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SEMINÁRIO BÍBLICO DE TEOLOGIA CRISTÃ DO RIO DE JANEIRO

Seminário Interdenominacional – Entidade Mantenedora: COMUNIDADE CRISTÃ VIDA NOVA


Caixa Postal 46024 CEP 20560.970 – Rio de Janeiro/RJ

Evidentemente, como enfatizamos, quando nos referimos ao tratamento dos


deprimidos não estamos nos restringindo exclusivamente ao tratamento
medicamentoso.

A depressão é uma doença "do organismo como um todo", que compromete o


físico, o humor e, em conseqüência, o pensamento. A Depressão altera a
maneira como a pessoa vê o mundo e sente a realidade, entende as coisas,
manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida. Ela afeta a
forma como a pessoa se alimenta e dorme, como se sente em relação a si
próprio e como pensa sobre as coisas.

A Depressão é uma doença afetiva ou do humor, ela não é, simplesmente,


estar na "fossa" ou com "baixo astral" passageiro. Também não é sinal de
fraqueza, de falta de pensamentos positivos ou uma condição que possa ser
superada apenas pela força de vontade ou com esforço.

As pessoas com doença depressiva (estima-se que 17% das pessoas adultas
sofram de uma doença depressiva em algum período da vida) não podem,
simplesmente, melhorar seu quadro por conta própria e através dos
pensamentos positivos, conhecendo pessoas novas, viajando, passeando ou
tirando férias. Sem tratamento, os sintomas podem durar semanas, meses ou
anos. O tratamento adequado, entretanto, pode ajudar a maioria das pessoas
que sofrem de depressão.

A Depressão é entendida, medicamente, como um mal funcionamento


cerebral do que uma má vontade psíquica ou uma cegueira mental para as
coisas boas que a vida pode oferecer. A pessoa deprimida sabe e tem
consciência das coisas boas de sua vida, sabe que tudo poderia ser bem pior,
pode até saber que os motivos para seu estado sentimental não são tão
importantes assim, entretanto, apesar de saber isso tudo e de não desejar
estar dessa forma, continua muito deprimido. Portanto, as doenças
depressivas se manifestam de diversas maneiras, da mesma forma que outras
doenças, como, por exemplo, as do coração.

TRATAMENTO DA DEPRESSÃO
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É sempre bom lembrar que maioria dos pacientes afetivos que procuram o
clínico geral ou especialistas que não o psiquiatra, podem ser portadores de
quadros emocionais associados à Depressão, principalmente de quadros
ansiosos ou somáticos referidos no esquema acima e, notadamente, de
quadros cheios de sintomas físicos de origem emocional ou agravados pelas
emoções.

Os pacientes deprimidos podem apresentar a depressão de duas maneira;


depressão atípica e, depressão típica. Vejamos os 2 tipos:

PACIENTES COM SINTOMAS PREDOMINANTEMENTE FÍSICOS

Começamos com o esquema de abordagem dos pacientes com quadros


somaticos. Podem ser eles:
1. - Síndrome do Pânico
2. - Quadros Fóbicos
2.1 - Fobia Social
2.2 - Fobia Simples
2.3 - Agorafobia
3. - Quadros Obsessivos-Compulsivos
4. - Quadros Somatiformes
4.1 - Dor Psicogênica
4.2 - Hipocondria
4.3 - Somatizações (Transtorno Somatomorfo)

Todos esses quadros acima podem se manifestar com exuberantes sintomas


autossômicos, determinados por desequilíbrio do SNA (Sistema Nervoso
Autônomo) e/ou com a coexistência de Transtornos Psicossomáticos (veja
abaixo na Lista 3).

Havendo necessidade do tratamento médico, este deve ser direcionado à


Depressão e à Ansiedade. A maioria dos clínicos gerais e especialistas não
psiquiatras têm optado, por várias razões, aos ansiolíticos como primeira
opção medicamentosa. Entre as razões dessa escolha estão, principalmente, o
hábito e o desconhecimento do manuseio com antidepressivos. Entretanto,
sabendo que a Depressão pode estar sendo a base psicofisiológica dos
sintomas ansiosos, o mais correto seria iniciarmos o tratamento com

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antidepressivos; isoladamente ou, conforme ao caso, temporariamente
associados aos ansiolíticos.

A existência de sintomas físicos em pacientes emocionais exige sempre uma


adequada avaliação clínica. Não havendo confirmação clínica e laboratorial
das queixas físicas estaremos diante de Quadros Somatiformes, havendo
alterações clinicamente constatadas estaremos diante dos Transtornos
Psicossomáticos.

