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ANATOMIA HUMANA

BÁSICA
Professora Me. Gislaine Cardoso de Souza Fiaes
REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Caroline da Silva Marques
Eduardo Alves de Oliveira
Jéssica Eugênio Azevedo
Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
Hugo Batalhoti Morangueira
Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira
Carlos Henrique Moraes dos Anjos
Kauê Berto
Pedro Vinícius de Lima Machado
Thassiane da Silva Jacinto

FICHA CATALOGRÁFICA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

F442a Fiaes, Gislaine Cardoso de Souza


Anatomia humana básica. Paranavaí:EduFatecie, 2023.
116 p. : il. Color.

1. Anatomia humana. 2. Sistema nervoso. 3. Sistema


musculoesquelético. I. Centro Universitário UniFatecie.
II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título.

CDD : 23 ed. 611


Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577

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obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
AUTORA
Professora Me. Gislaine Cardoso de Souza Fiaes

● Mestre em Ciências Farmacêuticas (Universidade Estadual de Maringá)


● Bacharel em Farmácia Generalista (UniCesumar).
● Especialista em Farmacologia Aplicada à Terapêutica (Universidade Estadual de
Maringá).
● Docente do curso de Farmácia e Estética e Cosmética - (Universidade Paranaense
- Unipar). Com experiência docente de 3 anos ministrando a disciplina de Anatomia
Humana.
● Link do Currículo na Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/8017598356774912

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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a) à disciplina de Anatomia Humana!

Prezado(a) aluno(a), a partir de agora estamos iniciando uma jornada


que trilharemos juntos em busca da aquisição de novos conhecimentos. Neta
disciplina construiremos um arsenal de conhecimento a respeito das estruturas e
organização do corpo humano. O interesse sobre o conhecimento detalhado do corpo
humano começou a receber atenção no final do século XX, através da dedicação de
pesquisadores que tornou possível desvendar a forma e estrutura do corpo humano.
Na unidade I iniciaremos nosso estudo a partir da introdução ao estudo da
anatomia humana através da definição, terminologia anatômica e planos de secção do
corpo humano que fornecerá embasamento para a compreensão dos tópicos seguintes.
Posteriormente, iniciaremos o estudo do aparelho locomotor através do estudo de três
sistemas: esquelético, articular e muscular. A respeito do sistema esquelético será
abordado, suas funções, composição, formatos e classificações. O sistema articular
estudaremos a definição e as classificações articulares. E finalizamos, estudando o
sistema muscular que é tão complexo e fascinante ao mesmo tempo, mas veremos de
maneira simples e de fácil entendimento as funções e classificações musculares.
Na unidade II abrange o estudo do sistema circulatório que consiste no estudo
do sistema cardiovascular que envolve a compreensão das estruturas do coração, e
vasos sanguíneos como as artérias que levam às células o sangue arterial e as veias
que transportam o sangue venoso de volta para o coração. Sobre o sistema linfático, será
abordado sua função e a identificação dos órgãos linfáticos.

Na sequência, será apresentado o sistema respiratório, com todas as suas


estruturas anatômicas que viabilizam o processo de troca gasosa.
A unidade III abordará o fascinante tópico relacionado ao sistema nervoso central
e periférico, apresentando o tecido nervoso, as funções e descrição das estruturas
anatômicas. Finalizaremos com a unidade IV, estudando o sistema digestório, urinário e
genital masculino e feminino, abordando as funções atribuídas a cada um desses sistemas
e a descrição das estruturas anatômicas pertencentes a cada um desses sistemas.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos abordados em nosso material. Esperamos
contribuir para seu crescimento pessoal e profissional.

Muito obrigado e bom estudo!

4
SUMÁRIO

UNIDADE 1
Introdução ao Estudo da Anatomia
Humana e Aparelho Locomotor

UNIDADE 2
Sistemas Cardiovascular, Linfático e
Respiratório

UNIDADE 3
Sistema Nervoso

UNIDADE 4
Sistemas Digestório, Urinário e Genital

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1
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UNIDADE

INTRODUÇÃO
AO ESTUDO DA
ANATOMIA HUMANA
E APARELHO
LOCOMOTOR
Professora Mestre Gislaine Cardoso de Souza Fiaes

Plano de Estudos
• Introdução ao Estudo da Anatomia Humana;
• Sistema Esquelético
• Sistema Articular
• Sistema Muscular

Objetivos da Aprendizagem
• Definir anatomia humana;
• Identificar os níveis de organização estrutural do corpo humano e
as terminologias anatômicas;
• Definir os três sistemas que formam o aparelho locomotor: Siste-
mas esquelético, articular e muscular;
• Compreender as funções e classificações dos sistemas
esquelético, articular e muscular.
INTRODUÇÃO
O estudo da anatomia humana é extremamente interessante por proporcionar a
compreensão da constituição do corpo e como ele funciona, permitindo a você adquirir
conhecimentos que serão fundamentais na aplicação clínica após sua formação como
profissional da área da saúde.
Portanto, na unidade I iniciaremos nosso estudo a partir da introdução ao estudo
da anatomia humana através da definição, terminologia anatômica e planos de secção do
corpo humano que fornecerá embasamento para a compreensão dos tópicos seguintes.
Posteriormente, iniciaremos o estudo do aparelho locomotor através do estudo de três
sistemas: esquelético, articular e muscular. A respeito do sistema esquelético será abordado
suas funções, composição, formatos e classificações. O sistema articular, estudaremos a
definição e as classificações articulares. E finalizamos, estudando o sistema muscular que
é tão complexo e fascinante ao mesmo tempo, mas veremos de maneira simples e de fácil
entendimento as funções e classificações musculares.

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1
TÓPICO

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA
ANATOMIA HUMANA

A anatomia é a ciência que estuda, macro e microscopicamente a constituição e o


desenvolvimento do corpo humano. Utilizamos o termo Morfologia para englobar as duas
áreas de estudo anatômico, sendo elas:
● Anatomia microscópica que está relacionada com as estruturas
corporais invisíveis a olho nu e necessita de recurso instrumental para ampliação,
como: lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Esta área se subdivide em:
Citologia (estudo das células) e Histologia (estudo dos tecidos e como estes se
organizam para a formação de órgãos).
● Anatomia macroscópica estuda as estruturas visíveis a olho nu,
abordada da seguinte forma: anatomia de superfície (estuda as formas na
superfície do corpo que revela os órgãos que ficam escondidos, ex. estudo de
músculos que se destacam por baixo da pele de halterofilistas), anatomia regional
(estuda regiões específicas do corpo, ex. cabeça, pescoço, tórax, abdome),
enquanto a anatomia sistêmica concentra os estudos nos sistemas que atuam na
realização de funções complexas. O estudo macroscópico da anatomia sistêmica
é a forma mais comum de proceder os estudos anatômicos relacionados à forma
e as funções. Para exemplificar, estudamos isoladamente os aspectos anatômicos
do sistema esquelético, sistema articular e o sistema muscular, no entanto, nenhum
sistema do corpo humano funciona sozinho, juntos formam o chamado aparelho
locomotor. (DANGELO; FATTINI, 2007; MARIEB, WILHELM; MALLATT, 2014).

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1.1 Níveis de organização do corpo humano

O corpo humano é organizado estruturalmente em seis níveis que se estende desde


átomos até a pessoa como um todo e ajuda na compreensão da anatomia, os níveis
organizacionais do corpo humano são os seguintes: os níveis químicos, celular, tecidual,
orgânico, sistêmico e organizacional (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
1) O nível químico inclui os átomos, que são as menores unidades da
matéria, que participam de reações químicas e são essenciais para a manutenção
da vida, como por exemplo: oxigênio, carbono, hidrogênio, fósforo e cálcio. E as
moléculas, que são caracterizadas pela ligação de átomos entre si, um exemplo
das moléculas encontradas no corpo humano são o ácido desoxirribonucleico
(DNA), o material genético passado de geração em geração, e a glicose (açúcar
do sangue).
2) Nível celular: A combinação de moléculas forma as células, que são as
unidades estruturais e funcionais básicas de um organismo e originam os tecidos
que são o próximo nível de organização. Como exemplos de células temos: as
células musculares, células nervosas e as células epiteliais.
3) O nível tecidual é formado por grupos de células com uma função
específica. Existem quatro tipos básicos de tecidos em nosso corpo: o tecido
epitelial, o tecido conjuntivo, o tecido muscular e o tecido nervoso. O tecido
epitelial recobre as superfícies externas e internas do corpo. O tecido conjuntivo
conecta, dá sustentação e protege os órgãos do corpo. O tecido muscular realiza
contração produzindo movimento do corpo, gerando calor. O tecido nervoso
transmite informação de uma parte do corpo para outra por meio de impulsos
nervosos.
4) Nível orgânico: os órgãos são as estruturas compostas por diferentes
tipos de tecidos e desempenham funções específicas. Exemplos de órgãos
incluem o estômago, a pele, os ossos, o coração, o fígado, os pulmões e o
encéfalo.
5) Nível sistêmico:Um sistema é caracterizado por órgãos relacionados
com uma função em comum como, por exemplo, o sistema digestório, que digere
e absorve os alimentos. Seus órgãos incluem a boca, as glândulas salivares, a
faringe, o esôfago, o estômago, o intestino delgado, o intestino grosso, o fígado,
a vesícula biliar e o pâncreas. Em alguns casos um órgão pertence a mais de um
sistema.
6) Nível organizacional: Um organismo envolve todas as partes do
corpo humano, funcionando em conjunto.

1.2 Terminologias anatômicas

Assim como toda ciência, a anatomia também possui sua linguagem própria para
descrever o organismo e suas partes, a padronização nos termos foi necessária pois no

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final do século XIX houve um avanço nas descobertas anatômicas gerando certa desordem,
pois a mesma estrutura recebe denominações diferentes em cada centro de estudo. Em
1895, foi criada a primeira nomenclatura internacional na tentativa de uniformizar os termos
e dando origem ao que chamamos de terminologia anatômica internacional (DANGELO;
FATTINI, 2007).
O conhecimento da terminologia anatômica é importante para promover a
expressão clara e apropriada dos termos de maneira correta. Embora você conheça os
termos coloquiais para designar as partes e regiões do corpo o que é importante para
facilitar a comunicação com os indivíduos leigos que procurem atendimento, vocês futuros
profissionais da área da saúde aprendam o uso da terminologia anatômica internacional,
para permitir a comunicação precisa entre profissionais de saúde e cientistas do mundo
todo (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

1.2.1 Posição anatômica

A posição anatômica é uma posição de referência utilizada em todas as descrições


anatômicas dando significado aos termos direcionais utilizados na descrição das partes e
regiões do corpo. As discussões sobre o corpo, o modo como se movimenta, sua postura
ou a relação entre uma e outra área assumem que o corpo como um todo está numa
posição específica chamada posição anatômica.
A posição anatômica refere-se à posição do corpo onde o indivíduo se encontra ereto
(posição ortostática, é o mesmo que em pé) com a cabeça, e pés apontados para frente e
o olhar para o horizonte, os membros superiores estendidos ao lado do tronco e as palmas
das mãos voltadas para frente (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Usando essa posição e a
terminologia apropriada, você pode relacionar com precisão uma parte do corpo a qualquer
outra parte.

1.3.2. Planos anatômicos e secções

Para estudarmos a Anatomia Humana é necessário conhecermos os chamados planos


anatômicos, que são fundamentais para facilitar as descrições anatômicas, localização e
a situação dos diferentes órgãos do corpo baseando-se em quatro planos imaginários que
cruzam o corpo na posição anatômica (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
● Plano mediano ou também chamado de plano sagital mediano: É
caracterizado por ser o plano vertical que corta o corpo longitudinalmente, dividindo o
corpo em metades direita e esquerda que passa através da linha mediana do corpo.
● Plano sagital: são planos verticais que atravessam o corpo paralelamente
ao plano mediano.
● Plano frontal (coronal): são planos verticais que atravessam o corpo
formando ângulos retos com o plano mediano, dividindo o corpo em partes anterior
(frente) e posterior (atrás).
● Plano transverso: são planos horizontais que atravessam o corpo formando
ângulos retos com os planos mediano e frontal, dividindo o corpo em partes superior
e inferior.
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1.3.2.1. Planos de secção

Ao estudar uma região corporal é mostrada uma secção do mesmo. Uma secção é
um corte do corpo ou de um de seus órgãos feito ao longo de um dos planos anatômicos
descritos acima. É importante conhecer o plano da secção para compreender a relação
anatômica de uma parte com a outra. A Figura 1 exemplifica três principais planos de
secção: sagital, frontal e transversal, através de visões diferentes do corpo.

FIGURA 1. REPRESENTA OS PLANOS ANATÔMICOS SAGITAL, FRONTAL/CORONAL E


TRANSVERSO QUE CRUZAM O CORPO NA POSIÇÃO ANATÔMICA.

1.3.4. Termos de posição e direção

Para localizar as estruturas corporais, são utilizados termos de posição e direção.


Partindo do princípio que o corpo do indivíduo encontra-se na posição de referência
que é chamada posição anatômica, os anatomistas utilizam dois termos de posição que
descrevem o corpo deitado. Se o corpo está com o rosto voltado para baixo, ele está em
decúbito ventral. No entanto, se o corpo está com o rosto voltado para cima, ele está em
decúbito dorsal.
Quanto aos termos de direção específicos que descrevem a posição de uma parte
do corpo em relação à outra, existem vários termos direcionais que são agrupados em
pares e possuem significados opostos, ex., anterior (frente) e posterior (atrás). Abaixo
estão listados os principais termos direcionais com seus respectivos exemplos (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

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Termos Direcionais Exemplo de uso
Superior O coração é superior ao fígado
Inferior O estômago é inferior aos pulmões
Anterior O esterno é anterior ao coração
Posterior O esôfago é posterior à traqueia
Medial A ulna é média ao rádio
Lateral Os pulmões são laterais ao coração
Proximal O úmero é proximal ao rádio
Distal As falanges são distais aos ossos carpais
Superficial As costelas são superficiais aos pulmões
Profundo As costelas são profundas em relação à pele do tórax
Ipsilateral A vesícula biliar e o colo ascendente são ipsilaterais (estão
do mesmo lado)
Contralateral O colo ascendente e o colo descendente são contralaterais
(estão em lados opostos do corpo)

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2
TÓPICO

SISTEMA ESQUELÉTICO

O sistema esquelético é composto por vários tecidos diferentes e atua em conjunto


com cartilagem e articulações. Cada osso do corpo é considerado um órgão, sendo
responsável por fornecer suporte e sustentação ao corpo, servem como ponto de fixação
para os músculos e armazenamento de minerais (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

2.1 Divisão do Esqueleto Humano

O sistema esquelético é dividido em duas partes funcionais: esqueleto axial que


é formado pelos ossos da cabeça, pescoço, e tronco localizados no centro do corpo.
Enquanto, o esqueleto apendicular é formado pelos ossos dos membros superiores e
inferiores, inclusive aqueles que formam os cíngulos dos membros superiores e dos
membros inferiores. A união do esqueleto axial com o apendicular acontece por meio das
cinturas escapular e pélvica (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

2.2 Composição dos ossos

O tecido ósseo é composto por dois tipos de osso, o osso compacto e o osso
esponjoso. Diferencia-se pela quantidade de material sólido e pelo número e tamanho dos
espaços que eles contêm, sendo que a proporção de osso compacto e esponjoso varia de
acordo com a função do osso (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
O osso esponjoso localiza-se no interior do osso e seu aspecto esponjoso se deve a
presença de espaços entre as lamínulas ósseas que são chamadas de trabéculas ósseas. Em
algumas partes o osso esponjoso é substituído por uma cavidade medular que abriga a medula
óssea amarela (armazena gordura) ou vermelha, responsável pela função hematopoiética
(produção de células sanguíneas e plaquetas) (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

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O osso compacto está presente em todos os ossos como uma camada compacta,
fina e superficial em torno de uma massa central de osso esponjoso, a proporção entre osso
compacto e esponjoso é responsável por sua resistência. Os ossos longos, por exemplo,
possuem uma maior quantidade de osso compacto no corpo do osso (diáfise), quando
comparado às demais categorias de ossos. Abordaremos agora a estrutura dos ossos
longos (Figura 2), que são as seguintes:

● Diáfise: é a haste longa do osso (corpo do osso). Ela é composta principalmente por
tecido ósseo compacto, proporcionando resistência ao osso longo.
● Epífises: são as extremidades de um osso longo e locais onde um osso se articula
a um segundo osso, formando uma articulação. Cada epífise é coberta com uma fina
camada de cartilagem hialina, chamada cartilagem articular.
● Linha epifisial: Localiza-se entre a diáfise e cada epífise de um osso longo adulto.
É um sinal da lâmina epifisial, que é um disco de cartilagem hialina responsável pelo
crescimento ósseo (alongamento do osso) durante a infância.
● O periósteo (periósteo = em torno do osso) é uma membrana de tecido conjuntivo
que recobre os ossos externamente, responsável por irrigar os ossos com nervos e
vasos sanguíneos, por isso sentimos dor ao fraturar um osso. O periósteo fornece
pontos de inserção para os tendões e ligamentos que se unem a um osso.

FIGURA 2: ESTRUTURA DOS OSSOS LONGOS

Fonte: MARIE; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 136.

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2.3 Funções do Sistema Esquelético

As funções desempenhadas pelo sistema esquelético são as seguintes:

● Suporte: O esqueleto sustenta os tecidos moles e fornece pontos de fixação para


tendões e músculos esqueléticos.
● Proteção: O esqueleto protege os órgãos vitais de lesão, por exemplo, os ossos do
crânio protegem o encéfalo e a caixa torácica protege o coração e os pulmões.
● Assistência ao movimento: A fixação dos músculos esqueléticos aos ossos produz
movimentos através da contração da musculatura e tracionamento dos ossos.
● Armazenamento e liberação de minerais: O tecido ósseo armazena minerais,
como: cálcio e fósforo, que contribuem para a resistência dos ossos e conforme
a necessidade, os minerais são liberados para a corrente sanguínea de modo a
manter a homeostasia.
● Função hematopoiética: É caracterizada pela produção de células sanguíneas que
ocorre na medula óssea vermelha presente no interior de determinados ossos, como:
os ossos do quadril, costelas, esterno, vértebras, crânio, extremidades do úmero e
fêmur. A produção de hemácias (eritrócitos), leucócitos e plaquetas é denominada
de hematopoese.
● Armazenamento de triglicerídeos: Com o avanço da idade, grande parte da
medula óssea é transformada de vermelha para amarela. A medula óssea amarela é
responsável pelo armazenamento de triglicerídeos que são reserva de energia para o
organismo (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).

2.4 Classificação Morfológica dos Ossos

Os ossos são classificados de acordo com suas características morfológicas por


possuir tamanhos e formatos variados em cinco tipos: ossos longos, curtos, planos,
irregulares e sesamoides (Figura 3), refletindo diretamente na função desempenhada. Para
exemplificar, temos o fêmur que é o osso da coxa e pertence à categoria dos ossos longos,
esta característica atribui a ele, a função de suportar o peso e pressão do corpo (MARIEB;
WILHELM; MALLATT, 2014; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
1) Ossos longos: Possui comprimento maior que a largura e são constituídos por
um corpo e duas extremidades, chamadas de epífises e têm suas diáfises como
sendo o corpo do osso, é formada por tecido ósseo compacto. Exemplo de ossos
longos: fêmur, tíbia, fíbula, úmero, radio e ulna.
2) Ossos curtos: Possuem comprimento igual à sua largura. Exemplos: ossos do
carpo e tarso.
3) Ossos planos: São ossos finos e achatados que garantem considerável prote-
ção. Exemplos: Ossos do crânio (frontal, parietal), osso esterno e escápula.

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR 15


4) Ossos irregulares: São ossos com formas variadas e não se encaixa nas outras
classificações, como exemplos: mandíbula e vértebras.
5) Ossos sesamoides: Os ossos sesamoides são considerados um tipo especial
de osso por se desenvolver em alguns tendões e se encontrar em lugares onde
os tendões cruzam as extremidades dos ossos longos nos membros. A patela é
um exemplo de osso sesamoide e possui a função de proteger os tendões contra
o desgaste excessivo.
FIGURA 3: ILUSTRAÇÃO REPRESENTANDO AS CLASSIFICAÇÕES MORFOLÓGICAS DOS OSSOS

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 135.

