Você está na página 1de 49

FARMACOLOGIA

1
Sumário

Sumário .................................................................................................................... 1

NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 2

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3

CONCEITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................. 3

FARMACOCINÉTICA – VISÃO GERAL..................................................................... 4

INGREDIENTES COSMÉTICOS ................................................................................ 7

MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ........................................................................... 13

CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM COSMETOLOGIA ........................................... 15

VIAS DE PENETRAÇÃO DA PELE E DE HIDRATAÇÃO ....................................... 16

A IMPORTÂNCIA DA HIDRATAÇÃO ...................................................................... 17

FORMAS DE APRESENTAÇÃO DOS COSMÉTICOS (VARIAÇÕES DE VEÍCULOS)


.................................................................................................................................. 18

CONCEITOS DE QUÍMICA....................................................................................... 19

ALTERAÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS DOS COSMÉTICOS ................................... 23

A ELABORAÇÃO DO PRONTUÁRIO ...................................................................... 24

IMUNOLOGIA CUTÂNEA E COSMETOTOXICIDADE: VISÃO GERAL ................. 25

COSMETOLOGIA APLICADA ................................................................................. 44

ACNE: CUIDADOS COSMÉTICOS .......................................................................... 45

CLASSIFICAÇÃO DA ACNE .................................................................................... 46

REFERENCIAS ......................................................................................................... 48

1
NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

2
INTRODUÇÃO

O presente Estudos e Pesquisa foi elaborado com o objetivo de propiciar


conhecimento e direcionamento para os estudos em Farmacologia e Cosmetologia. A
disciplina visa a oferecer a fundamentação teórica necessária para a prescrição
cosmética, considerando a elaboração adequada do prontuário, o veículo, as
incompatibilidades, o pH, entre outros aspectos.

Tudo foi pensando com base nas horas que você dedica ao trabalho destinado
às atividades educativas bem como às práticas desenvolvidas no ambiente
universitário. No entanto, você é protagonista da história que estamos construindo,
portanto, tenha esse caderno como direção, mas não se limite a ele.

A Farmacologia é uma ciência biomédica que estuda o comportamento de


moléculas ativas com finalidade de diagnóstico, cura ou tratamento de doenças. A
Cosmetologia é uma ciência farmacêutica que estuda o desenvolvimento de produtos
para limpar, alterar a aparência, perfumar e/ou corrigir odores corporais. Como
integrar essas ciências, a princípio tão antagônicas, para o estudo dos cuidados com
condições inestéticas?

Basicamente, os conceitos de Farmacologia são aplicáveis em Cosmetologia:


os ingredientes cosméticos possuem mecanismos de ação semelhantes aos da
pesquisa com fármacos. Conhecimentos de Farmacologia são importantes para uma
visão ampliada e segura durante o planejamento da prescrição cosmética,
especialmente porque estamos tratando de prontuários individualizados, já que cada
paciente é único em suas necessidades estéticas.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS

A Farmacologia é a ciência que estuda os mecanismos de ação das


substâncias utilizadas para diagnóstico, tratamento ou cura de doenças, bem como
seu comportamento no organismo. Um fármaco é um agente químico que proporciona

3
efeito terapêutico ou preventivo. As formulações que levam fármacos em sua
composição são denominadas medicamentos.

A expressão “tratamento cosmético” é erroneamente utilizada entre


profissionais do ramo, considerando que apenas os fármacos, nas formulações de
medicamentos, são agentes de tratamento de doenças. O termo remédio, por vezes
atribuído aos medicamentos, constitui-se, na realidade, qualquer recurso que tenha
efeito terapêutico para o paciente. É o caso, por exemplo, das terapias manuais para
pessoas estressadas ou depressivas ou um simples banho relaxante.
As formas farmacêuticas são as formas como os medicamentos prontos são
apresentados aos pacientes. Como exemplo, citamos:

» formas farmacêuticas sólidas: cápsulas, comprimidos;


» formas farmacêuticas líquidas: xaropes, suspensões, soluções;
» formas farmacêuticas semissólidas: géis, cremes, loções, pomadas.

Cosméticos podem ser considerados remédios? Cosméticos não possuem


finalidade terapêutica, portanto, não são remédios.

FARMACOCINÉTICA – VISÃO GERAL

A Farmacocinética é a parte da Farmacologia que estuda o comportamento do


organismo em relação ao fármaco, isto é, o que o organismo faz com o fármaco, como
ocorre seu processamento em termos de:
1. absorção;
2. metabolização;
3. distribuição;
4. eliminação do organismo.

Absorção: é a passagem da substância ativa do local onde foi administrada


para a corrente sanguínea, sem que se desintegre. Pode-se dizer que existe absorção
de cosméticos, considerando que levam substâncias com comportamento de
fármacos, mas não são medicamentos? Novamente, como os cosméticos não

4
possuem ação terapêutica, não são absorvidos pela pele. Outro aspecto importante é
que as moléculas ativas geralmente são muito grandes para passar pela pele.

Metabolização: consiste em um conjunto de reações químicas que tornam a


molécula realmente ativa e/ou mais facilmente absorvida, geralmente conferindo-lhe
hidrossolubilidade. Como estudaremos os cosméticos de uso interno, torna-se
relevante abordar alguns aspectos sobre o metabolismo hepático:

1. O fígado possui uma rede de processamento de substâncias que chegam até ele
via circulação, feito pelo sistema de enzimas do tipo mono-oxigenases, do citocromo
P450. Essas enzimas podem sofrer aumento da atividade através do aumento do
número de enzimas, o que chamamos de indução. Este efeito pode ou não causar
toxicidade, a depender da substância que está sendo processada.

2. O fígado também é responsável pelo efeito de primeira passagem: alguns fármacos


sofrem metabolização tão extensa que a quantidade que chega na corrente sanguínea
acaba sendo muito menor que a quantidade administrada e absorvida.

Eliminação: É a saída dos fármacos do organismo. Geralmente analisa-se a


eliminação em termos de Clearance, que é o volume de plasma sanguíneo livre do
fármaco por unidade de tempo.
Distribuição: é a passagem da substância ativa da corrente sanguínea para os
tecidos que são os locais de ação dos fármacos. Exemplo: produtos para dor de
cabeça vão agir na vascularização do sistema nervoso
central.
Chamamos de biodisponibilidade a estimativa da velocidade e tempo gasto
para uma molécula chegar à corrente sanguínea, bem como qual a quantidade
disponível. Alguns fármacos podem se acumular no tecido adiposo, nos ossos,
dentes, olhos, atravessar a barreira hematoencefálica (que protege o sistema nervoso
central de substâncias circulantes) e, no caso das gestantes, podem atravessar a
barreira placentária. Por isso, todo cuidado é pouco na seleção de fármacos para
administração em qualquer tipo de paciente.
São fatores que influenciam o sucesso terapêutico:

5
» forma farmacêutica administrada;
» como ocorreu a administração (via oral, via tópica, injetável – intramuscular,
intravenosa etc.);
» forma de movimento do fármaco no organismo.

A forma de movimento do fármaco no organismo está relacionada ao modo


como a molécula ativa entra na célula. São os três movimentos principais:
1. difusão (passagem) simples direta pela membrana, sem gasto de energia na forma
de ATP, comum para moléculas lipossolúveis;
2. difusão facilitada por canais iônicos (canais formados por proteínas carreadoras
que levam a molécula de fora para dentro da célula), sem gasto de energia;
3. transporte ativo através de canais proteicos, com gasto de energia.

Após atingir o crescimento máximo, as cicatrizes hipertróficas regridem


espontaneamente até que retornem ao aspecto de uma cicatriz normal. Ocorre
predominantemente nas superfícies flexoras, estando relacionada ao movimento da
região afetada, sendo que o tamanho da lesão está normalmente relacionado à
gravidade do trauma. As cicatrizes hipertróficas caracterizam-se pela presença de
pequenos vasos sanguíneos, fibras colágenas pequenas desordenadamente
agrupadas em nódulos.
Tratamento: O tratamento de queloides e cicatrizes hipertróficas é o mesmo,
considerando que é difícil diferenciar as lesões clinica e microscopicamente. Deve-se
evitar a manipulação excessiva e traumatismo nos tecidos, diminuindo a tensão na
cicatriz. A prevenção de hematomas e infecções são medidas que contribuem para a
obtenção de cicatrizes menos inestéticas e melhor camufladas por cosméticos. Deve
ser ressaltada também a aplicação de procedimentos físicos na terapêutica
complementar do queloide. Alguns exemplos são a hidroterapia, o emprego de
massagens, roupas compressoras e ultrassom.

6
INGREDIENTES COSMÉTICOS

 Óleo de Rosa Mosqueta: Contém ácidos graxos fundamentais para a


manutenção da integridade da pele e da estrutura das membranas celulares,
sendo principalmente os ômegas 3, 6 e 9, e ácido transretinoico ou tretinoína
natural (entre 0,01 e 0,1%). Uso de 5 a 10%.

 Heparina: a heparina, além do seu uso na prevenção de problemas


relacionados à coagulação, também é empregada topicamente para o
tratamento de alterações cutâneas inflamatórias e edematosas. A heparina se
infiltra por via transepidérmica no tecido conjuntivo, exercendo ação
antiedematosa e regeneradora de células e tecidos. Entre outros efeitos, a
heparina se fixa à superfície do colágeno cicatricial, inibindo a progressão da
polimerização deste, melhorando o aspecto da cicatriz. Pode ser usada de
10.000 a 50.000 UI%.

 Alantoína: a alantoína é o produto final da metabolização da purina, estando


amplamente disseminada em organismos animais e vegetais. A alantoína vem
sendo utilizada por suas propriedades cicatrizantes, mesmo antes de se ter
comprovado experimentalmente suas propriedades queratolíticas, hidratantes
e epitelizantes. Na cicatrização, a queratólise branda tem efeito amaciante e
proporciona maior capacidade de retenção de umidade e, com isso, o
alisamento da superfície cutânea e maior elasticidade da cicatriz. A propriedade
facilitadora da penetração melhora a eficácia de produtos tópicos, por promover
a atuação dos outros componentes no local. O efeito anti-irritante combate o
prurido que frequentemente acompanha a formação de cicatrizes. Usado de
0,5 a 3%.

