descrições de partes e/ou regiões
corpóreas e é necessária para a identificação dos planos de delimitação, planos de secção e para os termos
de posição do corpo humano.

É importante lembrar que a fisiologia Humana é uma ciência que estuda o funcionamento normal do corpo.
Para que o organismo funcione como uma unidade funcionalmente integrada são necessários mecanismos de
monitoramento, processamento e de execução. Esse processo fisiológico recebe o nome de Mecanismo de
Regulação Homeostásica.

Vimos também que a importância de conhecer a organização funcional é ter em mente que o corpo humano é
uma máquina extraordinária que funciona com a atividade de milhares de outras estruturas menores que estão
trabalhando de forma independente e em harmonia com todas as outras. Manter tudo isso em equilíbrio é
entender o funcionamento da Fisiologia Humana.

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Os primeiros cientistas Anatomistas e Médicos foram os egípcios. Após, vieram os Mesopotâmios. A
importância do médico que cuidava dos animais era tão grande para os Mesopotâmios, que o exercício da
atividade ganhou destaque até no “código de Hamurabi”. Para saber sobre a ciência da Anatomia, leia o texto
“Uma Breve História da Anatomia Humana”. Disponível em: https://projetomedicina.com.br/artigos/uma-
breve-historia-da-anatomia-humana/ Acesso 20/11/2019.

Leia o primeiro capítulo “Organização Funcional do Corpo Humano e controle do Meio Interno” do Livro Guyton
& Hall - Tratado de Fisiologia Médica. Este texto é um guia claro e de fácil compreensão com conteúdo mais
relevante para os estudantes clínicos e pré-clínicos. Uma ajuda para você se preparar de forma visual e
dinâmica para fazer a correlação entre a anatomia e a fisiologia e seu impacto clínico. Disponível em:
https://pt.slideshare.net/RenatoMachado4/1-fisiologia-mdica-guyton-e-hall-9-a-ed-cap-01-a-13-2 Acesso
20/11/2019.

Palavras Significado
Aceito Que é acreditado; admitido, respeitado.
Ambígua Mistura de coisas opostas.
Arquiteturais Estruturais.
Compatível Parecido, similar, que combina.
Designação Denominação, classificação.
Empírica Baseado na experiência e na observação.
Idealístico Qualquer teoria filosófica em que o mundo material, objetivo, exterior,
só pode ser compreendido plenamente a partir de sua verdade
espiritual, mental ou subjetiva.
Intuitiva Que efetiva um conhecimento de maneira direta e imediata, sem
recorrer a inferências ou categorizações conceituais.
Mística Aquele que tem tendência a crer no sobrenatural.
Racional Que tem por objeto a razão, sua forma e seus procedimentos.
Secção Corte.
Tanger Tocar, atingir.

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Assinale a alternativa que apresenta uma subárea da Anatomia que estuda os tecidos do corpo.

a) Citologia
b) Fisiologia
c) Anatomia Macroscópica
d) Histologia
e) N.D.A. (nenhuma das alternativas)

RESPOSTA: D

Vimos que, de acordo com o que estudamos:

- Citologia: ciência que estuda as células

- Fisiologia: ciência que estuda a função do corpo humano

- Anatomia Macroscópica: ciência que estuda a estrutura e forma do corpo humano a olho nu

- Histologia: ciência que estuda os tecidos

***Então a alternativa correta é a D

Diabetes é uma doença que se caracteriza pelo aumento da concentração de glicose no sangue
(hiperglicemia), uma das causas do desenvolvimento patológico decorre da disfunção pancreática com
consequente alteração na função do hormônio insulina. Essa alteração é logo percebida por estruturas
altamente sensíveis que captam a alteração sanguínea, transmitem essa informação a um centro de
processamento que elabora uma resposta que será executada por órgãos efetuadores com a finalidade de
garantir a homeostasia sanguínea. Esse processo orgânico se refere ao:

a) Mecanismo de ajuste celular


b) Mecanismo de retroalimentação positiva
c) Mecanismo de autoimunidade
d) Mecanismo de regulação homeostásica
e) Nenhuma das alternativas

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• TORTORA,Gerard J. Princípios de Anatomia Humana - 10ª Ed (2007). Guanabara Koogan- RJ.

O conteúdo deste livro foi organizado com base na vasta experiência dos autores no ensino da anatomia e na
interação com os estudantes. Bastante ilustrada e repleta de ferramentas que auxiliam no ensino-aprendizado,
Princípios de Anatomia Humana, em sua décima edição, reforça o conhecimento dos estudantes, eliminando
as dúvidas com relação à matéria e proporcionando um roteiro claro para a compreensão do assunto.

• GUYTON, Arthur C. Fisiologia Humana - 6ª Ed. (1988). Guanabara Koogan- RJ.

O propósito do livro é apresentar a filosofia básica do funcionamento humano. Guyton escolheu os aspectos
da fisiologia humana que pudessem levar o leitor a desenvolver uma compreensão dos princípios e dos
conceitos básicos. Além da revisão do texto, todas as figuras foram redimensionadas, muitas em duas cores,
de modo a destacar os conceitos fisiológicos básicos que buscam ilustrar.

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UNIDADE I
CAPÍTULO 2 - ANATOMIA E FISIOLOGIA CELULAR
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Principais componentes celulares;


✓ Função da Membrana Plasmática;
✓ Tipos de Transporte Celular;
✓ O que é liquido intracelular e liquido extracelular;
✓ Potencial de Ação;

Introdução

O estudo da Fisiologia Humana permite compreender os aspectos funcionais dessa complexa


máquina que chamamos de corpo humano. No entanto, antes de conhecer o corpo como um todo,
faz-se necessário entender como funciona a menor parte de formação dele, a célula.

Nesse capítulo, você estudará os principais elementos que constituem uma célula, seu
funcionamento de forma geral e como são realizados os transportes de substâncias na célula.

Tais informações nos darão embasamento para compreender os mecanismos de polarização,


despolarização e repolarização presentes no potencial de ação.

Trata-se de um capítulo recheado de informações que irá saciar a sua sede pelo
conhecimento, vamos saborear?

A cada pulsação nossa, ou seja, a cada batida do nosso coração, é produzida uma corrente de um ciclo por
segundo que produz um watt de potência elétrica. Esta potência varia de pessoa para pessoa, dependem
exclusivamente da constituição orgânica das células e também da condutibilidade do corpo. Sendo assim,
nosso corpo produz eletricidade, esta eletricidade, que no caso é denominada de bioeletricidade é visualizada
com muita facilidade através de um eletrocardiograma ou do eletroencefalograma. Será que um dia
conseguiremos usar a energia humana para gerar eletricidade?

Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/esporte/eletricidade-humana-nosso-corpo-produz-eletricidade/52290

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2.1 Célula: sua constituição e funcionamento

As células são as menores unidades funcionais do corpo, ou seja, a menor estrutura de formação do
corpo humano com funções. Embora seja uma estrutura microscópica, a célula é composta por
muitas estruturas, e desempenha inúmeras funções especializadas e complexas de forma
organizada.

As diversas substâncias que compõem a célula são em conjunto chamadas de protoplasma, este
é composto por cinco substâncias básicas: água, eletrólitos, proteínas, lipídios e carboidratos.

1. ÁGUA: constitui o principal meio líquido da célula, onde estão dissolvidas muitas substâncias
químicas celulares e é também o lugar onde ocorre inúmeras reações químicas.
2. ELETRÓLITOS: os eletrólitos permitem a condução dos impulsos, além de determinar e
controlar a atividade de diversas reações necessárias ao metabolismo celular.
3. PROTEÍNAS: depois da água, é a substância mais abundante presente na célula, as
proteínas estão envolvidas com função de transporte nas células.
4. LIPÍDIOS: por serem substâncias insolúveis na água, são participantes da formação
estrutural da membrana. A gordura armazenada no interior da célula também atua como
reservatório de energia.
5. CARBOIDRATOS: exercem poucas funções na célula. Representam em média cerca de 1%
apenas da massa celular e é sempre armazenada na célula sob a forma de glicogênio, que
pode ser usada como uma fonte rápida de energia celular.

Nas células também existem as organelas como lisossomos, retículo endoplasmático,


ribossomos, complexo de golgi, entre outros.

Os cinco principais elementos que formam as células são:

1- Água;

2- Eletrólitos;

3- Proteínas;

4- Lipídios;

5- Carboidratos;

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2.2 Membrana plasmática

É formada por uma dupla camada fosfolipídica, com proteínas inseridas em sua extensão. A
membrana possui uma permeabilidade seletiva, ou seja, a membrana seleciona as substâncias que
podem entrar ou sair da célula.

As substâncias que possuem mais facilidade para passarem são aquelas solúveis nos lipídios,
isso porque a estrutura da membrana plasmática é à base de lipídios (gordura), essas substâncias
são chamadas de (lipossolúveis/hidrofóbica) e há baixa solubilidade para as substâncias.

As substâncias que possuem menos facilidade para passarem são aquelas solúveis na água,
isso porque a estrutura da membrana plasmática é à base de lipídios (gordura), essas substâncias
são chamadas de (hidrossolúveis/hidrofílica).

Substâncias hidrossolúveis/hidrofílica: são aquelas que se dissolvem na água, mas não se dissolvem em
gorduras, por isso tem mais dificuldade para atravessar a membrana plasmática.
Substâncias lipossolúveis/hidrofóbica: o termo “lipo” vem da palavra gordura, portanto, se dissolve
em gordura e tem mais facilidade de atravessar a membrana plasmática.

Está inserida na membrana plasmática uma estrutura denominada Bomba de Sódio/Potássio,


uma estrutura que atua no transporte de sódio (Na) para fora da célula e potássio (K) para dentro. A
bomba tem dois sítios de ligação para o K e três sítios para o Na, o que significa que a cada dois K
que entram saem três Na.

A Bomba de Na/K tem a função de manter a célula em equilíbrio/homeostasia. Todas as células


formam muitas substâncias intracelulares, tais substâncias tendem a aumentar o tamanho da célula
e a bomba age em sentido contrário controlando o aumento da célula e impedindo que ela morra.

Homeostase é a condição de relativa estabilidade a qual o organismo necessita para realizar suas funções
adequadamente para o equilíbrio do corpo.

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2.3 Como acontece o transporte de substâncias em uma célula? Quais são os tipos
de transporte?

As proteínas estão envolvidas com função de transporte nas células. Existem duas formas principais
de transportar substâncias entre os meios interno e externo da célula.

• TRANSPORTE PASSIVO: processo que ocorre SEM uso de energia proveniente da


decomposição de ATP pela célula.
• TRANSPORTE ATIVO: processo que ocorre COM uso de energia proveniente da
decomposição de ATP pela célula.

ATP (adenosina trifosfato) é uma molécula que armazena energia para diversos usos celulares.

O processo passivo envolve três tipos de transporte: Difusão Simples, Difusão Facilitada e
Osmose.

✓ Difusão simples: transporte de substância a partir de uma região de concentração maior


para uma região de concentração menor, ou seja, a substância se move de uma área onde
há mais dela, para outra onde há menos dela.

Por exemplo: O movimento de oxigênio do sangue para dentro das células e do dióxido de
carbono de volta para o sangue.

✓ Difusão Facilitada: na difusão facilitada, o transporte é facilitado por uma proteína que
atravessa as substâncias. Nesse tipo de transporte, algumas moléculas maiores ou que não
são solúveis aos lipídios da membrana (hidrossolúveis) conseguem ser transportadas.

✓ Osmose: transporte exclusivo de água por uma membrana seletivamente permeável. A água
sai de uma área onde a concentração de solutos é baixa e vai para uma área onde a
concentração de solutos é alta com o objetivo de restabelecer o equilíbrio.

Por exemplo: Imagine dois copos com a mesma quantidade de leite, no primeiro você
acrescenta uma colher de achocolatado e no outro você acrescenta duas colheres. Como
deixar os dois copos com a mesma concentração? Como a osmose é um transporte exclusivo
de líquido só podemos mexer na quantidade de leite, então para deixar os dois copos com
quantidades similares de achocolatado basta acrescentar mais leite no segundo copo. Assim,
o transporte de leite foi feito de um local de alta concentração de solutos (achocolatado) para
um local de baixa concentração de solutos.

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Transporte passivo – As substâncias são transportadas sem gasto de energia:

✓ Difusão Simples
✓ Difusão Facilitada
✓ Osmose

No TRANSPORTE ATIVO, as substâncias são atravessadas de um meio onde estão menos


concentradas para um meio onde estão mais concentradas, mas para isso o transporte requer
energia proveniente da “quebra” da molécula de ATP.

O melhor exemplo de transporte ativo é a Bomba de Sódio/Potássio localizada na membrana


plasmática, que transporta íons Sódio (Na) para fora e Potássio (K) para dentro, desobedecendo a
regra do gradiente de concentração.

Gradiente de concentração: as substâncias saem de um local de maior concentração para um local de menor
concentração.

2.4 Transporte nas vesículas

O transporte nas vesículas se dá por meio de um saco de membrana que transporta as substâncias
de uma estrutura para outra dentro das células, capta substâncias do meio extracelular (endocitose)
ou libera as substâncias no meio extracelular (exocitose).

ENDOCITOSE: na endocitose, as substâncias se movem para dentro das células através de uma
vesícula que se forma a partir da membrana plasmática.

A endocitose envolve dois tipos:

Fagocitose: uma forma de endocitose na qual as células englobam grandes partículas sólidas
como, por exemplo, bactérias inteiras ou vírus.

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Pinocitose: uma forma de endocitose na qual as células englobam partículas líquidas; a
maioria das células sanguíneas realiza esse tipo de transporte.

EXOCITOSE: na exocitose, as substâncias são liberadas para fora da célula. Todas as células
realizam a exocitose, em especial dois tipos de células: (1) células secretoras (que produzem algo)
que liberam enzimas digestivas, hormônios, muco e outras secreções; (2) células nervosas que
liberam neurotransmissores.

TIPOS DE TRANSPORTE CELULAR

Transporte Passivo – As substâncias são transportadas sem gasto de energia:

✓ Difusão Simples
✓ Difusão Facilitada
✓ Osmose

Transporte Ativo – As substâncias são transportadas com gasto de energia de um meio de menor
concentração para um meio de maior concentração.

Transporte nas Vesículas:

✓ Endocitose (Fagocitose e Pinocitose)


✓ Exocitose

2.5 Líquido intracelular (lic) e liquido extracelular (lec)

Cerca de 56% do nosso corpo é formado à base de água e todo esse líquido se encontra no interior
e no exterior das células, daí o nome líquido intracelular (dentro da célula) e extracelular (fora da
célula).

► Líquido Intracelular (LIC): são os líquidos que estão no interior das células.

► Líquido Extracelular (LEC): são os líquidos que estão nos espaços entre as células. O LEC
está em movimento constante no corpo em razão da circulação sanguínea. O LEC é
transportado para todo o corpo em dois estágios:

1. Movimento do sangue no sistema circulatório;

2. Movimento de líquido entre os capilares e células.

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Encontra-se nesse líquido uma grande concentração de íons como Sódio, Potássio,
Bicarbonato, Cloreto, Magnésio, Fosfato, dentre outros. Esses íons são partículas que possuem
polaridade positiva ou negativa, podemos também chamar os íons polarizados positivamente ou
negativamente de eletrólitos.

Os eletrólitos estão presentes na camada interna e externa da célula e geram uma corrente
elétrica orgânica que auxilia na transmissão dos impulsos nervosos e funcionamento do corpo
humano.

Os mesmos eletrólitos que se encontram no líquido intracelular também estão presentes no


líquido extracelular, mas em proporções muito diferentes. Essa diferença de íons carregados
positivamente e negativamente no interior e exterior da célula é o que gera a eletricidade orgânica.

No líquido intracelular (LIC), há uma maior concentração de íons de potássio, magnésio,


fosfato e substratos necessários para as reações químicas; por isso quando a célula está em
homeostasia seu meio interno é negativo.

No líquido extracelular (LEC), há uma maior concentração de íons de sódio, cloreto,


bicarbonato, nutrientes para as células e os produtos de excreção celular; por isso quando a célula
está em homeostasia seu meio externo é positivo.

A diferença nos eletrólitos presentes no LIC e no LEC é responsável pelo desenvolvimento de uma carga
elétrica através da membrana que auxilia na transmissão dos impulsos nervosos e regulação das funções
celulares.

2.6 Potencial de ação

O potencial de ação representa o mecanismo básico para transmissão dos impulsos eletroquímicos
que serão usados na transmissão de sinais para regulação das funções orgânicas. Representa o
mecanismo básico para transmissão da informação, no sistema nervoso e em todos os tipos de
músculos. Nestas duas formas celulares, devemos levar em consideração três pontos necessários
para entendermos o potencial de ação.

O primeiro ponto é que a variação do potencial de repouso corresponde à -90 mV nestas


células, sendo que, quando analisamos as diferenças elétricas intra e extracelular, verificamos que o
interior desta célula é predominantemente negativo e o exterior predominantemente positivo, a esta
condição denominamos de potencial de repouso da célula.

21
O segundo ponto é referente à concentração de dois íons essenciais para que aconteça o
PA, que são ele: Sódio (Na+) e Potássio (K+). Cada um desses íons participa de uma etapa específica
do PA. Nestas células, a diferença de concentração dos íons no meio intracelular e extracelular são
bem distintas, em que, no caso do Na+, a concentração é maior no exterior do que no interior da
célula e, no caso do K+, o perfil de concentração é contrario ao Na+, ou seja, muito mais
concentrado no meio interno do que no meio externo. Sendo assim, pela distinção na concentração,
a tendência do Na+ é entrar na célula e do K+ é sair da célula.

O terceiro ponto refere-se de maneira específica às fases do PA. O objetivo do PA é a


inversão do potencial de membrana e, deste modo, provocar um impulso elétrico contínuo na
célula. De modo que, quando o potencial de membrana é invertido, denominamos de
despolarização e quando a célula retorna para o potencial de repouso, chamamos de repolarização.

Dessa forma o potencial de ação é um fenômeno das células excitáveis, que compreende a
despolarização rápida (inversão de polaridade) seguida de repolarização da membrana, até seu
potencial de repouso.

Etapas do Potencial de Ação:

• Estado de repouso: célula polarizada, ou seja, em equilíbrio, não há transmissão de sinais.


• Etapa da despolarização: ocorre uma inversão de polaridade nos meios intra e extracelular,
ou seja, o LIC fica positivo e o LEC negativo. Essa inversão de polaridade permite a
transmissão do impulso nervoso.
• Etapa da repolarização: depois de transmitido o sinal, ocorre um retorno da polaridade da
membrana em repouso. O LIC retorna à negatividade e o LEC à positividade, e a célula
retorna ao equilíbrio (homeostasia).

Potencial de Ação é um fenômeno que envolve três estágios: Estado de repouso, Etapa de despolarização e
Etapa de repolarização. Esse mecanismo é necessário para transmitir informações nervosas e permitir o
funcionamento do corpo humano.

Neste capítulo, você viu que as células são estruturas microscópicas compostas por inúmeros componentes
que desempenham funções complexas e altamente organizadas mantendo as condições de vida. O envoltório
celular é chamado de Membrana Plasmática e tem a função de selecionar o que pode entrar e sair da célula,
mantendo-a em equilíbrio.

Os transportes que ocorrem entre os meios intracelular e extracelular podem ser realizados com ou
sem gasto de energia, e ainda existem substâncias transportadas por vesículas.

22
Vimos também que o líquido que existe no interior das células é chamado líquido intracelular e o que
está entre as células é chamado líquido extracelular. Existem inúmeros íons carregados com polaridade
positiva e negativa dentro e fora da célula, esses são chamados eletrólitos. A diferença nos eletrólitos presentes
no LIC e no LEC é responsável pelo desenvolvimento de uma carga elétrica através da membrana que auxilia
na transmissão dos impulsos nervosos e regulação das funções celulares.

É importante lembrar que Potencial de Ação é um fenômeno que envolve três estágios: Estado de repouso,
Etapa de despolarização e Etapa de repolarização. Esse mecanismo é necessário para transmitir informações
nervosas e permitir o funcionamento do corpo humano.

Para saber mais sobre anatomia assista ao Vídeo ‘Introdução ao estudo das Células’. O vídeo apresenta a
introdução ao estudo da anatomia das células humanas, descrevendo cada parte da célula (membrana
plasmática, núcleo e citoplasma) e os principais elementos da biologia celular e da citologia. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Upu2xUAOWwI

Para saber mais sobre estrutura celular assista ao vídeo ‘Membrana Plasmática - Propriedades e Estrutura da
Membrana Celular - Citologia’. O vídeo demonstra de forma prática como a membrana plasmática separa dois
meios líquidos: o citoplasma e o interstício. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=v23UUQ9YI8w

Acesso em 19/11/2019.

Palavras Significado
Capilares Vaso sanguíneo muito fino
Enzimas Proteínas capazes de catalisar reações químicas
Muco Fluido viscoso, rico em água, proteínas, sais e células livres, comum nas
mucosas e nos tecidos de revestimento
Neurotransmissores Substâncias químicas que auxiliam nas funções do sistema nervoso
Permeabilidade Que se pode atravessar
Polaridade Molécula que possua o momento de dipolo diferente de zero
Seletiva Seleciona algo
Solubilidade Propriedade que possui uma substância de poder dissolver-se noutra
Vesículas Pequena “bolsa” de paredes finas preenchida por algo

23
Qual das seguintes alternativas não apresenta uma explicação correta sobre o componente celular?

a) ÁGUA: exerce poucas funções na célula. Representa em média cerca de 1% apenas da massa celular
e é sempre armazenada na célula sob a forma de glicogênio, que pode ser usada como uma fonte
rápida de energia celular.
b) ELETRÓLITOS: os eletrólitos permitem a condução dos impulsos, além de determinar e controlar a
atividade de diversas reações necessárias ao metabolismo celular.
c) PROTEÍNAS: depois da água, é a substância mais abundante presente na célula. Muitas das proteínas
formam canais estruturais pelos quais substâncias hidrossolúveis podem difundir-se. Outras atuam
como transportadoras de substâncias e outras ainda como enzimas.
d) LIPÍDIOS: Por serem substâncias insolúveis na água, são participantes da formação estrutural da
membrana. A gordura armazenada no interior da célula também atua como reservatório de energia.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

Vimos que, de acordo com o que foi estudado, a água na célula constitui o principal meio líquido da célula,
onde estão dissolvidas muitas substâncias químicas celulares, sendo também o lugar onde ocorre inúmeras
reações químicas.

*** RESPOSTA: A

Qual das alternativas é exemplo de transporte passivo?

a) Bomba de sódio e potássio


b) Osmose
c) Endocitose
d) Difusão Simples
e) Há mais de uma alternativa correta

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• TORTORA, Gerard J. Princípios de Anatomia Humana - 10ª Ed (2007). Guanabara Koogan- RJ.

O conteúdo deste livro foi organizado com base na vasta experiência dos autores no ensino da anatomia e na
interação com os estudantes. Bastante ilustrada e repleta de ferramentas que auxiliam no ensino-aprendizado,
Princípios de Anatomia Humana, em sua décima edição, reforça o conhecimento dos estudantes, eliminando
as dúvidas com relação à matéria e proporcionando um roteiro claro para a compreensão do
assunto.

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UNIDADE I
CAPÍTULO 3 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA
TEGUMENTAR
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Estruturas da Pele;
✓ Constituição e função da Epiderme, Derme e Hipoderme;
✓ As estruturas anexas à pele: pelos, unhas e glândulas;
✓ As funções da pele;
✓ Os tipos de pele;
✓ As terminologias médicas associadas ao sistema tegumentar;

Introdução

No módulo anterior, você aprendeu sobre os sistemas do corpo humano, que são responsáveis pela
manutenção das atividades das células e eliminação dos resíduos produzidos durante essas
atividades. Neste tópico, você conhecerá um pouco a respeito do sistema que reveste todo o corpo
(sistema tegumentar), quais suas funções e sua estrutura. Além disso, conhecerá, também, algumas
doenças que afetam nossa pele.

Você já sabe que as pessoas possuem peles de cores diferentes. Como isso é possível? A cor de nossa pele
depende da quantidade de uma substância conhecida como melanina e essa característica é determinada por
nossos genes. Assim, nós herdamos de nossos pais as informações genéticas que determinam a quantidade
de melanina que nossas células produzem. Essa substância também é responsável pela cor de nossos pelos
e de nossos olhos. Há pessoas que não são capazes de produzir a melanina (condição conhecida com
albinismo) e, por isso, possuem a pele, os pelos e os olhos muito claros. Independentemente da cor da pele,
do cabelo ou dos olhos, todos possuem a mesma estrutura, função e vulnerabilidade.

