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PSICOPATOLOGIA II

TRANSTORNOS
SOMATOFORMES
TRANSTORNOS DE SINTOMAS
SOMATICOS
 O termo somatoforme deriva do grego soma,
que significa corpo, de modo que, os
transtornos somatoformes caracterizam um
amplo grupo de doenças que têm como
principal característica sintomas e sinais
corporais.
 Dentre eles temos 5 como principais: T. de
somatização, T. conversivo, Hipocondria, T.
Dismorfico corporal, T. doloroso.
TRANSTORNO DE SOMATIZAÇÃO

 Caracterizado por vários sintomas somáticos


que não podem ser explicados de maneira
adequada com base nos exames físico e
laboratorial.
 sua distinção reside “uma combinação de
sintomas de dor, gastrointestinais, sexuais e
pseudoneurológicos”. Assim, se difere em
vista da multiplicidade de queixas de vários
sistemas de órgão afetados.
TRANSTORNO DE SOMATIZAÇÃO

 É um transtornos crônico e se associa a


sofrimento psicológico, comprometimento
do desempenho social e ocupacional e
comportamento de procura excessiva por
assistência médica.
 Há relatos desde a época do antigo Egito. A
denominação inicial era Histeria e era
atribuída as mulheres.
TRANSTORNO DE SOMATIZAÇÃO

 Epidemiologia:
- Prevalência durante a vida di transtorno de somatização na
população geral é estimada em 0,2 a 2% em mulheres e 0,2%
em homens.
- Geralmente tem inicio antes dos 30 anos, pode continuar por
anos, por isso, considerado crônico.
- O transtorno se relaciona de forma inversa à posição social e
ocorre com mais frenquência entre pacientes com pouca
instrução e baixa renda.
- Pacientes apresentam várias queixas somáticas e histórias
médicas longas e complicadas. Acreditam que estiveram
doentes a maior parte da suas vidas. Sofrimento psicológico e
problemas interpessoais, ansiedade e depressão.
TRANSTORNO DE SOMATIZAÇÃO

 Ameaças de suicídios são comuns mas sua


consumação é rara, quando acontece está
associado ao uso de drogas.
 Descrevem suas queixas de maneira dramática,
emocional e exagerada, com linguagem vivida e
colorida, podem confundir sequências temporais.
Mulheres com esse transtorno podem se vestir de
forma exibicionista. Podem ser percebidas como
dependentes, egocêntricas, ávidas por admiração
e elogios, manipuladoras.
Critério diagnóstico do DSM V para
Transtorno de Somatização
A. Uma história de muitas queixas físicas com ínicio
antes dos 30 anos, que ocorrem pelo período de
vários anos e resultam em busca de tratamento
ou prejuízo significativo no funcionamento
social ou ocupacional em outras áreas
importantes de funcionamento do individuo.
B. Cada um dos seguintes critérios deve ter sido
satisfeito com os sintomas individuais ocorrendo
em qualquer momento durante o curso do
distúrbio:
Critério diagnóstico do DSM IV para
Transtorno de Somatização
B. Critérios:
1. 04 sintomas dolorosos: uma história de dor relacionada a pelo
menos quatro locais ou funções diferentes (ex: dor de cabeça,
abdome, costas, articulações, extremidades, tórax, reto,
durante a menstruação, durante a relação sexual ou durante a
micção)

2. 02 sintomas gastrointestinais: uma história de pelo menos 02


sintomas gastrointestinais outros que não de dor (ex. naúsea,
inchaço, vômito outro que não durante a gravidez (ex:
indiferença sexual, disfunção erétil ou ejaculatória,
irregularidades menstruais, sangramento menstrual excessivo,
vômitos durante toda gravidez.
Critério diagnóstico do DSM IV para
Transtorno de Somatização
B. Critérios:
4. 01 sintoma pseudoneurológico: uma história de pelo
menos um sintoma ou déficit sugerindo um problema
neurológico não limitado a dor (sintomas conversivos,
tais como prejuízo de coordenação ou equilíbrio,
paralisia ou franqueza localizada, dificuldade na
deglutinação ou nó na garganta, afonia, retenção
urinária, alucinações, perda da sensação de tato ou
dor, diplopia, cegueira, surdez, convulsões, sintomas
dissociativos tais como amnésia ou perda da
consciência outra que não por desmaio)
Critério diagnóstico do DSM IV para
Transtorno de Somatização
C. 1 ou 2
1. Após investigação nenhum dos sintomas no critério B
podem ser explicados completamente por uma
condição médica geral conhecida ou pelos efeitos
diretos de uma substância (ex: droga ou abuso de
medicamentos)
2. quando existe uma condição médica geral relacionada,
as queixas físicas ou o prejuízo social ou ocupacional
resultante excedem o que seria esperado a partir da
história, do exame físico ou dos achados laboratoriais.
D. Os sintomas não são intencionalmente produzidos ou
simulados.
TRANSTORNO CONVERSIVO
(transtorno de sintomas neurológicos funcionais)