 Utricosmética e nutracêuticos: Legalmente considerados como produtos


alimentícios, os produtos de uso oral de finalidade cosmética representam
atualmente uma fração importante do mercado de suplementos dietéticos. Os
nutricosméticos são geralmente comprimidos ou cápsulas (também podendo
ser líquidos, geralmente na forma de shakes) constituídos de pelo menos um

7
dos seguintes ingredientes: vitaminas, minerais, fitoextratos, aminoácidos e
ácidos graxos. A proposta destes produtos está em melhorar as condições
relacionadas a linhas de expressão, textura do cabelo e pele, melhora da
lipodistrofia ginoide, aumento da resistência das unhas, preparação da pele
para exposição solar, fotoproteção ou até mesmo promover o emagrecimento,
apesar de estarem mais relacionados às propriedades anti-aging. Os
nutracêuticos são alimentos ou frações de alimentos que atuam na prevenção
e/ou tratamento de doenças. Abrangem de nutrientes isolados, suplementos
dietéticos e dietas até produtos planejados e alimentos processados tais como
cereais, sopas e bebidas. Portanto, entende-se que os nutricosméticos são
produtos de potencial nutracêutico, mas não se destinam a tratar doenças,
sendo cuidados cosméticos complementares. A prescrição desses produtos
não é exclusivamente médica, uma vez que os produtos são de linha nutricional
e podem ser vendidos até mesmo sem receituário. Contudo, este é um grande
atrativo para os tratamentos cosméticos e se constituem um diferencial forte
para o profissional de estética, uma vez que é um recurso visto como tecnologia
de ponta. A prescrição de nutricosméticos envolve conhecer a função e
composição química de cada ingrediente (no caso de produtos naturais, a
presença de itens como flavonóides, taninos etc.), bem como as dosagens e
características dos produtos (como a diferenciação de pó e extrato-seco de
origem vegetal). As associações em fórmulas devem respeitar a necessidade
de cada paciente, considerando peso, idade e histórico de consumo de
produtos, para pesquisar alergias, resultados positivos e negativos. É
fundamental registrar todos os produtos utilizados e as prescrições atuais, além
da evolução do paciente. Qual é de fato a diferenciação de pó e extrato-seco
de origem vegetal? O extrato seco é mais rico em substâncias ativas que o pó.

 Vitaminas A (retinol): importante na regulação do funcionamento das glândulas


sebáceas, melhora da textura da pele e da renovação celular, é usada de 5.000
a 10.000UI/dia.

 B6 (piridoxina): atua na inibição da 5α-redutase, evitando o processamento de


testosterona em 5-DHT, melhorando os níveis de oleosidade e

8
consequentemente de queda capilar. Usada de 10 a 300mg/dia. Porém, o uso
da substância pura é pouco indicado, por causar dores abdominais.
Geralmente é usada no Pill Food.

 C (ácido ascórbico): potente antioxidante com importante papel na regulação


da imunidade. Usado de 250mg a 1g/dia, em até 3 administrações.

 D (colecalciferol): importante para fixação de cálcio nos ossos tem ação anti-
aging e protege o corpo de neoplasias malignas, doenças infecciosas e
autoimunes. Usada de 200 a 400UI/dia, em até 2 administrações.

 E (tocoferol): antioxidante potente, cujo uso prolongado melhora também a


fertilidade. Seu uso diminui muito os radicais livres gerados também pela
exposição solar. Usada de 50mg a 150mg, com dosagem máxima de 400UI/dia
em até 3 administrações. O uso tópico em fotoprotetores confere bronzeados
mais duradouros.

 Ácido alfa-lipoico: potente antioxidante, usado de 200 a 500mg/dia.

 Açaí extrato seco: rico em polifenois é útil na prevenção de lesões celulares por
espécies reativas ao oxigênio (ROS) e outros radicais livres, além de doenças
cardiovasculares e neoplasias malignas. Usado até 1g por dia, em até 3
administrações.

 Betacaroteno: precursor da vitamina A no organismo, usado de 30 a 300mg/dia,


sendo que as doses maiores que 100mg são para finalidade de fotoproteção
sistêmica.

 Bioarct: Extrato da alga Chondrus crispus, que se desenvolve nas águas do


Mar Ártico e é submetida às condições de luz e frio extremos (inverno) das
áreas polares. Essas condições de estresse resultam na síntese de moléculas
de hibernação composto por várias moléculas protetoras e energizantes: Se,

9
Zn, ácido ascórbico, taurina e o dipeptídeo citrulil-arginina. Usado de 30mg a
1g por dia, em até 3 administrações.

 Cápsulas oleosas de linhaça: ricas em ácidos graxos (w-3, 6 e 9), tem ação
antioxidante e laxativa suave: o óleo lubrifica o intestino e melhora o trânsito
intestinal. Usado de 500mg a 1g/dia em até 2 administrações.

 Castanha da índia: extrato empregado na melhora da circulação, com bons


resultados em varizes e celulite. Usado de 150mg a 1g/dia em até 3
administrações.

 Centella Asiática: extrato rico em ácido asiático empregado para a melhora da


celulite. Usado de 150mg a 1g/dia em até 3 administrações.

 Chá Verde: antioxidante rico em polifenois com atividade diurética em longo


prazo. Melhora o metabolismo de lipídios. Usado de 150mg a 1g/dia, em até 3
administrações.

 Coenzima Q-10: potente antioxidante que melhora quadros como a hipertensão


arterial e problemas de metabolismo de lipídios. Usado de 10 a 50mg/dia.

 Colágeno: fornece importantes aminoácidos para o organismo, oferecendo


melhora da flacidez com o uso prolongado. Uso de 1g a 3g por dia, em até 3
administrações.

 Exsynutriment: Ácido Ortosilícico – Si(OH)4 – ligado ao Colágeno Marinho. O


silício possui funções importantes para a formação e a manutenção do tecido
conjuntivo. A ligação aos aminoácidos do hidrolisado de colágeno marinho evita
que, durante o trânsito no trato gastrintestinal, a formação de sílica, uma forma
de silício biologicamente inativa. A suplementação de silício orgânico permite
que o ácido hialurônico tecidual ganhe uma configuração química estrutural que
o permite formar redes de ligação com as moléculas de água. Considerando

10
que o ácido hialurônico adsorve até 90% do seu peso em água, o consumo do
silício orgânico é fundamental para a adequação da hidratação. O consumo de
Exsynutriment e Bioarct favorece a redução de linhas de expresão, melhora na
textura capilar, resistência das unhas e melhora do aspecto da pele. É usado
de 60 a 300mg/dia, em até 3 administrações.

 Hamamelis: extrato rico em taninos de potente ação adstringente, com bons


resultados em problemas circulatórios. É usado de 150mg a 1g/dia em até 3
administrações.

 Licopeno: antioxidante e detoxificante principalmente para fumantes, etilistas


e pessoas com alta ingestão de produtos gordurosos. Melhora a renovação e
regeneração celular, prevenindo o envelhecimento e neoplasias malignas.
Usado de 5 a 10mg/dia. Existem algumas variações de extratos menos
concentrados ou blends que podem ser usados em diferentes concentrações,
a depender do fabricante.

 Pantogar: blend de ingredientes como colágeno e ácido paraminobenzóico, é


útil para melhorar a nutrição capilar, melhorando a queda. A administração ideal
é de 3 cápsulas ao dia após as refeições.

 Pholia Magra: popularmente conhecida como “erva antibarriga”, tem ação


termogênica, diurética e sacietogênica sibutramina-like. Usado de 150 a
500mg/dia em até 2 administrações.

 Resveratrol: flavonoides extraídos da uva, com potente ação antioxidante.


Previne doenças cardiovasculares, neoplasias malignas e demais doenças por
radicais livres.

 Zinco quelado: antioxidante que atua também no controle da oleosidade e na


imunorregulação. Usado de 10 a 15mg/dia.
 Geleia real: produto secretado pelas glândulas mandibulares das abelhas, rico
em vitaminas A, C, E, B1, B2, B5, B6, ácido fólico, cálcio, cobre e selênio. O

11
produto geralmente está disponível em barra e as porções devem ser
consumidas conforme especificações do fabricante. Melhora o aspecto da pele
e couro cabeludo, justamente por melhorar a qualidade da nutrição específica
para essas finalidades.e cascatas desinalização dentro da célula. A estes
fármacos dá-se o nome de agonista. Exemplo: O corpo libera naturalmente
adrenalina na corrente sanguínea, que se liga a seus receptores específicos
em determinados órgãos. Existem moléculas para o tratamento da asma, por
exemplo, que possuem estrutura semelhante à da adrenalina, para ligar-se aos
mesmos receptores apenas nas vias aéreas e ativá-los, causando dilatação
para maior passagem de ar.

O sinergismo entre fármacos acontece quando duas ou mais moléculas, quando


associadas na administração, potencializam um único efeito, por mecanismos
semelhantes ou diferentes. Exemplos em cosmetologia: controladores de oleosidade
e adstringentes, quando associados, favorecem a eliminação de comedões, no
tratamento da acne.

Os fármacos que se ligam a um receptor para bloquear a ação das substâncias


endógenas são chamados de antagonistas. Exemplo: Existem moléculas
semelhantes à adrenalina que se ligam aos receptores para adrenalina no coração,
visando reduzir a frequência cardíaca e a força de contração, no intuito de controlar a
pressão arterial: sem a ligação de adrenalina, o coração não recebe estímulo para
fazer mais força /contrações que o necessário, o que colabora para o abaixamento da
pressão arterial.

Natureza da atividade farmacológica: são diferenças existentes para receptores de


ação reguladora sobre funções fisiológicas. São classificadas em:

» antagonismo competitivo: quando duas substâncias disputam a ligação pelo mesmo


alvo. Vence a que tiver o melhor perfil químico para se ligar ao alvo;

» antagonismo químico: ocorre alteração da estrutura química de um fármaco, o que


causa perda da função original;

» antagonismo fisiológico: ocorre alteração da função de um fármaco por outro, sem


alteração da estrutura química;

12
» antagonismo farmacocinético: ocorre alteração dos parâmetros farmacocinéticos
(absorção, metabolismo, distribuição, excreção) de um fármaco por outro.

Como prevenir erros de prescrição conhecendo a natureza da atividade


farmacológica das substâncias? Se duas ou mais substâncias apresentam qualquer
tipo de antagonismo, não devem, portanto, ser associadas na mesma formulação nem
administradas simultaneamente.

Quando um fármaco é administrado de maneira contínua ou repetida (não


necessariamente por erros de medicação), existe o risco de desenvolvimento de
taquifilaxia, que é a perda do efeito do fármaco por alterações causadas ou mesmo
perda dos alvos no organismo.

Diferentemente desta condição, enquadra-se o conceito de adaptação


fisiológica, que é a redução do efeito de um fármaco por respostas do organismo que
tendem à condição de homeostase, o que gera tolerância ao fármaco.

