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01/11/2021 15:24 UNINTER

AURICULOTERAPIA
AULA 1

Prof.ª Carla Mayumi Matsue

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CONVERSA INICIAL   

耳 针‌, ‌Er‌ ‌Zhen, auriculoterapia,


aurículo acupuntura, auriculopuntura ou acupuntura auricular ‌é

uma técnica ou
um microssistema de tratamento que utiliza diversos estímulos nos pontos do

pavilhão auricular com a finalidade de prevenir ou tratar os desequilíbrios do


corpo e da mente.

Para o melhor aproveitamento desta


aula, é importante que o futuro auriculoacupuntor possua o

conhecimento básico
dos pilares da acupuntura. Ao longo dos estudos vamos avançar sobre a

anatomia
do pavilhão auricular, os principais pontos e funções, como realizar um
diagnóstico e

desenvolver um raciocínio para elaborar um plano de


tratamento.  Porém, como a ciência e a

tecnologia avançam, os estudos


também devem ser continuados.

Bons estudos e obrigada por estar


conosco!

TEMA 1 – HISTÓRIA

Embora há evidências da utilização


da auriculoacupuntura por diversos povos da antiguidade, foi

na China que se deu


o seu maior desenvolvimento.

Os primeiros indícios foram


encontrados nos achados arqueológicos em Hu Nan (província

montanhosa no sul da
China e é o local de nascimento do líder comunista Mao Tsé Tung).

A primeira referência sobre a


ligação entre as diversas partes do corpo com os vasos e os canais

existentes
nas orelhas está no Huang Di Nei Jing (Tratado de Medicina Interna do Imperador

Amarelo, um clássico da Medicina Tradicional Chinesa, composto por dois livros:


Su Wen que foi

escrito no formato de perguntas e respostas entre o


Imperador Amarelo e vários médicos da

antiguidade. Descreve o entendimento da


Medicina Tradicional Chinesa sobre doenças, remédios,

diagnósticos e
tratamentos. O segundo livro é o Ling Shu, tratado prático no qual estão

desenvolvidos os diferentes princípios terapêuticos). 

Pesquisadores descobriram que as


mulheres egípcias usavam alguns pontos auriculares com a

finalidade de
anticoncepcional; na Índia foram encontradas pedras com inscrições de
meridianos e

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pontos; já os turcos realizavam cauterizações para o tratamento de


diversas enfermidades; e escritos

de Hipócrates relatavam incisões em alguns


pontos auriculares para provocar uma ejaculação

infecunda e punções em alguns


vasos auriculares no tratamento de processos inflamatórios.

Diversos povos da antiguidade


(Incas, Astecas, Ilha de Páscoa) demonstravam o interesse pelo

estudo dos
pontos auriculares como símbolo de vitalidade ou realizavam perfurações em
alguns

pontos para estimular a agressividade dos guerreiros ou estimular um dos


sentidos.

Em 1572, na China, foi publicada


uma obra que menciona as relações entre os Canais

da  acupuntura e a
orelha.  Na década de 1950, a aurículo acupuntura foi reconhecida como um
sistema reflexo pelo Dr. Paul Nogier, que produziu o primeiro mapa auricular
baseado com a posição

de um feto na posição invertida. Mas essa publicação foi


contestada por praticantes chineses que

afirmavam a existência desse


conhecimento, porém, hermético. A partir disso, passaram a registrar

diversas
pesquisas que levaram à comprovação de quase 200 pontos auriculares em
localização

diferente dos pontos citados pelo Dr. Nogier.

Alguns anos depois, Dr. Nogier


publicou um artigo que foi traduzido para o alemão e depois

para o chinês,
dessa forma, chegou ao conhecimento do imperador Mao Tsé Tung que iniciou a

regulamentação dos profissionais de auriculoterapia. Com isso, os pesquisadores


de Nanking

verificaram a exatidão do mapa do Dr. Nogier em muitos pacientes. Assim


sendo, a Organização

Mundial da Saúde (OMS) realizou diversas reuniões para


tentar unificar as técnicas, mas não
chegaram a uma decisão e a escola francesa
e a chinesa se desenvolveram de forma independente.

Em 1963, o médico francês Dr.