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3
TÓPICO

SISTEMA
ARTICULAR

3.1 Definição

As articulações são definidas como sendo o ponto de contato entre dois ossos,
entre osso e cartilagem ou entre osso e dente, com formas e funções variadas. Algumas
articulações não possuem movimento, outras permitem pequenos movimentos, enquanto
outras têm mobilidade livre. (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

3.2 Classificação

As articulações são classificadas estruturalmente de acordo com as características


anatômicas e funcionalmente de acordo com o tipo de movimento que as articulações
realizam.
A classificação estrutural das articulações baseia-se em dois critérios: 1) existência
ou ausência de cavidade articular (espaço entre os ossos); 2) tipo de tecido conjuntivo que
une os ossos. Portanto, de acordo com as caraterísticas estruturais, as articulações são
classificadas como: articulações fibrosas, cartilagíneas e sinoviais.
A classificação funcional é definida com relação ao grau de movimento que as
articulações executam. Funcionalmente, as articulações são classificadas como: sinartrose
(imóvel), anfiartrose (ligeiramente móvel) e diartrose (movimentos livres).

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR 17


3.2.1 Classificação Estrutural das Articulações

3.2.1.1 Articulações fibrosas

As articulações são formadas por tecido fibroso (tecido conjuntivo denso não
modelado), nestas articulações as superfícies dos ossos estão quase em contato direto
e a maioria das articulações fibrosas são imóveis ou ligeiramente móveis. Há três tipos
principais de articulações fibrosas:
● Suturas: As suturas estão presentes apenas nos ossos do crânio, mantendo os
ossos firmemente unidos e consideradas funcionalmente como articulações imóveis
(sinartrose). Os tipos de suturas existentes são: plana, escamosa e denteada.
● Sindesmose: A sindesmose é um tipo de articulação fibrosa, une os ossos
com uma lâmina de tecido fibroso, podendo ser um ligamento ou uma membrana
fibrosa que une ossos (membrana interóssea).
● Gonfose ou também chamada de sindesmose dentoalveolar: é uma arti-
culação fibrosa onde ocorre à fixação dos dentes nas cavidades alveolares na man-
díbula e maxilas, é um processo semelhante a um pino encaixando-se em uma ca-
vidade entre a raiz do dente e o processo alveolar da maxila.
As sindesmoses e gonfoses são classificadas funcionalmente como anfiartroses, por
realizar pequenos movimentos (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; MOORE; DALLEY;
AGUR, 2014).

3.2.1.2 Articulações cartilagíneas

Nas articulações cartilaginosas, os ossos são unidos por cartilagem e pequenos


movimentos são possíveis nestas articulações. Existem dois tipos de articulações
cartilagíneas: sínfises e sincondroses.
● Sínfises: são articulações fortes, ligeiramente móveis, unidas por
fibrocartilagem. Exemplos desta articulação, incluem: discos intervertebrais (presente
entre as vértebras) e sínfise púbica. A estrutura de fibrocartilagem confere resistência
à tensão e a compressão, agindo como um amortecedor, as sínfises são articulações
ligeiramente móveis (anfiartroses) fornecendo resistência com flexibilidade.
● Sincondroses: Os ossos são unidos por cartilagem hialina, as articulações do
tipo sincondrose dividem-se em uniões temporárias e definitivas. Como sincondroses
temporárias temos, a lâmina epifisial presente nas epífises dos ossos longos durante
o desenvolvimento do osso longo e com o passar do tempo a lâmina epifisial se
converte em osso e as epífises fundem-se com a diáfise. Como exemplo de
sincondrose definitiva, temos a articulação esternocostal (cartilagem costal que une
a primeira costela e o manúbrio do esterno). Funcionalmente, as sincondroses são
classificadas como sinartroses por serem articulações imóveis (MARIEB; WILHELM;
MALLATT, 2014).

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR 18


3.2.2.3 Articulações sinoviais

As articulações sinoviais são as mais importantes e complexas articulações do


corpo e permitem a realização de muitos movimentos, sendo considerada funcionalmente,
diartrose. Exemplos de algumas articulações sinoviais: articulação do ombro (glenoumeral),
joelho e quadril (coxofemoral). As articulações sinoviais possuem característica únicas,
como:
● Cavidade articular: É uma característica presente somente nas articulações
sinoviais, é um espaço potencial que comporta uma pequena quantidade de líquido
sinovial.
● Cápsula articular: membrana fibrosa dividida em duas camadas, a camada externa
promove a união dos ossos e a camada interna é chamada membrana sinovial,
reveste a cápsula articular e tem a importante função de produzir o líquido sinovial;
● Líquido sinovial: É um líquido viscoso que preenche o espaço da cavidade articular
e atua como lubrificante articular, permitindo o deslizamento dos ossos com o mínimo
de atrito.
● Cartilagem articular: Cobre as extremidades dos ossos e serve para absorver as
forças de compressão aplicadas nas articulações, protege as extremidades ósseas
(MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR 19


4
TÓPICO

SISTEMA
MUSCULAR

4.1 Conceitos

O sistema muscular é formado por músculos esqueléticos que são estruturas


individualizadas que cruzam as articulações e, através da sua capacidade de contração,
são capazes de transmitir movimento, esta habilidade é promovida por células específicas
denominadas fibras musculares, sendo os músculos capazes de transformar energia
química em energia mecânica (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

4.2 Tecido Muscular

Existem três tipos de músculos: músculo estriado esquelético, músculo estriado


cardíaco e músculo liso.

● O músculo estriado esquelético é de controle voluntário e está associado


ao sistema esquelético movendo ou estabilizando ossos e outras estruturas, por isso
recebe o nome de músculos esqueléticos.
● O músculo estriado cardíaco é um músculo de controle involuntário pre-
sente apenas nas paredes do coração.
● O músculo liso (músculo não estriado) é o músculo visceral, também de
controle involuntário e reveste a parte interna das paredes da maioria dos vasos
sanguíneos e órgãos ocos (ex., esôfago, estômago e bexiga).

4.3 Funções

As funções do tecido muscular são as seguintes:

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR 20


1) Produção dos movimentos corporais: O músculo esquelético encontra-se
conectado ao sistema esquelético produzindo movimentos, como andar e correr.
2) Estabilizar as posições corporais: A contração contínua dos músculos
esqueléticos, chamadas de tônus muscular, contribuem para estabilizar as
articulações promovendo a manutenção das posições corporais, no ato de ficar em
pé ou sentado.
3) Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos
lisos nos órgãos do sistema digestório promovem a movimentação de alimentos
através de movimentos chamados peristaltismo. Os músculos esfincterianos
funcionam como válvulas que se abrem (relaxando deixa passar a substância) e
fecham (contraindo impede a passagem).
4) Produção de Calor: A contração do tecido muscular produz calor que é
usado na manutenção da temperatura corporal. Durante a realização de atividade
física as contrações musculares são intensificadas gerando um excesso de calor e
para impedir o aumento da temperatura corporal o reflexo imediato é a sudorese,
que ocorre para resfriar o corpo (MARIEB, WILHELM; MALLATT, 2014).

4.4 Classificação dos músculos

Os músculos podem ser classificados de acordo com seu formato relacionado com
a disposição das fibras musculares.

4.4.1 Disposição paralela

● Músculos planos: Suas fibras são dispostas paralelamente. Exemplo: M. sartório


(Figura 4) é um músculo plano estreito com fibras paralelas.

FIGURA 4 - M. SARTÓRIO (MÚSCULO PLANO)

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 330.

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR 21


● Músculos triangulares: Tem origem em uma área larga e converge para formar um
único tendão, assemelhando-se a um leque. Exemplo: M. peitoral maior (Figura 5).
● Músculos fusiformes: Seu diâmetro da região central (ventre) do músculo é maior
que nas extremidades. Exemplo: M. bíceps braquial (Figura 5).

FIGURA 5: M. PEITORAL MAIOR (MÚSCULOS TRIANGULARES) E M. BÍCEPS BRAQUIAL


(MÚSCULO FUSIFORME).

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 316.

● Músculos quadrados: Apresentam quatro lados iguais, sendo o comprimento igual


à largura. Exemplo: M. reto do abdome e M. glúteo máximo.

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR 22


FIGURA 6: M. RETO DO ABDOME

FONTE: DRAKE, 2011, P. 130.

FIGURA 7: M. GLÚTEO MÁXIMO

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 333.

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR 23


● Músculos circulares: São músculos que circundam uma determinada região ou
abertura do corpo, fechando-os quando se contraem. Exemplo: M. orbicular dos
olhos (fecha as pálpebras).

1.1.2 Disposição oblíqua

● Músculos peniformes: A disposição das fibras musculares são parecidas com penas.
E podem ser classificados como, semipeniformes, peniformes ou multipeniformes.
Exemplo: M. extensor longo dos dedos (semipeniforme), M. reto femoral (peniforme)
e M. deltoide (multipeniforme).

FIGURA 8: REPRESENTAÇÃO DOS MÚSCULOS PENIFORMES

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 275

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR 24


A osteoporose (osso poroso) é uma condição patológica que afeta todo o sistema esquelético acometendo
10 milhões de pessoas por ano nos EUA. Ocorre durante o processo de envelhecimento, devido a diminui-
ção dos componentes orgânicos e inorgânicos do osso, à perda de cálcio do corpo (pela urina, fezes e suor)
é maior do que a quantidade absorvido da alimentação, fazendo com que a massa óssea fique porosa
tornando os ossos frágeis, perdendo a elasticidade e sofrendo fraturas espontâneas. Por exemplo, uma
fratura de quadril pode resultar da simples ação de sentar-se muito rapidamente. Nos EUA, a osteoporose
causa mais de 1,5 milhão de fraturas por ano, sendo as principais fraturas de quadril, punhos e vértebras.
A osteoporose afeta principalmente pessoas idosas e de meia-idade, com maior prevalência de mulheres
acometidas do que os homens por dois motivos, isto se deve a dois fatos: 1) os ossos das mulheres são
menos compactos que os dos homens e 2) a produção hormônios nas mulheres diminui na menopausa
(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

Oração ao Cadáver Desconhecido


“Ao curvar-te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, lembra-te que este corpo
nasceu do amor de duas almas; cresceu embalado pela fé e esperança daquela que em seu seio o
agasalhou, sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens; por certo amou e foi amado e
sentiu saudades dos outros que partiram, acalentou um amanhã feliz e agora jaz na fria lousa, sem que por
ele tivesse derramado uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome só Deus o sabe; mas
o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir a humanidade que por ele passou indiferente.”

Dr. Karl Rokitansky (1876) – médico patologista.

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR 25


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) aluno(a),

Neste material, busquei trazer para você os aspectos gerais da anatomia humana que
servirá de base para o estudo dos temas subsequentes, fornecendo conhecimento de termos
técnicos-científicos utilizados rotineiramente nos estudos. Posterior, a esta apresentação
inicial, iniciamos os estudos da anatomia macroscópica sistêmica que consiste no estudo
detalhado dos sistemas que formam o corpo humano. Nesta abordagem, definimos e
destacamos as funções de três sistemas: sistema esquelético, articular e muscular. Com
base na contextualização de cada sistema acredito que tenha ficado claro a você que a
forma didática de estudar a anatomia é através das classificações dos sistemas. No caso do
sistema esquelético, classificamos os ossos de acordo com as características morfológicas
que é o aspecto que este osso apresenta. Contudo, o sistema articular é classificado de
duas formas: de acordo com a funcionalidade da articulação, que diz respeito ao grau de
movimento que a mesma executa (imóvel, ligeiramente móvel ou movimentos livres) e a
estrutura da articulação (qual tecido à compõem). E por fim, abordamos a classificação dos
músculos de acordo com a forma que o músculo se apresenta que depende da disposição
das fibras musculares.
A partir de agora acreditamos que você está preparado para dar continuidade aos
estudos dos próximos sistemas anatômicos que servirá de base para a compreensão de
outras disciplinas, como a fisiologia que estudará de forma detalhada a funcionalidade de
cada sistema e finalizamos com as classificações que são formas didáticas de apresentação
das estruturas anatômicas.

Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigado!

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR 26


LEITURA COMPLEMENTAR
Condromatose Sinovial - Relato de caso

INTRODUÇÃO

Condromatose sinovial é uma desordem rara de etiologia desconhecida e se


caracteriza pela presença de múltiplos nódulos cartilaginosos dentro do tecido conjuntivo
da membrana das articulações, bainhas e bursas. A articulação mais acometida é o joelho,
seguido pelo quadril, ombro e mãos, com predomínio monoarticular. O aparecimento da
lesão é mais comum no sexo masculino e em pessoas entre a terceira e quinta década de
vida. O diagnóstico de condromatose sinovial é dado após uma minuciosa história, exame
físico e exame radiográfico. No entanto, o diagnóstico definitivo é realizado após exame
histológico do tecido sinovial e o tratamento de escolha para os pacientes sintomáticos
é cirúrgico. Considera-se que a presença de múltiplos corpos livres intra-articulares,
independentemente se de causa degenerativa, neuropática, osteocondrite dissecante
ou outras, já é suficiente para caracterizar o quadro, podendo, em estágio mais tardio,
apresentar a metaplasia condroide sinovial.

CASO

Paciente masculino, 34 anos de idade, apresentou dor forte em joelho esquerdo


associado à incapacidade funcional sem fator desencadeante aparente. Procurou
atendimento médico em dezembro de 2006, quando lhe foram prescritos AINES. Após um
ano relatou aumento do edema e dor no local. Foi encaminhado ao especialista em joelho com
suspeita de lesão meniscal. No exame, foram detectados edema intenso da articulação com
limitação de movimento, dor exacerbada e punção articular negativa; como não apresentava
alterações nas radiografias simples, foi solicitado exame de ressonância magnética do
joelho. Ao exame de ressonância magnética, evidenciou-se volumoso acúmulo de líquido
intra-articular, associado à acentuada proliferação sinovial sugestivo de sinovite vilonodular
pigmentada com meniscos e ligamentos íntegros. Paciente foi submetido a artroscopia do
joelho esquerdo que evidenciou fragmentos irregulares e esbranquiçados, sendo então
realizada artrotomia com retirada da lesão e sinovectomia ampla, o material foi enviado
para exame anatomopatológico, o qual evidenciou presença de condromatose sinovial.
Após oito meses de cirurgia, o paciente apresenta-se sem queixas, joelho esquerdo com
amplitude de 130º sem derrame articular ou sinais inflamatórios. A condromatose sinovial é
uma metaplasia benigna rara da membrana sinovial, originando a formação de corpos livres
cartilaginosos no espaço articular de difícil diagnóstico, já que 95% dos nódulos, quando
não calcificados, podem passar despercebidos radiologicamente.

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR 27


DISCUSSÃO

A condromatose sinovial é uma metaplasia benigna rara da membrana sinovial,


originando a formação de corpos livres cartilaginosos no espaço articular sem sinais
de malignização, nem relação direta com traumatismos ou processos inflamatórios.
Os nódulos podem ser pediculados e liberados no espaço articular onde podem
permanecer como corpos livres e aumentar de tamanho. Sua origem pode ser primária
ou secundária. As manifestações clínicas são dor, inflamação e limitação funcional
monoarticular. As articulações mais afetadas são os joelhos (50%), quadril e tornozelo.
A radiologia convencional é muito característica se os corpos livres estão calcificados
(osteocondromatose), sendo difícil sua interpretação quando são radiotransparentes
(condromatose). Na ressonância magnética observa-se hiperplasia sinovial heterogênea e na
artroscopia observa-se um espessamento acentuado dos tecidos que constituem a cavidade
articular acompanhados de numerosos nódulos cartilaginosos pequenos e irregulares. O
diagnóstico diferencial deve ser feito com o condrossarcoma sinovial e a condrometaplasia
secundária, que ocorre quando pequenos fragmentos de osso ou cartilagem articular se
desprendem e ficam na cavidade articular após traumatismos ou doenças degenerativas.
Em nosso caso, a idade, localização e a característica monoarticular coincidem com a
literatura (LASMAR et al, 2010).

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR 28


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Gray - Anatomia Clínica para Estudantes
Autor: Richard Drake.
Editora: Guanabara Koogan.
Sinopse: O Gray Anatomia Clínica para Estudantes, foca pre-
cisamente nas informações que você necessita para estudar
Anatomia, em um formato fácil de ler e visualmente atraente
que facilita o estudo.

FILME/VÍDEO
Título: Introdução à Anatomia
Ano: 2020.
Sinopse: O vídeo aborda os aspectos introdutórios à anatomia
humana, destacando o conceito e apresenta a terminologia
anatômica.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=5c3Pp-
-b7uwc.

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA E APARELHO LOCOMOTOR 29


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UNIDADE

SISTEMAS
CARDIOVASCULAR,
LINFÁTICO E
RESPIRATÓRIO
Professora Mestre Gislaine Cardoso de Souza Fiaes

Plano de Estudos
• Sistema Cardiovascular
• Sistema Linfático
• Sistema Respiratório

Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar o sistema cardiovascular e conhecer os elementos que
compõem estes sistemas (sangue, coração e vasos sanguíneos);
• Identificar a morfologia externa e interna do coração;
• Compreender a circulação pulmonar e sistêmica;
• Conceituar o sistema linfático;
• Definir os vasos linfáticos, tecidos e órgãos linfáticos;
• Conceituar o sistema respiratório e identificar seus órgãos.
INTRODUÇÃO
Nesta unidade vocês aprenderão sobre o sistema cardiovascular, linfático e
respiratório. O sistema circulatório compreende o estudo de dois sistemas, o sistema
cardiovascular e o linfático. Iniciaremos falando sobre o sistema cardiovascular que é
formado pelo coração e vasos sanguíneos que trabalham em conjunto com o objetivo de
manter o sangue circulando no nosso corpo. A circulação sanguínea é promovida pela ação
do bombeamento do coração que impulsiona o sangue a sair do coração em direção as
artérias, estas por sua vez se ramificam até se tornarem capilares sanguíneos, que irrigam
os tecidos corporais transportando pelo sangue oxigênio e nutrientes, e também promove
o transporte de dióxido de carbono (CO2) e resíduos celulares que se difundem dos tecidos
para a corrente sanguínea. Além do oxigênio, fica a cargo do sistema cardiovascular a
realização do transporte de outras substâncias como, hormônios até seus órgãos-alvo,
bem como, de células de defesa do corpo para locais específicos de combate à infecção.
Com relação ao sistema linfático, ele também é considerado parte do sistema circulatório,
sendo composto por vasos linfáticos, órgão linfáticos e um líquido que flui através dos vasos
linfáticos. Este líquido é proveniente da drenagem do líquido intersticial (líquido que banha
as células) que ao adentrarem os vasos linfáticos, recebe o nome de linfa. A linfa percorre
o trajeto por vasos linfáticos, passando por linfonodos, que são estruturas que abrigam
células que destroem agentes estranhos patogênicos presentes na linfa, promovendo seu
retorno ao sangue.
Finalizaremos estudando sobre as estruturas anatômicas do sistema respiratório, e
a função primordial deste sistema que consiste em realizar a troca de gases (oxigênio e dió-
xido de carbono) com o ar atmosférico, garantindo a concentração de oxigênio no sangue
necessária para as realizações das reações metabólicas celulares, bem como, promover
a eliminação de gases residuais, resultantes dessas reações que são representadas pelo
gás carbônico.

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 31


1
TÓPICO

SISTEMA
CARDIOVASCULAR

1.1 Introdução ao Sistema Cardiovascular

O sistema cardiovascular é composto pelo sangue, coração e vasos sanguíneos e


apresenta as seguintes funções:
● Transporte: O sangue é responsável pelo transporte de várias substâncias
como hormônios, e inclui a captação do oxigênio pelos pulmões e nutrientes
provenientes do sistema digestório até células do corpo, que os utilizam para a
produção de energia. O sangue também realiza o transporte de metabólitos que
são resíduos produzidos pelas células, como o dióxido de carbono (CO2) que é
transportado até os órgãos responsáveis pela sua eliminação.
● Regulação: O sistema cardiovascular atua no controle da temperatura
corporal através da regulação da quantidade de sangue direcionada para a superfície
do corpo. Para exemplificar pensem em um indivíduo ao realizar atividade física, a
temperatura corporal aumenta, o sangue é desviado para os vasos cutâneos (vasos
da pele) mais superficiais, o indivíduo fica vermelho (rubor), a maior quantidade de
sangue na superfície corporal gera o resfriamento através da perda de calor para
o ambiente. Em casos onde há diminuição da temperatura ambiente, o sangue
é desviado para vasos mais profundos, diminuindo a quantidade de sangue na
superfície e nas extremidades do corpo acarretando na diminuição da perda de
temperatura para o ambiente, mantendo o corpo aquecido.
● Proteção: A proteção ocorre através do transporte sanguíneo das células de
defesa chamadas de glóbulos branco (leucócitos), que atuam combatendo infecções.
Outro mecanismo de proteção acontece através da coagulação sanguínea evitando a
perda de sangue, a coagulação é o processo de transformação do sangue líquido em
um coágulo sólido, ajudando a interromper o processo de sangramento (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 32


1.2 Composição do Sangue

O sangue corresponde a aproximadamente 8% da massa corporal, seu volume em


homens adultos é de 5 a 6 litros e de 4 a 5 litros nas mulheres, esta diferença de volume
entre homens e mulheres é decorrente das diferenças de tamanho corporal.
O sangue é composto por células (elemento figurado) envoltas por matriz extracelular
líquida chamada de plasma sanguíneo, que mantêm as células suspensas e substâncias
dissolvidas (hormônios), este sangue recebe o nome de sangue total. Quando uma amostra
de sangue é centrifugada em tubo de vidro é obtido a separação das células que por serem
mais densas se depositam no fundo do tubo enquanto o plasma (que é menos denso)
fica em uma camada na parte superior (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA;
DERRICKSON, 2016).
● Elementos figurados do sangue: Corresponde a cerca de 45% do sangue e
incluem três componentes principais, que são as hemácias, leucócitos e plaquetas.
1) As hemácias ou também chamadas de eritrócitos transportam oxigênio dos
pulmões para as células corporais e dióxido de carbono das células do corpo para
os pulmões; 2) Os leucócitos são células do sistema de defesa e atua na proteção
do corpo contra patógenos invasores (ex. vírus e bactérias); 3) As plaquetas, o último
tipo de elemento figurado, são fragmentos celulares que promovem a coagulação
do sangue nos casos de dano dos vasos sanguíneos impedindo o sangramento
excessivo (Figura 1).
● Plasma sanguíneo: É a matriz extracelular aquosa de cor palha que contém
substâncias dissolvidas (soluto). O plasma é composto por 91,5% de água e 8,5%
de solutos, cuja maioria são proteínas que por serem encontradas no plasma são
chamadas de proteínas plasmáticas e incluem: as albuminas, globulinas e fibrinogênio.
Além de proteínas, os outros solutos no plasma são eletrólitos, nutrientes, substâncias
reguladoras como enzimas e hormônios, gases e resíduos metabólicos, como: ureia,
ácido úrico, creatinina, amônia e bilirrubina (Figura 1).