MEDIADORES INFLAMATÓRIOS

O processo inflamatório é uma resposta do organismo que se inicia nos vasos


sanguíneos em direção aos tecidos quando há lesão por qualquer agente etiológico.
A finalidade da inflamação é proteger o organismo através de mecanismos para
destruição e eliminação do agente etiológico, além de reparar a área afetada. Desta
forma, pode-se entender que existem diversos tipos e intensidades de inflamação,
variando o agente e a área afetada.

Quando são exagerados, os processos inflamatórios causam doenças como


processos dolorosos, alergias, autoimunidades e destruição tecidual. O controle da
inflamação, atualmente, é feito principalmente com anti-inflamatórios não esteroidais
e corticoterapia, a depender do caso.

Não existe uma sequência exata estrita para os eventos da inflamação, isto é,
as etapas podem ocorrer simultaneamente, porém, três fases principais podem ser
identificadas:

13
1. Fase aguda de fenômenos vasculares: ocorre vasodilatação, aumento do fluxo
sanguíneo e da permeabilidade vascular, com extravasamento de proteínas e outras
biomoléculas.

2. Fase tardia: ocorre infiltração de células do sistema imune como neutrófilos e outros
fagócitos por diapedese e migração dessas células para o local da inflamação, para
captura e destruição do agente causador da inflamação.

3. Fase de degeneração tecidual com fibrose.

O conhecimento das principais substâncias envolvidas na inflamação torna-se


importante para os estudos de farmacologia e cosmetologia, considerando que,
conhecendo como mediam os processos inflamatórios, pode-se planejar melhor os
cuidados cosméticos para diversas condições inestéticas associadas à inflamação,
como a acne e as cicatrizes.

Os mediadores da inflamação são os responsáveis pelo caráter considerado


uniforme dos processos inflamatórios, não importando se o agente etiológico é uma
bactéria, um corpo estranho, radiação etc.

A depender da doença (ex.: alergias, neoplasias malignas, psoríase), apesar


dos mediadores serem quimicamente semelhantes, as associações fisiologicamente
programadas variam, inclusive em quantidade.

Principais mediadores dos processos inflamatórios:

» Histamina: encontrada pré-formada na maioria dos tecidos corporais, tem sua ação
condicionada aos receptores onde se liga, a saber:

› Receptores H1 (várias regiões corporais): contração da musculatura lisa, brônquios,


bronquíolos; edema, eritema, prurido, aumento da secreção de muco e da
permeabilidade de capilares; indução de vômito.

› Receptores H2 (estômago): estimula a secreção de suco gástrico.

» TXA2 (Trombxano A2): faz vasoconstrição e estimula a agregação plaquetária.

» PAF (Fator de Agregação Plaquetária): estimula a agregação plaquetária, é

vasodilatador, aumenta a permeabilidade vascular e tem ação quimiotática (atração)


de células imunológicas para o local da inflamação.

14
» Bradicinina: ação vasodiltadora, aumenta a permeabilidade vascular, estimula a
contração do intestino. Em casos onde há parasitoses intestinais envolvidas, a
contração do intestino é importante para a eliminação do parasita nas fezes.

Prostaglandinas

» PGE2:reduz o limiar da nocicepção, tem ação sinérgica com substâncias que


causam dor por estimulação das terminações nervosas, causa febre e
broncoconstrição.

» PGI2: tem ação vasodilatadora e antiagregação plaquetária.

Leucotrienos

» LTB4 (Leucotrieno B4): promove adesão, ativação e proliferação de células

imunológicas.

» LTC4 (Leucotrieno C4): broncoconstritor.

» LTD4 (Leucotrieno D4): vasodilatador.

» LTE4 (Leucotrieno E4): vasoconstritor.

A organização é regida pela programação do sistema imune; quando há falhas


no controle da imunidade, podem ocorrer doenças como as autoimunidades.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM COSMETOLOGIA

» Cosméticos: formulações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas


parauso externo (cabelo, pele, unhas, lábios, dentes e mucosa da cavidade oral) com

15
finalidade exclusiva de limpar, alterar a aparência, perfumar e/ou corrigir odores
corporais, para proteger a pele ou mantê-la em bom estado (sadia).

» Cosmecêuticos: termo não reconhecido pela Anvisa nem pelos órgãos regulatórios
de produtos cosméticos e farmacêuticos internacionais. Indica cosméticos cujas
fórmulas possuem propriedades terapêuticas associadas, sendo usados nos
“tratamentos cosméticos”. São produtos para acne, caspa, esmalte para micoses etc.

» Grau de risco I: produtos isentos de registro do Ministério da Saúde, oferecendo


riscos mínimos ao usuário. Ex: shampoos/condicionadores comuns, hidratantes etc.

» Grau de risco II: produtos que devem ter segurança e eficácia comprovadas, além
do registro no Ministério da Saúde. Ex: produtos para acne, despigmentantes,
anticaspa, para micoses, para área dos olhos, filtros solares, para uso nas mucosas
(como as soluções para bochechos) e produtos de uso infantil.

» Cosméticos naturais: estendem seus efeitos para todo o organismo. As fases


oleosas são feitas com ceras e esqualeno naturais, além da lanolina e ésteres,
fosfolipídios derivados biológicos. Não são usados produtos sintéticos nem
conservantes sintéticos. Os ativos são todos naturais. Ex.: blend (mistura) de óleos
naturais.

» Produtos orgânicos: produtos com certificação diferencial conferida por órgão

competente (como o EcoCERT), cuja formulação não leva itens sintéticos como
silicones, fragrâncias, polietilenoglicol (PEG), corantes, derivados do petróleo nem
produtos de origem animal. Todos os componentes da fórmula são exclusivamente
naturais e seguem rígidos padrões de produção (sem agrotóxicos, processamento em
indústrias de padrão trabalhista ouro etc.) sendo, portanto, certificados. Não são feitos
testes em animais. No mínimo, 95% dos produtos envolvidos (e a empresa) devem
ser certificados. Os produtos são livres de metais pesados, toxinas e OGM
(organismos geneticamente modificados – os transgênicos).

Atenção: Cosméticos tradicionais podem ter ingredientes naturais.

VIAS DE PENETRAÇÃO DA PELE E DE HIDRATAÇÃO

16
É fundamental diferenciar:

Óstio: local de saída da secreção gerada pela glândula sebácea e dos pelos.

Poro: local de saída de glândula sudorípara.

São vias de penetração dos princípios ativos na pele:

» transdérmica: substâncias de baixo peso molecular, caráter anfótero (isto é, são


hidrossolúveis e lipossolúveis), passam pela pele e caem na corrente sanguínea. Uso
exclusivo de medicamentos.

» transfolicular: passam entre o folículo piloso e a papila dérmica. Área com pouco
pelo (especialmente idosos), tem hidratação mais difícil, por deficiência neste
mecanismo, já que o folículo fica obstruído.

» transcelular: por difusão, os ativos passam de uma célula para a outra. Ocorre
principalmente com ativos lipofílicos. O pH alcalino aumenta emoliência da pele por
clivagem da queratina da camada córnea; por isso, o caráter alcalino tem maior
permeabilidade da pele, um fator de risco para uso do produtos.

A IMPORTÂNCIA DA HIDRATAÇÃO

A redução da espessura da pele e do tecido subcutâneo, por ação química e/ou


ambiental, são os principais mecanismos de desidratação, além da nutrição
inadequada. A perda de água transepidermal, entendida como a evaporação da água
dos tecidos mais profundos até a epiderme, ocorre naturalmente na pele, até mesmo
para regulação de temperatura corporal. É importante que qualquer produto cosmético
possa proporcionar hidratação, para garantir a integridade do tecido e para que o ativo
exerça sua função corretamente.

São vias de restauração da hidratação da pele por cosméticos:

» oclusão: os poros são obstruídos e a água da pele não evapora.

» umectação: são usados ativos higroscópicos para reduzir a volatização da água da


superfície da pele.

17
» restauração: feita através de elementos originais da pele como proteínas
(hidrolizados– para maior absorção), colágeno, carboidratos e lipídeos que são
inseridos nas fórmulas. Também podem ter filtro solar.

FORMAS DE APRESENTAÇÃO DOS COSMÉTICOS (VARIAÇÕES DE


VEÍCULOS)

» Cremes: são emulsões óleo/água ou água/óleo de boa consistência (maior

viscosidade).

» Loções: microemulsões de baixa ou média viscosidade.

» Géis: redes poliméricas hidratáveis (natrosol, carbopol, aristoflex, pemulen, sepigel,


etc.) de boa consistência em geral. São os veículos mais escolhidos para peles
oleosas.

» Leites: microemulsões de pouca viscosidade, para limpeza de pele.

» Tônicos: soluções vasodilatadoras, refrescantes, rubefacientes e cicatrizantes. São


próprias para recuperar a nutrição, ph e tônus da pele (izotonizantes). Finalizam a
etapa de limpeza.

» Sticks: preparações sólidas de ácidos graxos e álcool etílico, solidificados por

estearato de sódio. Podem ser hidratantes, despigmentantes etc.

» Óleos: preparações de origem vegetal/animal, líquidos à temperatura ambiente.

» Sabonetes: líquidos, glicerinados, barra (tradicionais), shower gel, esfoliantes,

antissépticos (íntimos).

» Shampoos: De pH alcalino, podem ser: hidratantes, anticaspa, antiresíduos, infantis,


antiqueda etc.

18
CONCEITOS DE QUÍMICA

» pH: índice de acidez tolerado por áreas corporais ou substâncias ativas. Varia de 0
a 14, sendo que até 7 o pH é ácido, em 7 é neutro e de 7 a 14 é alcalino ou básico. O
Ph das diferentes áreas corporais está no quadro a seguir.

Quadro 1 – Faixas de pH do corpo

Axilas 6,3 a 6,5

Costas 4,5 a 4,8

Cabelo 4,5 a 4,7

Coxas 6 a 6,1

Mãos 4,3 a 4,6

Nádegas 6,4 a 6,5

Pés 7 a 7,2

Face 4 a 4,8

Seios 6 a 6,2

Tornozelos 5,9 a 6,1

Fonte: BATISTUZZO, 2009.

Conhecer o pH das diferentes áreas corporais é fundamental para a escolha do


cosmético: produtos muito ácidos ou muito alcalinos podem causar danos sérios às
áreas onde são aplicados, como queimaduras e lesões. Além disso, observar o pH
das substâncias é fundamental para que possam ser associadas sem que hajam
incompatibilidades.

» Solubilidade: capacidade de uma substância se dissolver na presença de outra.

Podem ser classificadas em: insolúveis (caráter hidrofílico/fábico), pouco


solúveis, livremente solúvel, solúvel.

