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FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS -

CONSELHEIRO LAFAIETE

Transtornos Mentais

Aluna: Amanda, Kessia, Luciana, José Luciano, Maria Virginia, Izadora, Fernanda, Jenne
Professor(a): Nathalia dos Santos
Disciplina: Teorias do Desenvolvimento - Adulto e Idoso

Os transtornos mentais, são caracterizados por um conjunto de pensamentos, percepções,


emoções e comportamentos anormais, que podem afetar relações interpessoais. Entre os
transtornos existentes há a depressão, esquizofrenia, estresse pós-traumático e transtorno
bipolar, o qual falaremos mais adiante. De acordo com a Organização Pan-americana da Saúde,
em 2019 o número de pessoas com algum transtorno mental chega próximo a um bilhão.
Condições mais agravadas de transtornos mentais, podem reduzir o tempo de vida (cerca de 10
a 20 anos), principalmente devido a doenças físicas evitáveis.

Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)


- O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) caracteriza-se por ser uma
psicopatologia que se desenvolve em resposta a um estressor capaz de desencadear eventos e
sinais relacionados, como a revivescência do trauma através de pesadelos, o entorpecimento
emocional, vinculado ao fato de a vítima evitar locais ou objetos que relembrem o ocorrido e,
ainda, sintomas que incluem irritabilidade, insônia e hipervigilância, prejudicando o
desempenho do paciente em tarefas do dia a dia, desde a leitura até outras atividades cognitivas.
⁃ O tratamento do TEPT inclui tratamento psicofarmacológico e terapias cognitivo-
comportamentais, embora os pacientes respondam melhor a abordagens psicodinâmicas e
psicanalíticas. Além disso, destaca-se, também, a função do condicionamento pavloviano, pois
a exposição gradativa a lembranças do trauma, através da dessensibilização sistemática, pode
ser funcional a fim de amenizar ou superar as manifestações traumáticas dos sintomas.
⁃ No documentário, Maggie retrata uma personagem que foi violentada pelo próprio
comandante de exército, fazendo com que, através de sonhos vívidos que a colocam,
novamente, no momento do trauma, sensações de desconforto e tristeza sejam despertadas,
afetando sua relação com o pai e o filho.

Bibliografia: Figueira, Ivan. Mendlowicz, Mauro. Diagnóstico do transtorno de estresse pós-


traumático. Revista brasileira de psiquiatria (UFRJ). 2003
M. W., Daniela. G. O. A., Mariana. D., Daniel. Transtorno de estresse pós-traumático: o
enfoque psicanalítico. Revista brasileira de psiquiatria (USP). 2003

Esquizofrenia
⁃ O termo esquizofrenia (esquizo: divisão/phrenia: mente) busca explicar as cismas
internos entre pensamento, emoção e comportamento dos pacientes acometidos pela doença.
Bleuler, criador dessa nomenclatura, descreveu os sintomas fundamentais, dentre eles,
associação frouxa de ideias, ambivalência, autismo e alterações de afeto, assim como os sinais
acessórios, que incluem alucinações e delírios, sendo que as primeiras manifestações aparecem
mais comumente na adolescência ou no início da idade adulta.
⁃ Em primeiro plano, é possível dizer que a esquizofrenia se caracteriza como um
distúrbio do neurodesenvolvimento e uma desordem hereditária, ou seja, possuir um parente
com a doença é um fator enormemente significativo para a sua ocorrência. Além disso,
condições maternas que prejudicam a boa nutrição do feto aliadas a diabetes, doença pulmonar
crônica, anemia e inanição se relacionam a maiores riscos para a esquizofrenia.
⁃ É importante ressaltar também que o contexto psicossocial no qual o paciente está
inserido é de grande influência no aparecimento e no curso dos sintomas da doença, da mesma
forma que aumentam as internações e as recaídas dos pacientes. Nesse sentido, na realidade
demonstrada pela personagem do filme, Lucy vive em um ambiente estressor, com atitudes
hostis e envolvimento emocional relevante por parte de seus familiares, o que leva Alysson,
sua irmã, a não a compreender e a sentir-se menosprezada por demandar menos atenção e
cuidado, embora, ainda, os maiores laços de apoio sejam criados em vínculos mais próximos,
como os pais.
⁃ Em meados do século XX, a Revolução farmacológica da psiquiatria, transformação
crucial no setor da Medicina, possibilitou que a introdução dos medicamentos
psicoterapêuticos, como os antipsicóticos ou neurolépticos, em tratamentos de disfunções
psicológicas melhorasse, consideravelmente, o estado de muitas pessoas portadoras dessas
doenças. Todavia, tais alternativas apenas atenuam a intensidade da manifestação sintomática,
haja vista que não há cura para a esquizofrenia.
⁃ Embora a farmacoterapia auxilie na lida com a doença, a aplicação de uma abordagem
terapêutica ampla e abrangente, que visa à reabilitação e reenquadramento social do indivíduo,
é indispensável na melhora do paciente. Com isso, a atenção centrou-se no impacto da
depressão vinculado à esquizofrenia, assim como as técnicas da abordagem cognitivo-
comportamental, buscando investigar os fenômenos únicos e pessoais de experiência
vinculados a estratégias globais de tratamento.