FIGURA 1: MOSTRA A COMPOSIÇÃO DO PLASMA SANGUÍNEO E OS NÚMEROS DOS VÁRIOS


TIPOS DE ELEMENTOS FIGURADOS DO SANGUE

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 33


1.3 Coração

O coração é um órgão muscular oco, um pouco maior do que uma mão fechada e
considerado o maior órgão do mediastino (região localizada entre os dois pulmões) cuja
função é de bombear o sangue através do sistema cardiovascular. A contração cardíaca
é chamada de sístole e o relaxamento do coração é chamado de diástole. O coração tem
forma de cone, localiza-se no tórax com seu ápice voltado para o lado esquerdo do corpo,
posterior ao osso esterno e as cartilagens costais e apoiado sobre o diafragma (Figura 2)
(MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

1.3.1 Revestimento do coração

O coração é revestido por uma membrana externa que protege o coração e mantém
sua posição no mediastino, embora permita a realização de movimentação de contrações
rápidas e vigorosas (Figura 2). O pericárdio consiste em duas partes principais: pericárdio
fibroso e pericárdio seroso (Figura 3).

FIGURA 2: MOSTRA A LOCALIZAÇÃO DO CORAÇÃO RECOBERTO PELO PERICÁRDIO

O pericárdio fibroso é superficial e, é um tecido conjuntivo irregular, denso, resistente


e não elástico, assemelha-se a um saco, repousa sobre o diafragma e se prende a ele.
Contudo, o pericárdio seroso é uma membrana mais fina e mais delicada que forma uma
dupla camada (parietal e visceral), envolvendo o coração. A camada parietal é a mais
externa, do pericárdio seroso, enquanto, a camada visceral é mais interna do pericárdio
seroso, também chamada epicárdio, adere fortemente à superfície do coração. Entre as

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 34


camadas parietal e visceral do pericárdio seroso existe um espaço chamado de cavidade
do pericárdio, esta cavidade é preenchida por um líquido seroso lubrificante, denominado
líquido pericárdico, cuja função é reduzir o atrito entre as camadas do pericárdio seroso
conforme o coração se move (Figura 3) (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

1.3.2 Camadas da parede do coração

A parede do coração é formada por três camadas (Figura 3): o epicárdio (camada
externa), o miocárdio (camada intermediária) e o endocárdio (camada interna).
● Epicárdio: Camada externa do coração é uma delgada lâmina de tecido seroso. O
epicárdio é contínuo, a partir da base do coração, com o revestimento interno do pericár-
dio, denominado camada visceral do pericárdio seroso.
● Miocárdio: É a camada média e a mais espessa do coração, composto por músculo
estriado cardíaco que permite a contração rápida e vigorosa do coração impulsionando o
sangue que saí do coração em direção aos vasos sanguíneos.
● Endocárdio: É a camada interna do coração uma fina camada de tecido composto
por epitélio pavimentoso simples sobre uma camada de tecido conjuntivo. O endocárdio
também reveste as valvas e é contínuo com o revestimento dos vasos sanguíneos que
entram e saem do coração (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

FIGURA 3: A IMAGEM MOSTRA AS MEMBRANAS DE REVESTIMENTO DO CORAÇÃO


(PERICÁRDIO FIBROSO E SEROSO) E A COMPOSIÇÃO DA PAREDE DO CORAÇÃO. OBSERVE
DE ACORDO COM OS NÚMEROS NA IMAGEM: 1) PERICÁRDIO FIBROSO; 2) PERICÁRDIO
PARIETAL; 3) PERICÁRDIO VISCERAL (ENDOCÁRDIO); 4) MIOCÁRDIO E 5) ENDOCÁRDIO.

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 35


1.4 Morfologia externa do coração
O coração apresenta quatro faces:
1) Face Esternocostal (Anterior): formada pelo ventrículo direito;
2) Face Diafragmática (Inferior): formada principalmente pelo ventrículo
esquerdo e parcialmente pelo ventrículo direito;
3) Face pulmonar direita: formada pelo átrio direito e;
4) Face Pulmonar Esquerda: formada principalmente pelo ventrículo esquerdo,
ela ocupa a impressão cárdica do pulmão esquerdo.
As quatro margens do coração são:
Margem superior (base do coração): formada pelos átrios e aurículas direita e
esquerda, local onde emergem a parte ascendente da aorta, tronco pulmonar e recebe
as veias pulmonares direita e esquerda e as veias cavas superiores e inferiores nas
extremidades superior e inferior de sua porção do átrio direito.
● Margem inferior (ápice): formada principalmente pelo ventrículo direito e
pequena parte pelo ventrículo esquerdo.
● Margem direita: formada pelo átrio direito e ventrículo direito.
● Margem esquerda: formada pelo ventrículo esquerdo e pequena parte pela
aurícula do átrio esquerdo (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

1.5 Morfologia interna do coração

O lado direito do coração (coração direito) recebe sangue pouco oxigenado


(venoso) através da veia cava superior e inferior e o bombeia através do tronco e das
artérias pulmonares para ser oxigenado nos pulmões. O lado esquerdo do coração
(coração esquerdo) recebe sangue oxigenado (arterial) vindo dos pulmões através das
veias pulmonares e o bombeia para a aorta, de onde é distribuído para o corpo (MOORE;
DALLEY; AGUR, 2014).
O coração possui quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos. Os átrios são as
duas câmaras superiores que recebem sangue e os ventrículos são duas câmaras inferiores
que bombeiam o sangue para fora do coração (Figura 4). Na face anterior de cada átrio
existe uma estrutura enrugada, em forma de saco, chamada aurícula (semelhante à orelha
de cão) que aumenta a capacidade do átrio para conter maior volume de sangue.
Na superfície do coração existem vários sulcos, que contêm vasos sanguíneos
coronarianos e uma quantidade variável de gordura, cada sulco marca a fronteira externa
entre duas câmaras do coração. O sulco coronário circunda a maior parte do coração e
marca a fronteira externa entre os átrios acima e os ventrículos abaixo. Enquanto o sulco
interventricular anterior é um sulco raso na face esternocostal do coração, que marca a
fronteira externa entre os ventrículos direito e esquerdo. Este sulco continua em torno da
face posterior do coração como o sulco interventricular posterior, que marca a fronteira
externa entre os ventrículos na face posterior do coração (Figura 4). (MOORE; DALLEY;
AGUR, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 36


FIGURA 4: PRIMEIRA IMAGEM OBSERVA AS QUATRO CÂMARAS. SEGUNDA IMAGEM
MOSTRA AS AURÍCULAS DOS ÁTRIOS DIREITO E ESQUERDO E OS SULCOS CORONÁRIO E
INTERVENTRICULAR.

1.1.1 Átrio Direito (AD)


O átrio direito recebe sangue venoso de duas grandes veias: veia cava
superior e veia cava inferior. A veia cava superior recolhe sangue da cabeça
e parte superior do corpo, enquanto, a veia cava inferior recebe sangue
do abdômen e membros inferiores. O sangue passa do átrio direito para
ventrículo direito através de uma válvula chamada tricúspide (formada por
três válvulas). Entre o átrio direito e o átrio esquerdo existe uma parede fina
chamado septo interatrial que possui uma depressão oval chamada de fossa
oval, que representa um vestígio do forame oval presente no feto. O átrio
direito apresenta uma expansão denominada aurícula direita, que serve para
amortecer o impulso do sangue ao penetrar no átrio (Figura 5) (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

1.1.2 Ventrículo Direito (VD)


O ventrículo direito forma a maior parte da superfície anterior do
coração. Recebe o sangue do átrio direito e o bombeia para a artéria tronco
pulmonar que direciona o sangue para a circulação pulmonar. A parede interna
do VD apresenta uma série de feixes elevados de fibras musculares cardíacas
chamadas trabéculas cárneas. No óstio atrioventricular direito existe a presença
de uma válvula atrioventricular (tricúspide) que impede o sangue de retornar
do ventrículo para o átrio direito. A valva é presa por filamentos denominados
UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 37
cordas tendíneas, que se inserem em pequenas colunas cárneas chamadas
de músculos papilares. A válvula do tronco pulmonar também é constituída por
pequenas lâminas, dispostas em concha, denominadas válvulas semilunares
(Figura 5) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

1.1.3 Átrio Esquerdo (AE)


O átrio esquerdo é uma cavidade com paredes finas e lisas que recebe
o sangue já oxigenado através de quatro veias pulmonares. O sangue passa
do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, através da valva bicúspide
(mitral), que tem apenas duas cúspides. O átrio esquerdo também apresenta
uma expansão chamada aurícula esquerda revestida por músculos pectíneos
(Figura 5) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

1.1.4 Ventrículo Esquerdo (VE)


O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração. O VE bombeia o
sangue em direção a artéria Aorta que possui válvula semilunares (valva
aórtica) o impulsionando a percorrer a circulação sistêmica. As características
são semelhantes ao VE, contém trabéculas cárneas, músculos papilares,
cordas tendíneas e uma válvula atrioventricular formada apenas por duas
lâminas denominadas cúspides (mitral) localizada na abertura atrioventricular
esquerda. Contudo, parte do sangue flui para as artérias coronárias, que
se ramificam a partir da aorta ascendente, levando sangue para a parede
cardíaca irrigando o músculo cardíaco; o restante do sangue passa para o
arco da aorta e para a aorta descendente (aorta torácica e aorta abdominal).
Ramos arteriais do arco da aorta e da aorta descendente levam sangue para
todo o corpo (Figura 5) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 38


FIGURA 5: CORTE FRONTAL DO CORAÇÃO MOSTRANDO A MORFOLOGIA INTERNA DO
CORAÇÃO

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 592.

1.6 Circulação pulmonar e sistêmica


O coração é uma bomba muscular que impulsiona o sangue a
percorrer os vasos sanguíneos. Todavia, existe uma diferença entre o sangue
que percorre as artérias, chamado de sangue arterial do sangue venoso
(sangue que percorre as veias) a diferença consiste no teor de oxigênio no
sangue. O sangue venoso é um sangue pobre em oxigênio que precisa ser
oxigenado para fornecer aos tecidos este elemento gasoso que é vital para a
sobrevivência dos tecidos e para compreensão desse processo é necessário
entender que a circulação sanguínea ocorre a nível pulmonar e sistêmico
(Figura 6) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; MOORE; DALLEY; AGUR,
2014).

● Circulação Pulmonar: Circulação Pulmonar: O átrio direito é a câmara que recebe


o sangue com baixo teor de oxigênio proveniente dos tecidos que chega ao átrio
direito através da veia cava superior e inferior. Depois, o sangue se desloca para
o ventrículo direito do coração, sendo bombeado para os pulmões onde irá captar
oxigênio (O2) e dispersar o dióxido de carbono (CO2). (Figura 6)
● Circulação Sistêmica: O sangue oxigenado retorna dos pulmões para o átrio
esquerdo, posteriormente ocupa o ventrículo esquerdo que bombeia o sangue em
direção a artéria aorta por todo o corpo a fim de fornecer oxigênio e nutrientes para
os tecidos do corpo. (Figura 6)

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 39


FIGURA 6: CIRCULAÇÃO PULMONAR E SISTÊMICA. O LADO DIREITO DO CORAÇÃO
BOMBEIA O SANGUE POBRE EM O2 E COM ALTO TEOR DE CO2 PARA OS PULMÕES ONDE
O SANGUE RECEBE O2 E DEIXA O CO2 PARA SER DISPENSADO, CARACTERIZANDO A
CIRCULAÇÃO PULMONAR. O LADO ESQUERDO DO CORAÇÃO RECEBE O SANGUE VINDO
DOS PULMÕES E O BOMBEIA PARA TODOS OS TECIDOS DO CORPO VIA CIRCULAÇÃO
SISTÊMICA

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 586.

1.7 Vasos sanguíneos

Os vasos sanguíneos formam uma rede de tubos por onde o sangue circula em
direção aos tecidos do corpo e de volta ao coração e são divididos em: artérias, veias e
capilares.
As artérias são os vasos sanguíneos que partem do coração e vão se ramificando
em menor calibre, até atingirem os capilares que irrigam os tecidos do corpo. Enquanto
que, as veias são os vasos sanguíneos que chegam ao coração trazendo o sangue da
periferia do corpo para o coração. Já os capilares sanguíneos são vasos de menor calibre
(muito finos) responsáveis por chegar efetivamente até as células do corpo para realizar as
trocas de gases, nutrientes e resíduos. Esta passagem de sangue através do coração e dos
vasos sanguíneos é chamada de circulação sanguínea.

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 40


2
TÓPICO

SISTEMA
LINFÁTICO

2.1 Introdução ao sistema linfático

O sistema linfático é composto por uma rede de vasos linfáticos que transportam um
líquido chamado linfa, e diversas estruturas e órgãos linfáticos (baço, linfonodos e timo). O
sistema linfático apresenta três funções principais:
● Drenagem do excesso de líquido intersticial: O líquido intersticial é o líquido
que banha as células do corpo, esta função é responsável pela conexão entre o
sistema linfático e o sistema circulatório cardiovascular. O sistema linfático devolve
o excesso de líquido para o sistema vascular sanguíneo através da drenagem do
líquido intersticial realizado pelos vasos linfáticos e o transporta para a corrente
sanguínea, devolvendo ao sangue.
● Desempenhar respostas imunes: O sistema imune protege o organismo contra
agentes causadores de doenças atuando no combate às infecções, conferindo
imunidade às doenças.
● Transportar lipídios oriundos da dieta: Os vasos linfáticos transportam lipídios e
vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) absorvidas pelo sistema digestório (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

2.2 Vasos linfáticos

Os vasos linfáticos coletam o excesso de líquido intersticial, em volta dos capilares


sanguíneos e o devolve para a corrente sanguínea. A partir do momento que o líquido
intersticial é coletado e adentra os vasos linfáticos, ele passa a ser chamado de linfa e flui
pelos linfonodos.

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 41


Os vasos linfáticos são encontrados no tecido subcutâneo, acompanhando as veias,
no entanto, os vasos linfáticos das vísceras geralmente acompanham as artérias. Os vasos
linfáticos iniciam-se com os capilares linfáticos que são vasos menores localizados nos
espaços entre as células recebendo a linfa e se unem para formar vasos linfáticos maiores.
Contudo, a linfa é drenada dos vasos linfáticos para os troncos linfáticos, que se unem
formando os ductos linfáticos que direciona a linfa para o coração (Figura 7) (MARIEB;
WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).

FIGURA 7: REDE DE VASOS LINFÁTICOS.

2.2.1 Capilares Linfáticos

Os capilares linfáticos situam-se próximos aos capilares sanguíneos, e são vasos


altamente permeáveis, esta característica favorece sua função de ser responsável por
coletar o excesso de líquido intersticial, a partir do momento que o líquido intersticial drenado
entra nos capilares linfáticos, ele recebe o nome de linfa. Devido à alta permeabilidade dos
capilares eles conseguem absorver moléculas grandes como proteínas e lipídios. Existem
capilares linfáticos localizados nas vilosidades intestinais que possuem a função exclusiva
de absorver a gordura digerida pelo intestino, consequentemente, a linfa drenada se torna
leitosa. Essa linfa gordurosa, por sua vez, recebe o nome de quilo e, como toda linfa, é
transportada para a corrente sanguínea (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

2.2.2 Troncos Linfáticos

A linfa é transportada dos capilares linfáticos para os vasos linfáticos que chegam aos
linfonodos. Ao sair dos linfonodos os vasos linfáticos unem formando troncos linfáticos
responsáveis por drenar a linfa de uma região específica do corpo.
UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 42
Os principais troncos linfáticos são:
● Troncos lombares: drenam a linfa dos membros inferiores, pelve, rins, glândulas
suprarrenais e da parede abdominal.
● Tronco intestinal: drena a linfa do estômago, intestinos, pâncreas, baço e parte do
fígado.
● Troncos broncomediastinais: drenam a linfa da parede torácica, pulmão e coração.
● Troncos subclávios: drenam os membros superiores.
● Troncos jugulares: drenam a cabeça e o pescoço.

2.2.3 Ductos Linfáticos

A linfa é drenada dos troncos linfáticos para dois vasos linfáticos maiores, chamados
ducto torácico e ducto linfático direito, que drenam a linfa para o sangue venoso.
O ducto torácico começa com uma dilatação chamada cisterna do quilo que recebe
a linfa dos troncos lombar direito, esquerdo e do tronco intestinal. No pescoço, o ducto
torácico também recebe a linfa dos troncos jugular esquerdo, subclávio esquerdo e
broncomediastinal esquerdo. Desta maneira, o ducto torácico é responsável por receber
a linfa do lado esquerdo da cabeça, do pescoço, do tórax, do membro superior esquerdo
e de todo o corpo abaixo das costelas, e proporciona a drenagem da linfa para o sangue.
Todavia, o ducto linfático direito recebe a linfa do lado superior direito do corpo através dos
troncos jugular direito, subclávio direito e broncomediastinal direito, drenando a linfa para
o sangue venoso desembocando nas veias do pescoço jugular interna direita e subclávia
direita (Figura 8) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).

FIGURA 8: MOSTRA A DISTRIBUIÇÃO DOS VASOS LINFÁTICOS. ÁREA VERDE DO CORPO


É DRENADA PELO DUCTO LINFÁTICO DIREITO, ÁREA ROSA DO CORPO É DRENADA PELO
DUCTO TORÁCICO

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 655.

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 43


2.3 Tecido e Órgãos Linfáticos

Classificamos em dois grupos de acordo com suas funções em: os órgãos linfáticos
primários e secundários. Os órgãos linfáticos primários são a medula óssea (dá origem a
linfócitos B maduros e a células T) e o timo. Já os órgãos e tecidos linfáticos secundários,
são os locais em que ocorre a maior parte das respostas imunes e incluem: os linfonodos,
o baço e os nódulos linfáticos (folículos). A seguir abordaremos os conceitos gerais sobre
os principais órgãos linfáticos.

2.3.1 Timo

O timo é um órgão linfático primário, bilobado (possui dois lobos) e localiza-se entre o
esterno e a aorta (região do mediastino), envolto por tecido conjuntivo que mantém os dois
lobos unidos (Figura 9). Cada lobo do timo é formado por um córtex externo de coloração
escura e uma medula central de coloração mais clara. Na região do córtex contém uma
grande quantidade de linfócitos T que migram da medula óssea para o córtex do timo,
onde se proliferam e começam a maturar. Posteriormente, os linfócitos T que saem do
timo pelo sangue para colonizar os linfonodos, baço e outros tecidos linfáticos (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

FIGURA 9: ILUSTRAÇÃO DA LOCALIZAÇÃO DO TIMO (ENTRE OS PULMÕES – MEDIASTINO).

