Você está na página 1de 74

IMUNOLOGIA CLÍNICA

Prof. MSc. Janaina R. Kubiszeski


janainakubiszeski@hotmail.com
IMUNOLOGIA - histórico
Edward Jenner – publicação de
“An Inquiry into the Causes and
Effects of the Variolae Vaccinae, a
Disease Known by the Name of
Cow Pox“ em 1878 relatava a
eficiência da vacinação contra
varíola.

https://butantan.gov.br/noticias/ha-mais-de-100-anos-revolta-da-vacina-foi-marcada-por-mortes-estado-
de-sitio-e-fake-
news#:~:text=Dentre%20elas%2C%20a%20var%C3%ADola%20era,internados%20no%20Hospital%2
0S%C3%A3o%20Sebasti%C3%A3o.
https://www.mtciencia.com.br/pequ
enos_cientistas/vacinas/mobile/ind
ex.html
IMUNOLOGIA – histórico
Louis Pasteur em 1880 desenvolveu
as vacinas anti-rábica e colera
aviária atenuada
defendia que grande parte das doenças
contagiosas e dos processos infecciosos
devia-se à ação de microrganismos, sendo
portanto necessário descobrir o micróbio
responsável por cada enfermidade para se
determinar um modo de combatê-lo.
IMUNOLOGIA – histórico
No início da década de 1890, Emil von
Behring e Shibasaburo Kitasato descobriram
que o soro de animais imunes à difteria ou ao
tétano continha uma “atividade antitóxica”
específica que poderia conferir uma proteção
a curto prazo contra os efeitos das toxinas
de difteria ou tétano em pessoas. Esta
atividade deve ao que agora chamamos de
anticorpos, que se ligam especificamente a
toxinas e neutralizam suas atividades.
Noble prize winners for immunologic research
1901 Emil von Behring, Serum antitoxins
1905 Robert Koch, Cellular immunity to tuberculosis
1908 Elie Metchnikoff, Role of phagocytosis
1908 Paul Ehrlich, antitoxins in immunity
1913 Charles Richet, Anaphylaxis
1919 Jules Border, Complement-mediated bacteriolysis
1930 Karl Landsteiner, Discovery of human blood groups
cont…
• 1951 Max Theiler, Development of yellow fever vaccine

• 1957 Daniel Bovet ,Antihistamines

• 1960 F. Macfarlane Burnet and Peter Medawar, Discovery


of acquired immunological tolerance
• 1972 Rodney R. Porter and Gerald M. Edelman,
Chemical structure of antibodies
• 1977 Rosalyn R. Yalow, Development of
radioimmunoassay
• 1980 George Snell, Jean Daussct and Baruj Benacerraf

Major histocompatibility complex


cont…

• 1984 Cesar Milstein and Georges E. Köhler, Monoclonal


antibody
• 1984 Niels K. Jerne, Immune regulatory theories
• 1987 Susumu Tonegawa, Gene rearrangement in
antibody production
• 1991 E. Donnall Thomas and Joseph Murray
Transplantation immunology
• 1996 Peter C. Doherty, Role of major histocompatibility
complex
• 1996 Rolf M. Zinkernagel, in antigen recognition by by T
cells
Ementa
Mecanismos gerais da resposta imune e
interação antígeno anticorpo. Conceito de
limiar de reatividade e índices avaliadores
de testes. Controle de qualidade em
Imunologia clínica. Métodos e técnicas no
imunodiagnóstico que usam reagentes
marcados e não marcados. Diagnóstico
imunológico de doenças infecciosas e
parasitárias. Diagnóstico imunológico das
doenças autoimunes.
Objetivos
• Fornecer ao aluno conhecimentos sobre o Laboratório de
Imunologia Clínica, além do controle de qualidade no
mesmo;
• Transmitir conhecimentos sobre os fundamentos, o
emprego e a interpretação das principais
• técnicas imunológicas no Laboratório de Análises
Clínicas, possibilitando sua correlação com o
• diagnóstico e prognóstico de doenças infecciosas, auto-
imunes e imunodeficiências;
• Desenvolver a capacidade crítica de correlação da clínica
com os achados laboratoriais
Critérios de Avaliação
N1 – TRABALHO (0,0 até 3,0) + PROVA ( 0,0 até 7,0).
TRABALHO: a atividade poderá ser composta por lista de
exercícios, questionários, estudo de caso, seminários, resenha
ou relatório de aula prática. Cada atividade terá peso
determinado pelo professor, totalizando no máximo 3,0 pontos. A
atividade deverá ser entregue em data estabelecida pelo
professor. Para atividades entregues fora do prazo estabelecido,
a atividade terá 0,2 pontos deduzidos do valor máximo por cada
dia de atraso.
PROVA: A avaliação será composta por questões discursivas
e/ou múltipla escolha. Não será permitida nenhum tipo de
consulta a materiais bibliográficos e anotações, físicas ou
digitais, exceto quando permitido pelo professor. As provas
serão avaliadas e corrigidas de acordo com a capacidade do
aluno de interpretar a questão, desenvolver uma resposta com
clareza, objetividade, precisão e coerência.
Critérios de Avaliação
N2 – PROVA INTEGRADA (0,0 até 10,0).
- PROVA TEORICO-PRATICA

