Você está na página 1de 23

TRANSTORNOS DE

SINTOMAS SOMÁTICOS
ROSANE ROMANHA
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – UNISUL
CURSO DE PSICOLOGIA
TUBARÃO - SC
Este capítulo inclui os diagnósticos de:
 Transtorno de Sintomas Somáticos,

 Transtorno de Ansiedade de Doença,

 Transtorno Conversivo

 Fatores Psicológicos que Afetam Outras Condições


Médicas,
 Transtorno Factício,

 Outro Transtorno de Sintomas Somáticos

 Transtorno Relacionado Especificado Transtorno de


Sintomas Somáticos Não Especificados.

Todos compartilham de um aspecto comum: a


proeminência de sintomas somáticos associados a
sofrimento e prejuízo significativos. ((APA, 2014)
 Indivíduos com transtornos com
sintomas somáticos proeminentes
costumam ser encontrados em contextos
de atendimento primário e em outros
contextos médicos, porém menos
comumente em contextos psiquiátricos e
em outros de saúde mental.

 Esses diagnósticos reconceitualizados,


baseados em uma reorganização dos
diagnósticos de transtorno somatoforme
do DSM-IV, são mais úteis para
profissionais de atendimento primário e
outros médicos clínicos (não
psiquiatras).
(APA,2014)
TRANSTORNO DE SINTOMA
SOMÁTICO

CARACTERÍSTICA ESSENCIAL:
 Múltiplas queixas físicas recorrentes
que não são completamente explicadas
por fatores físicos e que resultam em
atenção médica ou comprometimento
significativo.

 É a condição somatoforme mais


global... É crônico ... Polissintomático,
afetando múltiplos sistemas do corpo.

 Busca excessiva de auxílio (vários


médicos ao mesmo tempo).
Critérios Diagnósticos para 300.81 Transtorno de Sintoma
Somático (F45.1)
______________________________________________________
A. Um ou mais sintomas somáticos que causam aflição ou resultam
em perturbação significativa da vida diária.
B. Pensamentos, sentimentos ou comportamentos excessivos
relacionados aos sintomas somáticos ou associados a
preocupações com a saúde manifestados por pelo menos um dos
seguintes:
 1. Pensamentos desproporcionais e persistentes acerca da
gravidade dos próprios sintomas.
 2. Nível de ansiedade persistentemente elevado acerca da saúde e
dos sintomas.
 3. Tempo e energia excessivos dedicados a esses sintomas ou a
preocupações a respeito da saúde.
 C. Embora algum dos sintomas somáticos possa não estar
continuamente presente, a condição de estar sintomático é
persistente (em geral mais de seis meses).
Especificar se:
 Com dor predominante (anteriormente transtorno doloroso):
Este especificador é para indivíduos cujos sintomas somáticos
envolvem predominantemente dor.
 Especificar se:
 Persistente: Um curso persistente é caracterizado por sintomas
graves, prejuízo marcante e longa duração (mais de seis
meses).
Especificar a gravidade atual:
 Leve

 Moderada
 Grave
________________________________________________________________
Tabela extraída do DSM 5 – com permissão de uso
TRANSTORNO
CONVERSIVO
(Transtorno de Sintomas
Neurológicos Funcionais)

 CARACTERÍSTICA ESSENCIAL:

Presença de sintomas ou déficits


produzidos não intencionalmente
que afetam a função motora ou
sensorial voluntária e que
sugerem, mas não são explicados
de todo por uma condição
neurológica ou médica, pelos
efeitos diretos de uma substância
ou por um comportamento ou
experiência aceitos no âmbito
cultural.
➔Sintomas específicos incluem:
Manifestações motoras:
- coordenação ou equilíbrio comprometidos,
anormalidade da marcha
- paralisia ou fraqueza localizada,
- dificuldade de deglutição ou nó na
garganta,
- tremores, tiques e espasmos.
- Postura anormal de membros

Manifestações sensoriais:
- anestesia e parestesias nas extremidades,
- alucinações,
- perda do tato ou da sensação da dor,
- visão dupla, cegueira ou surdez
Ataques ou convulsões:
- com comprometimentos
motores ou sensoriais.

→ Episódios isolados em
geral envolvem um sintoma, mas,
longitudinalmente, outros sintomas também
ficam evidentes.