» Fotossensibilidade: característica das substâncias que podem ser alteradas/

19
inativadas pela luz.

» Higroscopicidade: capacidade de uma substância agregar água para sua estrutura.

Ex.: as substâncias com sódio (Na+2).

Porque certos produtos cosméticos importados mudam de aspecto/odor


quando chegam ao Brasil? Produtos fabricados na França, por exemplo, são
planejados para serem estáveis nas condições climáticas locais. Trazer estes
produtos para zonas climáticas diferentes implica provável perda da estabilidade.

Atualmente, além da classificação tradicional dos fototipos de pele conforme


Fitzpatrick, a classificação da pele em 16 tipos, definida em 2006 pela dermatologista
norte-americana Leslie Baumann, tem sido amplamente divulgada e utilizada, já que
fornece outros critérios de seleção como tendência a ruborização e descamação.

1. Pele oleosa, sensível, não pigmentada com tendência a rugas.

Apresenta poros dilatados e rugas precoces por ter camada fina; não bronzeia,
mas queima.

» Fotoproteção constante/creme oil-free ou gel. Usar anti-inflamatórios e calmantes


suaves (evitar corticoides) em todos os produtos. Ex: extratos glicólicos de camomila,
calêndula, alfabisabolol.

» Evitar usar chá verde e zinco (pelo forte sinergismo para ação secativa) e vitamina
C (pela tendência à rugas). São ativos para absorver a oleosidade excessiva:
sebonormine, silica shells (anti-oil spheres), matipure. Usar clareadores com pH mais
próximo de 7.

2. Pele oleosa, sensível, não pigmentada e firme

Poros não muito dilatados, vascularização aparente e fácil ruborização, com


descamações.

» fotoproteção constante: loção/creme oil-free ou gel.

» Usar anti-inflamatórios e calmantes suaves (evitar corticoides).

» Chá verde e zinco: podem ser usados para efeito secativo associado, silicatos em
caso de extrema oleosidade, nas primeiras semanas de tratamento. Evitar o uso de
DMAE.

20
3. Pele oleosa, sensível, pigmentada e propensa a rugas

Pode apresentar acne e dermatites fortes. Bronzeia fácil, com rugas precoces por ter
camada fina. Manchas são comuns.

» Usar filtro solar físico (óxido de zinco/dióxido de titânio).

» Tensores: elastinol+R, Lys-lastine.

» Evitar chá verde/zinco/vitamina C (sensibilidade da pele/propensão às rugas).

» Clareadores: usar os com pH próximo a 7.

4. Pele oleosa, sensível, pigmentada e firme

Pode apresentar acne e processos inflamatórios muito fortes. Muitas reações


alérgicas, possíveis sardas. Manchas mais resistentes aos tratamentos.

» Usar: ácido kógico, ácido salicílico, microesponjas de retinol.

» Chá verde, zinco, vitamina C: podem ser usados junto com glucans.

» FPS em gel creme/creme oil-free.

5. Pele oleosa, resistente, pigmentada e propensa a rugas

Aparência lustrosa, poros dilatados, acne rara.

» FPS em creme oil free.

» Usar coenzima Q10 e lipossomas hidratantes, DMAE, ácido glicólico, microesponjas


de retinol.

» Usar silicatos com zinco para reduzir a oleosidade.

6. Pele oleosa, resistente, pigmentada e firme

Poucas rugas e acne, mais comuns em negros. Em peles claras: sardas e manchas.

» Usar chá verde, zinco, vitamina C e silicatos. FPS em gel.

Despigmentante: azeloglicina.

7. Pele oleosa, resistente, não pigmentada e propensa a rugas

» Brilho moderado, pouca acne, rugas precoces.

21
» Tensor: argireline, elastinol + Hidratar mais à noite.

» Esfoliar pelo menos 2 vezes por semana.

8. Pele oleosa, resistente, não pigmentada e firme

» Dificilmente bronzeia. Manchas, vermelhidão ou resecamento raros.

» Peeling de ácido salicílico mensal: controle rápido da oleosidade (até 3 vezes ao


mês).

» Esfoliação com ácido glicólico ou salicílico.

9. Pele seca, sensível, pigmentada e propensa a rugas

» Fina e seca, descama e tem alta frequência de inflamações.

» Evitar adstringentes/esfoliantes.

» Dispigmentantes: usar Ph mais próximo do neutro. Se ácidos, usar o glicólico/lático


com glicirenídeos em creme e em alternados (camadas finas).

10. Pele seca, sensível, pigmentada e firme

» Mãos secas, manchas ásperas e grosseiras no rosto e pescoço. Alergias e


descamações frequentes.

» Fotoproteção em creme. Usar anti-inflamatórios e calmantes.

» Hidratação: óleos de macadâmia, silicones.

11. Pele seca, sensível, não pigmentada e propensa a rugas

» Ressecada, áspera, sem brilho, acne moderada, rugas precoces. Eritema fácil

» Hidratação reforçada à noite em creme. Evitar vitamina C.

» Lipomoist firming, óleos naturais em baixa concentração, com anti-inflamatórios em


gel ou creme.

12. Pele seca, sensível, não pigmentada e firme

» Descamação, acne ocasional, eritema, prurido.

» Hidratação: lactato de amônio, peptídeos (structurine).

13. Pele seca, resistente, pigmentada e propensa a rugas

22
» Bronzeia fácil. Sem alergias, acne ou rugas até mais ou menos 40 anos.

» Usar clareadores de vitamina C e ácido glicólico. Fotoproteção em creme.

14. Pele seca, resistente, pigmentada e firme

» Descamações no rosto e pescoço. Sardas e manchas são comuns.

» Clareamento: vitamina C, vitamina K. Hidratar com vitamina A e E.

» Renovação celular: microesponjas de retinol, alfa-hidroxiácidos (AHA – ex.: ácido


glicólico, ácido mandélico) em baixa porcentagem.

» Fotoproteção em creme.

15. Pele seca, resistente, não pigmentada e propensa a rugas

» Pele clara, delicada (fina), sem sardas ou manchas.

» Para as linhas de expressão: lipomoist firming, coenzima Q10 (lipossoma), chá verde.

16. Pele seca, resistente, não pigmentada e firme

» Não bronzeia fácil. Hidratar com produtos a base de glicerina e evitar adstringentes.

› Para todas as formas de pele seca: ácido hialurônico e óleos como o de macadâmia
e rosa mosqueta (cicatrizante) de 3 a 4%. Aquaporine active e outros peptídeos
também são boas opções.

ALTERAÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS DOS COSMÉTICOS

Os cosméticos podem, quando mal conservados ou se forem mal formulados,


apresentar alterações físicas e/ou químicas, que impossibilitam o uso do produto pelo
risco de causar algum efeito colateral no usuário ou mesmo nenhum efeito, pela
inativação da substância ativa. As principais alterações são:

» alterações de cor (oxidação)

» alterações do odor (contaminação)

» separação de fases (tensoativo inadequado)

23
» formação de precipitado

» presença de sobre camada com mal cheiro/alteração de odor (contaminação

bacteriana)

A ELABORAÇÃO DO PRONTUÁRIO

Os registros servem para documentar as ações desenvolvidas e os produtos


utilizados, fornecer evidências de que as necessidades do tratamento estão sendo
atendidas e proporcionar melhoria contínua dos protocolos de tratamento.

O prontuário em si, por se tratar de um documento, destina-se ao dispensador


dos produtos: o farmacêutico – especialmente se a receita for destinada à
manipulação. Os produtos indicados são destinados ao paciente.

Erros de prescrição são comuns, contudo, passíveis de prevenção. Para evitar


transtornos ao paciente e ao dispensador, é fundamental observar os seguintes
cuidados para a prescrição cosmética:

» Falta do modo de administração do produto prescrito. Pode ser também enquadrado


nesta categoria a falha na orientação do paciente em relação aos cuidados propostos,
buscando compreensão e aderência ao tratamento. Por falta de informação, o
paciente não utiliza os produtos corretamente. O tempo de administração e a
frequência devem ser claramente apresentados em cada produto, evitando erros de
administração.

» Erros de prescrição – seleção incorreta dos ativos (sem considerar as indicações,


contraindicações, interações e incompatibilidades básicas, alergias conhecidas,
produtos já utilizados e outros fatores), dose, forma farmacêutica, quantidade, via de
administração, concentração ou desconsiderar as instruções de uso de um produto,
especialmente se for industrializado; prescrições ilegíveis; uso de nomenclaturas não
oficiais e abreviaturas diversas desconhecidas.

24
Modelo de ficha de registro e acompanhamento de pacientes

Nome: Idade: Tel.: Endereço:

Descrição: Pele oleosa, sensível pigmentada e firme. Acne grau 2, dermatite de


contato e seborreica visíveis.

Limpeza em cabine Tonificação (Cabine) Procedimento Pós-procedimento

Limpeza em casa Tonificação em casa Hidratação Fotoproteção

Pratique a identificação dos tipos de pele com pessoas conhecidas e elabore


protocolos com as especificações por tipo de pele em quadros como o modelo
acima.

Fonte: BATISTUZZO, 2009.

IMUNOLOGIA CUTÂNEA E COSMETOTOXICIDADE: VISÃO GERAL

Conceitos de citologia e histologia – revisão

As células são microcompartimentos que concentram substâncias orgânicas,


inorgânicas e organelas de diferentes funções, circundadas pela membrana
plasmática, a bicamada lipídica.

A membrana plasmática é uma película fina composta de fosfolipídios,


colesterol e outros lipídios e possui proteínas transmembrana, canais de proteína para
transporte, enzimas, glicoproteínas e outras biomoléculas. As principais funções da
membrana são: proteção da célula, limitar o citoplasma e controlar a entrada e saída
de substâncias (permeabilidade seletiva).

Principais organelas e respectivas funções

 Retículo endoplasmático: é um sistema de canais membranosos e vesículas,


disponível no citoplasma na forma lisa (neutraliza substâncias tóxicas, sintetiza
lipídios) e rugosa (sintetiza proteínas e ribossomos).

25
 Complexo de Golgi: agrupamento de vesículas e cisternas que atuam no
transporte de substâncias e formação de lisossomas (vesículas com enzimas
de digestão celular).

 Ribossomos: realizam a síntese de proteínas através de informação genética.

 Mitocôndria: realiza a respiração celular (processamento de O2) e produção de


ATP, a principal molécula energética do organismo.

 Núcleo: armazena as informações genéticas. É separado do citoplasma pelo


envelope nuclear, uma bicamada lipídica.

Junções celulares

 Junção compacta ou de oclusão: funciona como um zíper previne o trânsito


livre por difusão passiva de pequenas moléculas e íons na membrana.