N3 – TRABALHO (0,0 até 3,0) + PROVA (0,0 até 7,0).


SEMINÁRIO

PROVA: A avaliação será composta por questões discursivas e/ou


múltipla escolha. Não será permitida nenhum tipo de consulta a
materiais bibliográficos e anotações, físicas ou digitais, exceto quando
permitido pelo professor. As provas serão avaliadas e corrigidas de
acordo com a capacidade do aluno de interpretar a questão,
desenvolver uma resposta com clareza, objetividade, precisão e
coerência.

A média final do semestre será a soma das três notas (N1 + N2 +


N3) divido por 3 (três). Média para aprovação: mínimo 7,0 e no
mínimo 75% de presença.
Datas importantes
Atividade N1: 10-17/03
AVALIAÇÃO N1: 31/03
AVALIAÇÃO N2: 16/05
1ª RODADA DE SEMINÁRIOS: 02/06
2ª RODADA DE SEMINÁRIOS: 09/06
3ª RODADA DE SEMINÁRIOS: 16/06
4ª RODADA DE SEMINÁRIOS: 23/06
AVALIAÇÃO N3: 30/06
DEVOLUÇÃO DE ATIVIDADES E VISTA PROVA: 07/07
SUB: 12-13/07
EXAME: 18-19/07
Qual o papel da imunologia em nossa vida?
Nós vivemos cercados de microrganismos e apesar dessa
exposição contínua, nem sempre nos tornamos doentes.

Como o corpo se defende?


Quando a infecção ocorre, como o
corpo elimina o invasor e se
recupera?
E por que nós desenvolvemos uma
imunidade duradoura?
IMUNOLOGIA
Estuda o sistema imune e os mecanismos
de defesa que estabelecem um estado de
imunidade contra agentes indecciosos.

A maioria das substâncias que o organismo


reconhece como “estranhas” consiste em
microrganismos ou substâncias que não
são próprias e, portanto, a eliminação desses
agentes é um mecanismo de proteção.
SISTEMA IMUNOLÓGICO
Quase sempre a imunidade é benéfica ao individuo.

Em alguns casos, o organismo passa a


reconhecer como “estranho” o que é próprio e
então gera a resposta imunológica contra
componentes endógenos; ou ainda responde de
forma exacerbada contra agentes exógenos.
SISTEMA IMUNOLÓGICO

Agentes que (podem) causar resposta


imunológica exacerbada?

Vírus: gripe, dengue


Bactérias: tuberculose, hanseníase
Parasitas: malária cerebral
Proteínas no glúten: doença celíaca
~1 em cada 100.000 bebês
nasce sem qualquer
imunidade (Imunodeficiência
Combinada Grave ou SCID).