2.3.2 Linfonodos

Os linfonodos possuem forma de feijão e estão espalhados pelo corpo ao longo


dos vasos linfáticos e são responsáveis por remover os patógenos da linfa. Os linfonodos
medem aproximadamente de 1 a 25 mm de comprimento, são cobertos por uma cápsula
de tecido conjuntivo denso e se dividem em dois compartimentos. Os linfonodos são
encontrados em agrupamentos, em locais superficiais ou mais profundos; os superficiais

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 44


estão na região cervical, axilar e inguinal; enquanto os linfonodos profundos encontram-se
no tórax, abdome e pelve.
No interior dos linfonodos é observado uma rede de vasos aferentes e eferentes
(Figura 10), os vasos aferentes adentram aos linfonodos pela cápsula fibrosa trazendo a
linfa, enquanto os vasos eferentes saem dos linfonodos por uma região chamada hilo. A linfa
infiltra através dos seios linfáticos que estão distribuídos no interior dos linfonodos, formando
uma rede entrecruzada de fibras reticulares que é local de armazenamento de macrófagos
(células destruidoras de agentes estranhos). O trajeto que a linfa percorre passando por
vários linfonodos é essencial para torná-la livre de patógenos para ser despejada no sistema
sanguíneo (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).

FIGURA 10: LINFONODO E SEUS VASOS LINFÁTICOS AFERENTES E EFERENTES

2.3.3 Baço

O baço é uma estrutura oval, maior massa de tecido linfático do corpo, tendo
aproximadamente 12 cm de comprimento. Sua face superior é lisa e convexa que permite o
encaixe perfeito à face côncava do diafragma. Localiza-se entre o estômago e o diafragma
(região do hipocôndrio esquerdo) (Figura 11).
Assim como os linfonodos, o baço também possui um hilo por onde chegam à artéria
esplênica, a veia esplênica e os vasos linfáticos eferentes. No interior do baço observa-
se o parênquima do baço, composto por dois tipos diferentes de tecido chamados de
polpa branca e polpa vermelha (Figura 12). A polpa branca é composta por tecido linfático
(linfócitos e macrófagos) organizados ao redor da artéria esplênica (que na polpa branca
recebe o nome de artérias centrais). Já, a polpa vermelha é composta por veias cheias
de sangue e por diversas células como: eritrócitos, macrófagos, linfócitos, plasmócitos e
granulócitos.

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 45


O baço desempenha as seguintes funções: 1) remover células sanguíneas e plaquetas
envelhecidas ou defeituosas; 2) armazenar o suprimento de plaquetas do organismo; 3)
produzir células sanguíneas (hematopoese) durante a vida fetal. 4) funções imunológicas
exercidas pelos linfócitos B e T e macrófagos destruindo agentes patogênicos.

FIGURA 11: LOCALIZAÇÃO DO BAÇO EM DESTAQUE DE ROSA NA IMAGEM

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 46


FIGURA 12: IMAGEM DA ESQUERDA BAÇO FORMATO DE FEIJÃO (VISTA ANTERIOR);
IMAGEM DA DIREITA CORTE FRONTAL, OBSERVA-SE A POLPA VERMELHA E POLPA BRANCA
AO CENTRO

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 47


3
TÓPICO

SISTEMA
RESPIRATÓRIO

3.1 Introdução ao Sistema Respiratório

As células do corpo humano utilizam oxigênio (O2) para realizar reações metabólicas
e produção de ATP que são essenciais para sua sobrevivência. Em contrapartida, estas
reações produzem metabólitos como, o dióxido de carbono (CO2) que precisam ser
eliminados do organismo pois o acúmulo de CO2 promove a acidez do pH sanguíneo sendo
tóxico para as células. É competência do sistema respiratório realizar as seguintes funções:
1) Promover a troca gasosa promovendo a captação do O2 do meio externo para dentro
do organismo e eliminar o CO2 do meio interno para o meio atmosférico.
2) Regular o pH sanguíneo através da eliminação do CO2, impedindo a acidificação do
pH que é letal para as células.
3) Promover a filtragem do ar inspirado e produzir sons (laringe).
O sistema respiratório é constituído pelo nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios
e pelos pulmões (Figura 13). Classificamos o sistema respiratório de acordo com sua
estrutura ou função. Estruturalmente, o aparelho respiratório é formado por duas partes:
1) O sistema respiratório superior que inclui o nariz, a cavidade nasal, a faringe e
laringe;
2) O sistema respiratório inferior inclui a laringe, a traqueia, os brônquios e os
pulmões.
Funcionalmente, dividimos o sistema respiratório em duas partes denominadas de:
1) Região condutora do ar: cuja função é filtrar, aquecer e umedecer o ar e conduzi-lo para
os pulmões. É composto por várias estruturas tubulares e incluem: o nariz, a cavidade nasal,
a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os bronquíolos terminais;
cuja função é filtrar, aquecer e umedecer o ar e conduzi-lo para os pulmões.
2) A zona respiratória é formada por estruturas anatômicas onde ocorrem as trocas gasosas.

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 48


Estes incluem os bronquíolos respiratórios, os ductos alveolares, os sacos alveolares e
os alvéolos por executar a troca de gases entre o ar e o sangue (MARIEB; WILHELM;
MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).

FIGURA 13: SISTEMA RESPIRATÓRIO

3.2 Órgãos do Sistema Respiratório

3.2.1 Nariz

O nariz é o primeiro órgão do sistema respiratório caracterizado por uma parte externa
visível no centro da face e uma parte interna (intracraniana) chamada de cavidade nasal.
O nariz externo é constituído por osso e cartilagem hialina recoberta por músculo e pele, é
revestida por túnica mucosa e permite a entrada do ar no trato respiratório através de duas
aberturas chamadas narinas, localizadas na face inferior do nariz e flui para a cavidade
nasal. Os pelos do interior das narinas filtram partículas grandes de poeira evitando sua
inalação
A cavidade nasal é a escavação encontrada no interior do nariz, e dividida pelo septo
nasal em dois compartimentos, direito e esquerdo. A cavidade nasal se funde ao nariz
permitindo a comunicação com a faringe por meio de duas aberturas chamadas de cóanos.
É na cavidade nasal que acontece a filtragem do ar retendo partículas menores,
umedecido e aquecido do ar. Na parede lateral da cavidade nasal encontram-se as conchas
nasais que são divididas em superior, média e inferior (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 49


3.2.2 Faringe

A faringe é um tubo com início na região do coáno e une as cavidades nasal e oral
respectivamente com a laringe e o esôfago, por isso consideramos que a faringe seja um órgão
que pertence tanto ao sistema respiratório quanto ao sistema digestório, pois ela permite
a passagem de ar e alimento. Contudo, dividimos a faringe em três regiões anatômicas:
nasofaringe, orofaringe e laringofaringe (Figura 14) (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

FIGURA 14: DIVISÃO DA FARINGE (PARTE NASAL, ORAL E LARÍNGEA)

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 676.

● Parte nasal da faringe (nasofaringe): Localiza-se posteriormente a cavidade


nasal, inferior ao osso esfenoide e superior ao palato mole. Esta região da faringe
por estar acima do nível de entrada do alimento serve apenas como via de passagem
de ar.
● Parte oral da faringe (orofaringe): A parte da orofaringe tem comunicação com a
boca e permite tanto a passagem de ar quanto de alimento.
● Parte laríngea (laringofaringe): Conecta-se com o esôfago (canal do alimento)
e posteriormente com a laringe (passagem de ar). Assim como a orofaringe, a
laringofaringe é um tubo condutor de ar e também de alimentos, sendo portando
órgãos do sistema respiratório e digestório (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014;
TORTORA; DERRICKSON, 2016).

3.2.3 Laringe

A laringe é um órgão curto que permite a conexão entre a laringofaringe e a traqueia,


localiza-se na linha média do pescoço, anterior ao esôfago e às vértebras cervicais (C IV a
C VI). E apresenta três funções:

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 50


● Tubo condutor de o ar durante a respiração;
● Estrutura fonadora produtora de som;
● Impede que o alimento e objetos estranhos entrem nas estruturas respiratórias
(como a traqueia).

A laringe é formada por esqueleto cartilaginoso composta por cartilagem tireóidea,


cricóidea, aritenoide e epiglótica (Figura 15). A tireoide é a maior cartilagem da laringe, e
forma a parede anterior e lateral da laringe, nos homens ela é maior do que nas mulheres
devido à influência dos hormônios masculinos na fase da puberdade, permitindo a observação
do Pomo de Adão formado pela proeminência laríngea da cartilagem tireóidea (Figura 15).
A epiglote é formada por cartilagem elástica em forma de folha e se fixa no osso hioide e
na cartilagem tireoide. A epiglote é uma espécie de "porta", permitindo apenas a passagem
de ar pela laringe em direção aos pulmões. Durante a deglutição (ato de engolir), a faringe
e a laringe se movem para cima. A elevação da laringe promove o fechamento da epiglote
que se move para baixo fechando a glote e desviando líquidos e alimentos para o esôfago,
mantendo fora da laringe e vias respiratórias. A glote abriga as pregas vocais que são as
principais estruturas envolvidas na produção da voz (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014;
TORTORA; DERRICKSON, 2016).

FIGURA 15: IMAGEM A). MOSTRA PROEMINÊNCIA LARÍNGEA NO PESCOÇO MASCULINO.


B) CARTILAGENS LARÍNGEAS: EPIGLOTE, TIREÓIDEA, CRICÓIDEA

Fonte: MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014, p. 679.

3.2.4 Traqueia

A traqueia é um tubo flexível condutor de ar de aproximadamente 10 a 12,5cm de


comprimento. Está localizada anteriormente ao esôfago e se estende desde a laringe,
penetra no tórax e se divide em brônquios principais direito e esquerdo. A estrutura da
traqueia é constituída por aproximadamente 20 anéis cartilagíneos em formato de C, pois
não se fecha na parte de trás.

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 51


O fato desses anéis serem incompletos, é importante para permitir a expansão do
esôfago durante a passagem do bolo alimentar em deglutição (Figura 16) (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

FIGURA 16: ESTRUTURA DA TRAQUEIA HUMANA

3.2.5 Brônquios

A traqueia termina na região da bifurcação que dá origem aos brônquios principais


direito e esquerdo que entram nos pulmões através de uma região chamada hilo pulmonar.
O brônquio principal direito adentra o lobo pulmonar direito, e um brônquio principal
esquerdo vai para o pulmão esquerdo (Figura 17). Ao atingirem os pulmões os brônquios
principais se ramificam em brônquios de menor calibre, que são os brônquios lobares, estes
por sua vez se dividem em tubos cada vez menores denominados brônquios segmentares
que então se dividem em bronquíolos. Os bronquíolos continuam a se ramificar em tubos
ainda menores chamados de bronquíolos terminais, e dão origem a minúsculos túbulos
denominados ductos alveolares que terminam em estruturas microscópicas chamados
alvéolos. Os alvéolos são sáculos de ar que se assemelham à cachos de uva, cuja a função
é realizar a troca entre os gases oxigênio e dióxido de carbono através da membrana
capilar alvéolo-pulmonar (Figura 18) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 52


FIGURA 17: TRAQUEIA DANDO ORIGEM AOS BRÔNQUIOS PRINCIPAIS DIREITO E
ESQUERDO ADENTRANDO OS PULMÕES E SE RAMIFICANDO DANDO ORIGEM A ÁRVORE
BRÔNQUICA

FIGURA 18: ESTRUTURAS MICROSCÓPICAS ALVEOLARES RESPONSÁVEIS PELA TROCA


GASOSA QUE SE ASSEMELHAM À CACHOS DE UVA

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 53


3.2.6 Pulmões

Os pulmões possuem formato cônico e são órgãos essenciais para a respiração.


Localizam-se no interior do tórax e são separados um do outro pelo coração. Os pulmões
(direito e esquerdo) apresentam diferenças morfológicas entre si. O pulmão direito é mais
largo, é um pouco mais curto e possui três lobos: superior, médio e inferior que são separados
pelas fissuras oblíqua e horizontal. Enquanto, o pulmão esquerdo e um pouco menor do que
o direito e possui a incisura cardíaca (local de encaixe do coração), além disso, o pulmão
esquerdo é dividido em lobo superior e lobo inferior através da fissura oblíqua (Figura 19)
(MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2016).

FIGURA 19: PULMÃO DIREITO E ESQUERDO

Cada pulmão tem um ápice (extremidade superior arredondada) e uma base que fica
apoiado sobre o diafragma. O pulmão apresenta três faces:
a) Face Costal (face lateral): é a face relativamente lisa e convexa, voltada para
a superfície interna da cavidade torácica.
b) Face Diafragmática (face inferior): é a face côncava que assenta sobre a
cúpula diafragmática.
c) Face Mediastinal (face medial): é a face que possui uma região côncava
onde se acomoda o coração. E encontra-se a região denominada hilo pulmonar
através da qual vasos sanguíneos, brônquios, vasos linfáticos e nervos entram e
saem do pulmão (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

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3.2.7 Pleura

Cada pulmão é envolvido por uma membrana serosa de dupla camada que protege
cada pulmão. A pleura possui duas membranas contínuas: pleura visceral e a pleura parietal. A
Pleura Visceral reveste os próprios pulmões aderindo-se intimamente à superfície pulmonar,
torna a superfície do pulmão lisa e escorregadia, permitindo o livre movimento sobre a
pleura parietal. Enquanto, a pleura parietal reveste as cavidades pulmonares, aderindo-se
à parede torácica, ao mediastino e ao diafragma. É mais espessa do que a pleura visceral,
e durante cirurgias e dissecção de cadáver, pode ser separada das superfícies que reveste.
Entre as pleuras visceral e parietal encontra-se um pequeno espaço, chamado
cavidade pleural, que contém pequena quantidade de líquido lubrificante, esse líquido reduz
o atrito entre as túnicas, permitindo o fácil deslizamento das pleuras durante a respiração
(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 55


As valvas cardíacas impedem a ocorrência do refluxo do sangue (volte para o compartimento do qual o
sangue está saindo), então, as valvas fecham a passagem após a saída do sangue. Contudo, caso ocorra o
refluxo de sangue do ventrículo para os átrios caracteriza uma condição denominada prolapso da valva.
Durante a sístole, que é a contração do músculo cardíaco, temos a sístole atrial que impulsiona o sangue
para os ventrículos. Assim, as valvas atrioventriculares estão abertas para a passagem de sangue, enquanto,
a valva pulmonar e a aórtica estão fechadas. Na sístole ventricular as valvas atrioventriculares estão
fechadas e as semilunares abertas à passagem de sangue. Diástole é o relaxamento do músculo cardíaco,
é quando os ventrículos se enchem de sangue, neste momento as valvas atrioventriculares estão abertas e
as semilunares estão fechadas (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

O sangue é o rio da vida dentro de nós, transportando quase tudo o que precisa ser transportado de um
lugar para o outro no corpo. (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) aluno(a),

Nesta unidade abordamos o estudo de três sistemas: o sistema cardiovascular,


linfático e respiratório que funcionam em cooperação e realizam funções vitais para manter
o equilíbrio do organismo. O sistema cardiovascular é constituído pelo sangue, coração
e vasos sanguíneos, consideramos o sistema cardiovascular como sendo um sistema
circulatório fechado, onde o sangue flui pelos vasos sanguíneos até chegar aos tecidos do
corpo, e este processo caracteriza a circulação sanguínea. O sangue transporta nutrientes
e oxigênio que é essencial para a manutenção da vida celular, bem como, transportam
resíduos tóxicos para as células que precisam ser eliminadas do organismo. No entanto,
para que o sangue percorra seu trajeto, ele precisa ser impulsionado por uma bomba contrátil
propulsora que impulsiona o sangue em direção aos vasos sanguíneos, e esta bomba
vital é o coração. Desta forma, foi apresentado a vocês a morfologia externa e interna do
coração, permitindo a compreensão do processo da circulação sanguínea. Na sequência,
abordamos o sistema linfático que também atua como sistema circulatório, com a diferença
que neste sistema o líquido que está em circulação pelos vasos linfáticos, é a linfa. O
sistema linfático é composto por vasos linfáticos, órgãos linfáticos e linfa, este sistema
está relacionado com a realização de funções que protegem o organismo contra a invasão
de agentes patogênicos, pois estes agentes estranhos são transportados pela linfa até os
órgãos linfáticos que contêm células fagocitárias e linfócitos que os destroem. Finalizamos
o estudo desta unidade conhecendo o sistema respiratório, os órgãos que os compõem e
a sua função que consiste no ato da respiração. A respiração é uma necessidade urgente,
pois as células no corpo exigem um suprimento contínuo de oxigênio (O2) para produzir a
energia que precisam para desempenhar suas funções vitais. Contudo, ao utilizar o O2 às
células produzem dióxido de carbono (CO2) que é um metabólito tóxico que precisa ser
eliminado do organismo. Com base neste entendimento, fica nítido que a principal função
do sistema respiratório é a realização da troca de gases promovendo o abastecimento do
corpo com O2 e descartando o CO2.

Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigada!

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LEITURA COMPLEMENTAR

O sistema linfático é constituído por vasos linfáticos que transportam a linfa, tecido
linfático e órgãos linfáticos que estão envolvidos na luta do corpo contra a doença. Os
órgãos linfáticos e o sistema imune atendem bem as pessoas até a velhice, quando sua
eficiência é afetada sua capacidade para combater a infecção diminui. Essa diminuição na
função parece ser proveniente de uma diminuição na produção e capacidade de resposta
das células T e B
Abordaremos algumas condições patológicas que afetam o sistema linfático:
● A esplenomegalia é caracterizada pelo aumento do baço,
resultante de doenças que afetam o sangue como, por exemplo: mononucleose,
malária, leucemia, entre outras. Seu diagnóstico clínico baseia-se na
observação do aumento do baço, percebido através da palpação do abdome.
● Linfadenopatia é a doença dos linfonodos definida por
alterações nas características do linfonodo como resultado da invasão de sua
estrutura por células inflamatórias ou neoplásicas. Diversas condições estão
associadas com a ocorrência da linfadenopatia, seu diagnóstico baseia-se
no exame físico e anamnese como roteiro diagnóstico para solicitar exames
complementares. É uma condição associada com linfoma, tumor do tecido
linfático de característica benigna ou maligna. No câncer linfático o linfonodo-
sentinela é o primeiro linfonodo que recebe a linfa drenada de uma área do
corpo suspeita de ter um tumor. Quando examinado quanto a presença de
células cancerosas, esse linfonodo fornece a melhor indicação da ocorrência
ou não de metástase através dos vasos linfáticos.
● Tonsilite: As tonsilas são intumescências da mucosa que
reveste a faringe, composta por tecido linfático, atua combatendo a invasão
do organismo por agentes patogênicos que adentram pela via respiratória
(ar inalado) e oral (alimentos). Existem quatro grupos de tonsilas: 1) Tonsilas
palatinas localiza-se na parede lateral da faringe, posterior à boca e ao
palato (“céu-da-boca”). São as maiores tonsilas, as que normalmente são
infectadas e precisam ser removidas com frequência durante a infância, em
um procedimento cirúrgico chamado tonsilectomia. 2) Tonsila lingual situa -se
na superfície posterior da língua. 3) Tonsila faríngea conhecida por adenoides,
localiza-se no teto faríngeo. 4) Tonsila tubária situa-se posteriormente ao óstio
faríngeo da tuba auditiva.
A tonsilite é a congestão das tonsilas, causadas por bactérias infectantes
que adentram a via oral levando a inflamação das tonsilas que ficam vermelhas
e inchadas (aumentam de tamanho) (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014;
DIDIER NETO; KISO, 2013).

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 58


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Gray - Anatomia Clínica para Estudantes
Autor: Richard Richard Drake
Editora: Guanabara Koogan
Sinopse: O Gray 's Anatomia Clínica para Estudantes, foca pre-
cisamente nas informações que você necessita para estudar
Anatomia, em um formato fácil de ler e visualmente atraente
que facilita o estudo.

FILME/VÍDEO
Título: SISTEMA CARDIOVASCULAR - Anatomia e Fisiologia -
Prof. Emerson Inácio
Ano: 2021
Sinopse: O sistema cardiovascular, também conhecido como
sistema circulatório, realiza o transporte de substância no nosso
corpo. Esse sistema é subdividido em sistema sanguíneo e siste-
ma linfático. Neste vídeo você aprenderá sobre a organização do
sistema cardiovascular, anatomia do coração e vasos sanguíneos
e a fisiologia da circulação sanguínea.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/results?search_
query=sistema+cardiovascular+anatomia

UNIDADE 2 SISTEMAS CARDIOVASCULAR, LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO 59


3
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UNIDADE

SISTEMA NERVOSO

Professora Mestre Gislaine Cardoso de Souza Fiaes

Plano de Estudos
• Sistema Nervoso Central (SNC)
• Sistema Nervoso Periférico (SNP)

Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar o sistema nervoso central e periférico;
• Identificar a divisão do sistema nervoso;
• Identificar o tecido nervoso, os tipos de neurônios e a classificação
dos neurônios;
• Identificar os componentes do sistema nervoso central e periférico.
INTRODUÇÃO
Nesta unidade vocês irão aprender sobre o sistema nervoso que é extremamente
fascinante e atua de forma complexa, sendo responsável por nossas percepções,
comportamentos, memórias e controle dos movimentos voluntários e involuntários exercidos
pelo corpo humano. O sistema nervoso é dividido em: sistema nervoso central, que é aquele
localizado dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e canal vertebral) que compreende
o encéfalo e a medula espinal, respectivamente; e o sistema nervoso periférico, localizado
no esqueleto apendicular, que é formado pelos nervos e gânglios.
O sistema nervoso se relaciona com o organismo e com o meio ambiente através
da comunicação estabelecida pelas conexões sensitivas e motoras. A conexão neuronal
sensitiva (aferente) é responsável por captar o estímulo (por exemplo, dor e calor) externo e
o transmite para sistema nervoso central que processa a informação e produz uma resposta
que é conduzida pela via eferente (neurônios motores) até o órgão efetor que pode ser os
músculos estriados esqueléticos onde a resposta será a contração muscular.