Bibliografia: Silva, R. C. B. Esquizofrenia: uma revisão. Psicologia USP. 2006

Depressão
- A depressão é uma doença psiquiátrica que pode ser caracterizada por uma profunda e
duradoura tristeza, acompanhada de sentimentos como amargura, desencanto e dor, além de
distúrbios do sono e do apetite. Essa condição pode levar a oscilações de humor e pensamentos
suicidas, tornando-se incapacitante para o indivíduo. A depressão apresenta três níveis distintos
de gravidade: leve, moderado e grave, podendo afetar pessoas de todas as idades e origens.
- É fundamental diferenciar a depressão da tristeza transitória, uma emoção natural e
inerente aos seres humanos, que ocorre em momentos difíceis como a perda de um ente
querido, mas que tende a passar com o tempo. Por outro lado, a depressão é uma condição
clínica que requer tratamento especializado, podendo persistir por longos períodos e impactar
significativamente a qualidade de vida do indivíduo.
- A depressão pode ser causada por diversos fatores e muitas vezes, fatores em conjunto
afetam para que a depressão ocorra, algumas causas são: estresse, consumo de drogas, eventos
negativos como traumas e perdas. Além disso, alguns indivíduos possuem predisposição
genética para tal doença, entretanto, não são todas as pessoas que reagem à mesma forma a
essa predisposição.
- A depressão apresenta sintomas que podem ser identificados fisicamente e
psicologicamente. Além dos sintomas de tristeza, se sentir deprimido e a falará de interesse e
prazer em atividades, essa doença apresenta alguns sintomas como:
Alteração de peso, baixa autoestima, excesso de culpa, fadiga, apatia ou agitação e idealizações
suicidas.

Fontes de pesquisas: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/depressao/amp/


https://www.tjdft.jus.br/informacoes/programas-projetos-e-acoes/pro-vida/dicas-de-
saude/pilulas-de-saude/depressao-causas-sintomas-tratamentos-diagnostico-e-prevencao