3.1 Estruturas da pele

A pele é o maior órgão do corpo humano, cobrindo quase 2m² e compondo quase um sexto do peso
corporal, atua como a primeira barreira de defesa contra vírus e bactérias para o nosso organismo,
portanto uma pele saudável é vital para o nosso o bem-estar. É ela que mantém o equilíbrio dos
líquidos e ajuda a manter a temperatura corporal. A pele é sensível e reage ao toque mais leve,
assim como a dor. Por ser um órgão tão extenso e exposto o estado da pele também pode ter um
impacto significativo em nossa autoestima.

26
Estruturalmente, a pele possui duas partes principais: a epiderme, parte mais fina e superficial, e
a derme, parte mais espessa e mais profunda. Abaixo da derme existe um tecido subcutâneo
chamado hipoderme.

Figura 1 – Estrutura da Pele

Fonte: https://www.todamateria.com.br/hipoderme/

3.2 Epiderme

A Epiderme é a parte mais superficial e recebe esse nome porque é constituída por um tipo de tecido
chamado tecido epitelial, responsável pela função de proteção do nosso corpo. Esse tecido recebe
o nome de tecido epitelial estratificado pavimentoso queratinizado, isso quer dizer que:

1. Estratificado: em camadas, a epiderme é formada por um tipo de tecido que se dispõe em


camadas, de quatro a cinco camadas.
2. Pavimentoso: é um tecido liso, ou seja, contínuo.
3. Queratinizado: possui queratinócitos que produzem uma proteína chamada queratina,
garantindo “semipermeabilidade” à pele. A queratina permite uma união firme entre as células
da epiderme e funciona como uma barreira protetora que permite proteção à pele,
selecionando o que pode entrar ou sair da célula.

Na Epiderme também está presente o melanócito, que produz a melanina, uma proteína
pigmentada que protege a pele contra a radiação solar ultravioleta.

• FUNÇÕES DA EPIDERME: proteção mecânica, permeabilidade seletiva e proteção contra


radiação solar.

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3.3 Derme

A Derme é a parte mais profunda da pele formada por tecido conjuntivo frouxo (colágeno + elastina)
que vai dar volume para a pele e elasticidade. A combinação de fibras elásticas e colágenas
proporciona resistência, extensibilidade (capacidade de estiramento) e elasticidade (capacidade de
retornar à forma original após o estiramento).

A maioria dos elementos funcionais que são importantes para o metabolismo da pele está
inserida na Derme. Estão presentes nessa camada: artérias, veias, nervos, terminações nervosas,
folículo piloso, glândula sebácea e sudorípara, e músculo eretor do pelo.

As funções das organelas presentes na Derme são:

✓ Artérias e Veias: responsáveis pela nutrição da pele.


✓ Nervos e Terminações nervosas: responsáveis pela sensibilidade da pele.
✓ Folículo piloso: responsável pela produção do pelo.
✓ Músculo eretor do pelo: produz calor
✓ Glândula sudorípara: elimina suor e resfria a pele
✓ Glândula sebácea: responsável pela hidratação da pele

3.4 Hipoderme

Abaixo da Derme existe um tecido subcutâneo denominado Hipoderme. O tecido subcutâneo atua
como um depósito de armazenagem para gordura e contém grandes vasos sanguíneos que irrigam
a pele. Nessa região também contém terminações nervosas chamadas corpúsculos lamelares, que
são sensíveis à pressão.

Assim como a Derme, a Hipoderme também é constituída de tecido conjuntivo adiposo (colágeno
+ gorduras). As fibras de colágeno mantêm as células produtoras de gordura, chamadas de
adipócitos firmemente unidas.

A Hipoderme fixa a Derme aos órgãos e tecidos subjacentes. Sua principal função é o
armazenamento de gordura, que atua como fonte de energia, além de garantir proteção contra
pressões mecânicas e atuar como isolante térmico.

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Hipoderme é uma camada ou conjunto de camadas celulares abaixo da derme que difere morfologicamente
das camadas subjacentes e, portanto, não faz parte da pele.

Figura 2 - Hipoderme

Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4974314/mod_resource/content/1/Sistema%20tegumentar.pdf

3.5 Estruturas acessórias da pele

As estruturas acessórias da pele são os pelos, glândulas da pele e unhas, essas se desenvolvem a
partir da Epiderme e têm inúmeras funções importantes, entre elas as seguintes: os pelos e as unhas
protegem a pele, as glândulas sudoríparas ajudam a manter a regulação da temperatura corporal.

PELOS: um pelo é formado por uma haste, que é a sua parte superficial que se projeta na superfície
da pele, uma raiz que penetra na derme e em algumas vezes no tecido subcutâneo (hipoderme) e
um folículo piloso.

Associados a cada folículo piloso estão uma glândula sebácea e um músculo eretor do pelo.
Novos pelos se desenvolvem a partir da divisão das células da matriz do bulbo, a substituição e o
crescimento acontecem em um padrão cíclico, que consiste em estágios alternados de crescimento
e repouso.

GLÂNDULAS: há dois tipos principais de glândulas na pele e têm atividade secretória (produtora).

✓ Glândula Sebácea: produzem sebo, que umedece os pelos e impermeabiliza a pele, elas
estão ausentes na palma das mãos e planta dos pés. A obstrução de uma glândula sebácea
pode produzir acne.

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✓ Glândula Sudorípara: produz suor, seus ductos terminam nos poros da epiderme. Elas
começam a funcionar na puberdade, são estimuladas também durante o estresse e atividade
sexual. As glândulas mamárias são glândulas sudoríparas especializadas que secretam leite.
As glândulas ceruminosas também são glândulas sudoríparas modificadas que produzem
cerume (cera do ouvido).

UNHAS: são células epidérmicas queratinizadas e endurecidas presentes nas superfícies dorsais
dos dedos. As unhas são produzidas pela divisão celular das células da matriz da unha.

3.6 Tipos de pele

Existem variações nas propriedades estruturais e funcionais da pele que determinam dois tipos de
pele. Essas variações estão relacionadas com:

1. Espessura da epiderme
2. Resistência
3. Flexibilidade
4. Grau de queratinização (quantidade de queratina)
5. Distribuição e tipo de pelo
6. Tipo de glândulas
7. Pigmentação (coloração)
8. Suprimento sanguíneo e suprimento nervoso

PELE FINA: a pele fina mede entre 0,10 e 0,15 mm de espessura e recobre todas as partes do corpo
exceto as palmas das mãos e a planta dos pés, possui menos glândulas sudoríparas do que a pele
espessa e possui uma distribuição mais espaçada de receptores sensíveis.

PELE ESPESSA: a pele espessa mede 0,6 a 4,5 mm de espessura e recobre as palmas das mãos
e a planta dos pés, possui mais glândulas sudoríparas do que a pele fina e possui os receptores
sensíveis distribuídos mais agrupados.

3.7 Funções da pele

Quando pensamos na pele, é comum relacioná-la à função de proteção, porém as funções desse
órgão são diversas. Vamos falar um pouco sobre elas:

1. Regulação da temperatura corporal: as glândulas sudoríparas produzem o suor que


ajudam no resfriamento da pele e o músculo eretor do pelo o arrepia aumentando a
temperatura da pele.
2. Reservatório de sangue: a derme abriga uma extensa rede de vasos sanguíneos. Durante
a prática de exercícios moderados, o fluxo de sangue pela pele aumenta, elevando a

30
quantidade de calor do corpo. Durante os exercícios vigorosos, a parede dos vasos se
constringe (estreita) desviando sangue para os músculos em atividade e para o coração.
3. Proteção: a pele protege o corpo dos efeitos nocivos dos raios UV, garantem proteção
mecânica durante impactos e selecionam as substâncias que podem atravessar a barreira da
epiderme.
4. Sensibilidade cutânea: a presença de terminações nervosas e raízes nervosas na pele são
responsáveis pelas sensações táteis (toque, pressão, vibração, cócegas), térmicas (calor,
frio) e dolorosas (dor).
5. Excreção e absorção: além de remover a água e o calor, o suor também consegue remover
pequenas quantidades de sais, dióxido de carbono, amônia e ureia. Algumas substâncias
também podem ser absorvidas pela pele como as vitaminas (A, D, E e K) e alguns materiais
tóxicos como acetona, chumbo, mercúrio e arsênico.
6. Síntese de vitamina D: a ativação de uma molécula presente na pele por meio da ação dos
raios UV presentes na luz solar permite a síntese (produção) da Vitamina D, que auxilia na
absorção de cálcio.

3.8 Terminologias associadas ao sistema tegumentar

Terminologia Anatômica trata-se de um conjunto de termos técnicos empregados para designar e indicar cada
componente estrutural do corpo humano.

No sistema que estamos estudando existe um conjunto de termos técnicos utilizados comumente
que estão associados ao Tegumento (pele), vamos conhecer alguns:

➢ Abrasão: área em que a pele foi raspada.


➢ Calo: área de pele espessa e endurecida, provocada por atritos constantes.
➢ Cisto: saco com uma parede de tecido conjuntivo própria, contendo líquido ou outro material.
➢ Comedão: coleção de material sebáceo e células mortas no folículo piloso e ducto excretor
das glândulas sebáceas, também conhecido como cravo.
➢ Dermatite de contato: inflamação da pele caracterizada por áreas de vermelhidão, coceira e
inchaço provocadas pela exposição a substâncias químicas que provocam uma reação
alérgica.
➢ Eczema: inflamação da pele caracterizada por áreas vermelhas, vesiculosas, secas e que
causam muita coceira.
➢ Furúnculo: abcesso resultante da infecção de um folículo piloso.
➢ Hemangioma: tumor localizado da pele e do tecido subcutâneo, que resulta no aumento
anormal de vasos sanguíneos.
➢ Impetigo: infecção de pele superficial causada por bactérias, comum em crianças.
➢ Pápula: pequena elevação arredondada da pele, com menos de 1 cm de diâmetro.

31
➢ Queloide: área escurecida irregular e elevada de tecido cicatricial excessivo, produzido pela
formação de colágeno durante a cicatrização.
➢ Verruga: massa produzida pelo crescimento descontrolado de células epiteliais da pele.

Neste capítulo, vimos que o sistema tegumentar tem como função proteger nosso organismo contra a invasão
de microrganismos, traumas mecânicos e desidratação, além de participar da regulação da temperatura
corporal. Esse sistema é formado pela pele (maior órgão de nosso corpo) e anexos (pelos, unhas e glândulas).

A pele é formada por duas camadas: epiderme e derme. A hipoderme ou tecido subcutâneo está abaixo da
derme e prende-a às outras estruturas e órgãos. A coloração da pele, assim como dos pelos e dos olhos, é
determinada pela quantidade de melanina que nossas células produzem.

Na camada mais externa da pele (epiderme), há a presença de queratina, que a impermeabiliza, além de
células de defesa e glândulas. Na derme (camada intermediária), estão as glândulas e na hipoderme encontra-
se o tecido adiposo, que protege nosso organismo contra traumas mecânicos, além de funcionar como isolante
térmico e reserva energética.

Entre os anexos, os pelos são responsáveis por proteger nossa pele dos raios solares, do atrito com o ar e a
água e do frio, enquanto as unhas protegem as pontas dos dedos. Já as glândulas sudoríparas são
responsáveis pela regulação da temperatura corporal, já que produzem e eliminam o suor. As glândulas
sebáceas produzem o sebo, que é usado para impermeabilizar e lubrificar nossa pele.

Existe uma série de termos que são comumente utilizados na área médica para descrições referentes ao
sistema tegumentar e que devem ser conhecidos.

Assista ao vídeo: “Sistema Tegumentar - Pele: Estrutura, divisões (camadas) e funções”, que fala sobre
anatomia humana (anatomia da pele), sobre o sistema tegumentar (pele e anexos), descreve a estrutura e
composição da Pele, assim como suas divisões em camadas (epiderme, derme e hipoderme) e suas
respectivas funções. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YYdCfzgAhQ4

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Palavras Significado
Abcesso Excesso de pus acumulado em uma cavidade que pode ter sido
produzida por algum tipo de inflamação.
Células epidérmicas Células presentes na epiderme com queratina.
queratinizadas
Glabras Lisa, sem pelos.
Morfológicas Estruturais, formação.

Qual das seguintes alternativas não é uma função da pele?

f) Ajuda a regular a temperatura corporal


g) Participa da síntese de vitamina D
h) Protege contra invasão de microrganismos, como as bactérias
i) Detecta estímulos relacionados à sensibilidade
j) Produz vitaminas e sais minerais

RESPOSTA: E

Você viu que, de acordo com o que foi estudado, as funções do esqueleto são:

1. Síntese de vitamina D
2. Excreção e absorção
3. Sensibilidade cutânea
4. Proteção
5. Reservatório de sangue
6. Regulação da temperatura corporal

***Então a alternativa E não faz parte das funções da pele.

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O tecido subcutâneo ou hipoderme é formado principalmente de:

a) Melanina
b) Queratina
c) Músculo
d) Tecido epitelial pavimentoso
e) Tecido adiposo e conjuntivo frouxo

• TORTORA, Gerard J. Princípios de Anatomia Humana - 10ª Ed (2007). Guanabara Koogan- RJ.

O conteúdo deste livro foi organizado com base na vasta experiência dos autores no ensino da anatomia e na
interação com os estudantes. Bastante ilustrada e repleta de ferramentas que auxiliam no ensino-aprendizado,
Princípios de Anatomia Humana, em sua décima edição, reforça o conhecimento dos estudantes, eliminando
as dúvidas com relação à matéria e proporcionando um roteiro claro para a compreensão do
assunto.

34
UNIDADE I
CAPÍTULO 4 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA
ESQUELÉTICO
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Funções do sistema esquelético;


✓ Número de ossos do esqueleto;
✓ Classificação dos ossos;
✓ Estrutura dos ossos;
✓ Histologia do tecido ósseo;
✓ Divisão do esqueleto;
✓ Suprimento sanguíneo e nervoso do osso;
✓ Crescimento ósseo;
✓ Remodelação óssea;

Introdução

O estudo da Anatomia do Sistema Esquelético nos permite perceber que o esqueleto não é um
conjunto de ossos e sim um conjunto de órgãos vivos, que estão em constante processo de
remodelação.

Conhecer as funções do sistema esquelético abre um mundo de informações que ultrapassa


os limites relacionados apenas ao movimento humano.

Trata-se de um complexo arcabouço que dá definição espacial ao nosso corpo, garantindo


sustentação e proteção. Envolvido diretamente com o aparelho locomotor e com a produção de
células sanguíneas indispensáveis para a manutenção da vida.

Vamos mergulhar juntos nesse mar de informações e curiosidades.

A prática regular de atividades físicas auxilia na manutenção e desenvolvimento dos ossos, pois diante da
submissão do esqueleto às cargas e pressões promovidas pelo exercício, ocorre o aumento do depósito de
minerais nos ossos. Esse processo, claramente, ameniza o processo de desmineralização e contribui para
prevenção de dores, fraqueza, fraturas e osteoporose.

35
4.1 Funções do esqueleto

É comum relacionar a função do esqueleto com movimento, mas é interessante saber que o
esqueleto desempenha outras funções que não estão envolvidas diretamente com a locomoção, mas
são consideradas importantes no corpo humano.

O aparelho locomotor é formado por ossos, músculos e ligamentos. Dessa forma, a função
primordial dos ossos é agir como uma alavanca e permitir o movimento.

Os ossos também são locais de fixação do tecido muscular e promovem a sustentação do nosso
corpo. O esqueleto também atua como elemento de proteção. Por ser uma estrutura rígida, ele
confere proteção aos órgãos vitais como, por exemplo, o crânio que protege o encéfalo e a caixa
torácica que protege o coração e pulmões.

Outra função importante dos ossos classificados como longos é produzir células sanguíneas, a essa
função se dá o nome de hematopoese. Além disso, os ossos representam uma importante reserva
natural de minerais como cálcio, fósforo, sódio e potássio.

As funções do esqueleto são:

1- Participar da locomoção (movimento);

2- Sustentação do corpo;

3- Proteção de órgãos vitais;

4- Local de fixação do tecido muscular;

5- Produção de células sanguíneas (hematopoese);

6- Reserva de Minerais;

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4.2 Número de ossos do esqueleto

O número de ossos no esqueleto de um indivíduo adulto é aproximadamente 206, aproximadamente,


pois esse número pode sofrer alterações devido a algumas variações anatômicas. Alguns fatores
influenciam os critérios de contagem, por isso esse número não é preciso.

Os fatores são:

- Fatores individuais: Em algumas pessoas permanece uma sutura embrionária marcando a


divisão de uma peça anatômica. Por exemplo, a sutura interfrontal que separa o osso frontal em duas
partes, uma direita e outra esquerda. Na maioria das pessoas isso não ocorre, o osso frontal não é
dividido, dessa forma, essa variação anatômica aumenta o número de ossos.

- Fatores etários: A idade deve ser considerada, pois à medida que envelhecemos o número
de ossos diminui devido a um processo de sinostose, que reabsorve o tecido conjuntivo que interpõe
as peças ósseas.

- Critérios de contagem: Há diferentes abordagens entre os anatomistas na contagem dos


ossos do esqueleto, por exemplo, o osso da pelve é formado por ísquio, ílio e púbis. Alguns
consideram essa estrutura como um único osso, outros consideram como três.

Variação Anatômica é a diferença na estrutura que não causa prejuízo da função.

4.3 Estrutura de um osso

Os ossos contêm uma matriz celular formada por aproximadamente 25% de água, 25% de fibras
colágenas e 50% de minerais cristalizados. A matriz extracelular do osso contém sais minerais em
abundância (principalmente hidroxiapatita) e fibras colágenas. Embora a rigidez do osso dependa
dos sais minerais inorgânicos cristalizados, sua flexibilidade depende de suas fibras colágenas.

O osso não é completamente sólido, existem espaços entre suas células e os componentes da
matriz extracelular. Aproximadamente 80% do esqueleto é formado por osso compacto e 20%
formado por osso esponjoso.

37
Figura 1 – Estrutura do osso

Fonte: http://histofisios.blogspot.com/p/tecido-osseo.html

O tecido ósseo compacto contém poucos espaços, forma a camada externa de todos os ossos
e constitui a maior parte da diáfise (corpo) do osso longo. A rigidez do osso compacto garante
proteção e resiste às forças produzidas pelo peso e pelo movimento.

No tecido ósseo esponjoso, as lamínulas ósseas, mais irregulares em forma e tamanho, se


arranjam de maneira a deixar entre si espaços ou lacunas maiores que se comunicam umas com as
outras, tornando o osso mais leve para facilitar o movimento. A substância óssea esponjosa constitui
a maior parte dos ossos classificados como curtos, planos e irregulares, também está presente na
epífise dos ossos longos e formam uma margem estreita ao redor do canal medular no interior do
corpo dos ossos longos.

Aproximadamente 80% do esqueleto é formado por osso compacto e 20% formado por osso esponjoso. A
substância orgânica confere ao osso flexibilidade e os sais minerais inorgânicos lhe garante resistência.

Além dos elementos duros, existe no osso uma estrutura mole, como o periósteo, formado por
uma membrana muito firme rica em tecido conectivo, vasos sanguíneos e fibras sensitivas. O
periósteo irriga o osso com nutrição sanguínea e o mantém vivo. Por possuir fibras sensitivas, é
responsável pela sensação dolorosa que sentimos nos ossos.

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O periósteo tem a função de proteger, nutrir e promover a recuperação do osso em casos de lesão.

4.4 Classificação dos ossos

Os ossos são classificados conforme suas dimensões (altura, largura e espessura) em ossos longos,
curtos, laminares e irregulares.

Figura 2 – Fêmur

Fonte: http://aneste.org/anatomia-humana.html

Osso longo: São ossos que possuem sua altura (comprimento) consideravelmente maior que a
largura e a espessura. Todo osso longo possui um corpo denominada diáfise e duas extremidades
chamadas epífises. A diáfise apresenta, em seu interior, uma cavidade, o canal medular, que aloja a
medula óssea. Exemplos típicos são os ossos do esqueleto apendicular: fêmur, úmero, rádio, ulna,
tíbia, fíbula, falanges. Entre as epífises (extremidades) e a diáfise (corpo) existe um espaço
preenchido por cartilagem denominado placa epifisiária.

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A função de produzir células sanguíneas (hematopoese) dos ossos acontece no interior do corpo (diáfise) dos
ossos longos num local chamado medula óssea.

A placa epifisária permite o crescimento do osso em comprimento, por volta dos 21 anos essa placa se calcifica
e impede o crescimento.

Figura 3 – Escápula

Fonte: http://www.sogab.com.br/anatomia/cingulodosmembrossuperiores.htm

Osso laminar/plano/chato: São ossos que possuem altura (comprimento) e largura


equivalentes (parecidas) e maiores que a espessura. Ossos do crânio, como o parietal, frontal,
occipital e outros como a escápula e o osso do quadril, são exemplos bem demonstrativos.

40
Figura 4 – Ossos da mão

Fonte: https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema-muscular/musculos-do-membro-superior/musculos-da-mao/

Osso curto: apresenta equivalência das três dimensões. Os ossos do carpo e do tarso são
excelentes exemplos.

Figura 5 – Vértebras

Fonte: http://aneste.org/anatomia-humana.html

Osso irregular: São ossos que apresentam uma morfologia complexa não encontrando
correspondência em formas geométricas conhecidas. As vértebras e osso temporal são exemplos
marcantes.

Estas quatro categorias são as categorias principais de classificação de um osso quanto à


sua forma. Elas, contudo, podem ser complementadas por duas outras:

Figura 6 – Osso craniano

Fonte: https://www.slideshare.net/Tyrelsm/osteologa-frontal-y-etmoides

Osso pneumático: São ossos que apresentam uma ou mais cavidades, de volume variável,
revestidas de mucosa e contendo ar. Estas cavidades recebem o nome de sinus ou seio. Os ossos
pneumáticos estão situados no crânio: frontal, maxilar, temporal, etmoide e esfenoide.
41
Figura 7 – Patelas

Fonte: http://www.sogab.com.br/anatomia/artrologiajonas.htm

Osso sesamoide: São ossos que se desenvolvem no interior de certos tendões onde há uma
considerável tensão. Eles nem sempre se ossificam por completo e medem poucos milímetros,
exceto as duas patelas, consideradas os maiores ossos sesamoides.

4.5 Histologia do tecido ósseo

No tecido ósseo estão envolvidos quatro tipos de células:

1- Células osteoprogenitoras ou osteogênicas: São um tipo de células-tronco não


especializadas, que sofrem divisão celular. As células resultantes dessa divisão formam os
osteoblastos.

2- Osteoblastos: São células formadoras de osso que sintetizam (produzem) as fibras


colágenas e outros componentes orgânicos para formar a matriz extracelular do tecido
ósseo e promovem a ossificação.

A matriz extracelular do osso contém sais minerais em abundância e fibras colágenas.

42
3 - Osteócitos: São células ósseas maduras, são as principais células do tecido ósseo e têm
a função de manter o metabolismo do osso trocando nutrientes e resíduos com o sangue.

4 - Osteoclastos: São células que libera enzimas lisossômicas poderosas e ácidos que
digerem componentes da matriz extracelular promovendo a reabsorção do osso.

Células Osteogênicas: fazem divisão celular e produzem os osteoblastos.

Células Osteoblastos: produzem a matriz extracelular e fazem a calcificação do osso.

Células Osteócitos: células que mantém o metabolismo do osso.

Células Osteoclastos: células que reabsorvem a matriz extracelular e fazem reabsorção óssea.

4.6 Suprimento sanguíneo e nervoso do osso

Os ossos são irrigados com sangue, numerosos vasos sanguíneos penetram no osso e
atingem o periósteo.

O periósteo é formado por uma membrana muito firme rica em tecido conectivo, vasos sanguíneos e fibras
sensitivas. O periósteo irriga o osso com nutrição sanguínea e o mantém vivo, por possuir fibras sensitivas é
responsável pela sensação dolorosa que sentimos nos ossos.

43
As principias artérias responsáveis por fornecer sangue aos ossos são:

✓ artérias periosteiais: levam suprimento sanguíneo ao periósteo;


✓ artéria nutrícia: levam suprimento sanguíneo à parte interna do osso;
✓ artéria metafisárias: penetram na metáfise do osso (que corresponde ao local entre a epífise
e diáfise) e junto com artéria nutrícia irrigam a medula óssea vermelha e a metáfise;
✓ artéria epifisária: levam suprimento sanguíneo à epífise do osso (extremidade).

As veias acompanham as artérias e recebem os mesmos nomes que elas, a função das veias
é drenar o sangue dos ossos removendo os catabólitos:

✓ veias periosteiais: drenam sangue do periósteo;


✓ veias nutrícias: drenam sangue da parte interna do osso;
✓ veias metafisárias: drenam sangue da medula óssea vermelha e a metáfise;
✓ veias epifisárias: drenam sangue da epífise.