 Junção aderente: promove a adesão de células vizinhas e atua na formação e


manutenção da estrutura e da função das outras junções.

 Junção comunicante: conjunto de canais hidrofílicos que conectam os


citoplasmas de células vizinhas. Acelera a condução do impulso nervoso.

Tecido epitelial

É responsável pelo revestimento e formação de alguns órgãos e glândulas.


Protege os tecidos subjacentes de lesões e choques, atua na absorção de
biomoléculas, percepção sensorial, transporte transcelular de moléculas e controle do
fluxo de substancias através das junções aderente e comunicante.

Especificamente, a pele é um tecido de revestimento pavimentoso estratificado


queratinizado, isto é, possui células superficiais achatadas anucleadas com
revestimento de queratina, composta de células velhas, colesterol, proteínas e
lipídeos (triglicérides, fosfolipídios, ácidos graxos livres, etc.). Dividida em epiderme
(mais superficial) e derme, possui uma camada mais profunda de tecido adiposo que
constitui um tecido conjuntivo frouxo que conecta a derme à musculatura e faz
isolamento térmico, a hipoderme.

26
A epiderme, camada mais superficial, é dividida em:

1. Estrato córneo: apresenta células mortas, sem núcleo ou organelas, onde está
depositado o manto hidrolipídico.

2. Camada granular: camada com queratinócitos achatados.

3. Camada espinhosa: apresenta células novas altamente compactadas que mantém


a resistência do tecido.

4. Lâmina basal: possui elevada quantidade de células-tronco, por isso é chamada de


camada germinativa. Nesta camada estão os melanócitos e a junção dermo-
epidermica, que faz a nutrição das camadas mais superiores, que não são irrigadadas.

A derme é rica em colágeno e elastina, de modo que confere resistência à pele.


É formada de tecido conjuntivo, inervação, irrigação, além de folículos e glândulas,
como as sudoríparas e sebáceas.

Imunologia

A imunologia é uma ciência biológica que trata dos mecanismos e respostas


complexas desenvolvidas pelo organismo para reconhecimento e consequentemente
eliminar ou conter substâncias ou corpos estranhos que invadem o organismo, como
vírus, microrganismos, proteínas e outras moléculas que podem alterar o
funcionamento normal do corpo.

Existe também o reconhecimento de substâncias próprias do organismo, para


que não sejam inclusas nestas vias de defesa, o que aponta um alto nível de
organização e segurança destes mecanismos. A este conjunto dá-se o nome de
imunidade.

A resposta imune é, na realidade, uma via integrada, composta por


mecanismos complexos simultâneos de defesa. Contudo, para facilitar o estudo,
divide-se a resposta imune em dois ramos:

1. Resposta Imune Inata: é a imunidade que o indivíduo traz consigo quando nasce.
Os mecanismos da imunidade inata se instalam de maneira rápida como componente
de defesa e agem de maneira inespecífica para diferentes agressores, isto é, usam o

27
mesmo mecanismo de defesa para qualquer agente reconhecido como estranho ao
organismo.

A amamentação é importante para este mecanismo, uma vez que os anticorpos


da mãe são transmitidos ao feto pelo leite, conferindo certa capacidade de defesa
orgânica à criança. As respostas da imunidade inata são feitas por células chamadas
de fagócitos, (células capazes de capturar o agente agressor e destruí-lo com
substâncias presentes em grânulos no citoplasma), a saber:

a) basófilos;

b) eosinófilos (atuam principalmente em defesa contra parasitas);

c) macrófagos (localizados nos tecidos internos);

d) células NK;

e) sistema de complemento (proteínas que complementam a defesa contra

microrganismos de maneira geral).

Alguns agentes agressores podem ser mais fortes que outros, tanto que,
quando existe necessidade de tratamento por medicação, as dosagens e o tipo de
medicamento costumam variar significativamente. A esta propriedade dos agentes
agressores dá-se o nome de virulência.

O fato de a imunidade inata não agir de maneira diferenciada para diferentes


agressores, portanto, indica que os mecanismos inatos podem não ser eficientes em
determinados casos, já que o nível da defesa deve ser proporcional ao da virulência
(que podemos entender também como nível de periculosidade), e não existe esta
variação na imunidade inata.

Para desenvolver respostas mais eficientes e específicas, existem os


mecanismos da imunidade adaptativa: A imunidade adaptativa é adquirida ao longo
da vida do indivíduo através de contato direto com o agressor por exposição, vacinas,
transfusão etc. Atua através de diversos mecanismos (propriedade de complexidade)
de forma específica para o combate (propriedade de especificidade), sendo capaz de
agir rapidamente caso um agente agressor previamente combatido entre no
organismo novamente (capacidade de memória imunológica), como nas vacinas e
reinfecções.

28
A imunidade adaptativa realiza a vigilância imunológica, que é o monitoramento
da entrada e presença de agentes agressores e substâncias relacionadas. Falhas
neste monitoramento podem causar neoplasias malignas.

A imunidade adaptativa se desenvolve principalmente a partir de anticorpos e


antígenos. Os anticorpos (também conhecidos por imunoglobulinas) são
glicoproteínas que reconhecem os agentes agressores (antígenos) de maneira
específica e liga-se a estes (para cada antígeno é produzido um tipo de anticorpo).

Esta ligação funciona como um mecanismo de marcação do antígeno, avisando


aos demais componentes do sistema imune que há algo de estranho no organismo
que deve ser eliminado.

Os antígenos são moléculas que possuem a capacidade de serem


reconhecidas pelas células e moléculas do sistema imune, ou seja, são capazes de
se ligarem aos receptores celulares e anticorpos. O antígeno pode ser uma fração da
estrutura de bactérias, vírus, fungos, protozoários, helmintos ou substâncias solúveis
produzidas por microrganismos e outras células. A maioria dos antígenos são
proteínas, porém, alguns são polissacarídeos, lipídeos ou glicolipídeos.

Os antígenos normalmente possuem vários locais onde o anticorpo pode se


ligar que são chamados de epítopos. Existem epítopos que podem induzir uma
resposta imune mais forte, como podem ter resposta mais fraca. Esta resposta
depende da sua estrutura química, que definirá o nível da força de ligação
(complexação) ao anticorpo. Os antígenos são chamados de imunogênicos quando
são capazes de induzir uma resposta imune, são chamados de alergênicos quando
induzem reações de hipersensibilidade (alergias) e são chamados de tolerogênicos
quando são capazes de inibir o desenvolvimento de uma resposta imune.

Na imunidade adaptativa, o antígeno é capturado pelo linfócito B (célula


imunológica) e processado para geração do epítopo. Este fragmento do antígeno é
então apresentado ao linfócito T (os linfócitos possuem capacidade de memória e
especificidade), que libera substâncias (citocinas) que estimulam o linfócito B a
produzir anticorpos específicos para o antígeno capturado. Estes anticorpos se ligam
a outras células imunológicas. Quando o antígeno se ligar ao anticorpo, a célula
imunológica libera substâncias presentes no seu interior para eliminar o antígeno,

29
através do rompimento da membrana celular, o que chamamos de desgranulação.
Desta forma, se estabelecem os mecanismos de defesa.

A imunidade inata pode responder através dos fagócitos, de maneia


inespecífica. A imunidade adaptativa responde através do desenvolvimento de
anticorpos específicos para determinado antígeno.

Hipersensibilidades

As hipersensibilidades são transtornos imunológicos caracterizados por erros


na programação fisiológica do sistema imune, de modo que atuam de maneira
inadequada, prejudicando a saúde do indivíduo. São tipos:

1. Hipersensibilidade tipo 1 (alergias): é caracterizada pelo excesso de produção de


anticorpos IgE para mínimas quantidades de antígenos, geralmente inertes para a
maioria da população. Os fagócitos liberam o conteúdo dos seus grânulos, causando
sinais e sintomas diversos, a depender do órgão afetado, como rinite, dermatite,
conjuntivite e rinossinusite.

2. Hipersensibilidade tipo 2: também chamada de citotóxica, ocorre quando o


anticorpo se liga a uma superfície celular e não a reconhece como normal,
estimulando o sistema imune a destruí-la. O caso mais clássico é a anemia hemolítica
do recém-nascido, onde os anticorpos da mãe destroem as hemácias do feto em caso
de variação do fator RH.

3. Hipersensibilidade tipo 3: ocorre quando há a formação de imunocomplexos

patogênicos com forte potencial inflamatório, por excesso de anticorpos ou por

erros na programação da avidez.

4. Hipersensibilidade tipo 4: chamada de tardia, envolve a participação de células


imunológicas (linfócitos T, macrófagos etc.) sem anticorpos livres, na geração de
resposta inflamatória. Os sinais são percebidos no mínimo 48h depois do início, por
isso recebe o nome de tardia.

Dermatites

30
As dermatites são processos patológicos da pele que podem ser de causa
alérgica, infecciosa, por agentes físicos ou químicos. Quando a causa é desconhecida,
diz-se que é idiopática.

O estudo das dermatites em cosmetologia é importante para a prevenção e


prestação dos primeiros cuidados ao paciente vítima de efeitos colaterais dos
produtos de uso tópico. Não necessariamente o paciente com reações adversas
utilizou o produto incorretamente: cada indivíduo é único, e as defesas da pele podem
não reconhecer determinadas substâncias como inertes, e iniciar processos que
tendem a eliminá-las. O caso mais clássico é a vermelhidão por utilização de peróxido
de benzoíla a 4 ou 5% para o tratamento da acne ou mesmo o uso de ácidos para
renovação celular. Com isso, percebe-se a importância de registrar todo o histórico de
utilização de produtos do paciente, a fim de não repetir erros de prescrição.

São os principais tipos de dermatite:

» Dermatite Atópica: inflamação da pele que é parte das manifestações da atopia, a


predisposição genética ao desenvolvimento de alergias. Os pacientes com dermatite
atópica costumam apresentar outros quadros alérgicos como asma, rinite e problemas
alérgicos oculares, e costumam ter casos prévios na família. Esta dermatite é uma
forma de hipersensibilidade tipo 4 e pode ser causada pelos mesmos alérgenos que
desencadeiam os demais transtornos alérgicos, além de substancias irritantes
(toxinas, metais, perfumes e desinfetantes) e alimentos, podendo também ter causa
emocional. Pode durar de horas a dias, a depender do nível de exposição do indivíduo.

São os principais sinais e sintomas:

1. Em jovens e adultos, as áreas mais acometidas por eritema e forte prurido são as
regiões flexoras (joelhos, cotovelos etc.), mas também podem acometer o pescoço e
a face (o que é mais comum em crianças).