 Caracteriza-se por transtorno conversivo uma


alteração do funcionamento corporal que não
se conforma com conceitos atuais de
anatomia e fisiologia do sistema nervoso
central e periférico. Ocorre em situações de
estresse e produz redução considerável de
desempenho.
TRANSTORNO CONVERSIVO

 Para o diagnóstico diferencial verificamos a


presença de um ou mais sintomas
neurológicos, que não podem ser explicados
por uma doença neurológica ou sistêmica,
associados a fatores psicológicos com o início
ou a exacerbação dos sintomas.
 O sintomas se desenvolvem abruptamente e
o início pode estar associado a um evento
traumático.
TRANSTORNO CONVERSIVO
 Epidemiologia:
Vários estudos demonstraram que de 5 a 15% das consultas
psiquiátricas envolvem pacientes com transtorno
conversivo.
A relação de mulheres para homens entre pacientes adultos é
no mínimo de 2 para 1 e no máximo de 10 para 1. Mais
comum em meninas do que meninos. Homens com
transtorno estiveram envolvidos em acidentes ocupacionais
ou militares.
Pode ocorrer em qualquer época, da infância a idade avançada,
mas é mais comum em adolescentes e adultos jovens.
TRANSTORNO CONVERSIVO

 Epidemiologia:
Dados indicam que é mais comum nas populações
rurais, em pessoas com menos instrução, nas de
quociente de inteligência baixo, nos grupos
socioeconômicos inferiores, e no pessoal militar
que esteve exposto a situação de combate.
O transtorno conversivo se associa de forma mais
direta a diagnósticos co-mórbidos de transtorno
depressivo maior, transtorno de ansiedade,
esquizofrenia (mais incomum).
TRANSTORNO CONVERSIVO

 Epidemiologia:
Doenças sistêmicas e principalmente neurológicas
ocorrem com frequência entre pacientes com
transtorno conversivo. Comumente aparecem
condições co-morbidas a partir de lesão orgânica
original.
Transtornos de personalidade também são
acompanhados do transtorno conversivo, em
especial a do tipo histriônica (5 a 21%dos casos),
do tipo passivo-dependente (9 a 40% dos casos)
Critérios diagnósticos para Transtorno
conversivo DSM V
a. Um ou mais sintomas ou déficits afetando a
função motora ou sensorial voluntária, que
sugerem uma condição neurológica ou outra
condição médica geral.
b. Fatores psicológicos são julgados como
associados com o sintoma ou déficit, uma vez que
o início ou a exacerbação dos sintomas ou déficit
é precedido por conflito ou outros estressores.
c. O sintoma ou déficit não é intencionalmente
produzido ou simulado.
Critérios diagnósticos para Transtorno
conversivo DSM V
d. O sintoma ou déficit não pode, após a investigação
apropriada, ser completamente explicado por condição
médica geral, pelos efeitos diretos de uma substância ou por
um comportamento ou experiência culturalmente aceitos.
e. O sintoma ou déficit causa sofrimento clinicamente
significativo ou prejuízo no funcionamento social ou
ocupacional ou outras áreas importantes da vida do
individuo, ou indica avaliação médica.
f. O sintoma ou déficit não se limita a dor ou disfunção
sexual, não ocorre exclusivamente durante o curso de um
transtorno de somatização, nem melhor explicado por
outro transtorno mental.
TRANSTORNO CONVERSIVO

 Sintomas comuns:
 Paralisias, cegueira e mutismo são os sintomas
mais comuns do Transtorno conversivo.
 Sintomas sensoriais: anestesias e parestesias em
especial nas extremidades. Surdez, cegueira,
visão de túnel.
 Sintomas motores: disturbio na marcha,
fraqueza, paralisia. Tremores amlos ritmicos,
movimentos coreiformes, tiques, abalos,
paralisias 1 ou 2 membros
TRANSTORNO CONVERSIVO

 Sintomas convulsivos: pseudoconvulsões.