Os nervos acompanham os vasos sanguíneos que suprem os ossos. O periósteo é rico em


nervos sensitivos, responsáveis pela sensação de dor. Esses nervos são especialmente
sensíveis à laceração (despedaçamento) ou à tensão, o que explica a dor em casos de fraturas
e tumores ósseos.

4.7 Crescimento ósseo

Entre a diáfise e epífise dos ossos existe uma região chamada cartilagem epifisária formada por
quatro cartilagens. A ação dessas cartilagens é responsável pelo crescimento do osso em
comprimento.

✓ Cartilagem em repouso: os condrócitos (células ósseas) não participam do crescimento


ósseo, por isso o nome repouso, elas apenas fixam a cartilagem ao osso da epífise.
✓ Cartilagem em proliferação: os condrócitos se dividem para permitir o crescimento ósseo.
✓ Cartilagem hipertrófica: nessa camada, os condrócitos se organizam em colunas e promovem
o alongamento da diáfise (crescimento do osso).
✓ Cartilagem calcificada: essa cartilagem é invadida por osteoblastos e vasos sanguíneos que
secretam a matriz extracelular, substituindo a cartilagem calcificada por osso.

Por volta dos 18 anos de idade nas mulheres e dos 21 anos nos homens, a cartilagem epifisária
se fecha, os condrócitos param de se dividir, e o osso substitui toda a cartilagem, a cartilagem
desaparece e deixa uma estrutura óssea chamada linha epifisial. A partir daí, cessa o crescimento
ósseo.
44
O crescimento ósseo em largura acontece com acréscimo de tecido ósseo na face externa do
osso pela ação dos osteoblastos.

Osteoblastos são células formadoras de osso, elas sintetizam (produzem) as fibras colágenas e outros
componentes orgânicos para formar a matriz extracelular do tecido ósseo e promovem a ossificação.

4.8 Remodelação óssea

Remodelação óssea é a troca contínua do tecido ósseo velho por tecido ósseo novo. Mesmo após o
osso atingir seu tamanho e forma adulta, o osso é continuamente destruído e substituído por osso
novo. A remodelação também substitui o osso danificado por tecido ósseo novo.

O crescimento ósseo normal no jovem e a remodelação óssea no adulto depende da


presença de:

- diversos minerais: cálcio, flúor, magnésio, ferro, fósforo e manganês;

- diversas vitaminas: A, B12, C, D e K

- diversos hormônios: hormônio do crescimento, hormônios sexuais, hormônios da tireoide,


calcitonina, paratormônio e insulina.

A remodelação ocorre pela ação contínua dos osteoclastos que destroem o tecido ósseo velho e dos
osteoblastos que constrói o novo. Para que esse processo ocorra de forma homeostasica, é necessário um
equilíbrio delicado entre as ações dos osteoblastos e osteoclastos.

45
Neste capítulo, você viu que as funções dos ossos estão envolvidas com movimento, sustentação, proteção,
reserva de minerais e produção de células sanguíneas. O Esqueleto Humano é formado por aproximadamente
206 ossos devido aos fatores etários, individuais e aos critérios de contagem.

O osso é formado por uma matriz extracelular composta por fibras colágenas que garantem flexibilidade e sais
minerais inorgânicos responsáveis pela resistência do osso. As células encontradas no tecido ósseo são:
osteogênicas (função – formar osteoblastos), osteoblastos (função – calcificação), osteócitos (função –
manutenção do metabolismo) e osteoclastos (função – reabsorção).

Você viu também que, conforme suas dimensões, os ossos são classificados em longos, curtos, planos,
irregulares, pneumáticos e sesamoide.

É importante lembrar que anatomicamente o esqueleto é dividido em esqueleto axial, que compreende os
ossos do crânio, tórax e coluna vertebral, e esqueleto apendicular, que abrange os ossos dos membros
superiores e inferiores assim como as suas raízes.

O periósteo é formado por uma membrana muito firme rica em tecido conectivo, vasos sanguíneos e fibras
sensitivas. O periósteo irriga o osso com nutrição sanguínea e o mantém vivo, por possuir fibras sensitivas é
responsável pela sensação dolorosa que sentimos nos ossos.

Você não pode esquecer que a remodelação óssea é a troca contínua do tecido ósseo velho por tecido ósseo
novo. Mesmo após o osso atingir seu tamanho e forma adulta, o osso é continuamente destruído e substituído
por osso novo.

O esporte não atua como um fator que possa alterar os processos de maturação e crescimento de uma criança.
A atividade física aparentemente não afeta a estatura e a maturação, como evidenciado em estudos
longitudinais. Se isso ocorre em uma criança atleta, é provável que existam interações de outros fatores
ambientais. Por outro lado, o treinamento físico pode ser um importante componente para otimizar a
mineralização do esqueleto. Para saber mais sobre a influência do esporte na estrutura óssea, leia o artigo:
“Influência do esporte na fase de crescimento e maturação do esqueleto” acessando o link:
www.scielo.br/pdf/rbme/v3n3/a04v3n3.pdf

46
Palavras Significado
Articulares Vem da palavra articulação, ou seja, junção entre dois ossos.
Catabólitos São substâncias derivadas do catabolismo (digestão) de um organismo.
Laceração Despedaçamento
Equivalente Similares, parecidos.
Flexibilidade Elasticidade, maleável.
Morfologia Forma, estrutura.
Ossificação Formação de osso.
Resistência Força que se opõe ao movimento

Qual das seguintes alternativas não é uma função do sistema esquelético?

k) Local de fixação do tecido muscular.


l) Produção de células sanguíneas (hematopoese).
m) Armazenamento de cálcio e fósforo.
n) Sustentação e Proteção de órgãos vitais.
o) Produção de vitamina D.

RESPOSTA: E. Você viu que, de acordo com o que foi estudado, as funções do esqueleto são:

1- Participação na locomoção (movimento);

2- Sustentação do corpo;

3- Proteção de órgãos vitais;

4- Local de fixação do tecido muscular;

5- Produção de células sanguíneas (hematopoese);

6- Reserva de Minerais;

***Então a alternativa E não faz parte das funções do sistema esquelético.

47
Qual das seguintes alternativas não é uma célula do tecido ósseo?

a) Osteócito
b) Matriz extracelular
c) Osteoclasto
d) Osteoblasto
e) Osteogênica

Brandão, Miriam. Anatomia Sistêmica - Visão Dinâmica para o Estudante - Guanabara Koogan. RJ- 1ª Ed.
2004

Este livro atende as necessidades diárias daqueles que precisam de uma visão dinâmica e fundamentada da
Anatomia Humana. Fornece suporte didático à medida que ministra exercícios de fixação e de correlação, e
apresenta imagens fotográficas das peças anatômicas que permitem explorações técnicas de acordo com a
necessidade em questão.

48
UNIDADE II
CAPÍTULO 5 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA
MUSCULAR
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Definição dos músculos;


✓ Funções do Sistema Muscular;
✓ Propriedades dos músculos;
✓ Tipos dos músculos;
✓ Tipos de fibras musculares;
✓ Componentes anatômicos dos músculos;
✓ Contração muscular;
✓ Tipos de contração muscular;

Introdução

O sistema muscular é responsável pelo movimento do corpo humano, é através da contração que os
músculos produzem força para tracionar os ossos e produzir movimento nas articulações. Além
disso, os músculos representam cerca de 45% do peso corporal e estabilizam a posição do corpo
humano contra a ação da gravidade.

Conhecer as funções do sistema muscular e seus componentes anatômicos abre um mundo


de informações que ultrapassam os limites relacionados apenas ao movimento humano.

Ao estudar esse capítulo, você aprenderá mais sobre esse fantástico sistema.

Arrepio ou Calafrio é uma sensação de frio que ocorre quando a temperatura corporal diminui.
Os tremores também ocorrem juntamente com calafrios, porque o corpo produz calor durante a contração
muscular em uma tentativa fisiológica de aumentar a temperatura do corpo.

49
5.1 Definição

Os músculos são feixes de células musculares que se fixam pelas suas extremidades e movem
segmentos do corpo através de sua característica de contração e relaxamento, geralmente em
resposta a um estímulo nervoso.

Os músculos são capazes de transformar energia química através da “quebra” de uma


molécula chamada ATP (adenosina trifosfato) em energia mecânica e gerar trabalho.

ATP: a adenosina trifosfato, também conhecido como ATP, é uma molécula que transporta energia nas células.
É a principal moeda de energia da célula, todos os seres vivos usam ATP como fonte de energia.

O corpo humano é formado por aproximadamente 501 músculos, esse número não é exato
devido algumas variações como, por exemplo, as diferenças raciais. Nossos músculos representam
cerca de 40 a 50% do peso corporal.

Figura 1 – Musculatura humana

Fonte: https://todoimagenes.co/organos-del-cuerpo-humano

50
5.2 Funções dos músculos

As funções do Sistema Muscular são:

1. Realização de movimentos - Dentre as diversas funções que os músculos realizam, a


capacidade de produzir movimentos é uma característica peculiar, ou seja, é uma
característica exclusiva, apenas o sistema muscular é capaz de realizar contração e
relaxamento muscular.
2. Estabilização das posições do corpo - As contrações que os músculos realizam estabilizam
as articulações e ajudam na manutenção da postura corporal. Assim, atitudes como ficar
sentado, em pé ou movimentar-se só é possível graças às contrações dos músculos.
3. Movimentação de substâncias orgânicas - Os músculos revestem as paredes dos vasos
sanguíneos e todos os nossos órgãos, dessa forma, as contrações geradas nos vasos ajudam
a impulsionar e transportar o sangue durante a circulação sanguínea, assim como
movimentar alimentos no tubo digestório ou urina no sistema renal.
4. Produção de calor - Quando os músculos se contraem produzem energia que é utilizada
pelo organismo para manter a temperatura corporal.

As funções do Sistema Muscular são:

1. Realização de movimentos
2. Estabilização das posições do corpo
3. Movimentação de substâncias orgânicas
4. Produção de calor

5.3 Propriedade do sistema muscular

O sistema muscular possui quatro propriedades básicas que lhe permitem trabalhar em harmonia.

1. Excitabilidade Elétrica – Refere-se à capacidade que as células musculares têm de responder


a determinados estímulos elétricos, assim como ocorre nas células do sistema nervoso. Por
exemplo, o coração possui algumas células musculares especiais (chamadas de marca-
passo do coração) que são capazes de deflagrar estímulos elétricos e gerar contração.

51
2. Contratilidade – Refere-se à capacidade de contrair-se quando é estimulado pelo estímulo
nervoso, essa contração gera tensão (força) que traciona os pontos de fixação dos músculos
produzindo movimento.

3. Extensibilidade – É a capacidade que os músculos têm de esticarem-se sem sofrer danos,


isso ocorre durante o alongamento por exemplo.

4. Elasticidade – É a capacidade que o músculo possui de retornar ao seu comprimento


e sua forma depois de uma contração ou depois de um alongamento.

As Propriedades do Sistema Muscular são:

1. Excitabilidade Elétrica
2. Contratilidade
3. Extensibilidade
4. Elasticidade

Tipos de músculos

Existem três tipos de músculos, são eles:

MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO

o Forma: recebe o nome de estriado porque suas fibras musculares estão dispostas de
maneira irregular, o que confere um aspecto de ‘estrias’, e esquelético porque está sempre
ligado a um ou mais ossos.
o Localização: esse tipo de músculo reveste todo o esqueleto.
o Função: realiza contração voluntária, ou seja, podemos contrair e relaxar os músculos
estriados esqueléticos e assim produzir movimento pelo nosso desejo voluntário.

52
MÚSCULO LISO

o Forma: recebe o nome de liso porque suas fibras musculares estão dispostas de maneira
regular, o que confere um aspecto ‘liso’.
o Localização: esse tipo de músculo reveste a parede de todas as vísceras (órgãos) e vasos
sanguíneos.
o Função: esse tipo de músculo realiza contração involuntária, ou seja, a contração e o
relaxamento não dependem do nosso desejo voluntário.

MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO

o Forma: recebe o nome de estriado porque suas fibras musculares estão dispostas de
maneira irregular, o que confere um aspecto de ‘estrias’, e cardíaco porque está sempre
ligado ao coração.
o Localização: Esse tipo de músculo reveste a parede do coração.
o Função: Esse tipo de músculo realiza contração involuntária, ou seja, a contração e o
relaxamento não dependem do nosso desejo voluntário

MÚSCULO MÚSCULO LISO MÚSCULO


ESTRIADO ESTRIADO
ESQUELÉTICO CARDÍACO
TIPO DE Voluntaria Involuntária Involuntária
CONTRAÇÃO
LOCALIZAÇÃO Esqueleto Vasos sanguíneos e Coração
vísceras

5.5 Tipos de fibras musculares

A massa muscular do corpo humano é composta por dois tipos principais de fibras musculares, as
vermelhas e as brancas. As fibras vermelhas são também chamadas de Tipo I ou de contração lenta
e as brancas de Tipo II ou de contração rápida. A classificação das fibras é feita através das suas
características contráteis e metabólicas.

A maioria dos grupos musculares é composta por uma combinação igual de fibras vermelhas
(contração lenta) e brancas (contração rápida), embora existam alguns grupos musculares com

53
predominância de certo tipo de fibra. A porcentagem dos tipos de fibra pode ser influenciada pela
genética, níveis hormonais e hábitos de exercício do indivíduo.

➢ Fibras vermelhas de contração lenta (do tipo I)

Possuem grande número de capilares sanguíneos e alta atividade enzimática mitocondrial, o


que permite que essas fibras possuam grande capacidade de metabolismo aeróbico (obtenção de
energia com a presença de oxigênio) e alta resistência à fadiga, por isso realizam contração lenta,
que são aquelas contrações de menor intensidade, porém de maior duração.

Por exemplo: Atletas de resistência (corredores de distância) possuem alta porcentagem de


fibras vermelhas de contração lenta (do tipo I).

➢ Fibras brancas de contração rápida (do tipo II a)

Apresentam capacidade limitada de metabolismo aeróbico, no entanto, têm uma grande


capacidade anaeróbica (obtenção de energia na ausência de oxigênio) e são menos resistentes à
fadiga, por isso realizam contração rápida, que são aquelas contrações de maior intensidade, porém
de menor duração.

Por exemplo: Atletas de potência (corredores de curta distância) possuem alta porcentagem
de fibras rápidas.

➢ Fibras intermediárias (do tipo II b)

Possuem características mescladas das fibras do tipo I e II e têm a capacidade de


modificarem-se0 e adquirirem mais as características de uma que de outra com o treinamento físico.
O treinamento físico de potência e o de resistência promove uma conversão das fibras.

FIBRAS DE CONTRAÇÃO LENTA (Tipo I)

- Sistema de energia utilizado: AERÓBICO (utiliza o oxigênio como principal fonte de energia);
- Coloração: vermelha (devido ao grande número de mioglobina e mitocôndrias);
- Contração muscular lenta; são altamente resistentes à fadiga;
- São mais apropriadas para exercícios de longa duração como natação e corrida.

FIBRAS DE CONTRAÇÃO RÁPIDA (Tipo II)

- Sistema de energia utilizado: ANAERÓBICO;

- Coloração: branca;

- Contração muscular rápida; fadigam rapidamente;

54
- Predominam em atividades anaeróbicas que exigem paradas bruscas, arranques com mudança de ritmo e
saltos.

FÁSCIA MUSCULAR - É uma lâmina de tecido conjuntivo que envolve cada músculo.

✓ A camada mais externa que envolve todo o músculo é chamada de epimísio;


✓ A camada que envolve cada feixe muscular é chamada de perimísio;
✓ A camada que envolve cada fibra muscular é chamada de endomísio.

Figura 2 – Músculo Estriado

Fonte: https://www.slideshare.net/dralazeb/structure-of-skeletal-muscle

MIOFIBRILAS – São estruturas fusiformes encontradas no interior das fibras musculares. São
formadas por dois filamentos: Actina (filamentos finos) e Miosina (filamentos grossos). Nelas estão
presentes também as proteínas contráteis chamadas Troponina e Tropomiosina.

VENTRE MUSCULAR – Constitui o corpo do músculo (a porção carnosa), é formado por fibras
musculares e representa a parte contrátil do músculo.

TENDÕES – São estruturas ricas em fibras colágenas que servem para fixar o ventre muscular nos
ossos, no tecido subcutâneo (abaixo da pele) e nas cápsulas articulares. Os tendões geralmente têm
um formato cilíndrico, quando se apresentam em forma de ‘leque’ ou lâminas são chamadas de
Aponeuroses.

55
BOLSA TENDÍNEA – São pequenos sacos de tecido conjuntivo que envolvem os tendões e servem
para evitar o impacto deles com os ossos.

5.6 Contração muscular

A capacidade de movimentar o corpo, seja levantar-se, manter-se de pé em equilíbrio, caminhar ou


mudar de posição, tudo isso só é possível devido à contração muscular, que é processo fisiológico
que possibilita realizar estes movimentos.

Este fenômeno pode ser compreendido conhecendo a composição de um músculo: que é um


tecido composto por vários elementos revestidos por membranas que estão distribuídas de forma a
originar estruturas individuais. Essas estruturas menores que formam o músculo são as fibras
musculares, constituídas microscopicamente por células que no seu interior possuem uma cadeia de
proteínas denominadas actina e miosina, dispostas paralelamente alternada entre elas.

✓ CONTRAÇÃO – Por parte do sistema nervoso, que envia o estímulo, os filamentos da miosina
e actina se deslizam uns sobre os outros, diminuindo e aproximando-se fazendo, assim, com
que a fibra muscular se contraia, produzindo a contração muscular.

Figura 3 – Contração Muscular

Fonte: https://pt.slideshare.net/FranciscoM72/funcionamento-e-estrutura-do-musculo-esqueletico

56
A energia para a contração muscular vem das moléculas de ATP (adenosina trifosfato)
produzidas durante a respiração celular. Estas moléculas atuam na ligação da miosina à actina,
ocasionando a contração muscular.

ATP: a adenosina trifosfato, também conhecido como ATP, é uma molécula que transporta energia nas células.
É a principal moeda de energia da célula, todos os seres vivos usam ATP como fonte de energia.

✓ RELAXAMENTO – Quando cessa o estímulo nervoso para a fibra muscular.

✓ FADIGA MUSCULAR - Ocorre por deficiência de ATP, que é a energia necessária para o
deslizamento da actina sobre a miosina, ou incapacidade de propagação do estímulo nervoso
por meio da membrana celular.

ETAPAS DA CONTRAÇÃO MUSCULAR:

1. O impulso nervoso percorre todo o neurônio motor e chega à junção neuromuscular;


2. Isso provoca a liberação de acetilcolina na fenda sináptica;
3. Esse neurotransmissor aumenta a permeabilidade da membrana ao sódio (carga +) e causa
despolarização da fibra muscular com propagação do impulso nervoso por todo o músculo;
4. A despolarização atinge o retículo sarcoplasmático e promove liberação de cálcio;
5. O cálcio liberado permite uma forte ligação entre actina e miosina;

A contração muscular continua enquanto há energia disponível para deslizar a actina sobre a miosina.

5.7 Tipos de contração muscular

Para que um movimento ocorra é necessário que os músculos recebam um estímulo através de um
comando do sistema nervoso e se contraiam. Existem duas formas de os músculos realizarem
contração:

CONTRAÇÃO ISOTÔNICA – Na contração dos músculos do esqueleto, os movimentos produzem


sempre a aproximação de ossos articulados entre si, enquanto o relaxamento muscular permite o
57
afastamento deles. Torna-se evidente que a aproximação só é possível pelo encurtamento das fibras
que formam os músculos, o que é denominado de contração isotônica. A contração isotônica é
dividida em:

➢ Contração Concêntrica - o músculo se encurta e traciona outra estrutura, como um


tendão, reduzindo o ângulo de uma articulação.
➢ Contração Excêntrica - quando aumenta o comprimento total do músculo durante a
contração.

Figura 4 – Movimento muscular: contração concêntrica e excêntrica

Fonte: https://raislife.com/blog/wp-content/uploads/2015/01/rais-data-saude-dor-muscular-tardia-dmt-contracao-muscular-concentrica-
excentrica-pt.png?x52980

CONTRAÇÃO ISOMÉTRICA – Na contração isométrica, o comprimento do músculo não varia, ou


seja, não há movimento durante a contração. Um exemplo de contração isométrica é o do atleta que
sustenta com os braços seu corpo no ar. Enquanto sustém, seus braços permanecem em contração,
embora não produzam movimento.

Figura 5 – Contração isométrica

Fonte: https://yogateachercentral.com/study-library/anatomy-physiology-2/anatomy-physiology/anatomy-of-the-core/fundamental-
teachings/

58
Neste capítulo, você viu que os músculos são estruturas anatômicas capazes de realizar contração e
relaxamento e produzir movimentos.

Os músculos possuem quatro propriedades: Excitabilidade Elétrica, Contratilidade, Extensibilidade e


Elasticidade. E podem ser classificados em: Músculo estriado esquelético, Músculo estriado cardíaco e
Músculo liso.

Você viu também que a massa muscular do corpo humano é composta por dois tipos principais de fibras
musculares, as vermelhas e as brancas. As fibras vermelhas são também chamadas de Tipo I ou de contração
lenta e as brancas de Tipo II ou de contração rápida. A classificação das fibras é feita através das suas
características contráteis e metabólicas.

Conforme suas formas, origens, inserções, ações e funções, os músculos podem receber diversas
classificações.

É importante lembrar que existem dois tipos principais de contração muscular, a contração isotônica, que
promove movimento durante a contração e pode ser subdivida em contração concêntrica e excêntrica, e
contração isométrica, que não há movimento durante a tensão muscular.

Assista ao vídeo “Sistema Muscular: Estrutura, divisões e funções dos músculos esqueléticos”. Ele traz uma
aula de anatomia humana sobre o sistema muscular no qual descreve a estrutura, divisões e funções dos
músculos esqueléticos e como eles movimentam as articulações. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=UHBPIY4AEPs

59
Palavras Significado
Contratilidade Propriedade que tem certas células, especialmente as do tecido muscular, de
reduzir as dimensões mediante estímulo.
Elasticidade Propriedade de um corpo sofrer deformação, quando submetido à tração, e retornar
parcial ou totalmente à forma original.
Excitabilidade Propriedade de se excitar com determinado estímulo.
Extensibilidade Propriedade de um corpo sofrer deformação, quando submetido à tração.
Flexibilidade Elasticidade, maleabilidade.
Vísceras Órgão.

(Questão adaptada de UFPI) O ATP gasto durante a contração muscular é reposto, de forma rápida, graças a
uma substância que transfere seu grupo fosfato energético para o ADP, transformando-o em ATP. Essa
substância é denominada:

a) adenosina trifosfato

b) guanosina trifosfato

c) creatina-fosfato

b) miosina-fosfato

e) actina-fosfato

RESPOSTA: C

De acordo com o que foi estudado, você viu que: os músculos são capazes de transformar energia química
através da “quebra” de uma molécula chamada ATP (adenosina trifosfato) em energia mecânica e gerar
trabalho.

***Então a alternativa C é a correta.

60
Qual das seguintes alternativas não é uma propriedade dos músculos?

a) Contração
b) Elasticidade
c) Excitabilidade
d) Extensibilidade
e) Transformação de energia

Brandão, Miriam. Anatomia Sistêmica - Visão Dinâmica para o Estudante - Guanabara Koogan. RJ- 1ª Ed.
2004

Este livro atende às necessidades diárias daqueles que precisam de uma visão dinâmica e
fundamentada da Anatomia Humana. Fornece suporte didático à medida que ministra exercícios de fixação e
de correlação, e apresenta imagens fotográficas das peças anatômicas que permitem explorações técnicas de
acordo com a necessidade em questão.

61
UNIDADE II
CAPÍTULO 6 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA
NERVOSO
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Definição e Funções do Sistema Nervoso;


✓ Divisões Anatômicas do Sistema Nervoso;
✓ Tipos de Células Nervosas;
✓ Impulso Nervoso;
✓ Tipos de Sinapses;
✓ Tipos de Condução Nervosa;

Introdução

Estudar a Anatomia e a Fisiologia Humana e conhecer o corpo humano são mesmo fascinantes,
entender como são os sistemas, quais são os órgãos que constituem cada um deles, sua localização,
sua forma e seu funcionamento.

No entanto, conhecer o sistema que atua no controle de todos os outros é maravilhoso e


nesse capítulo vamos conhecer um pouco desse complexo e organizado maquinário que é o Sistema
Nervoso.

Esse capítulo vai nos mostrar quem é o sistema nervoso, onde está localizado, quais as
divisões e subdivisões anatômicas e o seu funcionamento de forma geral.

“O puro espírito é uma pura estupidez, retire o sistema nervoso e os sentidos, e o resto é um erro de
cálculo, e isso é tudo!”
(autor: Friedrich Nietzsche)

62
6.1 Definição e funções

O Sistema Nervoso (SN) é formado por uma rede complexa, porém muito organizada de
células nervosas que desempenham funções diversas e ‘excelentes’ em nosso corpo
humano.