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 61


1
TÓPICO

SISTEMA NERVOSO
CENTRAL

1.1 Introdução ao Sistema Nervoso Central (SNC)

O sistema nervoso controla toda comunicação do corpo, pensamento, ações,


emoções e memórias. As células nervosas (neurônios) se comunicam através de sinais
elétricos chamados impulsos nervosos, produzindo uma resposta imediata. Destacam-se
três funções básicas do sistema nervoso que atuam conjuntamente (MARIEB; WILHELM;
MALLATT, 2014).
1) Função Sensitiva: É controlada por neurônios sensitivos (aferentes) responsáveis
por perceber os estímulos internos do corpo ou externo e conduzir os impulsos do
órgão receptor (por exemplo: tato, dor ou sensores térmicos na pele) em direção ao
SNC.
2) Função Integradora: Após a chegada do estímulo ao SNC, a informação sensitiva
é analisada, processada e interpretada para que uma ação seja desencadeada na
sequência.
3) Função Motora: É a resposta aos estímulos iniciando ações como: contrações
musculares ou secreções glandulares; esta função é caracterizada pela atuação de
neurônios motores (eferentes) que saem do SNC levando a resposta aos órgãos
efetores (TORTORA, 2016).

1.2 Divisão do Sistema Nervoso

Dividimos o sistema nervoso em duas partes anatômicas: o sistema nervoso central


(SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). O sistema nervoso central é composto pelo
encéfalo e pela medula espinal (Figura 1), que ocupam o crânio e o canal vertebral,
respectivamente. O SNC é o centro de integração e comando do sistema nervoso que
recebe sinais sensitivos (aferentes) e os interpreta. Enquanto, o SNP é a parte do sistema

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 62


nervoso localizado fora do SNC, formado pelos nervos que se estendem do cérebro (nervos
cranianos) e da medula espinal (nervos espinais). Os nervos periféricos formam uma linha
de comunicação que liga todas as regiões do corpo ao sistema nervoso central. No SNP
também estão incluídos os gânglios, que são áreas onde os corpos celulares dos neurônios
ficam agrupados.

FIGURA 1: IMAGEM MOSTRA UMA VISÃO ESQUEMÁTICA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL


(SNC), QUE COMPREENDE O CÉREBRO E A MEDULA ESPINHAL.

1.2.1 Sistema Nervoso Central

O encéfalo e a medula espinal são formados por duas substâncias: a cinzenta e a


branca. A substância cinzenta localizada na parte interna é composta por corpos celulares
dos neurônios. Todavia, a substância branca é formada por axônios e neuroglia.
UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 63
Nos cortes transversais da medula espinal observa-se a substância cinzenta com
formato parecido com da letra H ou de borboleta, cravado em uma matriz de substância
branca. Os braços do H são os cornos; portanto, existem cornos cinzentos posteriores
(dorsais) e anteriores (ventrais) direito e esquerdo (Figura 2).

FIGURA 2: ILUSTRAÇÃO CORTE TRANSVERSAL NA MEDULA ESPINAL MOSTRANDO AS


SUBSTÂNCIAS BRANCA E CINZENTA (CENTRO EM FORMA DA LETRA H).

1.3 Tecido Nervoso

O tecido nervoso é constituído por dois tipos de células que são: os neurônios e
a neuróglia ou também chamada de células gliais. Ambas são células estruturalmente
diferentes de acordo com sua localização no SNC ou no SNP e divergem nas funções.
Os neurônios são as unidades estruturais e funcionais do sistema nervoso que atingem
grandes comprimentos, especializados para a comunicação rápida por apresentarem
excitabilidade elétrica que é a capacidade de responder a um estímulo e convertê-lo em um
potencial de ação (impulso nervoso) que é um sinal elétrico que se propaga pela membrana
do neurônio.
As células da neuróglia são células menores que ocupam os espaços entre os
neurônios com a função de fornecer suporte, nutrição e proteção aos neurônios e continua
se dividindo durante toda a vida do indivíduo e difere dos neurônios por não propagar
potenciais de ação. Existem 6 tipos de células da neuróglia, sendo 2 encontradas apenas
no SNP (células de Schwann e células satélites) e 4 pertencentes ao SNC e são elas
(Figura 3):

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 64


● Astrócitos: Estas células possuem formato de estrela, muitos prolongamentos e
são as maiores e mais numerosas células da neuróglia. Os prolongamentos dos
astrócitos entram em contato com capilares sanguíneos, neurônios e com a pia-máter
(fina membrana que recobre o encéfalo e a medula espinal). Os astrócitos promove
o suporte para os neurônios; produzem substâncias que mantêm a característica
de permeabilidade seletiva exclusiva das células endoteliais dos capilares; mantém
o ambiente adequado para a geração de impulsos nervosos; são condutores para
a passagem de nutrientes e outras substâncias entre os capilares sanguíneos e
os neurônios. Além de influenciar na formação de sinapses neuronais que estão
relacionadas com aprendizado e memória.
● Oligodendrócitos: São células parecidas com os astrócitos, porém menores
e com menos prolongamentos. Todavia, é competência dos prolongamentos dos
oligodendrócitos a formação e manutenção da bainha de mielina encontrada ao
redor dos axônios do SNC.
● Micróglia: As menores células da neuróglia com projeções finas que dão origem
a numerosas ramificações. Possui função fagocitária removendo restos celulares,
microrganismos e tecido nervoso danificado.
● Células Ependimárias: Apresentam formato cúbico em uma camada única, com
microvilosidades e cílios. Localiza-se revestindo o canal central da medula espinal,
sua função é produzir, monitorar e auxiliar na circulação do líquido cerebroespinhal
(líquor) e formar a barreira hematoencefálica (TORTORA; DERRICKSON, 2014).

FIGURA 3: DIFERENTES TIPOS DE CÉLULAS DA GLIA: ASTRÓCITOS (CÉLULAS NA COR


LARANJA – FIXO AO NEURÔNIO E AO CAPILAR SANGUÍNEO PROMOVENDO A NUTRIÇÃO E
SUPORTE PARA O NEURÔNIO), OLIGODENDRÓCITOS (CÉLULAS NA COR AZUL – FORMANDO
A BAINHA DE MIELINA NO AXÔNIO NEURONAL), MICRÓGLIA (CÉLULA DA GLIA NA COR
VERDE – TEM FUNÇÃO FAGOCITÁRIA).

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 65


1.3.1 Tipos de Neurônios

As estruturas que compõem os neurônios são: corpo celular, axônio e dendritos que
são prolongamentos que conduzem os impulsos que entram e saem do corpo celular. O
axônio neuronal é revestido com uma camada de lipídios e substâncias proteicas chamada
bainha de mielina, a mielina proporciona um aumento da velocidade na condução do
impulso nervoso (Figura 4).
A comunicação entre os neurônios é chamada de sinapses e ocorre por meio de
neurotransmissores que são substâncias químicas liberadas por um neurônio e atuam
estimulando ou inibindo outro neurônio, permitindo a continuidade ou interrupção à
transmissão de impulsos. Os neurônios possuem características estruturais e funcionais
diferentes que determinam sua classificação.

FIGURA 4: ILUSTRAÇÃO DE UM NEURÔNIO E SEUS COM COMPONENTES: AXÔNIO, BAINHA


DE MIELINA, DENDRITOS, CORPO CELULAR, NÚCLEO

1.3.2 Classificação dos neurônios

1.3.2.1 Classificação Estrutural: Classifica os neurônios de acordo com o número de


extensões que se projetam a partir do corpo celular (Figura 5):

● Neurônios multipolares: possuem vários dendritos e um axônio (Figura 5). São os


tipos mais comuns de neurônios no sistema nervoso (SNC e SNP).
● Neurônios bipolares: apresentam um dendrito principal e um axônio e o corpo
celular é centralizado (Figura 5).

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 66


● Neurônios unipolares: têm dendritos e um axônio que se fundem para formar um
prolongamento contínuo que emerge do corpo celular (Figura 5). Estes neurônios
também são chamados de neurônios pseudounipolares, atuam conduzindo impulsos
do órgão receptor (tato, dor ou sensores térmicos na pele, por exemplo) em direção
ao corpo celular, e um prolongamento central que vai do corpo celular até o SNC. Os
corpos celulares dos neurônios pseudounipolares estão situados fora do SNC nos
gânglios sensitivos dos nervos espinais e cranianos fazendo parte do SNP.

FIGURA 5: TIPOS DE NEURÔNIOS: UNIPOLAR QUE ORIGINA O PSEUDOUNIPOLAR, BIPOLAR


E MULTIPOLAR

1.3.2.2 Classificação Funcional: Diz respeito à direção para qual o impulso nervoso
(potencial de ação) é transmitido no SNC.
● Neurônios sensitivos ou aferentes: Contêm receptores sensitivos em suas
extremidades distais (dendritos) e quando um estímulo apropriado ativa um receptor
sensitivo, ele gera um potencial de ação que percorre seu axônio sendo transportado
para o SNC por nervos cranianos e espinais. A maioria dos neurônios sensitivos é
classificado estruturalmente como unipolares.
● Neurônios motores ou eferentes: São responsáveis por transportar os potenciais
de ação para fora do SNC em direção a órgãos efetores (músculos e glândulas)
localizados na periferia do corpo (SNP) por meio de nervos cranianos e espinais. Os
neurônios motores estruturalmente são do tipo multipolares.

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 67


● Neurônios de associação ou interneurônios: Localiza-se no SNC, entre os
neurônios motores e sensitivos, são responsáveis por processar as informações
provenientes dos neurônios sensitivos e então, produzir uma resposta motora através
da ativação dos neurônios motores, sendo que a maior parte dos interneurônios são
multipolares.

1.4 Encéfalo

O encéfalo é o centro de controle das sensações, da inteligência, das emoções, do


comportamento e da memória. Contudo, o encéfalo possui diferentes regiões com funções
especializadas, sendo classificado em 4 partes que serão abordadas detalhadamente nos
tópicos seguintes: tronco encefálico (bulbo, ponte e mesencéfalo), cerebelo, diencéfalo
e telencéfalo (Figura 6).

FIGURA 6: CORTE SAGITAL DO ENCÉFALO: CÉREBRO (ÁREA CINZA COM OS GIROS E


SULCOS), CEREBELO (ÁREA ROXA EM FORMATO DE COUVE-FLOR) E TRONCO ENCEFÁLICO
LOCALIZADO NA FRENTE DO CEREBELO

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 68


1.4.1 Tronco Encefálico

O tronco encefálico situa-se entre o diencéfalo conectando-se à medula espinal (Figura 7).
As funções do tronco encefálico são:
1. É uma via de passagem que recebe e envia informações motoras e sensitivas para
o cérebro.
2. Recebe ou emite fibras nervosas que formam os nervos cranianos, sendo que dos
12 pares de nervos cranianos 10 estão conectados a ele.
3. Produz comportamentos rigidamente programados e automáticos, necessários para
a sobrevivência.
4. Integra os reflexos auditivos e visuais.
O tronco encefálico apresenta três regiões: o bulbo, a ponte e o mesencéfalo, estas três
estruturas juntas correspondem a 25% da massa encefálica (MARIEB; WILHELM; MALLA-
TT, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2014).

FIGURA 7: VISTA ANTERIOR DO TRONCO ENCEFÁLICO

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 69


1.4.1.1 Bulbo

O bulbo tem forma de um cone, é a parte mais caudal do tronco encefálico e sua
extremidade menor conecta-se com a medula espinhal, no entanto, não tem uma região
demarcando o local de separação entre medula e bulbo por isso, considera-se o limite
correspondente ao nível do forame magno do osso occipital.
O bulbo apresenta duas cristas longitudinais chamadas pirâmides (Figura 8), formada
por um feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do
cérebro aos neurônios motores da medula espinal, as fibras nervosas cruzam obliquamente
o plano mediano formando a decussação das pirâmides que é responsável por fazer com
que o hemisfério cerebral direito controle o lado esquerdo do corpo e o hemisfério cerebral
esquerdo controle o lado direito. Isso fica evidente em casos de lesão encefálica à direita,
onde o corpo será acometido em toda sua metade esquerda.
O bulbo abriga o centro de controle de órgãos e funções importantes, como: o centro
respiratório (regulando o ritmo respiratório), o centro vasomotor e o centro do vômito. Pelo
fato de o bulbo conter a presença dos centros respiratórios e vasomotor as lesões nesta
estrutura encefálica são extremamente perigosas, o que explica a gravidade de fratura na
base do crânio (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

FIGURA 8: VISTA ANTERIOR DO TRONCO ENCEFÁLICO, O BULBO ESTÁ EM DESTAQUE


COLORIDO DE VERDE

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 70


1.4.1.2 Ponte

A ponte está localizada entre o bulbo e o mesencéfalo, e anterior ao cerebelo,


juntamente com o bulbo auxilia no controle da respiração. A ponte é dividida em duas
estruturas principais: uma região ventral e dorsal. A região ventral da ponte é um local
de transmissão sináptica composta, a substância cinzenta, conhecidos como núcleos
pontinos, que possuem substância branca entrando e saindo deles, e conectando o córtex
de um hemisfério cerebral com o córtex do hemisfério do cerebelo contralateral (Figura 9).
Por apresentar um complexo circuito de transmissão nervosa, a ponte assume um papel
essencial na coordenação e otimização da atividade motora voluntária. A região dorsal
contém tratos ascendentes e descendentes e núcleos de nervos cranianos que chegam ou
saem desta região:
● Nervos trigêmeos (NC V): Recebem impulsos sensitivos da cabeça e da face e
enviam impulsos motores responsáveis pela mastigação.
● Nervos abducentes (NC VI): Transmite impulsos motores, gerados em núcleos
pontinos, que controlam certos movimentos oculares.
● Nervos faciais (NC VII): Os núcleos da ponte recebem impulsos sensitivos gustativos
e geram impulsos motores que regulam a secreção de saliva e lágrimas e a contração
de músculos da mímica facial.
● Nervos vestibulococleares (NC VIII): Recebem impulsos sensitivos e enviam
impulsos nervosos para o aparelho vestibular relacionados com o equilíbrio
(TORTORA; DERRICKSON, 2014).

FIGURA 9: VISTA ANTERIOR DO TRONCO ENCEFÁLICO, A PONTE ESTÁ EM DESTAQUE


COLORIDO DE VERDE

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 71


1.4.1.3 Mesencéfalo

O Mesencéfalo conecta-se diretamente ao cérebro se estendendo da ponte ao


diencéfalo. É atravessado por um estreito canal, o aqueduto do mesencéfalo, conecta o
terceiro ventrículo com o quarto ventrículo. Posterior ao aqueduto, localiza-se o teto do
mesencéfalo que contém quatro projeções arredondadas. As duas projeções superiores
são conhecidas como colículos superiores e são responsáveis por reflexos que controlam
os movimentos da cabeça, do tronco e dos olhos em resposta a estímulos visuais, como os
movimentos oculares de perseguição de objetos em movimento. Enquanto isso, as duas
projeções inferiores (colículos inferiores), transmitem impulsos dos receptores auditivos da
orelha interna para o encéfalo e também são responsáveis pelo reflexo de susto (Figura
10). Anteriormente, o mesencéfalo apresenta dois pedúnculos cerebrais que unem o tronco
encefálico ao cérebro, estes pedúnculos cerebrais apresentam feixes pareados de axônios
neuronais que conduzem impulsos nervosos de áreas motoras do córtex cerebral para a
medula espinal, o bulbo e a ponte.
Dois pares de nervos cranianos localizam-se na estrutura mesencefálica e são
eles: Nervos oculomotores são responsáveis pelo controle dos movimentos do bulbo do
olho; Nervos trocleares (IV) através dos nervos trocleares é possível o controlar certos
movimentos oculares (TORTORA; DERRICKSON, 2014).

FIGURA 10: VISTA LATERAL DO TRONCO ENCEFÁLICO, EM ROXO OBSERVA-SE O


MESENCÉFALO E ACIMA EM VERDE COLÍCULOS SUPERIORES E INFERIORES (FORMATO DE
BOLINHAS)

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 72


1.5 Cerebelo

O cerebelo (Figura 11) é a segunda maior estrutura encefálica só fica atrás do


telencéfalo (cérebro), situa-se dorsalmente ao bulbo e à ponte, formando o teto do IV
ventrículo. O cerebelo repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e separa-se do
lobo occipital por uma prega da dura-máter e liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo
cerebelar inferior e à ponte e mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior.
Possui função exclusivamente motora mantendo o equilíbrio e coordenação (MARIEB;
WILHELM; MALLATT, 2014).

FIGURA 11: CORTE SAGITAL DO CEREBELO (FORMATO DE COUVE-FLOR) E 4 VENTRÍCULOS


(ESPAÇO TRIANGULAR ANTERIOR AO CEREBELO).

1.6 Diencéfalo

O diencéfalo (Figura 12) e o telencéfalo formam o que é conhecido como cérebro,


que corresponde a parte mais desenvolvida do encéfalo e ocupa cerca de 80% da cavidade
craniana. A estrutura do diencéfalo só é vista na porção mais inferior (interna) do cérebro.
Caracteriza-se por estar envolto pelos hemisférios cerebrais e compreendem as seguintes
partes: tálamo, hipotálamo e epitálamo, que estão relacionadas com o III ventrículo que
é uma cavidade ímpar no diencéfalo, que se comunica com o IV ventrículo pelo aqueduto
cerebral e com os ventrículos laterais pelos forames interventriculares.

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 73


FIGURA 12: O DIENCÉFALO LOCALIZA-SE INTERNAMENTE ENVOLTO PELOS HEMISFÉRIOS
CEREBRAIS E NA IMAGEM PODE SER OBSERVADO TODA REGIÃO DIENCEFÁLICA
REPRESENTADO NA COR ROSA

1.6.1 Tálamo

O tálamo (Figura 13) mede cerca de 3 cm de comprimento e corresponde 80%


do diencéfalo, formado por duas massas ovais de substância cinzenta organizadas em
núcleos com tratos de substância branca no seu interior. As metades do tálamo (hemisférios
cerebrais direito e esquerdo) são ligadas por uma ponte de substância cinzenta chamada
de aderência intertalâmica.
O tálamo atua como uma estação retransmissora dos impulsos sensitivos da medula
espinal e do tronco encefálico. Também contribui para a transmissão de informações do
cerebelo e dos núcleos da base para a área motora do córtex cerebral. Além de transmitir
impulsos nervosos entre diferentes áreas do telencéfalo (cérebro) e auxilia na manutenção
da consciência (TORTORA; DERRICKSON, 2014).

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 74


FIGURA 13: A IMAGEM REPRESENTA EM LARANJA O TÁLAMO MAIOR ESTRUTURA
DIENCEFÁLICA

1.6.2 Hipotálamo

O hipotálamo é uma pequena região do diencéfalo localizada inferiormente ao


tálamo. Ele é composto por quatro regiões principais: região mamilar, região tuberal, região
supraóptica e região pré-óptica. A respeito das funções do hipotálamo, podemos destacar:
● Controle do sistema nervoso autônomo (contração de músculos e secreções glandulares);
● Regulação da temperatura corporal;
● Regulação do comportamento emocional;
● Regulação do sono e da vigília;
● Regulação da ingestão de alimentos;
● Regulação da ingestão de água;
● Regulação da diurese;
● Regulação do sistema endócrino;
● Geração e regulação de ritmos circadianos (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TOR-
TORA; DERRICKSON, 2014).