Niboyet demonstrou que a resistência elétrica na superfície da

pele é menor
sobre os pontos de acupuntura. Esse estudo estimulou o desenvolvimento de
aparelhos

para a localização dos pontos e equipamentos de eletroestimulação.

Com o grande número de praticantes


de auriculopuntura na China, houve a apresentação de

muitas pesquisas com diversas


diferenças de nomenclatura para um mesmo ponto ou diferentes

pontos com o mesmo


nome, por isso, a China criou um mapa estandarizado dos pontos auriculares

para
unificar a nomenclatura e a localização.

Na década de 1980 ocorreu a


publicação de um livro com dados estatísticos coletados nos

principais
hospitais da China, a Universidade da Califórnia de Los Angeles – UCLA, nos
Estados

Unidos da América, verificou a exatidão do diagnóstico auricular em um


estudo duplo-cego em 40

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pacientes. E, em 1989, ocorreu o Primeiro Congresso


Internacional de auriculoterapia, em Pequim,

que constituiu como uma


especialidade universitária.

No início da década de 1990 a OMS


reconheceu a auriculoacupuntura como um microssistema

terapêutico para o
benefício, promoção e manutenção da saúde para diversas enfermidades. No final

dessa década, a Dra.  Huang Li Chun, após 30 anos de pesquisas, publicou um


novo mapa auricular

com pontos auriculares na parte posterior do pavilhão auricular,


com a utilização da aplicação de

sementes duplas aplicadas em um sentido


próprio. 

No Brasil, a prática da Medicina


Tradicional Chinesa chegou com a vinda dos primeiros

imigrantes chineses e
japoneses. Com as diversas pesquisas e o empenho de muitos profissionais, a

auriculoacupuntura
teve a sua eficiência comprovada e devemos continuar os estudos mesclando as

diversas possibilidades de técnicas.

TEMA 2 – PRINCÍPIOS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

A Medicina Tradicional
Chinesa (MTC) está baseada na filosofia do Taoísmo e nos pilares da

Energia
Vital – Qi ou Chi, no equilíbrio das energias opostas e complementares – Yin e
Yang, na teoria
dos órgãos e vísceras, na teoria dos meridianos e de que todas
as coisas são compostas pelos cinco

elementos e que tudo sofre a influência da


mente e das emoções.

2.1 YIN YANG

São duas partes ou polaridades do Qi, que são


parte da filosofia, do diagnóstico e parte da

terapêutica da MTC, são


representadas pelo desenho “Tai Ji”, o positivo e negativo, os elementos

masculino e feminino, são o princípio da dualidade que atuam em concordância,


pois sem energia a

outra energia não existe, uma energia gera a outra, uma


energia protege a outra, o positivo não vive

sem o negativo.

A Medicina Tradicional Chinesa propõe que para


termos o corpo e a mente saudáveis é

necessário estar com as energias Yin Yang


em equilíbrio, por exemplo: quando percebemos que uma

pessoa está calma é


porque temos a referência do que é ser agitado ou se falamos sobre calor é

porque temos a noção do que é frio, tudo e todos possuem duas faces
complementares que devem

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estar em equilíbrio, mas na maioria das vezes


oscilamos para um dos lados. Tudo o que existe

apresenta uma polaridade, nada


pode ser puramente Yin ou Yang.

No livro de Su Wen é citado: “o Céu é o acúmulo


de Yang, a Terra é o acúmulo de Yin. O Fogo é

Yang e a Água é o Yin[...] Dentro


do Yang tem o Yin e dentro do Yin tem o Yang”.

Figura 1 - Desenho do Tai Ji

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Créditos: mrjohnblack/Shutterstock.

2.2 ENERGIA VITAL, QI OU CHI

Pode ser considerada, de


forma figurada, como uma energia material, uma palavra difícil de
realizar a
tradução dos termos orientais para as línguas ocidentais. O Qi é a fonte de
todos os

processos da vida no Universo e surge entre os polos do Yin e do Yang,


no corpo é a eletricidade que
movimenta a vida que percorre 24 horas por dia os
canais de energia (meridianos, Jing Luo ou Rios

de Qi). Assim, a cada duas


horas, os órgãos e as vísceras têm seu pico de energia, segundo o relógio
biológico a
seguir.

Figura 2 – Relógio biológico

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Fonte: Matsue, 2021.