O sistema nervoso realiza a função de controlar e coordenar as funções de todos os


sistemas que compõem o corpo humano, dessa forma, o sistema nervoso pode ser
considerado um sistema ‘soberano’ em nosso corpo. A prova disso é que quando ocorrem
danos no sistema nervoso, o indivíduo pode apresentar disfunções em vários outros, como
alterações motoras, sensitivas, cognitivas, esfincterianas entre outras.

De uma maneira generalista podemos dizer que as funções do sistema nervoso são:

1. Adaptar o organismo às condições externas;


2. Ajustar o organismo às condições internas (homeostasia);
3. Integrar, controlar e coordenar os demais sistemas corpóreos;
4. Elaborar funções psíquicas superiores;

Homeostasia: é a condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções
adequadamente para o equilíbrio do corpo.

Figura 1 – Sistema nervoso

Fonte: http://fisica2100.forumeiros.com/t811-sistema-nervoso-central

63
6.2 Divisão anatômica e funcional do sistema nervoso

Anatomicamente, o sistema nervoso é dividido em duas partes: Sistema Nervoso Central e Sistema
Nervoso Periférico.

O Sistema Nervoso Central (SNC) se refere a um conjunto de estruturas nervosas localizadas


dentro do esqueleto axial.

O Sistema Nervoso Periférico (SNP) se refere a um conjunto de estruturas nervosas


localizadas fora do esqueleto axial.

Esqueleto Axial: conjunto de ossos presentes na cabeça e tronco do corpo humano. Ele é composto por três
partes: a cabeça, a caixa torácica e a coluna vertebral.

De uma maneira geral, o sistema nervoso funciona da seguinte maneira:

Fluxograma 1 – Funcionamento do sistema nervoso

SNC
SNP – Vias Eferentes

SNP – Vias Aferentes

RECEPTORES ORGÃOS EFETUADORES


Fonte: Elaborada pelo autor

◼ SNC – Recebe os estímulos, interpreta-os, direciona as áreas específicas e elabora respostas


para o controle corporal.

◼ SNP – Captam os estímulos através dos receptores, conduz informações nervosas ao SNC
(vias aferentes) e conduz as respostas do SNC aos órgãos efetuadores (vias eferentes).

64
6.3 Sistema nervoso central

Sistema Nervoso Central (SNC) é constituído por estruturas que se localizam dentro do esqueleto
axial (cavidade craniana e canal vertebral). Sua função é receber os estímulos, comandar e
desencadear as respostas.

O sistema nervoso central é subdividido anatomicamente em:

◼ Encéfalo: formado por um conjunto de órgãos (Cérebro, Cerebelo e Tronco


Encefálico) localizados no interior do crânio.
◼ Medula Espinhal: tem a forma de um cordão, está localizada no interior do canal
vertebral na coluna, desde a região da primeira vértebra até o nível da segunda vértebra
lombar.

Figura 2 – Subdivisão do sistema nervoso

Fonte: Elaborado pelo autor

O sistema nervoso central é protegido por três estruturas diferentes, o esqueleto axial, as
meninges e o líquor.

1. Esqueleto axial: uma das funções dos ossos é garantir proteção a órgãos considerados vitais,
os órgãos do sistema nervoso central localizam-se no interior do esqueleto axial.
2. Meninges: são lâminas ou membranas de tecido conjuntivo que envolve os órgãos do sistema
nervoso central, garantindo proteção a eles.

✓ Dura-máter: meninge mais espessa e resistente. É a camada externa.


✓ Aracnoide: dispõe-se entre a dura-máter e a pia-máter. É a camada intermediária.
✓ Pia-máter: meninge mais delicada e mais interna. É a camada interna.

3. Líquido Cefalorraquidiano: também pode ser chamado de líquor, percorre o espaço


subaracnóideo, entre as meninges aracnoide e pia-máter. Sua função é amortecer choques
e evitar trauma, assim também atua como um meio protetor ao SNC.

65
6.4 Sistema nervoso periférico

O sistema nervoso periférico se localiza fora do esqueleto axial, sua função é conduzir os estímulos
ao sistema nervoso central e as ordens emanadas da porção central até os órgãos efetuadores.

O sistema nervoso periférico é subdividido anatomicamente em:

◼ Gânglios: estrutura responsável pela secreção de substâncias nervosas (neurotransmissor).

◼ Terminações Nervosas: conduzem informações nervosas ao neurônio seguinte através da


sinapse.

◼ Nervos: são cordões esbranquiçados que têm a função de conduzir informações nervosas.

✓ Nervos Cranianos: transmitem informações do encéfalo aos órgãos efetuadores (12


pares).
✓ Nervos Espinhais: transmitem informações da medula aos órgãos efetuadores (31
pares).

SNC:

5. Localização: dentro do esqueleto axial


6. Função: receber estímulos, interpretá-los e elaborar respostas
7. Divisão Anatômica: Encéfalo e Medula espinhal

SNP:

1. Localização: fora do esqueleto axial


2. Função: conduzir estímulos e respostas
3. Divisão Anatômica: Nervos, Gânglios e Terminações Nervosas

6.5 Células nervosas

No sistema nervoso existem dois tipos de células:

1. Neurônios: são as células funcionais do sistema nervoso responsáveis pela recepção e


transmissão dos estímulos nervosos, possibilitando ao organismo a execução de respostas
adequadas para a manutenção da homeostase.

66
2. Células da Glia (chamadas também de neuróglia): são as células estruturais que cumprem
as funções de sustentar, proteger, isolar e nutrir os neurônios. São subdivididas em três tipos
e auxiliam na manutenção da estrutura do sistema nervoso, sendo:
3. ASTRÓCITOS: responsáveis pela nutrição da célula nervosa.
4. OLIGODENDRÓCITOS: formam a bainha de mielina, que é uma cobertura de lipídeos
(gordura) e proteínas que envolvem alguns axônios e acelera a velocidade de propagação do
impulso nervoso.
5. MICRÓGLIA: apresentam função macrofágica atuando como sistema imunológico.

Anatomicamente, tanto o neurônio quanto a célula da glia possuem basicamente uma


mesma forma. Trata-se de uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo), de
onde partem inúmeros e finos prolongamentos celulares denominados dendritos, e um
prolongamento único e maior que recebe o nome de axônio, sua parte final é ramificada e
recebe o nome de terminações nervosas.

Figura 3 – Neurônio

Fonte: https://saulo.arisa.com.br/wiki/index.php/Perceptron

As células nervosas são:

1. Neurônios – Células funcionais

2. Células da Glia – Células estruturais (Astrócitos, Micróglia e Oligodendrócitos)

67
6.6 Impulso nervoso

Quando o neurônio sofre um estímulo se inicia o impulso nervoso. Esse estímulo de ser
suficientemente forte para desencadeá-lo, isso acontece quando uma membrana está em potencial
de repouso, ou seja, uma condição em que a superfície interna da membrana possui carga negativa
em relação à superfície externa (polarização).

Isso acontece devido às concentrações de Na+ (sódio) extracelulares serem muito maiores
do que as concentrações intracelulares. O K+ (potássio), por sua vez, é encontrado em maior
quantidade intracelular e essa concentração é mantida pelo transporte ativo de íons. Isso ocorre
através da membrana por meio da bomba de sódio e potássio.

A diferença nos eletrólitos presentes nos meios interno e externo da célula é responsável pelo desenvolvimento
de uma carga elétrica através da membrana que auxilia na transmissão dos impulsos nervosos e regulação
das funções celulares.

Quando o neurônio sofre um estímulo, há a abertura dos canais de Na+ e uma entrada rápida
desse íon para o interior da célula. A entrada de carga positiva faz com que o interior da membrana,
que é negativo, se transforme em positivo (despolarização). Essa inversão de polaridade permite que
o impulso nervoso seja deflagrado (enviado).

Depois que o impulso nervoso foi enviado, a célula retorna a sua polaridade através do
fechamento dos canais de Na+ e a saída dos íons K+ para o meio externo. A diminuição de carga
positiva no interior da membrana faz com que ela volte a ser negativa e restabeleça a condição de
repouso (repolarização). Essas alterações no potencial elétrico da membrana são chamadas de
impulso nervoso.

Figura 4 – Impulso nervoso

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-impulso-nervoso.htm

68
Potencial de Ação é um fenômeno que envolve três estágios: Estado de repouso, Etapa de despolarização e
Etapa de repolarização. Esse mecanismo é necessário para transmitir impulso nervoso e permitir o
funcionamento do corpo humano.

6.7 Tipos de sinapses

O funcionamento do Sistema Nervoso acorre mediante a transmissão de impulsos nervosos, um


impulso nervoso é transmitido através das sinapses.

SINAPSE: ponto de contato entre duas células para a propagação do impulso nervoso.

Figura 5 – Sinapse Química

SINAPSE
Fonte: http://liberacion-memoria-celular.blogspot.com/2015/10/moleculas-de-emocion-candace-pertpeptido.html

Existem dois tipos de sinapses:

 Sinapse Química: a propagação do impulso nervoso depende da liberação de mediador


químico (chamado Neurotransmissor).
 Sinapse Elétrica: a propagação do impulso nervoso depende da mudança de polaridade
elétrica entre as células que estão se comunicando.

69
Figura 6 – Sinapse Elétrica

Fonte: http://drlosada.blogspot.com/2011/11/oculoplastica.html

Na figura 5, a imagem mostra um exemplo de Sinapse Química, onde a liberação do


neurotransmissor facilita a propagação do impulso nervoso. Na figura 6, é possível perceber que a
ligação entre as células ocorreu de forma direta provavelmente pela diferença de eletricidade entre
elas, um exemplo de Sinapse Elétrica.

6.8 Tipos de condução nervosa

A propagação do impulso nervoso caracteriza dois tipos de condução, ou seja, existem duas
maneiras de o impulso nervoso percorrer as células. Portanto, para entender melhor esses conceitos,
é necessário compreender um processo denominado mielinização.

À medida que crescemos e nos desenvolvemos, as células nervosas sofrem um processo de


mielinização. Nesse, os axônios são circundados por um revestimento de várias camadas de lipídios
e proteínas chamadas de bainha de mielina, após esse processo de mielinização, as células se
tornam mielínicas. A bainha de mielina se dispõe de maneira irregular ao longo do axônio, os
intervalos entre a bainha de mielina são denominados de “nó de Ranvier”.

Mielinização: refere-se à deposição de bainha de mielina nas células do sistema nervoso. A bainha de mielina
acelera a propagação do impulso nervoso entre células mielínicas.

Os dois tipos de Condução Nervosa são:

Condução Axonal: quando o impulso nervoso percorre células amielínicas, ou seja, que não foram
mielinizadas, a condução percorre todo o axônio e por isso ocorre de forma mais lenta.

70
Condução Saltatória: quando o impulso nervoso percorre células mielínicas, ou seja, que foram
mielinizadas, o impulso ‘salta’ de intervalos a intervalos da bainha de mielina e por isso ocorre de
forma mais rápida.

CONDUÇÃO AXONAL CONDUÇÃO SALTATÓRIA


Ocorre entre células amielínicas (sem Ocorre entre células mielínicas (com bainha
bainha de mielina) de mielina)
O impulso nervoso percorre todo o axônio O impulso nervoso ‘salta’ os intervalos da
bainha de mielina
É mais lenta É mais rápida

Neste capítulo, você viu que o sistema nervoso é responsável pelo controle de todos os outros sistemas do
corpo humano. Anatomicamente, o sistema nervoso está dividido em sistema nervoso central e sistema
nervoso periférico.

O sistema nervoso central se refere a um conjunto de estruturas nervosas localizadas dentro do esqueleto
axial, são envolvidas pelas meninges e circundados pelo líquor, estruturas que garantem proteção ao sistema
nervoso. O sistema nervoso periférico está localizado fora do esqueleto axial e compreende os nervos, os
gânglios e as terminações nervosas.

As células do sistema nervoso são classificadas em neurônios e células da glia que compreendem os
astrócitos, a micróglia e os oligodendrócitos.

Você viu também que existem dois tipos de sinapse, a química e a elétrica, mecanismo indispensável para a
propagação do impulso nervoso e controle das funções corporais.

É importante lembrar que existem dois tipos de condução nervosa, esses tipos estão relacionados à presença
ou não de bainha de mielina entre as células. Um dos tipos é a condução axonal e o outro condução saltatória.

71
O sistema nervoso é um dos sistemas mais fascinantes e complexos do corpo humano, interligando uma
infinidade de componentes. Para saber detalhes sobre as funções, elementos e partes desse sistema, confira
o artigo “Sistema Nervoso – Funções e Elementos Essenciais”. Disponível em:
https://www.anatomiadocorpo.com/sistema-nervoso/

Palavras Significado
Analogia Em que há ou pode haver uma análise comparativa; comparação.
Amielínicas Sem bainha de mielina.
Circundados Rodeado.
Função macrofágica Função de limpeza celular.
Inter-relacionadas Que se relacionam entre si.
Mielínica Com bainha de mielina.
Sistema imunológico Sistema de defesa corporal.

O responsável por processar as informações recebidas de todo o nosso corpo é o sistema nervoso central.
Constituído por:

a) Nervos e encéfalo.

b) Encéfalo e medula espinhal.

c) Nervos e medula óssea.

d) Medula espinhal e medula óssea.

e) Medula óssea e encéfalo.

RESPOSTA: B

72
Você viu que, de acordo com o estudado: o sistema nervoso central é formado por encéfalo e medula espinhal.

O sistema nervoso central é envolto por três membranas fibrosas que para garantir a proteção elas envolvem
as estruturas que compõem o sistema nervoso central. A essas membranas damos o nome de:

a) Âmnios.
b) Pleuras.
c) Cárdias.
d) Fáscias.
e) Meninges.

73
UNIDADE II
CAPÍTULO 7 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA
ENDÓCRINO
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Definição e Funções do Sistema Endócrino;


✓ Glândulas endócrinas e exócrinas;
✓ Órgãos-alvo;
✓ Hormônios secretados pelas Glândulas Endócrinas;

Introdução

As glândulas endócrinas liberam hormônios responsáveis pela regulação e controle das funções do
corpo, por isso a função do sistema endócrino é importante para o funcionamento do corpo
humano.

Para facilitar o estudo, o estudo do sistema endócrino será dividido em 8 partes:

1. Definição e Funções;
2. Receptores Hormonais;
3. Hipófise;
4. Tireoide;
5. Paratireoide;
6. Glândulas suprarrenais;
7. Pâncreas;
8. Glândulas sexuais.

Nesse capítulo, você estudará sobre a localização e função das glândulas endócrinas, assim como
entenderá os tipos de glândulas que existem, as suas diferenças e forma de ação nos órgãos.

Endocrinologia é uma especialidade da medicina e uma área da biologia que concentra seus estudos e atuação
no sistema endócrino, mesmo que os termos "endócrino" e "endocrinologia" só tenham entrado em uso comum
depois de 1800, já podemos perceber o estudo da endocrinologia há mais de 2.000 anos. Pois em 200 a.C.,
curandeiros chineses já extraíam hormônios hipofisários da urina humana, o procedimento era feito se usando
o gesso mineral sulfato e o composto químico saponina (extraído das sementes de uma planta com flor), após
isso usavam esses extratos para fins medicinais.

74
7.1 Definição e funções

O Sistema Endócrino é composto pelas glândulas responsáveis pela produção e secreção dos
hormônios. Quando os hormônios chegam à corrente sanguínea movimentam-se pelo corpo até
chegar aos órgãos onde irão atuar diretamente. O sistema endócrino age juntamente com o sistema
nervoso, embora trabalhem intimamente associados coordenando todas as funções do corpo,
possuem várias diferenças. As quais são:

O sistema nervoso faz a comunicação pelos sinais elétricos, que denominamos impulsos
nervosos. Esses emitem a informação de maneira rápida e realizam, normalmente, efeitos de curta
duração. Já no sistema endócrino, acontece ao contrário, onde a comunicação é feita através de
sinais químicos pelas substâncias denominadas hormônios. Portanto o sistema endócrino tem
resposta mais lenta e causa, normalmente, efeitos de longa duração.

O sistema Endócrino é formado por dois tipos de glândulas:

1. Glândulas Endócrinas: produzem hormônios e os lançam na corrente sanguínea, ou seja,


produzem substâncias que são lançadas para dentro do corpo (por isso, o prefixo “endo”, de
endócrina, significa dentro);
a. Exemplos: Glândulas Tireoide, Paratireoide, Hipófise, Suprarrenal, Pâncreas,
Gônadas.
2. Glândulas Exócrinas: produzem substâncias que são lançadas para um sistema de condutos
ou canais excretores que se abrem para a superfície externa do corpo (por isso, o prefixo
“exo”, de endócrina, significa fora);
a. Exemplos: Glândulas Salivar (produz saliva), Sebácea (produz sebo), Sudorípara
(produz suor).

Hormônios: são substâncias químicas secretadas por uma célula ou um grupo de células exercendo um efeito
fisiológico de controle sobre outras células, órgãos ou tecidos.

7.2 Receptores hormonais


Os hormônios não agem diretamente sobre o interior das células para controlar as suas funções.
Eles se combinam com receptores e essa combinação inicia uma cascata de reações nas células-
alvo. Os receptores estão localizados:

✓ Dentro ou na superfície da membrana celular;


✓ No citoplasma celular;
75
✓ No núcleo da célula.

No entanto, o hormônio deve “anunciar sua chegada” na célula-alvo fixando-se a seus


receptores. Se solúvel em água ou lipídios, seus receptores ficam situados no interior da célula ou
em sua membrana plasmática, se não, fica na sua parte externa.

Etapas sequenciais na indução da resposta da célula-alvo a um estímulo hormonal:

1) O hormônio deve ser reconhecido e captado pelo receptor específico (presentes na superfície ou
dentro da célula).

2) O complexo hormônio-receptor irá ativar um mecanismo gerador de sinais na célula-alvo.

3) O sinal gerado (segundo-mensageiro) permite que a ação do hormônio se estabeleça na célula.

Células-alvo: São as células nas quais o hormônio age diretamente. São chamadas de células-alvo, pois
quando liberados no sangue, os hormônios, agem apenas em um determinado tipo de célula. Estas células
possuem proteínas chamadas de receptores hormonais, que podem estar nas membranas ou no interior das
células.

De uma maneira geral, os receptores agem da seguinte maneira:

Figura 1 – Receptores hormonais

7.3 Glândula hipófise

A hipófise é uma glândula endócrina, está localizada no centro da cabeça, logo abaixo do cérebro.
Uma glândula pequena, medindo aproximadamente o tamanho de um grão de ervilha nos humanos,
e dividido em duas partes, sendo elas o lobo anterior (ou adeno-hipófise) e o lobo posterior (ou
neuro-hipófise).

76
A hipófise secreta oito hormônios e, portanto, afeta quase todas as funções do corpo. É
considerada a glândula mestre do nosso corpo, pois estimula o funcionamento de outras glândulas,
como a tireoide e as glândulas sexuais.

Hormônios – Hipófise Anterior (Adeno-Hipófise)

o H. do Crescimento (GH): promove o crescimento de quase todas as células e tecidos do


corpo;
o H. Adrenocorticotropina (ACTH): estimula a glândula suprarrenal a secretar os hormônios
adrenocorticais;
o H. Tíreo-estimulante (TSH): estimula a glândula tireoide a secretar tiroxina e triiodotironina;
o H. Folículo-estimulante (FSH): provoca o crescimento de folículos nos ovários antes da
ovulação; promove a formação dos espermatozoides nos testículos;
o H. Luteinizante (LH): desempenha um papel importante na ovulação; causa secreção de
hormônios sexuais nos ovários e testículos;
o H. Prolactina: contrai as células mioepiteliais das mamas permitindo a saída do leite quando
a criança mama.

Hormônios – Hipófise Posterior (Neuro-Hipófise)


o H. Antidiurético ou vasopressina (ADH): faz com que os rins retenham água, em
grandes concentrações causa a constrição dos vasos sanguíneos e eleva a pressão
sanguínea;
o H. Ocitocina: atua no estímulo da musculatura do útero; contrai o útero durante o parto,
auxiliando a expulsão do bebê na hora do nascimento.

Figura 2 – Hipófise

7.4 Glândula tireoide

Localizada abaixo da região popularmente chamada de pomo-de-adão, logo abaixo da laringe, está
a glândula tireoide, na base do pescoço. Nos adultos essa glândula pode pesar até 25 g e medir

77
aproximadamente 5 cm, é pequena e possui dois lobos ligados a uma parte central que dá a essa
glândula um formato semelhante ao de uma borboleta.

Figura 3 – Tireoide

A tireoide está intimamente ligada à regulação do metabolismo do corpo, pois é a responsável


pela produção de dois hormônios conhecidos como hormônios metabólicos do organismo, pois
são esses que aumentam a velocidade das reações químicas celulares, aumentando, assim, o
metabolismo corporal.

o T3 (triiodotironina);
o T4 (tiroxina ou tetraiodotironina).

Secretados pelas células C ou parafolicular, encontrada na tireoide, temos o hormônio


calcitonina que promove a deposição de cálcio nos ossos, diminuindo a concentração de cálcio no
líquido extracelular.

A função da tireoide é estimulada pela ação da hipófise, através do hormônio TSH


(tireoestimulante), esse induz a tireoide a produzir os hormônios T3 e T4. Para produzir esses
hormônios a tireoide necessita do iodo, o qual é deve ser obtido através da alimentação e do
consumo de água. Foi por esse motivo que o iodo passou a ser acrescido ao sal de cozinha, sendo
essa a maneira mais fácil e econômica de toda a população ter acesso a esse elemento.

7.5 Glândula paratireoide

As paratireoides são quatro pequenas glândulas localizadas atrás da tireoide, que produzem
o paratormônio, hormônio que regula a quantidade de cálcio e fósforo no sangue.

o Paratormônio (PTH): tem como função manter o nível de cálcio necessário para o bom
funcionamento do organismo.

O paratormônio é o responsável pelo controle do cálcio no sangue, pois ao se ligar aos receptores
de membrana em células-alvo (nos ossos, rins e intestino) ele atua de maneira a estimular a captação
de cálcio para o meio extracelular, deste modo aumenta a concentração sérica de cálcio.
78
Figura 4 – Paratireoide

7.6 Glândula suprarrenal


As glândulas suprarrenais, também chamadas de glândulas adrenais, localizam-se na parte superior
de cada rim, daí a sua denominação. Elas são glândulas endócrinas, responsáveis pela produção

de importantes hormônios que atuam em vários órgãos e participam do funcionamento do organismo.


Possui duas regiões distintas e cada uma delas é responsável pela produção de hormônios
diferentes. Apresentam características próprias e são denominadas: a medula e o córtex.

➢ Medula: porção central e mais escura da glândula responsável por sintetizar e secretar os
hormônios adrenalina e noradrenalina, conforme estímulos do sistema nervoso.
➢ Córtex: constitui até 90% da glândula, sendo a sua porção externa. Regula a produção dos
hormônios aldosterona e cortisol.

Figura 5 – Suprarrenal

o Aldosterona: atua no equilíbrio dos líquidos, especialmente de sódio e potássio no plasma


sanguíneo.

79
o Cortisol: conhecido como o "hormônio do estresse", é responsável por controlar o estresse e
atua na manutenção dos níveis de açúcar no sangue e da pressão arterial.

o Adrenalina: atua como um mecanismo de defesa do organismo, preparando-o para uma


situação de emergência, especialmente em situações de estresse.
o Noradrenalina: contribui na preparação do corpo para uma determinada ação em momentos de
sustos, surpresas ou fortes emoções.

7.7 Pâncreas

O pâncreas localiza-se na região abdominal atrás do estômago, entre o duodeno e o baço. É uma
glândula com função endócrina e exócrina, pertencente ao sistema digestório e endócrino. É
uma glândula mista, pois além de hormônios (insulina e glucagon) produz também o suco
pancreático, que é lançado no intestino delgado e desempenha importante papel na digestão.

Glândulas Endócrinas: produzem hormônios e os lançam na corrente sanguínea, ou seja, produzem


substâncias que são lançadas para dentro do corpo.

Glândulas Exócrinas: produzem substâncias que são lançadas a um sistema de condutos ou canais excretores
que se abrem para a superfície externa do corpo.

A secreção das enzimas digestivas, durante o processo de digestão, acontece na porção


exócrina, enzimas essas presentes no suco pancreático. Sendo assim, as maiores moléculas de
carboidratos, proteínas e gorduras são quebradas em frações menores para então seguirem até o
intestino. Já os hormônios da insulina e glucagon são secretados pelas porção endócrina, são esses
hormônios os responsáveis por regular o nível de glicose (açúcar) no sangue.