1.6.3 Epitálamo

O epitálamo, pequena região superior e posterior ao tálamo, forma parte do teto


do terceiro ventrículo e é composta pela glândula pineal que confere ao epitálamo função
endócrina. A glândula pineal possui tamanho aproximado de uma ervilha e faz parte do
sistema endócrino pois sob a influência do hipotálamo, a glândula pineal é responsável pela
secreção do hormônio melatonina, que controla o ciclo sono-vigília que sinaliza ao corpo a
hora de se preparar para a fase noturna (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; TORTORA;
DERRICKSON, 2014).
UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 75
1.7 Telencéfalo

O telencéfalo é o que conhecemos por cérebro, constituído por dois hemisférios


cerebrais (direito e esquerdo), que são separados pela fissura longitudinal do cérebro, cujo
assoalho é formado por uma larga faixa de fibras comissurais, denominada corpo caloso
que promove a união entre os dois hemisférios (Figura 14).
O córtex cerebral é constituído por substância cinzenta que forma a face externa do
telencéfalo. Durante o desenvolvimento embrionário, a substância cinzenta do córtex se
desenvolve mais rápido que a substância branca, e se dobra sobre si mesmo, formando
pregas conhecidas como giros, os dois giros mais importantes são os giros pré-central e
pós-central. As fendas mais profundas entre os giros são chamadas de fissuras; as mais
superficiais, de sulcos que permitem um considerável aumento do volume cerebral (TOR-
TORA; DERRICKSON, 2014).

FIGURA 14: VISTA SUPERIOR DO CÓRTEX CEREBRAL E HEMISFÉRIOS CEREBRAIS, PODEMOS


OBSERVAR NA IMAGEM A FISSURA LONGITUDINAL, SULCOS E GIROS CEREBRAIS

1.7.1 Lobos Cerebrais

Os hemisférios cerebrais são subdivididos em lobos, que são nomeados de acordo


com os ossos que os recobrem: lobos frontal, parietal, temporal e occipital (Figura 15). O
sulco central separa o lobo frontal do lobo parietal. O sulco cerebral lateral separa o lobo
frontal do lobo temporal. O sulco parietoccipital separa o lobo parietal do lobo occipital.
Uma quinta porção do telencéfalo, a ínsula, não pode ser vista superficialmente porque
se encontra dentro do sulco cerebral lateral, profundamente aos lobos parietal, frontal e
temporal.
UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 76
FIGURA 15: VISTA LATERAL DO CÉREBRO HUMANO. ILUSTRAÇÃO MOSTRA LOBO FRONTAL
(AZUL), LOBO PARIETAL (VERDE), LOBO TEMPORAL (LARANJA) E LOBO OCCIPITAL (ROSA)

1.8 Medula Espinal

A medula espinal é uma massa de tecido nervoso em formato cilíndrico que se estende
do bulbo até a margem superior da segunda vértebra lombar e fica abrigada dentro do canal
vertebral. Ela contém substância cinzenta localizada por dentro da branca e apresenta a
forma de uma borboleta, ou de um H (Figura 16). Nos adultos a medula espinal varia entre
42 a 45 cm de comprimento (MARTINI; TIMMONS; TALLITSH, 2009).
A medula espinal é uma via para transmissão de informação ao encéfalo ou a partir
dele e também integra e processa informações. São observadas na medula espinal duas
intumescências: a intumescência cervical, que se estende da quarta vértebra cervical (C IV)
até a primeira vértebra torácica (TI). Os nervos dos membros superiores são provenientes
desta região. E a intumescência lombar (da nona até a décima segunda vértebra torácica
(T XII) que originam os nervos dos membros inferiores.

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 77


FIGURA 16: A ILUSTRAÇÃO MOSTRA A MEDULA ESPINAL ACOMODADA DENTRO DO CANAL
VERTEBRAL (FORMADO PELAS VÉRTEBRAS)

1.9 Meninges

Os tecidos nervosos são extremamente delicados o que lhe confere necessidade de


proteção do contato com ossos que pode causar danos mecânicos, absorvendo impactos.
As meninges são membranas fibrosas que recobrem o SNC (encéfalo e medula
espinal) e possuem três camadas: dura-máter, aracnoide-máter e pia-máter.
● Dura-máter: É a mais resistente e espessa lâmina meníngea. Envolve toda a
medula e encéfalo como se fosse uma luva, sendo a camada externa que fica em
contato com os ossos do crânio e vértebras.
● Aracnoide-máter: É a lâmina intermediária localizada entre a dura-máter e a pia-
máter e está separada da lâmina da pia-máter, pelo espaço subaracnóideo que é
preenchido pelo líquido cefalorraquidiano (líquor). Este espaço é facilmente acessado
entre as vértebras lombares (L III e L IV), sendo utilizado para administração de
anestésicos e na coleta de líquor para exame diagnóstico. O líquido cerebrospinal
envolve e banha o SNC, o líquor é produzido pelo plexo coroide que se localiza no
interior dos ventrículos. Suas funções incluem: evitar o contato entre as estruturas
nervosas; permite a sustentação do encéfalo mantendo o mesmo suspenso na
cavidade do crânio, flutuando no líquido cerebrospinal e promover o transporte de
nutrientes.
● Pia-máter: É a membrana meníngea mais delicada e interna, fixada diretamente
ao tecido nervoso (MARTINI; TIMMONS; TALLITSH, 2009).

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 78


2
TÓPICO

SISTEMA NERVOSO
PERIFÉRICO (SNP)

2.1 Introdução ao sistema nervoso periférico (SNP)

O sistema nervoso periférico (SNP) é composto por nervos espinais (parte da medula
espinal) e nervos cranianos (originam-se no encéfalo). Os nervos são feixes de axônios de
neurônios que apresentam função motora (leva a informação do SNC para o órgão efetor,
produzindo uma resposta) ou dos dendritos que são fibras sensitivas (capta o estímulo e
leva para ser processado pelo SNC).
Divisão do SNP de acordo com as funções das fibras nervosas sensitivas e motoras
(Figura 17).

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 79


FIGURA 17: REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA DIVISÃO DO SNP. AS ENTRADAS
SENSITIVAS E MOTORAS DO SNP SÃO SUBDIVIDIDAS EM SOMÁTICAS (INERVAÇÃO DO
TUBO EXTERNO) OU VISCERAIS (INERVAÇÃO DOS ÓRGÃOS VISCERAIS). A PARTE MOTORA
DO SNP É DIVIDIDA EM PARTE SOMÁTICA E NA PARTE AUTÔNOMA DO SISTEMA NERVOSO
(SNA), QUE É SUBDIVIDIDO EM: SIMPÁTICA E PARASSIMPÁTICA

Fonte: TORTORA; DERRICKSON, 2016.

O sistema nervoso somático é composto por neurônios sensitivos e motores. Os


neurônios sensitivos captam o estímulo via receptores (termorreceptores localizados
na pele, sensíveis ao tato, calor e dor) e transmitem esse estímulo gerado na forma de
impulso nervoso para processamento no SNC (chegando primeiro na medula espinal e
posteriormente no encéfalo). Contudo, a via motora é composta por neurônios que partem
do SNC, inervando os músculos esqueléticos e como resposta ao estímulo promove a
contração da musculatura, produzindo movimentos de reflexos (involuntários) e voluntários,
este processo é denominado arco reflexo (Figura 18) (MARIEB; WILHELM; MALLATT,
2014).

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 80


FIGURA 18: ILUSTRAÇÃO DO ARCO REFLEXO

2.2 Nervos Cranianos

Os nervos cranianos se originam no encéfalo e são doze pares no total. Cada nervo
craniano tem sua nomenclatura própria de acordo com a distribuição ou a função dos
nervos, mas também recebe uma numeração (número romano) que indicam a ordem, na
qual os nervos se originam no encéfalo (Figura 19).

FIGURA 19: DOZE PARES DE NERVOS CRANIANOS

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 81


Os nervos cranianos olfatório (I), óptico (II) e vestibulococlear (VIII), contém axônios
de neurônios sensitivos. E estão associados aos sentidos especiais do olfato, da visão e da
audição, respectivamente. Entretanto, cinco nervos cranianos oculomotor (III), troclear (IV),
abducente (VI), acessório (XI) e hipoglosso (XII) são classificados como nervos motores,
pois contêm apenas axônios de neurônios motores que saem do tronco encefálico.
Os quatro nervos cranianos restantes trigêmeo (V), facial (VII), glossofaríngeo (IX) e
vago (X) são nervos mistos, pois contém axônios de neurônios sensitivos adentrando no
encéfalo e neurônios motores saindo do encéfalo (TORTORA; DERRICKSON 2016).

1.3 Nervos espinais

A superfície da medula apresenta sulcos que fazem conexão com pequenos filamentos
nervosos que se unem formando as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinais.
Os nervos espinais são vias de comunicação entre a medula espinal e regiões
específicas do corpo. Cada par de nervos espinais surge de um segmento espinal,
responsável por conferir a nomeação dos nervos espinais de acordo com o segmento
nos quais estão localizados. Existem 31 pares de nervos espinais sendo distribuídos da
seguinte forma: 8 cervicais (C1–C8), 12 torácicos (T1–T12), 5 lombares (L1-L5), 5 sacrais
(S1–S5) e 1 coccígeo (Co1).
Os nervos espinais se ramificam a partir da medula espinal e se projetam lateralmente
saindo do canal vertebral através dos forames intervertebrais. Contudo, os nervos das
regiões lombar, sacral e coccígea não saem da coluna vertebral, as raízes destes nervos
espinais ficam semelhantes a uma cauda de um cavalo, atribuindo o nome às raízes destes
nervos de cauda equina (TORTORA; DERRICKSON 2016).

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 82


A meningite é uma condição patológica causada pela inflamação das meninges provocada por infecção
bacteriana ou viral. A infecção pode se espalhar para o tecido nervoso e provocar inflamação no encéfalo
chamada de encefalite. A meningite é diagnosticada através da obtenção de uma amostra de líquido cere-
brospinal (LCE) coleta do espaço subaracnóideo para detectar a presença do agente patológico (bactérias,
vírus ou fungos). Como a medula espinal adulta termina no nível da vértebra L I ou L II, uma agulha pode
penetrar com segurança no espaço subaracnóideo abaixo desse local para obter a amostra necessária, este
procedimento é denominado punção lombar. Com o paciente curvado para a frente a agulha é inserida
entre as vértebras das vértebras L III e L IV ou entre L IV e L V. As punções lombares também são utilizadas
para medir a pressão do LCE, para administração de antibióticos, anestésicos e contraste de raios X (MA-
RIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

Com apenas 2 kg de peso, cerca de 3% do peso corporal total, o sistema nervoso é um dos menores, porém
mais complexos sistemas corporais, contém bilhões de neurônios e de um número ainda maior de células
da neuroglia (TORTORA; DERRICKSON, 2014).

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 83


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) aluno(a),

Nesta unidade abordamos o estudo do sistema nervoso em sua complexidade é


responsável por controlar ações voluntárias e involuntárias. O controle das ações voluntárias
como: correr, andar e falar. Além de ser fundamental para a percepção do indivíduo com
relação às coisas à sua volta. Todavia, o controle das ações involuntárias se deve ao fato
de o sistema nervoso atuar sobre outros sistemas do corpo humano como, por exemplo:
o centro respiratório que controla o ritmo respiratório está localizado no bulbo que é uma
estrutura do tronco encefálico. O sistema nervoso é formado pelo tecido nervoso que é
constituído pelas células nervosas chamadas neurônios, os neurônios se comunicam
entre si através de sinais elétricos chamados impulsos nervosos, produzindo uma resposta
imediata. O sistema nervoso é dividido em: sistema nervoso central e sistema nervoso
periférico. O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo (cérebro, tronco encefálico e
cerebelo) e medula espinhal. Na sequência abordando detalhadamente as características
morfológicas do encéfalo que é o centro de controle das sensações, da inteligência, das
emoções, do comportamento e da memória. O encéfalo é classificado em 4 partes: tronco
encefálico (bulbo, ponte e mesencéfalo), cerebelo, diencéfalo e telencéfalo, sendo
que foi apresentado a vocês as características morfológicas de cada uma destas áreas
encefálicas.

Finalizamos o estudo desta unidade apresentando a vocês o sistema nervoso


periférico que se localiza fora do sistema nervoso central, sendo constituído por fibras
nervosas (nervos) que tem origem de dois locais distintos, sendo: Encéfalo (base do crânio)
e medula espinal. Desta forma, temos 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos
espinais, respectivamente, e são responsáveis por promover a conexão levando estímulos
periféricos para o sistema nervoso central que os interpreta e produz uma resposta que é
transmitida do sistema nervoso central para outras partes do corpo humano.

Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigada!

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 84


LEITURA COMPLEMENTAR
Anualmente, 1,4 milhão de lesões encefálicas traumáticas (ou traumatismo
cranioencefálico) são relatadas nos Estados Unidos, decorrentes de quedas (28%),
acidentes de trânsito (20%), lesões esportivas (21%) e violência (30%).
A lesão no tecido neural é provocada por três mecanismos: (1) um golpe direto que
contundiu o tecido neural, (2) forças de cisalhamento que rasgam as fibras neuronais e
(3) sangramento e intumescimento que aumentam a pressão intracranial, comprimindo o
tecido neural. Circundado pelo líquido cerebroespinal, o encéfalo praticamente flutua dentro
do crânio. Qualquer força externa que atinja essa estrutura faz com que o encéfalo se mova
e bata no crânio, lesionando o tecido neural. Se a força do golpe for suficientemente grande,
o encéfalo pode atingir o lado oposto do crânio. A isso chamamos lesão por contragolpe.
Como o encéfalo está sendo movimentado vigorosamente na cavidade craniana,
os axônios longos e projetados alongam-se. As forças de cisalhamento podem rasgá-
los, resultando em lesão axonal difusa. Essas forças afetam axônios bem espalhados e
perturbam sua capacidade de enviar informações, rompendo os circuitos neuronais. Com
o tempo, as conexões axonais podem crescer novamente e restabelecer os circuitos
neurais funcionais. No entanto, as conexões podem errar o caminho, resultando em déficits
funcionais de longo prazo.
Tanto a lesão por contragolpe quanto a lesão axonal difusa são típicas na síndrome
do bebê sacudido e no chicote provocado pela desaceleração rápida, típica de acidentes
de automóvel. O sangramento interno no local do impacto comprime o tecido neural. O
entumescimento resultante do edema e da captação de água pelo cérebro leva ao aumento
da pressão intracraniana, que comprime ainda mais o tecido neural, provocando mais lesões.
Muito preocupantes são as lesões que resultam em sangramento dentro dos espaços
subdural ou subaracnóideo que é diagnosticado no momento da lesão. Imediatamente
após um golpe na cabeça, a vítima pode estar lúcida e agir normalmente. No entanto, à
medida que o sangue e outros líquidos se acumulam em volta do tecido cerebral, podem se
desenvolver sinais neurológicos como problemas de equilíbrio, problemas de coordenação
e déficits sensitivos. A maior pressão intracraniana resultante pode afetar as funções do
tronco encefálico que controlam a respiração, a frequência cardíaca e a pressão arterial,
potencialmente causando a morte.
Desse modo, indivíduos com qualquer tipo de lesão na cabeça precisam ser
monitorados quanto ao desenvolvimento de sinais neurológicos: reflexos pupilares anormais,
desequilíbrio, discurso incoerente e comportamento anormal.
As lesões encefálicas brandas (concussões) são o tipo mais comum de lesão
encefálica, já que provocam mudança temporária no estado mental: confusão, desorientação
e perda de memória. Uma breve perda de consciência pode ou não ocorrer. Os sintomas
de uma lesão encefálica branda incluem cefaleia, vertigem, náusea, fadiga e irritabilidade.

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 85


Uma lesão encefálica moderada é definida pela perda de consciência durante
um intervalo de tempo que varia de alguns minutos a algumas horas. Esse tipo de lesão
provoca confusão, que pode durar dias ou semanas. Os déficits neurais resultam em
prejuízos físicos, cognitivos e comportamentais que podem durar um longo período ou ser
permanentes. Uma lesão encefálica grave resulta em inconsciência prolongada ou coma
durante dias, semanas ou meses.
Cerca de 75% de todas as lesões encefálicas traumáticas são classificadas como
brandas, incluindo a maioria das lesões encefálicas que ocorrem durante as atividades
esportivas. No entanto, uma lesão branda não é insignificante, mas muitas vezes é ignorada
ou minimizada, sobretudo pelos atletas de competição.
O tecido neural requer pelo menos duas semanas para se recuperar após uma lesão
branda. Se o encéfalo não tiver tempo para cicatrizar, outra lesão pode resultar de outro
impacto. Um segundo impacto que ocorra antes da cicatrização completa de um impacto
inicial pode resultar em um intumescimento tão agudo do encéfalo que chega a ser fatal.
Essa condição chama-se síndrome do segundo impacto. Embora nenhum dos impactos
seja grave, o intumescimento radical provocado pela segunda lesão pode alterar a função
do tronco encefálico e o efeito cumulativo das lesões pode ter consequências fatais.
As lesões encefálicas repetidas se combinam, causando déficits neurológicos
importantes. Pesquisas mostram que os atletas com lesões repetidas na cabeça têm
desempenho pior nos testes de atenção, memória, organização e resolução de problemas
complexos do que os indivíduos que nunca sofreram uma concussão.
É fundamental evitar o traumatismo craniano. Nos esportes que envolvem contato,
são essenciais o equipamento de proteção da cabeça e as decisões inteligentes tomadas
pelos treinadores, preparadores físicos e atletas em relação à quando voltar a jogar após
uma lesão na cabeça (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014).

UNIDADE 3 SISTEMA NERVOSO 86


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Anatomia Humana
Autor: Frederic H. Martin, Michael J. Timmons, Robert B.
Tallitsch.
Editora: Artmed.
Sinopse: A Coleção Martini foi especialmente pensada para
proporcionar ao leitor o melhor recurso didático para ensino
e aprendizagem da Anatomia. Para isso, foram reunidos o
livro-texto Anatomia humana, que se destaca pela riqueza de
detalhes visuais e por um texto extremamente didático, o Atlas
do corpo humano – um atlas fotográfico cuja objetividade é seu
ponto alto.

FILME/VÍDEO
Título: Sistema Nervoso | Prof. Paulo Jubilut
Ano: 2019
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=_prsD-
Dg_cJM

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4
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UNIDADE

SISTEMAS
DIGESTÓRIO,
URINÁRIO E
GENITAL
Professora Mestre Gislaine Cardoso de Souza Fiaes

Plano de Estudos
• Sistema Digestório
• Sistema Urinário
• Sistema Genital Masculino
• Sistema Genital Feminino

Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar os sistemas digestório, urinário e
reprodutor masculino e feminino;
• Compreender os principais aspectos anatômicos dos órgãos que
constituem cada sistema;
• Estabelecer a importância dos sistemas para a manutenção da vida
humana.
INTRODUÇÃO
Quantas vezes escutamos durante nossa infância sobre a importância dos alimentos?
Ou o quanto é importante a ingestão de água diariamente? Todos os sistemas do nosso
corpo exercem um papel fundamental para a manutenção da vida. O sistema digestório,
por exemplo, é responsável desde a quebra do alimento em moléculas menores permitindo,
assim, que nossas células possam absorver os nutrientes, até a formação das fezes. Já o
sistema urinário realiza a filtragem do sangue e, como consequência desse processo, elimina
restos metabólicos através da urina. Além disso, o sistema reprodutor tem características
distintas entre os gêneros, mas ambos contribuem na produção dos gametas e permitem,
assim, a reprodução e a continuação da espécie humana.
Caro estudante, nesta unidade vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre
os sistemas digestório, urinário e reprodutor. Sendo, o objetivo principal desta unidade é
proporcionar a compreensão das funções e os aspectos anatômicos relevantes de cada
órgão que os compõem.