Esses horários representam o fluxo do trajeto energético nos


meridianos e auxiliam no raciocínio
de elaboração de um diagnóstico, por
exemplo: uma pessoa com problemas pulmonares pode ter
crises ou despertar entre
as 3 e 5 h da manhã que é horário do pulmão, esse incomodo sempre vai

ocorrer
no mesmo horário e com muita frequência demonstrando o desequilíbrio energético
no
meridiano.

Outra energia circulante no corpo é a energia ancestral ou


primordial, que representa a energia
da vida, está armazenada nos rins e
participa da restauração das funções dos órgãos e das vísceras.

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Segundo a MTC, é uma energia que não pode ser reposta ou


substituída e quando essa energia
se esgota, a vida termina, então, quando não
há energia circulante nos meridianos ou quando a

energia é de má qualidade, o
corpo utiliza a energia ancestral para repor a quantidade necessária.

As formas mais comuns


de esgotar a energia primordial é por meio da prática dos excessos e
das más
escolhas, por exemplo: diversas gestações, atividade física, atividade sexual,
trabalhos com

grande gasto energético e as mulheres possuem uma perda mensal


energética por causa do ciclo
menstrual.

Na linguagem
oriental, todas as funções orgânicas, as emoções, são formas energéticas e uma
tradução fidedigna é: “Qi Raiva”, “Qi Alegria” ou “Qi Tristeza” porque o Qi
descreve as funções

mentais e emocionais. Outra forma de energia materializada


é o sangue (Xue) que tem a função de
nutrir, umedecer o organismo e dar suporte
à mente (Shen), porque o sangue é formado com a

energia dos alimentos, circula


pelos meridianos e carrega todos os tipos de Qi. Quando ocorre uma
má produção
de energia, uma má circulação sanguínea, haverá um desequilíbrio energético nos

meridianos e todas as formas de energia serão afetadas. As principais formas de


energia são: Jing QI,
Yuan Qi, Qing Qi, Yin Qi, Gu Qi, Xie Qi e Wei Qi.

2.3 TEORIA DOS ÓRGÃOS E VÍSCERAS

Os órgãos (Zang) e as vísceras (Fu) cooperam


entre si para a manutenção da vida e são

representados na literatura médica chinesa


como parte dos cinco elementos principais da natureza:
madeira, fogo, terra,
metal e água. Cada Zang Fu está representado por um elemento, e mantém a

energia de cada um seguindo o fluxo do relógio biológico. Esse fluxo é a lei da


cooperação ou
geração, caso ocorra alguma dificuldade, um Zang Fu pode
interferir na produção ou utilizar a

reserva energética de outro Zang Fu


gerando a lei da contradominância.

Yin: rins, fígado, coração, baço e pulmão;


Yang: bexiga, vesícula biliar, intestino delgado, estômago e intestino grosso.

Figura 3 – Cinco elementos principais da natureza

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Fonte: Matsue, 2021.

2.4 TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS

Prevê que tudo na natureza é um produto do movimento


dos cinco elementos, que são:
madeira, fogo, terra, metal e água. Basicamente
cada elemento possui suas caraterísticas que

auxiliam o profissional a definir


um perfil do paciente sobre quais elementos estão em excesso ou em
deficiência.

Figura 4 – Os cinco elementos e os órgãos correspondentes

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2.5 MENTE OU SHEN

Não é somente o cérebro, mas é o intelecto, os


pensamentos, a consciência e é a capacidade de
controlar todas as emoções. Está
localizado no coração, pode ser expresso pelos sentimentos e

emoções que irão


afetar no fluxo de energia dos meridianos. Dessa forma, todo tratamento deve
ser
iniciado com o tratamento emocional e para conseguirmos bons resultados
devemos tratar a carga

emocional do coração.

TEMA 3 – O QUE É A AURICULOACUPUNTURA?

É um tratamento de
microssistema da Medicina Tradicional Chinesa que utiliza diversos tipos de

estímulos dos pontos de acupuntura localizados no pavilhão auricular para


prevenir ou tratar os
desequilíbrios do organismo. Foi considerado pela
Organização Mundial da Saúde como um método

de tratamento pouco invasivo,


seguro e de fácil aceitação. 