São encontrados 2 tipos de células na porção endócrina do pâncreas:

Células Alfa: produzem o glucagon.

80
Células Beta: produzem a insulina.

o Insulina: controla a entrada da glicose nas células (onde será utilizada na liberação de
energia) e o armazenamento no fígado, na forma de glicogênio.
o Glucagon: funciona de maneira oposta à insulina, estimulando a "quebra" do glicogênio em
moléculas de glicose.

Portanto, o glucagon e a insulina são antagonistas, pois o primeiro aumenta os níveis de glicose
no sangue e o segundo diminui.

- A falta ou a baixa produção de insulina provoca a diabetes, doença caracterizada pelo excesso de glicose no
sangue (hiperglicemia).

- Quando o organismo fica muitas horas sem se alimentar, a taxa de açúcar no sangue cai muito e a pessoa
pode ter hipoglicemia, que gera a sensação de fraqueza, tontura, levando, em muitos casos, ao desmaio,
causado pela falta ou baixa concentração de glucagon.

7.8 Glândulas sexuais

As glândulas sexuais, também chamadas de gônadas, são os ovários e os testículos, que fazem
parte do sistema reprodutor feminino e do sistema reprodutor masculino respectivamente.

Os ovários e os testículos são estimulados por um hormônio produzido pela hipófise


chamado Folículo Estimulante (FSH). Assim, enquanto os ovários produzem o estrogênio e
a progesterona, os testículos produzem a testosterona.

Hormônios produzidos pelos Ovários:

o Estrogênios: estimulam o desenvolvimento dos órgãos sexuais femininos, das mamas e


das características sexuais secundárias.
o Progesterona: prepara o útero para abrigar o feto, também ajuda a promover o
desenvolvimento do aparelho secretor das mamas.

81
Hormônio produzido pelos Testículos:

o Testosterona: estimula o desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos e das


características sexuais secundárias.

Figura 6 – Caracteres sexuais: masculino e feminino

Neste capítulo, você viu que os principais mecanismos de comunicação e coordenação do corpo humano são
as glândulas endócrinas e o sistema nervoso que controlam e regulam quase todos os sistemas do nosso
organismo, e embora suas funções estejam intimamente ligadas, os mesmos possuem várias diferenças.

Localizadas em diferentes partes do corpo, as glândulas endócrinas estão na hipófise, tireoide e paratireoide,
timo, suprarrenais, pâncreas e glândulas sexuais; e são responsáveis pelo fluxo de hormônios que agem nos
órgãos-alvo.

82
Localizadas em diferentes partes do corpo, como a hipófise, tireoide e paratireoides, timo, suprarrenais,
pâncreas e glândulas sexuais, as glândulas endócrinas formam o Sistema Endócrino, responsável pela
produção dos hormônios que são lançados no sangue e percorrem o corpo até chegar aos órgãos-alvo sobre
os quais atuam. Para saber mais, leia o artigo “Sistema Endócrino”. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/sistema-endocrino/

Palavras Significado
Endócrina Glândula de secreção interna; diz-se das glândulas cuja secreção é lançada
diretamente na corrente sanguínea, no sangue.
Exócrina São órgãos que produzem secreções ou substâncias que elaboram um sistema de
condutos ou canais excretores que se abrem em superfície externa.
Glândula Célula, tecido ou órgão que tem a função de elaborar certas substâncias usadas em
outras partes do organismo (secreção) ou eliminadas (excreção).

83
Glicogênio Formado a partir de moléculas de glicose, utilizado como reserva energética e
abundante nas células hepáticas e musculares.
Glicose Constitui a principal fonte de energia para os organismos vivos.
Metabolismo Conjunto de reações num organismo vivo que liberam energia.
Secreção Produção e descarga de substâncias específicas no meio externo pelas células de
um organismo.

No sistema endócrino estão as glândulas que produzem os hormônios a serem secretados e lançados
diretamente na corrente sanguínea pelas glândulas endócrinas. Marque a alternativa que contém apenas
glândulas do sistema endócrino:

a) Hipófise, tireoide e glândula sebácea.

b) Testículos, tireoide e glândula sudorípara.

c) Hipófise, tireoide e testículos.

d) Glândula sudorípara, glândula salivar e ovários.

e) Ovários, glândula salivar e testículos.

RESPOSTA: C

As glândulas sudoríparas, sebáceas e salivares não são glândulas do sistema endócrino, uma vez que são
glândulas exócrinas e, portanto, não produzem hormônios.

Localizada logo abaixo da laringe, no pescoço, está a glândula tireoide que é a responsável pela produção
de dois hormônios T3 e T4 (tiroxina e triiodotironina) que contêm iodo em suas constituições. Mas além desses
dois hormônios, a tireoide, nas suas células C, ainda produz outro hormônio. Denominado:

a) Vasopressina.

b) Prolactina.
84
c) Cortisol.

d) Calcitonina.

e) Paratormônio.

85
UNIDADE II
CAPÍTULO 8 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA
CARDIOCIRCULATÓRIO
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Definição e Funções do Sistema Cardíaco;


✓ Órgãos constituintes do sistema;
✓ Diferenças anatômicas e funcionais entre artérias e veias;
✓ Circulação Coronária;
✓ Circulação pulmonar e sistêmica;
✓ Controle intrínseco e extrínseco do coração.

Introdução

Através desse capítulo, você conhecerá quais órgãos fazem parte do sistema cardiovascular e como
funciona essa complexa e fascinante máquina de transporte que mantém o nosso corpo vivo e em
condições de realizar suas demandas.

A função do sistema cardiovascular é fornecer e manter o fluxo sanguíneo suficiente, contínuo


e variável, para os diversos tecidos do organismo, conforme as suas necessidades metabólicas e
para desempenhar as funções que devem cumprir, diante das diversas exigências funcionais a que
o organismo está sujeito.

O sangue é um tecido vivo, bombeado pelo coração ele circula por todo corpo, leva oxigênio e nutrientes a
todos os órgãos. De 7% a 8% do peso corporal é o que corresponde o volume de sangue existente no corpo
humano. Por exemplo, se alguém pesa 85 quilos, terá aproximadamente de seis a sete litros de sangue em
seu corpo.

86
8.1 DEFINIÇÃO E FUNÇÕES

O Sistema Cardiocirculatório é formado por um órgão principal denominado coração e um conjunto


de vasos sanguíneos que se dividem entre veias e artérias e tem a função de transportar o sangue
pelo corpo.

É responsável por transportar elementos essenciais como glicose, oxigênio (O2), hormônios
para todas as células e os produtos do metabolismo como o gás carbônico (CO2), ureia e amônia
para os órgãos encarregados de excretar esse material.

O Aparelho Cardiovascular funciona para fornecer e manter suficiente, contínuo e variável


fluxo sanguíneo aos diversos tecidos do organismo, segundo suas necessidades metabólicas para
desempenho das funções que devem cumprir, diante das diversas exigências funcionais as quais o
organismo está sujeito.

Assim, por exemplo, durante o exercício físico, o organismo encontra-se numa situação de
elevado gasto energético e de aumento do metabolismo, em que vários órgãos necessitam ter seu
fluxo sanguíneo aumentado para maior disponibilidade de oxigênio, nutrientes e substâncias de
ações diversas, visando o atendimento das exigências funcionais desencadeadas.

Em outras situações, como no repouso, durante o sono, na circunstância de um estado


emocional alterado, ou no decorrer de um ato fisiológico, as exigências funcionais orgânicas
assumem distintas peculiaridades e o aparelho cardiovascular adapta seu funcionamento visando
atender as diferentes necessidades específicas de cada órgão ou sistema em cada situação.

Figura 1 – Sistema Cardiocirculatório

87
O Sistema Cardiocirculatório é formado pelo coração, vasos sanguíneos e sangue.

8.2 CORAÇÃO
O coração é um órgão ímpar localizado no centro do tórax, entre os dois pulmões (mediastino), 1/3
do coração está à direita e 2/3 à esquerda; com o ápice voltado levemente para o lado esquerdo e a
base direcionada para o lado direito. Assim sendo, sua base está para cima e para direita, e seu
ápice está para baixo e para esquerda. Tem o tamanho de um “punho fechado”, com cerca de 12cm
de comprimento, pesa em média 250g nas mulheres e 300g em homens adultos.

O coração consegue realizar sua função de contração e relaxamento porque está revestido por
músculo estriado cardíaco que se organiza em três camadas: epicárdio (camada externa), miocárdio
(camada intermediária) e endocárdio (camada interna).

Figura 2 – Coração

Músculo Estriado Cardíaco

- Forma: Recebe esse nome de estriado porque suas fibras musculares estão dispostas de maneira
irregular, o que confere um aspecto de ‘estrias’, e cardíaco porque está sempre ligado ao coração.

- Localização: Esse tipo de músculo reveste a parede do coração.

88
- Função: Esse tipo de músculo realiza contração involuntária, ou seja, a contração e o relaxamento não
dependem do nosso desejo voluntário.

Na parte interna do coração, sua cavidade está dividida em quatro câmaras, separadas por
paredes denominadas septos. As câmaras superiores são denominadas átrios e as inferiores
denominadas ventrículos.

Os átrios estão separados dos ventrículos por válvulas (valvas), que permitem a passagem de
sangue do átrio para o ventrículo, denominadas válvulas atrioventriculares ou cúspides.

A válvula que está entre o átrio e o ventrículo direito é chamada valva atrioventricular direita ou
válvula tricúspide. A válvula que está entre o átrio e o ventrículo esquerdo é chamada valva
atrioventricular esquerda, válvula bicúspide ou mitral.

➢ Função das valvas: impede o retorno (refluxo) de sangue dos ventrículos para os átrios.

Figura 3 – Coração: parte interna

A função do coração é bombear o sangue oxigenado (arterial) proveniente dos pulmões para todo o corpo e
direcionar o sangue desoxigenado (venoso), que retornou ao coração, até os pulmões, onde deve ser
enriquecido com oxigênio novamente.

89
8.3 VASOS SANGUÍNEOS

Os vasos sanguíneos são tubos compostos por músculos lisos responsáveis pela condução do
sangue para todas as células e de volta para o coração. São divididos em Artérias, Veias, Arteríolas,
Vênulas e Capilares. Os vasos possuem movimentos peristálticos.

• ARTÉRIAS:

Tubos cilíndricos, elásticos, nos quais o sangue sai do coração para ser conduzido para o corpo.

• VEIAS:

São tubos cilíndricos que transporta o sangue que já sofreu trocas gasosas com os tecidos da
periferia de volta para o coração. Possui válvulas para o impulsionamento do sangue de volta
para o coração.

Figura 4 – Válvulas das veias

Abaixo segue um quadro com as principais diferenças anatômicas e funcionais entre as


artérias e veias:

ARTÉRIAS VEIAS
São mais calibrosas São menos calibrosas
Possuem maior capacidade de distensão Possuem menor capacidade de distensão
São menos numerosas que as veias São mais numerosas que as artérias
Estão dispostas mais profundamente Estão dispostas mais superficialmente
Possuem coloração branca-amarelada Possuem coloração azulada
Transportam sangue arterial (rico em O2) Transportam sangue venoso (rico em CO2)

90
Figura 5 – Veia e Artéria

8.4 CIRCULAÇÃO CORONÁRIA

A circulação coronária é responsável por irrigar o coração e manter seu suprimento sanguíneo de
nutrientes e oxigênio.

O coração é um órgão que a cada minuto se contrai cerca de 80 vezes e impulsiona cerca de
70 ml de sangue num indivíduo adulto, ou seja, é um órgão que trabalha muito e por isso precisa
receber um aporte de sangue e nutrientes adequados para manter sua demanda.

A parte externa do coração é circundada por vasos sanguíneos que recebem o nome de
artérias e veias coronárias, esse complexo forma a circulação coronária ou coronariana.

Quando o coração está em contração (sístole) recebe pouco sangue das artérias coronárias,
quando relaxa (diástole) uma quantidade maior de sangue é impulsionado para o miocárdio através
das artérias, capilares e, em seguida, pelas veias coronárias.

A parede do coração possui o seu próprio suprimento sanguíneo. O fluxo do sangue pelos muitos vasos que
penetram o miocárdio é chamado de circulação coronária.

91
Figura 6 – Circulação coronária

8.5 CIRCULAÇÃO PULMONAR


Após o nascimento, o coração bombeia sangue em cada batimento para dois circuitos: circulação
pulmonar e circulação sistêmica.

A circulação pulmonar, também chamada de pequena circulação, refere-se ao transporte de sangue


do coração ao pulmão e de volta para o coração. Essa circulação leva o sangue venoso (rico em
CO2) para realizar a hematose nos pulmões e retorna ao coração agora arterial (rico em O2).

Hematose é o nome dado à transformação do sangue venoso em sangue arterial que ocorre nos pulmões,
através de uma troca de gases que ocorre devido à diferença de concentração de oxigênio e gás carbônico
por um processo conhecido como difusão.

O lado direito do coração bombeia sangue pela circulação pulmonar ou pequena circulação.
O lado direito (Azul) recebe sangue com baixo teor de oxigênio (sangue venoso), proveniente dos
tecidos do corpo, bombeia esse sangue para os pulmões para captar oxigênio e dispersar dióxido de
carbono (hematose) e depois retorna ao coração rico em oxigênio (sangue arterial).

➢ TRAJETO DA CIRCULAÇÃO PULMONAR: Ventrículo direito (CORAÇÃO) - tronco pulmonar,


artérias pulmonares direita e esquerda – PULMÕES - veias pulmonares superiores e
inferiores direita e esquerda - átrio esquerdo (CORAÇÃO).

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Figura 7 – Trajeto da circulação pulmonar

8.6 CIRCULAÇÃO SISTÊMICA


Após o nascimento, o coração bombeia sangue em cada batimento para dois circuitos: circulação
pulmonar e circulação sistêmica.

A circulação sistêmica, também chamada de grande circulação, refere-se ao transporte de


sangue do coração ao corpo e de volta para o coração. Essa circulação leva o sangue arterial (rico
em O2) para todo o corpo a fim de fornecer oxigênio e nutrientes para os tecidos do corpo e retorna
ao coração agora venoso (rico em CO2).

O lado esquerdo do coração bombeia sangue pela circulação sistêmica ou grande circulação.
O lado esquerdo (Vermelho) recebe sangue com alto teor de oxigênio (sangue arterial), proveniente
dos pulmões, bombeia esse sangue para o corpo para fornecer oxigênio e nutrientes para os tecidos
e depois retorna ao coração rico em gás carbônico (sangue arterial).

➢ TRAJETO DA CIRCULAÇÃO SISTÊMICA: Ventrículo esquerdo (CORAÇÃO) – artéria aorta


– CORPO - veias cavas superior e inferior - átrio direito (CORAÇÃO).

93
Figura 8 – Trajeto da circulação sistêmica

8.7 CONTROLE INTRINSECO (AUTOMATISMO CARDÍACO)


As células musculares cardíacas têm uma habilidade intrínseca para gerar e conduzir impulsos
elétricos que estimulam o coração a contrair de forma rítmica. Essas propriedades são do próprio
músculo cardíaco e não dependem de impulsos extrínsecos (externos). A esta propriedade se
chama automatismo cardíaco.

Mesmo que todas as conexões nervosas para o coração sejam cortadas, o coração continua
a bater ritmicamente. O complexo estimulante do coração é formado por uma série de células
musculares cardíacas especializadas, chamadas de nó sinusal (SA), consideradas o marca-passo
do coração, que transportam impulsos por toda a musculatura cardíaca, sinalizando às câmaras do
coração para contraírem na sequência adequada. Ele também inicia cada sequência de contração,
estabelecendo assim a frequência cardíaca básica.

Partindo do nó sinusal, os impulsos espalham-se em uma onda ao longo das fibras


musculares cardíacas dos átrios, sinalizando esses átrios para contraírem, através do feixe interatrial.
E atinge um segundo grupo de células localizadas na região superior do ventrículo direito chamada
nó atrioventricular (AV) onde os impulsos são atrasados por uma fração de segundo. Após esse
atraso, os impulsos correm pelo feixe de His, que se divide nos ramos direito e esquerdo e propaga
esse estímulo para toda a área ventricular.

Figura 9 – Nó atrioventricular

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O automatismo cardíaco é o nome que se dá para a função que o coração possui de originar em suas próprias
células os seus impulsos que fazem a contração e os consequentes batimentos cardíacos, fazendo assim com
que o sangue possa ser bombeado para todo o corpo.

8.8 CONTROLE EXTRÍNSECO (CONTROLE NERVOSO)

O sistema de condução do coração também é controlado pelo sistema nervoso autônomo. Ele recebe
ramos do nervo simpático e parassimpático, que irão controlar a frequência cardíaca.

O Sistema Nervoso Autônomo, de forma automática e independendo de nossa vontade


consciente, exerce influência no funcionamento de diversos tecidos do nosso corpo através dos
mediadores químicos liberados pelas terminações de seus 2 tipos de fibras: Simpáticas e
Parassimpáticas.

A noradrenalina (também chamada de Norepinefrina) é liberada pelas fibras simpáticas (em


quase sua totalidade), e a adrenalina é liberada pela medula das glândulas suprarrenais, em uma
quantidade considerável, na circulação. Todas as fibras parassimpáticas liberam um outro mediador
químico em suas terminações: acetilcolina.

No coração, a estimulação dos nervos parassimpáticos causa os seguintes efeitos:

• diminuir a frequência dos batimentos cardíacos;


• diminuir a força de contração;
• diminuir a velocidade de condução dos impulsos através do nódulo AV (atrioventricular);
• diminuir o fluxo sanguíneo através dos vasos coronários que mantêm a nutrição do próprio
músculo cardíaco.

Todos esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se que a estimulação parassimpática
diminui todas as atividades do coração – EFEITO CRONOTRÓPICO NEGATIVO. Usualmente, a
função cardíaca é reduzida pelo parassimpático durante o período de repouso, juntamente com
o restante do corpo. Isso talvez ajude a preservar os recursos do coração; pois, durante os
períodos de repouso, indubitavelmente há um menor desgaste do órgão.

Já a estimulação dos nervos simpáticos, no coração, tem efeitos exatamente opostos:

• aumenta a frequência cardíaca;


• aumenta a força de contração;
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• aumenta o fluxo sanguíneo através dos vasos coronários visando suprir o aumento da
nutrição do músculo cardíaco.

Esses efeitos todos podem ser resumidos, dizendo-se que a estimulação simpática
aumenta a atividade cardíaca como bomba – EFEITO CRONOTRÓPICO POSITIVO. Isso é
necessário quando um indivíduo é submetido a situações de estresse, tais como: exercício físico,
doenças, calor (clima excessivamente quente) ou em outras condições que exijam um rápido fluxo
sanguíneo através do sistema circulatório.

Neste capítulo, você conheceu o sistema circulatório ou cardiovascular que é responsável pelo transporte de
nutrientes e oxigênio para as diversas partes do corpo. Sendo ele formado pelo coração e vasos sanguíneos.
O percurso do sangue no sistema circulatório é a circulação sanguínea, em que o sangue realiza um
percurso por todo o corpo, sendo que no percurso completo o sangue passa duas vezes pelo coração. Esses
circuitos são chamados de pequena circulação e grande circulação.

Você viu também que o coração tem a capacidade de gerar seu próprio estímulo elétrico, o que chamamos de
automatismo, promovendo a contração das células miocárdicas contráteis. E que o coração está sob a
influência reguladora de uma rica rede de nervos oriundos de diversas estruturas do sistema nervoso, para o
controle do seu funcionamento, de modo a atender as necessidades variáveis de fluxo sanguíneo dos tecidos
do organismo, por meio da liberação em seus terminais de substâncias químicas neurotransmissoras
estimuladoras (noradrenalina e outras) ou inibidoras (acetilcolina e outras).

Ao desempenhar sua função, o aparelho cardiovascular está organizando, morfológica e funcionalmente, a


pressão, o volume sanguíneo, o nutriente e as substâncias. O conjunto dos sistemas vasculares distribuídos
em todas as estruturas do organismo é denominado grande circulação. Para saber mais, leia o texto “Sistema
Cardiovascular” na íntegra. Disponível em: https://auladefisiologia.wordpress.com/2010/08/27/sistema-
cardiovascular/

96
Palavras Significado
Calibrosa Que tem grande calibre; que o diâmetro interior (de um cilindro oco: tubo,
vaso sanguíneo) apresenta dilatação.
Câmaras Cavidades
Circundada Rodeada
Disposta Colocado de certa maneira
Impulsionar ‘Empurrar’; transmitir

O Sistema Cardiovascular é composto por quais órgãos?

a) Sangue, Coração, Cérebro.


b) Pulmão, Sangue, Coração.
c) Coração, Sangue, Vasos Sanguíneos.
d) Aorta, Coração, Veias.
e) Coração, Cérebro, Vasos Sanguíneos.

RESPOSTA: C

O Sistema Cardiovascular é composto por Coração, Sangue e Vasos Sanguíneos.

O coração humano possui quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos. A comunicação do átrio esquerdo
com o ventrículo esquerdo é feito através da valva atrioventricular esquerda, também chamada de valva:

a) tricúspide.

97
b) ventricular.

c) bicúspide.

d) pré-capilar.

e) atrial.

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UNIDADE III
CAPÍTULO 9 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA
RESPIRATÓRIO
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Definição e Funções do Sistema Respiratório;


✓ Órgãos constituintes da Porção de Condução;
✓ Órgãos constituintes da Porção de Respiração;
✓ Músculos da Respiração;
✓ Ventilação Pulmonar;
✓ Troca Gasosa;
✓ Controle nervoso e químico da Respiração;

Introdução

‘Respirar é Viver’, essa frase tão conhecida popularmente vai se tornar também compreendida após
o estudo do sistema respiratório. A função desse sistema é garantir constantemente a concentração
de oxigênio no sangue, concedendo ao organismo a troca de gases com a atmosfera, necessária
para as reações metabólicas.

Neste capítulo, você conhecerá quais órgãos fazem parte desse sistema e como funciona
essa maravilhosa e importante função. Depois disso, ‘Respirar é Viver’ não será só mais uma frase
sem sentido e sim uma frase cheia de conhecimentos e com significado diferente para vocês
estudantes.

Aproveite ao máximo tudo que esse capítulo tem a lhes oferecer e bons estudos!!!

O soluço é espasmo provocado durante a respiração, de forma involuntária, pelo súbito fechamento da glote
(abertura na laringe para passagem de ar para os pulmões) em conjunto com uma contração repentina do
músculo do diafragma (que fica na base do pulmão e está relacionado à respiração). Esse espasmo prejudica
a passagem de ar para os pulmões produzindo, assim, um som característico na garganta.

99
9.1 DEFINIÇÃO E FUNÇÕES

O Sistema Respiratório tem a função de realizar a troca gasosa, realizando a obtenção de oxigênio
e eliminação de gás carbônico através de um processo chamado respiração.

A função do sistema respiratório é fornecer oxigênio aos tecidos, remover o dióxido de carbono produzido por
eles e eliminá-lo.

A respiração é um processo que envolve duas etapas: inspiração e expiração.

1. Inspiração: refere-se ao processo de entrada de ar nos pulmões e obtenção de oxigênio. A


inspiração é considerada um processo ativo, pois há gasto de energia (ATP).
2. Expiração: refere-se ao processo de saída de ar dos pulmões e eliminação de gás carbônico.
A expiração normal é considerada um processo passivo, pois não há gasto de energia, ou
seja, a saída de ar ocorre pelo recuo dos pulmões. Quando cantamos, falamos alto, tossimos,
fazemos força entre outros, a expiração se torna forçada e é considerada um processo ativo.
Nesse caso, alguns músculos aceleram a saída de ar dos pulmões e geram gasto energético.

- PROCESSO PASSIVO: é um processo que ocorre SEM uso de energia proveniente da decomposição de
ATP pela célula.

- PROCESSO PASSIVO: é um processo que ocorre SEM uso de energia proveniente da decomposição de
ATP pela célula.

- ATP (adenosina trifosfato): é uma molécula que armazena energia para diversos usos celulares.

100
O sistema respiratório é formado por um conjunto de órgãos que se divide em duas porções:

1. Porção de Condução: são órgãos responsáveis pela condução de ar entre os meios interno
e externo.
2. Porção de Respiração: são órgãos responsáveis pela troca gasosa.

9.2 PORÇÃO DE CONDUÇÃO

A porção de Condução é formada pelos órgãos: nariz (cavidade nasal), faringe (nasofaringe e
orofaringe), laringe, traqueia e brônquios D e E. Esses têm a função de captação, filtragem,
umidificação, aquecimento do ar e condução do ar atmosférico até os pulmões.

