Você está na página 1de 5

Estudo Dirigido III – Imunologia

Nome: Guilherme Pereira dos Santos


Curso: Farmácia, turma 2018/2

Questões

01. Qual o principal mecanismo envolvido na tolerância imunológica central?

O principal mecanismo de tolerância central dos linfócitos T é a '''Seleção Natural ou


Deleção'''.
A seqüência de acontecimentos é a seguinte:

• O linfócito T imaturo reage fortemente a um antígeno próprio apresentado como


peptídeo ligado a molécula do Complexo Maior de Histocompatibilidade (MHC).

• Linfócito recebe sinais que estimulam a apoptose.

• Linfócito morre antes de completarem a maturação.

Algumas células T CD4+ imaturas que reconhecem antígenos próprios no timo não morrem,
mas se desenvolvem em células T reguladoras e entram nos tecidos periféricos.

OBS: A proteína AIRE (Regulador Auto-imune) é responsável pela expressão tímica de


antígenos protéicos restritos a tecidos periféricos. Mutações em AIRE são a causa da
Poliendocrinopatia auto-imune, uma rara síndrome.

Em suma, na tolerância central, o principal modo efetor é a destruição do linfócito


autorreativo através da apoptose.

02. Que mecanismo leva a doença “Diabetes mellitus dependente de insulina”?

No diabetes tipo 1 (antigamente denominado diabetes dependente de insulina ou diabetes


de início juvenil), o sistema imunológico do organismo ataca as células do pâncreas que
produzem insulina e mais de 90% delas são destruídas permanentemente. Os cientistas
acreditam que um fator ambiental, possivelmente uma infecção viral ou um fator nutricional na
infância ou na adolescência, faz com que o sistema imunológico destrua as células do pâncreas
que produzem insulina.
O pâncreas, portanto, produz pouca ou nenhuma insulina.

03. Miastenia gravis é uma doença auto-imune crônica que provoca fraqueza e fadiga

dos músculos voluntários. Descreva o mecanismo imunológico envolvido nessa

doença.

Na miastenia grave, o sistema imunológico produz anticorpos que atacam um tipo de


receptor no lado muscular da junção neuromuscular – receptores que respondem ao
neurotransmissor acetilcolina. Como resultado, a comunicação entre a célula nervosa e o
músculo é interrompida.

Desconhece-se a causa pela qual o organismo ataca os seus próprios receptores de


acetilcolina, uma reação autoimune. Segundo uma teoria, pode estar implicada uma disfunção
do timo. No timo, algumas células do sistema imunológico aprendem a diferenciar entre as
substâncias próprias do organismo e as substâncias estranhas. Por razões desconhecidas, o
timo dá ordens às células do sistema imunológico para produzir anticorpos que atacam os
receptores de acetilcolina. A predisposição para esse fenômeno autoimune pode ser de caráter
hereditário.

04. Quais consequências imunológicas podem ser observadas em paciente com


Síndrome de DiGeorge?

Uma das principais consequências da Síndrome de DiGeorge para o Sistema Imunológico é


o fato de o timo poder ser afetado e a produção de linfócitos T poder ser prejudicada,
resultando em baixo número de linfócitos T e infecções frequentes.
Pacientes com a Síndrome de DiGeorge podem ter produção pobre de células T em
comparação com seus pares e, como resultado, têm uma maior suscetibilidade a infecções
virais, fúngicas e bacterianas.

Autoimunidade: Pacientes com a Síndrome de DiGeorge desenvolvem doença autoimune a


uma taxa maior que na população geral.

05. Segundo a classificação de Gell e Coombs em 1963, existem 4 tipos de


hipersensibilidades. Quais são eles?

• Anafilaxia ou hipersensibilidade imediata ou alérgica, mediada por anticorpos IgE

• hipersensibilidade citotóxica, mediada por anticorpos citotóxicos IgM e IgG

• hipersensibilidade mediada por imunocomplexos (IgG e IgM)


• hipersensibilidade celular ou tardia (Linfócitos T e macrófagos)

06. Descreva o mecanismo de ação de uma Reação de Hipersensibilidade do Tipo I.

Reações de hipersensibilidade do tipo I também são conhecidas como reações imediatas e


são vistas na anafilaxia, asma alérgica e eczema. O indivíduo deve ter sido sensibilizado pelo
antígeno previamente para correr o risco de desenvolver uma reação destas. A primeira
exposição produziria imunoglobulinas E (IgE) específicas ao antígeno, então uma memória
para esta IgE é guardada pelas células de memória. A hipersensibilidade acontece na
exposição subsequente ao antígeno, em que induz-se grande produção de IgE, que por sua vez
irá se ligar aos receptores Fcε dos mastócitos. A interação dos mastócitos ligados a IgE com o
antígeno induz a sua degranulação e libera mediadores inflamatórios.