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 89


1
TÓPICO

SISTEMA
DIGESTÓRIO

1.1 Introdução ao Sistema Digestório



Nós, seres humanos, assim como outros animais, não somos capazes de produzir
nosso próprio alimento, como as plantas, por exemplo, e por isso necessitamos de produtos
animais ou vegetais que nos forneça energia para a manutenção dos nossos órgãos e sis-
temas. Desde crianças escutamos na escola e em casa sobre a importância dos alimentos
no nosso dia-a-dia. Mas você sabe como e onde acontece a digestão de tudo o que ingeri-
mos? Vamos descobrir juntos a seguir.
Quando ingerimos um alimento ele irá percorrer no nosso sistema digestório e sofrer
transformações físicas e químicas para reduzi-los em pequenas moléculas e permitir que
seus nutrientes, como a glicose, sejam capazes de atravessar parte das camadas do sis-
tema digestório e a parede dos capilares sanguíneos e linfáticos e, posteriormente, serem
distribuídos para as células do corpo. Os restos desse processo são excretados do corpo
por meio das fezes.
O sistema digestório exerce um papel importantíssimo na homeostasia, ou seja, no
processo de equilíbrio ou estabilidade do organismo. Isso porque, possui funções desde a
quebra dos alimentos em moléculas menores, como também a absorção de água, vitaminas e
minerais, e a eliminação de resíduos metabólicos do corpo (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
Os órgãos que compõem o sistema digestório podem ser observados na figura
introdutória desta unidade, sendo eles boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado
e intestino grosso. Também faz parte desse sistema, os chamados órgãos digestórios
acessórios, que compreende os dentes, língua, glândulas salivares, fígado, vesícula biliar
e pâncreas.
É importante salientar que a cavidade abdominal, que abriga a maioria dos órgãos do
sistema digestório, é revestida por uma membrana serosa chamada peritônio, que é dividido
em peritônio parietal (quando está em contato com as paredes abdominal) e peritônio visceral

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 90


(reveste as vísceras). O espaço entre eles é denominado cavidade peritoneal e possui um
líquido seroso lubrificante. O peritônio contém grandes pregas que ligam os órgãos uns aos
outros e às paredes da cavidade abdominal, além de vasos sanguíneos, vasos linfáticos e
nervos que suprem os órgãos abdominais (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

1.2 Cavidade oral

A cavidade oral é formada pelas bochechas que terminam nos lábios, palato duro
(parte anterior do céu da boca), palato mole (parte posterior do céu da boca) e língua. O
palato é uma parede que separa a cavidade oral da cavidade nasal, e forma o céu da boca e
sua presença permite mastigar e respirar ao mesmo tempo. Pendurada na margem livre do
palato mole está localizada uma estrutura muscular chamada úvula. Durante a deglutição,
o palato mole e a úvula são atraídos superiormente, fechando a parte nasal da faringe e
impedindo que os alimentos e líquidos ingeridos entrem na cavidade nasal (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).
O primeiro órgão do tubo digestório é a boca e a digestão mecânica dos alimentos
que ocorre neste local é chamada de mastigação onde o alimento é manipulado pela
língua, triturado pelos dentes e misturado com a saliva, a fim de deixá-lo com um pequeno
tamanho e permitindo-o ser facilmente engolido. Essa massa formada recebe o nome de
bolo alimentar. Já a digestão química envolve a ação de enzimas, como a amilase salivar
e a lipase lingual.

1.2.1 Dentes

Os dentes cortam os alimentos sólidos em partículas menores para serem deglutidas.


Eles estão localizados no espaço ósseo chamado alvéolo dental. Tipicamente, os dentes
possuem três regiões: a coroa, que é a parte visível acima da gengiva; o colo, parte
intermediária recoberta por gengiva e que consiste na junção entre a coroa e a raiz; e a
raiz, embutidas no soquete e que fixa os dentes aos ossos.
Internamente os dentes são formados principalmente por dentina que confere forma
e rigidez. A dentina da coroa é recoberta por esmalte, composto principalmente por fosfato
de cálcio e carbonato de cálcio, enquanto que a dentina da raiz é recoberta por cemento,
que age como um amortecedor de impacto durante a mastigação (TORTORA. DERRICK-
SON, 2016).
Ao longo de nossas vidas, apresentamos duas dentições. A decídua são os famosos
“dentes de leite”, ou primários, que começam a aparecer por volta dos 6 meses de idade,
constituindo-se de 20 dentes (8 incisivos, 4 caninos e 8 molares). Essa dentição é substituída
por volta dos 6 a 12 anos de idade pela dentição dita permanente, que se refere aos dentes
secundários e totalizam cerca de 32 dentes quando no conjunto completo (8 incisivos,
4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares). Os dentes incisivos (parte cortante) cortam o
alimento, os caninos (borda pontiaguda) dividem os alimentos em partes menores, quanto
que os dentes pré-molares e molares (possuem coroa mais desenvolvida) são adaptados

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 91


para amassar e triturar os alimentos.

1.2.2 Glândulas salivares

A saliva é produzida pelas glândulas salivares. As glândulas salivares maiores são


glândulas exócrinas, sendo elas as parótidas, submandibulares e sublinguais, ao passo
que as glândulas salivares menores estão presentes no interior das bochechas, lábios e
mucosa da língua. Estima-se que, por dia, seja liberado cerca de 1 a 1,5 litros de saliva. A
saliva é composta por água (99,5%) e solutos (0,5%) e sua função é a de amaciar, hidratar
e dissolver os alimentos, limpar a boca e os dentes, e iniciar a digestão do amido.

1.2.3 Língua

A língua é um órgão muscular, móvel, dividida em metades laterais simétricas por um


septo mediano. A língua participa da mastigação e deglutição ao manobrar os alimentos,
modelando-o em um bolo alimentar, da fala, da sucção e detecta sensações de paladar. A
sua parte fixa é chamada de raiz da língua, a parte móvel de corpo da língua e a extremidade
anterior de ápice da língua.
O frênulo da língua é uma prega na linha média da face inferior da língua, e que se
insere no assoalho da boca ajudando a limitar o movimento da língua posteriormente. A face
dorsal (superior) e a face lateral da língua são recobertas por papilas linguais, receptores
para gosto. Estas são divididas em circunvaladas (amargo), folheadas (azedo), filiformes e
fungiformes (doce e salgado).
Os músculos extrínsecos movem a língua de um lado para o outro, para dentro e
para fora a fim de manobrar os alimentos para a mastigação, moldando-o e forçando-o para
a parte de trás da boca para ser engolido. Já os músculos intrínsecos alteram a forma e o
tamanho da língua para a fala e deglutição (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

1.3 Faringe

Depois de iniciado a digestão na boca e triturado, o bolo alimentar segue para a


faringe e então, por meio de contrações musculares, é impulsionado para o esôfago. A
faringe é composta por músculo esquelético e possui três partes: a parte nasal atua apenas
na respiração, pertencendo exclusivamente ao sistema respiratório, enquanto, as partes
oral e laríngea participam tanto na parte digestiva quanto na parte respiratória.
O bolo alimentar estimula receptores da parte oral da faringe, que enviam impulsos
para o centro da deglutição no bulbo e parte inferior da ponte do tronco encefálico. Os
impulsos que retornam fazem com que o palato mole e a úvula se movam para cima para
fechar a parte nasal da faringe, o que impede que os alimentos e líquidos ingeridos entrem
na cavidade nasal. Além disso, o fechamento da epiglote da laringe impede que o bolo
alimentar entre no restante do trato respiratório (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
1.4 Esôfago

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 92


O esôfago é um tubo muscular posicionado posteriormente à traqueia, com cerca de
20 a 25 cm de comprimento. Ele secreta muco e conduz o bolo alimentar da faringe para
o estômago. O alimento atravessa o esôfago de forma rápida devido a contração de suas
fibras musculares que produz movimentos peristálticos, e também pela gravidade, embora
não dependa necessariamente dela.
O esôfago possui dois esfíncteres: o esfíncter esofágico superior controla a circulação
de alimentos da faringe para o esôfago, e o esfíncter esofágico inferior regula o movimento
dos alimentos do esôfago para o estômago. Quando o esfíncter esofágico inferior não fecha
adequadamente após a passagem do alimento para o estômago, pode ocorrer o refluxo
desse conteúdo o que ocasiona uma condição chamada de doença do refluxo esofágico.
Além disso, uma vez que as paredes do esôfago não estão preparadas para receber
solução ácida, o ácido clorídrico (HCl) do conteúdo estomacal pode causar uma irritação na
parede esofágica gerando uma sensação de queimação conhecida como azia (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

1.5 Estômago

Após descer pelo esôfago, o bolo alimentar chega no estômago, o órgão mais dis-
tensível do sistema digestório. Ele está localizado entre o esôfago e o intestino delgado e
na maioria das pessoas possui formato da letra “j”, voltado para o lado esquerdo do corpo.
Quando vazio, o estômago apresenta grandes rugas denominadas pregas gástricas, mas
que diminuem ou desaparecem quando o estômago está distendido (MOORE; DALLEY;
AGUR, 2014).
O estômago realiza digestão química e mecânica, além da absorção de algumas
substâncias, como álcool e medicamentos. Ele possui quatro partes. Vejamos a seguir:

● Cárdia, a abertura do esôfago ao estômago, circundando o óstio cárdico.


● Fundo gástrico, porção arredondada superior; pode ser dilatado por gás, líquido,
alimento ou pela combinação destes.
● Corpo gástrico, parte central, entre o fundo gástrico e o antro pilórico.
● Parte pilórica, porção afunilada de saída do estômago, em direção ao duodeno; é
formada pelo antro pilórico (parte mais larga), canal pilórico (parte mais estreita) e o
piloro, que se comunica com o duodeno do intestino delgado e que controla a saída
do conteúdo gástrico através do óstio pilórico.
No estômago ocorre uma série de ondas de contração chamada peristalse,
responsável pela mistura do alimento mastigado aos sucos gástricos e o esvaziamento
do conteúdo gástrico no duodeno (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). O suco gástrico é um
líquido formado por diversas substâncias que auxiliam na digestão química do alimento
como o pepsinogênio, que ao entrar em contato com o ácido do estômago, se transforma
na enzima pepsina, importante para a digestão de proteínas.
O alimento misturado ao suco gástrico resulta em um líquido com consistência

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 93


de sopa, denominado quimo. Uma vez que as partículas de alimento no quimo são
suficientemente pequenas, elas podem então passar através do óstio pilórico, em direção
ao intestino delgado (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

1.6 Intestino delgado

De todo o canal alimentar, é no intestino delgado que acontece a maior parte da


digestão e absorção de nutrientes e água ingeridos. Por ser um órgão comprido (cerca de 4
a 6 m) tem grande superfície para a digestão e absorção, tendo sua área aumentada ainda
mais por pregas circulares, vilosidades e microvilosidades.
No intestino delgado acontece a mistura do quimo com os sucos digestivos por meio
de movimentos peristálticos e, também, o contato dos nutrientes com a mucosa para a
absorção. Além disso, completa a digestão de carboidratos, proteínas e lipídios e realiza a
digestão de ácidos nucleicos.
O intestino delgado é formado pelo duodeno, jejuno e íleo. O duodeno é o primeiro
segmento e também o mais curto, com aproximadamente 25 cm. Como visto anteriormente,
a parte pilórica do estômago esvazia-se no duodeno. Ele possui formato da letra “C” ao
redor da cabeça do pâncreas e é dividido em parte superior, parte descendente, parte
inferior e parte descendente, em ordem de direção ao intestino grosso. O duodeno recebe a
bile e o suco pancreático que é onde ocorre a maior parte da digestão, participando também
da absorção.
O jejuno é o segmento logo após o duodeno e possui cerca de 1 a 2,5 m. Por fim,
o íleo é a porção mais longa do intestino delgado, com aproximadamente 2 a 3,5 m e
se junta ao intestino grosso em um esfíncter chamado óstio ileal. O jejuno e o íleo são
fixados à parede posterior do abdome pelo mesentério (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014) e
são os principais responsáveis pela absorção de aminoácidos, glicose, ácidos graxos, sais
minerais e uma pequena quantidade de água.

1.7 Intestino grosso

Após a absorção no intestino delgado, o resto do alimento segue em direção ao


intestino grosso. O intestino grosso mede cerca de 1,5 m e se estende do íleo ao ânus,
encerrando, assim, o canal alimentar. Este órgão possui bactérias que convertem proteínas
em aminoácidos e produzem algumas vitaminas B e vitamina K. Também absorve água e
eletrólitos e é responsável pela formação e expulsão das fezes (TORTORA; DERRICKSON,
2016).
O intestino grosso é dividido nos seguintes segmentos:
● Ceco: possui aproximadamente 6 cm e está localizado inferiormente ao óstio ileal (já
descrito anteriormente). Anexado ao ceco está o apêndice vermiforme.
● Colo: está fundido à extremidade aberta do ceco e é dividido em ascendente,
transverso, descendente e sigmoide. Os movimentos peristálticos em massa
empurram o material fecal do colo sigmoide para o reto.
● Reto: está localizado logo após o colo e possui aproximadamente 15 cm. A porção

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 94


final do reto é chamado de canal anal. Sua abertura para o exterior é chamada ânus
e possui o músculo esfíncter interno do ânus (involuntário) e pelo esfíncter externo
do ânus (voluntário), que normalmente mantêm o ânus fechado, exceto durante a
eliminação das fezes.

As fezes são compostas por água, sais inorgânicos, células epiteliais da túnica
mucosa do canal alimentar, bactérias e produtos da decomposição bacteriana, materiais
digeridos e não absorvidos e partes não digeríveis de alimentos e sua eliminação se dá por
meio da defecação (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
Agora que já conhecemos o papel exercido pelo intestino delgado e o intestino
grosso, vejamos, na Figura 1, a anatomia dos dois órgãos.

FIGURA 1: ANATOMIA DO INTESTINO DELGADO E DO INTESTINO


GROSSO. AS REGIÕES DO INTESTINO DELGADO SÃO O
DUODENO, O JEJUNO E O ÍLEO E DO INTESTINO GROSSO SÃO
CECO, COLO, RETO E CANAL ANAL

1.8 Órgãos acessórios do sistema digestório

O pâncreas faz partes dos órgãos acessórios, assim como o fígado e a vesícula
biliar. O pâncreas é uma glândula mista com cerca de 12 a 15 cm localizado atrás da
curvatura maior do estômago e geralmente está ligado ao duodeno por meio de ductos,
ducto colédoco e ducto pancreático.

A porção exócrina do pâncreas é formada pelas ilhotas pancreáticas que secreta


o suco pancreático, que tampona o suco gástrico ácido no quimo, interrompe a ação da
UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 95
pepsina do estômago, cria o pH apropriado para a digestão no intestino delgado e participa
na digestão de carboidratos, proteínas, triglicerídeos e ácidos nucleicos. A porção endócrina
do pâncreas, formada pelas células do ácino, é responsável pela produção dos hormônios
glucagon e insulina (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
O fígado é uma grande glândula responsável por diversas funções. Possui
aproximadamente 1,4 kg e está localizada abaixo do diafragma. Possui o lobo hepático
direito e o lobo hepático esquerdo e é composto pelos hepatócitos (células funcionais
do fígado), canalículos de bile (coletam a bile produzida pelos hepatócitos) e sinusoides
hepáticos. O fígado recebe sangue da artéria hepática (sangue arterial) e da veia porta
(sangue venoso). Veja a seguir, na Figura 2, a anatomia do fígado e a localização da
vesícula biliar.

FIGURA 2: ANATOMIA DO FÍGADO

O fígado é responsável pela produção da bile, necessária para a emulsificação


e a absorção dos lipídios no intestino delgado. O fígado possui também função no
armazenamento de glicogênio, na síntese de compostos orgânicos e na metabolização e
excreção de substâncias tóxicas ao organismo. No fígado encontra-se também a vesícula
biliar, um pequeno saco medindo cerca de 7 a 10 cm e que tem como função armazenar e
concentrar a bile até a liberação para o intestino delgado. A bilirrubina é o principal pigmento
biliar que é degradado no intestino resultando principalmente em estercobilina, que dá a
coloração marrom às fezes (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 96


2
TÓPICO

SISTEMA
URINÁRIO

Como já visto acima, por meio do sistema digestório, o organismo obtém substâncias
importantes para o corpo e que foram perdidas ou utilizadas. A principal função do sistema
urinário é regular o volume e a composição do líquido extracelular. Assim, o processo de
excreção é uma consequência desta regulação e ao longo deste tópico abordaremos os
órgãos que constituem este sistema cuja função é imprescindível para manutenção da
homeostasia do corpo humano.

2.1. Rins

Os rins possuem formato de grão de feijão, coloração vermelho parda e


aproximadamente 10 a 12 cm de comprimento. Eles estão localizados entre os níveis das
últimas vértebras torácicas e a terceira vértebra lombar e desempenham a principal função
do sistema urinário, sendo responsáveis pela filtração do plasma sanguíneo e produção da
urina. A urina formada pelos rins passa pelos ureteres, em seguida, segue para a bexiga
urinária para ser armazenada e, por fim, pela uretra para ser eliminada pelo corpo. Além
disso, eles ajudam a regular a pressão arterial, o pH e os níveis de glicose no sangue, e na
liberação hormonal de calcitriol e eritropoietina.
Os rins são revestidos pela cápsula fibrosa e externamente à cápsula fibrosa,
encontra-se a cápsula adiposa, ambas com função de proteção e ancoragem do órgão
na cavidade abdominal. Na região do centro da margem côncava dos rins encontra-se
o hilo renal, o qual possui artérias, veias e vasos linfáticos que atravessam os rins. Todo
esse conjunto é chamado pedículo renal. Os rins são filtrados pelas artérias renais direita
e esquerda que ramifica originando as arteríolas eferentes. A artéria renal penetra no seio
renal e conduz boa parte do sangue bombeado do coração para ser filtrado no rim.

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 97


Os rins apresentam duas regiões: a região vermelha clara superficial, chamada
córtex renal, e a região vermelha escura profunda, chamada medula renal, a qual consiste
em várias estruturas chamadas pirâmides renais. O córtex renal e as pirâmides renais da
medula renal constituem o parênquima onde contém os néfrons, a unidade funcional do
rim e que forma a urina. Os néfrons são formados pelo glomérulo renal, cápsula glomerular
(cápsula de Bowman), túbulo contorcido proximal, túbulo reto (alça de Henle) e túbulo
contorcido distal.
Depois que a urina é formada nos túbulos pertencentes aos néfrons, ela é recebida
nos ductos coletores. Estes se unem em vários ductos papilares que se estendem ao longo
das papilas renais das pirâmides e que drenam a urina para o interior dos cálices renais
maiores e menores. Ela então flui através da pelve renal e, por fim, segue pelo ureter até a
bexiga urinária (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Para facilitar o entendimento, observe
na figura 3, a estrutura anatômica dos rins e dos néfrons.

FIGURA 3A: CORTE SAGITAL DO RIM MOSTRANDO O SUPRIMENTO


SANGUÍNEO, CÓRTEX, MEDULA, PIRÂMIDES E CÁLICE RENAL

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 98


FIGURA 3B: ILUSTRAÇÃO ANATÔMICAS DO NÉFRON

Para produzir urina, os néfrons e os ductos coletores realizam três processos:


filtração, reabsorção e secreção (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
● Filtragem glomerular: a água e grande parte dos solutos do plasma sanguíneo são
filtrados e passam para a cápsula glomerular.
● Reabsorção tubular: conforme o líquido filtrado flui ao longo dos túbulos renais e
ductos coletores, grande parte da água e dos solutos úteis são reabsorvidos.
● Secreção tubular: ao longo do túbulo renal e do ducto coletor, substâncias como
escórias metabólicas, fármacos e excesso de íons são secretados.

2.2. Ureteres

Os ureteres estão localizados no hilo renal. Eles possuem a função de transporte


da urina dos rins para a bexiga urinária por meio de contrações peristálticas das paredes
musculares, pressão hidrostática e gravidade.

2.3 Bexiga urinária

A bexiga urinária é um órgão cuja função é o armazenamento da urina até esta ser
eliminada do corpo. Nos homens, ela está localizada anteriormente ao reto e, nas mulheres,
anteriormente à vagina e inferior ao útero. A capacidade média da bexiga urinária é de
aproximadamente 300 a 700 ml.
UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 99
No seu assoalho tem-se uma pequena área triangular chamada trígono da bexiga.
Os dois cantos posteriores desse trígono contêm os dois óstios dos ureteres e a abertura
da uretra, chamada de óstio interno da uretra (TORTORA; DERRICKSON, 2016). A micção
ocorre por meio de uma combinação de contrações musculares involuntárias e voluntárias.
A musculatura da bexiga faz com que, no momento da micção, o óstio interno da uretra
se abre e os óstios dos ureteres se fechem, evitando então que ocorra refluxo de urina da
bexiga em direção aos rins.

2.4 Uretra

Por fim, a uretra é o segmento terminal do sistema urinário e a responsável pela


eliminação da urina do corpo. Na mulher, a uretra realiza apenas a passagem da urina, ao
passo que nos homens, ela também libera o sêmen, líquido que contém espermatozoides.
Nos homens, mede aproximadamente 20 cm de comprimento, enquanto que, nas mulheres,
cerca de 4 cm.
Nas mulheres, a uretra é mais retilínea e abre-se para o exterior por meio do óstio
externo da uretra que está localizado entre o clitóris e a abertura vaginal. Já a uretra
masculina é mais sinuosa e é dividida em três partes: parte prostática (passa através da
próstata; nela se situa o esfíncter interno da uretra); parte membranácea (porção que
atravessa o músculo transverso profundo do períneo; nela se situa o esfíncter externo da
uretra); e parte esponjosa (que atravessa o pênis e termina na glande, no óstio externo da
uretra) (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 100


3
TÓPICO

SISTEMA GENITAL
MASCULINO

3.1 Introdução ao Sistema genital masculino

A reprodução é indispensável para a continuidade da vida. Assim, os órgãos genitais


são adaptados para a produção de gametas, facilitar a fertilização e, nas mulheres, permitir
o crescimento do feto.
Os órgãos do sistema genital masculino incluem os testículos, um sistema de ductos
composto pelo epidídimo, ducto deferente, ductos ejaculatórios e uretra, glândulas sexuais
acessórias (glândulas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais), escroto e pênis.