Entre os sintomas determinados ou agravado pelas emoções podemos citar:


Lista 3

Cardiologia: Palpitações, arritmias, taquicardias, dor no


peito
Gastroenterologia: Cólicas abdominais, epigastralgia,
constipação e diarréia
Neurologia: Parestesias, anestesias, formigamentos,
cefaléia, alterações sensoriais
Otorrino: Vertigens, tonturas, zumbidos
Clínica Geral: Falta de ar, bolo na garganta, sensação de
desmaio, fraqueza dos membros, falta de
apetite ou apetite demais
Ginecologia: Cólicas pélvicas, dor na relação,
alterações menstruais
Ortopedia: Lombalgias, artralgias, cervicalgias, dor
na nuca
Psiquiatria: Irritabilidade, alterações do sono (demais
ou de menos), angústia, tristeza, medo,
insegurança, tendência a ficar em casa,
pensamentos ruins
Alguns desses sintomas estão presentes na crise de Pânico, outros na crise de
Fobia (principalmente Fobia Social), outros na Dor Psicogênica ou nos
Transtornos Somatomorfos.

Se, iniciar o tratamento antidepressivo não costuma oferecer tantas dúvidas,


estabelecer o tempo e a natureza desse tratamento pode ser um pouco mais
complicado. Aqui, voltamos a sublinhar a importância de saber se a pessoa é
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deprimida ou esta deprimida. O bem estar e os benefícios do tratamento serão
o mesmo nesses dois casos. Em pauta está apenas a duração do tratamento.

Lista 4

Cardiologia: Hipertensão arterial, insuficiência


cardíaca, arritmias...
Gastroenterologia: Doença de Crown, polipose, diverticulose,
insuficiência hepática...
Neurologia: Enxaqueca, seqüelas de AVC,
hidrocefalias, epilepsia...
Otorrino: Labirintopatias, síndromes vertiginosas,
zumbidos...
Endócrinologia: Diabetes, insuficiência suprarenal,
Cushing não iatrogênica, tireóide...
Clínica Geral: Reumatismos, Lupus, doença de
Reynauld, imunopatias...
Ginecologia: Endometriose, esterilidade, insuficiência
ovariana...
Ortopedia: Lombalgias, ostofitose, osteoartrose...
Sendo portador de Distimia, de Transtorno Depressivo Recorrente ou de
Transtorno Afetivo Bipolar, acompanhado ou não de sintomas físicos ou
somáticos, esse paciente é deprimido. Neste caso o tratamento será a longo
prazo e algumas vezes para sempre. O médico deve orientar o paciente para
essa possibilidade e, para amenizar os preconceitos que se tem sobre a
possibilidade de um tratamento longo ou definitivo com medicação psiquiátrica,
alguns argumentos podem ser lembrados ao paciente.

Podemos lembrá-lo alguns outros problemas médicos de tratamento longo ou


permanente (Lista4) mas que não despertam tanto constrangimento quanto os
problemas psiquiátricos.

Na maioria desses casos, bem como na problemática psiquiátrica, o


tratamento médico controla a doença, alivia sintomas, melhora a sobrevida, o
nível de vida e o conforto, proporciona ressocialização e melhor adaptação do
paciente. Portanto, a resolutividade da psiquiatria é absolutamente a mesma
de outras tantas especialidades médicas.
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Sendo o paciente portador de Episódio Depressivo único, bem como de Transtornos Ansiosos com
aparecimento recente e definido na vida da pessoa, o tratamento terá perspectivas de maior brevidade.
Vejamos um esquema de orientação para se estimar um tratamento mais breve ou mais longo.

SUGEREM TRATAMENTO SUGEREM TRATAMENTO MAIS


MAIS LONGO BREVE
Antecedentes pessoais de Sem antecedentes pessoais de
depressão depressão
História familiar de
Sem história familiar de
problemas emocionais problemas emocionais
Abuso de álcool ou drogasPresença de estressor
emocional desencadeante
Morar sozinho Casado(a) ou equivalente
Idade avançada Idade mais jovem
Alto nível de preocupação e Nível normal de preocupação e
conseqüência conseqüência
Tentativa anterior de Recente mudança de vida
suicídio
Suicídio na família Recente perda
PACIENTES COM SINTOMAS PREDOMINANTEMENTE DEPRESSIVOS

Com freqüência o paciente pode apresentar, predominantemente, também sintomas francamente


depressivos. O mesmo esquema proposto acima (dos sintomas predominantemente físicos) pode ser
aplicado.
Alguns preceitos clínico-terapêuticos podem ser muito proveitosos para o tratamento dos transtornos
emocionais que envolvem a Depressão:

O QUE ACONTECE LEMBRAR QUE...