Figura 1 - Nariz

Nariz

As narinas, aberturas do nariz, permitem a entrada do ar no trato respiratório, revestidos


internamente por pelos que filtram as partículas de poeiras que poderiam ser inaladas. Em seguida,
o ar passa pelas mucosas respiratórias nas cavidades nasais (direita e esquerda), separadas pelo
septo nasal. Além disso, células receptoras para o olfato estão presentes na cavidade nasal. Função:
esquenta e umedece o ar; filtra partículas de sujeira.

101
Figura 2 – Faringe

Faringe

É um tubo muscular associado a dois sistemas: respiratório e digestivo, situando-se posteriormente


à cavidade nasal, bucal e à laringe, reconhecendo-se nela, por esta razão, três partes: nasofaringe,
superior que se comunica com a cavidade nasal através das coanas; orofaringe, média
comunicando-se com a cavidade bucal e serve de passagem tanto para o ar como para o alimento;
laringofaringe, inferior situada inferiormente próxima à laringe. Função: trata-se de um canal que é
comum a passagem do alimento ingerido e do ar inspirado.

Figura 3 – Laringe

Laringe

É um órgão tubular, situado no plano mediano e anterior do pescoço. Sua parte externa é formada
por cartilagens: tireoide, cricoide, aritenoide e epiglótica. Na parte interna da laringe encontra-se as
pregas vocais. Função: atua na respiração e na fonação (produz sons).

102
Figura 4 – Traqueia

Traqueia e Brônquios

A partir da laringe segue-se à traqueia constituída por uma serie de anéis cartilagíneos incompletos,
em forma de C, sobrepostos e ligados entre si pelos ligamentos anulares. A cartilagem proporciona
rigidez suficiente ao órgão. A traqueia divide-se em dois brônquios principais, D e E, que apresentam
estruturas semelhantes à da traqueia e são também denominados brônquios de primeira ordem.
Cada brônquio principal dá origem aos brônquios lobares ou de segunda ordem, que ventilam os
lobos pulmonares. Estes dividem-se em brônquios segmentares ou de terceira ordem, que vão ter
aos segmentares e sofrem ainda sucessivas divisões antes de terminarem nos alvéolos pulmonares.
Função: conduzir o ar.

- Porção de Condução tem a função de captação, filtragem, umidificação, aquecimento do ar e


condução do ar atmosférico até os pulmões.

- Os órgãos que compõem a Porção de Condução do sistema respiratório são: nariz, faringe, laringe,
traqueia e brônquios.

103
9.3 PORÇÃO DE RESPIRAÇÃO

A Porção de Respiração é formada pelos pulmões direito e esquerdo e tem a função de realizar as
trocas gasosas (respiração).

Os pulmões direito e esquerdo são órgãos principais da respiração e estão contidos na cavidade
torácica. Os pulmões são órgãos em forma cônica apresentando um ápice (superior) e uma base
(inferior), cujo número é de 3 para o direito e 2 para o esquerdo.

1. Pulmão Direito: é maior e divide-se em 3 lobos (superior, médio e inferior) que são separados
entre si por fendas profundas, as fissuras obliquas e horizontal.
2. Pulmão Esquerdo: é menor e divide-se em 2 lobos (superior e inferior) que são separados
entre si pelas fissuras obliquas.

Figura 5 – Pleura pulmonar

Pleura Pulmonar – A pleura é membrana que recobre cada pulmão, semelhante a um saco
completamente fechado. A pleura é uma membrana dupla formada por dois folhetos: pleura visceral,
que envolve o pulmão, e pela pleura parietal, que forra internamente as paredes da cavidade torácica.
Entre as pleuras, há um espaço virtual, a cavidade pleural, contendo um líquido lubrificante. Função:
auxilia no deslizamento do pulmão (entrada e saída de ar) e protege do atrito com o tórax.

Figura 6 – Alvéolos

104
Alvéolos - São cavidades diminutas que formam os pulmões. Por fora dos alvéolos há redes de
capilares sanguíneos que os circundam. Suas paredes são muito finas e permitem a passagem dos
gases para o sangue. Função: local onde ocorre a troca gasosa.

- A Porção de Respiração é formada pelos pulmões direito e esquerdo e tem a função de realizar as
trocas gasosas (respiração).

9.4 MÚSCULOS DA RESPIRAÇÃO

O sistema respiratório só funciona devido a uma ação contínua dos músculos que realizam a
inspiração e podem auxiliar numa expiração forçada.

✓ Músculos da inspiração: diafragma, intercostais externos, esternocleidomastóideo, serrátil


e escalenos.
✓ Músculos da expiração: intercostais internos e abdominais.

1- Inspiração: refere-se ao processo de entrada de ar nos pulmões e obtenção de oxigênio. A inspiração


é considerada um processo ativo.
2- 2- Expiração: refere-se ao processo de saída de ar dos pulmões e eliminação de gás carbônico.

A expiração normal é considerada um processo passivo e a expiração forçada um processo ativo.

Músculos da Inspiração:

Músculo Principal: diafragma (traciona os dois pulmões para baixo, diminuindo a pressão torácica,
permitindo que o ar entre até os pulmões).

Músculos Acessórios: intercostais externos, esternocleidomastóideo, serrátil e escalenos (tracionam


a caixa torácica aumentando seu diâmetro ântero-posterior e superoinferior, dando espaço para
insuflação pulmonar.

105
Músculos da Expiração:

Intercostais internos e abdominais: retraem a caixa torácica e aumentam a pressão abdominal


empurrando os pulmões para cima, acelerando a saída de ar dos pulmões.

Figura 7 – Músculos respiratórios

9.5 EVENTOS FISIOLÓGICOS DA RESPIRAÇÃO

O sistema respiratório tem como função geral realizar a troca gasosa através do processo de
respiração. Para realizar essa função, é necessário entender três eventos funcionais:

1. Ventilação pulmonar: refere-se ao processo de entrada e saída de ar nos pulmões durante


a inspiração e expiração.

• Troca de ar entre o meio externo e os alvéolos.

2. Trocas gasosas: refere-se ao processo de obtenção de oxigênio e eliminação de gás


carbônico.

• Difusão de O2 e CO2 do ar para o sangue;


• Transporte de O2 e CO2 do sangue para as células.

3. Regulação da respiração: refere-se ao processo de controle do sistema nervoso sobre a


respiração.

• Controle pelo centro respiratório;


• Controle químico.

106
O funcionamento do sistema respiratório envolve três eventos funcionais:

1- Ventilação pulmonar
2- Trocas gasosas
3- Regulação da respiração

Figura 8 – Respiração

9.6 VENTILAÇÃO PULMONAR

O mecanismo de entrada e saída de ar dos pulmões se dá por diferença de pressão. O ar tende a


sair de onde está mais concentrado para onde sua concentração é menor, é por isso que, quando
soltamos o ‘bico’ da bexiga, ela se esvazia, porque dentro do balão a pressão é maior e o ar vai para
fora.

Dentro dos pulmões existe uma pressão denominada intrapulmonar e no ar que respiramos
a pressão é denominada pressão atmosférica.

✓ Na inspiração, o diafragma se contrai e traciona os pulmões para baixo fazendo com que a
pressão intrapulmonar fique menor que a pressão atmosférica, dessa forma, o ar entra e
ocorre a inspiração.
✓ À medida que o ar vai entrando, o pulmão vai se enchendo de ar e a pressão intrapulmonar
fica maior que a pressão atmosférica. Quando isso acontece, o ar sai e ocorre a expiração.

107
Figura 9 – Mecânica da inspiração e expiração

A ventilação pulmonar se refere ao processo de entrada e saída de ar dos pulmões. Esse evento ocorre
por diferença de pressão intrapulmonar e pressão atmosférica.

9.7 TROCAS GASOSAS

Os alvéolos são estruturas circundadas por uma imensa rede de capilares. O contato desses
capilares com a parede dos alvéolos é chamado membrana respiratória. É nessa membrana onde
ocorre a troca gasosa, também chamada de hematose.

Na inspiração, os alvéolos se enchem e comprimem a parede dos capilares e, por um


processo de difusão, o oxigênio presente no alvéolo atravessa a membrana respiratória e atinge os
capilares, o gás carbônico presente no sangue atravessa a membrana e atinge os alvéolos. O
oxigênio se difunde para o sangue e o gás carbônico é eliminado no ar ambiente na expiração.

108
Figura 10 – Troca de gases na respiração

Difusão: as substâncias são transportadas de um meio mais concentrado para outro menos
concentrado sem gasto de energia.

Transporte de Oxigênio

Combinado com a hemoglobina: o transporte do gás oxigênio está a cargo da hemoglobina


e acontece porque essa molécula de oxigênio liga-se ao ferro da hemoglobina, formando a
oxiemoglobina. Apenas uma molécula de oxigênio liga-se ao ferro, enquanto cada molécula
de hemoglobina combina-se com quatro moléculas de oxigênio. Ao chegar aos tecidos,
essa combinação é revertida, e o oxigênio é disponibilizado para as células.

Transporte de Gás Carbônico

1. Combinado com a água na forma de ácido carbônico: através da hidratação do anidrido


carbônico, a maior parte do gás penetra nas hemácias forma o ácido carbônico, que
posteriormente se dissocia e dá origem a íons de hidrogênio (H+) e bicarbonato (HCO3-),
onde se difundem para o plasma sanguíneo, auxiliando na manutenção do grau de acidez do
sangue.
2. Combinado com a hemoglobina: formando a carboemoglobina, parte do gás carbônico é
transportado combinado com a hemoglobina (célula sanguínea).
3. Dissolvido no plasma: a menor parte é transportada dissolvida no sangue.

109
9.8 CONTROLE DA RESPIRAÇÃO

Há duas formas de controle sobre a respiração:

• Controle pelo centro respiratório;


• Controle químico;

1. Controle Nervoso (pelo Centro Respiratório)

O centro nervoso, localizado no bulbo, controla de forma automática a respiração. Desse


centro partem os nervos responsáveis pela contração dos músculos respiratórios (diafragma e
músculos intercostais). O diafragma é o mais importante músculo da respiração e recebe os sinais
respiratórios através do nervo frênico. Quando em funcionamento normal, o centro respiratório (CR)
produz, a cada 5 segundos, impulso nervoso que estimula a contração da musculatura torácica e do
diafragma, fazendo a inspiração.

2. Controle Químico

Através dos quimiorreceptores o centro respiratório é capaz de aumentar e de diminuir


tanto a frequência como a amplitude dos movimentos respiratórios. Esses quimiorreceptores são
bastante sensíveis ao pH do plasma. Essa capacidade é a responsável pelos tecidos receberem
a quantidade de oxigênio que necessitam, além de remover adequadamente o gás carbônico.

✓ Acidose Sanguínea

Se o pH está abaixo do normal (acidose), ocorre o aumento da frequência respiratória e


a amplitude dos movimentos pulmonares. Onde o aumento da ventilação pulmonar é a tentativa
do organismo de eliminar a maior quantidade de CO2, o que eleva o pH do plasma ao seu valor
normal.

✓ Alcalose Sanguínea

Caso o pH do plasma esteja acima do normal (alcalose), ocorre a diminuição da


frequência respiratória e a amplitude dos movimentos pulmonares. Com a diminuição na
ventilação pulmonar, há retenção de CO2 e maior produção de íons H+, o que determina queda
no pH plasmático até seus valores normais.

O controle nervoso controla a respiração por estimulação do centro respiratório (bulbo) através do nervo
frênico. O controle químico controla a frequência respiratória, estimulando o centro respiratório em casos
de acidose (aumentando a frequência respiratória) e inibindo o centro respiratório em casos de alcalose
(diminuindo a frequência respiratória).

110
Neste capítulo, você viu que o sistema respiratório tem a função de realizar uma troca de gases com o ar
atmosférico, assegurando permanente concentração de oxigênio no sangue, necessária para as reações
metabólicas e, em contrapartida, servindo como via de eliminação de gás carbônico.

O sistema respiratório está dividido em duas partes: porção de condução e porção de respiração. A porção
de condução é formada por vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades
pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a faringe, a laringe, a traqueia e os brônquios. A porção de
respiração é composta pelos pulmões direito e esquerdo e é responsável pela troca gasosa, que ocorre
através da respiração. Você viu também que os músculos respiratórios permitem a inspiração e a expiração.

Os eventos fisiológicos do sistema respiratório compreendem: a ventilação pulmonar que se refere à entrada
e saída de ar dos pulmões; a troca gasosa que ocorre pela difusão dos gases na membrana respiratória; o
controle da respiração que corre por dois modos, controle pelo centro nervoso e controle químico.

A função do sistema respiratório é garantir constantemente a concentração de oxigênio no sangue, concedendo


ao organismo a troca de gases com a atmosfera, necessária para as reações metabólicas, além de servir como
meio de eliminação de gases residuais resultantes dessas reações e que são representadas pelo gás
carbônico. Para saber mais sobre o assunto, assista ao vídeo e leia o texto sobre o “Sistema Respiratório”,
disponível no link: https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-respiratorio/

Palavras Significado
Acidose Acumulação de ácido ou perda da reserva alcalina do sangue e dos
tecidos
Alcalose Condição metabólica caracterizada pelo aumento do pH do sangue,
que se torna alcalino
Ântero-posterior Localização anatômica utilizando a referência combinada dos planos
anatômico anterior e posterior
Impulsionar ‘Empurrar’; transmitir

111
Insuflação Ato ou efeito de injetar ‘ar’ ou outros gases
pH Representação da escala na qual uma solução neutra é igual a sete,
os valores menores que sete indicam uma solução ácida e os maiores
que sete indicam uma solução básica.
Retração Diminuição do volume de um corpo

Superoinferior Localização anatômica utilizando a referência combinada dos planos


anatômico superior e inferior

A hematose é o processo de trocas gasosas pulmonares através da difusão de gases: oxigênio e dióxido de
carbono. Em condições normais as trocas gasosas no pulmão humano ocorrem:

a) nos bronquíolos.

b) na traqueia.

c) nos brônquios.

d) nos alvéolos.

e) na laringe.

RESPOSTA: Alternativa D. A hematose é um processo de trocar gasosas em que o gás carbônico do sangue
passa para o interior dos alvéolos e o oxigênio presente nos alvéolos passa para o sangue, portanto esse
processo ocorre nos alvéolos.

Os pulmões são órgãos do sistema respiratório responsáveis pela hematose (troca de gases), formados por
milhões de alvéolos pulmonares, que são os locais onde ocorrem as trocas de gases. Esse órgão é revestido
por uma membrana que recebe o nome de:

a) diafragma.

b) pericárdio.

c) pleura.

112
d) peritônio.

e) nenhuma das alternativas.

113
UNIDADE III
CAPÍTULO 10 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA
DIGESTÓRIO
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Definição e Funções do Sistema Digestório;


✓ Órgãos constituintes do Canal alimentar;
✓ Órgãos constituintes das Glândulas anexas;
✓ Funcionamento Gastrointestinal;
✓ Processos Mecânico e Químico da digestão.

Introdução

O sistema digestivo, também conhecido como aparelho digestivo ou sistema digestório, é o


responsável pela absorção dos nutrientes, através dos alimentos ingeridos, necessários às diferentes
funções do organismo, como crescimento, energia, locomoção etc. No entanto, uma vez consumido,
os alimentos não podem ser usados como fonte de energia celular, devem ser primeiro decompostos
em moléculas pequenas o suficiente para atravessar a membrana plasmática das células, um
processo conhecido como digestão.

Nesse capítulo, aprenderemos quais órgãos participam dessa função e como ocorre esse
processo.

Quando você come os músculos do esôfago se contraem e relaxam de maneira ondulatória para passagem
da comida pelo trato digestório. A esse movimento chamamos de peristaltismo, ele empurra a comida pelo
pequeno canal até o estômago. Por isso a comida não precisa de gravidade para chegar ao seu estômago,
mesmo se você fosse comer pendurado de cabeça para baixo, a comida ainda seria capaz de chegar ao seu
estômago.

10.1 DEFINIÇÃO E FUNÇÕES

O sistema digestório humano é formado pelo trato digestório com um longo tubo musculoso, ao qual
estão associados órgãos e glândulas, sua função é a digestão dos alimentos.

114
Digestão é a quebra dos alimentos em partículas menores e assimiláveis, para que as substâncias necessárias
(nutrientes) sejam absorvidos. É realizada no aparelho digestório ou digestivo, através de dois tipos de
processos: mecânico e químico.

O sistema digestório possui basicamente seis funções:

1. Ingestão: deve-se ao processo de introduzir alimentos e líquidos na boca.


2. Secreção: deve-se à produção de líquidos e enzimas.
3. Mistura e Propulsão: deve-se à capacidade de misturar e mover material ao longo de sua
extensão, denominada motilidade.
4. Digestão: transformação dos alimentos em substâncias que podem ser assimiladas pelo
corpo.
5. Absorção: deve-se à capacidade de absorção de alimentos e água.
6. Defecação: eliminação dos resíduos sob a forma de fezes.

Figura 1 – Sistema digestório

10.2 DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA DIGESTÓRIO

O Sistema Digestório é composto por um conjunto de órgãos divididos anatomicamente em dois


grupos: canal alimentar e órgãos anexos.

Canal alimentar ou trato digestório é o trajeto que o alimento passa desde o momento em que o
colocamos na boca até o momento que eliminamos seus resíduos sob a forma de fezes, durante
todo o processo de digestão. Os órgãos que compõem o canal alimentar são:

1. Boca
2. Faringe
3. Esôfago
4. Estômago
5. Intestino Delgado
115
6. Intestino Grosso
7. Reto e Ânus

Os órgãos anexos também chamados de glândulas anexas são estruturas que participam da
digestão produzindo substâncias que são lançadas no canal alimentar e ajudam a digerir os
alimentos, o alimento não passa no interior desses órgãos durante a digestão. Os órgãos anexos
são:

1. Dentes
2. Língua
3. Glândulas Salivares
4. Fígado e Vesícula Biliar
5. Pâncreas

1. Boca
2. Faringe
CANAL 3. Esôfago
ALIMENTAR
4. Estômago
SISTEMA 5. Intestino Delgado
6. Intestino Grosso
DIGESTÓRIO
7. Reto e Ânus

ORGÃOS 1. Dentes
ANEXOS 2. Língua
3. Glândulas Salivares
4. Fígado e Vesícula Biliar
5. Pâncreas

10.3 CANAL ALIMENTAR

O trato digestório, conhecido também como canal alimentar ou trato gastrintestinal, é um composto
por um longo tubo oco de tecido musculoso que se estende desde a cavidade bucal até o ânus com
seus órgãos anexos. Sua estrutura é composta de: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino
delgado, intestino grosso, reto e ânus.

Figura 2 - Boca

116
Boca: onde se inicia o processo de digestão dos alimentos. Por meio da mastigação o alimento é
preparado para a digestão, através da língua e dos dentes que reduzem os alimentos em pequenos
pedaços, os mistura à saliva, o que futuramente irá facilitar a ação das enzimas.

Figura 3 - Faringe

Faringe: Tubo muscular associado a dois sistemas (Digestório e Respiratório). Situa-se entre a
cavidade bucal e nasal, anterior à coluna vertebral. Função: Controlar a passagem de ar para os
pulmões e de alimento para o estômago através da abertura e fechamento de duas membranas
(glote e epiglote). Função: Auxilia na deglutição dos alimentos.

Figura 4 - Esôfago

Esôfago: É um tubo muscular que começa na faringe, passa pelo mediastino, atravessa o diafragma
e termina no estômago. Localizado entre a coluna vertebral e a traqueia. É dividida em três partes:
cervical, torácica e abdominal. É revestido por músculo liso e por isso possui movimentos peristálticos
(peristaltismo), uma contração muscular involuntária. Função: Transportar alimento para o estômago.

117
Figura 5 – Estômago

Estômago: É uma dilatação do canal alimentar. Está situado abaixo do diafragma, com sua maior
porção à esquerda. É um órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. Na parte interna
do estômago possui uma estrutura rugosa denominada mucosa gástrica que secretam mucos e suco
gástrico. As funções do estômago são: 1 – Armazenamento de grande quantidade de alimentos após
a refeição; 2 – Mistura do alimento; 3 – Esvaziamento desse alimento para o intestino delgado.

Figura 6 – Intestino delgado

Intestino Delgado: É um tubo com aproximadamente 6 m de comprimento por 4 cm de diâmetro e


pode ser dividido em três regiões: duodeno (primeira e menor porção), jejuno (parte média e maior
porção) e íleo (parte final). Funções: Duodeno: Nessa parte do intestino são liberadas a bile (vesícula
biliar) e a secreção pancreática (pâncreas) para auxiliar na digestão de alimentos, base de gorduras
e proteínas. Jejuno e Íleo: Ao longo dessas duas regiões, a digestão continua e grande parte
dos nutrientes é absorvida pelo sangue

Figura 7 – Intestino Grosso

118
Intestino Grosso: O intestino grosso está localizado no abdômen, tem forma de U invertido. É a
continuação do intestino delgado e seu nome se deve ao fato que seu diâmetro é o maior e suas
paredes mais grossas. Dividido em: Cécum (ceco), Cólon Ascendente, Cólon Transverso, Cólon
Descendente, Cólon Sigmoide, Reto. O reto é a parte final do intestino grosso, que termina com o
canal anal e o ânus, por onde são eliminadas as fezes. Função: Absorver água do quimo, lubrificar
as fezes e neutralizar os produtos ácidos do metabolismo bacteriano.

10.4 ORGÃOS OU GLÂNDULAS ANEXAS

Figura 8 – Dentes

Dentes: é estrutura dura da boca, denominada arcada dentária. Crianças têm 20 dentes
decíduos (primários ou de leite). Adultos normalmente possuem 32 dentes secundários
(permanentes). Função: Trituram o alimento e realizam a mastigação.

Figura 9 – Língua

Língua: A língua é o principal órgão do sentido do gosto e um importante órgão da fala, localiza-se
no interior da boca, dentro da curva do corpo da mandíbula. Função: Desloca o alimento durante a
mastigação e o dirige para trás para ser deglutido (engolido).

119
Figura 10 - Fígado

Fígado: É o maior órgão interno e pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto. Localiza-se abaixo do
diafragma com sua maior porção à direita do plano mediano. Divide-se em 4 lobos: Lobo Direito,
Esquerdo, Quadrado e Caudado. Entre os lobos direito e quadrado, encontra-se a Vesícula Biliar
que armazena a bile. Função: Secretar (produzir) a bile, que ajuda a neutralizar o quimo ácido do
estômago e a digerir gorduras.

Figura 11 - Pâncreas

Pâncreas: O Pâncreas é uma glândula localizada transversalmente sobre a parede posterior do


abdome. Possui aproximadamente 15 cm de comprimento e formato triangular. Função: Secreta o
suco pancreático que contém enzimas que promovem a hidrolisação, ‘quebra’ de proteínas, gorduras
e carboidratos.

Figura 12 – Glândulas
Salivares

120
Glândulas Salivares: São três – 1. Glândula Parótida: localizada à frente do conduto auditivo; 2.
Glândula Submandibular (submaxilar): localizada abaixo da mandíbula; 3. Glândula Sublingual:
localizada abaixo da língua. Função: Secretar saliva.

10.5 FUNCIONAMENTO GASTROINTESTINAL

O sistema digestório é revestido por músculo liso e através dos movimentos peristálticos é capaz de
deslocar o alimento através do canal alimentar durante o processo digestório. O músculo
gastrointestinal tem duas características que devem ser consideradas:

1. As fibras estão eletricamente conectadas umas às outras por meio do grande número de
junções abertas.
2. As camadas musculares funcionam como um sincício, ou seja, a excitação de uma parte
sempre excita a outra.

Na f. nervosa o PA é deflagrado pela abertura rápida dos canais de Na. Na fibra gastrointestinal
pela grande entrada de Ca e em menor quantidade do NA (bomba Ca/K).

A abertura e fechamento dos canais iônicos na fibra gastrointestinal são mais lentos, o que
justifica o PA nelas durar mais tempo que na fibra nervosa.

Sendo assim, o sistema nervoso controla o sistema digestório da seguinte forma: o sistema
digestório possui um sistema nervoso próprio denominado sistema nervoso entérico, que começa no
esôfago e termina no ânus. É formado por dois plexos:

◼ Plexo Mioentérico ou Plexo de Auerbach: este plexo está situado nas camadas mais externas
desses órgãos e controlam os movimentos gastrointestinais.

◼ Plexo Submucoso ou Plexo de Meissner: este plexo está situado nas camadas mais internas
desses órgãos e controlam as secreções gastrointestinais.

121
O funcionamento do sistema digestório é controlado pelo sistema nervoso entérico que reveste com dois plexos
desde o esôfago até o ânus:

Plexo Mioentérico ou Plexo de Auerbach: este plexo controla os movimentos gastrointestinais, está situado
mais externamente.

Plexo Submucoso ou Plexo de Meissner: este plexo controla as secreções gastrointestinais, está situado mais
internamente.