→ Fatorespsicológicos usualmente parecem


estar envolvidos, na medida que as
manifestações ocorrem no contexto de
uma situação de conflito.
Critérios Diagnósticos para 300.11
Transtorno Conversivo
_________________________________________
A. Um ou mais sintomas de função motora
ou sensorial alterada.
B. Achados físicos evidenciam
incompatibilidade entre o sintoma e as
condições médicas ou neurológicas
encontradas.
C. O sintoma ou déficit não é mais bem
explicado por outro transtorno mental ou
médico.
D. O sintoma ou déficit causa sofrimento clinicamente significativo ou
prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas
importantes da vida do indivíduo ou requer avaliação médica.

Especificar o tipo de sintoma:


 (F44.4) Com fraqueza ou paralisia
 (F44.4) Com movimento anormal (p. ex., tremor, movimento
distônico, mioclonia, distúrbio da marcha)
 (F44.4) Com sintomas de deglutição
 (F.44.4) Com sintoma de fala (p. ex., disfonia, fala arrastada)
 (F.44.5) Com ataques ou convulsões (F.44.6) Com anestesia ou perda
sensorial
 (F.44.6) Com sintoma sensorial especial (p. ex., perturbação visual,
olfatória ou auditiva) (F44.7) Com sintomas mistos
Especificar se:
 Episódio agudo: Sintomas presentes há menos de seis meses.
 Persistente: Sintomas ocorrendo há seis meses ou mais.
Especificar se:
 Com estressor psicológico (especificar estressor)
 Sem estressor psicológico
________________________________________________________________________
Tabela extraída do DSM 5 – com permissão de uso
TRANSTORNO DE
ANSIEDADE DE DOENÇA

CARACTERÍSTICA ESSENCIAL

Preocupação não com os


sintomas em si, mas com o
medo ou com a idéia de se uma
doença séria, com base na
interpretação equivocada de
sinais e sensações corporais...
A preocupação persiste apesar
de reasseguramento por parte
dos médicos.
Critérios Diagnósticos para 300.7 Transtorno de Ansiedade
de Doença (F45.21)
_______________________________________________________________
A. Preocupação com ter ou contrair uma doença grave.
B. Sintomas somáticos não estão presentes ou, se estiverem,
são de intensidade apenas leve. Se uma outra condição
médica está presente ou há risco elevado de desenvolver
uma condição médica (p. ex., presença de forte história
familiar), a preocupação é claramente excessiva ou
desproporcional.
C. Há alto nível de ansiedade com relação à saúde, e o
indivíduo é facilmente alarmado a respeito do estado de
saúde pessoal.
D. O indivíduo tem comportamentos excessivos relacionados
à saúde (p. ex., verificações repetidas do corpo procurando
sinais de doença) ou exibe evitação mal-adaptativa (p. ex.,
evita consultas médicas e hospitais).
E. Preocupação relacionada a doença presente há pelo menos
seis meses, mas a doença específica que é temida pode
mudar nesse período.
F. A preocupação relacionada a doença não é mais bem
explicada por outro transtorno mental, como transtorno de
sintomas somáticos, transtorno de pânico, transtorno de
ansiedade generalizada, transtorno dismórfico corporal,
transtorno obsessivo-compulsivo ou transtorno delirante,
tipo somático.

Determinar o subtipo:
 Tipo busca de cuidado: O cuidado médico, incluindo
consultas ao médico ou realização de exames e
procedimentos, é utilizado com frequência.
 Tipo evitação de cuidado: O cuidado médico raramente é
utilizado.
________________________________________________________________
Tabela extraída do DSM 5 – com permissão de uso
FATORES PSICOLÓGICOS QUE AFETAM
OUTRAS CONDIÇÕES MÉDICAS - 316 (F54)

 O aspecto essencial é a presença de um ou mais


fatores psicológicos ou comportamentais
clinicamente significativos que afetam
adversamente uma condição médica ao
aumentar o risco de sofrimento, morte ou
incapacidade
Esses fatores podem afetar de maneira adversa uma
condição médica:
 Ao influenciar seu curso ou tratamento,

 Ao constituir um fator adicional de risco claro à


saúde,
 Ao influenciar a fisiopatologia subjacente,
precipitando ou exacerbando sintomas ou
exigindo atenção médica.