O paciente quer Explique que o tratamento demora
melhorar rápido: alguns dias ou semanas
Há sintomas ansiosos Associar ansiolíticos
também: (temporariamente)
Há sintomas físicos Associar ansiolíticos e tratar sintomas
também: físicos

DEPOIS DE 3 SEMANAS LEMBRAR QUE...


Sintomas depressivos Antes de substituir o antidepressivo
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persistem: aumente a dose*
Sintomas ansiosos Aumente o antidepressivo associe
persistem: ansiolíticos
Sintomas físicos Aumente o antidepressivo associe
persistem: ansiolíticos
* lembrar que os antidepressivos tricíclicos costumam Ter um
tempo de latência para início dos efeitos terapêuticos maior que os
antidepressivos atípicos oi ISRS (inibidores da recaptação de
serotonina).

Atualização sobre o uso da ECT na Depressão

artigo de Paulo Dalgalarrondo, Lorena Azi e Neury J. Botega

Desde a década de 40, a ECT passou a ser utilizada amplamente no


tratamento da depressão maior. Atualmente a ECT é considerada uma das
opções mais importantes para formas graves de depressão. A taxa de
remissão nestes casos fica em torno de 80 a 90%, contra 60 a 70% nos
ensaios terapêuticos. farmacológicos. A ECT deve ser considerada como
possível tratamento de primeira escolha para casos nos quais sintomas
psicóticos ou catatônicos estão presentes, para pacientes nos quais há
necessidade de resposta terapêutica rápida, tais como pacientes com alto grau
de suicidalidade ou recusa alimentar e problemas nutricionais sérios. Além
disso, recomenda-se atualmente que se considere a possibilidade da ECT
para pacientes com um alto grau de intensidade ' e gravidade dos sintomas,
prejuízos funcionais muito relevantes, e pacientes refratários a tratamentos
farmacológicos bem conduzidos previamente.

A partir da década de 40, o uso da ECT na prática psiquiátrica passou a ser


cada vez mais difundido. Desde cedo os clínicos perceberam que a sua
utilidade no tratamento das formas graves de depressão era muito marcante.
Verificou-se também que a mortalidade dos pacientes por complicações da
depressão foi claramente reduzida (suicídio, complicações clínicas da
desidratação e desnutrição associadas à depressão grave, etc.). Assim, a ECT
passou a ser utilizada amplamente para o tratamento da depressão maior,
mesmo antes de contarmos com estudos controlados.

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Nos anos sessenta, foram realizados importantes estudos multicêntricos
comparando-se a ECT com imipramina, fenelzina e placebo. A ECT mostrou-
se quase sempre superior aos outros tratamentos na maioria dos estudos
(KENDELL, 1981). Na década de oitenta, JANICAK e colaboradores (1985)
realizaram uma revisão sistemática da maioria dos estudos anteriores.
evidenciando o sucesso da ECT para formas graves e refratárias de
depressão.

Em 1988, RIFKIN e colaboradores analisaram todos os estudos duplo-cegos


randomizados realizados até então, comparando a ECT a antidepressivos
tricíclicos. Oito deles foram realizados entre 1963 e 1966 e um em 1982.

Infelizmente, os nove estudos diferiram em relação à qualidade metodológica


(variação das doses utilizadas, seleção da amostra, duração e avaliação dos
resultados), não podendo o autor chegar a conclusão consistente. .....

Formas de depressão que respondem melhor à ECT

Já na década de sessenta vários trabalhos mostravam que os sintomas


clássicos da chamada depressão endógena (piora pela manhã, retardo motor,
insônia terminal, perda de apetite e de peso, etc.) eram bons preditores de
resposta a ECT, quando comparados aos sintomas da depressão "tipo
neurótica" (KENDELL, 1981).

Segundo PIANA (1995) a resposta a ECT é particularmente favorável em


episódios depressivos primários graves, não complicados por outra
comorbidade física ou psiquiátrica. Nestes casos o índice de remissão
esperado fica em torno de 80 a 90%, contra 60 a 70% nos ensaios
terapêuticos farmacológicos. Além disso, é cada vez mais evidente que os
pacientes que apresentam sintomas psicóticos (particularmente os delírios) e
retardo motor beneficiam-se de forma muito pronunciada com a utilização da
ECT, parecendo haver inclusive um efeito sinérgico da presença concomitante
de delírio e retardo motor para a resposta à ECT (BUCHAN et al., 1992).