No entanto, é de grande
importância que tenhamos conhecimento de como é que esses pontos
nas  orelhas
podem atuar no corpo todo.  Mas não podemos esquecer que a Medicina
Tradicional

Chinesa possui cinco grandes pilares para manter um indivíduo em


equilíbrio. São eles:

Dietoterapia;

Fitoterapia chinesa;
Meditação;

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Prática de exercícios como o Qi Gong ou Tai Chi


Chuan;

Acupuntura com suas diversas técnicas.

3.1 INDICAÇÕES

As indicações da auriculoacupuntura
é extensa e pode ser indicada para as mesmas
enfermidades tratadas com a acupuntura
sistêmica. As principais indicações são: 

Equilibrar as funções dos órgãos e vísceras;

Melhorar a qualidade do sono;


Controle da ansiedade, doenças degenerativas;

Auxiliar no tratamento de cefaleias, vícios, depressão;


Tratamento de lesões musculares, doenças reumáticas;

Tratamento de doenças endócrinas;


Tratamento de doenças circulatórias, respiratórias, digestivas,
cardíacas.

3.2 MECANISMO DE AÇÃO

Todo o pavilhão auricular é


ligado por uma rede nervosa derivada dos nervos espinhais e

cranianos com os
órgãos e vísceras, o que possibilita as diversas indicações de
tratamento. 

Devido à grande inervação é


possível utilizar o pavilhão auricular no diagnóstico, com a
investigação dos
pontos mais sensíveis e depois serem usados com um estímulo mais forte para

produzir o efeito terapêutico. 

A auriculoterapia estimula a
produção de corticoides gerando um efeito anti-inflamatório e

fortalece o
sistema imunológico. Todos os processos de recuperação ou prevenção são
mediados por

substâncias bioquímicas, porém, os resultados em enfermidades


crônicas podem demorar um pouco
mais para serem notados, mas é possível
diminuir a concentração dos medicamentos ou até a

suspensão do tratamento,
desde que acordado com o profissional prescritor. 

É necessário entender
algumas relações dos pontos auriculares com outros
sistemas orgânicos: 

Teoria dos canais e colaterais (Jing Luo): ao estimular um ponto


auricular, pode-se gerar

reações, sensações ou um reflexo em diversas partes do


corpo. Uma das regras da Medicina

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Tradicional Chinesa é que se um meridiano está


obstruído o paciente vai sentir dor, porque não
há fluxo de sangue nem energia;

Órgãos e vísceras (Zang Fu): como as doenças estão relacionadas


com um órgão ou uma

víscera, quando há um desequilíbrio o ponto reflexo na


orelha apresenta um sinal que pode ser

um ponto inflamatório, uma mancha ou


outro sinal;
Sistema Nervoso Central pode ser acessado, pois o pavilhão
auricular apresenta muitas

inervações e ramificações que são importantes para


obter o efeito terapêutico em praticamente

todo o corpo;

Sistema Nervos Autônomo Simpático é o responsável pelo comando


funcional de diversas
vísceras do organismo e o Sistema Nervoso Parassimpático
tem a função de fazer o organismo

relaxar.

TEMA 4 – PRINCIPAIS ESCOLAS

Como já citamos, na história


da auriculoacupuntura houve a tentativa de unificar os

conhecimentos e os mapas,
mas não foi possível, então, definiu-se a existência de duas escolas de
auriculoterapia:

Escola chinesa: fundamentada nos pilares da Medicina Tradicional


Chinesa;
Escola francesa: amparada nos fundamentos da neurofisiologia.

Ambas as escolas realizaram


muitas pesquisas que comprovaram os resultados  clínicos e

alcançaram um
alto nível de excelência. Como as escolas são internacionais sofrem distorções
de

tradução, diferenças nos mapas, uso de sinônimos na nomenclatura por alguns


autores que buscam

personalizar os materiais e até alguns autores acrescentam


pontos com base nas experiências clínicas
pessoais.

O futuro acupuntor deve


estar muito atento na escolha da escola que vai escolher para trabalhar,
pois
as duas escolas possuem como base a figura do feto na posição invertida, mas a
nomenclatura e

a distribuição dos pontos são diferentes, e misturar as duas


linhas de raciocínio irá confundir o

profissional e o organismo a ser tratado.