2. Hipercromia da região orbital.

3. Tendência a infecções cutâneas.

O manejo deste paciente é feito com medicamentos, demandando


encaminhamento para médico alergista ou dermatologista.

31
» Dermatite de Contato: também conhecida como eczema de contato, é uma patologia
inflamatória causada pelo contato com substância irritante. Não é de origem alérgica,
e dura de poucos minutos a algumas horas. Os mecanismos são inflamatórios e
desencadeados por diversos agentes, desde água quente ou fria, sabonetes, ácidos,
saliva, urina e principalmente cosméticos. A cura total é vista quando a substância
irritante é afastada totalmente.

Manejo em cabine: Em primeiro lugar, a substância deve ser totalmente


removida com gaze seca (caso esteja em veículo semissólido) e a área deve ser
lavada com sabonete neutro, se possível glicerinado. Para efeito de alívio, a região
afetada pode ser tratada com soro fisiológico frio, que é inerte e capaz de fazer
vasoconstrição, o que é importante em caso de vermelhidão.

Géis em pH 7 com extratos naturais calmantes são úteis nesta etapa. A


associação de alfabisabolol com extratos glicólicos de camomila e calêndula tem
efeito sobre a pele do paciente em pouco tempo. Recomenda-se que este produto
seja aplicado frio também para vasoconstrição. Não há necessidade de remoção logo
após aplicação.

» Dermatite Seborreica: processo inflamatório que afeta as áreas mais ricas em


glândulas sebáceas, principalmente o couro cabeludo e a face. As causas são
desconhecidas, e a presença do fungo Pityrosporum ovale agrava a doença. Ocorre
descamação intensa, eritema, prurido forte, manchas, formação de crostas.

Manejo: As crostas de dermatite podem ser removidas manualmente após


emoliência feita com óleos vegetais (óleo de oliva, macadâmia, girassol etc.). O uso
de shampoos anticaspa é importante para o controle da doença. A recomendação é
que sejam utilizados em dias alternados, e que o shampoo de cetoconazol seja usado
por apenas 30 dias.

A associação de ingredientes naturais com atividade antisséptica como o


extrato de própolis, óleo de melaleuca, dentre ouros, é benéfica, contudo as dosagens
devem ser observadas com atenção, já que costumam ser produtos de odor forte
característico, o que pode ser desagradável ao paciente. Além do risco de tonalização
capilar, um desconforto ainda maior. Proponha cuidados cosméticos para manutenção
da barreira hidrolipídica cutânea.

32
A hidratação com ingredientes avançados, ou mesmo com óleos, manteigas e
ceras, é importante para manutenção da barreira cutânea. Orientar o paciente quanto
a banhos quentes e uso de sabonetes adequados também é fundamental.

Cosmetotoxicidade

A Toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das


interações de substâncias químicas com o organismo. A toxicidade é a capacidade
potencial de geração de danos às estruturas biológicas, o foco de estudo da
Toxicologia. A Toxicologia de cosméticos trata das reações adversas e os efeitos
decorrentes do uso inadequado ou da susceptibilidade individual aos produtos.

Agente tóxico ou toxicante é a substância capaz de causar dano a um sistema


biológico, em condições específicas de exposição. Os xenobióticos são substâncias
que o organismo reconhece como estranho, através de mecanismos imunológicos.

Intoxicação é um processo patológico causado por substâncias endógenas ou


exógenas, caracterizado por desequilíbrio fisiológico gerado pelas alterações
bioquímicas no organismo.

Na intoxicação aguda, os sintomas surgem geralmente em algumas horas após


curto período de exposição ao agente tóxico. Poderá se manifestar de forma leve,
moderada ou grave, dependendo da quantidade de substância absorvida e da
sensibilidade do organismo.

A intoxicação subcrônica indica exposição moderada ou pequena a produtos


alta ou medianamente tóxicos e as conseqüências surgem mais lentamente. A
intoxicação crônica tem surgimento em meses ou até anos, após exposição a agentes
tóxicos, podendo causar danos irreversíveis à saúde do indivíduo.

Principais vias de intoxicação por cosméticos

» A via dérmica é a mais comum de intoxicações pela maioria dos agentes. A absorção
depende principalmente da composição da formulação, tempo de exposição,
solubilidade, grau de ionização, dimensão das moléculas, se ocorre hidrólise no pH
da epiderme, estado de hidratação da camada córnea, umidade ambiental,
temperatura do corpo e do ambiente e exposição à luz solar.

33
Além das dermatites, são consequências da intoxicação por via dérmica:

› Fotolergia: indução de resposta alérgica da pele semelhante à mediada pela

radiação UV.

› Fototoxicidade: potencial do material induzir uma resposta irritante da pele

mediada por irradiação UV.

› Teratologia: toxicidade potencial para o feto. Mais comum para produtos de uso
interno.

São elementos fundamentais na toxicologia cutânea: composição e dosagem


da formulação, nível de exposição, quantidade da substância permeada, classe do
cosmético na qual o ativo pode ser utilizado, método, duração e frequência de
aplicação, quantidade de produto em cada aplicação e possível exposição do produto
à luz solar.

» Via respiratória: As vias aéreas são revestidas de mucosas altamente irrigadas,


portanto o potencial de absorção nesta área é considerado elevado. Produtos que
geram gases, fumaças, neblinas e poeiras, principalmente em espaços confinados ou
com pouco arejamento, podem causar intoxicação.

Embora não seja a unanimidade, pode-se afirmar que os cosméticos são


produtos seguros quando utilizados de maneira adequada e seguindo as
recomendações do fabricante. As reações adversas com esses produtos não são
frequentes, e, quando ocorrem, na maioria dos casos, é devido ao uso de forma
inadequada ou a acidentes.

Nas últimas décadas, muitos ingredientes foram banidos da composição de


cosméticos em todo o mundo, como o hexaclorofeno (conservante), compostos de
mercúrio e halogenados, propelentes de clorofluorcarbono e ingredientes geradores
de nitrosaminas.

Para garantir a segurança de produtos de higiene, cosméticos e perfumes, são


necessárias comprovações que vão desde o histórico de segurança do produto e de
suas matérias-primas até a realização de ensaios toxicológicos específicos. Em
princípio, para todo produto cosmético, seja ele de grau de risco 1 ou 2, o fabricante
tem por obrigação dispor dos dados de segurança.

34
São considerações a serem feitas por tipo de produto:

» produtos para uso infantil – irritação cutânea primária;

» produtos para a área dos olhos – irritação ocular cumulativa;

» produtos para os cabelos, como tinturas e alisantes de cabelo – irritação dérmica e


do couro cabeludo;

» produtos para proteção das radiações solares – testes de fototoxicidade e fotoalergia;

» produtos para a higiene íntima – testes clínicos de irritação de mucosa genital em


humanos;

» produtos destinados à pele sensível – testes de irritabilidade acumulada,


sensibilização, fototoxicidade e fotoalergia cutânea;

» produtos que no rótulo contenham as expressões “hipoalergênico”, “não


comedogênico”, “não acnogênico”, “dermatologicamente oftalmológico
ginecologicamente testado”, “clinicamente testado”, “produto para gengiva sensível” e
“produto para pele + couro cabeludo sensível” – testes comprobatórios dessas
propriedades. Também, sempre que a rotulagem mencionar atributos, tais como “não
irritante”, “não arde os olhos” etc.

São questões problemáticas em toxicologia dos cosméticos:

1. Corantes: As moléculas tintoriais podem causar irritações à pele e ao ouro cabeludo,


uma vez que são produtos sintéticos e geralmente misturas de variados polímeros.

Muitos fabricantes têm optado por retirar os produtos coloridos do mercado


quando há suspeitas de toxicidade, já que os altos custos para provar a sua segurança
nem sempre justificam economicamente a permanência no mercado.

2. Fragrâncias: também são produtos sintéticos, e o sintoma inicial mais comum é o


aparecimento de rinite com a aplicação tópica do produto.

3. Formaldeído: substância de elevado potencial carcinogênico, com o uso permitido


pela Anvisa como conservante (até 0,2%) e até 5% para endurecer unhas. O uso
nasconcentrações permitidas não proporciona alisamento capilar, com risco de forte
queda após o procedimento.

35
4. Tensoativos: como são moléculas anfifílicas, o manto hidrolipídico pode ser
removido e a perda de água transepidermal facilitada, especialmente os de cadeia
pequena, que podem se instalar na pele com mais facilidade. Atualmente existe uma
tendência para opção por fosfolipídios orgânicos, que são mais semelhantes aos
lipídios da pele.

5. Parabenos (sistema conservante): além do risco de dermatite de contato, existe o


risco de lesão de queratinócitos em caso de exposição solar e potencial cancerígeno
com uso prolongado. O uso de conservantes naturais tem sido uma opção
interessante para a indústria cosmética e para a manipulação, especialmente os
produtos orgânicos e de apelo green-concept.

6. Metais: a toxicidade por metais pesados é um problema antigo. Além da indução


de dermatites, o potencial tóxico se expande para a carcinogênese, por exemplo, no
caso dos sais de alumínio usados em formulações antiperspirantes.

Na prática, os produtos cosméticos são raramente associados com sérios


danos à saúde. Entretanto, isto não significa que produtos cosméticos sejam sempre
seguros, especialmente considerando os efeitos em longo prazo. Considerando que
estes produtos podem ser usados extensivamente durante um amplo período de
tempo, é fundamental garantir sua segurança e eficácia, controlando a toxicidade do
produto final e dos seus ingredientes.

São chamados de naturais quando não há uso de produtos sintéticos na sua


formulação. Entretanto, produtos tradicionais podem ter produtos naturais na fórmula,
de modo que adquirem características únicas, especialmente se tratando de
essências e cores.

Os ingredientes citados abaixo têm algumas características em comum:

» podem ser usados em ampla faixa de pH;

» podem ser prescritos pela esteticista quando de uso tópico;

» a maioria pode ser utilizado em qualquer veículo, de modo que praticamente não
existem incompatibilidades.

É importante diferenciar os produtos cosméticos naturais dos orgânicos:


produtos orgânicos possuem certificação diferencial conferida por órgão competente

36
(como o EcoCERT), e a formulação não leva itens sintéticos como silicones,
fragrâncias, polietilenoglicol (PEG), corantes, derivados do petróleo nem produtos de
origem animal. Todos os componentes da fórmula são exclusivamente naturais e
seguem rígidos padrões de produção (sem agrotóxicos, fabricado em indústrias de
padrão trabalhista ouro etc.).