Fatores psicológicos ou comportamentais incluem (1)


sofrimento psicológico, (2) padrões de interação
interpessoal, (3) estilos de enfrentamento e
comportamentos de saúde mal-adaptativos, como
negação de sintomas ou (4) má adesão às
recomendações médicas.
(APA, 2014)
Exemplos clínicos comuns são:

 Asma exacerbada por ansiedade,


 Recusa de tratamento necessário para dor
torácica aguda,
 Manipulação de insulina por um indivíduo
diabético visando perder peso,
 Estresse ocupacional crônico aumentando o
risco de hipertensão
Critérios Diagnósticos para Fatores Psicológicos que
Afetam Outras Condições Médicas - 316 (F54)
_________________________________________________
A. Um sintoma ou condição médica (outro[al que não um
transtorno mental) está presente.
B. Fatores psicológicos ou comportamentais afetam de
maneira adversa a condição médica em uma das
seguintes maneiras:
 1. Os fatores influenciaram o curso da condição médica
conforme demonstrado por uma associação temporal
próxima entre os fatores psicológicos e o
desenvolvimento, a exacerbação ou a demora na
recuperação da condição médica.
 2. Os fatores interferem no tratamento da condição
médica (p. ex., má adesão).
 3. Os fatores constituem riscos de saúde adicionais
claros ao indivíduo.
 4. Os fatores influenciam a fisiopatologia subjacente,
precipitando ou exacerbando sintomas e demandando
atenção médica.
C. Os fatores psicológicos e comportamentais do Critério B não
são mais bem explicados por um transtorno mental (p. ex.,
transtorno de pânico, transtorno depressivo maior,
transtorno de estresse pós-traumático).
Especificar a gravidade atual:
 Leve: Aumenta o risco médico (p. ex., adesão inconsistente
ao tratamento anti-hipertensivo). Moderada: Agrava a
condição médica subjacente (p. ex., ansiedade agravando a
asma).
 Grave: Resulta em hospitalização ou consulta em
emergência.
 Extrema: Resulta em risco grave potencialmente fatal (p. ex.,
ignora sintomas de infarto agudo do miocárdio).
___________________________________________________________
Tabela extraída do DSM IV – com permissão de uso
TRANSTORNO FACTÍCIO – 300.19 (F68.10)

 Característica essencial é a falsificação de sinais e


sintomas médicos ou psicológicos em si mesmo ou em
outro associado a fraude identificada.

Indivíduos com transtorno factício também podem


buscar tratamento para si mesmos ou para outro depois
da indução de lesão ou doença.

 O diagnóstico requer a demonstração de que o indivíduo


está agindo de maneira sub-reptícia para falsear,
simular ou causar sinais ou sintomas de doença ou lesão
na ausência de recompensas externas óbvias.
TRANSTORNO FACTÍCIO AUTOIMPOSTO

A. Falsificação de sinais ou sintomas físicos ou


psicológicos, ou indução de lesão ou doença, associada
a fraude identificada.
B. O indivíduo se apresenta a outros como doente,
incapacitado ou lesionado.
C. O comportamento fraudulento é evidente mesmo na
ausência de recompensas externas óbvias.
D. O comportamento não é mais bem explicado por
outro transtorno mental, como transtorno delirante
ou outra condição psicótica.
Especificar.
 Episódio único

 Episódios recorrentes (dois ou mais eventos de


falsificação de doença e/ou indução de lesão)
TRANSTORNO FACTÍCIO IMPOSTO A OUTRO (ANTES
TRANSTORNO FACTÍCIO POR PROCURAÇÃO)
A. Falsificação de sinais ou sintomas físicos ou psicológicos, ou
indução de lesão ou doença em outro, associada a fraude
identificada.
B. O indivíduo apresenta outro (vítima) a terceiros como
doente, incapacitado ou lesionado.
C. O comportamento fraudulento é evidente até mesmo na
ausência de recompensas externas óbvias.
D. O comportamento não é mais bem explicado por outro
transtorno mental, como transtorno delirante ou outro
transtorno psicótico.
 Nota: O agente, não a vítima, recebe esse diagnóstico.
Especificar:
 Episódio único

 Episódios recorrentes (dois ou mais eventos de falsificação


de doença e/ou indução de lesão)
Indivíduos com transtorno factício podem:

❖ Relatar sentimentos de depressão e ideias suicidas como


conseqüência da morte de um cônjuge a despeito de essa
morte não ser verdadeira ou de o indivíduo não ter um
cônjuge;
❖ Relatar falsamente episódios de sintomas neurológicos (p. ex.,
convulsões, tonturas ou desmaios);
❖ Manipular um exame laboratorial (p. ex., acrescentando
sangue à urina) para indicar falsamente uma anormalidade;
❖ Falsificar prontuários médicos para indicar uma doença;
❖ Ingerir uma substância (p. ex., insulina) para induzir um
resultado laboratorial anormal ou uma doença;
❖ Automutilar-se ou induzir doença em si mesmos ou em outra
pessoa (p. ex., injetando material fecal para produzir um
abscesso ou induzir sepse).

Você também pode gostar