Morder a língua, incontinência urinária,
lesões com quedas podem ocorrer, embora
não costumem estar presentes.
 Outros aspectos associados: Sintomas
psicológicos : conflito inconsciente, ganhos
secundários, “la belle indifférence”,
identificação.
TRANSTORNO DISMÓRFICO
CORPORAL
 Pacientes manifestam um sentimento
subjetivo global de serem muito feios em
algum aspecto da sua imagem, a despeito da
aparência normal ou quase.
 Produzem uma forte crença ou medo de não
ser atraente ou até mesmo repulsivo.
 Essa medo não é atenuado pelo
reasseguramento do erro ou elogios .
TRANSTORNO DISMÓRFICO
CORPORAL
 Epidemiologia:
 Pacientes com este transtorno frequentam
vários médicos, dermatologistas, cirurgiões e,
quase nunca, chegam ao psiquiatra.
 Idade mais comum de início é entre 15 e 30 anos
e as mulheres são mais afetadas do que os
homens.
 Os pacientes têm maior probabilidade de serem
solteiros. Este transtorno normalmente co-
existe com outros transtorno mentais.
TRANSTORNO DISMÓRFICO
CORPORAL
 Epidemiologia:
 Um estudo revelou que:
 90% dos indivíduos tinham experimentado um
episódio depressivo maior durante a vida.
 70% tiveram transtorno de ansiedade.
 30% apresentaram um transtorno psicótico.
 A causa do transtorno é desconhecida.
 Conceitos estereotipados de beleza podem
afetar de forma significativa os pacientes com
transtorno dismórfico.
TRANSTORNO DISMÓRFICO
CORPORAL
 O início tende a ser gradativo.
 O indivíduo pode se tornar cada vez mais
com uma parte do corpo até que perceba que
seu desempenho está sendo afetado.
 Tende a procurar assistência médica ou
cirúrgica para resolver o problema.
 O nível de preocupação pode ir e vir com o
tempo, embora o transtorno em geral seja
crônico se não for tratado.
TRANSTORNO DISMÓRFICO
CORPORAL
 Características clínicas:
 As preocupações mais importantes envolvem
imperfeições faciais, particularmente relacionadas
a partes específicas (ex: nariz, queixos, etc.)
 Preocupações vagas e difíceis de se compreender
(ex: queixo amassado, olho de peixe, etc).
 Preocupações são intrusivas e indesejáveis,
tomam de 3 a 8 horas por dia.
 Outras partes do corpo que geram preocupações
são cabelo, mamas e genitália.
TRANSTORNO DISMÓRFICO
CORPORAL
 A parte específica do corpo pode mudar durante o
tempo que o paciente é afetado por está condição.
 Sintomas recorrentes associados a idéias de
referência.
 Verificação excessiva no espelho ou evitação de
superfície reflexiva, como tentativas de ocultar a
deformidade presumida.
 Efeitos significativos sobre a vida pessoal e
ocupacional do sujeito.
 Podem ficar restritos em casa e, em alguns casos,
podem tentar suicídio.
Critérios diagnósticos do DSM-V
para Transtorno Dismórfico Corporal
A. Preocupação com um defeito imaginário na aparência. Se
uma ligeira anomalia física está presente, a preocupação do
indivíduo é acentuada e excessiva.
B. Em algum momento do transtorno executou
comportamentos repetitivos (olhar-se no espelho, etc) ou
ato mentais (comparar-se) em resposta as preocupações.
C. A preocupação causa sofrimento clinicamente significativo
ou prejuízo no funcionamento social e ocupacional em
outras áreas importantes da vida do indivíduo.
D. A preocupação não é melhor explicada por outro
transtorno mental (ex: anorexia nervosa)

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