Na prática clínica diária tornou-se corriqueira a idéia de que a ECT deveria ser
utilizada apenas para pacientes que não respondem a tratamentos
farmacológicos prévios, localizando a ECT como "último recurso" no

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tratamento do paciente depressivo grave. Entretanto, algumas pesquisas
recentes indicam que pacientes com depressão resistente a tratamento
farmacológico adequado têm pior resposta clínica à ECT. Além disso, há
evidências de que uma maior duração do episódio parece associar-se à pior
resposta à ECT (PRUDlC et al, 1996),

Em contraposição aos antidepressivos tricíclicos, há evidências de que a


resistência a antidepressivos ISRS não prediz má resposta à ECT. Assim,
alguns autores especulam de que talvez existam mecanismos comuns entre a
ECT e os antidepressivos heterocíclicos (PRUDlC et al, 1996).

O Consenso da American Psychiatric Association de abril de 2000

Em abril de 2000, a American Psychiatric Association - APA publicou um


suplemento de sua revista (Am. J. Psychiatry) intitulado: "Practice Guideline for
the treatment of patients with Major Depressive Disorder-Revision". Nesse
volume, editado por T. Byram Karasu, a APA procurou oferecer aos clínicos
que lidam com pacientes com depressão maior, o que há de mais atual e
consistente no que concerne ao tratamento da depressão maior.

Nesse Guideline há várias observações e recomendações sobre o uso da ECT


em depressão maior. A seguir resumimos o que encontramos de mais
relevante, particularmente o que concerne especificamente à ECT. Por
exemplo, segundo a APA: A ECT deve ser considerada para pacientes com
transtorno depressivo maior com um alto grau de intensidade e gravidade dos
sintomas, e prejuízos funcionais, ou para casos nos quais sintomas psicóticos
ou catatônicos estão presentes.

A ECT pode ser também o tratamento de escolha para pacientes nos quais há
necessidade de resposta terapêutica rápida, tais como pacientes suicidas ou
que recusam alimentação, estando em estado nutricional comprometido.

Segundo a força tarefa da APA a proporção de pacientes com depressão maior que responde à ECT é
alta, estando em torno de 80 a 90%. Além disso, é de se destacar que estudos controlados têm também
evidenciado que cerca da metade dos pacientes com depressão maior que não responderam aos
tratamentos farmacológicos, respondem bem à ECT. Os grupos de pacientes nos quais a ECT deve ser
considerada como o tratamento mais eficaz e possivelmente de primeira escolha são apresentados no
quadro 1 .

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GRUPOS DE PACIENTES NOS QUAIS A ECT DEVE SER
CONSIDERADA A PRIMEIRA ESCOLHA
Pacientes com sintomas psicóticos (depressão grave com
sintomas psicóticos)
Pacientes com estupor e sintomas catatônicos (mutismo,
negativismo, apatia no leito, sem resposta ao ambiente)
Pacientes com risco grave de suicídio
Pacientes com recusa alimentar e estado nutricional prejudicado
Pacientes grávidas que precisam resposta terapêutica rápida
Pacientes que já responderam previamente à ECT de forma
marcante
Pacientes que façam opção pessoal pela ECT como primeira
escolha
Veja Eletroconvulsoterapia

Linhas Gerais do Tratamento

É muito importante ter em mente que o paciente deve ser sempre muito bem
orientado sobre os passos, o tipo e a natureza do tratamento a que está sendo
submetido. O paciente deve saber sobre a natureza dos medicamentos, suas
ações e efeitos adversos, sobre o tempo previsto para sua ação terapêutica,
bem como a previsão de tempo de uso.
É sempre importante termos em mente que os sintomas ansiosos e físicos
desaparecerão com o tratamento da Depressão na expressiva maioria dos
casos, sem necessidade de ansiolíticos e/ou medicamentos sintomáticos.
Havendo necessidade desses medicamentos para alívio mais rápido de
sintomas físicos e ansiosos, os quais, além de muito aborrecedores,
normalmente se constituem na principal queixa que motiva a consulta,
devemos considerar a brevidade em que serão usados.
O medicamento de uso mais longo e continuado será o antidepressivo. Como
vimos acima, no caso do quadro sugerir tratar-se de um paciente que é
deprimido, o tempo de tratamento deve ser mais longo (algumas vezes para
sempre) e, inversamente, sugerindo tratar-se de um paciente que está
deprimido, podemos pensar em maior brevidade.