Agentes infecciosos e
condições ambientais que
↓ a resposta imunológica.
AS PROPRIEDADES DO
SISTEMA IMUNOLÓGICO
1. Versatilidade
2. Especificidade
3. Memória
4. Tolerância
5. Autolimitação
O QUE SÃO ANTÍGENOS?
• Proteínas, glicoproteínas e
polissacarídeos de patógenos;
• Antígenos de superficie celular
• Auto-antígenos
• Antígenos de alimentos, metais,
compostos orgânicos

Propriedade dos antígenos


1. Estranheza
2. Peso molecular
3. Imunogenicidade
4. Antigenicidade
Todo antígeno que entra no nosso
organismo é capaz de desencadear
uma resposta imunológica.
Todo antígeno é antigênico, mas nem
todo antígeno é imunogênico.
Qualquer substância que possa desencadear uma resposta imune
é considerada imunogênica e é chamada de imunógeno.

Moléculas de Proteína Antígeno


haptenos carreadora completo
As penicilinas podem ser decompostas por enzimas beta-
lactamases e podem levar à produção de derivados de
peniciloil, que podem se ligar a outras proteínas e
desencadear uma resposta imune.
O halotano passou a ser usado por volta da década de 1950
como agente anestésico. É potente, não inflamável e
metabolizado em cloreto de trifluoroacetilo. O cloreto de
trifluoroacetil reage com proteínas no fígado para formar um
neoantígeno, e uma vez que a resposta imune a esse
neoantígeno é desencadeada, a exposição subsequente ao
halotano pode levar à inflamação do fígado através da ativação
dessa resposta imune.
Urushiol
COMPONENTES DO
SISTEMA
IMUNOLÓGICO
Os órgãos do sistema imune
são classificados de acordo
com a capacidade de
produzir e/ou realizar a
maturação de células do
sistema imune e de
armazená-las e facilitar a
inteação com antígenos.
COMPONENTES DO
SISTEMA
IMUNOLÓGICO
Órgãos linfoides primários
COMPONENTES DO
SISTEMA
IMUNOLÓGICO
Órgãos linfoides secundários

linfonodo
placas e Peyer no intestino
Sistema Imune

Inato Adaptativo
(ñ específico) (específico)

Componentes Componentes Mediado por Humoral


celulares Humorais células (Ab)
SISTEMA IMUNE INATO
Primeiras
linhas de
defesa
• Reação imediata e não específica
• Pode ser aguda ou tornar-se crônica
Sinais clássicos da inflamação
SISTEMA IMUNE INATO

Segunda linha de defesa


Citocinas (sinalização/comunicação celular)
Sistema complemento (opsonização)
Células fagocítica
SISTEMA IMUNE INATO
Componentes celulares
SISTEMA IMUNE INATO
Componentes celulares

Macrófago
SISTEMA IMUNE INATO
Componentes celulares
Neutrófilo medula óssea libera ~100b/dia
SISTEMA IMUNE INATO
Componentes celulares
Eosinófilo

Mastócitos

Basófilo
SISTEMA IMUNE INATO
Componentes celulares

Linfócito Natural Killer: eliminação


de células infectadas ou alteradas.

Célula dendrítica: captura e


processamento antígenos (APC)
para ativação de linfócito T.
SISTEMA IMUNE INATO
Os mecanismos são específicos para estruturas que são
comuns para grupos de microorganismos relacionados
e não distinguem diferenças entre substâncias estranhas.

As céls do sistema imune inato


possuem receptores de
reconhecimento de padrões RRP

Determinados geneticamente
SISTEMA IMUNE INATO
Receptor de Reconhecimento de Padrão
PAMPS
DAMPS
MECANISMOS EFETORES DO
SISTEMA IMUNE INATO
Inflamação
MECANISMOS EFETORES DO
SISTEMA IMUNE INATO
Defesa antiviral – consiste em alterações nas
células que impedem a replicação do vírus e
aumentam a suscetibilidade → leucócito NK
MECANISMOS EFETORES DO
SISTEMA IMUNE INATO
Fagocitose
Moléculas
produzidas
nos
macrófagos

Funções Matar MO Reparo


efetoras de ↑ inflamação e tecidual
macrófagos estimular sist
ativados imune adapt
Sistema Imune

Inato Adquirido
(ñ específico) (específico)

Componentes Componentes Mediado por Humoral


celulares Humorais células (Ab)
SISTEMA IMUNE ADQUIRIDO
A imunidade adaptativa é ativada pela exposição
a patógenos e produz memória imunológica
para aprender sobre a ameaça e melhorar a
resposta imune de acordo, por isso a resposta
imune adaptativa é muito mais lenta.
SISTEMA IMUNE ADQUIRIDO