07. O que são “vacinas de microrganismos atenuados?”. Como podem ser obtidas?

A vacina atenuada é aquela em que o vírus encontra-se ativo, porém, sem capacidade de
produzir a doença (exemplos: caxumba, febre amarela, poliomielite oral - VOP, rubéola,
sarampo, varicela).
Vírus atenuados levam esta denominação pois passam por um processo no qual sua
virulência é reduzida a níveis considerados seguros para a aplicação clínica (vacinação). O
método mais utilizado para a obtenção de vírus atenuados baseia-se em promover infecções
sequenciais de vírus patogênicos em culturas celulares in vitro, ou em ovos embrionados. O
que se obtém após a série de passagens são cepas virais menos virulentas (atenuadas), as
quais sofreram mutações genéticas pontuais que comprometem o funcionamento de fatores
virais necessários à patogenicidade, sem, no entanto, gerar prejuízos à capacidade
“replicativa” do vírus.

Quando aplicado no corpo de um indivíduo, o vírus atenuado é capaz de se replicar, porém


de maneira lenta, sem causar maiores danos ao organismo. A prolongada exposição ao vírus
durante a lenta replicação viral induz uma resposta imune. Esta resposta leva à produção de
células de memória (linfócito B e T), as quais garantem o estabelecimento de imunidade contra
o vírus em questão.

08. “Um indivíduo com diagnóstico de botulismo recebeu como parte do tratamento,
soro eqüino anti-botulismo; esta é uma forma de imunidade natural passiva”. A
afirmativa acima é verdadeira ou falsa? Justifique sua resposta.

Falso. O tratamento do botulismo deve ser feito no hospital e envolve a administração de


um soro contra a toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum e da lavagem estomacal
e intestinal, para que seja eliminado qualquer resquício de contaminantes. Porém, não se trata
de uma imunidade natural passiva, mas sim de uma imunização artificial (profilática), pois
nesse caso, houve a administração do soro.

09. O que são e qual a importância dos marcadores tumorais?

Os marcadores tumorais são macromoléculas presentes no tumor, no sangue ou em outros


líquidos biológicos, cujo aparecimento e/ou alterações em suas concentrações estão
relacionados com a gênese e o crescimento de células neoplásicas. Tais substâncias funcionam
como indicadores da presença de câncer, e podem ser produzidas diretamente pelo tumor ou
pelo organismo, em resposta à presença do tumor. Os marcadores tumorais, em sua maioria,
são proteínas ou pedaços de proteínas, incluindo antígenos de superfície celular, proteínas
citoplasmáticas, enzimas e hormônios. Tais antígenos são liberados na corrente sanguínea por
alguns cânceres e podem ser detectados através de exames de sangue. Esses antígenos são
denominados marcadores tumorais. A presença desses marcadores tumorais é utilizada como
método de detecção do câncer em indivíduos assintomáticos. Os marcadores tumorais são
valiosos tanto no diagnóstico quanto no tratamento do câncer. Por exemplo, exames de sangue
podem ajudar a determinar se um tratamento não mais aparece na amostra de sangue, é
provável que o tratamento tenha sido bem sucedido. Quando ele desaparece e reaparece
posteriormente, é provável que tenha havido uma recorrência do câncer.

10. Explique por que na maioria dos pacientes de transplantes são administradas
doses baixas de corticosteróides ao longo de toda a duração de vida do transplante.

Os corticosteróides (esteroides do córtex suprarrenal e análogos sintéticos) englobam os


glicocorticóides e os mineralocorticóides; o cortisol é o principal glicocorticóide que produzimos
endogenamente.
Os corticosteróides são os agentes imunossupressores mais frequentemente utilizados para
a gestão e prevenção da rejeição em pacientes submetidos a transplantes. No entanto, as suas
propriedades causam vários efeitos secundários não desejados.
Os glicocorticóides são usados na rejeição aguda como parte de protocolos de
imunossupressão de manutenção em conjunto com outros fármacos (Samonakis, Germani, &
Burroughs, 2012). Os dois principais glicocorticóides utilizados para a prevenção da rejeição
são a prednisolona e a prednisona.

Você também pode gostar