10.6 CONTROLE NERVOSO SOBRE O FUNCIONAMENTO GASTROINTESTINAL


O sistema nervoso controla o funcionamento gastrointestinal através do sistema nervoso simpático
(SNP) e sistema nervoso parassimpático (SNP) através de nervos sensitivos que interligam o tronco
encefálico e a medula ao sistema entérico, estimulando ou inibindo suas funções.

➢ SNP: possui fibras que agem estimulando (+) a função gastrointestinal através da liberação
de um neurotransmissor chamado Acetilcolina
➢ SNS: possui fibras que agem inibindo (-) a função gastrointestinal através da liberação de um
neurotransmissor chamado Norepinefrina.

Os nervos presentes no sistema nervoso entérico são estimulados todas as vezes que o bolo
alimentar atinge o canal alimentar e também por:

1. Irritação da mucosa intestinal;


2. Presença de substâncias químicas específicas;
3. Distensão excessiva do intestino;

Esses estímulos geram sinais que podem ativar o SNS e SNP, inibindo ou estimulando a
função gastrointestinal através do plexo submucoso e do plexo mioentérico.

122
SNP: possui fibras que agem + função gastrointestinal

SNS: possui fibras que agem - função gastrointestinal

Acetilcolina: + função gastrointestinal

Norepinefrina: - função gastrointestinal

10.7 PROCESSO MECÂNICO DA DIGESTÃO

Digestão é a conversão dos alimentos em partes menores e assimiláveis, para a absorção dos
nutrientes necessários ao organismo. É realizada no aparelho digestório ou digestivo, através de dois
tipos de processos: mecânico e químico.

1. MASTIGAÇÃO (Boca):

Reflexo Mastigatório: a presença do bolo alimentar provoca uma queda na mandíbula que estira os
músculos mastigatórios e resulta em sua contração. Os movimentos mastigatórios excitam o SNP
que estimula o plexo submucoso e ativa a secreção das glândulas que são liberados na boca e inicia
o processo digestivo.

◼ Dentes incisivos (anteriores) – Corta os alimentos;


◼ Dentes molares (posteriores) – Tritura os alimentos.

2. DEGLUTIÇÃO
a. Fase voluntária (Faringe): Quando o alimento já foi triturado voluntariamente, o
empurramos para trás contra o palato. Esse aumento de pressão gerada permite o engolir.
b. Fase involuntária (Esôfago): Quando o bolo alimentar penetra na faringe, gera estímulos
que caminham até o tronco encefálico e inicia uma série de contrações musculares que vai
deslocando o bolo até o estômago por toda e extensão do esôfago. Essa onda peristáltica
provoca relaxamento da válvula esofágica e permite a passagem do alimento para o
estômago. O aumento da pressão intra-abdominal mantém a válvula fechada e impede o
refluxo.

123
Figura 12 – Deglutição

A digestão mecânica é realizada através dos dentes com a mastigação, como processo de deglutição em
que o alimento passa da boca para a faringe com o auxílio da língua e então e através com os
movimentos que acontecem no tubo digestivo, chamados de movimentos peristálticos (ou peristaltismo)
que permitem o transporte do alimento do esôfago para o estômago.

10.8 PROCESSO QUÍMICO DA DIGESTÃO

O processo químico da digestão é onde ocorre as transformações químicas dos alimentos através da ação das
enzimas. Os alimentos sofrem esse processo devido aos sucos digestórios (que contêm
as enzimas digestórias), essa ação se inicia na boca com a saliva (amilíase salivar), cai no estômago que
contém o suco gástrico (que contém ácido clorídrico), logo após no intestino sofre a ação pelas enzimas
produzidas pelo pâncreas e a bile produzida pelo fígado

Os sucos digestórios (digestão química) são compostos principalmente pelas enzimas. Essas são
responsáveis por "quebrar" os alimentos, para que os nutrientes contidos neles possam ser
absorvidos pelo nosso organismo até a corrente sanguínea.

Os nutrientes presentes nos alimentos são divididos em proteínas, gorduras, amido, sais minerais
e vitaminas. Cada alimento tem nutrientes diferentes e portanto para cada tipo de nutriente o corpo

124
humano tem enzimas diferentes. Para digerir as proteínas temos da enzima pepsina, para as
gorduras as lipases e para digerir o amido temos a ptialina ou amilase salivar.

As enzimas estão presentes nos sucos digestórios, cada uma delas tem um órgão ou glândula
responsável pela sua produção e secreção. A ptialina está presente na saliva, a pepsina está no
suco gástrico, as lipases estão no suco pancreático e no suco entérico e a amilase está no suco
pancreático.

1. ARMAZENAMENTO E QUEBRA DO ALIMENTO (Estômago):

a. Armazenamento: Quando o alimento penetra no estômago gera um reflexo vasovagal


que é dirigido ao tronco encefálico e volta ao estômago reduzindo seu tônus, permitindo
seu estiramento cada vez maior para o armazenamento do alimento.
b. Mistura: Na parede do estômago estão presentes as glândulas que quando estiradas
ativam a secreção glandular e promovem a liberação do suco gástrico constituído pelo
ácido clorídrico, acrescido de muco e várias enzimas (como a pepsina e a lipase). A
pepsina atua, junto ao ácido clorídrico, quebrando as moléculas de proteínas em moléculas
menores e a lipase atua sobre os lipídios “quebrando” alguns tipos de gordura.
c. Esvaziamento: A diferença de pressão abre a válvula pilórica e permite a passagem do
alimento do estômago para o intestino.

2. ABSORÇÃO DOS NUTRIENTES (Intestino Delgado):

No intestino delgado está divido em duas regiões distintas: o duodeno e o jejuno-íleo. Nele
acontece a maior parte da digestão e absorção dos nutrientes.

O duodeno é a porção inicial do intestino delgado, nele está o suco biliar, provenientes da
vesícula biliar e anteriormente do fígado que se juntam ao bolo alimentar (quimo). O quimo tem a
aparência de uma massa branca após passar pela digestão gástrica, é o alimento semidigerido.

➢ A bile: é a secreção produzida pelo fígado, armazenada na vesícula biliar, que é lançada no
duodeno através do ducto biliar comum. A bile não contém enzimas digestivas e sim os sais
biliares (contem água e bicarbonato de sódio, principalmente) que separam as gorduras em
partículas microscópicas, facilitando a ação das enzimas pancreáticas sobre os lipídios.
➢ O suco pancreático: é produzido pelo pâncreas e contém enzimas. A tripsina é uma dessas
enzimas, que atua sobre as proteínas. Ela só se torna ativa quando chega no duodeno e se
junta ao suco entérico, transformando-se em quimotripsina.
➢ O suco intestinal ou entérico: é produzido pela mucosa intestinal. Possui enzimas que
completam a digestão dos lipídios, das proteínas e dos carboidratos.

No término de todas as transformações sofridas no duodeno, o quimo passa a se chamar quilo,


uma substância viscosa de cor branca, que então segue para o jejuno-íleo.

No jejuno-íleo é onde grande parte dos nutrientes, resultantes do processo anterior da digestão,
são absorvidos pelo sangue e são conduzidos para todas as células do organismo.

125
3. ABSORÇÃO DE ÁGUA E ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS (Intestino Grosso):

O intestino grosso é a parte final do tudo digestório, é nele em que ocorre a importante absorção
de água e os sais minerais, que não foram assimiladas pelo intestino delgado durante a digestão.
Nele também acontece o armazenamento e eliminação dos resíduos da digestão, ou seja, o material
resultante da digestão forma as fezes que são acumuladas no reto (parte final do intestino grosso) e
posteriormente empurradas por movimentos peristálticos para fora, através do canal do ânus.

DEFECAÇÃO: O deslocamento das fezes em direção ao reto estimula o reflexo mioenteral, que
envia sinais à medula e ativa o SNP aumentando a motilidade do intestino grosso que empurra cada
vez mais as fezes em direção ao ânus. No momento oportuno ocorre o relaxamento do esfíncter
anal. O reflexo de defecação também origina efeitos como inspiração profunda, fechamento da glote
e contração da parede abdominal que força as fezes para baixo e facilita sua expulsão.

NUTRIENTES ENZIMAS
Proteínas Pepsina/Suco Pancreático
Gorduras Lipase/Bile
Amido Ptialina/Amilase salivar

Neste capítulo, você viu que o sistema digestório tem a função de realizar a preensão, mastigação, deglutição,
digestão, absorção dos nutrientes e eliminação dos resíduos sob a forma de fezes.

O sistema digestório está dividido em duas partes: canal alimentar e órgãos anexos. O canal alimentar é
formado por vários órgãos por onde o alimento passa durante a digestão. Esses órgãos são a boca, a faringe,
o esôfago, o estômago, o intestino delgado, o intestino grosso, reto e ânus. Os órgãos anexos são compostos
por dentes, língua, glândulas salivares, fígado e pâncreas, esses secretam substâncias que facilitam a digestão
e as lançam no canal alimentar.

Você viu também que o músculo gastrointestinal tem algumas particularidades que facilitam sua função de
digestão. Os eventos fisiológicos da digestão compreendem: a digestão mecânica e a digestão química. A
digestão mecânica é realizada com a mastigação, a deglutição e com os movimentos que acontecem no tubo
digestivo chamados de movimentos peristálticos ou peristaltismo. As transformações químicas que os
alimentos sofrem devido à ação dos sucos digestórios (os quais contêm as enzimas digestórias) constituem
o processo químico da digestão.

126
Aparelho Digestivo, Sistema Digestivo e Sistema Digestório: São esses os termos utilizados para representar
o processo de absorção e digestão dos alimentos pelo nosso corpo, o sistema digestivo é responsável por
quebrar o alimento para que ele possa ser absorvido pelo nosso organismo. Leia o artigo “Sistema Digestório
do Corpo Humano” na íntegra acessando o link: https://www.mundovestibular.com.br/articles/395/1/SISTEMA-
DIGESTORIO-DO-CORPO-HUMANO/Paacutegina1.html

Digestão é a transformação dos alimentos em substâncias assimiláveis, realizada no aparelho digestório ou


digestivo por meio de dois tipos de processos: mecânico e químico. Saiba mais lendo o artigo “Digestão”,
disponível em: https://www.todamateria.com.br/digestao/

Palavras Significado
Alvéolos dentário É a cavidade do osso da maxila e mandíbula onde se alojam
os dentes.
Moléculas Representação da estrutura e propriedades de uma substância
composta de um ou mais átomos.
Motilidade Capacidade que certos órgãos apresentam de realizar movimentos
autônomos (por exemplo, a motilidade intestinal).

Qual a função do tubo digestório?

a) Tirar glicose do sangue.


b) Produzir ácido clorídrico.
c) Fragmentar o alimento para passar para as células.
d) Bombear o sangue.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

127
RESPOSTA: Alternativa C está correta. É no tubo digestório que essas partículas são quebradas em partículas
pequenas capazes de entrar nas células. Esse processo é chamado de Digestão.

Qual cirurgia comprometeria mais a função do sistema digestório: a remoção dos 25 centímetros iniciais do
intestino delgado (duodeno) ou a remoção de igual porção do início do intestino grosso? Por quê?

128
UNIDADE III
CAPÍTULO 11 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA
URINÁRIO
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Definição e Funções do Sistema Urinário;


✓ Órgãos constituintes do Trato Urinário;
✓ Fisiologia da filtração de sangue e produção de urina;
✓ Controle da pressão arterial pelo sistema renina-angiotensina e aldosterona;
✓ Controle autonômico e voluntário da micção;

Introdução

O sistema urinário ou aparelho urinário é um conjunto de órgãos, constituído por dois rins, dois
ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra. O aparelho urinário está envolvido com a formação,
depósito e eliminação da urina, responsável por excretar materiais desnecessários e prejudiciais
(como resíduos metabólicos das células, substâncias em excesso, toxinas etc.). Além disso, este
sistema desempenha outras funções de extrema importância para o nosso organismo.

Nesse capítulo, você aprenderá mais sobre essa função de vital importância para a
manutenção da vida.

Algumas pessoas possuem o terrível habito de beber xixi – “Em situações extremas, você pode beber sua
urina para se manter hidratado, porém existem grupos de pessoas que praticam “urinoterapia”, bebendo o xixi
que acreditam que será a fonte de sua juventude. O xixi não é totalmente limpo, pois ele é excreção dos nossos
corpos e traz muitas bactérias que vivem na bexiga.”

129
CAPÍTULO 11 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO

11.1 DEFINIÇÃO E FUNÇÕES

O sistema urinário encarrega-se de eliminar os resíduos das atividades das células do nosso
organismo e também as substâncias que estão em excesso no sangue, sob a forma de urina. O
aparelho urinário filtra o sangue e elimina a água.

O sistema urinário é constituído pelos rins, ureteres, bexiga e uretra, e tem por função participar da eliminação
dos produtos finais do metabolismo e do controle do equilíbrio hídrico.

O sistema urinário é composto por dois rins e pelas vias urinárias, formada por dois ureteres,
uma bexiga urinária e uma uretra.

1. Rins: têm inúmeras funções, dentre elas, filtrar o sangue e produzir a urina.
2. Ureteres: têm a função de transportar a urina dos rins até a bexiga.
3. Bexiga: tem a função de armazenar a urina até o momento de ser expelida.
4. Uretra: tem a função de expelir a urina.

Figura 1 – Sistema Urinário

Fonte: Não citada pelo autor

130
11.2 RIM

Figura 2 - Rins

• ANATOMIA RENAL

É um órgão par, abdominal. Situado à direita e à esquerda da coluna vertebral. Está localizado entre
os níveis de T12 e L3, protegidos pelo 11º e 12º pares de costelas. O rim direito ocupa uma posição
inferior ao esquerdo, em virtude da presença do fígado.

Figura 3 – Rim esquerdo

Possui a forma de um grão de feijão. Mede aproximadamente 10 cm e cada um pesa 15 g. Apresenta


duas extremidades (polos), superior e inferior, e duas bordas (medial e lateral).

- Polo superior: localiza-se a glândula suprarrenal, responsável pela secreção de hormônio.

- Borda medial: localiza-se o pedúnculo renal (hilo renal), constituído por ureter, artérias e veias
renais.

A parte interna é constituída de uma região externa (córtex renal), uma região interna (medula renal)
e a pelve renal (cálice renal maior e menor).

131
Na região do córtex e medula renal encontram-se aproximadamente 1 milhão de néfrons (nefrônio),
que é a unidade funcional do rim. Agem na filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular
para formação da urina.

Figura 4 – Túbulos Renais

• FUNÇÕES DO RIM

1. Noradrenalina
2. Adrenalina
FUNÇÃO
ENDÓCRINA 3. Cortisol
4. Aldosterona

RINS

FUNÇÃO 6. Controla o volume hídrico


HOMEOSTÁSICA corporal;
7. Regula a concentração de íons;
8. Auxilia na manutenção do pH;
9. Regula a excreção de metabólitos;
10. Elimina drogas e substâncias
tóxicas.

132
11.3 URETER

Figura 5 - Ureter

• ANATOMIA DO URETER

São órgãos pares em formato de tubo e revestidos de músculo que une o rim à bexiga. Iniciam-se
no rim (pelve renal) e realizam um trajeto descendente.

Seguem pela parede do abdômen e penetram na pelve para terminar na região póstero-inferior da
bexiga, onde se encontram os óstios uretrais.

São revestidos de músculo liso e capazes de se contraírem através de movimentos peristálticos.


Medem de 25 a 30 cm no adulto e produz muco, com o objetivo de proteger o sistema urinário contra
as infecções.

• FUNÇÃO DOS URETERES:

Conduzir a urina do rim para a bexiga.

Ureteres: são dois tubos musculares de aproximadamente 25 cm de comprimento cada, que conduz a urina
dos rins para a bexiga.

133
11.4 BEXIGA
Figura 6 - Bexiga

• ANATOMIA DA BEXIGA

A bexiga é um órgão elástico de parede constituída de musculo liso, oco (semelhante a uma bolsa
muscular flexível), localizada na cavidade da pelve (posterior à sínfise púbica, na parte inferior do
abdômen) e sua principal função é o recolher e armazenar a urina que é formada pelos rins e
transportada pelos ureteres. Nos homens, está localizada anterior ao reto, nas mulheres, inferior ao
útero.

Sua capacidade variável é, em média, de 700 a 800 ml. Possui grande distensibilidade, com um
tamanho menor nas mulheres.

No recém-nascido, possui uma localização abdominal, atingindo a pelve na puberdade. Canal de


saída da urina da bexiga (início da uretra).

Na parte inferior da bexiga, encontra-se o músculo esfíncter interno que “fecha a uretra” e controla a
micção, ou seja, quando a bexiga está cheia, o esfíncter interno se contrai involuntariamente,
empurrando a urina em direção à uretra, de onde então é lançada para fora do corpo. E o músculo
esfíncter externo, que se contrai voluntariamente, o que nos permite controlar a saída da urina.

• FUNÇÃO DA BEXIGA:

Armazenar a bexiga até o momento de ser expelida.

134
A bexiga é um órgão muscular liso, flexível e oco, encontra-se na cavidade pélvica atrás da sínfise púbica. Sua
função é de reservatório temporário para a urina.

11.5 URETRA

Figura 7 - Uretra

• ANATOMIA DA URETRA:

É um canal condutor mediano que vai da bexiga urinária e o meio externo. Possui um esfíncter uretral
externo, de contração voluntária, que pode permanecer fechado e permite resistir ao desejo de urinar.

- Mulher: Apenas para excreção de urina, com aproximadamente 4 cm. A abertura da uretra para o
exterior está localizada entre o clitóris e o óstio da vagina, denominado óstio externo da uretra.

- Homem: Via comum para ejaculação e micção, mede aproximadamente 20 cm. Passa pela próstata
e pelo pênis até chegar ao meio externo.

• FUNÇÃO DA BEXIGA:

Conduzir a urina da bexiga para o meio exterior.

A Uretra é um canal muscular, em forma de tubo, sua função é a condução da urina da bexiga para fora do
corpo. A uretra feminina mede aproximadamente 4 cm de comprimento e serve somente para o transporte da
urina. A uretra masculina mede cerca de 15 a 20 cm, além do transporte da urina para fora do corpo, tem
também a função de passagem para o esperma durante a ejaculação.

135
11.6 FISIOLOGIA RENAL

O sistema renal tem a função de filtrar o sangue e produzir a urina, esse processo ocorre da seguinte
forma:

Os rins estão ligados ao sistema circulatório através da artéria renal e da veia renal, e com as
vias urinárias pelos ureteres. As artérias renais são muito finas que formam pequenos ramificações
emaranhadas chamadas de glomérulos. Cada glomérulo é envolto em uma estrutura arredondada,
chamada cápsula glomerular ou cápsula de Bowman.

A unidade básica dos rins é chamada néfron, tem a função da filtragem do sangue, que é formada
pelos glomérulos, pela cápsula glomerular e pelo túbulo renal.

O sangue passa pelos rins (esse filtrado é absorvido), por conta da força da pressão sanguínea,
ao atravessar o glomérulo, parte do plasma deixa passar água e sais pelas paredes permeáveis dos
capilares, sai dos capilares que formam os glomérulos e cai na cápsula glomerular. Em seguida,
desemboca no túbulo renal.

Durante esse processo substâncias necessárias como água, glicose e sais minerais, contidas
nesse líquido, percorrem a parede do túbulo renal e regressam à circulação sanguínea. Deste modo,
resta nos túbulos somente a urina, ou seja, uma pequena quantidade de água e resíduos, como a
ureia, ácido úrico e amônia que desemboca nas vias urinárias para a saída do corpo.

Figura 8 – Formação da urina

11.7 CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL PELOS RINS

Os rins funcionam como reguladores da pressão arterial através do aumento ou diminuição do


volume sanguíneo, que acontece por meio do sistema renina-angiotensina-aldosterona, um
mecanismo hormonal.

Fisiologicamente, funciona da seguinte maneira:

136
Quando o volume de sangue e pressão arterial diminui, as paredes das arteríolas são menos
estiradas e isso promove um estímulo nas células justaglomerulares que secretam a enzima renina
no sangue. Esta enzima sintetiza outro produto chamado angiotensina I, no pulmão esse é convertido
pela ECA em angiotensina II. Essa substância estimula os rins a secretarem Aldosterona que
aumenta a reabsorção de Na e consequentemente a reabsorção de água por ação osmótica,
aumentando a concentração de água no corpo e restabelecendo a pressão arterial.

11.8 REGULAÇÃO DA MICÇÃO

A regulação da micção ocorre de duas formas:

• Sistema Voluntário
• Sistema Autonômico

Quando a bexiga está vazia ou enchendo com urina, o SNS mantém relaxada a musculatura lisa
da parede da bexiga e ao mesmo tempo contrai a musculatura lisa do esfíncter interno.
Simultaneamente, o esfíncter externo é fechado de forma consciente (sistema voluntário).

137
Figura 9 – Regulação da Micção

Neste capítulo, você viu que o Sistema Urinário ou Aparelho Urinário é responsável pela produção e
eliminação da urina e possui a função de filtrar as "impurezas" do sangue que circula no organismo.

O Sistema Urinário é composto por dois rins e pelas vias urinárias, formada por dois ureteres, uma bexiga
urinária e uma uretra.

- Rins: têm inúmeras funções, dentre elas, filtrar o sangue e produzir a urina.

- Ureteres: têm a função de transportar a urina dos rins à bexiga.

- Bexiga: tem a função de armazenar a urina até o momento de ser expelida.

- Uretra: tem a função de expelir a urina.

Você viu também que o processo de filtração do sangue e produção de urina ocorre nos néfrons e envolvem
quatro fases: 1. Filtração; 2. Reabsorção; 3. Secreção; 4. Excreção.

Os rins controlam a pressão arterial através da ativação de um sistema chamado: renina angiotensina-
aldosterona. E a regulação da micção envolve dois sistemas, o voluntário e o autonômico.

138
O sistema urinário é constituído pelos rins, ureteres, bexiga e uretra, e tem por função participar da eliminação
dos produtos finais do metabolismo e do controle do equilíbrio hídrico. Para saber mais, veja apresentação.
“ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA RENAL”. Disponível em: https://irp-
cdn.multiscreensite.com/64d4fda7/files/uploaded/Aula%2013-
%20Anatomia%2C%20fisiologia%2C%20IRAC.pdf

O Sistema Urinário ou Aparelho Urinário é responsável pela produção e eliminação da urina, possui a função
de filtrar as "impurezas" do sangue que circula no organismo. O Sistema Urinário é composto por dois rins e
pelas vias urinárias, formada por dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra. Para saber mais, leia o artigo
“Sistema Urinário” na íntegra. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/sistema-urinario/

Palavras Significado
Excreção É o processo pelo qual os produtos residuais do metabolismo e outros
materiais
sem utilidade são eliminados do organismo.
Expelir Lançar fora, pôr para fora; livrar-se de.
Reabsorção Capacidade que o organismo tem de absorver substâncias pela única
influência
das forças vitais.
Secreção Quando a substância eliminada pela célula pode ter um fim específico.
Vital Que é necessário para a manutenção da vida, ou que a afeta de maneira
essencial.

O sistema urinário ou aparelho urinário é um conjunto de órgãos envolvidos com a formação, depósito e
eliminação da urina. Qual das alternativas abaixo contém apenas órgãos do aparelho urinário?

a. Rim, ureter, útero e bexiga.


b. Rim, ureter, bexiga e uretra.
c. Rim, fígado, bexiga e uretra.
139
d. Rim, ureter, bexiga e vagina.
e. Rim, ureter, bexiga e intestino delgado.

RESPOSTA: B está correta. O Aparelho Urinário é constituído por dois rins e pelas vias urinárias, formada
por dois ureteres, a bexiga urinária e a uretra. Produz e elimina a urina, sua função é de filtrar as "impurezas"
que circulam pelo sangue no organismo. O rim é o local de filtragem do sangue. O material desnecessário é
transportado dos rins através dos ureteres que levam a urina até a bexiga. A bexiga é local onde a urina fica
armazenada até ser lançada para o meio externo através da uretra.

Os aparelhos de hemodiálise são utilizados em pacientes com distúrbios renais. A função da hemodiálise é:

a) oxigenação do sangue, uma vez que uma menor quantidade de gás oxigênio é liberada em sua
corrente sanguínea.
b) Nutrição do sangue, uma vez que sua capacidade de absorver nutrientes orgânicos nesses pacientes
está diminuída.
c) Retirar o excesso de íons e resíduos nitrogenados do sangue que se acumulam nesses pacientes.
d) Retirar o excesso de glicose, proteínas e lipídios do sangue que se acumulam nesses pacientes.
e) Retirar o excesso de gás carbônico que se acumula no sangue desses pacientes.