Imunidade Ativa – vacinação e por ativação da


resposta imune

Imunidade Passiva – anticorpos maternos e soro


SISTEMA IMUNE ADQUIRIDO
Imunidade humoral
- Mediada por anticorpos
- Defesa contra MO extracelulares
- Anticorpos reconhecem antígenos, neutralizam sua
infectividade e os marcam para eliminação
- Anticorpos são especializados → ativam ≠ funções
SISTEMA IMUNE ADQUIRIDO
Imunidade celular
- Mediada por células T e seus produtos
- Defesa contra MO intracelulares
SISTEMA IMUNE ADQUIRIDO
Componentes celulares
SISTEMA IMUNE ADQUIRIDO
Componentes celulares
SISTEMA IMUNE ADQUIRIDO
Ativação de células B
Após a formação e maturação na
medula óssea, as células B virgens
movem-se para o sistema linfático
para circular por todo o corpo

anticorpos
ligados à
membrana
SISTEMA IMUNE ADQUIRIDO
Ativação de células B
quando a célula B encontra um Ag, inicia a maturação
e diferencia-se em plasmócito e secreta anticorpos
SISTEMA IMUNE ADQUIRIDO
Anticorpo ou Imunoglobulina
Sitio de ligação com
anticorpo

Região
variável

Região
constante
Sitio de Cadeia
pesada
ligação
com
célula
SISTEMA IMUNE ADQUIRIDO
Anticorpo ou Imunoglobulina – classes
SISTEMA IMUNE ADQUIRIDO
Anticorpo ou Imunoglobulina – funções
Neutralização – impede a ligação de MO nas céls e
inibe a infecção
SISTEMA IMUNE ADQUIRIDO
Anticorpo ou Imunoglobulina – funções
Neutralização – inibem a propagação de MO de uma
cél infectas para céls adjacentes
SISTEMA IMUNE ADQUIRIDO
Anticorpo ou Imunoglobulina – funções
Neutralização – bloqueia a ligação de toxinas às céls
e inibem o efeito patológico da toxina
SISTEMA IMUNE ADQUIRIDO
Anticorpo ou Imunoglobulina – funções
Opsonização
Opsonizaçã MO opsonizados Ocorre Morte do MO
Fagocitose pro enzimas
o do MO se ligam a ativação do do MO digestivas do
por IgG fagócitos fagócito lisossomo
Ativação independente de Ag: as
células plasmáticas B produzem o
mesmo anticorpo que a célula B
dos pais (herença genética)
Ativação dependente de Ag: os
Ag são apresentados às céls B pelo
linfócito T helper 2 (Th2)
e então produzem anticorpos específico para o Ag

além das células


de memória
SISTEMA IMUNE ADQUIRIDO
Células B – auto-tolerância

Tolerância central: células B imaturas que se


ligam fortemente aos auto antígenos
expressos nos tecidos são sinalizadas
para cometer suicídio por apoptose.
SISTEMA IMUNE ADQUIRIDO
Células B – auto-tolerância

Tolerância periférica: as células B maduras


deixam a medula óssea sem ter sido expostas
um auto-antígeno. Na circulação, se a célula B
se liga a um antígeno mas não recebe um
sinal do linfócito Th2 para iniciar a produção
de anticopros, a célula B é submetida à
apoptose.
Questões
1. Defina o termo imunidade e imunologia.
2. Quais os componentes da imunidade inata e seus
mecanismos efetores?
3. Qual a diferença entre imunogenicidade e antigenicidade?
4. Como se dá o processo de ativação e diferenciação de
célulasB?
5. A quimiotaxia dos fagócitos é o movimento dos fagócitos
de acordo com a secreção de mensageiros químicos na
forma de interleucinas e outras quimiocinas. Como um
fagócito destrói uma bactéria que ele ingeriu?
6. A imunidade pode ser adquirida de forma ativa ou passiva,
podendo ser natural ou artificial. Qual é um exemplo de
imunidade natural adquirida passivamente?

Você também pode gostar