4.1 ESCOLA CHINESA

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É uma técnica desenvolvida


pela Dra. e Profa. Huang Li Chun que aplica o estímulo com duas

sementes de
mostarda em um sentido próprio, muita massagem e técnica de sangria em pontos
específicos. A grande vantagem com o uso das sementes duplas é estimular mais de
um ponto com o

mesmo adesivo.

Atualmente, algumas empresas


de material de acupuntura já estão fabricando as placas de

aurículo com
sementes duplas, mas ainda é possível montar a placa manualmente, basta comprar

uma placa de acrílico com furos próprios e preencher com as sementes de


mostarda, cobrir com
esparadrapo e filetar com o estilete.

Assim, como técnica, o


sucesso do tratamento depende de um bom diagnóstico, seleção dos
pontos,
localização dos pontos no pavilhão auricular, correta estimulação dos pontos. No
Brasil, a

técnica da Dra. Huang Li Chun ficou conhecida pelo livro


Auriculoterapia, escrito por Ernesto Garcia. 

4.2 ESCOLA FRANCESA

Foi desenvolvida pelo


médico  Dr. Paul Nogier (1951) que construiu o conceito de “homem na
orelha” no qual um homúnculo na forma de um feto invertido foi concebido
com a cabeça na região

do lóbulo e os membros no sentido superior da


orelha. 

É possível uma rápida memorização


da localização da grande maioria dos pontos auriculares, e

observar que,
no caso de alterações patológicas no corpo do paciente, poderá ocorrer uma
alteração

na orelha na região correspondente à parte do corpo


alterada. 

A técnica preconiza o uso de 30


pontos de ações gerais, que deve ser selecionado o uso de dez

agulhas, sendo
que a ordem deve ser sete agulhas para as queixas, a oitava agulha deve ser no
ponto
agressividade, a nona agulha deve ser na base do trago e a décima agulha
no ponto zero. A

localização dos pontos está associada com a formação dos


folhetos embrionários:  endoderma

(pulmão, diafragma, estômago, vesícula


biliar, pâncreas, fígado, bexiga etc.), mesoderma (pele,

músculos, coração,
crânio, órgãos genitais e rins), ectoderma (sistema nervoso central, tronco
cerebral, medula, pelos, unhas e algumas glândulas).

TEMA 5 – LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS AURICULARES

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Figura 5 – Acupuntura

Crédito: Smile Ilustra.

NA PRÁTICA

Devemos ter em mente todos esses conhecimentos básicos para


elaborar um diagnóstico

segundo a Medicina Tradicional Chinesa, revisar os


processos bioquímicos e fisiológicos para
conseguir explicar o desequilíbrio do
corpo humano, segundo a MTC, porém de acordo com a visão

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ocidental, para
facilitar a compreensão do paciente, uma vez que é uma técnica de tratamento de

fácil aplicação, rápida e segura.

FINALIZANDO

Esperamos que, nesta aula, o futuro acupunturista auricular possa


ter compreendido a

importância da história milenar para desenvolver esse


conhecimento que é considerado um
patrimônio cultural imaterial da humanidade,
segundo a Organização das Nações Unidas para

Educação, a Ciência e a Cultura


(Unesco). Espero ter sensibilizado sobre a importância dessa técnica

para que
cada um possa ser um profissional que faça a diferença na vida dos pacientes.

REFERÊNCIAS

DOUGLAS, W.
D. Auriculoterapia – auriculomedicina na doutrina brasileira. São Paulo:
Roca,

2004, 136 p.

GARCIA, E. G.
Auriculoterapia. São Paulo: Roca Ltda, 1999; 440 p.

MANN, F. Acupuntura:
a antiga arte chinesa de curar. São Paulo: Hemus, 1971. 208 p. 

SZABÓ, M.
V. R.; BECHARA, G. H. Acupuntura: bases científicas e aplicações. Ciência
Rural, Santa

Maria, v. 31, n. 6, p. 1091-1099, 2001.

YAMAMURA,
Y. Acupuntura tradicional: a arte de inserir. 2. ed. São Paulo: Roca,
2001, 920 p.

NEITER, F.
H. Atlas de anatomia humana. Porto Alegre: ARTMED, 2000. 

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