140
UNIDADE III
CAPÍTULO 12 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA
REPRODUTOR
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Definição e Funções do Sistema Reprodutor;


✓ Órgãos constituintes do Sistema Reprodutor Feminino e Masculino;
✓ Fisiologia do Sistema Reprodutor Feminino e Masculino;
✓ Gametogênese;
✓ Hormônios Sexuais;
✓ Ciclo Menstrual;

Introdução

A reprodução serve como perpetuação das espécies, isto é, uma vez que todas as espécies têm um
tempo de vida limitado. Portanto, para evitar que uma espécie entre e extinção, ou seja, para que se
mantenha no passar dos tempos através de seus descendentes, é necessário que haja um
mecanismo para a produção de novos indivíduos.

Neste capítulo você estudará sobre o sistema reprodutor e irá aprender o processo pelo qual
as espécies se mantem, se perpetuam, Processo esse que permite a produção de novos seres vivos
a partir de seres já existentes.

Aproveite ao máximo tudo que esse capítulo tem a oferecer e bons estudos!

Na medicina, um casal é considerado infértil se for incapaz de engravidar após um ano de relações sexuais
desprotegidas. Nos Estados Unidos, 1 em cada quase 6 casais adultos são inférteis, de acordo com um estudo
de 2013 publicado na revista Fertility and Sterility. O estudo não teve como objetivo focar se a infertilidade do
casal acontecia devido a problemas de fertilidade do homem ou da mulher.

No Brasil, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 em cada 10 casais


apresentam problemas de fertilidade. Por outro lado, a infertilidade não está em ascensão. Na realidade, a
pesquisa do ano passado mostra que as taxas de infertilidade entre mulheres caíram nas últimas três décadas.

Fonte: https://radaraltovale.com/noticia/antenado/11-surpreendentes-fatos-sobre-o-sistema-reprodutivo-7380

141
12.1 DEFINIÇÃO E FUNÇÕES

O ser humano apresenta os sistemas reprodutores masculino e feminino, a reprodução é feita de forma
sexuada e é por meio dela que existe uma troca de material genético entre os homens e as mulheres.
O sistema reprodutor é importante para a manutenção da vida na Terra. Através da junção do óvulo
com os espermatozoides (células pequenas), pode-se criar um novo ser humano. Os óvulos possuem
em seu material células tronco em seu interior, juntamente com os nutrientes essenciais para o
desenvolvimento do embrião.

O sistema reprodutor é dividido em:

1. Sistema Reprodutor Feminino: formado por um conjunto de órgãos genitais femininos


responsáveis pela produção dos óvulos e de hormônios sexuais femininos, o estrogênio e a
progesterona, responsáveis pela implantação das características sexuais femininas e pela
fertilidade, ou seja, pela capacidade de reprodução.

2. Sistema Reprodutor Masculino: formado por um conjunto de órgãos genitais masculinos


responsáveis pela produção dos espermatozoides e de hormônios sexual masculino, a
testosterona, responsável pela implantação das características sexuais masculinas e pela
fertilidade, ou seja, pela capacidade de reprodução.

As funções do sistema reprodutor são:

- Produzir gametas (femininos e masculinos) e garantir a reprodução;

- Produzir hormônios sexuais (femininos e masculinos) para implantação e manutenção das características
sexuais.

142
12.2 ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO

PRINCIPAIS ÓRGÃOS:

Figura 1 - Testículos

Fonte: Não citada pelo autor

Testículos: São órgãos pares, possui formato ovoide, facilmente palpáveis dentro da bolsa que os
aloja (escroto). Função: Produzem os gametas masculinos (espermatozoides) e o hormônio sexual
masculino chamado testosterona.

Figura 2 – Epidídimo

Epidídimo: É uma estrutura em forma de C, situada contra a margem posterior do testículo, onde
pode ser sentida pela palpação. Função: Armazenar os espermatozoides até o memento da
ejaculação.

143
Figura 3 – Ducto deferente

Ducto deferente: É a continuação da cauda do epidídimo e conduz os espermatozoides até o ducto


ejaculatório. Tem cerca de 30 cm e possui um trajeto ascendente, saindo do epidídimo, atravessando
a região abdominal inferior pelo canal inguinal na virilha e terminando na próstata. Função:
Transportar o espermatozoide durante a ejaculação.

Figura 4 - Uretra

Uretra : A uretra masculina mede cerca de 15 a 20 cm. Inicia-se no óstio interno da uretra na bexiga,
e atravessa a próstata, o assoalho da pelve e o pênis sucessivamente, terminando na extremidade
deste órgão fazendo a ligação com o meio externo. Função: Além do transporte da urina para fora
do corpo, tem também a função de passagem do esperma durante a ejaculação.

Figura 5 - Pênis

Pênis : O pênis é o órgão externo, de tecido erétil, copulador masculino, é formado, basicamente,
por três cilindros, os quais dois são pares (direito e esquerdo) chamados de corpos cavernosos e o
corpo esponjoso, envolvidos por fáscias, túnicas fibrosas e externamente por pele fina e
extremamente distensível, terminando na extremidade deste órgão. Função: Órgão masculino da
cópula, o pênis promove a ereção.

144
Figura 6 - Escroto

Escroto : É o saco testicular musculocutâneo (formado de pele e musculo), em forma de bolsa


termorreguladora, situado atrás do pênis e abaixo da sínfise púbica. É dividido em duas partes
compartimentares por um septo, cada um contém um testículo. Função: O escroto mantém a
temperatura estável nos testículos para espermatogênese, produção dos espermatozoides.

GLÂNDULAS:

Figura 7 - Próstata

Próstata : Situada inferiormente à bexiga e anterior ao reto (toque) está a próstata, é atravessada
em toda sua extensão pela uretra, que é um órgão pélvico, ímpar. Contém uma glândula, a secreção
da próstata se junta à secreção das vesículas seminais para constituir o volume do líquido seminal.
Função: secretar glândulas prostáticas para dar volume ao líquido seminal, ela que confere odor
característico ao sêmen.

Figura 8 - Bulbouretrais

Glândulas bulbouretrais : São duas formações arredondadas, pequenas, situadas nas


proximidades da parte membranosa da uretra. Seus ductos desembocam na uretra esponjosa e sua
secreção é mucosa. Função: Secreta um líquido que limpa o canal da uretra por causa da acidez da
urina para proteger o espermatozoide, sendo liberado antes da ejaculação.
145
Figura 9 - Vesícula seminal

Vesícula Seminal : As vesículas seminais são formadas por duas bolsas membranosas que se
encontram lateralmente aos ductos deferentes na face posterior inferior da bexiga urinária. Função:
Produzem um líquido viscoso alcalino que colabora na formação do sêmen.

12.3 ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

PRINCIPAIS ÓRGÃOS:
Figura 10 - Ovário

Ovário: É um órgão par com aproximadamente 3 cm de comprimento, 2 cm de largura e 1,5


cm de espessura. Está situado na extremidade inferior das tubas uterinas numa posição
verticalizada. O ovário está preso ao útero e à cavidade pelviana por meio de ligamentos.
Função: Produzem os óvulos e os hormônios sexuais femininos: estrógeno e progesterona.

146
Figura 11 – Tubas uterinas

Tubas Uterinas: É um órgão par que se implanta de cada lado no bordo látero-superior do
útero e se projeta lateralmente. Esse tubo apresenta aproximadamente 10 cm de
comprimento, é irregular quanto ao calibre e vai se dilatando à medida que se afasta do
útero. Esse órgão divide-se em 4 regiões, que no sentido médio lateral são: porção
intramural, istmo, ampola, infundíbulo (fímbrias). Função: Transportar o óvulo do ovário ao
útero. É o local onde ocorre a fecundação.
Figura 12 - Útero

Útero: Localizada na região pélvica, atrás da bexiga urinária e anteriormente ao reto.


Possui o formato de uma pera invertida, composto de tecido musculoso e oco. Na sua
região superior/lateral é ligado às tubas uterinas e na região inferior é ligado à vagina. Está
situado na região pélvica, atrás da bexiga urinária e anteriormente ao reto. É formado pelas
seguintes regiões: corpo, istmo, colo, óstio e fundo. Função: Abrigar o feto.

Figura 13 - Vagina

147
Vagina: É um canal que mede aproximadamente de 8 a 10 cm de comprimento é constituído
de paredes elásticas, e liga o colo do útero aos genitais externos. Contém internamente, de
cada lado de sua abertura, duas glândulas denominadas glândulas de Bartholin, que
secretam um muco lubrificante. A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular,
chamada hímen, que fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal e tem formatos diferentes.
Função: Possibilita a penetração do pênis, a expulsão da menstruação e na hora do parto,
a saída do bebê.

Figura 14 - Mamas

Mamas: As mamas são anexas da pele, seu parênquima é formado de glândulas cutâneas
modificadas que se especializam na produção de leite após a gestação. As mamas situam-
se ventralmente aos músculos da região peitoral (m. peitoral maior, m. serrátil anterior e m.
oblíquo externo), entre as camadas superficial e profunda da tela subcutânea. Função:
Produção de leite após a gestação.

12.4 HORMÔNIOS SEXUAIS

A maturidade sexual e a vida reprodutiva são mantidas por uma série de hormônios que tem a sua
produção mantida por um sistema de cascata. Nesse sistema de cascata, a produção de um
hormônio estimula outra glândula para produção de outros hormônios.

As glândulas e os hormônios que agem nesse processo são:

HIPOTÁLAMO: Hormônio Liberador das Gonadotrofinas (GnRH) – estimula a hipófise.

HIPÓFISE: Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteinizante (LH) – estimulam os


testículos e ovários.

TESTÍCULO: Hormônio Testosterona.

OVÁRIO: Hormônio Progesterona e Hormônio Estrogênio.

148
AÇÃO DOS HORMÔNIOS

Hormônio Liberador das Gonadotrofinas (GnRH): estimula a hipófise a liberar os hormônios FSH
e LH.

Hormônio Folículo Estimulante (FSH): provoca o crescimento de folículos nos ovários antes da
ovulação; promove a formação dos espermatozoides nos testículos.

Hormônio Luteinizante (LH): desempenha um papel importante na ovulação; causa secreção de


hormônios sexuais nos ovários e testículos.

Testosterona: estimula o desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos e das características


sexuais secundárias.

Estrogênios: estimulam o desenvolvimento dos órgãos sexuais femininos, das mamas e das
características sexuais secundárias.

Progesterona: prepara o útero para abrigar o feto, também ajuda a promover o desenvolvimento
do aparelho secretor das mamas.

EFEITO EM CASCATA

HIPOTÁLAMO – Hormônio Liberador das Gonadotrofinas (GnRH)

HIPÓFISE – Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteinizante (LH)

TESTÍCULO – Hormônio Testosterona OVÁRIO – Hormônio Progesterona e


Estrogênio

12.5 PUBERDADE, MATURIDADE SEXUAL E REPRODUTIVA

Durante a infância, os hormônios sexuais feminino e masculino não causam alterações na forma
do corpo dos meninos e meninas porque as gônadas secretam um fator de inibição, que inativa
sua função. Quando esses, passam pela fase do estirão de crescimento pela ação do hormônio
somatotrofina (GH), o fator de inibição para de ser produzido e os hormônios sexuais começam
a agir.

Os hormônios sexuais promovem mudanças na anatomia e na fisiologia do sistema


reprodutor.
149
Hormônios sexuais femininos (Estrogênio e Progesterona) – São responsáveis pela
implantação das características sexuais secundárias nas meninas, como crescimento dos órgãos
genitais, crescimento de pelos, crescimento das mamas, afunilamento da cintura e deposição de
gordura na região do quadril. Esses hormônios também são responsáveis pela produção e
maturação dos óvulos (gameta feminino) tornando a vida reprodutiva da menina ativa.

Hormônio sexual masculino (Testosterona) – São responsáveis pela implantação das


características sexuais secundárias nos meninos, como crescimento dos órgãos genitais,
crescimento de pelos, engrossamento da voz e desenvolvimento da massa muscular. Esse
hormônio também é responsável pela produção e maturação dos espermatozoides (gameta
masculino) tornando a vida reprodutiva do menino ativa.

Os hormônios sexuais são ativados durante a puberdade e promovem maturidade sexual e reprodutiva nos
meninos e nas meninas.

Figura 15 – Desenvolvimento humano – Hormônios

12.6 FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO

O sistema reprodutor masculino é formado por órgãos internos e externos e é constituído pelos
testículos, que são responsáveis pela produção dos espermatozoides e hormônios; ductos
denominados canal deferente e ducto ejaculatório que armazenam, conduzem e alimentam os
espermatozoides; glândulas que contribuem para a produção do sêmen; o pênis e a uretra através
dos quais o líquido seminal, o sêmen, que contém os espermatozoides é propelido para fora do
organismo.
150
O processo acontece da seguinte forma:

1. Produção do sêmen

O espermatozoide é produzido pelos testículos e armazenado no epidídimo, durante o ato


sexual é transportado pelo ducto deferente, passa pela vesícula seminal que produz um líquido
viscoso alcalino, o líquido seminal, no ducto ejaculatório, que é formado pela junção do ducto
deferente com o ducto da vesícula seminal, mistura-se à secreção prostática e aos espermatozoides
vindos do ducto deferente, para formar o sêmen.

2. Ejaculação

A ejaculação ocorre quando o sêmen é liberado através da uretra. Ocorre quando o grau de
excitação sexual atinge um nível elevado. Uma mensagem do encéfalo para a medula (nos centros
ejaculatórios) faz com que os músculos dos canais deferentes, a próstata e a vesícula seminal se
contraiam, lançando líquido seminal para a uretra prostática. Durante a ejaculação, a válvula da
bexiga se fecha, impedindo a passagem da urina. A distensão da próstata provoca uma sensação
prazerosa, na qual ocorrem contrações rítmicas fazendo com que o ejaculado seja em jatos.

3. Ereção

A ereção ocorre devido à estimulação do pênis. É um fenômeno reflexo, independente e


voluntário, ou seja, pode ser desencadeado por estímulos físicos, (toques realizados direto no pênis
ou outras zonas erógenas) ou psicológicos (através dos pensamentos sexuais).

O pênis permanece flácido por estímulo simpático; já por reação parassimpática, ocorre a
entrada de sangue para os corpos cavernosos e esponjosos, fazendo que ele aumente de tamanho
e fique rijo (ereto). Este aumento é limitado pela túnica albugínea (tecido que envolve os corpos
cavernosos e esponjosos), impedindo que o sangue retorne pelas veias, e fazendo a manutenção
da ereção. Quando esta se dá por fantasias sexuais, o estimulo é pelo Sistema Nervoso Central.

12.7 FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

A hipófise anterior das meninas, como a dos meninos, não secreta praticamente nenhum hormônio
gonadotrópico até a puberdade, ou seja, na idade de 10 a 14 anos. Por essa época, começa a
secretar dois hormônios gonadotrópicos que dão as características sexuais de cada gênero.

No início, secreta principalmente o hormônio folículo estimulante (FSH), na menina em


crescimento; mais tarde, secreta o harmônio luteinizante (LH), que auxilia no controle do ciclo
menstrual:

• Hormônio Folículo Estimulante: causa a proliferação das células foliculares


ovarianas e estimula a secreção de estrógeno, levando as cavidades foliculares a
desenvolverem-se e a crescer.
151
• Hormônio Luteinizante: aumenta ainda mais a secreção das células foliculares,
estimulando a ovulação.

Hormônios Sexuais Femininos: os dois hormônios ovarianos, o estrogênio e a progesterona, são


responsáveis pelo desenvolvimento sexual da mulher e pelo ciclo menstrual.

✓ Funções do Estrogênio: o estrogênio induz as células de muitos locais do organismo a


proliferar, isto é, a aumentar em número. Por exemplo, a musculatura lisa do útero aumenta
tanto que o órgão, após a puberdade, chega a duplicar de tamanho. O estrogênio também
provoca o aumento da vagina e o desenvolvimento dos lábios que a circundam, faz o púbis
se cobrir de pelos, os quadris se alargarem e o estreito pélvico assumir a forma ovoide;
provoca o desenvolvimento das mamas e, finalmente, leva o tecido adiposo a concentrar-
se, na mulher, em áreas como os quadris e coxas, dando-lhes o arredondamento típico do
sexo.
✓ Funções da Progesterona: a progesterona tem pouco a ver com o desenvolvimento dos
caracteres sexuais femininos; está principalmente relacionada com a preparação do útero
para a aceitação do embrião e com a preparação das mamas para a secreção láctea. Em
geral, a progesterona aumenta o grau da atividade secretória das glândulas mamárias e,
também, das células que revestem a parede uterina, acentuando o espessamento do
endométrio e fazendo com que ele seja intensamente invadido por vasos sanguíneos.

12.8 CICLO OVULATÓRIO/ CICLO MENSTRUAL

O ciclo menstrual refere-se ao período entre o primeiro dia da menstruação atual e o primeiro dia
da menstruação seguinte. Durante o período do ciclo menstrual, o corpo passa por mudanças que o
preparam para uma possível gravidez.

A primeira menstruação é chamada de menarca e nos dois ou três primeiros anos é normal
que os ciclos sejam um pouco irregulares. Com o tempo, tornam-se mais regulares e tendem a
estabilizar até chegar aos 40-45 anos. A partir desta idade, os ciclos tornam-se novamente
irregulares até a fase da menopausa, quando a mulher deixa de menstruar.

1. FASE FOLICULAR: Esta fase recebe este nome porque os folículos ovarianos estão em
processo de desenvolvimento. Nos primeiros dias da fase folicular ocorre grande produção
do hormônio FSH (folículo estimulante), responsável por estimular os ovários a produzir
óvulos maduros. Com o amadurecimento dos folículos, também há alta produção do hormônio
estrogênio, resultando no espessamento do endométrio e formação de vasos, condições que
tornam o útero preparado para receber o óvulo fecundado e iniciar a gravidez. Em geral, o
principal folículo continua seu desenvolvimento e aumenta de tamanho. A secreção
de estrogênio continua elevada, garantindo que o óvulo está em condições de ser liberado.
2. FASE OVULATÓRIA: Esta ocorre aproximadamente 15 dias antes da próxima menstruação
e o óvulo pode ser fecundado entre 24 e 36 horas após ser liberado.

152
3. FASE LÚTEA: A taxa de estrogênio cai e o folículo rompido se desenvolve, estimulado pelo
LH, e se transforma em corpo lúteo (ou amarelo). O corpo amarelo secreta estrógeno e
progesterona, permitindo que o endométrio se torne espesso, rico em vasos e em secreções
nutritivas, a fim de suprir as necessidades do embrião.

✓ FECUNDAÇÃO/GRAVIDEZ: Ocorrendo a fecundação, a placenta produz o HCG, um


hormônio que impede com que ocorra outra ovulação e evita, também, a descamação do
endométrio, mantendo constante a ação do corpo lúteo.
✓ MENSTRUAÇÃO: Não ocorrendo fecundação, as altas concentrações de progesterona
diminuem a secreção de FSH e LH, fazendo o corpo lúteo regredir e isso faz com que diminua
a concentração de estrogênio e progesterona, provocando a menstruação.

O ciclo menstrual envolve três fases:

1- Fase Folicular: crescimento e maturação dos folículos.


2- Fase Ovulatória: rompimento do folículo e liberação do óvulo.
3- Fase Lútea: formação do corpo amarelo ou corpo lúteo.

Neste capítulo, você viu que o sistema reprodutor humano é dividido em sistema reprodutor masculino e
sistema reprodutor feminino, no entanto, ambos possuem a mesma função, ou seja, a reprodução de novos
seres.

Sendo assim, o masculino é formado pelos testículos, epidídimos, canais deferentes, vesículas
seminais, próstata, uretra e pênis; enquanto o sistema reprodutor feminino é composto pelos ovários, útero,
tubas uterinas e vagina.

Viu também que os hormônios sexuais agem em sistema de cascata, ou seja, a produção de um
estimula outra glândula a secretar outro. Os principais hormônios e suas respectivas glândulas são:

HIPOTÁLAMO: Hormônio Liberador das Gonadotrofinas (GnRH) – estimula a hipófise.

HIPÓFISE: Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteinizante (LH) – estimulam os testículos e
ovários.

TESTÍCULO: Hormônio Testosterona.

OVÁRIO: Hormônio Progesterona e Hormônio Estrogênio.

153
Na fisiologia do sistema reprodutor masculino ocorrem três processos: Produção do sêmen; Ejaculação
e Ereção. Na fisiologia do sistema reprodutor feminino ocorre o ciclo menstrual que envolve três fases: Fase
Folicular – Crescimento e maturação dos folículos;

Fase Ovulatória – Rompimento do folículo e liberação do óvulo; Fase Lútea – Formação do corpo amarelo ou
corpo lúteo.

O ciclo menstrual refere-se ao período entre o primeiro dia da menstruação e o primeiro dia da menstruação
seguinte. Durante o período do ciclo menstrual, o corpo passa por mudanças que o preparam para uma possível
gravidez. Para saber mais sobre o assunto, leia o artigo “Ciclo Menstrual”. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/ciclo-menstrual/

Palavras Significado
Clonagem Produção de células ou indivíduos geneticamente idênticos.
Erétil Que tem a capacidade de manter-se em estado de ereção; eréctil.
Espermatogênese Formação de espermatozoides.
Gametogênese Formação de gametas.
Ovoide Forma arredondada, formato de ovo.
Termorreguladora Mantém uma temperatura interna estável independente das variações
de temperatura ambiental.

Sobre a reprodução humana, todos os itens abaixo estão corretos, exceto:

a) A fecundação ocorre no útero.

b) A espermatogênese ocorre nos testículos.

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c) A placenta é responsável pela respiração e nutrição do embrião.

d) Na ovulação, rompe-se a parede do ovário e o ovócito é liberado na trompa de Falópio.

e) A clivagem da célula-ovo origina células denominadas blastômeros.

RESPOSTA: A

Alternativa “A”. Geralmente, a fecundação ocorre na região das tubas uterinas, que anteriormente recebia o
nome de trompa de Falópio.

Sobre o sistema genital masculino e feminino, marque a informação INCORRETA:

a) A vagina é um canal musculoso que se estende até a base do útero.

b) Os lábios maiores e lábios menores fazem parte do chamado pudendo feminino.

c) Os espermatozoides são produzidos no interior dos túbulos seminíferos e ficam armazenados nos ductos
deferentes, onde completam seu amadurecimento.

d) As glândulas seminais, a próstata e as glândulas bulbouretrais são consideradas glândulas anexas do


sistema reprodutor masculino.

e) No homem, a uretra passa pelo interior do pênis.

• TORTORA, Gerard J. Princípios de Anatomia Humana - 10ª Ed (2007). Guanabara Koogan- RJ.
O conteúdo deste livro foi organizado com base na vasta experiência dos autores no ensino da
anatomia e na interação com os estudantes. Bastante ilustrada e repleta de ferramentas que auxiliam no
ensino-aprendizado, Princípios de Anatomia Humana, em sua décima edição, reforça o conhecimento dos
estudantes, eliminando as dúvidas com relação à matéria e proporcionando um roteiro claro para a
compreensão do assunto.

• GUYTON, Arthur C. Fisiologia Humana - 6ª Ed. (1988). Guanabara Koogan- RJ.


O propósito do livro é apresentar a filosofia básica do funcionamento humano. Guyton escolheu os
aspectos da fisiologia humana que pudessem levar o leitor a desenvolver uma compreensão dos princípios e
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dos conceitos básicos. Além da revisão do texto, todas as figuras foram redimensionadas, muitas em duas
cores, de modo a destacar os conceitos fisiológicos básicos que buscam ilustrar.

• TORTORA, Gerard J. Princípios de Anatomia Humana - 10ª Ed (2007). Guanabara Koogan- RJ.

O conteúdo deste livro foi organizado com base na vasta experiência dos autores no ensino da anatomia
e na interação com os estudantes. Bastante ilustrada e repleta de ferramentas que auxiliam no ensino-
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estudantes, eliminando as dúvidas com relação à matéria e proporcionando um roteiro claro para a
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O conteúdo deste livro foi organizado com base na vasta experiência dos autores no ensino da anatomia
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Brandão, Miriam. Anatomia Sistêmica - Visão Dinâmica para o Estudante - Guanabara Koogan. RJ- 1ª Ed.
2004

Este livro atende as necessidades diárias daqueles que precisam de uma visão dinâmica e
fundamentada da Anatomia Humana. Fornece suporte didático à medida que ministra exercícios de fixação e
de correlação, e apresenta imagens fotográficas das peças anatômicas que permitem explorações técnicas
de acordo com a necessidade em questão.

• Brandão, Miriam. Anatomia Sistêmica - Visão Dinâmica para o Estudante - Guanabara Koogan. RJ-
1ª Ed. 2004

Este livro atende às necessidades diárias daqueles que precisam de uma visão dinâmica e
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de correlação, e apresenta imagens fotográficas das peças anatômicas que permitem explorações técnicas
de acordo com a necessidade em questão.

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