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APLICADA À ESTÉTICA
Gisele Andrade
Anatomofisiologia
dos vasos faciais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A compreensão e o conhecimento da anatomofisiologia dos vasos faciais
constituem a base da avaliação em consultório, juntamente com uma
anamnese detalhada. Esse conhecimento detalhado tem fundamental
importância na aplicação correta e eficiente de tratamentos faciais.
Deste modo, você vai aprender sobre as principais artérias e veias que
irrigam o pescoço e a cabeça e compreenderá melhor como ocorre esse
fluxo sanguíneo, a especificação da origem, do trajeto e as suas relações
com os músculos e a pele.
Vasos da cabeça
A artéria aorta irá se dobrar para formar um arco para a esquerda, o que origi-
nará três artérias (artérias da curva da aorta) que são: (1) tronco braquiocefálico
arterial, (2) artéria carótida comum esquerda, (3) artéria subclávia esquerda.
O tronco braquiocefálico arterial irá originar outras duas artérias: (4) artéria
carótida comum direita, (5) artéria subclávia direita (Figura 1).
2 Anatomofisiologia dos vasos faciais
Ramos anteriores:
A. tireóidea superior Laringe, glândula tireoide.
A. lingual Assoalho da boca, língua.
A. facial Região da face, superficial.
Ramo medial:
A. faríngea ascendente Faringe até a base do crânio.
Ramos posteriores:
A. occipital Occipúcio.
A. auricular posterior Região da orelha.
Ramos terminais:
A. maxilar Musculatura da mastigação, parte interna e
posterior do viscerocrânio, meninges.
A. temporal superficial Região temporal, parte da orelha.
angular, parte dela que acompanha ao longo do nariz até o ângulo interno do
olho para suprir as pálpebras.
Desprendendo-se da parte posterior da artéria carótida externa, ao nível
da origem da artéria facial, está a artéria occipital, que cruza a veia jugular
interna e sobe por trás do interstício estilodigástrico, sobre o ventre posterior
do músculo digástrico, sendo satélite desse músculo. Fornece numerosos ramos
musculares, entre os quais se destacam os ramos esternocleidomastoideos e o
ramo meníngeo, terminando nos planos superficiais da região occipital para
irrigar o couro cabeludo.
A artéria auricular posterior, mais fina que a anterior, também se dirige
para cima, com término no couro cabeludo, que forma uma espécie de rede
com os ramos das artérias occipital e temporal superficial. Relaciona-se com
o músculo estilo-hióideo e pelo ventre posterior do músculo digástrico, que
chega, assim, ao ápice do processo mastoide, onde se divide em seus ramos
terminais. Esta, denominada artéria temporal superficial é um dos ramos
terminais da carótida externa e a que continua o seu trajeto. Inicia-se atrás do
colo da mandíbula, sobe e atravessa anteriormente ao poro acústico externo,
dando origem aos ramos terminais, dois ou três centímetros acima do arco
zigomático (onde ela é muito superficial e sua pulsação pode ser sentida).
Irriga a região temporal, frontal, parietal e a glândula parótida, além do seu
ducto pelos ramos com esses nomes.
O maior ramo da carótida externa é a artéria maxilar, ela é muito impor-
tante porque irriga todas as regiões profundas da face e os dentes, alcançando
a face medial do músculo pterigoideo lateral para atravessar logo o interstício
que separa as duas cabeças do músculo. Se divide em uma parte auricular pro-
funda com ramos para: o meato auditivo externo, atimpânica para a membrana
do tímpano, artéria meníngea e artéria alveolar para gengiva e os dentes. A
segunda parte emite os ramos massetérico, temporal profundo, pterigóideo
e bucal. Os ramos da terceira parte são as artérias alveolar superoposterior,
alveolar superior média, infraorbitária, palatina descendente, artéria do canal
pterigóideo, faríngea e esfenopalatina. Observe a Figura 4 para aprender a
localização das artérias aqui citadas.