ESPECIFICAÇÃO DOS ANTIDEPRESSIVOS

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Os antidepressivos são drogas que aumentam o tônus psíquico melhorando o
humor e, conseqüentemente, melhorando a performance psíquica de maneira
global. Apesar de vários fatores contribuírem para a etiologia da depressão
emocional, entre eles destaca-se cada vez mais a importância da bioquímica
cerebral.
A ação terapêutica das drogas antidepressivas tem lugar no Sistema Límbico,
o principal centro das emoções. Este efeito terapêutico é conseqüência de um
aumento funcional dos neurotransmissores na fenda sináptica, principalmente
da Norepinefrina (NE) e/ou da Serotonina (5HT) e/ou da dopamina (DO), bem
como alteração no número e sensibilidade dos neuroreceptores. O aumento de
neurotransmissores na fenda sináptica pode se dar através do bloqueio da
recaptação desses neurotransmissores no neurônio pré-sináptico ou ainda,
através da inibição da Monoaminaoxidase (MAO), a enzima responsável pela
inativação destes neurotransmissores. Será, portanto, os sistemas
noradrenérgico, serotoninérgico e dopaminérgico do Sistema Límbico o local
de ação das drogas antidepressivas empregadas na terapia dos transtornos da
afetividade.

Podemos dividir os antidepressivos em 3 grupos:


1 - Antidepressivos Tricíclicos (ADT)
2 - Inibidores da Monoaminaoxidase (IMAO)
3 - Antidepressivos Atípicos
4 - Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina

Tratamento da Depressão - 2
Antidepressivos Tricíclicos (ADT)

Os antidepressivos são drogas que aumentam o tônus psíquico melhorando o


humor e, conseqüentemente, melhorando a psicomotricidade de maneira
global. Como vimos anteriormente, são vários os fatores que contribuem para
a etiologia da depressão emocional e, entre eles, destaca-se cada vez mais a
importância da bioquímica cerebral.

Acredita-se que o efeito antidepressivo se dê às custas de um aumento da


disponiilidade de neurotransmissores no SNC, notadamente da serotonina (5-
HT), da noradrenalina ou norepinefrima (NE) e da dopamina (DA). Ao

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bloquearem receptores 5HT2 os antidepressivos também funcionam como
antienxaqueca.

Este aumento de neurotransmissores na fenda se dá através do bloqueio da


recaptação da NE e da 5HT no neurônio pré-sináptico ou ainda, através da
inibição da Monoaminaoxidase (MAO) que é a enzima responsável pela
inativação destes neurotransmissores.

Será, portanto, nos sistemas noradrenérgico o serotoninérgico do Sistema


Límbico o local de ação das drogas antidepressivas empregadas na terapia
dos transtornos da afetividade.

O local de ação dos antidepressivos tricíclicos (ADT) é no Sistema Límbico


aumentando a NE e a 5HT na fenda sináptica. Este aumento da
disponibilidade dos neurotransmissores na fenda sináptica é conseguido
através da inibição na recaptação destas aminas pelos receptores pré-
sinápticos.

Parece haver também, com o uso prolongado dos ADT, uma diminuição do
número de receptores pré-sinápticos do tipo Alfa-2, cuja estimulação do tipo
feedback inibiria a liberação de NE. Desta forma, quanto menor o número
destes receptores, menor seria sua estimulação e, conseqüentemente, mais
NE seria liberada na fenda. Portanto, dois mecanismos relacionados à
recaptação; um inibindo diretamente a recaptação e outro diminuindo o
número dos receptores.

Alguns autores tentam relacionar subtipos de depressão de acordo com o


envolvimento do sistema serotoninérgico ou noradrenérgico. Teríamos então,
bioquímica e farmacologicamente, a depressão por déficit de 5HT, considerada
depressão ansiosa e a depressão por déficit de NE, depressão inibida.

Importa, em relação à farmacocinética dos ADT, o conhecimento do período


de latência para a obtenção dos resultados terapêuticos. Normalmente estes
resultados são obtidos após um período de 15 dias de utilização da droga e,
não raro, podendo chegar até 30 dias.

Enquanto os efeitos terapêuticos exigem um período de latência, o mesmo não acontece com os
efeitos colaterais. Estes aparecem imediatamente após a ingestão da droga e são responsáveis pelo
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grande número de pacientes que abandonam o tratamento antes dos resultados desejados.(saiba mais
visitando a pág. das substâncias).

ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS
Nome do Sal Nome Apresentação
Dose
Comercial média*
AMITRIPTILINA Amitriptilina cp. de 25 mg 25 a 125
Amytril cp. de 25 mg mg/dia
Tryptanol cp. de 25 e 75 mg
CLOMIPRAMINA Anafranil cp. de 25 e 75 mg 25 a 225
mg/dia
IMIPRAMINA Imipra cp. de 25 mg 25 a 300
Imipramine cp. de 25 mg mg/dia
Tofranil cp. de 25, 75 e
150 mg
MAPROTILINA** Ludiomil cp. de 25 e 75 mg 25 a 150
mg/dia
NORTRIPTILINA Pamelor cp. de 25, 50 e 75 25 a 100
mg mg/dia
* - as doses dos tricíclicos são extremamente variáveis tendo em
vista a sensibilidade pessoal.
** - os fabricantes consideram a Maprotilina um tetracíclico, porém,
sua farmacodinâmica pode ser considerada juntamente com os
tricíclicos.