A lista abaixo será de grande valia para a prescrição das fórmulas. A nomenclatura
INCI NAME (International Nomenclature Cosmetic Ingredient) refere-se ao nome
químico do produto, que pode ter diversos nomes comerciais conforme escolher o
fabricante. O que pode diferenciar dois extratos da mesma substância é a via de
produção.

Extratos

Produto inci name aplicações

Aveia Avena sativa (Oat) Meal Extract Hidratante, anti-irritante e emoliente

Camomila Chamomilla recutita (Matricaria) Flower Extract Anti-irritante, calmante e


suavizante

Chá Verde Camelia sinensis Leaf Extract Antirradicais livres, estimulante e refrescante

Hera Hedera helix (Ivy) Extarct Venotônico, tonificante e lipolítico

Própolis Propolis Extract Antisséptico, antiacne e cicatrizante

Uva Vitis Vinifera (Grape) Fruit Extract Anti-aging, protetor e antioxidante

Manteigas

Produto inci name aplicações

Cacau Hydrogenated theobroma cacao oil

Manteiga derivada da semente de cacau caracterizada por propriedades de


cristalização diferenciada e excelente estabilidade. Possui propriedades umectantes
e hidratantes. É recomendado para a incorporação em emulsões e sistemas anidros.

37
Karitê Shea butter butyrospermum parkii

Proporciona emoliência acentuada, auxilia narestauração do manto hidrolipídico, além


de prevenir o ressecamento da pele e dos cabelos. Incorporação em cremes anti-
aging, loções, hidratantes, pomadas, cremes de massagens, produtos solares e
produtos capilares (cremes e máscaras).

Óleos e extratos oleosos

Produto inci name aplicações

Abacate Óleo Persea Gratissima (Avocado) Fruit Extract Emoliente, lubrificante,


dermoprotetor, restaurador da camada lipídica

Abacate EO Persea Gratissima (Avocado) Fruit Extract Emoliente, lubrificante,


dermoprotetor, restaurador da camada lipídica

Aloe Vera EO* Aloe Barbadensis Leaf Extract Cicatrizante, emoliente, vasoprotetor

Algodão Óleo Perea Gratissima Dulcis Emoliente, amaciante, suavizante,


condicionador, hidratante

Amêndoas Doce Óleo Prunus Amygdalus Dulcis Emoliente, amaciante, protetor dos
tecidos

Andiroba Óleo Carapa Guaianensis Seed Oil Antisséptico, anti-inflamatório, emoliente

Canola Óleo Canola Oil Emoliente, dermoprotetor, antioxidante

Castanha da Índia EO* Aesculus Hippocastanum (Horse Chestnut)

Seed Extract

Emoliente, restaurador da camada lipídica, formador de filme oclusivo, protetor dos


tecidos cutâneos, amaciante, condicionador

Castanha do Pará Óleo Bertholletia Excelsa Seed Oil Hidratante, emoliente,


amaciante

38
Cenoura EO Daucus Carota Sativa (Carrot) Extract Emoliente, lubrificante,
estimulador bronzeado

Coco EO Cocos Nucifera (Coconut) Extract Amaciante, emoliente, lubrificante,


hidratante, formador de filme

Copaíba Óleo Copaifera Oil Antibiótico, anti-inflamatório natural

Cupuaçu EO* Theobroma Grandiflorum Fruit Extract Hidratante, emoliente,


condicionador, remineralizante

Gengibre EO* Zingiber Officinale (Ginger) Root Extract Estimulante cutâneo,


antisséptico, descongestionante, refrescante

Gergelim/Sesamo Óleo Sesamum Indicum (Sesame) Seed Oil Lubrificante, emoliente,


anti-inflamatório

Germe de Trigo EO* Triticum Vulgare (Wheat) Germ Extract Suavizante, hidratante,
condicionador, restaurador, emoliente

Girassol Óleo Helianthus Annuus (Sunflower) Seed Extract Condicionador, emoliente


e antirradicais livres

Jojoba Óleo Simmondsia Chinensis ( Jojoba ) Seed Oil Emoliente, regenerador,


antioxidante

Macadâmia Óleo Macadamia Ternifolia Seed Oil Emoliente, lubrificante, amaciante

Maracujá Óleo Passiflora Incarnata Oil Extraemoliente, nutritivo para a pele e cabelos

Oliva Óleo Olea Europaea (Olive) Oil Emoliente, dermoprotetor, restaurador e

suavizante para pele e cabelos

Pequi Óleo* Caryocar Brasiliense Fruit Oil Emoliente, lubrificante, formador de filme
oclusivo

Prímula EO* Primula Officinalis Melhora a função barreira cutânea,

hidratante, emoliente e cicatrizante

Rosa Mosqueta Óleo Rosa Canina Fruit Oil Emoliente, hidratante, e cicatrizante.

Melhora as cicatrizes e queloides

39
Semente de Uva Óleo Vitis Vinifera Oil Hidratante, condicionante, antiradicais livres

Soja Óleo Soybean (Glycine Soja) Oil Emoliente, nutritivo, antioxidante

Melaleuca Óleo Melaleuca Alternifolia Leaf Oil Bactericida natural, antiinflamatório,


cicatrizante

Urucum EO Bixa Orellana Seed Extract Antioxidante, tonalizante, precursor de


vitamina A

Extratos glicólicos

Produto inci name aplicações

Açaí EG Euterpe oleracea fruit extract Adstringente, tônico, refrescante

Acerola EG Malpighia punicifolia (acerola) fruit extract Adstringente, purificante,


refrescante

Agrião EG Nasturtium officinale extract Remineralizante, calmante

Alcaçuz EG Glycyrrhiza glabra (licorice) root extract Calmante, anti-inflamatório,


suavizante.

Alecrim EG Rosmarinus officinalis (rosemary) leaf extract Estimulante, dermoprotetor,


antioxidante

Algas Fucus EG Fucus vesiculosus extract Lipolítico, firmador, hidratante

Algas Gracilária EG Algae Extract Hidratante, amaciante, umectante

Amora EG Morus nigra fruit extract Hidratante, dermoprotetor, antioxidante

Aquilea EG* Achillea millefolium extract Adstringente, anti-inflamatório, purificante

Arnica EG Arnica montana flower extract Anti-inflamatório, venotônico, cicatrizante

Aveia EG* Avena sativa (oat) meal extract Hidratante, anti-irritante, amaciante

Babosa EG Aloe Barbadensis Leaf Extract Hidratante, cicatrizante, calmante

Calêndula EG Calendula officinalis flower extract Anti-inflamatório, suavizante,


tonificante

40
Camomila EG Chamomilla recutita (matricaria) flower extract Anti-irritante, calmante,
suavizante

Cana de Açúcar EG Saccharum officinarum (sugar cane) extract Emoliente, hidratante,


umectante, condicionante

Capsicum EG Capsicum annuum fruit extract Rubefaciante, estimulante da circulação

Cartilagem EG Fish cartilage extract Hidratante, restaurador, condicionador

Castanha da Índia EG Aesculus hippocastanum (horse chestnut) seed extract


Venotônico, estimulante

Cavalinha EG Equisetum arvense extract Remineralizante, drenante, hidratante

Centella Asiática EG Centella asiatica extract Anti-inflamatório, vasoprotetor,


tonificante

Cereja EG Prunus Cereasus (Bitter Cherry) Extract Hidratante, amaciante,


antioxidante

Chá Verde EG Camellia sinensis leaf extract Antioxidante, desodorante, estimulante

Coco EG Cocos nucifera (coconut) extract Emoliente, amaciante, lubrificante

Cupuaçu EG Theobroma grandiflorum fruit extract Emoliente, nutritivo, dermoprotetor.

Damasco EG Prunus armeniaca (apricot) fruit extract Adstringente, hidratante,


purificante

Erva Doce EG Pimpinella anisum (anise) fruit extract Antisséptico, refrescante,


calmante, antioleosidade e suavizante

Flores de Hibiscus EG Hibiscus Sabdariffa Flower Extract Esfoliante suave,


adstringente, antioxidante

Guaraná EG Paullinia cupana seed extract Estimulante, energizante, tonificante

Ginkgo Biloba EG Ginkgo biloba leaf extract Hidratante, antirradicais livres, ativador
da microcirculação, antiinflamatório e emoliente Hamamelis EG Hamamelis virginiana
(witch hazel) leaf extract Adstringente, anticaspa, antisseborréico, vaso protetor, vaso
constritor,descongestionante e antiacneico

41
Hera EG Hedera helix (ivy) extract Antirradicais livres, anticelulítica, cicatrizante, vaso
dilatadora, antioxidante, regenerador e vasoprotetor

Hortelã (Menta Piperita) EG Mentha piperita (peppermint) leaf extract Antisséptico,


estimulante, refrescante Jaborandi Penna Tifolius EG Jaborandi (Pilocarpus Jaborandi)
Extract Adstringente, antisséptico, antioleosidade e estimulante capilar

Kiwi EG Actinidia Chinensis (Kiwi) Fruit Extract Hidratante, amaciante, condicionante

Laranja EG Citrus Aurantium Dulcis (Orange) Fruit

Extract Seborregulador, adstringente, esfoliante

Malva EG Malva Sylvestris (Mallow) Extract Adstringente, anti-inflamatório,


antisséptico, cicatrizante e emoliente

Maracujá EG Passiflora Incarnata Fruit Extract Calmante, amaciante, hidratante

Melancia EG Citrullus Vulgaris (Watermellon) Fruit Extract Hidratante, amaciante,


remineralizante

Melão EG Cucumis Melo (Melon) Fruit Extract Amaciante, remineralizante, refrescante

Melissa EG Melissa Officinalis Leaf Extract Adstringente suave, amaciante,


refrescante

Morango EG Fragaria Vesca (Strawberry) Fruit Extract Hidratante, condicionante,


amaciante

Nogueira EG* Juglans Regia (Walnut) Leaf Extract Cicatrizante, antisséptico,


antiirritante, colorante, adstringente, anticaspa e antiqueda de cabelos

Orquídea EG Phalaenopsis Amabilis Extract Antioxidante, hidratante, calmante

Papaya EG Carica Papaya (Papaya) Fruit Extract Esfoliante, amaciante,


condicionante

Própolis EG Propolis Extract Antisséptico, antiacne, cicatrizante

Romã EG Punica Granatum Extract Cicatrizante, regenerador, antioleosidade,


mineralizante, refrescante, adstringente

42
Rosa Branca EG Rosa Centifolia Flower Extract Adstringente, cicatrizante, anti-
inflamatório, antisséptico, calmante, refrescante

Sálvia EG Salvia Officinalis (Sage) Leaf Extract Dermopurificador,

antiperspirante,adstringente, cicatrizante.