3.2 Testículos

Os testículos ou gônadas masculinas, são glândulas de formato oval, localizadas no


escroto, medindo cerca de 5 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. Quando é atingida
a maturidade sexual, os testículos são responsáveis pela produção dos espermatozoides e
do hormônio masculino testosterona pelas células intersticiais.
Os testículos são revestidos parcialmente por uma túnica serosa chamada túnica
vaginal do testículo. Internamente a ela, ele é circundado por uma cápsula fibrosa branca,
a túnica albugínea, formando septos que os dividem em 250 a 400 compartimentos internos
chamados lóbulos dos testículos. Cada um desses lóbulos contém de 1 a 3 túbulos bem
enrolados, os túbulos seminíferos, onde os espermatozoides são produzidos em um
processo chamado de espermatogênese. Esses túbulos se unem para formar os túbulos
seminíferos retos que formam a rede testicular e de onde partem os ductos eferentes. No
epidídimo, estes originam o ducto do epidídimo (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
A irrigação e drenagem dos testículos se dá pelas artérias e veias testiculares. Veja-
mos na figura abaixo (Figura 4), as estruturas e canais que compõem os testículos.

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 101


FIGURA 4: ESTRUTURA ANATÔMICA DO TESTÍCULO.

Fonte: DRAKE et al., 2011, p. 225.

3.3 Bolsa escrotal

O escroto é uma estrutura que se encontra pendurada na raiz do pênis e tem a função
de suportar os testículos e epidídimos. Ele tem a aparência de uma pequena bolsa de pele
e está separada em porções por uma divisão chamada rafe do escroto. Internamente, o
septo do escroto se divide em dois sacos onde cada um contém um testículo. O septo do
escroto é constituído por uma tela subcutânea e tecido muscular chamado músculo dartos,
que é composto de feixes de fibras de músculo liso e importante para a termorregulação
testicular. Associado a cada testículo no escroto está o músculo cremaster, uma continuação
do músculo oblíquo interno do abdome (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
Por estar localizado externamente ao corpo humano, o escroto é capaz de manter
a sua temperatura 2-3 graus abaixo da temperatura corporal normal, o que é fundamental
para a produção normal dos espermatozoides.

3.4 Ductos do sistema genital masculino

Os ductos são responsáveis pelo transporte e armazenamento, além de auxiliarem


na maturação dos espermatozoides. O epidídimo é um tubo enovelado com cerca de 4 cm
de comprimento e está localizado junto aos testículos. Funcionalmente, é onde ocorre a
maturação e armazenamento temporário dos espermatozoides. O epidídimo possui cabeça,
corpo e cauda. No interior da cauda, o ducto do epidídimo torna-se menos enrolado e o seu
diâmetro aumenta, prolongando-se como ducto deferente.

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 102


Este, por sua vez, tem como função guiar os espermatozoides, durante a excitação
sexual, do epidídimo até o ducto ejaculatório. Por fim, os ductos ejaculatórios medem cerca
de 2 cm de comprimento e ejetam os espermatozoides e secreções das glândulas seminais
antes da liberação do sêmen da uretra para o exterior (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

3.5 Uretra

Nos homens, a uretra é um longo canal compartilhado pelos sistemas genital e


urinário, servindo de passagem tanto para o sêmen quanto para a urina, conforme abordado
no tópico 2 desta mesma unidade. Tais funções não são realizadas ao mesmo tempo.

3.6 Glândulas sexuais acessórias

As glândulas sexuais acessórias incluem as glândulas seminais, a próstata e as


glândulas bulbouretrais. As glândulas seminais são glândulas pares, com cerca de 5 cm de
comprimento e estão localizadas atrás da bexiga urinária e na frente do reto. São elas que
secretam o líquido seminal, que neutraliza o meio ácido da uretra masculina e do sistema
genital feminino, contém frutose utilizada para a produção de ATP pelos espermatozoides,
e contribui para a ativação e nutrição deles.
A próstata é uma estrutura ímpar com aproximadamente o tamanho de uma bola de
golfe, formada internamente por 30 a 50 glândulas e externamente envolvida por cápsula
fibrosa. Está localizada inferiormente à bexiga urinária e circunda a parte prostática da
uretra. É responsável pela secreção do líquido prostático que também contribui para a
motilidade e viabilidade dos espermatozoides.
O par de glândulas bulbouretrais possuem o tamanho de ervilhas e estão
localizadas abaixo da próstata, em ambos os lados da uretra. Durante a excitação sexual,
elas secretam um líquido alcalino que não contém espermatozoides e tem a função de
neutralizar o pH ácido na uretra. Isso serve de proteção aos espermatozoides, uma vez que
eles perdem a mobilidade quando em meio ácido. Também secretam um muco que lubrifica
a ponta do pênis e a túnica mucosa da uretra (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

3.7 Pênis

O pênis é uma estrutura que contém a uretra e é composto por um corpo, uma
glande (extremidade distal e sua margem é chamada de coroa da glande) e uma raiz (parte
fixa presa ao períneo). Recobrindo a glande em um pênis não circuncidado está o prepúcio
do pênis.
O corpo do pênis é constituído por três massas cilíndricas de tecido erétil, cada uma
circundada por tecido fibroso chamado de túnica albugínea. As duas massas dorsolaterais
são chamadas de corpos cavernosos, e a massa média ventral menor, chamada de corpo
esponjoso (TORTORA; DERRICKSON, 2016).

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 103


No interior dos corpos cavernosos há numerosas trabéculas formando espaços
cavernosos que, no momento da ereção, se enchem de sangue proveniente das artérias
profundas e artéria dorsal do pênis. O pênis retorna ao seu estado flácido quando as artérias
relaxam e começam a se contrair.

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 104


4
TÓPICO

SISTEMA GENITAL
FEMININO

4.1 Órgão do Sistema genital feminino

Faz parte do sistema genital feminino os ovários (gônadas femininas), as tubas


uterinas, o útero, a vagina e os órgãos externos, que constituem o pudendo feminino.

4.2 Ovários

Os ovários são gônadas femininas com formato oval e tamanho semelhantes aos de
uma amêndoa, nos quais se desenvolvem os ovócitos (gametas ou células germinativas
femininas) e também responsáveis pela produção dos hormônios progesterona e estrógeno
(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
As mulheres possuem dois ovários que estão localizados na pelve, em depressões
denominadas de fossas ováricas e medindo cerca de 3 cm de comprimento cada. Eles
estão presos ao útero e à cavidade pélvica por meio de ligamentos. Cada um é suspenso
por uma curta prega peritoneal chamada mesovário. O ligamento suspensor do ovário é
outra prega peritoneal por onde vasos sanguíneos, linfáticos e os nervos ovarianos entram
e saem. Medialmente ao mesovário, o ligamento útero-ovárico curto fixa o ovário ao útero
(TORTORA; DERRICKSON, 2016; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
Internamente, os ovários são revestidos pelo epitélio germinativo e contém a região
do córtex, onde se encontram os folículos ovarianos primários contendo os ovócitos, e o
estroma, feito de tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. A mulher já nasce com todos os
ovócitos que serão produzidos durante a sua vida.

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 105


4.3 Tubas uterinas

Perto dos ovários estão localizadas as tubas uterinas, que se estendem lateralmente
a partir do útero. Possuem cerca de 10 cm de comprimento e são as responsáveis pela
condução do ovócito, que é liberado mensalmente durante a vida fértil, para o útero. As
tubas uterinas podem ser divididas em quatro partes:

● Infundíbulo da tuba uterina: é a parte afunilada próxima do ovário e que se abre


para a cavidade pélvica (região terminal). Ela termina em estruturas similares a
franjas denominadas fímbrias, que estão ligadas à extremidade lateral do ovário. Do
infundíbulo, a tuba uterina se insere no ângulo lateral superior do útero.
● Ampola da tuba uterina: é a parte mais larga e longa, onde geralmente ocorre
fecundação.
● Istmo da tuba uterina: é a parte curta, afilada e de paredes espessas que se une
ao útero.
● Parte uterina: é a porção curta que atravessa a parede do útero e se abre, através
do óstio uterino da tuba, para a cavidade do útero (TORTORA; DERRICKSON, 2016;
MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

4.4 Útero

O útero é um órgão muscular oco, ímpar, com paredes espessas onde ocorre a
implantação de um óvulo fertilizado e o desenvolvimento do feto durante a gestação e parto.
Para isso, o útero possui paredes musculares que se adaptam para o crescimento do feto e
também garantem a força para a sua expulsão durante o parto (MOORE, 2014). Durante os
ciclos reprodutivos, quando essa implantação não ocorre, ele é a fonte do fluxo menstrual.
O útero está localizado entre a bexiga urinária e o reto e possui tamanho e formato
de uma pera pequena. Embora possa variar muito, no geral, ele possui cerca de 7,5 cm de
comprimento, 5 cm de largura e 2 cm de espessura.
O útero apresenta três regiões distintas: fundo do útero, corpo do útero e colo do
útero. O corpo do útero é separado do colo pelo istmo do útero, um segmento estreitado e
medindo cerca de 1 cm de comprimento. Já o colo do útero (ou cérvix do útero) é dividido em
uma porção supravaginal, localizada entre o istmo e a vagina, e uma porção vaginal, a qual
circunda o óstio do útero. Juntos, o canal do colo do útero e o lúmen da vagina constituem
o canal de parto, onde o feto atravessa ao fim da gestação (TORTORA; DERRICKSON,
2016; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

A parede do corpo do útero é formada por três camadas:

● Perimétrio: camada mais externa, formada por tecido conjuntivo.


● Miométrio: camada intermediária, formada por musculatura lisa e que possibilita as
contrações na hora do parto.

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 106


● Endométrio: camada mais interna, formada por tecido epitelial altamente
vascularizado. É onde o blastocisto se implanta quando ocorre a fecundação, mas,
caso isso não ocorra, essa camada é eliminada durante a menstruação.

O útero está fixado à cavidade pélvica por meio de algumas estruturas, sendo o ligamento
útero-ovárico que se fixa ao útero póstero inferiormente à junção útero tubárica; o ligamento
redondo do útero o qual fixa-se anteroinferiormente a essa junção; e o ligamento largo do útero,
que também ajuda a manter o útero em posição (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
Para melhorar o entendimento, veja na figura abaixo (Figura 5) cada componente
referente ao sistema genital feminino estudado até agora.

FIGURA 5. ESTRUTURA DO ÚTERO E DOS OVÁRIOS (VISTA POSTERIOR).

Fonte: DRAKE et al., 2011, p. 228.

4.5 Vagina

A vagina é um tubo musculomembranoso distensível, com cerca de 7 a 10 cm de


comprimento, que se estende do colo do útero até o óstio da vagina (comunica a vagina
com o meio externo), abrindo-se no vestíbulo da vagina. O óstio da vagina pode estar
parcialmente cerrado devido à uma membrana fina denominada hímen.
A vagina está situada entre a bexiga urinária e o reto e recebe o pênis durante a relação
sexual, além de servir de passagem para o parto e para o líquido menstrual. Quatro músculos
realizam a sua compressão e atuam como esfíncteres: pubovaginal, esfíncter externo da
uretra, esfíncter uretrovaginal e bulbo esponjoso (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 107


A mucosa vaginal contém também glândulas produtoras de muco e células que
sintetizam glicogênio e partículas de gordura, que são fontes de nutrientes para os
lactobacilos encontrados nesta região responsáveis por manter o pH vaginal ácido servindo
de proteção contra outros microrganismos.

4.6 Pudendo feminino

O termo pudendo feminino refere-se aos órgãos genitais externos da mulher. Fazem
parte desse grupo (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014):
● Monte do púbis: é uma elevação de tecido adiposo recoberta por pele e pelos
pubianos, localizada anteriormente às aberturas vaginal e uretral.
● Lábios maiores do pudendo: são duas pregas de pele recobertas por pelos
pubianos, e possuem tecido adiposo, glândulas sebáceas e sudoríparas apócrinas.
● Lábios menores do pudendo: são as duas pregas menores localizadas medialmente
aos lábios maiores e não possuem pelos e gordura, mas possuem glândulas sebáceas
e poucas glândulas sudoríparas.
● Clitóris: pequena massa cilíndrica formada por dois corpos cavernosos, nervos
e vasos sanguíneos. Está localizado na junção anterior dos lábios menores do
pudendo.
● Vestíbulo da vagina: região entre os lábios menores. No seu interior contém o hímen
(quando existe), o óstio da vagina (abertura para o exterior), o óstio externo da uretra
(abertura da uretra para o exterior) e as aberturas dos ductos de diversas glândulas.
● Bulbo do vestíbulo: par de massas alongadas de tecido erétil que se enchem de
sangue durante a excitação sexual estreitando o óstio da vagina.
Por fim, o períneo corresponde a área em forma de diamante posicionada medialmente
às coxas e às nádegas, em ambos os sexos, e contém os órgãos genitais externos e o ânus.

4.7 Glândulas mamárias

As glândulas mamárias (Figura 6) são consideradas parte do tegumento e do sistema


genital feminino. Possuem função de sintetizar, secretar e ejetar leite para a alimentação do
recém-nascido.
Cada mama possui a papila mamária, uma projeção pigmentada contendo ductos
lactíferos, dos quais emergem leite. A área circular de pele pigmentada ao redor do mamilo
é chamada de aréola e possui aspecto áspero devido à presença de glândulas sebáceas
modificadas.
No interior de cada mama está uma glândula mamária, a qual consiste em 15 a
20 lobos possuindo vários compartimentos menores chamados lóbulos que, por sua vez,
contém agrupamentos de glândulas secretoras de leite chamados de alvéolos (TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 108


FIGURA 6: GLÂNDULAS MAMÁRIAS

Fonte: TORTORA; DERRICKSON, 2016, p. 1457.

Quando está sendo produzido, o leite passa dos alvéolos por vários túbulos
secundários e, em seguida, para os ductos mamários. Próximo do mamilo, os ductos
mamários se expandem discretamente para formar seios chamados seios lactíferos, para
onde o leite será drenado para um ducto lactífero e, então, transportados para o exterior
(TORTORA; DERRICKSON, 2016).

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 109


O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por
alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV). Este é o terceiro tumor maligno mais frequente na população
feminina, estando atrás apenas do câncer de mama e câncer colorretal. A visualização direta do colo do
útero e o exame celular e histológico por meio de esfregaços de Papanicolau auxilia na prevenção dessa
doença (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2021).

Cistite é uma infecção e/ou inflamação da bexiga. Em geral, é causada pela bactéria Escherichia coli,
presente no intestino e importante para a digestão. No trato urinário, porém, essa bactéria pode infectar
a uretra (uretrite), a bexiga (cistite) ou os rins (pielonefrite). Outros microrganismos também podem
provocar cistite. Homens, mulheres e crianças estão sujeitos à cistite. No entanto, ela ocorre mais nas
mulheres porque as características anatômicas femininas favorecem sua ocorrência. A uretra da mulher,
além de muito mais curta que a do homem, está mais próxima do ânus. Nos homens, depois dos 50 anos, o
crescimento da próstata provoca retenção de urina na bexiga e pode causar cistite (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2021).

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 110


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final desta unidade, pudemos aprofundar nossos conhecimentos acerca dos


órgãos que constituem os sistemas digestório, urinário e reprodutor masculino e feminino,
bem como a função desempenhada por cada um.
Todos os sistemas do corpo humano são importantes para a manutenção da vida. O
sistema digestório é responsável pelo processamento dos alimentos que consumimos no
dia-a-dia e pela absorção de água e nutrientes. Já o sistema urinário, possui principalmente
a função de regular o volume e composição do líquido extracelular e, consequentemente,
eliminar escórias metabólicas por meio da urina. Por fim, sem o sistema reprodutor, não
teríamos a perpetuação das espécies animais. É nele que são produzidos os gametas, ou
seja, as células reprodutoras, e que possui estruturas que também permitem a fecundação
e sustento do feto.
Assim, o estudo da anatomia humana é de fundamental importância para possibilitar
aos profissionais o entendimento aprofundado da morfologia, localização, função e
organização dos órgãos e sistemas do corpo humano.

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 111


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Gray´s, atlas de anatomia.
Autor: DRAKE, R.L.; VOGL, A.W.; MITCHELL, A.W.M.; TIBBITTS,
R.M.; RICHARDSON, P.E.
Editora: Elsevier
Sinopse: Este livro apresenta imagens didáticas das estruturas
anatômicas de cada sistema do corpo humano. Além disso,
demonstra a correlação com imagens clínicas apropriadas e
anatomia de superfície, permitindo melhor entendimento do
profissional em relação às estruturas estudadas.

FILME/VÍDEO
Título: Rins: o grande filtro do nosso corpo
Ano: 2019.
Sinopse: Os rins são os órgãos responsáveis por filtrar as im-
purezas do nosso corpo. Este vídeo mostra quais são os hábitos
que você precisa adotar e/ou abandonar para mantê-los sempre
saudáveis e funcionando bem.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=C6WhwWfRL-
RA

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL


112
CONCLUSÃO GERAL
Prezado(a) aluno(a),

Neste material, busquei trazer para você de forma resumida e didática os principais
conceitos utilizados na disciplina de anatomia humana, definição dos sistemas e os órgãos
que formam o corpo humano. Inicialmente, abordamos o conteúdo introdutório da anatomia
humana, conceituando termos utilizados pelos anatomistas e que são fundamentais para
a compreensão da literatura técnica-científica. Seguimos, abordando os seis níveis de
organização do corpo humano e para facilitar o estudo da anatomia humana neste material
nos baseamos no estudo da anatomia sistêmica, que é uma das formas didáticas de
estudo desta disciplina que caracteriza o estudo na descrição aprofundada das partes que
compõem um sistema específico do corpo humano.

Desta forma, apresentei a você três sistemas do corpo humano: sistema esquelético,
articular, muscular que juntos formam o aparelho locomotor que é responsável pela
movimentação do corpo. Abordamos, as funções básicas destes sistemas e as estruturas
anatômicas que os compõem como: ossos, articulações e músculos. Demos sequência aos
estudos focando no sistema circulatório que recebe este nome por promover a circulação
de um meio líquido (sangue ou linfa) através de uma rede de tubulações denominadas
vasos. Caso o líquido transportado seja o sangue fluindo pelos vasos sanguíneos, temos o
sistema cardiovascular. A circulação sanguínea ocorre graças a ação do bombeamento do
coração que impulsiona o sangue a sair do coração em direção as artérias, estas por sua
vez se ramificam até se tornarem capilares sanguíneos que irrigam os tecidos corporais
transportando pelo sangue oxigênio e nutrientes, e também promove o transporte de
dióxido de carbono (CO2) e resíduos celulares que se difundem dos tecidos para a corrente
sanguínea. Contudo, o outro sistema promove a circulação de um líquido denominado linfa
através de tubulações agora chamados vasos linfáticos, temos a caracterização do sistema
linfático. Todavia, como apresentado a você que o objetivo da circulação sanguínea é
promover aos tecidos o suprimento de nutrientes e oxigênio garantindo assim a manutenção
do tecido celular. Apresentei a você as estruturas anatômicas do sistema respiratório cuja
função primordial é realizar a troca dos gases (oxigênio e dióxido de carbono) com o ar
atmosférico, garantindo a concentração de oxigênio no sangue necessária para a realização
das reações metabólicas celulares.

Destacamos também a importância imprescindível do sistema nervoso que é


responsável por controlar as ações exercidas por todos os sistemas do corpo humano.
O sistema nervoso possui a capacidade de estabelecer conexões estabelecidas pelos
neurônios promovendo a captação de estímulos, processando a informação e produzindo
uma variedade de resposta manifesta no órgão efetor.

UNIDADE 4 SISTEMAS DIGESTÓRIO, URINÁRIO E GENITAL 113


Levantamos o papel fundamental para a manutenção da vida exercido pelos
sistemas digestório, urinário e reprodutor (genital masculino e feminino). O sistema
digestório é responsável desde a quebra do alimento em moléculas menores permitindo
que nossas células possam absorver os nutrientes. Contudo, também produz a formação
das fezes que são os resíduos de alimento não digerido que precisam ser eliminados dos
organismos. Outro sistema que também promove a excreção de resíduos é o sistema
renal, responsável pela filtragem do sangue e, como consequência desse processo, elimina
restos metabólicos através da urina. Este processo é fundamental para a manutenção do
equilíbrio das funções orgânicas. O sistema reprodutor possui características distintas entre
os gêneros e produzem os gametas permitindo, assim, a reprodução e a continuação da
espécie humana.

Com base neste conteúdo abordado, considero que a partir de agora você está
preparado para seguir adiante com os estudos de outras disciplinas que farão de você no
futuro um profissional capacitado para desenvolver as mais diversas funções atribuídas aos
profissionais da área da saúde.

Até uma próxima oportunidade. Muito obrigado!

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