INIBIDORES SELETIVOS DE RECAPTAÇÃO DA SEROTONINA

Os Inibidores Específicos da Recaptação de Serotonina (ISRS) atuam no


neurônio pré-sináptico inibindo especificamente a recaptação desse
neurotransmissor, logrando daí seu efeito antidepressivo. Por não terem
efeitos anticolinérgicos e nem por apresentarem afinidade com receptores
adrenérgicos, muscarínicos, colinérgicos, histamínicos ou dopamínicos,
deixam de apresentar a expressiva maioria dos efeitos colaterais encontrados
nos antidepressivos tricíclicos e, embora alguns deles tornem o ato sexual
mais prolongado, decididamente não diminuem a libido.

TRATAMENTO DA DEPRESSÃO
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Os ISRS não apresentam interações com o álcool, portanto, limitam menos o
nível social dos pacientes. Estudos realizados por períodos de até um ano
demonstram que a maioria dos ISRS não causa ganho de peso, ao contrário
do que ocorre em muitos pacientes em uso de antidepressivos tricíclicos. Os
efeitos antidepressivos dos ISRS começam a ser observados de 2 a 4
semanas após o início do tratamento, normalmente após a segunda semana.
O efeito máximo ocorre após 5-6 semanas de uso.

Recomenda-se a utilização de 20 a 60 mg/dia, via oral, para a maioria das substâncias ISRS, dose esta
que pode ser em uma única tomada, devido sua meia-vida mais longa. A Nefazodona e o Citalopram
são ministrados em doses maiores.(saiba mais visitando a pág. das substâncias).

ANTIDEPRESSIVOS INIBIDORES SELETIVOS DA RECAP.


SEROTONINA
Nome do Sal Nome Apresentação Dose média
Comercial
CITALOPRAM Cipramil cp. de 20 mg 20 a 60
mg/dia
FLUOXETINA Deprax cp. de 20 mg 20 a 60
Eufor cp. de 20 mg mg/dia
Fluxene cp. de 20 mg 20 a 60
Nortec cp. de 20 mg mg/dia
Prozac cp. de 20 mg 20 a 60
Verotina cp. de 20 mg mg/dia
20 a 60
mg/dia
20 a 60
mg/dia
20 a 60
mg/dia
FLUVOXAMINA Luvox cp. de 100 mg 100 a 300
mg/dia
NEFAZODONA Serzone cp. de 100 e 150 300 a 500
mg mg/dia
PAROXETINA Aropax cp. de 20 mg 20 a 60
Pondera cp. de 20 mg mg/dia
SERTRALINA Novativ cp. de 50 mg 50 a 100

TRATAMENTO DA DEPRESSÃO
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Tolrest cp. de 50 mg mg/dia
Zoloft cp. de 50 mg

ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS

São os antidepressivos que não se caracterizam como Tricíclicos, como ISRS


e nem como Inibidores da MonoAminaOxidase (IMAOs). Alguns deles
aumentam a transmissão noradrenérgica através do antagonismo de
receptores a2 (pré-sinápticos) no sistema nervoso central, ao mesmo tempo
em que modulam a função central da serotonina por interação com os
receptores 5-HT2 e 5-HT3 , como é o caso da Mirtazapina. A atividade
antagonista nos receptores histaminérgicos H1 da Mirtazapina é responsável
por seus efeitos sedativos, embora esteja praticamente desprovida de
atividade anticolinérgica.

Outros atípicos são inibidores da recaptação de Serotonina e Norepinefrina,


alguns inibindo também, a recaptação de dopamina. É o caso da Venlafaxina,
da Mirtazapina. Também estão aquí os inibidores da reacaptação da
Norepinefrina (Noradrenalina), como é o caso da Riboxetina.Essa droga
também reduz a sensibilidade dos receptores beta-adrenérgicos, inclusive
após administração aguda, o que pode sugerir um início de efeito clínico mais
rápido.

Alguns atípicos, como é o caso da Tianeptina, embora sejam serotoninérgicos,


não inibem a recaptação da Serotonina no neurônio pré-sináptico mas,
induzem sua recaptação pelos neurônios da córtex, do hipocampo e do
sistema límbico.