Óleos essenciais

Alecrim Intense OE Rosmarinus officinalis Ação adstringente, indicado para


tratamento de acne, caspa, cabelos oleosos; Ativa a circulação

Laranja Amarga Intense OE Citrus aurantium Antilipêmico, adstringente

Lavanda Mont Blanc Intense OE Lavandula officinalis Calmante, para peles seníveis,
irritadas, queimadas

Lemongrass Intense OE Cymbopogon Citratus Infecções, acne, tônico geral, celulite,


tratamento da pele, repelente de insetos

Limão Siciliano Intense OE Citrus limon Lipolítico, produtos para celulite e gordura
localizada, pele oleosa

Melaleuca Intense OE Melaleuca alternifolia l Antiacne, tratamento da pele oleosa,


higiene íntima, fortalecedor unhas, anticaspa

Esfoliantes físicos

Cristais de Quartzo Silica Renovador celular e esfoliante mecânico orgânico obtido de


cristais

Microesferas de Polietileno Polyethylene Esfoliante físico, abrasivo, renovador celular.

Semente de Apricot Prunus Armeniaca (Apricot) Seed Powder

Possui propriedades regenerativas do tecido cutâneo, além de proporcionar

hidratação e maciez da pele

43
COSMETOLOGIA APLICADA

Nesta etapa, vamos iniciar os estudos de princípios ativos propriamente ditos,


em suas faixas de concentração, pH e incompatibilidades. Desta forma, você terá
capacidade de planejar formulações magistrais, isto é, elaboradas em Farmácias de
Manipulação. E neste momento vêm as perguntas: “É seguro manipular?” “Qual a
diferença do manipulado para o industrializado?” “Porque a diferença de preço é tão
grande em alguns casos?”.

Não estamos aqui para criticar os produtos industrializados. Vamos apenas


apresentar em que realmente consiste a Manipulação Magistral. Em muitos casos, o
produto industrializado poderá ser a melhor opção, pois além de ter um prazo de
validade maior já se encontra pronto para compra e consumo.

A manipulação magistral é um processo seguro e necessário. Do contrário,


várias pessoas estariam sem opção de tratamento, por questões de dosagens ou
forma farmacêutica. Por exemplo, crianças que precisam tomar antidepressivos
podem ter dificuldade em utilizar comprimidos. Você conhece alguma suspensão
industrializada de algum antidepressivo?

O que a Farmácia faz é proporcionar conforto ao paciente, que, por


necessidades individuais, não pode consumir um produto industrializado, com a
vantagem de se associar em ingredientes de maneira única, personalizando a fórmula.
O preço dos produtos está ligado à quantidade adquirida: a compra do produto
industrializado leva em conta toda a produção da fábrica. O manipulado foi feito sob
medida, isto é, em escala muito reduzida.

No Brasil, a Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag) é


o órgão competente que regula legalmente o ramo, juntamente com o Conselho
Federal de Farmácia e Anvisa. A Anfarmag possui um sistema de acreditação das
Farmácias, o selo SINAMM, que atesta a qualidade do funcionamento e dos produtos.
Procure este selo ao selecionar uma Farmácia e, principalmente, o farmacêutico.

44
ACNE: CUIDADOS COSMÉTICOS

A acne é uma patologia crônica de alta prevalência e de etiologia multifatorial:


causas genéticas, hormonais, alimentares, climáticas, medicamentosas, cosméticas
e o estresse podem desencadear a doença. É caracterizada pela hiperqueratinização
e oclusão folicular, com hipersecreção sebácea e proliferação da bactéria
Propioniumbacterium acnes.

É mais comum entre adolescentes, mas pode se estender até os 30 anos,


acometendo os homens com mais severidade. A procura masculina por tratamentos
estéticos constitui a maior parte dos casos.

Os locais mais afetados são a face, a região peitoral e o dorso.


Aproximadamente 80% das pessoas a desenvolvem em algum momento da vida,
representando mais de 30% das causas de consultas dermatológicas.

O uso de cosméticos pela população leiga é irracional, com alta incidência de


reações adversas. O sucesso do tratamento depende da seleção correta dos produtos
e procedimentos, da disciplina e da adesão do paciente às medidas planejadas.

Alergias e seleção de cepas resistentes de bactérias, em especial do


Propionibacterium acnes, após uso prolongado bactericidas tópicos são as principais
causas de falhas do tratamento de boa adesão.

Patogenia: ocorre processo inflamatório crônico do folículo pilossebáceo, com


quatro fatores considerados principais:

1. obstrução do folículo piloso, secundário à descamação anormal dos queratinócitos


foliculares;

2. aumento da oleosidade e produção sebácea;

3. proliferação da bactéria anaeróbica Propionibacterium acnes (P. acnes) e seu


metabolismo, gerador de produtos irritantes;

4. desencadeamento de respostas imunes e inflamatórias induzidas pelo P. acnes ou


Staphylococcus aureus (bactéria da foliculite).

45
Os queratinócitos se descamam formando um tampão que obstrui o folículo.
Essa alteração pode estar associada a mudanças na composição sebácea por defeito
na proliferação celular controlada por hormônios andrógenos.

A partir daí, ocorre a formação do microcomedão (lesão microscópica), a fase


inicial da acne. Os comedões são essencialmente saturações dos folículos
pilossebáceos por sebo e queratina. A dor, comum nas acnes graus 2 e 3, vem do
processo inflamatório gerado pelo sebo. São tipos de comedões:

» Comedão fechado: pequena estrutura que bloqueia o fluxo do sebo, obstruindo o


folículo e levando ao acúmulo de fragmentos celulares, bactérias e lipídeos na luz do
folículo. Inflama com facilidade (o conteúdo do sebo é altamente inflamatório).

» Comedão aberto: se vasos linfáticos forem pressionados até a saída da linfa, o local
pode ficar com acúmulo de melanina como mecanismo de resposta, constituindo o
comedão aberto, a lesão enegrecida por depósito de melanina, que sofre oxidação
pela luz e pelo ar.

O aumento na produção do sebo pode ser devido ao aumento de andrógenos


circulantes (caso da maioria dos adolescentes), por maior resposta da glândula aos
andrógenos ou ambas as causas.

A influência da testosterona na acne: na pele e no couro cabeludo, verifica-se


a presença da enzima 5α-redutase, que converte testosterona em 5-
dihidroxitestosterona (5-DHT). A 5-DHT tem ação cem vezes mais potente que a
testosterona no tocante à produção de sebo, obstruindo os folículos, causando a
inflamação da acne e também a queda capilar. Como a testosterona é predominante
em homens, a acne ocorre com mais severidade, por causa deste mecanismo.

Se o excesso de oleosidade em pacientes acneicos e a calvície são da mesma


via hormonal, logo pacientes acneicos deveriam ser calvos ou vice-versa? Nenhuma
das opções é válida, porque o processamento enzimático da testosterona gera
resultados diferenciados e independentes em cada região corporal.

CLASSIFICAÇÃO DA ACNE

46
 Acne grau 1: poucos comedões, poucas pápulas, sem lesões inflamatórias. É
a forma mais fácil de ser tratada, com uso de produtos para reduzir a oleosidade
e renovadores celulares leves.

 Acne grau 2: pele com muitos comedões. Presença de pápulas eritematosas e


processo inflamatório com pus (pústulas). É necessário um maior controle da
oleosidade, além do uso de antimicrobianos tópicos e de ácidos para
renovação celular.

 Acne grau 3 (nódulo-cística): apresenta, além dos comedões abertos e


fechados, a formação de cistos. As pápulas e as pústulas são ainda maiores,
mais profundas e inflamadas e, por isso, doloridas. Este tipo de pele deve
receber cuidados médicos: o tratamento envolve produtos de uso interno.

 Acne grau 4 (conglobata): as áreas afetadas pela acne conglobata são


altamente carregadas de pústulas e pápulas doloridas, que são agora
comunicantes, formando os abscessos (áreas profundas com acúmulo de pus),
que podem ter aspecto desfigurante. Só pode ser tratada por médico.

 Acne fulminante (grau 5): forma de acne conglobata associada a febre,


hemorragia, necrose e forte processo inflamatório. Só pode ser tratada por
médico, por ser um processo grave.

 Acne em mulher adulta: em geral, está associada à Síndrome do Ovário


Policístico, caracterizada hormonalmente principalmente pelo excesso de
testosterona no corpo feminino. Deve passar por médico para exame clínico e
controle hormonal. Produtos secativos, antibióticos de uso tópico e
renovadores celulares suaves podem ser utilizados.

 Cicatriz atrófica de acne: produtos para tratamento: renovadores celulares de


ação moderada a forte, cicatrizantes, despigmentantes (caso haja acúmulo de
melanina).

47
REFERENCIAS

ALDANA, OL; HOLLAND, DB; CUNLIFFFE, WJ. The theory of comedone cycling. J
Invest Dermatol. 1997

ALLAKER, RP; GREENMAN, J; OSBORNE, R.H. The production of inflammatory


compounds by Propionibacterium acnes and other skin organisms. Br J Dermatol.
1987.

ANGEHRN F; KUHN, C; VOSS A. Can cellulite be treated with low-energy


extracorporeal shock wave therapy? Clin Interv Aging. 2007

ANSEL, H.C. et al. Pharmaceutical dosage forms and drug delivery systems. 6. ed.
Willians & Wilkins, 1995.

AVRAM, A.S; AVRAM, M.M; JAMES, W.D. Subcutaneous fat in normal and diseased
states II (anatomy and physiology of white and brown adipose tissue). J Am Acad
Dermatol. 2005.

BARBAGALLO J.; SPANN; C.T.; TUTRONE, W.D; WEINBERG, J.M. Narrowband


UVB phototherapy for the treatment of psoriasis: a review and update. Cutis. 2001.

BATISTUZZO, J. A. O. et al. Formulário médico farmacêutico. 3.ed. Pharmabooks,


2009.

BRANDI, C; D'ANIELLO, C; GRIMALDI, L; BOSI, B. DEI, I; LATTARULO, P. et al.


Carbon dioxide therapy in the treatment of localized adiposities: clinical study and
histopathological correlations. Aesthet Plast Surg. 2001.

BRUNTON, L.L. [ed] et al. In: Goodman; Gilman: As bases farmacológicas da


terapêutica. 11. ed. McGraw-Hill, 2006.

DALE, M.M; RITTER, J. M., FLOWER, R.J. Farmacologia. 6. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2007.

FONSECA, A; PRISTA, L.N. Manual de terapêutica dermatológica e cosmetologia:


São Paulo: Roca, 2003

48

Você também pode gostar