Anatomofisiologia dos vasos faciais 7
1. Seios da dura-máter.
2. Veias cerebrais e cerebelares.
3. Veias diplóicas.
4. Veias emissárias.
5. Veias do couro cabeludo.
6. Sistema venoso vertebral.
7. Veias superficiais e profundas da face e do pescoço.
que se situa ao lado da hipófise. Assim, o seio sagital superior e o seio reto
são os responsáveis pela drenagem da maior parte do sangue intracraniano.
As veias cerebrais e cerebelares vertem seu conteúdo nos seios da dura-
-máter. As veias diploicas desaguam nos seios da dura-máter ou nas veias do
couro cabeludo. As veias emissárias combinam uma rede entre os seios da
dura-máter e as veias extracranianas. Já as veias do couro cabeludo estabelecem
conexões entre a pele e os ossos do neurocrânio. Entre elas se destacam as
veias supra-orbital, occipital e a temporal superficial. E as veias alveolares
superiores e posteriores são acompanhadas das artérias dos mesmos nomes,
ocupando, portanto, os mesmos canais ósseos da maxila que alojam as artérias
e drenam as partes irrigadas por elas.
A veia facial comum inicia-se onde termina a artéria facial, próximo ao ângulo
medial do olho. Nesse local, ela recebe o nome de veia angular e comunica-se
com o seio cavernoso através das veias oftálmicas superior e inferior.
Do início à terminação, a veia facial percorre o comprimento da face, a
superfície da glândula mandibular e aprofunda-se na direção da veia jugular
interna. Suas tributárias correspondem aos ramos da artéria facial (nasal,
externa, labial inferior, submentonianae palatina externa), com exceção da
veia profunda da face, que não tem uma correspondente arterial. A veia facial
diferencia-se da artéria facial por ser mais calibrosa e retilínea. Ao passar a
base da mandíbula, ela continua superficial sobre a glândula submandibular
(a artéria facial é profunda em relação à glândula) e logo se reúne com o
ramo anterior da veia retromandibular. O tronco, assim formado (veia facial
comum), lança-se na veia jugular interna, geralmente, em conjunto com as
veias lingual e tireóidea superior, constituindo um tronco tireo-linguo-facial.
É natural que o enfoque dado às veias da face não seja tão minucioso quanto aquele
das artérias da face.
Figura 5. (1) Espessura relativamente fina e delicada; (2) da artéria temporal superficial;
(3) artéria supraorbital e supratroclear; (4) artéria supraorbital e supratroclear; (5) artéria
palpebral superior; (6) artéria angular; (7) artéria palpebral inferior; (8) artéria infraorbitária;
(9) veia zigomático-palpebral; (10) artéria nasal dorsal; (11) artéria angular; (12) veia zigo-
mática palpebral; (13) veia zigomática palpebral; (14) artérias angulares e parte da artéria
labial superior; (15) artérias labiais superiores e inferiores; (16) artérias labiais superiores e
inferiores; (17) ramos arteriais oriundos da artéria facial; (18) trajeto da artéria facial; (19)
ramos arteriais dos lábios superior e inferior; (20) ramo arterial do lábio inferior; (21) artéria
facial; (22) região mandibular anterior.
Fonte: Tamura (2013, p. 235).
Anatomofisiologia dos vasos faciais 11
Leituras recomendadas
MADEIRA, M. C. Anatomia da face: bases anatomofuncionais para a prática odonto-
lógica. 8. ed. São Paulo: Sarvier, 2012.
OLIVEIRA, R. E.M. et al. Ramos colaterais do Arco aórtico do preá (Galea spixii Wagler,
1831). Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, v. 35, n. 8, p. 762-766, ago. 2015.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
-736X2015000800762>. Acesso em: 15 set. 2017.
SARACCO, C. G.; CRABILL, E. V. The muscles of facial expression. The head and neck,
Pittsburgh, p.117–127, 1994.
VELAYOS, J. L.; SANTANA, H. D. Anatomia da cabeça e pescoço: enfoque estomatológico.
3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.