A Amineptina, outro atípico, é uma molécula derivada dos tricíclicos mas seu mecanismo de ação é
essencialmente dopaminérgico, enquanto que os outros antidepressivos tricíclicos são essencialmente
noradrenérgicos e serotoninérgicos. As melhoras sintomáticas poderão ser observadas a partir do 3º ao
5º dias e sobre o sono REM a partir do 20º dia de tratamento em posologia suficiente. (saiba mais
visitando a pág. das substâncias)

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ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS
Nome do Sal Nome Apresentação Dose média
Comercial
AMINEPTINA Survector cp. de 100 mg 100 a 300
mg/dia
VENLAFAXINA Efexor cp. de 37,5 e 75 75 a 150
mg mg/dia
MIRTAZAPINA Remeron cp. de 30 e 45 mg 30 a 45
mg/dia
TIANEPTINA Stablon dr. de 12,5 mg 25 a 50
mg/dia
RIBOXETINA Prolift cp de 4 mg 8 - 16 mg/dia
FLUVOXAMINA Luvox (breve)
CONCLUSÃO

A abordagem da clínica em geral, e da psiquiatria em particular, sobre o tema


Depressão tem ficado cada vez mais extensa e abrangente à medida em que
avançam os conhecimentos sobre todas implicações sintomáticas desse
Transtorno Afetivo (ou do Humor). Será didático uma analogia da Depressão
com a embriagues, tendo em vista a diversidade de manifestações clínicas
possíveis no quadro depressivo, quer tais manifestações sejam concomitantes
ou conseqüentes à essa alteração afetiva. Se várias pessoas ficarem
embriagadas, teremos também várias manifestações individuais dessa
embriagues, apesar da causa subjacente do estado de cada uma delas ser a
mesma. Da mesma forma acontece com a Depressão.

Do ponto de vista psiquiátrico podemos suspeitar de Depressão diante do


paciente que apresente sintomas tais como tristeza, angústia, pessimismo,
perda do prazer com as coisas, desinteresse, insônia ou dormir demais,
agitação, inquietação ou lentificação, apatia, preguiça, fadiga, perda de força,
cansaço, diminuição do raciocínio, concentração e/ou memória, pensamentos
sobre a morte, desejar ou não se importar em morrer, auto-desvalorização e
sentimentos de culpa. Saber desses sintomas e concluir a Depressão passou
a ser tão automático, nos dias atuais, que não caracteriza nenhuma
virtuosidade médica.

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Entretanto, o apelo que se faz à medicina moderna é para com a sensibilidade
do clínico em suspeitar da Depressão diante de quadros de complicada
propedêutica e difícil solução diagnóstica, como é o caso das inconclusivas
palpitações, arritmias, taquicardias, dor no peito, cólicas abdominais,
epigastralgia, constipação, diarréia, parestesias, anestesias, formigamentos,
cefaléia, alterações sensoriais, vertigens, tonturas, zumbidos, falta de ar, bolo
na garganta, sensação de desmaio, fraqueza dos membros, falta de apetite ou
apetite demais, cólicas pélvicas, dor na relação, alterações menstruais,
lombalgias, artralgias, cervicalgias, dor na nuca, irritabilidade, alterações do
sono, angústia, tristeza, medo, insegurança, tendência a ficar em casa e
pensamentos ruins.

Esses quadros polimórficos, sem correspondência orgânica e refratários aos


tratamentos sintomáticos habituais, podem (e devem) ser abordados do ponto
de vista emocional e, dentro desse prisma, enfocados como manifestações
somáticas de transtornos muito provavelmente depressivos.

Se espera-se alguma resolutividade para tudo isso, não se pode preterir do


tratamento antidepressivo. Esses medicamentos mais modernos costumam
resolver a maiorias dos quadros depressivos leves e moderados em doses
habitualmente médias, e seu uso como coadjuvante no tratamento de várias
especialidades tem encontrado indicação formal em grande número de casos.

A Química da Depressão
Não são conhecidas ainda todas as causas da Depressão e talvez ainda
demore muito tempo para essa tarefa ser concluída. Entretanto, pesquisas
nessa área sugerem fortemente influências bioquímicas importantes para a
regulação de nosso estado afetivo.

Pesquisas recentes sugerem também a importância de fatores genéticos na


Depressão. Vem daí a incidência aumentada do transtorno depressivo em
membros de certas famílias ou a concordância entre irmãos deprimidos.

Desde a milenar invenção do vinho temos noção dos efeitos de produtos


químicos sobre a atuação da personalidade humana. Ao longo dos anos tem
sido muito grande nossa inclinação para substâncias que aliviem nossos
males, amenizem nossas angústias e proporcionem momentos de bem estar.