Transtorno de bipolaridade
- O Transtorno de Bipolaridade é um distúrbio associado a alterações de humor variante
de estados de depressão a estados de euforia, podendo ser de intensidade variadas, afetando
consideravelmente a qualidade de vida.
- Araeteus, Alexandria século 1, foi primeiro autor a explicitamente estabelecer vínculo
entre a mania e a melancolia. O conceito moderno de doença bipolar foi iniciado na França,
com os trabalhos de Falret (1851) e Baillarger (1856). Mesmo com contribuições significativas
de Falret, Baillarger e Kahlbaum, entre outros, a maioria dos clínicos continuava a considerar
a mania e a melancolia como entidades distintas. Só com as concepções de Weigandt e
Kraepelin que trouxe para a psiquiatria um modelo médico firmemente enraizado em
observações clínicas (quanto à sintomatologia e evolução ao longo do tempo), foram de
extremo valor e continuam férteis até hoje. Atendo-se ao modelo médico de doença, Kraepelin
não excluiu de suas concepções fatores psíquicos e sociais; antes os valorizou como poucos o
haviam feito anteriormente. Incluindo no conceito de enfermidade maníaco-depressiva “as
formas leves da doença, que chegam aos limites dos temperamentos”, Kraepelin lançou a
semente do que, nos últimos anos, vem sendo chamado de “espectro bipolar”. É interessante
notar que duas observações de Weigandt e Kraepelin foram posteriormente confirmadas por
autores contemporâneos: a maior ocorrência no sexo feminino e a alta prevalência entre os
portadores de distúrbio bipolar (os trabalhos que usam definições mais amplas, por exemplo,
que as do DSM IV, chegam a indicar que esses quadros afetam cerca de 60% dos pacientes).
- Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) 450 milhões de pessoas sofrem de
transtornos mentais. Tais transtornos, portanto, representam cinco das dez causas de morbidade
do mundo todo, nesse contexto, o transtorno de bipolaridade representa cerca de 1,6% da
população do mundo e representa uma das principais causas de incapacitação, segundo a
Blazer.
- O tratamento do Transtorno de Bipolaridade demanda um tratamento multidisciplinar.
Na fase aguda, é comum um tratamento baseado na farmacologia e internação hospitalar. Já na
fase de manutenção, a psicoterapia se torna indispensável.
- A psicopedagogia com foco em sinais precoces de recaídas é um método eficaz que
deve ser oferecido para todos os pacientes. Outras psicoterapias intensivas (terapia cognitivo
comportamental, focada na família, terapia interpessoal e de ritmo social), têm demonstrado
benefícios na melhora dos sintomas e funções dos pacientes. A abordagem psicoeducacional
surge da necessidade de unir profissionais, familiares e o paciente para que juntos trabalhem
na manutenção do bem-estar e melhora da qualidade de vida. Do ponto de vista da família, essa
abordagem procura ainda ajudá-la a compreender a pessoa que adoece e trabalhar os
sentimentos de culpa, raiva e impotência, determinados pelo membro que adoeceu. Além disso,
a terapia de grupos pode propiciar o compartilhamento de experiências, amenizando o
isolamento social.
- O filme, no contexto do Transtorno de Bipolaridade, conta a história de Grace, filha de
uma personagem diagnosticada com Transtorno de Bipolaridade, Grace refere-se a sua mãe
como duas, a mãe eufórica e a mãe depressiva. O filme retrata a importância do tratamento
para pessoas diagnosticadas com o transtorno, pois, após um dia sem tomar o remédio, a
paciente age de forma impulsiva, fazendo compras exageradas, discurso acelerado e com
comportamentos de risco, que amedrontaram Grace e suas amigas, após dirigir
descontroladamente para “provocar” garotos que dirigiam ao lado. Esses, portanto, são apenas
alguns dos sinais presentes nas fases maníacas do transtorno, podendo ser muito mais complexo
do que o retratado em “Não sou louca”.
Conclusão
Além desses transtornos impactarem a vida dos pacientes, eles também causam grande impacto
na vida de seus familiares, como representado no filme pela Alisson, irmã de Lucy, pelo pai e
filho de Maggie e pela esposa de Eddie.
O papel da família é o papel de ser um suporte para este paciente e ajuda-lo em seu tratamento,
porém pouco se fala em como, muitas vezes, a família pode sentir sobrecarrega (“definido
como “um estado psicológico que advém da combinação de trabalho físico, emocional e
pressão social, assim como a restrição econômica que emerge do cuidar dos pacientes”” – frase
retirada do artigo da Sueli Galera).
Impactando a família, gera também uma consequência no ambiente familiar, onde tudo deve
ser adaptado para que este ambiente não contribua negativamente no tratamento e na
recuperação do paciente.
As pesquisas sobre os transtornos mentais e seus impactos são, de certa forma, bem recentes,
pois antes se tinha muito preconceito com os pacientes e até mesmo com seus familiares.
Porém, após o período pandêmico a população se mostrou mais preocupada com estes temas.
Fontes de pesquisas: PROCESSO TERAPÊUTICO NO TRATAMENTO DO
TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR: REVISÃO INTEGRATIVA, Leonardo Oliveira Leão
e Silva, Carlos Alberto Dias, Fernando Ulisses Rosalino, 03-09-2017
POSSÍVEIS ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS DE MANEJO PARA O TRANSTORNO
BIPOLAR NA PERSPECTIVA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL, Eunaihara Ligia Lira
Marques, Thailany Campos Vieira, 20-08-2017
HISTÓRIA DA CARACTERIZAÇAO NOSOLÓGICA DO TRANSTORNO BIPOLAR
(SCIELO) - José Alberto Delporto
PESQUISAS COM FAMÍLIAS DE PORTADORES DE TRANSTORNO MENTAL
(SCIELO) – Sueli Aparecida Frari Galera
PREOCUPAÇÃO DO BRASILEIRO COM SAÚDE MENTAL QUASE TRIPLICOU EM 4
ANOS, MOSTRA PESQUISA, André Biernath, BCC News Brasil, 11-10-2022

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