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Conhecendo a história do ópio, das bebidas alcoólicas e dos tóxicos passamos
a aceitar melhor a idéia de algumas substâncias poderem alterar a percepção
que se tem da realidade.

Os tratamentos medicamentosos para a Depressão procuram realizar uma


correção bioquímica de tal forma que haveria um aumento no nível desses
neurotransmissores , juntamente com um reequilíbrio dos neuroreceptores.

Podemos, com esses conhecimentos, entender melhor a atuação de


determinados medicamentos psicotrópicos, bem como a ação cerebral de
outras substâncias entorpecentes e euforizantes, como é o caso da cocaína.

Os medicamentos antidepressivos, muito em moda ultimamente e um dos mais


expressivos avanços da ciência na área cerebral nesse século, promovem uma
expressiva correção no nível dos neurotransmissores e, concomitantemente,
também um ajuste na quantidade e qualidade dos neuroreceptores.

Dessa feita procuramos através de medicamentos, promover uma normalidade


na bioquímica cerebral compatível com uma tonalidade afetiva mais harmônica.

Se a Depressão pode ser considerada, hoje em dia, realmente uma doença


que acomete o ser humano então, como qualquer outra doença, deve ser
tratada pela medicina. E a medicina dispõe, felizmente, de recursos muitíssimo
satisfatórios para este tratamento.

Desde o descobrimento dos primeiros antidepressivos, na década de 50, até


hoje, muito se progrediu nessa área. Atualmente os medicamentos para
depressão são muito eficientes, específicos e cada vez com menos efeitos
colaterais.

Os antidepressivos NÃO são calmantes. São substâncias específicas para a


correção do humor ou do afeto.
Se o tratamento deve ser mais prolongado ou mais breve é uma importante
questão que deverá ser avaliada pelo médico e discutido com o paciente.

O paciente deve saber sobre a natureza dos medicamentos, suas ações e


efeitos adversos, sobre o tempo previsto para sua ação terapêutica

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(normalmente em torno de 2-3 semanas), bem como a previsão de tempo de
uso.

É sempre importante termos em mente que os sintomas ansiosos e físicos


desaparecerão com o tratamento da Depressão na expressiva maioria dos
casos, sem necessidade de ansiolíticos (calmantes) e/ou medicamentos
sintomáticos.

Havendo necessidade desses medicamentos para alívio mais rápido de


sintomas físicos e ansiosos aborrecedores e que normalmente são a principal
queixa que motiva a consulta, devemos considerar o curto espaço de tempo
em que serão usados.

O principal medicamento será sempre o antidepressivo.


Se o paciente é deprimido, o tempo de tratamento pode ser mais longo e,
inversamente, se o paciente está deprimido, passa apenas por uma fase de
Depressão, podemos pensar num tratamento mais breve.

Segundo o último relatório da Organização Mundial de Saúde (veja aqui


OMS), a Depressão é mais comum no sexo feminino, estimando-se uma
prevalência do episódio depressivo em 1,9% no sexo masculino e 3,2% no
feminino.

Ainda sobre prevalência, esse órgão da ONU reporta que 5,8% dos homens e
9,5% das mulheres passarão por um Episódio Depressivo num período de 12
meses. Essas cifras de prevalência variam entre diferentes populações e
podem ser mais altas em algumas delas.

Embora a Depressão possa afetar as pessoas em qualquer fase da vida, a


incidência seja mais alta é nas idades médias e, infelizmente, há crescente
reconhecimento da Depressão durante a adolescência e início da vida adulta.

A Depressão é, essencialmente, uma doença que se manifesta por episódios


recorrentes e cada episódio geralmente dura de alguns meses a alguns anos,
com um período normal entre eles. Em cerca de 20% dos casos, porém, a
Depressão segue um curso crônico e sem remissão, ou seja, continuamente
(OMS), especialmente quando não há tratamento adequado disponível.

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Alguns outros dados estatísticos mostram que a Depressão, agora não mais o
Episódio Depressivo visto acima, mas a Depressão em geral, afeta de 15% a
20% das mulheres e de 5% a 10% dos homens.

Aproximadamente 2/3 das pessoas com Depressão não fazem tratamento e


dos pacientes que procuram o clínico geral apenas 50% são diagnosticados
corretamente.

A maioria dos pacientes deprimidos que não é tratada irá tentar suicídio pelo
menos uma vez e 17% deles conseguem se matar. Com o tratamento correto,
70% a 90% dos pacientes recuperam-se da Depressão.

A doença pode surgir a qualquer idade, ainda que os sintomas apareçam mais
freqüentemente entre os 20 e 50 anos.

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